SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 34
Downloaden Sie, um offline zu lesen
Dúvidas, Problemas e Dificuldades
na alimentação do seu filho:
encontre algumas soluções!
Tem dúvidas na alimentação do seu filho? No dia-a-dia encontra obstáculos
difíceis de ultrapassar? O seu filho recusa algum alimento importante?
A Associação Portuguesa dos Nutricionistas esclarece essas e outras dúvidas
neste e-book especialmente dirigido aos pais e encarregados de educação.
Porque a saúde das nossas crianças está sempre em primeiro lugar!
Título: Dúvidas, Problemas e Dificuldades na alimentação do seu filho
Direcção Editorial: Helena Ávila M.
Concepção: Cristiana Gonçalves, Delphine Dias, Marta Ferreira, Raquel Esteves
Corpo redactorial: Cristiana Gonçalves, Marta Ferreira, Raquel Esteves
Produção gráfica: Cristiana Gonçalves, Delphine Dias, Marta Ferreira, Raquel Esteves
Propriedade: Associação Portuguesa dos Nutricionistas
Redacção: Associação Portuguesa dos Nutricionistas
Revisão: Paula Veloso (Comissão de Especialidade para a Nutrição Clínica da Associação
Portuguesa dos Nutricionistas), Marisa Oliveira (Divisão de Acção Social e Educação do
Município de Vale de Cambra)
ISBN:978-989-8631-01-5
Janeiro de 2013
© APN
2
FICHA TÉCNICA
Página 4 Como devo alimentar o meu filho
Página 9 Como iniciar a alimentação familiar
Página 16 Como lidar com a recusa alimentar
Página 21 Como lidar com as birras alimentares
Página 25 Como devo estimular o consumo de certos alimentos
Página 30 Que alimentos devo permitir e restringir
Página 33 Referências Bibliográficas
3
ÍNDICE
Como devo alimentar o meu filho
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
4
Como devo alimentar o meu filho?
Comer 3 refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar) e 2 ou 3 lanches ao
longo do dia, para que sejam satisfeitas as suas necessidades de energia e nutrientes
para um crescimento saudável1;
Iniciar o almoço e o jantar com sopa, uma vez que a criança se sentirá satisfeita com
menos quantidade de alimentos no prato principal;
Comer fruta e hortícolas frescos todos os dias, uma vez
que estes são ricos em vitaminas e minerais2;
Variar entre carne e peixe2;
Consumir regularmente leguminosas2;
Incluir lacticínios na alimentação diária2;
Consumir cereais e seus derivados diariamente2;
O seu filho deve
Comodevoalimentaromeufilho
O seu filho deve
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
5
Reduzir o consumo de alimentos açucarados, ricos em gordura
e de baixo valor nutricional, uma vez que estes têm uma valor
energético elevado e são pobres em micronutrientes,
contribuindo em grande escala para o aumento da ingestão das
calorias diárias e, consequentemente, do peso corporal2,3;
Beber água ao longo do dia, já que esta é essencial para todas as
funções do organismo e para a manutenção da vida2;
Comer sempre a horas certas e não petiscar antes das refeições,
uma vez que se mantiver uma rotina alimentar a fome do seu
filho vai-se adaptar ao horário estabelecido1,8;
Iniciar a ingestão de sal e açúcar o mais tarde possível no seu
crescimento, e forma a não criar habituação da criança a estes
sabores;
O seu filho deve
Comodevoalimentaromeufilho
O seu filho deve
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
6
Este é um grande mito da nutrição. A redução das gorduras da dieta por si só NÃO irá ajudar o
seu filho a ser magro e saudável15.
Existem diversos tipos de gordura, sendo a mais saudável aquela presente no azeite, peixe
gordo , frutos secos (por exemplo: nozes, avelãs, amêndoas, etc.) e algumas margarinas para
barrar15.
A gordura deve ser consumida com moderação para não causar obesidade e outras doenças,
mas não deve ser eliminada da alimentação, já que tem diversos efeitos benéficos na saúde,
como por exemplo15:
• Contribuir para o correcto crescimento e desenvolvimento de crianças de
adolescentes;
• Ser a principal fonte de algumas vitaminas (A, D, E e K);
• Melhorar o funcionamento da vesícula biliar e melhoram o trânsito intestinal;
• Ter uma grande capacidade de reduzir o apetite.
A gordura é uma parte essencial de uma alimentação saudável!
Se o meu filho fizer uma alimentação pobre em gorduras será magro e
saudável?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
7
A alimentação vegetariana é saudável para
o meu filho
SIM! Uma alimentação vegetariana ou vegan, quando bem planeada e completa é adequada em
qualquer fase da vida, desde o nascimento até à idade adulta, incluindo a gravidez e lactação.
Este tipo de alimentação é capaz de fornecer todos os nutrientes que o seu filho precisa para
crescer saudável.
Mas atenção, deve pedir ajuda a um Nutricionista para planear da melhor forma a alimentação
do seu filho, garantindo que nenhum nutriente é “deixado de fora”. Nutrientes como o cálcio,
ferro, vitamina B12, vitamina D e zinco devem ser especialmente bem quantificados. No caso da
alimentação vegan deverá ter especial atenção à carência em vitamina B12. 13
A alimentação vegetariana é saudável para o meu filho?
Devem fazer parte de uma alimentação vegetariana:
• Cereais integrais
• Frutos, hortícolas e leguminosas
• Frutos secos
• Soja
• Óleos e margarinas para barrar vegetais
• Água
• Exposição solar diária, porque estimula a
produção de vitamina D
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
8
Como iniciar a alimentação familiar
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
9
Até aos 6 meses , o alimento do seu filho deve ser exclusivamente o leite materno;
A partir dos seis meses de vida, a criança deve passar a receber alimentos complementares;
A introdução de novos alimentos deve ser feita cuidadosamente, de uma forma gradual e
baseada no crescimento do seu filho. Respeite o desenvolvimento das suas capacidades.
Evite alimentos que possam causar sufocação, tais como alimentos muitos pequenos ou em pó,
tipo farofa;
A introdução do açúcar e do sal deve ser evitada;
Só deve ser dado á criança um alimento de cada vez e ser introduzido um único
tipo de alimento a cada 2 a 7 dias14.
Como devo incluir a alimentação familiar na
alimentação do meu filho
•Purés,
•Alimentos
esmagados e
semi-sólidos.
6
meses
Pedaços de
alimentos
que se
comam com
as mãos.
8
meses
Tipo de
alimentos
iguais ao da
família
12
meses
Como devo incluir a alimentação familiar na alimentação do meu filho?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
10
Como fazer o meu filho deixar o biberão
• Para tornar mais fácil o abandono do biberão, comece por
oferecer ao seu filho um copo com duas pegas, permitindo
que o segure com maior facilidade;
• O copo deve também conter desenhos/bonecos que ele mais
goste ou desenhos que se mexam;
• O copo deverá ser inquebrável;
• Poderá ainda oferecer-lhe o biberão, mas dilua o leite com
água, tornando-o menos saboroso e levando à rejeição do
biberão.
Caso a mãe tenha possibilidade de amamentar e o deseje fazer, tanto o uso do
biberão como a chupeta nunca deve ser fomentado.
Como fazer o meu filho deixar o biberão?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
11
Os dentes começam a surgir por volta dos 6 meses de idade, no entanto existem casos
em que estes surgem apenas alguns meses depois. Isso não representa necessariamente
um problema, pois a criança pode começar a comer alguns alimentos para além do leite,
papas ou purés, mesmo antes dos dentes surgirem, visto que para alimentos de
mastigação fácil a criança utiliza as gengivas16.
A introdução de alimentos como pedacinhos de pão ou de bolacha, por
exemplo, poderá surgir após os 6 meses de idade, pois é nesta altura que
os nervos e os músculos da boca começam a desenvolver-se o suficiente
para a criança poder morder e mastigar16.
As crianças devem comer tudo passado enquanto
não tiverem dentes
Antes dos 4 meses de idade não é aconselhado introduzir
alimentos sólidos pois as crianças ainda não controlam o
movimento da sua língua, empurrando assim a comida para
fora16.
As crianças devem comer tudo passado enquanto não tiverem dentes?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
12
Como devo organizar o dia alimentar do meu filho
Pequeno-
almoço
Lanche
da
manhã
Almoço
Lanche
da tarde
Jantar
Ceia
6
refeições
por dia
Como devo organizar o dia alimentar do meu filho?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
13
Jantar muito tarde provoca sono agitado
Durante o sono o nosso corpo precisa descansar, incluindo o sistema digestivo e, se o seu
filho jantar muito tarde, provavelmente irá deitar-se logo a seguir, não esperando que o
processo de digestão ocorra. Ir dormir enquanto a digestão está a processar,
principalmente uma digestão "pesada", pode assim provocar sono agitado na criança.
Sim, existe grande probabilidade de isso acontecer,
sobretudo se a refeição for pesada e rica em
gordura.15 O ideal será alimentar o seu filho mais
cedo, deixando um período de tempo entre a refeição
e a hora de ir dormir.
Caso lhe seja impossível servir o jantar mais cedo, opte por
uma refeição com baixo teor de gordura, como fruta ou
produtos hortícolas.
Jantar muito tarde provoca sono agitado?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
14
A ceia é fundamental na alimentação do meu filho
Após o nascimento, o seu filho demora alguns meses até
adquirir um horário de refeições semelhante ao dos
adultos. Enquanto a criança se alimenta exclusivamente
de leite, esta come de três em três ou de quatro
em quatro horas, não sendo adequado falar de ceia pois
não existem horários certos para as refeições.
A partir dos seis meses, quando se começa a introduzir a alimentação diversificada, a ceia
apenas deve ser dada se o seu filho a pedir e se já se tiverem passado algumas horas do
jantar. Contudo, se o seu filho estiver a dormir, não deve ser acordado de propósito para
que possa comer alguma coisa.
A ceia é fundamental na alimentação do meu filho?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
15
Como lidar com a recusa alimentar
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
16
Ofereça o alimento à criança e avalie a sua reacção, de forma a saber se a criança gosta ou
não do alimento. O gosto do pai e da mãe não devem influenciar a criança, devendo os pais
insistir com a ingestão de alimentos mesmo que não sejam da sua preferência;
Após recusa, não deve insistir de imediato, já que irá criar um ambiente negativo que vai
tornar a aceitação do alimento mais difícil. Contudo, a criança não deverá ter outra
alternativa de consumo para não se habituar a ter sempre opção quando a comida não lhe
agrada e para não ver esses alimentos como uma compensação;
Como lidar com a recusa alimentar
Prepare o mesmo alimento noutra ocasião e de forma diferente,
associado a sabores que a criança goste, para aumentar a
aceitação;
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
17
Como lidar com a recusa alimentar
Procure sempre novas formas de preparação e apresentação do
alimento, para o tornar mais atractivo;
Se ainda assim a criança não aceitar o alimento, faça novas
tentativas espaçadas no tempo; serão necessárias cerca de 10 a 15
tentativas para que a criança se adapte ao novo sabor;
Crianças dos 3 aos 5 anos são neofóbicas (medo do novo) para os
alimentos, contudo a exposição continuada ao alimento irá
aumentar a preferência da criança.
No entanto, tenha em conta que o seu filho pode não gostar mesmo
do alimento, e nesse caso é importante substituí-lo por algum do
mesmo grupo;
Como lidar com a recusa alimentarComo lidar com a recusa alimentar
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
18
Como lidar com a recusa alimentar
Não use alimentos como recompensa, por exemplo “Se comeres a sopa, podes comer
um gelado.”, isto porque a criança irá começar a gostar mais do alimento recompensa
do que aquele que estaria a tentar estimular o consumo7. Por exemplo: Se não gosta de
sopa passa para o prato, se não gosta do prato passa para a fruta, se não gosta da
fruta, não deverá comer nada até à refeição seguinte!
Não estimule o consumo de alimentos através da oferta de brinquedos ou actividades
que a criança goste, nem batendo no seu filho ou zangando-se com ele.
O gosto da criança por um alimento pode variar de dia para dia conforme o apetite. Se
a criança for saudável e tiver um crescimento normal, não deve valorizar demasiado as
ocasionais recusas alimentares.6
Consuma os alimentos que quer que o seu filho coma; as crianças começam a gostar de
novos alimentos por verem outras pessoas comê-los e apreciá-los.12
Como lidar com a recusa alimentar
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
19
Como lidar com a recusa alimentar
Deve ter em atenção a quantidade de alimento que dá aos seus filhos. Eles não comem
tanto como um adulto. “Servir à criança menos do que é esperado ou desejado pelos
pais ajuda a criança a comer com sucesso e alegria.”9
Se o seu filho disser que está cheio e não quiser comer, deve tirar o seu prato da mesa
sem comentários, uma vez que se insistir para que coma poderá fazer com que a
criança não saiba distinguir a sensação de “estar cheio” com a de “ter fome”8,9;
Garanta que o ambiente de refeição é agradável para que esta seja associada a um
momento agradável. A criança não deve ser distraída por brinquedos, televisão ou
outras brincadeiras6,8;
As refeições devem ser feitas em família sempre que for possível. Os familiares deverão
evitar comentários negativos acerca dos alimentos, servindo como um modelo que a
criança irá seguir6,8.
Como lidar com a recusa alimentar
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
20
Como lidar com as birras alimentares
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
21
Como lidar com birras alimentares
Tente explicar ao seu filho que a alimentação é importante para crescer forte e saudável.
Pode usar a figura de um desenho animado ou herói que ele goste e dizer que a
personagem é forte e joga bem futebol porque come sopa, por exemplo. No caso das
meninas poderá ser mais estimulante referir que ficarão com os cabelos e olhos mais
bonitos, por exemplo;
Como lidar com as birras alimentares
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
22
Como lidar com birras alimentares
Dê as refeições ao seu filho sempre a horas certas e tente com que
ele não petisque pouco tempo antes, uma vez que esse gesto irá
diminuir o seu apetite;
Não force a criança a comer, nem lhe faça sempre a vontade,
descubra um equilíbrio9;
A primeira vez que houver uma birra não dê muita importância e
deixe a criança fazer o que quer;
Se a situação se prolongar, seja mais assertivo e não ceda às vontades
do seu filho.
Tente dar nomes sugestivos aos pratos como por exemplo: Arroz de
Peixe à CR7.
Como lidar com as birras alimentares
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
23
O que fazer se o meu filho quiser comer demais
À partida, se as refeições forem feitas a horas certas, a criança não sentirá fome excessiva nas
refeições principais;
As refeições principais devem iniciar-se com um prato de sopa e, se necessário antes desta, a peça
de fruta;
No almoço e jantar não coloque as panelas na mesa, sirva os pratos com a quantidade adequada
para cada pessoa e coloque-os na mesa;
Utilize pratos pequenos, uma vez que dará a sensação à criança que come mais do que realmente
comeu;
Explique ao seu filho que a quantidade de comida deve
ser adaptada à idade e tamanho de cada pessoa6,8;
Comer mais do que a quantidade adequada para a
idade poderá trazer problemas de saúde no futuro do
seu filho6.
Como lidar com as birras alimentares
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
24
Como devo estimular o consumo de certos
alimentos
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
25
Como ensinar a gostar de sopa
Tenha em atenção o aspecto, cor e textura da sopa;
Comece por dar sopa passada, mas apenas com 2 ou 3 legumes de base;
Introduza os hortícolas inteiros de forma gradual e cortados em tamanhos pequenos;
Não abuse na variedade de hortícolas numa mesma sopa, para não confundir sabores;
Varie os hortícolas usados de sopa para sopa, uma vez que altera o sabor da mesma e
poderá melhorar a aceitação;
Explique ao seu filho os benefícios do consumo de sopa: confere
protecção contra a obesidade e os impede de jogar e brincar sem
esforço e de ser alvo de “chacota” na escola10.
Como ensinar a gostar de sopa?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
26
Como ajudar o meu filho a comer peixe
Dê o peixe à criança já sem peles e espinhas6.
Gradualmente, o peixe sem espinhas deve ser substituído
ou intercalado com peixe com espinhas;
Decore o prato de forma apelativa e divertida, usando
outros alimentos, como por exemplo os hortícolas6, para
a construção de bonecos e formas no prato;
Varie o tipo de peixe2, de forma a dar a experimentar
diferentes sabores ao seu filho;
Alterne o método de confecção entre cozido, grelhado,
assado, ensopado, em massadas, caldeiradas, entre
outros;
Escolha um acompanhamento que a criança já aceite e
goste9.
Como ajudar o meu filho a comer peixe?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
27
O que devo fazer para o meu filho comer mais
hortícolas?
Acompanhe as refeições principais com hortícolas para que o seu filho se familiarize com
estes alimentos2;
Tenha em atenção a forma como tempera os hortícolas; experimente primeiro dá-los ao
natural, e só se a criança não gostar deverá adicionar ervas aromáticas ou molhos caseiros
com pouca gordura11;
Corte os hortícolas em pedaços pequenos, mais fáceis de mastigar6,8;
Jogue com a cor dos hortícolas, evitando servir, por exemplo,
saladas completamente verdes11;
Experimente novas formas de confecção, como pizas de
legumes, legumes salteados ou grelhados, saladas coloridas,
legumes incorporados em estufados e ensopados, entre
outras.
Os vegetais não podem ser substituídos por fruta!
Os dois alimentos são importantes numa alimentação
saudável.
O que devo fazer para o meu filho comer mais hortícolas?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
28
De que forma devo dar fruta ao meu filho
Privilegie o consumo de fruta fresca em peça11;
A fruta cozida e assada perde vitaminas e minerais importantes no processo de
confecção, pelo que deve sempre preferir a fruta fresca11;
Se o seu filho não aceita bem a fruta inteira, pode fazer saladas de fruta, espetadas de
fruta ou sumos naturais, feitos na hora de os consumir para preservar;
Não é obrigatório que o seu filho consuma a fruta com casca, contudo deve sempre dar-
lhe essa opção11. Deverá lavar cuidadosamente a fruta antes de servir;
Tenha em atenção que os sumos naturais devem ser
consumidos em quantidade moderada, uma vez que para fazer
uma grande quantidade de sumo são necessárias varias peças
de fruta, o que aumenta a quantidade de alimento
consumida6,11. Sugestão: O sumo de fruta deve ser feito apenas
com uma peça de fruta e, se for necessário aumentar o volume,
diluí-lo com água.
De que forma devo dar fruta ao meu filho?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
29
Que alimentos devo permitir e restringir
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
30
Quando devo permitir doces e guloseimas
Se o seu filho mantiver uma alimentação saudável, os doces e guloseimas são permitidos em
dias especiais;
Nestas ocasiões, prefira bolos e snacks caseiros em vez dos embalados ou confeccionados
com grandes quantidades de açúcar e gordura de má qualidade. Nos bolos e doces caseiros
poderá controlar os ingredientes que adiciona e escolher os mais adequados;
Tenha em atenção que, mesmo em dias de festa, o seu filho não deve exagerar na ingestão
destes alimentos;
Em dias especiais deve continuar a dar às crianças alimentos saudáveis. Por
exemplo, numa festa de anos faça pequenas espetadas de fruta ou tacinhas
com bagos de uvas, gomos de tangerina, amoras ou sobremesas e coloque-
as junto com os doces. A criança começará a associar a fruta a um momento
divertido.
Note também que os doces e guloseimas não devem ser usados como
recompensa, uma vez que isso lhes confere um estatuto superior ao dos
outros alimentos, tornando-os mais preferidos pelas crianças4.
Quando devo permitir doces e guloseimas?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
31
Que bebidas posso dar ao meu filho
A bebida ideal para o dia-a-dia é, sem dúvida a água, porque nos hidrata e não tem
calorias, logo não aumenta a quantidade de energia ingerida8, , nem predispõe para a
obesidade;
Pode também optar por chás ou infusões de ervas (com excepção dos que contêm
cafeína, como o chá verde e preto) e água aromatizada com limão, tangerina ou outra
fruta;
Os sumos naturais e néctares 100% fruta poderão ser uma opção
esporádica para dias de festa;
Elimine da alimentação do seu filho refrigerantes com gás, bebidas
açucaradas, bebidas alcoólicas, café e outras bebidas com cafeína6.
O consumo de refrigerantes, mesmo que seja “só de vez em quando”,
contribui para o desenvolvimento de obesidade e médio e longo
prazo porque tem uma grande quantidade de açúcar.
Que bebidas posso dar ao meu filho?
AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt
32
Referências Bibliográficas
1. Ministry of Health. 2010. Food and Nutrition Guidelines for Healthy Children and Young People (Aged 2–18 Years): A background paper:
Draft for Consultation. Wellington: Ministry of Health.
2. Franchini B, Rodrigues S, Graça P, de Almeida MDV. A nova roda dos alimentos: um guia para a escolha alimentar diária. Nutrícias.
2004; (4):55-56.
3. Rodrigues, S., Franchini, B., Graça, P., Almeida, M. D. V.; A new food guide for the portguese population. Journal of Nutrition
Education and Behaviour. 2006; 38: 189-195.
4. Food and Nutrition Guidelines for healthy children aged 2-12 years: A background paper. MINISTRY OF HEALTH MANATU HAUORA.
2nd edition. 1997. Nova Zelândia.
5. Plinner P, Loewen R.; Temperament and food neophobia in children and their mothers. Appetite. 1997; 28:239-54.
6. Accioly.; Saunders; Lacerda. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2ª edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2009.
7. Horne P, Lowe C, Fleming P et al. 1995. An effective procedure for changing food preferences in 5Ð7-year-old children. Proc Nutr
Soc NZ 54: 441-52..
8. Mahan, L. Kathleen; Escott-Stump, Sylvia. Krause – Alimentos, nutrição e Dietoterapia. Saunders Elsevier. 12ª edição. 2008.
9. Ramos, M., Stein, L. M.. Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. Jornal de Pediatria. 2000. Supl 3
10. Peres, Emílio. O pão, o comer e o saber comer… Para melhor viver. Confraria do Pão. Alentejo. 2004.
11. Candeias, V., Nunes, E., Morais, C., Cabral, M., Silva, P. R.; Frutos, legumes e hortaliças – Princípios para uma Alimentação Saudável.
Direcção Geral da Saúde. Lisboa. 2005.
12. American Dietetic Association – No more food fights. Consultado a 20/7/2012 e disponível em:
http://www.eatright.org/Public/content.aspx?id=6752
13. Position of the American Dietetic Association: Vegetarian Diets. Journal of the American Dietetic Association. 109 (7): 1266-1282.
2009.
14. Guiding Principles for Complementary Feeding of the Brestfed Child. Pan American Health Organnization. World Health
Organization. 2003.
15. Candeias, V., Nunes, E., Morais, C., Cabral, M., Silva, P. R.; Gorduras – Princípios para uma Alimentação Saudável. Direcção Geral da
Saúde. Lisboa. 2005.
16. Department of Nutrition for Health and Development – World Health Organization. Complementary feeding – Family foods for
breastfed children. Consultado a 24/7/2012 e disponível em:
17. http://whqlibdoc.who.int/hq/2000/WHO_NHD_00.1.pdf
Referências Bibliográficas
33
É importante que compreenda o seu filho. Tente perceber e respeitar os seus
momentos de saciedade e de fome e adeque a alimentação a esses parâmetros,
bem como à rotina familiar.
Siga sempre as instruções da Roda dos Alimentos para uma alimentação
saudável, ou seja, equilibrada, variada e completa.
Um conselho da Associação
Portuguesa dos Nutricionistas!
Associação Portuguesa dos Nutricionistas
Rua João das Regras, nº 284 R/C3,
4000-291 Porto
Tel.: 222085981; Fax: 222085145
www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt
34

Weitere ähnliche Inhalte

Kürzlich hochgeladen

Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Centro Jacques Delors
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfEditoraEnovus
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumAugusto Costa
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasRosalina Simão Nunes
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBAline Santana
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.silves15
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasillucasp132400
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresLilianPiola
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfManuais Formação
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalJacqueline Cerqueira
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxkarinedarozabatista
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxKtiaOliveira68
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManuais Formação
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERDeiciane Chaves
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaJúlio Sandes
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumPatrícia de Sá Freire, PhD. Eng.
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 1 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptxSlides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
Slides Lição 03, Central Gospel, O Arrebatamento, 1Tr24.pptx
 
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
Apresentação | Eleições Europeias 2024-2029
 
Bullying, sai pra lá
Bullying,  sai pra láBullying,  sai pra lá
Bullying, sai pra lá
 
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdfSimulado 2 Etapa  - 2024 Proximo Passo.pdf
Simulado 2 Etapa - 2024 Proximo Passo.pdf
 
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - CartumGÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
GÊNERO TEXTUAL - TIRINHAS - Charges - Cartum
 
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicasCenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
Cenários de Aprendizagem - Estratégia para implementação de práticas pedagógicas
 
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASBCRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
CRÔNICAS DE UMA TURMA - TURMA DE 9ºANO - EASB
 
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
A horta do Senhor Lobo que protege a sua horta.
 
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA      -
XI OLIMPÍADAS DA LÍNGUA PORTUGUESA -
 
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 BrasilGoverno Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
Governo Provisório Era Vargas 1930-1934 Brasil
 
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolaresALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
ALMANANHE DE BRINCADEIRAS - 500 atividades escolares
 
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdfUFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
UFCD_10392_Intervenção em populações de risco_índice .pdf
 
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem OrganizacionalGerenciando a Aprendizagem Organizacional
Gerenciando a Aprendizagem Organizacional
 
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptxAD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
AD2 DIDÁTICA.KARINEROZA.SHAYANNE.BINC.ROBERTA.pptx
 
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptxOrações subordinadas substantivas (andamento).pptx
Orações subordinadas substantivas (andamento).pptx
 
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envioManual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
Manual da CPSA_1_Agir com Autonomia para envio
 
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VERELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
ELETIVA TEXTOS MULTIMODAIS LINGUAGEM VER
 
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma AntigaANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
ANTIGUIDADE CLÁSSICA - Grécia e Roma Antiga
 
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comumUniversidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
Universidade Empreendedora como uma Plataforma para o Bem comum
 

Empfohlen

How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthThinkNow
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfmarketingartwork
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024Neil Kimberley
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)contently
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024Albert Qian
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsKurio // The Social Media Age(ncy)
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Search Engine Journal
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summarySpeakerHub
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Tessa Mero
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentLily Ray
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best PracticesVit Horky
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementMindGenius
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...RachelPearson36
 
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Applitools
 
12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at Work12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at WorkGetSmarter
 

Empfohlen (20)

How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental HealthHow Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
How Race, Age and Gender Shape Attitudes Towards Mental Health
 
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdfAI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
AI Trends in Creative Operations 2024 by Artwork Flow.pdf
 
Skeleton Culture Code
Skeleton Culture CodeSkeleton Culture Code
Skeleton Culture Code
 
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
PEPSICO Presentation to CAGNY Conference Feb 2024
 
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
Content Methodology: A Best Practices Report (Webinar)
 
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
How to Prepare For a Successful Job Search for 2024
 
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie InsightsSocial Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
Social Media Marketing Trends 2024 // The Global Indie Insights
 
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
Trends In Paid Search: Navigating The Digital Landscape In 2024
 
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
5 Public speaking tips from TED - Visualized summary
 
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
ChatGPT and the Future of Work - Clark Boyd
 
Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next Getting into the tech field. what next
Getting into the tech field. what next
 
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search IntentGoogle's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
Google's Just Not That Into You: Understanding Core Updates & Search Intent
 
How to have difficult conversations
How to have difficult conversations How to have difficult conversations
How to have difficult conversations
 
Introduction to Data Science
Introduction to Data ScienceIntroduction to Data Science
Introduction to Data Science
 
Time Management & Productivity - Best Practices
Time Management & Productivity -  Best PracticesTime Management & Productivity -  Best Practices
Time Management & Productivity - Best Practices
 
The six step guide to practical project management
The six step guide to practical project managementThe six step guide to practical project management
The six step guide to practical project management
 
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
Beginners Guide to TikTok for Search - Rachel Pearson - We are Tilt __ Bright...
 
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
Unlocking the Power of ChatGPT and AI in Testing - A Real-World Look, present...
 
12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at Work12 Ways to Increase Your Influence at Work
12 Ways to Increase Your Influence at Work
 
ChatGPT webinar slides
ChatGPT webinar slidesChatGPT webinar slides
ChatGPT webinar slides
 

Dúvidas, Problemas e Dificuldades na alimentação para Crianças

  • 1. Dúvidas, Problemas e Dificuldades na alimentação do seu filho: encontre algumas soluções!
  • 2. Tem dúvidas na alimentação do seu filho? No dia-a-dia encontra obstáculos difíceis de ultrapassar? O seu filho recusa algum alimento importante? A Associação Portuguesa dos Nutricionistas esclarece essas e outras dúvidas neste e-book especialmente dirigido aos pais e encarregados de educação. Porque a saúde das nossas crianças está sempre em primeiro lugar! Título: Dúvidas, Problemas e Dificuldades na alimentação do seu filho Direcção Editorial: Helena Ávila M. Concepção: Cristiana Gonçalves, Delphine Dias, Marta Ferreira, Raquel Esteves Corpo redactorial: Cristiana Gonçalves, Marta Ferreira, Raquel Esteves Produção gráfica: Cristiana Gonçalves, Delphine Dias, Marta Ferreira, Raquel Esteves Propriedade: Associação Portuguesa dos Nutricionistas Redacção: Associação Portuguesa dos Nutricionistas Revisão: Paula Veloso (Comissão de Especialidade para a Nutrição Clínica da Associação Portuguesa dos Nutricionistas), Marisa Oliveira (Divisão de Acção Social e Educação do Município de Vale de Cambra) ISBN:978-989-8631-01-5 Janeiro de 2013 © APN 2 FICHA TÉCNICA
  • 3. Página 4 Como devo alimentar o meu filho Página 9 Como iniciar a alimentação familiar Página 16 Como lidar com a recusa alimentar Página 21 Como lidar com as birras alimentares Página 25 Como devo estimular o consumo de certos alimentos Página 30 Que alimentos devo permitir e restringir Página 33 Referências Bibliográficas 3 ÍNDICE
  • 4. Como devo alimentar o meu filho AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 4
  • 5. Como devo alimentar o meu filho? Comer 3 refeições principais (pequeno-almoço, almoço e jantar) e 2 ou 3 lanches ao longo do dia, para que sejam satisfeitas as suas necessidades de energia e nutrientes para um crescimento saudável1; Iniciar o almoço e o jantar com sopa, uma vez que a criança se sentirá satisfeita com menos quantidade de alimentos no prato principal; Comer fruta e hortícolas frescos todos os dias, uma vez que estes são ricos em vitaminas e minerais2; Variar entre carne e peixe2; Consumir regularmente leguminosas2; Incluir lacticínios na alimentação diária2; Consumir cereais e seus derivados diariamente2; O seu filho deve Comodevoalimentaromeufilho O seu filho deve AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 5
  • 6. Reduzir o consumo de alimentos açucarados, ricos em gordura e de baixo valor nutricional, uma vez que estes têm uma valor energético elevado e são pobres em micronutrientes, contribuindo em grande escala para o aumento da ingestão das calorias diárias e, consequentemente, do peso corporal2,3; Beber água ao longo do dia, já que esta é essencial para todas as funções do organismo e para a manutenção da vida2; Comer sempre a horas certas e não petiscar antes das refeições, uma vez que se mantiver uma rotina alimentar a fome do seu filho vai-se adaptar ao horário estabelecido1,8; Iniciar a ingestão de sal e açúcar o mais tarde possível no seu crescimento, e forma a não criar habituação da criança a estes sabores; O seu filho deve Comodevoalimentaromeufilho O seu filho deve AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 6
  • 7. Este é um grande mito da nutrição. A redução das gorduras da dieta por si só NÃO irá ajudar o seu filho a ser magro e saudável15. Existem diversos tipos de gordura, sendo a mais saudável aquela presente no azeite, peixe gordo , frutos secos (por exemplo: nozes, avelãs, amêndoas, etc.) e algumas margarinas para barrar15. A gordura deve ser consumida com moderação para não causar obesidade e outras doenças, mas não deve ser eliminada da alimentação, já que tem diversos efeitos benéficos na saúde, como por exemplo15: • Contribuir para o correcto crescimento e desenvolvimento de crianças de adolescentes; • Ser a principal fonte de algumas vitaminas (A, D, E e K); • Melhorar o funcionamento da vesícula biliar e melhoram o trânsito intestinal; • Ter uma grande capacidade de reduzir o apetite. A gordura é uma parte essencial de uma alimentação saudável! Se o meu filho fizer uma alimentação pobre em gorduras será magro e saudável? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 7
  • 8. A alimentação vegetariana é saudável para o meu filho SIM! Uma alimentação vegetariana ou vegan, quando bem planeada e completa é adequada em qualquer fase da vida, desde o nascimento até à idade adulta, incluindo a gravidez e lactação. Este tipo de alimentação é capaz de fornecer todos os nutrientes que o seu filho precisa para crescer saudável. Mas atenção, deve pedir ajuda a um Nutricionista para planear da melhor forma a alimentação do seu filho, garantindo que nenhum nutriente é “deixado de fora”. Nutrientes como o cálcio, ferro, vitamina B12, vitamina D e zinco devem ser especialmente bem quantificados. No caso da alimentação vegan deverá ter especial atenção à carência em vitamina B12. 13 A alimentação vegetariana é saudável para o meu filho? Devem fazer parte de uma alimentação vegetariana: • Cereais integrais • Frutos, hortícolas e leguminosas • Frutos secos • Soja • Óleos e margarinas para barrar vegetais • Água • Exposição solar diária, porque estimula a produção de vitamina D AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 8
  • 9. Como iniciar a alimentação familiar AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 9
  • 10. Até aos 6 meses , o alimento do seu filho deve ser exclusivamente o leite materno; A partir dos seis meses de vida, a criança deve passar a receber alimentos complementares; A introdução de novos alimentos deve ser feita cuidadosamente, de uma forma gradual e baseada no crescimento do seu filho. Respeite o desenvolvimento das suas capacidades. Evite alimentos que possam causar sufocação, tais como alimentos muitos pequenos ou em pó, tipo farofa; A introdução do açúcar e do sal deve ser evitada; Só deve ser dado á criança um alimento de cada vez e ser introduzido um único tipo de alimento a cada 2 a 7 dias14. Como devo incluir a alimentação familiar na alimentação do meu filho •Purés, •Alimentos esmagados e semi-sólidos. 6 meses Pedaços de alimentos que se comam com as mãos. 8 meses Tipo de alimentos iguais ao da família 12 meses Como devo incluir a alimentação familiar na alimentação do meu filho? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 10
  • 11. Como fazer o meu filho deixar o biberão • Para tornar mais fácil o abandono do biberão, comece por oferecer ao seu filho um copo com duas pegas, permitindo que o segure com maior facilidade; • O copo deve também conter desenhos/bonecos que ele mais goste ou desenhos que se mexam; • O copo deverá ser inquebrável; • Poderá ainda oferecer-lhe o biberão, mas dilua o leite com água, tornando-o menos saboroso e levando à rejeição do biberão. Caso a mãe tenha possibilidade de amamentar e o deseje fazer, tanto o uso do biberão como a chupeta nunca deve ser fomentado. Como fazer o meu filho deixar o biberão? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 11
  • 12. Os dentes começam a surgir por volta dos 6 meses de idade, no entanto existem casos em que estes surgem apenas alguns meses depois. Isso não representa necessariamente um problema, pois a criança pode começar a comer alguns alimentos para além do leite, papas ou purés, mesmo antes dos dentes surgirem, visto que para alimentos de mastigação fácil a criança utiliza as gengivas16. A introdução de alimentos como pedacinhos de pão ou de bolacha, por exemplo, poderá surgir após os 6 meses de idade, pois é nesta altura que os nervos e os músculos da boca começam a desenvolver-se o suficiente para a criança poder morder e mastigar16. As crianças devem comer tudo passado enquanto não tiverem dentes Antes dos 4 meses de idade não é aconselhado introduzir alimentos sólidos pois as crianças ainda não controlam o movimento da sua língua, empurrando assim a comida para fora16. As crianças devem comer tudo passado enquanto não tiverem dentes? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 12
  • 13. Como devo organizar o dia alimentar do meu filho Pequeno- almoço Lanche da manhã Almoço Lanche da tarde Jantar Ceia 6 refeições por dia Como devo organizar o dia alimentar do meu filho? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 13
  • 14. Jantar muito tarde provoca sono agitado Durante o sono o nosso corpo precisa descansar, incluindo o sistema digestivo e, se o seu filho jantar muito tarde, provavelmente irá deitar-se logo a seguir, não esperando que o processo de digestão ocorra. Ir dormir enquanto a digestão está a processar, principalmente uma digestão "pesada", pode assim provocar sono agitado na criança. Sim, existe grande probabilidade de isso acontecer, sobretudo se a refeição for pesada e rica em gordura.15 O ideal será alimentar o seu filho mais cedo, deixando um período de tempo entre a refeição e a hora de ir dormir. Caso lhe seja impossível servir o jantar mais cedo, opte por uma refeição com baixo teor de gordura, como fruta ou produtos hortícolas. Jantar muito tarde provoca sono agitado? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 14
  • 15. A ceia é fundamental na alimentação do meu filho Após o nascimento, o seu filho demora alguns meses até adquirir um horário de refeições semelhante ao dos adultos. Enquanto a criança se alimenta exclusivamente de leite, esta come de três em três ou de quatro em quatro horas, não sendo adequado falar de ceia pois não existem horários certos para as refeições. A partir dos seis meses, quando se começa a introduzir a alimentação diversificada, a ceia apenas deve ser dada se o seu filho a pedir e se já se tiverem passado algumas horas do jantar. Contudo, se o seu filho estiver a dormir, não deve ser acordado de propósito para que possa comer alguma coisa. A ceia é fundamental na alimentação do meu filho? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 15
  • 16. Como lidar com a recusa alimentar AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 16
  • 17. Ofereça o alimento à criança e avalie a sua reacção, de forma a saber se a criança gosta ou não do alimento. O gosto do pai e da mãe não devem influenciar a criança, devendo os pais insistir com a ingestão de alimentos mesmo que não sejam da sua preferência; Após recusa, não deve insistir de imediato, já que irá criar um ambiente negativo que vai tornar a aceitação do alimento mais difícil. Contudo, a criança não deverá ter outra alternativa de consumo para não se habituar a ter sempre opção quando a comida não lhe agrada e para não ver esses alimentos como uma compensação; Como lidar com a recusa alimentar Prepare o mesmo alimento noutra ocasião e de forma diferente, associado a sabores que a criança goste, para aumentar a aceitação; AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 17
  • 18. Como lidar com a recusa alimentar Procure sempre novas formas de preparação e apresentação do alimento, para o tornar mais atractivo; Se ainda assim a criança não aceitar o alimento, faça novas tentativas espaçadas no tempo; serão necessárias cerca de 10 a 15 tentativas para que a criança se adapte ao novo sabor; Crianças dos 3 aos 5 anos são neofóbicas (medo do novo) para os alimentos, contudo a exposição continuada ao alimento irá aumentar a preferência da criança. No entanto, tenha em conta que o seu filho pode não gostar mesmo do alimento, e nesse caso é importante substituí-lo por algum do mesmo grupo; Como lidar com a recusa alimentarComo lidar com a recusa alimentar AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 18
  • 19. Como lidar com a recusa alimentar Não use alimentos como recompensa, por exemplo “Se comeres a sopa, podes comer um gelado.”, isto porque a criança irá começar a gostar mais do alimento recompensa do que aquele que estaria a tentar estimular o consumo7. Por exemplo: Se não gosta de sopa passa para o prato, se não gosta do prato passa para a fruta, se não gosta da fruta, não deverá comer nada até à refeição seguinte! Não estimule o consumo de alimentos através da oferta de brinquedos ou actividades que a criança goste, nem batendo no seu filho ou zangando-se com ele. O gosto da criança por um alimento pode variar de dia para dia conforme o apetite. Se a criança for saudável e tiver um crescimento normal, não deve valorizar demasiado as ocasionais recusas alimentares.6 Consuma os alimentos que quer que o seu filho coma; as crianças começam a gostar de novos alimentos por verem outras pessoas comê-los e apreciá-los.12 Como lidar com a recusa alimentar AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 19
  • 20. Como lidar com a recusa alimentar Deve ter em atenção a quantidade de alimento que dá aos seus filhos. Eles não comem tanto como um adulto. “Servir à criança menos do que é esperado ou desejado pelos pais ajuda a criança a comer com sucesso e alegria.”9 Se o seu filho disser que está cheio e não quiser comer, deve tirar o seu prato da mesa sem comentários, uma vez que se insistir para que coma poderá fazer com que a criança não saiba distinguir a sensação de “estar cheio” com a de “ter fome”8,9; Garanta que o ambiente de refeição é agradável para que esta seja associada a um momento agradável. A criança não deve ser distraída por brinquedos, televisão ou outras brincadeiras6,8; As refeições devem ser feitas em família sempre que for possível. Os familiares deverão evitar comentários negativos acerca dos alimentos, servindo como um modelo que a criança irá seguir6,8. Como lidar com a recusa alimentar AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 20
  • 21. Como lidar com as birras alimentares AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 21
  • 22. Como lidar com birras alimentares Tente explicar ao seu filho que a alimentação é importante para crescer forte e saudável. Pode usar a figura de um desenho animado ou herói que ele goste e dizer que a personagem é forte e joga bem futebol porque come sopa, por exemplo. No caso das meninas poderá ser mais estimulante referir que ficarão com os cabelos e olhos mais bonitos, por exemplo; Como lidar com as birras alimentares AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 22
  • 23. Como lidar com birras alimentares Dê as refeições ao seu filho sempre a horas certas e tente com que ele não petisque pouco tempo antes, uma vez que esse gesto irá diminuir o seu apetite; Não force a criança a comer, nem lhe faça sempre a vontade, descubra um equilíbrio9; A primeira vez que houver uma birra não dê muita importância e deixe a criança fazer o que quer; Se a situação se prolongar, seja mais assertivo e não ceda às vontades do seu filho. Tente dar nomes sugestivos aos pratos como por exemplo: Arroz de Peixe à CR7. Como lidar com as birras alimentares AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 23
  • 24. O que fazer se o meu filho quiser comer demais À partida, se as refeições forem feitas a horas certas, a criança não sentirá fome excessiva nas refeições principais; As refeições principais devem iniciar-se com um prato de sopa e, se necessário antes desta, a peça de fruta; No almoço e jantar não coloque as panelas na mesa, sirva os pratos com a quantidade adequada para cada pessoa e coloque-os na mesa; Utilize pratos pequenos, uma vez que dará a sensação à criança que come mais do que realmente comeu; Explique ao seu filho que a quantidade de comida deve ser adaptada à idade e tamanho de cada pessoa6,8; Comer mais do que a quantidade adequada para a idade poderá trazer problemas de saúde no futuro do seu filho6. Como lidar com as birras alimentares AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 24
  • 25. Como devo estimular o consumo de certos alimentos AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 25
  • 26. Como ensinar a gostar de sopa Tenha em atenção o aspecto, cor e textura da sopa; Comece por dar sopa passada, mas apenas com 2 ou 3 legumes de base; Introduza os hortícolas inteiros de forma gradual e cortados em tamanhos pequenos; Não abuse na variedade de hortícolas numa mesma sopa, para não confundir sabores; Varie os hortícolas usados de sopa para sopa, uma vez que altera o sabor da mesma e poderá melhorar a aceitação; Explique ao seu filho os benefícios do consumo de sopa: confere protecção contra a obesidade e os impede de jogar e brincar sem esforço e de ser alvo de “chacota” na escola10. Como ensinar a gostar de sopa? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 26
  • 27. Como ajudar o meu filho a comer peixe Dê o peixe à criança já sem peles e espinhas6. Gradualmente, o peixe sem espinhas deve ser substituído ou intercalado com peixe com espinhas; Decore o prato de forma apelativa e divertida, usando outros alimentos, como por exemplo os hortícolas6, para a construção de bonecos e formas no prato; Varie o tipo de peixe2, de forma a dar a experimentar diferentes sabores ao seu filho; Alterne o método de confecção entre cozido, grelhado, assado, ensopado, em massadas, caldeiradas, entre outros; Escolha um acompanhamento que a criança já aceite e goste9. Como ajudar o meu filho a comer peixe? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 27
  • 28. O que devo fazer para o meu filho comer mais hortícolas? Acompanhe as refeições principais com hortícolas para que o seu filho se familiarize com estes alimentos2; Tenha em atenção a forma como tempera os hortícolas; experimente primeiro dá-los ao natural, e só se a criança não gostar deverá adicionar ervas aromáticas ou molhos caseiros com pouca gordura11; Corte os hortícolas em pedaços pequenos, mais fáceis de mastigar6,8; Jogue com a cor dos hortícolas, evitando servir, por exemplo, saladas completamente verdes11; Experimente novas formas de confecção, como pizas de legumes, legumes salteados ou grelhados, saladas coloridas, legumes incorporados em estufados e ensopados, entre outras. Os vegetais não podem ser substituídos por fruta! Os dois alimentos são importantes numa alimentação saudável. O que devo fazer para o meu filho comer mais hortícolas? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 28
  • 29. De que forma devo dar fruta ao meu filho Privilegie o consumo de fruta fresca em peça11; A fruta cozida e assada perde vitaminas e minerais importantes no processo de confecção, pelo que deve sempre preferir a fruta fresca11; Se o seu filho não aceita bem a fruta inteira, pode fazer saladas de fruta, espetadas de fruta ou sumos naturais, feitos na hora de os consumir para preservar; Não é obrigatório que o seu filho consuma a fruta com casca, contudo deve sempre dar- lhe essa opção11. Deverá lavar cuidadosamente a fruta antes de servir; Tenha em atenção que os sumos naturais devem ser consumidos em quantidade moderada, uma vez que para fazer uma grande quantidade de sumo são necessárias varias peças de fruta, o que aumenta a quantidade de alimento consumida6,11. Sugestão: O sumo de fruta deve ser feito apenas com uma peça de fruta e, se for necessário aumentar o volume, diluí-lo com água. De que forma devo dar fruta ao meu filho? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 29
  • 30. Que alimentos devo permitir e restringir AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 30
  • 31. Quando devo permitir doces e guloseimas Se o seu filho mantiver uma alimentação saudável, os doces e guloseimas são permitidos em dias especiais; Nestas ocasiões, prefira bolos e snacks caseiros em vez dos embalados ou confeccionados com grandes quantidades de açúcar e gordura de má qualidade. Nos bolos e doces caseiros poderá controlar os ingredientes que adiciona e escolher os mais adequados; Tenha em atenção que, mesmo em dias de festa, o seu filho não deve exagerar na ingestão destes alimentos; Em dias especiais deve continuar a dar às crianças alimentos saudáveis. Por exemplo, numa festa de anos faça pequenas espetadas de fruta ou tacinhas com bagos de uvas, gomos de tangerina, amoras ou sobremesas e coloque- as junto com os doces. A criança começará a associar a fruta a um momento divertido. Note também que os doces e guloseimas não devem ser usados como recompensa, uma vez que isso lhes confere um estatuto superior ao dos outros alimentos, tornando-os mais preferidos pelas crianças4. Quando devo permitir doces e guloseimas? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 31
  • 32. Que bebidas posso dar ao meu filho A bebida ideal para o dia-a-dia é, sem dúvida a água, porque nos hidrata e não tem calorias, logo não aumenta a quantidade de energia ingerida8, , nem predispõe para a obesidade; Pode também optar por chás ou infusões de ervas (com excepção dos que contêm cafeína, como o chá verde e preto) e água aromatizada com limão, tangerina ou outra fruta; Os sumos naturais e néctares 100% fruta poderão ser uma opção esporádica para dias de festa; Elimine da alimentação do seu filho refrigerantes com gás, bebidas açucaradas, bebidas alcoólicas, café e outras bebidas com cafeína6. O consumo de refrigerantes, mesmo que seja “só de vez em quando”, contribui para o desenvolvimento de obesidade e médio e longo prazo porque tem uma grande quantidade de açúcar. Que bebidas posso dar ao meu filho? AssociaçãoPortuguesadosNutricionistas|www.apn.org.pt|geral@apn.org.pt 32
  • 33. Referências Bibliográficas 1. Ministry of Health. 2010. Food and Nutrition Guidelines for Healthy Children and Young People (Aged 2–18 Years): A background paper: Draft for Consultation. Wellington: Ministry of Health. 2. Franchini B, Rodrigues S, Graça P, de Almeida MDV. A nova roda dos alimentos: um guia para a escolha alimentar diária. Nutrícias. 2004; (4):55-56. 3. Rodrigues, S., Franchini, B., Graça, P., Almeida, M. D. V.; A new food guide for the portguese population. Journal of Nutrition Education and Behaviour. 2006; 38: 189-195. 4. Food and Nutrition Guidelines for healthy children aged 2-12 years: A background paper. MINISTRY OF HEALTH MANATU HAUORA. 2nd edition. 1997. Nova Zelândia. 5. Plinner P, Loewen R.; Temperament and food neophobia in children and their mothers. Appetite. 1997; 28:239-54. 6. Accioly.; Saunders; Lacerda. Nutrição em Obstetrícia e Pediatria. 2ª edição. Guanabara Koogan. Rio de Janeiro. 2009. 7. Horne P, Lowe C, Fleming P et al. 1995. An effective procedure for changing food preferences in 5Ð7-year-old children. Proc Nutr Soc NZ 54: 441-52.. 8. Mahan, L. Kathleen; Escott-Stump, Sylvia. Krause – Alimentos, nutrição e Dietoterapia. Saunders Elsevier. 12ª edição. 2008. 9. Ramos, M., Stein, L. M.. Desenvolvimento do comportamento alimentar infantil. Jornal de Pediatria. 2000. Supl 3 10. Peres, Emílio. O pão, o comer e o saber comer… Para melhor viver. Confraria do Pão. Alentejo. 2004. 11. Candeias, V., Nunes, E., Morais, C., Cabral, M., Silva, P. R.; Frutos, legumes e hortaliças – Princípios para uma Alimentação Saudável. Direcção Geral da Saúde. Lisboa. 2005. 12. American Dietetic Association – No more food fights. Consultado a 20/7/2012 e disponível em: http://www.eatright.org/Public/content.aspx?id=6752 13. Position of the American Dietetic Association: Vegetarian Diets. Journal of the American Dietetic Association. 109 (7): 1266-1282. 2009. 14. Guiding Principles for Complementary Feeding of the Brestfed Child. Pan American Health Organnization. World Health Organization. 2003. 15. Candeias, V., Nunes, E., Morais, C., Cabral, M., Silva, P. R.; Gorduras – Princípios para uma Alimentação Saudável. Direcção Geral da Saúde. Lisboa. 2005. 16. Department of Nutrition for Health and Development – World Health Organization. Complementary feeding – Family foods for breastfed children. Consultado a 24/7/2012 e disponível em: 17. http://whqlibdoc.who.int/hq/2000/WHO_NHD_00.1.pdf Referências Bibliográficas 33
  • 34. É importante que compreenda o seu filho. Tente perceber e respeitar os seus momentos de saciedade e de fome e adeque a alimentação a esses parâmetros, bem como à rotina familiar. Siga sempre as instruções da Roda dos Alimentos para uma alimentação saudável, ou seja, equilibrada, variada e completa. Um conselho da Associação Portuguesa dos Nutricionistas! Associação Portuguesa dos Nutricionistas Rua João das Regras, nº 284 R/C3, 4000-291 Porto Tel.: 222085981; Fax: 222085145 www.apn.org.pt | geral@apn.org.pt 34