1. A Pedagogia Crítica tem origem na Teoria Crítica alemã dos anos 1920, que criticava a sociedade burguesa, o marxismo dogmático, a filosofia tradicional e a razão iluminista.
2. A Pedagogia Crítica vê a escola como um espaço para negar dominações e desigualdades sociais, raciais e de gênero, valorizando os conhecimentos dos estudantes desfavorecidos.
3. Os educadores críticos devem agir como intelectuais
2. As raízes: Teoria Crítica
A Pedagogia Crítica tem origem no
que os filósofos chamaram de Teoria
Crítica, um movimento intelectual que
teve início na Alemanha, em Frankfurt,
em 1924.
O primeiro grupo de filósofos da Teoria
Crítica contou com Max Horkheimer, T.
Adorno e Herbert Marcuse.
3. Principais teses da Teoria Crítica
A tese principal desse movimento pode ser
resumida em quatro críticas:
Crítica à sociedade burguesa: buscavam, a partir
de pressupostos marxistas, mudar as estruturas da
sociedade moderna capitalista, mas sem o uso da
violência. Defendiam a construção de uma
sociedade justa, de superação da pobreza.
Crítica ao marxismo: contra o dogmatismo
marxista. Rejeita qualquer sociedade totalitária.
Rejeitam idéias como ditadura do proletariado ,
superestrutura econômica como centro de qualquer
sociedade.
Esses teóricos mantêm o socialismo como único
modelo capaz de superar as injustiças do
capitalismo.
4. Crítica à filosofia tradicional: essa crítica estava
voltada, sobretudo, à metafísica, à teologia e à
religião. Compreendidas como ideologias da
sociedade burguesa.
Crítica à razão: a sonho iluminista de conceber
a razão como sinônimo de progresso é posto em
xeque, inicia-se uma forte desconfiança à
ciência moderna e à filosofia tradicional. Para
Horkheimer a razão kantiana ao invés de levar a
humanidade a solucionar os seus problemas em
vista da emancipação humana, acabou afundou
a humanidade na alienação, na repressão e na
dominação.
5. A Pedagogia Crítica
Com base nesses referenciais teóricos, é
desenvolvida a pedagogia crítica. Ela buscou,
assim como tentara Dewey, aproximar a vida
da escola.
Contudo a vida que é levada para dentro da
escola é aquela carregada de contradições,
com base econômica e com conflitos de
classe, cheia de relações de poder, seja por
conta da questão econômica, mas também de
gênero ou étnica. Uma vida que carrega
ideologias e, a partir delas, determina-lhe o
sentido e o mundo da educação.
6. Apesar de a pedagogia crítica não
se constituir num conjunto
homogêneo de idéias, é possível
identificar um sentido ou objeto
comum: o de fortalecer
aqueles(as) sem poder e
transformar desigualdades e
injustiças existentes (McLAREN,
1997, p. 192).
7. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
DA PEDAGOGIA CRÍTICA
A escola e o processo de
aprendizagem são analisados
considerando-se os contextos
históricos, os vínculos e relações
com a sociedade mais ampla, os
interesses políticos, econômicos,
etc.
8. 1. A escola se organiza como
espaço de negação de
dominação e não como simples
instrumento para reproduzir a
estrutura social vigente;
9. 1. O processo de aprendizagem não
se manifesta e se desenvolve
apenas nas instituições formais,
as escolas – a sociedade
também educa;
10. A escolarização constitui um
empreendimento de caráter
eminentemente político e
cultural e as escolas são
concebidas enquanto locus de
disputa política cultural.
11. 1. Faz uma opção explícita em
favor das camadas
economicamente
desfavorecidas;
12. 1. A aprendizagem se constitui em
uma ato de conhecimento a
partir da realidade concreta, isto
é, da situação real vivida pelo
aluno, num processo de
compreensão, reflexão e crítica,
como instrumento para interferir
e modificar a realidade;
13. 2. Essa aprendizagem deve ser
significativa, supondo em
primeiro lugar, a verificação dos
conhecimentos prévios do aluno,
para em seguida, ampliar,
reorganizar a sistematizar o
conhecimento.
14. 1. As escolas são compreendidas
como espaços em que se
reproduzem e se legitimam as
desigualdades sociais, de raça e
gênero, mas também se
constituem como espaços de
contra-hegemonia.
15. A Pedagogia Crítica enfatiza que
a reprodução destas
desigualdades também se dá
através do currículo oculto,
isto é, as “conseqüências não
intencionais do processo de
escolarização” (MCLAREN, 1997:
216)
16. Afirma, portanto, que a idéia de
que a escolarização promove
mobilidade social é um mito
amparado no darwinismo social
e na ideologia meritocrática da
classe média.
17. 1. Isto significa reconhecer que a
escolarização se apóia na
transmissão de um determinado
tipo de conhecimento legitimado
pela cultura dominante, o que
não apenas dificulta como
desconsidera e desvaloriza os
valores e habilidades dos
estudantes economicamente
desfavorecidos.
18. Trata-se, assim, de valorizar o
capital cultural dos estudantes,
seus conhecimentos e
experiências – o educador crítico
reconhece a necessidade de
conferir poder aos estudantes.
19. Nesta pedagogia a história é
uma possibilidade a ser
construída e isto exige o resgate
da esperança utópica.
20. Trata-se de uma pedagogia que
advoga uma política cultural que leve
em consideração as dimensões raciais,
de gênero e classe, na qual os
professores atuem como intelectuais
públicos transformadores, isto é,
indivíduos que assumem os riscos de
uma práxis voltada para a democracia
e justiça social, que procuram se
amparar em princípios éticos,
solidários e na busca da coerência
entre discurso e ação.
21. Em síntese:
Apesar de não termos ainda uma
definição conclusiva acerca do nosso
objeto de estudo, é importante alertar
para o fato de que “a pedagogia crítica
não constitui um conjunto homogêneo
de idéias. É mais correto dizer que os
teóricos críticos estão unidos em seus
objetivos: fortalecer aqueles sem poder
e transformar desigualdades e injustiças
sociais existentes.
22. Categorias fundamentais:
Para o texto que iremos trabalhar (sobre Pedagogia
Crítica) é preciso perguntar sobre o significado, a
crítica e o sentido (para a vida) das seguintes
categorias:
Cultura
Pensamento dialético
Construção social do conhecimento
Cultura Dominante
Cultura Subordinada
Subcultura
Hegemonia cultural
Ideologia
Currículo Oculto
Reprodução Social
Capital Cultural