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PEDAGOGIA
CRÍTICA
    Uma breve
    introdução
    a partir de
    Peter Mclaren
As raízes: Teoria Crítica

A Pedagogia Crítica tem origem no
que os filósofos chamaram de Teoria
Crítica, um movimento intelectual que
teve início na Alemanha, em Frankfurt,
em 1924.
O primeiro grupo de filósofos da Teoria
Crítica contou com Max Horkheimer, T.
Adorno e Herbert Marcuse.
Principais teses da Teoria Crítica
A tese principal desse movimento pode ser
resumida em quatro críticas:

Crítica à sociedade burguesa: buscavam, a partir
de pressupostos marxistas, mudar as estruturas da
sociedade moderna capitalista, mas sem o uso da
violência. Defendiam a construção de uma
sociedade justa, de superação da pobreza.

Crítica ao marxismo: contra o dogmatismo
marxista. Rejeita qualquer sociedade totalitária.
Rejeitam idéias como ditadura do proletariado ,
superestrutura econômica como centro de qualquer
sociedade.
Esses teóricos mantêm o socialismo como único
modelo capaz de superar as injustiças do
capitalismo.
Crítica à filosofia tradicional: essa crítica estava
voltada, sobretudo, à metafísica, à teologia e à
religião. Compreendidas como ideologias da
sociedade burguesa.

Crítica à razão: a sonho iluminista de conceber
a razão como sinônimo de progresso é posto em
xeque, inicia-se uma forte desconfiança à
ciência moderna e à filosofia tradicional. Para
Horkheimer a razão kantiana ao invés de levar a
humanidade a solucionar os seus problemas em
vista da emancipação humana, acabou afundou
a humanidade na alienação, na repressão e na
dominação.
A Pedagogia Crítica
Com base nesses referenciais teóricos, é
desenvolvida a pedagogia crítica. Ela buscou,
assim como tentara Dewey, aproximar a vida
da escola.

 Contudo a vida que é levada para dentro da
escola é aquela carregada de contradições,
com base econômica e com conflitos de
classe, cheia de relações de poder, seja por
conta da questão econômica, mas também de
gênero ou étnica. Uma vida que carrega
ideologias e, a partir delas, determina-lhe o
sentido e o mundo da educação.
Apesar de a pedagogia crítica não
se constituir num conjunto
homogêneo de idéias, é possível
identificar um sentido ou objeto
comum: o de fortalecer
aqueles(as) sem poder e
transformar desigualdades e
injustiças existentes (McLAREN,
1997, p. 192).
PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS
   DA PEDAGOGIA CRÍTICA

 A escola e o processo de
  aprendizagem são analisados
  considerando-se os contextos
  históricos, os vínculos e relações
  com a sociedade mais ampla, os
  interesses políticos, econômicos,
  etc.
1. A escola se organiza como
   espaço de negação de
   dominação e não como simples
   instrumento para reproduzir a
   estrutura social vigente;
1. O processo de aprendizagem não
   se manifesta e se desenvolve
   apenas nas instituições formais,
   as escolas – a sociedade
   também educa;
A escolarização constitui um
empreendimento de caráter
eminentemente político e
cultural e as escolas são
concebidas enquanto locus de
disputa política cultural.
1. Faz uma opção explícita em
   favor das camadas
   economicamente
   desfavorecidas;
1. A aprendizagem se constitui em
   uma ato de conhecimento a
   partir da realidade concreta, isto
   é, da situação real vivida pelo
   aluno, num processo de
   compreensão, reflexão e crítica,
   como instrumento para interferir
   e modificar a realidade;
2. Essa aprendizagem deve ser
   significativa, supondo em
   primeiro lugar, a verificação dos
   conhecimentos prévios do aluno,
   para em seguida, ampliar,
   reorganizar a sistematizar o
   conhecimento.
1. As escolas são compreendidas
   como espaços em que se
   reproduzem e se legitimam as
   desigualdades sociais, de raça e
   gênero, mas também se
   constituem como espaços de
   contra-hegemonia.
A Pedagogia Crítica enfatiza que
a reprodução destas
desigualdades também se dá
através do currículo oculto,
isto é, as “conseqüências não
intencionais do processo de
escolarização” (MCLAREN, 1997:
216)
Afirma, portanto, que a idéia de
que a escolarização promove
mobilidade social é um mito
amparado no darwinismo social
e na ideologia meritocrática da
classe média.
1. Isto significa reconhecer que a
   escolarização se apóia na
   transmissão de um determinado
   tipo de conhecimento legitimado
   pela cultura dominante, o que
   não apenas dificulta como
   desconsidera e desvaloriza os
   valores e habilidades dos
   estudantes economicamente
   desfavorecidos.
Trata-se, assim, de valorizar o
capital cultural dos estudantes,
seus conhecimentos e
experiências – o educador crítico
reconhece a necessidade de
conferir poder aos estudantes.
Nesta pedagogia a história é
uma possibilidade a ser
construída e isto exige o resgate
da esperança utópica.
Trata-se de uma pedagogia que
advoga uma política cultural que leve
em consideração as dimensões raciais,
de gênero e classe, na qual os
professores atuem como intelectuais
públicos transformadores, isto é,
indivíduos que assumem os riscos de
uma práxis voltada para a democracia
e justiça social, que procuram se
amparar em princípios éticos,
solidários e na busca da coerência
entre discurso e ação.
Em síntese:
 Apesar de não termos ainda uma
 definição conclusiva acerca do nosso
 objeto de estudo, é importante alertar
 para o fato de que “a pedagogia crítica
 não constitui um conjunto homogêneo
 de idéias. É mais correto dizer que os
 teóricos críticos estão unidos em seus
 objetivos: fortalecer aqueles sem poder
 e transformar desigualdades e injustiças
 sociais existentes.
Categorias fundamentais:
    Para o texto que iremos trabalhar (sobre Pedagogia
    Crítica) é preciso perguntar sobre o significado, a
    crítica e o sentido (para a vida) das seguintes
    categorias:

   Cultura
   Pensamento dialético
   Construção social do conhecimento
   Cultura Dominante
   Cultura Subordinada
   Subcultura
   Hegemonia cultural
   Ideologia
   Currículo Oculto
   Reprodução Social
   Capital Cultural
MUITO OBRIGADO
E
BOM TRABALHO !

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Pedagogia Crítica: Teoria Crítica e Princípios

  • 1. PEDAGOGIA CRÍTICA Uma breve introdução a partir de Peter Mclaren
  • 2. As raízes: Teoria Crítica A Pedagogia Crítica tem origem no que os filósofos chamaram de Teoria Crítica, um movimento intelectual que teve início na Alemanha, em Frankfurt, em 1924. O primeiro grupo de filósofos da Teoria Crítica contou com Max Horkheimer, T. Adorno e Herbert Marcuse.
  • 3. Principais teses da Teoria Crítica A tese principal desse movimento pode ser resumida em quatro críticas: Crítica à sociedade burguesa: buscavam, a partir de pressupostos marxistas, mudar as estruturas da sociedade moderna capitalista, mas sem o uso da violência. Defendiam a construção de uma sociedade justa, de superação da pobreza. Crítica ao marxismo: contra o dogmatismo marxista. Rejeita qualquer sociedade totalitária. Rejeitam idéias como ditadura do proletariado , superestrutura econômica como centro de qualquer sociedade. Esses teóricos mantêm o socialismo como único modelo capaz de superar as injustiças do capitalismo.
  • 4. Crítica à filosofia tradicional: essa crítica estava voltada, sobretudo, à metafísica, à teologia e à religião. Compreendidas como ideologias da sociedade burguesa. Crítica à razão: a sonho iluminista de conceber a razão como sinônimo de progresso é posto em xeque, inicia-se uma forte desconfiança à ciência moderna e à filosofia tradicional. Para Horkheimer a razão kantiana ao invés de levar a humanidade a solucionar os seus problemas em vista da emancipação humana, acabou afundou a humanidade na alienação, na repressão e na dominação.
  • 5. A Pedagogia Crítica Com base nesses referenciais teóricos, é desenvolvida a pedagogia crítica. Ela buscou, assim como tentara Dewey, aproximar a vida da escola. Contudo a vida que é levada para dentro da escola é aquela carregada de contradições, com base econômica e com conflitos de classe, cheia de relações de poder, seja por conta da questão econômica, mas também de gênero ou étnica. Uma vida que carrega ideologias e, a partir delas, determina-lhe o sentido e o mundo da educação.
  • 6. Apesar de a pedagogia crítica não se constituir num conjunto homogêneo de idéias, é possível identificar um sentido ou objeto comum: o de fortalecer aqueles(as) sem poder e transformar desigualdades e injustiças existentes (McLAREN, 1997, p. 192).
  • 7. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DA PEDAGOGIA CRÍTICA  A escola e o processo de aprendizagem são analisados considerando-se os contextos históricos, os vínculos e relações com a sociedade mais ampla, os interesses políticos, econômicos, etc.
  • 8. 1. A escola se organiza como espaço de negação de dominação e não como simples instrumento para reproduzir a estrutura social vigente;
  • 9. 1. O processo de aprendizagem não se manifesta e se desenvolve apenas nas instituições formais, as escolas – a sociedade também educa;
  • 10. A escolarização constitui um empreendimento de caráter eminentemente político e cultural e as escolas são concebidas enquanto locus de disputa política cultural.
  • 11. 1. Faz uma opção explícita em favor das camadas economicamente desfavorecidas;
  • 12. 1. A aprendizagem se constitui em uma ato de conhecimento a partir da realidade concreta, isto é, da situação real vivida pelo aluno, num processo de compreensão, reflexão e crítica, como instrumento para interferir e modificar a realidade;
  • 13. 2. Essa aprendizagem deve ser significativa, supondo em primeiro lugar, a verificação dos conhecimentos prévios do aluno, para em seguida, ampliar, reorganizar a sistematizar o conhecimento.
  • 14. 1. As escolas são compreendidas como espaços em que se reproduzem e se legitimam as desigualdades sociais, de raça e gênero, mas também se constituem como espaços de contra-hegemonia.
  • 15. A Pedagogia Crítica enfatiza que a reprodução destas desigualdades também se dá através do currículo oculto, isto é, as “conseqüências não intencionais do processo de escolarização” (MCLAREN, 1997: 216)
  • 16. Afirma, portanto, que a idéia de que a escolarização promove mobilidade social é um mito amparado no darwinismo social e na ideologia meritocrática da classe média.
  • 17. 1. Isto significa reconhecer que a escolarização se apóia na transmissão de um determinado tipo de conhecimento legitimado pela cultura dominante, o que não apenas dificulta como desconsidera e desvaloriza os valores e habilidades dos estudantes economicamente desfavorecidos.
  • 18. Trata-se, assim, de valorizar o capital cultural dos estudantes, seus conhecimentos e experiências – o educador crítico reconhece a necessidade de conferir poder aos estudantes.
  • 19. Nesta pedagogia a história é uma possibilidade a ser construída e isto exige o resgate da esperança utópica.
  • 20. Trata-se de uma pedagogia que advoga uma política cultural que leve em consideração as dimensões raciais, de gênero e classe, na qual os professores atuem como intelectuais públicos transformadores, isto é, indivíduos que assumem os riscos de uma práxis voltada para a democracia e justiça social, que procuram se amparar em princípios éticos, solidários e na busca da coerência entre discurso e ação.
  • 21. Em síntese: Apesar de não termos ainda uma definição conclusiva acerca do nosso objeto de estudo, é importante alertar para o fato de que “a pedagogia crítica não constitui um conjunto homogêneo de idéias. É mais correto dizer que os teóricos críticos estão unidos em seus objetivos: fortalecer aqueles sem poder e transformar desigualdades e injustiças sociais existentes.
  • 22. Categorias fundamentais: Para o texto que iremos trabalhar (sobre Pedagogia Crítica) é preciso perguntar sobre o significado, a crítica e o sentido (para a vida) das seguintes categorias:  Cultura  Pensamento dialético  Construção social do conhecimento  Cultura Dominante  Cultura Subordinada  Subcultura  Hegemonia cultural  Ideologia  Currículo Oculto  Reprodução Social  Capital Cultural