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ATLASICAPUÍ- CE
Antonio Jeovah de Andrade Meireles
Ana Maria Ferreira dos Santos
Atlas de Icapuí
1ª Edição
Icapuí - CE
2012
Copyright 2012 Editora Fundação Brasil Cidadão
Editor responsável
João Bosco Priamo Carbogim
Coordenação geral do Projeto “De Olho na Água”
Maria Leinad Vasconcelos Carbogim
Autores
Antonio Jeovah de Andrade Meireles
Ana Maria Ferreira dos Santos
Projeto apoiado
CNPq
CAPES
Programa de Pós-graduação em Geografia da UFC
Laboratório de Geoprocessamento – (Labocart/UFC)
Laboratório de Planejamento Urbano e Regional (Lapur/UFC)
Conteúdo científico
UFC/Programa de Pós-graduação em Geografia
Projeto gráfico e direção de arte
Mauri de Sousa
Fotos
Antonio Jeovah de Andrade Meireles, Maurício Albano, Alexandre Longren, Acervo FBC
Apoio institucional
Petrobras
Apoio técnico
Promosell Comunicação
Colaboradores
Estação Ambiental Mangue Pequeno/Icapuí (Gestão do Banco de Dados e Atividades de Campo): Maria Aparecida
Alcântara, José de Arimatea da Silva, Adriano Pedro da Costa, Zenilde Pereira da Silva, Anderson Rodrigues de Oliveira,
José Maria Damasceno Netto, Jeová Pereira da Silva, Manuel de Freitas Filho, Rosiane Carvalho, Rosineide Rebouças
Maia, Rosinere Ferreira da Costa, Ana Paula da Silva Lima, Naiara Raiane Roseno da Costa, Carla da Paz Beserra,
Vladson da Costa Silva, Eliabe Crispim da Silva
Universidade Federal do Ceará - UFC (Gestão do Banco de Dados e do Sistema de Informações Geográficas - SIG),
Programa de Pós-graduação em Geografia, Laboratório de Geoprocessamento, Laboratório de Planejamento Urbano
e Regional, Bolsistas CNPq e CAPES e Departamento de Geografia: Adryane Gorayeb, Paulo Roberto Lopes Thiers,
Narcélio de Sá Pereira Filho, Eustógio Wanderley Correia Dantas, Enus Feitosa de Araújo, Antonio Jeovah de Andrade
Meireles, Ana Maria Ferreira dos Santos, Francivon Alves Pereira, José de Arimatea da Silva
Agradecimentos: os autores agradecem ao CNPq e CAPES pelo apoio financeiro através de bolsas de iniciação científica,
mestrado e doutorado; à Universidade Federal do Ceará (UFC) através do Programa de Pós-graduação em Geografia pelo
apoio científico, e à Petrobras que patrocinou a publicação desse Atlas.
©
ÍNDICE
APRESENTAÇÃO
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DE ICAPUÍ
CLIMA
VEGETAÇÃO E ÁREAS ÚMIDAS
BIOMAS
SETORES CENSITÁRIOS
ASPECTOS GEOAMBIENTAIS
OS FLUXOS COSTEIROS E AS INTERFERÊNCIAS
HUMANAS
RELEVO
ZONEAMENTO AMBIENTAL
LOCALIZAÇÃO DO BANCO DE ALGAS E
BATIMETRIA DA PLATAFORMA CONTINENTAL
IMPACTOS AMBIENTAIS
MAPAS SETORIAIS
DIVERSIDADE DE PAISAGENS
COMUNIDADES E SISTEMAS AMBIENTAIS
A IMPORTÂNCIA DO MANGUEZAL E DO BANCO DE
ALGAS PARA A BIODIVERSIDADE
ESTRUTURA DO SIG
AÇÕES DO PROJETO “DE OLHO NA ÁGUA”
LEGENDAS
REFERÊNCIAS
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104
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142
148
154
156
06 07
ATLAS ICAPUÍ
abrangência desta ferramenta de gestão territorial.
Portanto, o Atlas congrega conhecimentos técnico-científicos e tradicionais das
comunidades litorâneas, estratégicos para efetivar práticas direcionadas para melhoria
ambiental, cultural e econômica da sociedade icapuiense.
Ao compartilhar cenários de elevada diversidade de paisagens e ecossistemas, o Atlas
possibilitará:
• revelar as atividades humanas nos diversos sistemas ambientais representados e da
complexidade de usos e ocupação do espaço;
• ser indutor da garantia dos territórios de usufruto comunitário.
• instigar diretrizes e ações para a sustentabilidade socioambiental da planície costeira e
do tabuleiro litorâneo;
• proporcionar elementos cartográficos para a elaboração de mapas comunitários,
etnomapas, cartografia social;
• planejar as atividades de subsistência, cultivo de algas, recuperação do ecossistema
manguezal e mata de tabuleiro;
• evidenciar um conjunto de informações para estimular a cultura e as demais
participações da sociedade nas diversas representações históricas e políticas;
• elaborar mapas de fácil compreensão, significativos e de amplo acesso para a sociedade;
• proporcionar a utilização dos mapas em atividades educativas, culturais e articulações
entre pedagogias participativas e de domínio comunitário;
• compor mapas para serem utilizados como instrumentos de promoção e planejamento do
turismo comunitário;
• revelar a face urbana do município, indicador das problemáticas urbanas e ativador de
novas propostas para a expansão urbana planejada;
• disponibilizar mapas com diferentes escalas e ângulos de visualização e
• potencializar a qualidade dos softwares livres no suporte à gestão pública e comunitária.
APRESENTAÇÃO
O“Atlas das paisagens e ecossistemas de Icapuí” insere-se nos objetivos
do Projeto “De Olho na Água” como parte das ações integradas e
participativas, fundamentadas em pesquisas científicas e na aplicação de
técnicas ecossustentáveis.
A composição dos mapas, imagens de satélite e fotografias foram efetivadas de
modo a representar a diversidade de componentes ambientais e ecossistemas
costeiros, marinhos e continentais. Configuram as diferentes formas de usufruto
dos sistemas ambientais pelas comunidades tradicionais e distintos grupos
sociais que integram a dinâmica territorial do município.
Patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental,
o Projeto “De Olho na Água” apresenta esse Atlas como instrumento para
fundamentar ações sustentáveis de uso e ocupação do solo e orientar a
elaboração de políticas públicas voltadas para a conservação dos ecossistemas,
diante da necessidade de ampliar a qualidade de vida das populações e da
biodiversidade.
Sua importância vincula-se também às ações de Educação Ambiental
realizadas pela Estação Ambiental Mangue Pequeno (EAMP), pois os elementos
cartográficos com representação da diversidade de paisagens são fundamentais
para ampliar a participação da sociedade desde o conhecimento aprofundado
das interconexões de seu território com a natureza. Uma ferramenta para tornar
concreto um novo paradigma na relação do homem com a elevada composição
de sistemas ambientais ao longo da planície costeira.
Com a elaboração do Banco de Dados do Projeto “De Olho na Água”, implantado
pela Fundação Brasil Cidadão, foi possível sistematizar o excelente trabalho de
conservação da natureza (recuperação do bosque de manguezal e da mata de
tabuleiro), produção de informações científicas, melhoria da qualidade da água
e mapeamento dos componentes ambientais e sociais em diferentes escalas.
Com o Atlas foi possível representar uma síntese das ações realizadas por uma
equipe interdisciplinar de pesquisadores, fundamentalmente constituída por
jovens de Icapuí que há anos são indutores de políticas públicas para
a sustentabilidade.
Para elaborar o primeiro Atlas de um município do litoral brasileiro, foi
necessário congregar as ações desenvolvidas pela Teia da Sustentabilidade com
os registros cartográficos da diversidade de componentes socioambientais
e assim produzir um instrumento eficaz que está disponível para o planejamento
e gestão da zona costeira.
Os mapas estão disponíveis em meio digital e Sistema de Informação
Geográfica (SIG) e poderão ser consultados na EAMP para assim compartilhar a
08 09
ATLAS ICAPUÍ
LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DE ICAPUÍ
município de Icapuí está situado no
extremo leste do estado do Ceará, entre
as latitudes -4°37’40” e -4°51’18” e longitudes
-37°15’30” e -37°33’44”. Faz fronteira com o
estado do Rio Grande do Norte e, no Ceará, com
a cidade de Aracati, de onde foi desmembrado
em 15 de janeiro de 1985 (Decreto Lei 11.003).
Desde então é composto por três distritos:
Icapuí (Sede), Ibicuitaba e Manibu.
O município possui uma área de 428,69 km²
e a maior parte da população, de 18.381
habitantes (BRASIL, 2010), distribuída ao longo
da planície costeira. Está inserido na micro-
região do baixo Jaguaribe.
Localidades que compõem o município: em
Icapuí - Berimbau, Icapuí Sede, Praia de
Requenguela, Cajuais, Serra de Cajuais, Mutamba,
Serra da Mutamba, Praia de Barreiras de Baixo,
Barreiras de Cima, Barrinha, Picos, Peroba,
Redonda, Vila União, Vila Nova, Ipaumirim
(Incra), Belém, Copan, Serra do Mar, Ponta
Grossa e Retiro Grande; em Ibicuitaba -
Olho D’Água, Olho D’Água da Serra, Vila de
Ibicuitaba, Praia de Quitérias, Morro Pintado,
Praia de Tremembé, Melancias de Cima,
Melancias de Baixo, Praia de Melancias, Peixe
Gordo, Praia de Peixe Gordo e Gravier; em
Manibu - Manibu Vila, Barrinha de Manibu,
Praia de Manibu, Arisa e Córrego do Sal.
LOCALIDADES
SEDE
IBICUITABA
MANIBU
DISTRITOS
O
As falésias
são um dos
elementos mais
importantes da
paisagem do
litoral de Icapuí
10 11
ATLAS ICAPUÍ
A pesca
artesanal ocupa
grande parte
da população
litorânea
CLIMA
12 13
ATLAS ICAPUÍ
Clima Tropical Quente Semi-Árido
Clima Tropical Quente Semi-Árido Brando
Clima Tropical Quente Subúmido
Clima Tropical Quente Úmido
Clima Tropical Quente Subúmido
TIPOS CLIMÁTICOS
ara a composição do modelo
evolutivo da planície costeira de Icapuí,
foi evidenciada a dinâmica sazonal existente
entre as precipitações pluviométricas,
insolação e velocidade dos ventos.
Isso foi necessário para evidenciar os períodos
de maiores precipitações (concentrados no
primeiro semestre) e assim correlacionar com
os impactos associados aos diversos tipos de
utilização dos sistemas hídricos.
O período chuvoso no litoral leste cearense
concentra-se entre os meses de fevereiro
e maio (com média de 1.331,7mm). Para o
litoral de Icapuí, um dos mais áridos do litoral
cearense (por isso a importância das lagoas
costeiras e do lençol freático), a precipitação
média para o mês de abril (mais chuvoso do
ano) referente ao período entre 2008 e 2011
foi de 411,5mm. Durante esta época
o principal sistema responsável pelas chuvas é
a chamada Zona de Convergência Intertropical
(ZCIT, zona da atmosfera onde os ventos
dos hemisférios sul e norte se encontram).
Depois deste período a ZCIT se desloca para
o hemisfério norte e as chuvas sobre a região
cessam, iniciando-se um longo período de
estiagem que na planície costeira de Icapuí
é evidenciado no segundo semestre.
A partir de julho as precipitações diminuem até
novembro (com a menor média em torno de
1,25mm no mês de outubro).
Os meses de outubro e novembro registraram
os mais baixos valores acumulados. O primeiro
semestre responde por mais de 90% da
precipitação anual. Com relação à temperatura
media mensal, foram registradas oscilações
térmicas com médias que variam em torno
de 27ºC, com máximas entre 31ºC a 32ºC
(FUNCEME, 2012).
Os índices médios mensais que apresentaram
os menores valores de insolação foram
registrados durante o período de maior
precipitação, devido a uma maior
nebulosidade. Os maiores valores situaram-
se nos meses com menores índices de
precipitação (agosto e outubro) e com valores
mais altos de velocidade média dos ventos.
Esses se apresentam no litoral como um
importante componente da dinâmica da
paisagem e fundamental para a composição
dos modelos evolutivos propostos neste atlas.
As direções predominantes no litoral cearense
são de SE, ESE, E e NE. As médias de velocidade
chegam a superar os 4,5 m/seg. nos meses mais
secos (podendo alcançar mais de 11m/seg.)
No período de estiagem ocorre predomínio dos
ventos de SE (são os ventos mais intensos).
No início da estação chuvosa, com a chegada
da ZCIT, registram-se mudanças na direção dos
ventos, passando a predominar os de nordeste.
A integração destes componentes atmosféricos
demonstrou que a migração mais intensa das
dunas móveis ocorre no segundo semestre,
associada aos valores mais elevados na
velocidade dos ventos e da insolação, e índices
mais baixos de precipitação pluviométrica.
Durante o primeiro semestre o aporte de
areia para a faixa de praia é realizado pela
deriva litorânea de sudeste para noroeste,
devido à fisionomia da linha de costa e direção
preferencial dos ventos de leste e nordeste.
Após o delta de maré (diante do canal estuarino
Barra Grande), o transporte dos sedimentos
é quase que na direção leste-oeste, devido
à mudança regional da linha de costa.
No primeiro semestre do ano, período no qual
ocorrem os maiores índices de precipitação
pluviométrica, as lagoas costeiras de Icapuí
elevam seu nível hidráulico, uma vez que se
relacionam diretamente com as oscilações do
lençol freático. Neste período o estuário recebe
maiores volumes de água doce proveniente
das lagoas e dos vários exutórios e nascentes
ao longo das falésias mortas (paleofalésias).
Certamente, neste período do ano, os olhos
d’água que jorram água doce na Plataforma
Continental (principalmente diante das
comunidades de Retiro Grande, Ponta Grossa,
Redonda, Barreira da Sereia e Ibicuitaba)
aumentam consideravelmente suas vazões,
proporcionando vários pontos de água doce
que são utilizados pelo peixe-boi marinho.
P
Fonte: FUNCE ME
mm
Fonte: FUNCE ME
mm
Precipitação Pluviométrica (Posto Icapuí)
Precipitação Pluviométrica Acumulada(Posto Icapuí)
Sazonalidade
Temperatura média
da superfície do mar
Imagens do nordeste brasileiro com as variações sazonais da nebulosidade.
O primeiro semestre (representado pelo mês de maio) é caracterizado pelas
maiores precipitações. No segundo semestre as nuvens são mais escassas,
maior insolação e velocidade dos ventos.
Dados regionais referentes à temperatura média da água do mar.
Diante do litoral de Icapuí a temperatura oscila em torno dos 27ºC.
Fonte das imagens GOES (Geostationary Operational Environmental Satellite /NOAA/NASA)
Obtidas em www.inpe.br
Fonte dos dados: CPC/NCEP/NOAA - Washington - DC/USA Elaboração FUNCEME
14 15
ATLAS ICAPUÍ
Maio 2010 Novembro 2010 Maio 2011 Maio 2012 Junho 22/06/2012Novembro 2011
Fevereiro 2011 Julho 2011 Novembro 2011 Fevereiro 2012
s principais espécies vegetais arbóreas
do ecossistema manguezal (Floresta
Perenifólia Paludosa Marítima) são os mangues
dos tipos vermelho, verdadeiro ou sapateiro
(Rhizophora mangle), o mangue manso, branco
ou rajadinho (Laguncularia racemosa), o canoé,
preto ou síriba (Avicennia germinans e Avicennia
schaueriana) e o mangue ratinho ou botão
(Conocarpus erecta). O mangue sapateiro é
uma planta vivípara, desprendendo o seu fruto
somente após a germinação como plântula. Sua
dispersão é feita por hidrocoria (propágulos
transportados pela dinâmica das marés),
tendo uma elevada capacidade de flutuação,
de permanência na água e fixam-se em áreas
debaixo das árvores adultas.
O mangue manso ocupa indistintamente as
áreas do manguezal, após a faixa de domínio de
Rhizophora mangle. O mangue canoé destaca-se
no conjunto vegetacional por sua coloração mais
escura e chega a alcançar mais de 8 metros de
altura e se adapta localmente a terrenos mais
arenosos. A Laguncularia racemosa, a Avicennia
germinans e a Avicennia schaueriana ocorrem
em áreas interiores da planície fluviomarinha.
Comumente delimitam o contato entre o setor
de cobertura arbórea com o apicum. Os canais
de marés existentes nos terrenos de apicum
e os associados com bosques de manguezal,
quando interditados pelos viveiros de camarão,
inviabilizaram a expansão desta espécie de
mangue e promoveram a morte de indivíduos.
No apicum ocorre predomínio de espécies
herbáceas, destacando-se o bredo do mangue
(Batis maritima), a beldroega (Portulaca
oleracea), além das cyperaceas (Cyperus sp.) e
das xyridaceas (Xyris sp.). Já nos contatos do
manguezal com os cursos de água doce ou nas
proximidades de ressurgências hídricas, ocorre
a presença do bugi (Dalbergia hecastophylum),
como espécie arbustiva, e plantas anfíbias,
representadas pela samambaia do mangue
(Acrostichum aureum) e pela tabuba (Thypha
domingensis).
As Matas de Tabuleiro Litorâneo abrangem
grande parte do município. Quanto mais ao sul
e afastado das vilas, encontra-se em melhor
estado de conservação. No extrato vegetal têm
predominância o porte arbustivo e dentre as
espécies mais frequentes nesses locais destacam-
se a imburana (Cammiphora leptophleos), jucá
(Caesalpinea férrea), catingueira (Caesalpinea
bracteosa), podoi (Copaifera cearensis), juazeiro
(Ziziphus joazeiro), ubaia (Eugenia sp), pau darco
(Tabebuia impetiginosa), pereiro (Aspidosperma
pyrifolium), pinhão (jatropha molíssima),
catanduba (Peptadenia moniliformes), jurema
branca (Pepitadenia stipulacea), davi (Strichnos
parvifolia), guabiraba (Compomaneasia sp) e
angélica (Guetarda angélica).
Nas áreas mais úmidas com presença de lagoas
e de influência marinha, pode-se destacar
a formação da floresta mista dicótilo-palmácea.
Essas feições fitoecológicas foram bastante
degradadas, sendo utilizadas como setores de
extensão das salinas, tendo como exemplo
a comunidade de Berimbau, onde
o carnaubal cedeu espaço para a construção
de tanques de produção de sal.
Nas áreas de pós-praia e terrenos subsequentes,
estende-se a vegetação pioneira psamófila e a
vegetação herbácea-arbustiva típica das restingas
com destaque para a salsa (Ipomoea pes-caprae),
pinheirinho da praia (Ramirea maritima) e
pirrichiu (Sesuvium portulacastrum).
O coqueiral existente sobre os terraços
marinhos não é uma composição vegetal
nativa. Entretanto, se adaptou muito bem ao
solo predominantemente arenoso (Neossolos
Quartzoarênicos) e bem drenado, tornando-
se elemento referencial deste componente da
paisagem e importante para a economia do
município. Apesar de ser uma cobertura vegetal
com características homogêneas, associa-se com
espécies nativas principalmente de herbáceas.
(AQUASIS, 2003; CARBOGIM et ali., 2010;
ARIMATEA DA SILVA, 2012)
A planície costeira de Icapuí é composta por
dois sistemas fluviomarinhos denominados de
Barra Grande (localizado diante da cidade de
Icapuí e onde está o porto de barcos pesqueiros
e lagosteiros) e Arrombado (no extremo leste
da planície) com manguezais em diferentes
estados de conservação quando relacionados aos
impactos ambientais da produção de sal e criação
de camarão em cativeiro.
O estuário Barra Grande é vinculado ao
16 17
ATLAS ICAPUÍ
VEGETAÇÃO E ÁREAS ÚMIDAS A
18 19
ATLAS ICAPUÍ
BIOMAS
Amazônia
Caatinga
Cerrado
Mata Atlântica
Pampa
Pantanal
BIOMAS
sistema lagunar (lagoa Cajuais ou do Carapicu),
alimentado pela água doce proveniente das
nascentes existentes no sopé das paleofalésia
(localmente denominada de serra e morro) e
que possibilita a contribuição do lençol freático
nos processos ecodinâmicos que sustentam o
ecossistema manguezal.
As lagoas costeiras e interdunares ocorrem
praticamente em toda planície. As costeiras,
sobre os terraços marinhos, são sazonais e
durante o período chuvoso os cordões litorâneos
ficam inundados, originando lagoas com
morfologias alongadas e paralelas à linha de
costa. As interdunares (espelhos d’água azulados
em contraste com as dunas de areia branca)
associam-se aos demais ecossistemas costeiros,
principalmente aos mais à leste da planície.
As áreas úmidas representadas pelas lagoas,
laguna, banco de algas e estuários são também
associadas ao lençol freático, que regula os
fluxos subterrâneo e superficial de água doce na
planície costeira. A importância do lençol freático
é também relacionada às suas interconexões
com a Plataforma Continental − plana, com
assoalho formado através dos eventos erosivos
e estruturais sobre as rochas da Bacia Potiguar
e com biodetritos que proporcionam habitats
especiais para elevada biodiversidade − com as
surgências (denominados pelos pescadores de
olhos d’água) do aquífero entre as comunidades
de Retiro Grande e Quitérias, fornecendo água
doce para o peixe-boi marinho. (MEIRELES e
CAMPOS, 2010).
Os mapas geomorfológico e de uso e ocupação
representaram estes sistemas hídricos essenciais
para a qualidade de vida e dos ecossistemas.
São amplamente utilizados como suporte para
atividades sócio-econômicas e de subsistência.
Fonte: IBGE, 2005
Bioma é um conjunto de tipos de vegetação que
abrange grandes áreas contínuas, em escala regional,
com flora e fauna similares, definida pelas condições
físicas predominantes nas regiões. Esses aspectos
climáticos, geográficos e litológicos (das rochas),
por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de
uma diversidade biológica singular, própria. No Brasil,
os biomas existentes são (da maior extensão para a
menor): a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica,
a Caatinga, o Pampa e o Pantanal (www.ibge.gov.br).
A planície costeira de Icapuí, com a diversidade de
componentes ambientais representada neste Atlas, está
inserida no bioma Caatinga, com complexos vegetacionais
litorâneos específicos, amplamente representados pela
mata de tabuleiro e ecossistema manguezal.
s dados estatísticos proporcionados pelo Banco de
Dados do IBGE (www.ibge.gov.br) são de fundamental
importância para a gestão socioambiental e para o
desenvolvimento de atividades escolares e das demais
articulações comunitárias. Está representado em parte poe
uma detalhada composição de indicadores populacionais
e dados sobre aspectos administrativos do município.
Foram sistematizados em setores censitários de acordo
com a metodologia do IBGE, evidenciados nos mapas do
município com os respectivos indicadores:
• População residente (evolução de acordo com os dados
censitários de 1991, 2000 e 2010)
• População residente por faixa etária
• Pessoas residentes em 2010 (distribuição nos setores
censitários)
• Pessoas alfabetizadas com 5 ou mais anos de
idade (2010)
• População residente (2010)
• Domicílios permanentes
• Domicílios particulares permanentes próprios e
quitados
• Domicílios particulares e coletivos
• Domicílios com banheiros (2010) evidenciando a
distribuição nos setores censitários
• Saúde
• Eletricidade
• Domicílios particulares com abastecimento de água
(rede geral)
• Domicílios particulares com banheiro próprio e sem
banheiro
• Domicílios particulares com lixo coletado
SETORES CENSITÁRIOS
O
442 cisternas
para captação
de águas
pluviais foram
construídas
com recursos do
projeto “De Olho
na Água”
No período
do defeso da
lagosta, os
pescadores se
ocupam com a
pesca para a
sobrevivência
das famílias
20 21
ATLAS ICAPUÍ
55,57%
4,90%
39,53%
62,51%
5,14%
32,35%
68,49%
6,79%
24,72%
Faixas etárias
0 a 14 anos
15 a 64 anos
acima de 65 anos
1991 2000 2010
1991
13.661
2000
16.052
1991
18.392
8.561 hab
62,67%
5.100 hab
37,33%
11.390 hab
70,96%
4.662 hab
29,04%
12.605 hab
68,54%
5.787 hab
31,46%
Rural
Urbana
Domicilios sem sanitário
0% - 1,15%
1,16% - 5,11%
5,12% - 9,45%
9,46% - 18,35%
18,36% - 37,1%
Domicilios Permanentes -2000
98,47% - 99,52%
99,53% - 100%
Domicilios Particulares Com acesso à energia elétrica
0%
0,01% - 85,19%
85,2% - 95,82%
95,83% - 98,4%
98,41% - 100%
Domicilios Particulares com lixo coletado
0% - 35,19%
35,2% - 72,8%
72,81% - 83,2%
83,21% - 91,02%
91,03% - 100%
Domicilios sem banheiro proprio - 2000
4,18% - 11,31%
11,32% - 21,69%
21,7% - 29,67%
29,68% - 44,15%
Domicilios Próprios e Quitados -2000
97,62% - 97,88%
97,89% - 98,96%
98,97% - 100%
Domicilios Totais - 2000
18 - 209
210 - 487
488 - 1155
Domicilios Particulares Abastecimento de água
0% - 22,45%
22,46% - 71,43%
71,44% - 91,04%
91,05% - 96,81%
96,82% - 100%
Domicilios com abastecimento de água
0%
0,01% - 56,78%
56,79% - 86,41%
86,42% - 95,69%
95,7% - 96,83%
Pessoas Alfabetizadas
48,38% - 49,72%
49,73% - 56,03%
56,04% - 62,75%
62,76% - 66,71%
66,72% - 73,17%
Moradores Alfabetizados 2010
52,52% - 58,52%
58,53% - 65,86%
65,87% - 71,92%
71,93% - 76,94%
76,95% - 82,88%
Domicilios com coleta de lixo
22,22%
22,23% - 64%
64,01% - 72,62%
72,63% - 90,26%
Domicilios com banheiro
54,41% - 54,66%
54,67% - 78,31%
78,32% - 95,82%
Domicilios com rede de esgoto
0%
0,01% - 0,09%
0,1% - 0,26%
Domicilios com sanitário - 2010
0%
0,01% - 55,65%
55,66% - 70,9%
70,91% - 90,57%
90,58% - 100%
22 23
ATLAS ICAPUÍ
Domicilios Particulares Permanentes próprios e quitados
0%
0,01% - 77,14%
77,15% - 85,16%
85,17% - 91,62%
91,63% - 99,13%
Domicilios Particulares e Coletivos
0 - 70
71 - 177
178 - 253
254 - 446
447 - 694
Ceará/Rio Grande do Norte
Domicilios com Rede de Esgoto e Banheiro
0% - 0,17%
0,18% - 0,57%
0,58% - 0,8%
0,81% - 1,79%
1,8% - 6,96%
Setor Censitário Urbano
População de Icapuí:
Urbana - 6.707 habitantes - 31,465
Rural - 12.605 habitantes - 68,64%
Homens - 9.414 - 51,19%
Mulheres - 8.978 - 48,81%
Setor Censitário Rural
DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ
POPULAÇÃO:
ASPECTOS GEOAMBIENTAIS
24 25
ATLAS ICAPUÍ
planície costeira de Icapuí é constituída
por um complexo conjunto de unidades
morfológicas decorrentes das mudanças do
nível relativo do mar e flutuações climáticas
durante o período geológico denominado de
Quaternário. Os mapas geoambientais e a
definição dos principais fluxos de matéria e
energia geradores das formas representativas
destes eventos foram sistematizados na
sequência de mapas da Planície Costeira
de Icapuí. As composições geomorfológicas
− terraços marinhos holocênicos e
pleistocênicos, gerações de dunas, lagoas,
laguna, estuários, falésias vivas e paleofalésias,
faixa de praia e delta de maré foram originadas
pelos eventos globais relacionados com
mudanças no volume da água dos oceanos
(as paleofalésias, localmente denominadas de
“morros”, foram originadas quando o nível do
mar se encontrava mais elevado que o atual),
movimentos das placas tectônicas relacionados
com a formação do Oceano Atlântico e
alternâncias entre climas mais úmidos e áridos
a semiáridos (ideais para o transporte das
areias pelo vento e formação das gerações de
dunas).
	 Os terraços marinhos registraram
os dois últimos eventos transgressivos e
regressões subsequentes, inseridos entre
uma paleofalésia com aproximadamente 30
km de extensão e o delta de maré (ebb delta),
que também evidenciou as oscilações do
nível relativo do mar. Datações radiométricas
(conchas de bivalves), sondagens que
definiram as fácies sedimentares de antigos
níveis de praia (terraços) e a delimitação de
níveis escalonados de plataforma de abrasão
marinha, proporcionaram a definição das
cotas do mar nos máximos transgressivos
(MEIRELES et al., 2005).
	 A gradação lateral entre os terraços
marinhos e as demais morfologias deste setor
central da planície costeira, principalmente
entre a laguna, estuário e delta de maré,
Paisagens e ecossistemas da planície costeira:
setores representativos da diversidade geoambiental
e ecológica.
A
MAPA GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO
26 27
ATLAS ICAPUÍ
LIMITE MUNICIPAL
ÁGUAS SUPERFICIAIS
CURVAS DE NÍVEL A CADA 10M
Declinação Magnética (d):
-21°20'49" Var. Anual = 0°00'47"
Datum = WGS_1984_UTM_Zone_24S
Falso Este: 500000,000000
Falso Norte: 10000000,000000
Meridiano Central: -39,000000
Fator de Escala: 0,999600
Latitude de Origem: 0,000000
Unidade de Medida: Metros
PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE MERCATOR
Convergência Meridiana (c):
-0°00'44,5997"
MANGUEZAL
APICUM
CANAL FLUVIAL
FORMAÇÃO LAGUNAR
PLANÍCIE DE DEFLAÇÃO
PALEOFALÉSIAS
FORMAÇÃO BARREIRAS
DUNAS DE 3ª GERAÇÃO
DUNAS DE 2ª GERAÇÃO
DUNAS DE 1ª GERAÇÃO
DELTA DE MARÉ/BANCO ARENOSO
CRISTAS DE PRAIA
BANCO DE AREIA
BERMA
FALÉSIAS
TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS
TERRAÇOS MARINHOS HOLOCÊNICOS
PRAIA ARENOSA
UNIDADES DO RELEVO
PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO
LIMITE MUNICIPAL
ÁGUAS SUPERFICIAIS
CURVAS DE NÍVEL A CADA 10M
Declinação Magnética (d):
-21°20'49" Var. Anual = 0°00'47"
Datum = WGS_1984_UTM_Zone_24S
Falso Este: 500000,000000
Falso Norte: 10000000,000000
Meridiano Central: -39,000000
Fator de Escala: 0,999600
Latitude de Origem: 0,000000
Unidade de Medida: Metros
PROJEÇÃO UNIVERSAL
TRANSVERSA DE MERCATOR
Convergência Meridiana (c):
-0°00'44,5997"
MANGUEZAL
APICUM
CANAL FLUVIAL
FORMAÇÃO LAGUNAR
PLANÍCIE DE DEFLAÇÃO
PALEOFALÉSIAS
FORMAÇÃO BARREIRAS
DUNAS DE 3ª GERAÇÃO
DUNAS DE 2ª GERAÇÃO
DUNAS DE 1ª GERAÇÃO
DELTA DE MARÉ/BANCO ARENOSO
CRISTAS DE PRAIA
BANCO DE AREIA
BERMA
FALÉSIAS
TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS
TERRAÇOS MARINHOS HOLOCÊNICOS
PRAIA ARENOSA
UNIDADES DO RELEVO
PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO
evidenciou que os fluxos de matéria e energia foram de
fundamental importância para sua diversidade morfológica. Foi
com esteio na definição destes agentes morfogenéticos – derivas
litorânea e eólica, hidrodinâmicas lagunar, estuarina e lacustre,
ação da gravidade (encosta das falésias), das ondas e marés e fluxo
de água subterrânea – que o modelo de evolução proposto foi
sistematizado.
	 Como síntese dos eventos morfológicos definidos e suas
formas associadas, utilizou-se a evolução do delta de maré
(representado, em grande parte, pelo Banco de Algas dos Cajuais).
Seus componentes foram agrupados em dois setores, aqui definidos
como emerso e submerso. Foram associados com a ocorrência
de flechas de areias (desde a progradação dos terraços marinhos
pleistocênico e holocênico), com origem no contato com a linha de
falésia morta. O contato entre os setores submerso e emerso foi
evidenciado pela presença de antigos canais de maré atualmente
tomados por uma complexa rede de algas, com evidências de
provável setor de pró-delta, relacionado com os últimos eventos
transgressivos (globalmente definidos como eventos interglaciais).
	 Com a integração
das unidades
morfológicas, definição
altimétrica em relação
ao nível do mar
atual, caracterização
dos componentes
sedimentares e
datações radiométricas,
foi proposto um
modelo de evolução
para o litoral de Icapuí
(MEIRELES e SANTOS,
2011).	
O contato erosivo
entre um depósito
sedimentar
pliopleistocênico
com características
estruturais e
mineralógicas
tipicamente
continentais (Formação
Barreiras), com
depósitos sedimentares
mistos (estuarino
UNIDADES GEOAMBIENTAIS
28 29
ATLAS ICAPUÍ
Praias e lagoas costeiras são unidades geoambientais que
compõem o ambiente litorâneo
e lagunar) e marinho-costeiro (praia e delta de maré) demarca o
limite continental da planície costeira. Esse contato foi delimitado
morfologicamente por uma linha de falésia morta (paleofalésia, falésia
fóssil, os morros de Icapuí) com aproximadamente 30 km de extensão,
escarpas com altitude média de 15 metros e sentido sudeste-noroeste.
A paleofalésia evidencia o limite do nível do mar durante a penúltima
transgressão de onde, com o início do evento regressivo subsequente,
é iniciada a composição das formas litorâneas atualmente dispostas
na planície costeira. Como evidência morfológica restaram antigos
níveis de praia dispostos nas proximidades da paleofalésia,
denominados de terraço marinho pleistocênico (associados aos
setores onde predominam os carnaubais, solo arenoso e excelente
aquífero).
O estuário Barra Grande nasce no sopé da falésia, de onde, associado
aos terraços marinhos, recebe água doce para a composição dos
níveis de salinidade e nutrientes que acabaram por gerar deposição
de argilas ricas em matéria orgânica e microorganismos (depósitos
paludais). O estuário Barra Grande comporta-se como importante
indicador das variações do nível relativo do mar para a costa leste
cearense.
A última sequência de esporões de areia nas margens do estuário
Barra Grande (a que forma o canal denominado de Manguinho)
30 31
ATLAS ICAPUÍ
Associados a este conjunto de terraços e durante
o evento regressivo no qual o mar atinge a
cota atual, desenvolveram-se os sistemas
morfológicos dunar, lagunar, estuarino e o delta
de maré, no qual está instalado o banco de algas
dos Cajuais. Suas características morfológicas
e sedimentares posicionaram a diversidade
de paisagens da planície costeira de Icapuí
associada a um contexto regional, que também
foi controlado pelos eventos transgressivos e
regressivos que ocorreram durante os últimos
125 mil anos. O limite externo do banco de
algas pode estar associado a paleolinhas de
praia constituídas quando o nível do mar estava
associado a eventos repressivos.
As dunas estão associadas à faixa de praia, aos
terraços marinhos, tabuleiro, às lagoas costeiras
e ao delta de maré. Evoluíram de acordo com a
disponibilidade de sedimentos durante as fases
de regressão marinha e às mudanças climáticas.
Proporcionaram a origem de três gerações
de dunas, evidenciando os tipos barcana,
transversal, dômica e parabólica.
	 As areias para a formação das dunas
foram mobilizadas pelo vento com a construção
Dunas, falésias e lagoas costeiras dominam a
paisagem de Ponta Grossa
limita-se ao norte com o delta de maré, o que pode
evidenciar uma relação estreita entre a dinâmica
de construção da planície durante o último evento
regressivo e o desenvolvimento do delta de maré:
no decurso de eventos de mínima vazão do estuário
(aquífero com nível hidrostático baixo), os esporões
fecharam o canal e, posteriormente, foi aberto
mediante a contribuição do fluxo de água doce em
eventos de máxima vazão associados às contribuições
do lençol freático e do sistema morfológico lagunar/
lacustre, originando a laguna Cajuais (Carapicu), de
forma alongada e localizada no “pé do morro” entre
Mutamba e a sede do município. Caso a sequência
dos esporões de areia (desde o contato com a falésia
morta até a faixa de praia atual) tenha evoluído desta
forma, a abertura sequenciada do canal estuarino,
por intermédio do rompimento das flechas de areia,
produziu uma excelente fonte (espasmódica) de
sedimentos, que contribuiu com o desenvolvimento do
delta de maré. Fragmentos de flechas de areia isolados,
dispersos e sobre a planície de maré, registraram
indícios de rompimentos dos esporões arenosos.
O terraço marinho pleistocênico (praias antigas com
mais de 10 mil anos de idade), disposto na área central
e mais interna da planície, nas proximidades da sede
de Icapuí, com uma altitude de até 8 m acima do nível
atual do mar, está posicionado no sopé da paleofalésia.
Encontra-se praticamente extinto, pois foi utilizado
para a construção de viveiros de camarão e ampliação
das salinas. O segundo conjunto de terraços marinhos,
de idade holocênica, apresentou uma altitude média
de 4 m acima do nível atual do mar e ocupa grande
parte da planície costeira. Nestas praias também
antigas (um pouco mais recente que as pleistocênicas)
e originando terrenos (depósitos) mais baixos que os
anteriores, foram encontradas camadas de areia de
fina a muito fina contendo conchas de bivalves e seixos
de concreções carbonáticas (rodolitos que atualmente
também ocorrem no Banco de Algas). As conchas foram
submetidas a datações radiométricas, utilizando o
método C14 (MEIRELES et al., 2005) e apresentaram
uma idade de aproximadamente 2.000 anos A.P. (Antes
do Presente).
Os canais de maré apresentaram direção de
escoamento convergente ao canal estuarino,
evidenciando suave mergulho dos terraços holocênicos
para o setor central da planície.
UNIDADES DE PAISAGEM
32 33
ATLAS ICAPUÍ
este ecossistema está vinculado às rotas de aves migratórias,
principalmente com a Rota Migratória Atlântica de Aves
Neotropicais (WHSRN, 2006). Seu conjunto de unidades e
feições específicas (manguezal, apicum, gamboas, canais de
maré, bancos e flechas de areia e argila e zonas de transição)
constitui um ecossistema de fundamental importância na
geração e produção de vida animal, principalmente marinha.
	 A interligação dos dois sistemas morfológicos - delta
de maré e estuário - é realizada por uma complexa rede de
canais, que trata de renovar a água dos respectivos ecossistemas
e promover a distribuição da produção de matéria-prima
(nutrientes) para a fauna e a flora. Os canais de maré sobre
o delta, durante a maré baixa, direcionam os propágulos
da vegetação de mangue, nutrientes produzidos dentro do
ecossistema manguezal e sedimentos para a deriva litorânea.
Esses canais também orientam os setores de expansão do
ecossistema manguezal e a dinâmica do aporte de nutrientes
para o ecossistema marinho.
	 A grande quantidade de biomassa de algas presente
nesta região faz com que o Banco dos Cajuais seja caracterizado
como o banco de algas mais significativo em todo o Estado do
Ceará. Soma-se a isso o fato de tratar-se de uma região onde a
presença de fanerógamas marinhas é abundante, tornando uma
área de relevante interesse para a conservação, não somente
como área de alimentação do peixe-boi marinho (Trichechus
manatus), mas também como importante área de recrutamento
para outras espécies (MEIRELLES, 2008). Levando em conta
a diversidade de ecossistemas e a produtividade primária, a
planície costeira de Icapuí, com manguezal, delta de maré e
plataforma continental interna (até a cota batimétrica de 10 m),
é considerada como extremamente crítica para a preservação
do peixe-boi marinho. Os conflitos de uso, danos ambientais
na exploração dos recursos e o desenvolvimento de atividades
que ameaçam a espécie, foram agrupados como importantes
indicadores de perda de biodiversidade.
	 Para sintetizar os processos morfológicos responsáveis
pela origem do relevo atual da planície costeira, foram definidos
das primeiras faixas de terraço marinho, no início do período
regressivo, ainda com o nível do mar nas proximidades das
falésias mortas. Estão distribuídos preferencialmente na porção
leste da planície costeira. As dunas mais antigas, possivelmente
associadas ao processo regressivo após o máximo transgressivo
pleistocênico, foram fixadas por uma cobertura vegetal arbórea
e estão posicionadas nos extremos da planície costeira, sobre o
tabuleiro pré-litorâneo.
Sobre os terraços marinhos holocênicos e posicionadas
entre os cordões litorâneos, formaram-se as lagoas costeiras.
São alongadas no sentido sudeste-noroeste e associadas ao
afloramento do lençol freático durante o período de maior
precipitação pluviométrica (primeiro semestre). As lagoas
desenvolveram-se à medida que se processava a progradação
da planície costeira, com a formação dos terraços marinhos
holocênicos e instalando-se nos setores de cavas (MEIRELES e
SANTOS, 2011).
	 O ecossistema manguezal vincula-se ao delta de maré
por meio da dinâmica das marés e produção e dispersão de
nutrientes, contribuindo para manter, regular e diversificar a
biodiversidade local. Este suporte de biomassa relaciona-se com
as atividades de subsistência da comunidade de pescadores.
Constatou-se que se encontra fragmentado pelas salinas e
fazendas de camarão, mas ainda atua como suporte ambiental
para a pesca e a mariscagem. Favorece a segurança alimentar
advinda das atividades de subsistência e os estoques de pescado
ao longo da zona costeira e ambiente marinho. Regionalmente
USO E OCUPAÇÃO DA TERRA
34 35
ATLAS ICAPUÍ
5 estádios evolutivos, evidenciados pelos
componentes morfológicos e representados pela
sequência de mapas geoambientais:
i. Penúltima transgressão - durante o Pleistoceno,
quando o nível do mar alcançou cotas superiores
a 6 m. Origem da linha de paleofalésia;
ii. A regressão subsequente – originou os terraços
marinhos pleistocênicos e possivelmente a
primeira geração de dunas. Estão posicionados
no interior na planície, alcançando 10 m acima do
nível da maré atual;
iii. A última transgressão – de idade holocênica e
cota de aproximadamente 4 m acima do nível do
mar atual, foi responsável pelo retrabalhamento
dos terraços pleistocênicos, podendo ter
alcançado a paleofalésia (uma vez que os terraços
holocênicos também ocorrem encostados na base
da escarpa). Originou-se o sistema morfológico
lagunar;
iv. A regressão subsequente - originou os
terraços marinhos holocênicos (datados de
2.000 anos A.P.) e a segunda geração de dunas.
No processo de progradação desenvolveram-
se o canal estuarino, a planície de maré e o
complexo sistema morfológico de flechas de areia,
promovendo materiais para a formação do setor
emerso do delta de maré, e
v. O mar alcança a cota atual, com a continuidade
do aporte sedimentar até o delta de maré, o
desenvolvimento das dunas de terceira geração
sobre a atual zona de berma, a faixa de praia e as
diferentes atividades de uso e ocupação.
	 Ao serem analisadas as cotas batimétricas
diante do banco de algas dos Cajuais e ao longo da
plataforma continental de parte do litoral leste do
Ceará foram verificadas fisionomias associadas
a antigos níveis de base, atualmente submersos
e relacionados a linhas de costa durante as fases
transgressivas e regressivas no nível do mar.
O contorno das cotas batimétricas de 5, 10 e 20m
pode estar relacionado com antigas linhas de
praia atualmente submersas.
36 37
ATLAS ICAPUÍ
IMAGEM DE SATÉLITE COM OS USOS DIFERENCIADOS DO SOLO
38 39
ATLAS ICAPUÍ
OS FLUXOS COSTEIROS E AS
INTERFERÊNCIAS
HUMANAS
	planície de Icapuí foi construída à
medida que os fluxos de matéria e
energia proporcionavam a produção de
sedimentos e nutrientes, a sua distribuição e
deposição ao longo das unidades ambientais e
ecossistemas associados, ao que se aliaram às
flutuações do nível relativo do mar, mudanças
climáticas e ação das energias modeladoras
atuais (ondas, marés, ventos, gravidade, pluvial
e hidrodinâmica superficial e subterrânea).
	 Os produzidos pela deriva litorânea
dos sedimentos, o proveniente das fases de
vazão da maré no estuário Barra Grande e da
água subterrânea originada pelos aquíferos
denominados de Barreiras, terraços marinhos
e dunas, direcionam-se para o delta de maré,
interagindo com o ecossistema localmente
representado pelo banco de algas. Da mesma
forma, os fluxos produzidos interagem
diretamente com os demais, principalmente
na disponibilidade de sedimentos e nutrientes
produzidos e em parte disponibilizados para
os demais ecossistemas (estuário e praias
adjacentes) por meio da dinâmica das marés,
das ondas e dos ventos.
As interferências no ecossistema manguezal
promovidas pelo desmatamento e o bloqueio
de canais internos pelas estruturas de produção
de sal e de camarão em cativeiro alteraram
a dinâmica de produção e distribuição dos
sedimentos e nutrientes e as relações de trocas
com o banco de algas.
	 Foi mediante o aporte de areia
proveniente da deriva litorânea de sudeste
para noroeste e a mudança na fisiografia da
linha de costa diante da desembocadura do
estuário Barra Grande, que ocorreu acúmulo
diferenciado de sedimentos na área do delta
de maré. Esses sedimentos movimentaram-se
na forma de grandes bancos de areia ricos em
biodetritos. Essa dinâmica também interferiu
diretamente no comportamento morfológico das
praias localizadas ao noroeste da desembocadura
do estuário. Verificou-se que também está
relacionada com eventos de soterramento de áreas
com a concentração de algas, regulando, desta
forma, a distribuição geográfica das algas sobre o
delta de maré.
	
A
Principais componentes costeiros originados
pela ação dos fluxos litorâneos e usos humanos
diferenciados
40 41
ATLAS ICAPUÍ
RELEVO Modelo digital da
planície costeira de
Icapuí: principais
componentes
ambientais
A
PRAIA ATUAL
faixa de praia foi caracterizada em tês grandes setores:
i) central, representado pelas flechas de areia diante do
estuário Barra Grande e delta de maré, com uma extensão de
aproximadamente 12,5km e largura que pode alcançar os 3,5km;
ii) setor de praias vinculadas aos terrraços marinhos, com extensão
de aproximadamente 16,0km e praias largas (150 a 200m em
média) e muito planas com extensão de aproximadamente 17km
e iii) das praias rochosas e arenosas associadas às falésias vivas,
com aproximadamente 15,0km de extensão, sendo as mais estreitas
(com largura média entre 50 a 100m). Estes três setores de praia
evidenciaram aspectos geológicos associados a uma diversificada
fonte de sedimentos, vinculada aos canais fluviomarinhos, materiais
derivados da erosão das falésias e praias antigas durante o ataque
das ondas na maré alta e areias biodetríticas da plataforma
continental.
A presença de fragmentos de rochas, normalmente com nódulos
de óxido de ferro, foi associada à erosão das falésias. Os biodetritos
(rodolitos, conchas de moluscos, bivalves e espículas) foram
originados na faixa intermaré e plataforma continental
interna e transportados pelas ondas e as
correntes marinhas até a faixa de praia.
LAGOAS COSTEIRAS E
INTERDUNARES
Estão dispostas ao longo da planície e normalmente
se encontram associadas à presença de dunas (lagos
interdunares) e terraços marinhos holocênicos formando
as lagoas costeiras (nos sulcos e cavas dos cordões
litorâneos). Apresentam-se em dimensões variadas e
são sazonais. Nos períodos de seca ficam praticamente
desprovidas da lâmina de água, pelo rebaixamento do
lençol freático.
As lagoas são responsáveis pela dinâmica de regulação
da água doce para o aquífero, atuando como importantes
sistemas de recarga do lençol freático. As dispostas nas
proximidades da Estação Ambiental Mangue Pequeno
certamente estão relacionadas com a água salgada
proveniente das oscilações de maré. As lagoas mais para
o interior da planície, quando relacionadas às dunas são
excentes reservas de água potável e resguardam elevada
biodiversidade. As lagoas sobre os terraços marinhos
tendem a ser salobras devido possíveis vínculos com a
cunha salina
DUNAS
As gerações de dunas apresentam-se como indicadoras
das variações climáticas e do nível do mar dado que
a última glaciação relaciona-se a períodos de elevada
aridez. Durante este evento, regiões ao norte e sul da
Zona de Convergência Intertropical, foram submetidas
a processos de desertificação. A planície costeira de
Icapuí, com seus compoentes de relevo relacionados
com mudanças climáticas e do nível do mar, está inserida
nestas condições geoambientais.
A dinâmica ambiental promoveu a origem de três
gerações de dunas, evidenciando os tipos barcana,
transversal, dômica e parabólica. As areias para a
formação das dunas foram sendo remobilizadas dos
primeiros terraço marinho, no início do período
regressivo que originou os “morros” de Icapuí. Estão
distribuídas preferencialmente na porção leste da
planície. As dunas existentes desde a localidade de
Barreira da Sereia até Ponta Grossa e Retiro Grande,A ocupação desordenada da orla marítima não
resiste à força das grandes marés
42 43
ATLAS ICAPUÍ
são as mais antigas, possivelmente associadas a eventos do nível do mar mais
baixo do que o atual, quando estas dunas “cavalgaram” antigas falésias e os
sedimentos do tabuleiro ficaram expostos (condições climáticas de extrema
aridez) à ação dos ventos e assim originaram grandes campos de dunas.
As dunas dispostas sobre terraços marinhos, representam a maior área de
ocorrência. Originadas durante a progradação da planície, estão localizadas
entre as dunas litorâneas atuais (sobre a berma atual) e as que estão sobre
o tabuleiro. Estão dispostas de forma mais generalizada na porção leste do
canal Barra Grande.
44 45
ATLAS ICAPUÍ
Na tentativa de controlar o avanço do mar, obras
de contenção interferem na dinâmica das marés
46 47
ATLAS ICAPUÍ
Setores de ecossistema
manguezal em processo
de recuperação através
do plantio das mudas
produzidas na EAMP
TERRAÇOS MARINHOS
São praias antigas, originadas durante os últimos eventos regressivos do mar. Ocorrem
ao longo de toda a planície costeira de icapuí. Foi largamente ocupado pelas vilas de
pescadores e vias de acesso. Está associado às praias atuais, ao delta de maré, manguezal,
campo de dunas e sistemas fluviomarinho, lagunar e lacustre.
Os de idade holocênica apresentaram uma altitude média de 4
metros acima do nível atual do mar.
A presença de fragmentos de rochas, normalmente com
nódulos de óxido de ferro, foi associada à erosão das falésias. Os
biodetritos (rodolitos, conchas de moluscos, bivalves e espículas)
foram originados na faixa intermaré e plataforma continental
interna e transportados pelas ondas e as correntes marinhas
até a faixa de praia. Os sedimentos com granulação argila,
predominantemente no segundo central, foi gerado nos canais de
maré e no estuário.
SISTEMA ESTUARINO-
LAGUNAR
Um conjunto de morfologias originado através das oscilações
das marés, proveniência de sedimentos das paleofalésias,
hidrodinâmica relacionada com a aportação de água doce do
aquífero (nascentes e olhos dágua dos “morros” entre Ibicuitaba
e a Serra da Mutamba) e os eventos de mudanças do nível do mar.
O limite interior foi delimitado pela entrada da maré dinâmica e o
início de um sistema lagunar típico (Carapicu), em contato com a
paleofalésia e os sedimentos de praias antigas (terraço marinho).
O Sistema lagunar está relacionado com o canal estuarino da
Barra Grande (estabelece a conexão entre os manguezais e
a laguna dos Cajuais ou Carapicu, hoje realizado através da
“levada”).
48 49
ATLAS ICAPUÍ
Os manguezais foram definidos de acordo com sua distribuição ao longo dos canais de maré. Estão
mais desenvolvidos às margens do estuário Barra Grande. Uma das características dos manguezais
é de apresentar um gradiente faunístico e estrutural que se manifeste em um nítido zoneamento,
caracterizado pelas marés. Desta forma, com as características peculiares do canal Barra Grande,
devido o aporte de água doce (proveniente do exutório da paleofalésia) a estar relacionado com
o aquífero e não a um canal fluvial, a vegetação, os sedimentos e a morfologia deste ecossistema é
comparável com as ocorrências das outras regiões do Estado e aos canais relacionados diretamente
com os sistemas fluviomarinhos.
Modelo digital do terreno: setores da planície costeira e do tabuleiro litorâneo com as comunidades
de pescadores integradas com a diversidade ambiental
50 51
ATLAS ICAPUÍ
Pf-Paleofalésia Tmh- Terraço marinho holocênico Tb- Tabuleiro pré-litorâneo.
Principais componentes do relevo
TABULEIRO
Relevo de maior abrangência
territorial do município e
em grande parte coberto por
dunas antigas (Formação
Potengi de acordo com SOUSA,
et al., 2010).
Seu limite interior marca
o contato entre sedimentos
tipicamente continentais
(inconsolidados, arenosos
e de coloração variegada)
com os da planície costeira,
delimitado por uma falésia
morta com aproximdamente
30 km de extensão.
Quando se aproxima do
litoral, é representado pelas
falésias vivas. Resguarda um
importante aquífero.
ZONEAMENTO AMBIENTAL
52 53
ATLAS ICAPUÍ
LOCALIZAÇÃO DO
BANCO DE ALGAS
E BATIMETRIA DA
PLATAFORMA
CONTINENTAL
Aves migratórias
são uma
presença
constante no
Banco de Algas
54 55
ATLAS ICAPUÍ
IMPACTOS AMBIENTAIS
56 57
ATLAS ICAPUÍ
MAPAS SETORIAIS
58 59
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 1: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO
DA PLANÍCIE COSTEIRA
DE ICAPUÍ COM AS
COMUNIDADES RETIRO
GRANDE E PONTA GROSSA
Limite oeste do município de Aracati. Um dos
principais conjuntos de falésias, nascentes de
fontes naturais e olhos d’água na Plataforma
Continental. Flechas de areia e paleodunas
integram-se com a faixa de praia.
SETOR 2: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO
DA PLANÍCIE COSTEIRA
DE ICAPUÍ COM AS
COMUNIDADES REDONDA,
PEROBA E PICOS
Caracterizado pela ocupação das encostas das
falésias. Os pontais estão associados a praias
arenosas e rochosas e pequenas enseadas
com estreitas faixas de areia dando lugar aos
portos dos barcos e jangadas.
60 61
ATLAS ICAPUÍ
62 63
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 3: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO
DA PLANÍCIE COSTEIRA
DE ICAPUÍ COM AS
COMUNIDADES VILA NOVA/
BARREIRAS DA SEREIA,
BARREIRAS DE CIMA,
BARREIRAS DE BAIXO E
SERRA DO MAR
Continuidade do diversificado conjunto de
paleofalésias e início dos terraços marinhos
e lagoas costeiras, onde começam o grande
coqueiral e a planície de maré amplamente
utilizada para a produção de sal. Início dos
sistemas ambientais associados ao Banco de
Algas e delta de maré.
64 65
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 4: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO
DA PLANÍCIE COSTEIRA
DE ICAPUÍ COM AS
COMUNIDADES MUTAMBA,
CAJUAIS, MORRO ALTO E O
CORREDOR DA BARRINHA
Paleofalésias, terraços marinhos com os
extensos coqueirais, laguna com atividades
de vazante e planície de maré com as salinas.
Comunidades ao longo da faixa de praia e
nas encostas das paleofalésias. Atividades de
mariscagem e pesca.
66 67
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 5: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO
DA PLANÍCIE COSTEIRA
DE ICAPUÍ COM AS
COMUNIDADES BARRINHA,
REQUENGUELA E BERIMBAU
As atividades econômicas relacionadas com
a indústria salineira e a monocultura do
camarão (carcinicultura). Setor com maior
concentração urbana e onde está o porto dos
barcos (pesca e lagosteiros). Estuário e Banco
de Algas estruturam a produtividade dos
ecossistemas e o extrativismo.
Uso sustentáveis com o cultivo de algas,
mariscagem e pesca artesanal.
68 69
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 6: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO
QUE ABRANGE A SEDE DO
MUNICÍPIO
Sede municipal com ocupações das encostas
das paleofalésias, terraços marinhos e planície
de maré. Sistemas ambientais impactados
pela cidade e associados à produção de sal e
carcinicultura.
70 71
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 7: MAPA DE USO DA TERRA NO
TRECHO DO MUNICÍPIO QUE ABRANGE CAMPO
DE EXPLORAÇÃO DA PETROBRAS E ÁREA DE
MONOCULTURA DO CAJU
Tabuleiro litorâneo e paleodunas. Setor associado à exploração da
Petrobras com os poços da Fazenda Belém.
Áreas antes ocupadas
por bosques arbóreos
de manguezal
desmatadas para a
produção de sal. Uma
parte foi recuperada
através dos projetos da
FBC e parceiros com o
objetivo de demonstrar
a efetividade das
técnicas de replantio
e proporcionar
mudanças de atitude
e alternativas
socioeconômicas
diante das ações
que historicamente
degradaram os
ecossistemas costeiros
72 73
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 8: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO DO
MUNICÍPIO QUE ABRANGE ÁREA
COM CRESCENTES CAMPOS DE
EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA E A
COMUNIDADE IPAUMIRIM / INCRA
Tabuleiro litorâneo e vila de agricultores. Atividades
extrativistas vinculadas aos extensos cajuais.
74 75
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 9: MAPA DE USO
DA TERRA NO TRECHO DO
MUNICÍPIO QUE ABRANGE PARTE
DO CAMPO DE EXPLORAÇÃO DA
PETROBRAS E ÁREA DE
MONOCULTURA DO CAJU
Tabuleiro litorâneo e paleodunas com mata de
tabuleiro preservada. Continuidade do campo
petrolífero Fazenda Belém.
76 77
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 10: MAPA
DE USO DA TERRA NO
TRECHO DO MUNICÍPIO
QUE ABRANGE AO
CENTRO UMA ÁREA DE
MATA PRESERVADA E
AS LOCALIDADES DA
FAZENDA BELÉM E
BICHUCHER
Tabuleiro litorâneo e paleodunas com
cobertura vegetal arbórea de tabuleiro
preservada. Um dos setores com
menor ocupação humana.
78 79
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 11: MAPA
DE USO DA TERRA NO
TRECHO DA PLANÍCIE
COSTEIRA DE ICAPUÍ COM
A ÁREA EM EXPANSÃO
AGRÍCOLA E A PEQUENA
COMUNIDADE GUAJIRU
Tabuleiro litorâneo e paleodunas com
cobertura vegetal arbórea de tabuleiro
preservada, com menor ocupação
humana. Nascentes da margem direita
do rio Arrombado.
80 81
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 12: MAPA DE USO DA
TERRA NA PLANÍCIE COSTEIRA DO
MUNICÍPIO NO TRECHO QUE ABRANGE
AS COMUNIDADES OLHO D’ÁGUA,
QUITÉRIAS, IBICUITABA E MORRO
PINTADO
Continuidade das paleofalésias com as comunidades
litorâneas em suas encostas mais suaves. Início das dunas,
lagoas interdunares e terraços marinhos com plantios de
subsistência.
82 83
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 13: MAPA DE USO DA
TERRA NA PLANÍCIE COSTEIRA DO
MUNICÍPIO NO TRECHO QUE ABRANGE
AS COMUNIDADES TREMEMBÉ,
MELANCIAS DE BAIXO, MELANCIAS DE
CIMA E PEIXE GORDO
Representativo das diversas gerações de dunas fixas e móveis,
terraços marinhos, lagoas costeiras e interdunares com
as atividades de vazante, criação de animais e plantios de
subsistência. Comunidades litorâneas pesqueiras.
84 85
ATLAS ICAPUÍ
SETOR 14: MAPA DE USO DA
TERRA NO TRECHO DO MUNICÍPIO
QUE ABRANGE A COMUNIDADE
GRAVIER
Tabuleiro litorâneo e nascente da margem esquerda do rio
Arrombado, parte da mata de tabuleiro preservada.
Foi amplamente utilizado para o monocultivo de melão
com intensa utilização do aquífero.
SETOR 15: MAPA DE USO DA
TERRA NA PLANÍCIE COSTEIRA
DO MUNICÍPIO NO TRECHO QUE
ABRANGE AS COMUNIDADES
MANIBU, CÓRREGO DO SAL,
BARRINHA DO MANIBU E PRAIA
DO CEARÁ
Tabuleiro litorâneo, dunas móveis e fixas, lagoas
interdunares e sobre os terraços marinhos. Sistemas
ambientais associados com as atividades extrativistas e
plantios de subsistência. Intensa ocupação da faixa de
praia por casas de segunda residência.
86 87
ATLAS ICAPUÍ
88 89
ATLAS ICAPUÍ
Ambientes lagunares e lacustres, terraços marinhos, manguezal e apicum, paleodunas
evidenciando relevos e ecossistemas originados através das mudanças climáticas e variações
do nível relativo do mar.
DIVERSIDADE DE PAISAGENS
3
42
1
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
3
4
2
1
90 91
ATLAS ICAPUÍ
Falésias e pequena enseada com praias arenosas
e rochosas
Ponta Grossa
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
3
4
21
3
4
21
92 93
ATLAS ICAPUÍ
Lagoas costeiras, interdunares e estuários com
manguezais evidenciando a elevada biodiversidade,
diversidade de ecossistemas e paisagens litorâneas
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
5
3
4
2
1
6
5
4
21
3
6
94 95
ATLAS ICAPUÍ
Contatos entre as paleofalésias e os terraços
marinhos (praias antigas) evidenciando a
diversidade de usos e ocupação da planície costeira
2
1
Ponta Grossa
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
3
2
1
3
96 97
ATLAS ICAPUÍ
Praias arenosas e rochosas associadas às falésias,
dunas e terraços marinhos. Sistemas ambientais
dinâmicos integrados com as comunidades
litorâneas
Ponta Grossa
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
5
3
4
2 8
9
10
11
1
6
7
3
4
2
8 9
10 11
1
6 7
5
98 99
ATLAS ICAPUÍ
5
Conjunto de dunas fixas e móveis de várias gerações associado à diversidade de
ecossistemas. Um dos mais complexos do litoral do nordeste brasileiro, fundamental para
definir as mudanças climáticas, variações do nível do mar e formação dos aquiferos da
planície costeira
Ponta Grossa
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
5
3
4
2
1
6
5
1
2
3 4
6
100 101
ATLAS ICAPUÍ
Erosão costeira possivelmente relacionada com
a ocupação da faixa de praia, degradação do
ecossistema manguezal e indicadores associados
às mudanças climáticas
Ponta Grossa
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
5
3
4 2
1
5
1
2 3
4
102 103
ATLAS ICAPUÍ
Banco de Algas do Cajuais, delta de maré e
ecossistema manguezal. Sistemas ambientais
produtores de nutrientes para uma complexa cadeia
alimentar que inclui aves migratórias e peixe-boi
marinho. Atividades extrativistas tradicionais de
pesca, mariscagem e cultivo de algas
ECOSSISTEMA MANGUEZAL, SOBERANIA ALIMENTAR E
BIODIVERSIDADE
DEGRADAÇÃO DO ECOSSISTEMA MANGUEZAL
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Serra do Mar
Mutamba
Serra da Mutamba
Barrinha
Requenguela
Cajuais
Serra dos Cajuais
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Berimbau
Olho D’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Cima
Melancias de Baixo
Peixe Gordo
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
Ind. Arisa
Gravier
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Faz. Belém
Faz. Belém
Bichucha
Vila Ipaumirim - INCRA
Retiro Grande
31 2
4
5
1 2
3
4
5
COMUNIDADES E
SISTEMAS AMBIENTAIS
104 105
ATLAS ICAPUÍ
Pesca excessiva,
muitas vezes
predatória,
carcinicultura,
salinas e ocupação
desordenada do
território são fatores
historicamente
associados e
responsáveis
pela degradação
ambiental,
principalmente das
áreas antes ocupadas
por manguezais.
As formas variadas e tradicionais de utilização dos sistemas ambientais da planície
costeira e tabuleiro de Icapuí foram evidenciadas de modo a configurar uma ampla
diversidade usos e de ecossistemas associados. Os mapas em escala de detalhe evidenciaram,
em linhas gerais, as ações continuadas de conservação dos ambientes, quando vinculadas às
práticas extrativistas e de usufruto da biodiversidade pelos pescadores, agricultores em suas
vazantes no extenso coqueiral, marisqueiras com os recursos do banco de algas consolidando
a soberania alimentar e atualmente, com o cultivo de algas, uma gestão dos sistemas litorâneos
prontamente vinculada à sustentabilidade. Em setores onde ocorreu a degradação do
ecossistema manguezal, foram evidenciados problemas que ampliaram as causas da diminuição
da produtividade pesqueira e do início de processos erosivos contínuos em extensos trechos
do litoral. Foi no setor central da planície costeiro, quando intensificadas as práticas de
desmatamento do ecossistema manguezal (produção de sal e para as fazendas de monocultura
de camarão), alterações na qualidade da água (efluentes das salinas, carcinicultura e
domiciliares), e a morfologia dos canais estuarinos e gamboas (desviados, soterrados e
artificializados), que mais damos socioambientais foram registrados. Estas intervenções
inadequadas e que provocaram perdas de biodiversidade foram critérios fundamentais para as
ações de recuperação do ecossistema manguezal realizadas através do replantio de manguezal
com as mudas provenientes dos viveiros de mudas da Estação Ambiental Mangue Pequeno
(EAMP). As imagens de satélite em escala de detalhes foram utilizadas para delimitar os
setores em processo erosivo e para orientar práticas de gestão influenciadas pela necessidade
de recuperação do manguezal e da preservação das dunas e lagoas costeiras.
A configuração das comunidades evidenciando as áreas urbanas, as diversas formas de relações
sociais com os ecossistemas, principalmente aquelas associadas ao extrativismo, foram
configuradas de modo a proporcionar informações com qualidade científica e com a síntese
do conhecimento popular, para fundamentar políticas públicas. Estas informações foram
representadas evidenciando mais especificamente as comunidades com ações realizadas pelo
projeto “De Olho na Água”, mas todas as demais comunidades estão disponíveis em meio digital
no banco de dados da EAMP.
106 107
ATLAS ICAPUÍ
RETIRO GRANDE PONTA GROSSA
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
108 109
ATLAS ICAPUÍ
REDONDA PEROBA E PICOS
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
110 111
ATLAS ICAPUÍ
BARREIRAS DA SEREIA E VILA NOVA BARREIRAS DE CIMA E BARREIRAS DE BAIXO
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
112 113
ATLAS ICAPUÍ
FAZENDA BELÉM VILA IPAUMIRIM - INCRA
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
114 115
ATLAS ICAPUÍ
SERRA DO MAR MUTAMBA
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
116 117
ATLAS ICAPUÍ
BARRINHA CAJUAIS, SERRA DE CAJUAIS E MORRO ALTO
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
118 119
ATLAS ICAPUÍ
REQUENGUELA ICAPUÍ SEDE
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
120 121
ATLAS ICAPUÍ
BARRA GRANDE BERIMBAU
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
122 123
ATLAS ICAPUÍ
OLHO D’ÁGUA QUITÉRIAS
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
124 125
ATLAS ICAPUÍ
IBICUITABA MORRO PINTADO
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
126 127
ATLAS ICAPUÍ
TREMEMBÉ MELANCIAS DE BAIXO
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
128 129
ATLAS ICAPUÍ
MELANCIAS DE CIMA GUAJIRU
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
130 131
ATLAS ICAPUÍ
GRAVIER ARISA
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
132 133
ATLAS ICAPUÍ
PEIXE GORDO CÓRREGO DO SAL
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
134 135
ATLAS ICAPUÍ
MANIBU PRAIA DO CEARÁ
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
136 137
ATLAS ICAPUÍ
BARRINHA DE MANIBU
1
7
8
2
3
4 5
6
12
11 13
15
14
109
A IMPORTÂNCIA DO MANGUEZAL
E DO BANCO DE ALGAS PARA A
BIODIVERSIDADE
138 139
ATLAS ICAPUÍ
Banco
de Algas
As ações de recuperação da cobertura vegetal do manguezal estão contribuindo para
elevar a produção de nutrientes e das áreas utilizadas pelas aves migratórias. O bosque
de manguezal e apicum da Barra Grande proporcionam o amortecimento das cheias e
ajudam a controlar inundações na cidade e vilas de pescadores. O canal principal e as
gamboas (pequenos canais de maré), com as variações das marés, direcionam as sementes e
propágulos para os setores de expansão do manguezal. Funções ambientais que promovem
o bem-estar social das comunidades pesqueiras.
O delta de maré, diante do estuário Barra Grande foi compartimentado em dois setores,
aqui definido como emerso e submerso. Foram associados com flechas de areias (spits)
desde o contato com a linha de paleofalésia e a uma planície de maré integrada com um
sistema lagunar. As flechas de areia evoluíram para ilhas-barreiras, as quais foram rompidas
durante os eventos de máxima vazão do sistema fluviolagunar. A deriva litorânea de sudeste
para noroeste e os terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos foram associados aos
eventos regressivos do nível do mar. Esta dinâmica foi acompanhada com a deposição de
sedimentos pela presença bosques de manguezal, algas e possíveis afloramentos rochosos
(evidenciados mais à oeste) diante da desembocadura do canal estuarino. Este conjunto
morfológico foi representado nos mapas geológico e geomorfológico, perfis topográficos,
datações radiométricas, sondagens realizadas no delta de maré, laguna dos Cajuais e
terraços marinhos (MEIRELES, 2001).
Oecossistema manguezal e o banco de algas da planície costeira de Icapuí representam
sistemas ambientais de primordial importância para a diversidade biológica e
produtividade pesquisa deste setor leste do litoral cearense. Estão relacionados com as
atividades tradicionais de pesca, mariscagem, cultivos de algas e promovem as condições
ecológicas para a produção lagosteira.
140 141
ATLAS ICAPUÍ
Um complexo conjunto de sistemas ambientais e de usufruto comunitário vinculado ao ecossistema
manguezal e Banco de Algas dos Cajuais
Diversidade ecológica e usos tradicionais
142 143
ATLAS ICAPUÍ
A gestão adequada do SIG propiciará a eficiência em serviços de infraestrutura básica. Os mapas
geológico e geomorfológico possibilitam cruzamentos com os de uso e ocupação. A integração
dos componentes ambientais em suas formas variadas - como encostas das falésias, dunas ou
áreas alagadas periodicamente - definirá áreas de risco potencial, fundamentais para orientar
os gestores em situações inesperadas (deslizamentos), aumentando também a capacidade de
gerenciamento do crescimento urbano.
A descrição de cada unidade geológica e geomorfológica somada ao quadro de uso atual e às
perspectivas de sustentabilidade socioambiental, tem aprimorado os estudos na escolha das
medidas de gerenciamento de riscos e manutenção dos sistemas ambientais. As atualizações com
base em análises multitemporais mostrarão as mudanças na configuração das unidades, sejam elas
decorrentes dos fluxos naturais de energia ou resultado das interferências humanas, ou mesmo
o somatório dessas duas forças. Essas análises definirão, muito provavelmente, tendências, que
deverão ser consideradas em decisões futuras.
O Atlas e o SIG são as premissas de um planejamento integrado de retomada das atividades de
pesca comunitária, proteção e recuperação do ecossistema manguezal, banco de algas, das lagoas
costeiras e falésias, bem como o incremento da qualidade da água. Atividades relacionadas com
o turismo comunitário desenvolvidas em várias comunidades são consideradas fundamentais
para potencializar a socioeconomia local, e devem estar vinculadas à proteção dos ecossistemas e
manutenção das relações de usufruto e subsistência das comunidades tradicionais litorâneas.
Os limites geográficos da planície costeira foram definidos através da disponibilidade de imagens
de satélite de alta resolução Quick Bird 2005/2006 – 60cm e World View 2011 – 50 cm, e com a
atualização das imagens disponibilizadas no programa de acesso público Google Earth.
ESTRUTURA DO SIG - Sistema de
Informação Geográfica
OSistema de informações Geográficas de Icapuí já existe, nasceu bem antes da ideia de gerar
o Atlas . Foi criado em uma plataforma de software livre de dados pré-existentes e com
mapas produzidos desde 2007. Foi elaborado com o objetivo de se tornar um meio para o
planejamento e controle do meio ambiente e um instrumento de apoio às decisões frente às
múltiplas informações. O SIG surgiu como a possibilidade de unir bancos de dados sociambientias
às informações espaciais, os mapas temáticos da planície costeira do município. Já é acessado
por jovens do município, participantes do projeto “De Olho na Água” que foram capacitados para
operá-lo. Todas as informações do Atlas de Icapuí comporão o SIG que será disponibilizado para
consultas.
O programa computacional utilizado para o sistema foi o gvSIG, classificado como software livre,
desenvolvido em Valência, na Espanha, e financiado pela Comunidade Européia. O software dispõe
de funções para aquisição, armazenamento, gerenciamento, manipulação, processamento, exibição
e publicação dos dados e informações geográficas. Possui uma interface de fácil utilização e que um
usuário com pouca experiência em geoprocessamento pode utilizá-lo com presteza e agilidade.
Ao instalar o SIG na Estação Ambiental Mangue Pequeno – EAMP, local de visitação pública,
coordenada por jovens das comunidades locais que atuam em campos específicos (arte, música,
informática, geografia, biologia, meio ambiente dentre outras especialidades), ampliaram-se
saberes e informações sistematizadas e gerenciadas envolvendo os principais atores sociais do
município.
Os seguintes ambientes compõem o gvSIG: Vistas - Ambiente onde o usuário cria, edita, digitaliza,
visualiza, consulta, analisa várias fontes de dados geográficos ( shapefiles, arquivos CAD, bases
de dados – SDE, Oracle, PostGIS, Imagens, dados de servidores web.); Tabelas associadas a dados
geográficos. Mapas - compor, editar, exportar e imprimir documentos cartográficos contendo dados
geográficos, tabulares, textuais, etc; Vistas 3D - visualiza dados geográficos em três dimensões.
A representação gráfica conta com uma rica simbologia que permite a edição dos vetores em
diversos estilos.
Com as bases construídas em 2007, transformadas para o SIG, articulou-se as seguintes layers
(camadas) para o sistema: Teia da Sustentabilidade da FBC; Base Cartográfica da Planície Costeira;
Elementos Geoambientais; Aspectos Históricos e Culturais da Planície Costeira; Geologia/
Geomorfologia da Planície Costeira; Locais de Ressurgências e Visita do Peixe-Boi Marinho;
Ecossistemas; Componentes da Fauna e Componentes da Flora. Tudo especializado nos limites
definidos como planície costeira do município.
Os mapas temáticos assim como os demais elementos do SIG foram configurados de modo a
evidenciar procedimentos dinâmicos na sistematização das informações através da sobreposição
das temáticas, bem como a elaboração de gráficos (quantitativos dos temas e respectivas áreas) e
tabelas.
A base cartográfica proporcionou a interface geográfica nos temas saúde, educação, obras e
serviços públicos, podendo ser de utilidade à gestão tributária, permitindo agilidade nos cadastros
em geral (IPTU, ISS). Isso devido expor as edificações urbanas e rurais e inseridas no sistema viário
e suas características.
144 145
ATLAS ICAPUÍ
Representações cartográficas
para a gestão e monitoramento
dos sistemas ambientais
Os dados georreferenciados evidenciaram números interessantes e inéditos que
irão orientar a formulação de políticas públicas e de educação ambiental. Foram
individualizadas no banco de dados um total de 8.070 edificações correspondentes
às residências. As relacionadas com escolas, comércios e pousadas foram de
aproximadamente 270 edificações distribuídas ao longo das vilas e na sede do
município. A rodovia estadual CE-261 entra no município na direção norte-sul
através da Fazenda Belém e Petrobras, alcançando as comunidades Serra do Mar
e Mutamba, na direção leste-oeste com uma extensão de 42,4 km. Interliga mais
de 127,6 km de vias municipais e 1.181,3 km de acessos intermediários, caminhos
e trilhas.
O município tem uma extensão de linha de costa de aproximadamente 46,0km.
A faixa de praia apresentou uma área total de 197,0 ha (setor entre as marés) e a
zona de berma com 28,4ha (área de alcance das marés e que representa reserva de
sedimentos para evitar a erosão).
O trecho diante da comunidade de Ponta Grossa tem a maior largura com 250,0m
(as praias mais estreitas e com afloramentos rochosos, estão diante das falésias).
O banco de algas dos Cajuais (delta de maré) tem uma área de aproximadamente
577,3 ha (a maior largura é de 2,0 km).
As falésias vivas, concentradas no setor mais ao noroeste da planície costeira,
apresentam uma extensão de aproximadamente 4,0 km e as paleofalésias (morros)
estão alinhadas entre os terraços marinhos e o tabuleiro litorâneo, com uma
extensão de 30,4 km. A planície fluviomarinha da Barra Grande tem uma área de
580 ha, dos quais 104 ha foram ocupados por salinas e tanques de carcinicultura,
restando aproximadamente 91,0 ha de bosque de manguezal. Os campos de
dunas apresentam uma área total de 643 ha. Os terraços marinhos (grande parte
ocupados pelos coqueirais e carnaubais) tem uma área de 3.065,0 ha.
Com a sistematização de uma elevada quantidade de dados técnicos e científicos,
a Fundação Brasil Cidadão, através do projeto “De Olho na Água”, patrocinado pelo
Programa Petrobrás Ambiental, torna acessível às comunidades de Icapuí um dos
mais completos bancos de dados
de parte do litoral brasileiro.
146 147
ATLAS ICAPUÍ
Representações temáticas digitais do SIG
148 149
ATLAS ICAPUÍ
AÇÕES DO PROJETO “DE OLHO NA ÁGUA”
Passarela sobre o mangue
Passarela sobre o mangue
Mirante para observação da
vida marinha
Horta comunitária
Viveiro de mudas de mangue
Canteiro bio-séptico e cisterna
Aproximidade da Estação
Ambiental Mangue Pequeno
com o manguezal e banco de algas é
estratégica, uma vez que tem como
desafios recuperar e ampliar – foram
plantadas mais de 50.000 mudas de
manguezal em salinas abandonadas
e áreas desmatadas – os sistemas
ambientais amortecedores das
consequências do aquecimento da
Terra. As ações em andamento estão
voltadas para aumentar a produtividade
pesqueira e proteger o litoral icapuiense
contra efeitos progressivos da erosão
costeira.
A Estação Ambiental Mangue Pequeno
(EAMP) foi construída para realizar
atividades voltadas para a educação
ambiental e cidadã, monitoramento
das aves migratórias e do peixe-boi
marinho, recuperação, conservação e
preservação dos ecossistemas marinho
e costeiro e pesquisa científica.
É composta pelo Centro de Referência,
Viveiros de Mudas Nativas,
Passarela e Observatório Jacumã.
São cotidianamente utilizados pela
população icapuiense para realizar
ações de melhoria da biodiversidade e
da qualidade de vida comunitária.
Um conjunto de equipamentos
concebido de forma participativa
e que congrega conhecimentos
técnico-científicos e tradicionais
das comunidades litorâneas,
fundamentando práticas
direcionadas para melhoria
ambiental, educacional, cultural
e econômica da região.
Olho d’Água
Quitérias
Tremembé
Melancias de Baixo
P
Manibu
Praia do Ceará
Barrinha de Manibu
Córrego do Sal
isa
Morro Pintado
Guajiru
Ibicuitaba
Córrego do Sal
N
S
LO
Ponta Grossa
Redonda
Peroba
Picos Barreira da Sereia
Barreira de Baixo
Barreira de Cima
Barrinha
Requenguela
Morro Alto
Vila Jardim Paraíso
Gravier
P
I
Retiro Grande
Fazenda Belém
Redonda/Peroba
Requenguela
MELIPONÁRIOS
Bichucher
Retiro Grande
Fazenda Belém
Fazenda Belém
Indústria Ar
Melancias de Cima
Serra dos Cajuais
Cajuais
Vila Ipaumirim-INCRA
eixe Gordo
Berimbau
Icapuí
150 151
ATLAS ICAPUÍ
Abelhas nativas sem ferrão - indutoras da
biodiversidade - e os corredores ecológicos
Para integrar os sistemas ambientais através dos corredores
ecológicos entre as Unidades de Conservação de Ponta Grossa
e Barra Grande, matas de tabuleiro litorâneo preservadas,
áreas de conservação onde ocorrem as atividades extrativistas,
foram implantados 5 pólos de abelhas sem ferrão para induzir
e ampliar a polinização. Os jovens das comunidades são os
responsáveis pela manutenção e gestão dos meliponários,
o que possibilitou a integração pedagógica através de
práticas sustentáveis e ecologicamente corretas para o
desenvolvimento local.
100 colmeias de
abelha jandaíra foram
instaladas em diverdas
comunidades
Interior da colmeia da
abelha nativa jandaíra
(Melipona subnitida)
152 153
ATLAS ICAPUÍ
1 Visitar Estação Ambiental Mangue
Pequeno e viveiros de mudas.
2 Conhecer as áreas de replantio de
manguezal. Oportunidade para plantar
mudas de manguezal e da floresta
nativa (contribuir com as ações de
melhoria da biodiversidade do habitat
de aves migratórias e peixe-boi
marinho).
3 Caminhar pela passarela e
participar da biodiversidade do
ecossistema manguezal e da vida
marinha, principalmente das aves
migratórias.
4 Visitar o Projeto Mulheres
de Corpo e Algas e a cozinha
experimental de produção de
alimentos e cosméticos.
5 Conhecer e vivenciar práticas
comunitárias sustentáveis de cultivo
de algas.
6 Visitar as comunidades de Ponta
Grossa e Retiro Grande, conhecer os
projetos de saneamento e captação de
água de chuva e provar das iguarias
da cozinha tradicional. À continuação,
visitar o Museu do Pescador Josué e
realizar, com os guias da comunidade,
a trilha de Ponta Grossa, culminando
com o por do sol mais bonito do Ceará!
7 Conhecer as experiências de
hortas e criação de abelha sem ferrão
relaizadas pelos jovens da comunidade
Córrego do Sal. Ali poderão vivenciar
o cotidiano de uma comunidade
singular, toda saneada com os
canteiros biossépticos e cisternas,
um fogão comunitário e uma comida
deliciosa.
8 Realizar trilhas nas falésias, dunas
e mata de tabuleiro, vivenciando as
diversas ações de replantio de mata
nativa e de educação ambiental
vinculadas à Estação Ambiental
Mangue Pequeno.
Incentivo à prática do turismo sustentável
154 155
ATLAS ICAPUÍ
LEGENDAS
156
ATLAS
REFERÊNCIAS
AQUASIS - Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos. A Zona Costeira do Ceará: Diagnóstico para a Gestão
Integrada. Coordenadores Alberto Alves Campos... [et al.]. Fortaleza: AQUASIS, 2003. 248p. + 45 lâminas.
ARIMATEA DA SILVA, J. Manguezal do estuário Barra Grande em Icapuí-CE: da degradação ao processo de recuperação e mudança
de atitude. Universidade Federal do Ceará, Dissertação de Mestrado, programa Pós-graduação em Geografia-UFC; Fortaleza/CE, 2012,
120p.
BARNHARDT, A. W. e SHERROD, L.B. Evolution of a Holocene delta driven by episodic sediment delivery and seismic deformation,
Puget Sound, Washington, USA. Sedimentology (2006) 53, 1211–1228.
BHATTACHARYA, J. GIOSAN, L. Wave-influenced deltas: geomorphological implications for facies reconstruction. Sedimentology
(2003) 50, 187–210.
BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Contagem
populacional. Disponível em http://www.ibge.gov.br. Acesso em julho de 2012.
CARBOGIM, J.B.P.; CARBOGIM, M.L.V. e MEIRELES, A.J.A. Estratégia para a sustentabilidade. Ed. Fundação brasil Cidadão para a
Ciência, Tecnologia, Educação e Meio Ambiente (FBC); 1ª Ed. 2009, 82p.
CONSTANZA, R.; d’ARGE, R.; GROOT, R. de; FABER, S.; GRASSO, M.; HAMNON, B.; LIMBURG, K.; NAEEM, S.; O`NEILL, R.V.;
PARVELO, J.; RASKIN, R.G.; SUTTON, P.; and DELT, van den M. The value of the world`s ecosystem service and natural capital.
Nature, vol. 387, 17 may (1997), 253-260.
DALRYMPLE, W.M., ZAITLIN, B.A. e BOYD, R. A conceptual model of estuarine sedimentation. Journal. Sedimentary. Petrology.,
(1992), 62:1130-1146.
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(consulta realizada em 20 de julho de 2012).
MEIRELES, A. J. A. e RUBIO, R. P. Geomorfologia litoral: una propuesta metodológica sistémica en la llanura costera de Ceará,
nordeste de Brasil. Revista de Geografía, Universidad de Barcelona, v. 33, p. 165-182, 1999.
MEIRELES, A. J. A. e SILVA, E. V. Abordagem geomorfológica para a realização de estudos integrados para o planejamento e gestão em
ambientes flúvio-marinhos. Scripta Nova - Geo Crítica - Universidad de Barcelona, Barcelona - Espanha, v. VII, n. 118, p. 1-25, 2002.
MEIRELES, A. J. A. Morfología litoral y sistema evolutivo de la costa de Ceará Nordeste de Brasil. Tese de Doutorado; Barcelona -
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MEIRELES, A. J. A., SERRA, J.R. e THIERS, P.R.L. Aspectos Geodinâmicos do Delta de Maré da Planície Costeira de Icapuí/Ce. In:
Borzacciello, J.S., Dantas, E.W. e Meireles, A.J.A: Litoral e Sertão - Natureza e Sociedade no Nordeste Brasileiro. Fortaleza: Expressão
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MEIRELES, A. J. A.; ARRUDA, M.G.C.; GORAYEBE, A. e THIERS, P.R.L . Integração dos indicadores geoambientais de flutuação do
nível relativo do mar e de mudanças climáticas no litoral cearense. Revista Mercator, v. 8, p. 109-134, 2005.
MEIRELES, A.J.A. e CAMPOS, A.A. Componentes geomorfológicos, funções e serviços ambientais de complexos estuarinos no
nordeste do Brasil. Revista da ANPEGE, v.6, 2010, 89-107.
MEIRELES, A.J.A.; SANTOS, A.M.F. Evolução geomorfológica da planície costeira de Icapuí, extremo leste do Ceará, nordeste do
Brasil. Revista da Associação de Geografia Teorética - Rio Claro-SP; v. 36, n. 3, set./dez. 2011, 519-534.
MEIRELLES, A. C. O. Mortality of The Antillean Manatee, Trichechus Manatus Manatus, in Ceará, North-Eastern Brazil . Journal of
The Marine Biological Association of The United Kingdom , v. 88, n. 6, p. 1133 – 1137, 2008.
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SOUSA, D. C.; JARDIM DE SÁ, E. F.; VITAL, H. e NASCIMENTO, M. A. L. Falésias na praia de Ponta Grossa, Icapuí, CE. Importantes
deformações tectônicas cenozóicas em rochas sedimentares da formação barreiras. Sítios ecológicos e paleontológicos do Brasil, 501 –
512, 2011.
WHSRN, Western Hemisphere Shorebird Reserve Network. [Consulta em 20 de novembro de 2006]. Disponível em www.whsrn.org
www.deolhonaagua.org.br - www.brasilcidadao.org.br - (85) 9143.7217 (85) 3268.2778 (88) 9211.5946
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Atlas de icapui

  • 2. Antonio Jeovah de Andrade Meireles Ana Maria Ferreira dos Santos Atlas de Icapuí 1ª Edição Icapuí - CE 2012 Copyright 2012 Editora Fundação Brasil Cidadão Editor responsável João Bosco Priamo Carbogim Coordenação geral do Projeto “De Olho na Água” Maria Leinad Vasconcelos Carbogim Autores Antonio Jeovah de Andrade Meireles Ana Maria Ferreira dos Santos Projeto apoiado CNPq CAPES Programa de Pós-graduação em Geografia da UFC Laboratório de Geoprocessamento – (Labocart/UFC) Laboratório de Planejamento Urbano e Regional (Lapur/UFC) Conteúdo científico UFC/Programa de Pós-graduação em Geografia Projeto gráfico e direção de arte Mauri de Sousa Fotos Antonio Jeovah de Andrade Meireles, Maurício Albano, Alexandre Longren, Acervo FBC Apoio institucional Petrobras Apoio técnico Promosell Comunicação Colaboradores Estação Ambiental Mangue Pequeno/Icapuí (Gestão do Banco de Dados e Atividades de Campo): Maria Aparecida Alcântara, José de Arimatea da Silva, Adriano Pedro da Costa, Zenilde Pereira da Silva, Anderson Rodrigues de Oliveira, José Maria Damasceno Netto, Jeová Pereira da Silva, Manuel de Freitas Filho, Rosiane Carvalho, Rosineide Rebouças Maia, Rosinere Ferreira da Costa, Ana Paula da Silva Lima, Naiara Raiane Roseno da Costa, Carla da Paz Beserra, Vladson da Costa Silva, Eliabe Crispim da Silva Universidade Federal do Ceará - UFC (Gestão do Banco de Dados e do Sistema de Informações Geográficas - SIG), Programa de Pós-graduação em Geografia, Laboratório de Geoprocessamento, Laboratório de Planejamento Urbano e Regional, Bolsistas CNPq e CAPES e Departamento de Geografia: Adryane Gorayeb, Paulo Roberto Lopes Thiers, Narcélio de Sá Pereira Filho, Eustógio Wanderley Correia Dantas, Enus Feitosa de Araújo, Antonio Jeovah de Andrade Meireles, Ana Maria Ferreira dos Santos, Francivon Alves Pereira, José de Arimatea da Silva Agradecimentos: os autores agradecem ao CNPq e CAPES pelo apoio financeiro através de bolsas de iniciação científica, mestrado e doutorado; à Universidade Federal do Ceará (UFC) através do Programa de Pós-graduação em Geografia pelo apoio científico, e à Petrobras que patrocinou a publicação desse Atlas. ©
  • 3. ÍNDICE APRESENTAÇÃO LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DE ICAPUÍ CLIMA VEGETAÇÃO E ÁREAS ÚMIDAS BIOMAS SETORES CENSITÁRIOS ASPECTOS GEOAMBIENTAIS OS FLUXOS COSTEIROS E AS INTERFERÊNCIAS HUMANAS RELEVO ZONEAMENTO AMBIENTAL LOCALIZAÇÃO DO BANCO DE ALGAS E BATIMETRIA DA PLATAFORMA CONTINENTAL IMPACTOS AMBIENTAIS MAPAS SETORIAIS DIVERSIDADE DE PAISAGENS COMUNIDADES E SISTEMAS AMBIENTAIS A IMPORTÂNCIA DO MANGUEZAL E DO BANCO DE ALGAS PARA A BIODIVERSIDADE ESTRUTURA DO SIG AÇÕES DO PROJETO “DE OLHO NA ÁGUA” LEGENDAS REFERÊNCIAS 06 10 12 16 19 20 24 38 40 52 54 56 58 88 104 138 142 148 154 156
  • 4. 06 07 ATLAS ICAPUÍ abrangência desta ferramenta de gestão territorial. Portanto, o Atlas congrega conhecimentos técnico-científicos e tradicionais das comunidades litorâneas, estratégicos para efetivar práticas direcionadas para melhoria ambiental, cultural e econômica da sociedade icapuiense. Ao compartilhar cenários de elevada diversidade de paisagens e ecossistemas, o Atlas possibilitará: • revelar as atividades humanas nos diversos sistemas ambientais representados e da complexidade de usos e ocupação do espaço; • ser indutor da garantia dos territórios de usufruto comunitário. • instigar diretrizes e ações para a sustentabilidade socioambiental da planície costeira e do tabuleiro litorâneo; • proporcionar elementos cartográficos para a elaboração de mapas comunitários, etnomapas, cartografia social; • planejar as atividades de subsistência, cultivo de algas, recuperação do ecossistema manguezal e mata de tabuleiro; • evidenciar um conjunto de informações para estimular a cultura e as demais participações da sociedade nas diversas representações históricas e políticas; • elaborar mapas de fácil compreensão, significativos e de amplo acesso para a sociedade; • proporcionar a utilização dos mapas em atividades educativas, culturais e articulações entre pedagogias participativas e de domínio comunitário; • compor mapas para serem utilizados como instrumentos de promoção e planejamento do turismo comunitário; • revelar a face urbana do município, indicador das problemáticas urbanas e ativador de novas propostas para a expansão urbana planejada; • disponibilizar mapas com diferentes escalas e ângulos de visualização e • potencializar a qualidade dos softwares livres no suporte à gestão pública e comunitária. APRESENTAÇÃO O“Atlas das paisagens e ecossistemas de Icapuí” insere-se nos objetivos do Projeto “De Olho na Água” como parte das ações integradas e participativas, fundamentadas em pesquisas científicas e na aplicação de técnicas ecossustentáveis. A composição dos mapas, imagens de satélite e fotografias foram efetivadas de modo a representar a diversidade de componentes ambientais e ecossistemas costeiros, marinhos e continentais. Configuram as diferentes formas de usufruto dos sistemas ambientais pelas comunidades tradicionais e distintos grupos sociais que integram a dinâmica territorial do município. Patrocinado pela Petrobras, através do Programa Petrobras Ambiental, o Projeto “De Olho na Água” apresenta esse Atlas como instrumento para fundamentar ações sustentáveis de uso e ocupação do solo e orientar a elaboração de políticas públicas voltadas para a conservação dos ecossistemas, diante da necessidade de ampliar a qualidade de vida das populações e da biodiversidade. Sua importância vincula-se também às ações de Educação Ambiental realizadas pela Estação Ambiental Mangue Pequeno (EAMP), pois os elementos cartográficos com representação da diversidade de paisagens são fundamentais para ampliar a participação da sociedade desde o conhecimento aprofundado das interconexões de seu território com a natureza. Uma ferramenta para tornar concreto um novo paradigma na relação do homem com a elevada composição de sistemas ambientais ao longo da planície costeira. Com a elaboração do Banco de Dados do Projeto “De Olho na Água”, implantado pela Fundação Brasil Cidadão, foi possível sistematizar o excelente trabalho de conservação da natureza (recuperação do bosque de manguezal e da mata de tabuleiro), produção de informações científicas, melhoria da qualidade da água e mapeamento dos componentes ambientais e sociais em diferentes escalas. Com o Atlas foi possível representar uma síntese das ações realizadas por uma equipe interdisciplinar de pesquisadores, fundamentalmente constituída por jovens de Icapuí que há anos são indutores de políticas públicas para a sustentabilidade. Para elaborar o primeiro Atlas de um município do litoral brasileiro, foi necessário congregar as ações desenvolvidas pela Teia da Sustentabilidade com os registros cartográficos da diversidade de componentes socioambientais e assim produzir um instrumento eficaz que está disponível para o planejamento e gestão da zona costeira. Os mapas estão disponíveis em meio digital e Sistema de Informação Geográfica (SIG) e poderão ser consultados na EAMP para assim compartilhar a
  • 6. LOCALIZAÇÃO GEOGRÁFICA DE ICAPUÍ município de Icapuí está situado no extremo leste do estado do Ceará, entre as latitudes -4°37’40” e -4°51’18” e longitudes -37°15’30” e -37°33’44”. Faz fronteira com o estado do Rio Grande do Norte e, no Ceará, com a cidade de Aracati, de onde foi desmembrado em 15 de janeiro de 1985 (Decreto Lei 11.003). Desde então é composto por três distritos: Icapuí (Sede), Ibicuitaba e Manibu. O município possui uma área de 428,69 km² e a maior parte da população, de 18.381 habitantes (BRASIL, 2010), distribuída ao longo da planície costeira. Está inserido na micro- região do baixo Jaguaribe. Localidades que compõem o município: em Icapuí - Berimbau, Icapuí Sede, Praia de Requenguela, Cajuais, Serra de Cajuais, Mutamba, Serra da Mutamba, Praia de Barreiras de Baixo, Barreiras de Cima, Barrinha, Picos, Peroba, Redonda, Vila União, Vila Nova, Ipaumirim (Incra), Belém, Copan, Serra do Mar, Ponta Grossa e Retiro Grande; em Ibicuitaba - Olho D’Água, Olho D’Água da Serra, Vila de Ibicuitaba, Praia de Quitérias, Morro Pintado, Praia de Tremembé, Melancias de Cima, Melancias de Baixo, Praia de Melancias, Peixe Gordo, Praia de Peixe Gordo e Gravier; em Manibu - Manibu Vila, Barrinha de Manibu, Praia de Manibu, Arisa e Córrego do Sal. LOCALIDADES SEDE IBICUITABA MANIBU DISTRITOS O As falésias são um dos elementos mais importantes da paisagem do litoral de Icapuí 10 11 ATLAS ICAPUÍ A pesca artesanal ocupa grande parte da população litorânea
  • 7. CLIMA 12 13 ATLAS ICAPUÍ Clima Tropical Quente Semi-Árido Clima Tropical Quente Semi-Árido Brando Clima Tropical Quente Subúmido Clima Tropical Quente Úmido Clima Tropical Quente Subúmido TIPOS CLIMÁTICOS ara a composição do modelo evolutivo da planície costeira de Icapuí, foi evidenciada a dinâmica sazonal existente entre as precipitações pluviométricas, insolação e velocidade dos ventos. Isso foi necessário para evidenciar os períodos de maiores precipitações (concentrados no primeiro semestre) e assim correlacionar com os impactos associados aos diversos tipos de utilização dos sistemas hídricos. O período chuvoso no litoral leste cearense concentra-se entre os meses de fevereiro e maio (com média de 1.331,7mm). Para o litoral de Icapuí, um dos mais áridos do litoral cearense (por isso a importância das lagoas costeiras e do lençol freático), a precipitação média para o mês de abril (mais chuvoso do ano) referente ao período entre 2008 e 2011 foi de 411,5mm. Durante esta época o principal sistema responsável pelas chuvas é a chamada Zona de Convergência Intertropical (ZCIT, zona da atmosfera onde os ventos dos hemisférios sul e norte se encontram). Depois deste período a ZCIT se desloca para o hemisfério norte e as chuvas sobre a região cessam, iniciando-se um longo período de estiagem que na planície costeira de Icapuí é evidenciado no segundo semestre. A partir de julho as precipitações diminuem até novembro (com a menor média em torno de 1,25mm no mês de outubro). Os meses de outubro e novembro registraram os mais baixos valores acumulados. O primeiro semestre responde por mais de 90% da precipitação anual. Com relação à temperatura media mensal, foram registradas oscilações térmicas com médias que variam em torno de 27ºC, com máximas entre 31ºC a 32ºC (FUNCEME, 2012). Os índices médios mensais que apresentaram os menores valores de insolação foram registrados durante o período de maior precipitação, devido a uma maior nebulosidade. Os maiores valores situaram- se nos meses com menores índices de precipitação (agosto e outubro) e com valores mais altos de velocidade média dos ventos. Esses se apresentam no litoral como um importante componente da dinâmica da paisagem e fundamental para a composição dos modelos evolutivos propostos neste atlas. As direções predominantes no litoral cearense são de SE, ESE, E e NE. As médias de velocidade chegam a superar os 4,5 m/seg. nos meses mais secos (podendo alcançar mais de 11m/seg.) No período de estiagem ocorre predomínio dos ventos de SE (são os ventos mais intensos). No início da estação chuvosa, com a chegada da ZCIT, registram-se mudanças na direção dos ventos, passando a predominar os de nordeste. A integração destes componentes atmosféricos demonstrou que a migração mais intensa das dunas móveis ocorre no segundo semestre, associada aos valores mais elevados na velocidade dos ventos e da insolação, e índices mais baixos de precipitação pluviométrica. Durante o primeiro semestre o aporte de areia para a faixa de praia é realizado pela deriva litorânea de sudeste para noroeste, devido à fisionomia da linha de costa e direção preferencial dos ventos de leste e nordeste. Após o delta de maré (diante do canal estuarino Barra Grande), o transporte dos sedimentos é quase que na direção leste-oeste, devido à mudança regional da linha de costa. No primeiro semestre do ano, período no qual ocorrem os maiores índices de precipitação pluviométrica, as lagoas costeiras de Icapuí elevam seu nível hidráulico, uma vez que se relacionam diretamente com as oscilações do lençol freático. Neste período o estuário recebe maiores volumes de água doce proveniente das lagoas e dos vários exutórios e nascentes ao longo das falésias mortas (paleofalésias). Certamente, neste período do ano, os olhos d’água que jorram água doce na Plataforma Continental (principalmente diante das comunidades de Retiro Grande, Ponta Grossa, Redonda, Barreira da Sereia e Ibicuitaba) aumentam consideravelmente suas vazões, proporcionando vários pontos de água doce que são utilizados pelo peixe-boi marinho. P Fonte: FUNCE ME mm Fonte: FUNCE ME mm Precipitação Pluviométrica (Posto Icapuí) Precipitação Pluviométrica Acumulada(Posto Icapuí)
  • 8. Sazonalidade Temperatura média da superfície do mar Imagens do nordeste brasileiro com as variações sazonais da nebulosidade. O primeiro semestre (representado pelo mês de maio) é caracterizado pelas maiores precipitações. No segundo semestre as nuvens são mais escassas, maior insolação e velocidade dos ventos. Dados regionais referentes à temperatura média da água do mar. Diante do litoral de Icapuí a temperatura oscila em torno dos 27ºC. Fonte das imagens GOES (Geostationary Operational Environmental Satellite /NOAA/NASA) Obtidas em www.inpe.br Fonte dos dados: CPC/NCEP/NOAA - Washington - DC/USA Elaboração FUNCEME 14 15 ATLAS ICAPUÍ Maio 2010 Novembro 2010 Maio 2011 Maio 2012 Junho 22/06/2012Novembro 2011 Fevereiro 2011 Julho 2011 Novembro 2011 Fevereiro 2012
  • 9. s principais espécies vegetais arbóreas do ecossistema manguezal (Floresta Perenifólia Paludosa Marítima) são os mangues dos tipos vermelho, verdadeiro ou sapateiro (Rhizophora mangle), o mangue manso, branco ou rajadinho (Laguncularia racemosa), o canoé, preto ou síriba (Avicennia germinans e Avicennia schaueriana) e o mangue ratinho ou botão (Conocarpus erecta). O mangue sapateiro é uma planta vivípara, desprendendo o seu fruto somente após a germinação como plântula. Sua dispersão é feita por hidrocoria (propágulos transportados pela dinâmica das marés), tendo uma elevada capacidade de flutuação, de permanência na água e fixam-se em áreas debaixo das árvores adultas. O mangue manso ocupa indistintamente as áreas do manguezal, após a faixa de domínio de Rhizophora mangle. O mangue canoé destaca-se no conjunto vegetacional por sua coloração mais escura e chega a alcançar mais de 8 metros de altura e se adapta localmente a terrenos mais arenosos. A Laguncularia racemosa, a Avicennia germinans e a Avicennia schaueriana ocorrem em áreas interiores da planície fluviomarinha. Comumente delimitam o contato entre o setor de cobertura arbórea com o apicum. Os canais de marés existentes nos terrenos de apicum e os associados com bosques de manguezal, quando interditados pelos viveiros de camarão, inviabilizaram a expansão desta espécie de mangue e promoveram a morte de indivíduos. No apicum ocorre predomínio de espécies herbáceas, destacando-se o bredo do mangue (Batis maritima), a beldroega (Portulaca oleracea), além das cyperaceas (Cyperus sp.) e das xyridaceas (Xyris sp.). Já nos contatos do manguezal com os cursos de água doce ou nas proximidades de ressurgências hídricas, ocorre a presença do bugi (Dalbergia hecastophylum), como espécie arbustiva, e plantas anfíbias, representadas pela samambaia do mangue (Acrostichum aureum) e pela tabuba (Thypha domingensis). As Matas de Tabuleiro Litorâneo abrangem grande parte do município. Quanto mais ao sul e afastado das vilas, encontra-se em melhor estado de conservação. No extrato vegetal têm predominância o porte arbustivo e dentre as espécies mais frequentes nesses locais destacam- se a imburana (Cammiphora leptophleos), jucá (Caesalpinea férrea), catingueira (Caesalpinea bracteosa), podoi (Copaifera cearensis), juazeiro (Ziziphus joazeiro), ubaia (Eugenia sp), pau darco (Tabebuia impetiginosa), pereiro (Aspidosperma pyrifolium), pinhão (jatropha molíssima), catanduba (Peptadenia moniliformes), jurema branca (Pepitadenia stipulacea), davi (Strichnos parvifolia), guabiraba (Compomaneasia sp) e angélica (Guetarda angélica). Nas áreas mais úmidas com presença de lagoas e de influência marinha, pode-se destacar a formação da floresta mista dicótilo-palmácea. Essas feições fitoecológicas foram bastante degradadas, sendo utilizadas como setores de extensão das salinas, tendo como exemplo a comunidade de Berimbau, onde o carnaubal cedeu espaço para a construção de tanques de produção de sal. Nas áreas de pós-praia e terrenos subsequentes, estende-se a vegetação pioneira psamófila e a vegetação herbácea-arbustiva típica das restingas com destaque para a salsa (Ipomoea pes-caprae), pinheirinho da praia (Ramirea maritima) e pirrichiu (Sesuvium portulacastrum). O coqueiral existente sobre os terraços marinhos não é uma composição vegetal nativa. Entretanto, se adaptou muito bem ao solo predominantemente arenoso (Neossolos Quartzoarênicos) e bem drenado, tornando- se elemento referencial deste componente da paisagem e importante para a economia do município. Apesar de ser uma cobertura vegetal com características homogêneas, associa-se com espécies nativas principalmente de herbáceas. (AQUASIS, 2003; CARBOGIM et ali., 2010; ARIMATEA DA SILVA, 2012) A planície costeira de Icapuí é composta por dois sistemas fluviomarinhos denominados de Barra Grande (localizado diante da cidade de Icapuí e onde está o porto de barcos pesqueiros e lagosteiros) e Arrombado (no extremo leste da planície) com manguezais em diferentes estados de conservação quando relacionados aos impactos ambientais da produção de sal e criação de camarão em cativeiro. O estuário Barra Grande é vinculado ao 16 17 ATLAS ICAPUÍ VEGETAÇÃO E ÁREAS ÚMIDAS A
  • 10. 18 19 ATLAS ICAPUÍ BIOMAS Amazônia Caatinga Cerrado Mata Atlântica Pampa Pantanal BIOMAS sistema lagunar (lagoa Cajuais ou do Carapicu), alimentado pela água doce proveniente das nascentes existentes no sopé das paleofalésia (localmente denominada de serra e morro) e que possibilita a contribuição do lençol freático nos processos ecodinâmicos que sustentam o ecossistema manguezal. As lagoas costeiras e interdunares ocorrem praticamente em toda planície. As costeiras, sobre os terraços marinhos, são sazonais e durante o período chuvoso os cordões litorâneos ficam inundados, originando lagoas com morfologias alongadas e paralelas à linha de costa. As interdunares (espelhos d’água azulados em contraste com as dunas de areia branca) associam-se aos demais ecossistemas costeiros, principalmente aos mais à leste da planície. As áreas úmidas representadas pelas lagoas, laguna, banco de algas e estuários são também associadas ao lençol freático, que regula os fluxos subterrâneo e superficial de água doce na planície costeira. A importância do lençol freático é também relacionada às suas interconexões com a Plataforma Continental − plana, com assoalho formado através dos eventos erosivos e estruturais sobre as rochas da Bacia Potiguar e com biodetritos que proporcionam habitats especiais para elevada biodiversidade − com as surgências (denominados pelos pescadores de olhos d’água) do aquífero entre as comunidades de Retiro Grande e Quitérias, fornecendo água doce para o peixe-boi marinho. (MEIRELES e CAMPOS, 2010). Os mapas geomorfológico e de uso e ocupação representaram estes sistemas hídricos essenciais para a qualidade de vida e dos ecossistemas. São amplamente utilizados como suporte para atividades sócio-econômicas e de subsistência. Fonte: IBGE, 2005 Bioma é um conjunto de tipos de vegetação que abrange grandes áreas contínuas, em escala regional, com flora e fauna similares, definida pelas condições físicas predominantes nas regiões. Esses aspectos climáticos, geográficos e litológicos (das rochas), por exemplo, fazem com que um bioma seja dotado de uma diversidade biológica singular, própria. No Brasil, os biomas existentes são (da maior extensão para a menor): a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pampa e o Pantanal (www.ibge.gov.br). A planície costeira de Icapuí, com a diversidade de componentes ambientais representada neste Atlas, está inserida no bioma Caatinga, com complexos vegetacionais litorâneos específicos, amplamente representados pela mata de tabuleiro e ecossistema manguezal.
  • 11. s dados estatísticos proporcionados pelo Banco de Dados do IBGE (www.ibge.gov.br) são de fundamental importância para a gestão socioambiental e para o desenvolvimento de atividades escolares e das demais articulações comunitárias. Está representado em parte poe uma detalhada composição de indicadores populacionais e dados sobre aspectos administrativos do município. Foram sistematizados em setores censitários de acordo com a metodologia do IBGE, evidenciados nos mapas do município com os respectivos indicadores: • População residente (evolução de acordo com os dados censitários de 1991, 2000 e 2010) • População residente por faixa etária • Pessoas residentes em 2010 (distribuição nos setores censitários) • Pessoas alfabetizadas com 5 ou mais anos de idade (2010) • População residente (2010) • Domicílios permanentes • Domicílios particulares permanentes próprios e quitados • Domicílios particulares e coletivos • Domicílios com banheiros (2010) evidenciando a distribuição nos setores censitários • Saúde • Eletricidade • Domicílios particulares com abastecimento de água (rede geral) • Domicílios particulares com banheiro próprio e sem banheiro • Domicílios particulares com lixo coletado SETORES CENSITÁRIOS O 442 cisternas para captação de águas pluviais foram construídas com recursos do projeto “De Olho na Água” No período do defeso da lagosta, os pescadores se ocupam com a pesca para a sobrevivência das famílias 20 21 ATLAS ICAPUÍ
  • 12. 55,57% 4,90% 39,53% 62,51% 5,14% 32,35% 68,49% 6,79% 24,72% Faixas etárias 0 a 14 anos 15 a 64 anos acima de 65 anos 1991 2000 2010 1991 13.661 2000 16.052 1991 18.392 8.561 hab 62,67% 5.100 hab 37,33% 11.390 hab 70,96% 4.662 hab 29,04% 12.605 hab 68,54% 5.787 hab 31,46% Rural Urbana Domicilios sem sanitário 0% - 1,15% 1,16% - 5,11% 5,12% - 9,45% 9,46% - 18,35% 18,36% - 37,1% Domicilios Permanentes -2000 98,47% - 99,52% 99,53% - 100% Domicilios Particulares Com acesso à energia elétrica 0% 0,01% - 85,19% 85,2% - 95,82% 95,83% - 98,4% 98,41% - 100% Domicilios Particulares com lixo coletado 0% - 35,19% 35,2% - 72,8% 72,81% - 83,2% 83,21% - 91,02% 91,03% - 100% Domicilios sem banheiro proprio - 2000 4,18% - 11,31% 11,32% - 21,69% 21,7% - 29,67% 29,68% - 44,15% Domicilios Próprios e Quitados -2000 97,62% - 97,88% 97,89% - 98,96% 98,97% - 100% Domicilios Totais - 2000 18 - 209 210 - 487 488 - 1155 Domicilios Particulares Abastecimento de água 0% - 22,45% 22,46% - 71,43% 71,44% - 91,04% 91,05% - 96,81% 96,82% - 100% Domicilios com abastecimento de água 0% 0,01% - 56,78% 56,79% - 86,41% 86,42% - 95,69% 95,7% - 96,83% Pessoas Alfabetizadas 48,38% - 49,72% 49,73% - 56,03% 56,04% - 62,75% 62,76% - 66,71% 66,72% - 73,17% Moradores Alfabetizados 2010 52,52% - 58,52% 58,53% - 65,86% 65,87% - 71,92% 71,93% - 76,94% 76,95% - 82,88% Domicilios com coleta de lixo 22,22% 22,23% - 64% 64,01% - 72,62% 72,63% - 90,26% Domicilios com banheiro 54,41% - 54,66% 54,67% - 78,31% 78,32% - 95,82% Domicilios com rede de esgoto 0% 0,01% - 0,09% 0,1% - 0,26% Domicilios com sanitário - 2010 0% 0,01% - 55,65% 55,66% - 70,9% 70,91% - 90,57% 90,58% - 100% 22 23 ATLAS ICAPUÍ Domicilios Particulares Permanentes próprios e quitados 0% 0,01% - 77,14% 77,15% - 85,16% 85,17% - 91,62% 91,63% - 99,13% Domicilios Particulares e Coletivos 0 - 70 71 - 177 178 - 253 254 - 446 447 - 694 Ceará/Rio Grande do Norte Domicilios com Rede de Esgoto e Banheiro 0% - 0,17% 0,18% - 0,57% 0,58% - 0,8% 0,81% - 1,79% 1,8% - 6,96% Setor Censitário Urbano População de Icapuí: Urbana - 6.707 habitantes - 31,465 Rural - 12.605 habitantes - 68,64% Homens - 9.414 - 51,19% Mulheres - 8.978 - 48,81% Setor Censitário Rural DADOS GERAIS DO MUNICÍPIO DE ICAPUÍ POPULAÇÃO:
  • 13. ASPECTOS GEOAMBIENTAIS 24 25 ATLAS ICAPUÍ planície costeira de Icapuí é constituída por um complexo conjunto de unidades morfológicas decorrentes das mudanças do nível relativo do mar e flutuações climáticas durante o período geológico denominado de Quaternário. Os mapas geoambientais e a definição dos principais fluxos de matéria e energia geradores das formas representativas destes eventos foram sistematizados na sequência de mapas da Planície Costeira de Icapuí. As composições geomorfológicas − terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos, gerações de dunas, lagoas, laguna, estuários, falésias vivas e paleofalésias, faixa de praia e delta de maré foram originadas pelos eventos globais relacionados com mudanças no volume da água dos oceanos (as paleofalésias, localmente denominadas de “morros”, foram originadas quando o nível do mar se encontrava mais elevado que o atual), movimentos das placas tectônicas relacionados com a formação do Oceano Atlântico e alternâncias entre climas mais úmidos e áridos a semiáridos (ideais para o transporte das areias pelo vento e formação das gerações de dunas). Os terraços marinhos registraram os dois últimos eventos transgressivos e regressões subsequentes, inseridos entre uma paleofalésia com aproximadamente 30 km de extensão e o delta de maré (ebb delta), que também evidenciou as oscilações do nível relativo do mar. Datações radiométricas (conchas de bivalves), sondagens que definiram as fácies sedimentares de antigos níveis de praia (terraços) e a delimitação de níveis escalonados de plataforma de abrasão marinha, proporcionaram a definição das cotas do mar nos máximos transgressivos (MEIRELES et al., 2005). A gradação lateral entre os terraços marinhos e as demais morfologias deste setor central da planície costeira, principalmente entre a laguna, estuário e delta de maré, Paisagens e ecossistemas da planície costeira: setores representativos da diversidade geoambiental e ecológica. A
  • 14. MAPA GEOLÓGICO E GEOMORFOLÓGICO 26 27 ATLAS ICAPUÍ LIMITE MUNICIPAL ÁGUAS SUPERFICIAIS CURVAS DE NÍVEL A CADA 10M Declinação Magnética (d): -21°20'49" Var. Anual = 0°00'47" Datum = WGS_1984_UTM_Zone_24S Falso Este: 500000,000000 Falso Norte: 10000000,000000 Meridiano Central: -39,000000 Fator de Escala: 0,999600 Latitude de Origem: 0,000000 Unidade de Medida: Metros PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR Convergência Meridiana (c): -0°00'44,5997" MANGUEZAL APICUM CANAL FLUVIAL FORMAÇÃO LAGUNAR PLANÍCIE DE DEFLAÇÃO PALEOFALÉSIAS FORMAÇÃO BARREIRAS DUNAS DE 3ª GERAÇÃO DUNAS DE 2ª GERAÇÃO DUNAS DE 1ª GERAÇÃO DELTA DE MARÉ/BANCO ARENOSO CRISTAS DE PRAIA BANCO DE AREIA BERMA FALÉSIAS TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS TERRAÇOS MARINHOS HOLOCÊNICOS PRAIA ARENOSA UNIDADES DO RELEVO PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO LIMITE MUNICIPAL ÁGUAS SUPERFICIAIS CURVAS DE NÍVEL A CADA 10M Declinação Magnética (d): -21°20'49" Var. Anual = 0°00'47" Datum = WGS_1984_UTM_Zone_24S Falso Este: 500000,000000 Falso Norte: 10000000,000000 Meridiano Central: -39,000000 Fator de Escala: 0,999600 Latitude de Origem: 0,000000 Unidade de Medida: Metros PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR Convergência Meridiana (c): -0°00'44,5997" MANGUEZAL APICUM CANAL FLUVIAL FORMAÇÃO LAGUNAR PLANÍCIE DE DEFLAÇÃO PALEOFALÉSIAS FORMAÇÃO BARREIRAS DUNAS DE 3ª GERAÇÃO DUNAS DE 2ª GERAÇÃO DUNAS DE 1ª GERAÇÃO DELTA DE MARÉ/BANCO ARENOSO CRISTAS DE PRAIA BANCO DE AREIA BERMA FALÉSIAS TERRAÇOS MARINHOS PLEISTOCÊNICOS TERRAÇOS MARINHOS HOLOCÊNICOS PRAIA ARENOSA UNIDADES DO RELEVO PLANÍCIE DE INUNDAÇÃO evidenciou que os fluxos de matéria e energia foram de fundamental importância para sua diversidade morfológica. Foi com esteio na definição destes agentes morfogenéticos – derivas litorânea e eólica, hidrodinâmicas lagunar, estuarina e lacustre, ação da gravidade (encosta das falésias), das ondas e marés e fluxo de água subterrânea – que o modelo de evolução proposto foi sistematizado. Como síntese dos eventos morfológicos definidos e suas formas associadas, utilizou-se a evolução do delta de maré (representado, em grande parte, pelo Banco de Algas dos Cajuais). Seus componentes foram agrupados em dois setores, aqui definidos como emerso e submerso. Foram associados com a ocorrência de flechas de areias (desde a progradação dos terraços marinhos pleistocênico e holocênico), com origem no contato com a linha de falésia morta. O contato entre os setores submerso e emerso foi evidenciado pela presença de antigos canais de maré atualmente tomados por uma complexa rede de algas, com evidências de provável setor de pró-delta, relacionado com os últimos eventos transgressivos (globalmente definidos como eventos interglaciais). Com a integração das unidades morfológicas, definição altimétrica em relação ao nível do mar atual, caracterização dos componentes sedimentares e datações radiométricas, foi proposto um modelo de evolução para o litoral de Icapuí (MEIRELES e SANTOS, 2011). O contato erosivo entre um depósito sedimentar pliopleistocênico com características estruturais e mineralógicas tipicamente continentais (Formação Barreiras), com depósitos sedimentares mistos (estuarino
  • 15. UNIDADES GEOAMBIENTAIS 28 29 ATLAS ICAPUÍ Praias e lagoas costeiras são unidades geoambientais que compõem o ambiente litorâneo e lagunar) e marinho-costeiro (praia e delta de maré) demarca o limite continental da planície costeira. Esse contato foi delimitado morfologicamente por uma linha de falésia morta (paleofalésia, falésia fóssil, os morros de Icapuí) com aproximadamente 30 km de extensão, escarpas com altitude média de 15 metros e sentido sudeste-noroeste. A paleofalésia evidencia o limite do nível do mar durante a penúltima transgressão de onde, com o início do evento regressivo subsequente, é iniciada a composição das formas litorâneas atualmente dispostas na planície costeira. Como evidência morfológica restaram antigos níveis de praia dispostos nas proximidades da paleofalésia, denominados de terraço marinho pleistocênico (associados aos setores onde predominam os carnaubais, solo arenoso e excelente aquífero). O estuário Barra Grande nasce no sopé da falésia, de onde, associado aos terraços marinhos, recebe água doce para a composição dos níveis de salinidade e nutrientes que acabaram por gerar deposição de argilas ricas em matéria orgânica e microorganismos (depósitos paludais). O estuário Barra Grande comporta-se como importante indicador das variações do nível relativo do mar para a costa leste cearense. A última sequência de esporões de areia nas margens do estuário Barra Grande (a que forma o canal denominado de Manguinho)
  • 16. 30 31 ATLAS ICAPUÍ Associados a este conjunto de terraços e durante o evento regressivo no qual o mar atinge a cota atual, desenvolveram-se os sistemas morfológicos dunar, lagunar, estuarino e o delta de maré, no qual está instalado o banco de algas dos Cajuais. Suas características morfológicas e sedimentares posicionaram a diversidade de paisagens da planície costeira de Icapuí associada a um contexto regional, que também foi controlado pelos eventos transgressivos e regressivos que ocorreram durante os últimos 125 mil anos. O limite externo do banco de algas pode estar associado a paleolinhas de praia constituídas quando o nível do mar estava associado a eventos repressivos. As dunas estão associadas à faixa de praia, aos terraços marinhos, tabuleiro, às lagoas costeiras e ao delta de maré. Evoluíram de acordo com a disponibilidade de sedimentos durante as fases de regressão marinha e às mudanças climáticas. Proporcionaram a origem de três gerações de dunas, evidenciando os tipos barcana, transversal, dômica e parabólica. As areias para a formação das dunas foram mobilizadas pelo vento com a construção Dunas, falésias e lagoas costeiras dominam a paisagem de Ponta Grossa limita-se ao norte com o delta de maré, o que pode evidenciar uma relação estreita entre a dinâmica de construção da planície durante o último evento regressivo e o desenvolvimento do delta de maré: no decurso de eventos de mínima vazão do estuário (aquífero com nível hidrostático baixo), os esporões fecharam o canal e, posteriormente, foi aberto mediante a contribuição do fluxo de água doce em eventos de máxima vazão associados às contribuições do lençol freático e do sistema morfológico lagunar/ lacustre, originando a laguna Cajuais (Carapicu), de forma alongada e localizada no “pé do morro” entre Mutamba e a sede do município. Caso a sequência dos esporões de areia (desde o contato com a falésia morta até a faixa de praia atual) tenha evoluído desta forma, a abertura sequenciada do canal estuarino, por intermédio do rompimento das flechas de areia, produziu uma excelente fonte (espasmódica) de sedimentos, que contribuiu com o desenvolvimento do delta de maré. Fragmentos de flechas de areia isolados, dispersos e sobre a planície de maré, registraram indícios de rompimentos dos esporões arenosos. O terraço marinho pleistocênico (praias antigas com mais de 10 mil anos de idade), disposto na área central e mais interna da planície, nas proximidades da sede de Icapuí, com uma altitude de até 8 m acima do nível atual do mar, está posicionado no sopé da paleofalésia. Encontra-se praticamente extinto, pois foi utilizado para a construção de viveiros de camarão e ampliação das salinas. O segundo conjunto de terraços marinhos, de idade holocênica, apresentou uma altitude média de 4 m acima do nível atual do mar e ocupa grande parte da planície costeira. Nestas praias também antigas (um pouco mais recente que as pleistocênicas) e originando terrenos (depósitos) mais baixos que os anteriores, foram encontradas camadas de areia de fina a muito fina contendo conchas de bivalves e seixos de concreções carbonáticas (rodolitos que atualmente também ocorrem no Banco de Algas). As conchas foram submetidas a datações radiométricas, utilizando o método C14 (MEIRELES et al., 2005) e apresentaram uma idade de aproximadamente 2.000 anos A.P. (Antes do Presente). Os canais de maré apresentaram direção de escoamento convergente ao canal estuarino, evidenciando suave mergulho dos terraços holocênicos para o setor central da planície.
  • 17. UNIDADES DE PAISAGEM 32 33 ATLAS ICAPUÍ este ecossistema está vinculado às rotas de aves migratórias, principalmente com a Rota Migratória Atlântica de Aves Neotropicais (WHSRN, 2006). Seu conjunto de unidades e feições específicas (manguezal, apicum, gamboas, canais de maré, bancos e flechas de areia e argila e zonas de transição) constitui um ecossistema de fundamental importância na geração e produção de vida animal, principalmente marinha. A interligação dos dois sistemas morfológicos - delta de maré e estuário - é realizada por uma complexa rede de canais, que trata de renovar a água dos respectivos ecossistemas e promover a distribuição da produção de matéria-prima (nutrientes) para a fauna e a flora. Os canais de maré sobre o delta, durante a maré baixa, direcionam os propágulos da vegetação de mangue, nutrientes produzidos dentro do ecossistema manguezal e sedimentos para a deriva litorânea. Esses canais também orientam os setores de expansão do ecossistema manguezal e a dinâmica do aporte de nutrientes para o ecossistema marinho. A grande quantidade de biomassa de algas presente nesta região faz com que o Banco dos Cajuais seja caracterizado como o banco de algas mais significativo em todo o Estado do Ceará. Soma-se a isso o fato de tratar-se de uma região onde a presença de fanerógamas marinhas é abundante, tornando uma área de relevante interesse para a conservação, não somente como área de alimentação do peixe-boi marinho (Trichechus manatus), mas também como importante área de recrutamento para outras espécies (MEIRELLES, 2008). Levando em conta a diversidade de ecossistemas e a produtividade primária, a planície costeira de Icapuí, com manguezal, delta de maré e plataforma continental interna (até a cota batimétrica de 10 m), é considerada como extremamente crítica para a preservação do peixe-boi marinho. Os conflitos de uso, danos ambientais na exploração dos recursos e o desenvolvimento de atividades que ameaçam a espécie, foram agrupados como importantes indicadores de perda de biodiversidade. Para sintetizar os processos morfológicos responsáveis pela origem do relevo atual da planície costeira, foram definidos das primeiras faixas de terraço marinho, no início do período regressivo, ainda com o nível do mar nas proximidades das falésias mortas. Estão distribuídos preferencialmente na porção leste da planície costeira. As dunas mais antigas, possivelmente associadas ao processo regressivo após o máximo transgressivo pleistocênico, foram fixadas por uma cobertura vegetal arbórea e estão posicionadas nos extremos da planície costeira, sobre o tabuleiro pré-litorâneo. Sobre os terraços marinhos holocênicos e posicionadas entre os cordões litorâneos, formaram-se as lagoas costeiras. São alongadas no sentido sudeste-noroeste e associadas ao afloramento do lençol freático durante o período de maior precipitação pluviométrica (primeiro semestre). As lagoas desenvolveram-se à medida que se processava a progradação da planície costeira, com a formação dos terraços marinhos holocênicos e instalando-se nos setores de cavas (MEIRELES e SANTOS, 2011). O ecossistema manguezal vincula-se ao delta de maré por meio da dinâmica das marés e produção e dispersão de nutrientes, contribuindo para manter, regular e diversificar a biodiversidade local. Este suporte de biomassa relaciona-se com as atividades de subsistência da comunidade de pescadores. Constatou-se que se encontra fragmentado pelas salinas e fazendas de camarão, mas ainda atua como suporte ambiental para a pesca e a mariscagem. Favorece a segurança alimentar advinda das atividades de subsistência e os estoques de pescado ao longo da zona costeira e ambiente marinho. Regionalmente
  • 18. USO E OCUPAÇÃO DA TERRA 34 35 ATLAS ICAPUÍ 5 estádios evolutivos, evidenciados pelos componentes morfológicos e representados pela sequência de mapas geoambientais: i. Penúltima transgressão - durante o Pleistoceno, quando o nível do mar alcançou cotas superiores a 6 m. Origem da linha de paleofalésia; ii. A regressão subsequente – originou os terraços marinhos pleistocênicos e possivelmente a primeira geração de dunas. Estão posicionados no interior na planície, alcançando 10 m acima do nível da maré atual; iii. A última transgressão – de idade holocênica e cota de aproximadamente 4 m acima do nível do mar atual, foi responsável pelo retrabalhamento dos terraços pleistocênicos, podendo ter alcançado a paleofalésia (uma vez que os terraços holocênicos também ocorrem encostados na base da escarpa). Originou-se o sistema morfológico lagunar; iv. A regressão subsequente - originou os terraços marinhos holocênicos (datados de 2.000 anos A.P.) e a segunda geração de dunas. No processo de progradação desenvolveram- se o canal estuarino, a planície de maré e o complexo sistema morfológico de flechas de areia, promovendo materiais para a formação do setor emerso do delta de maré, e v. O mar alcança a cota atual, com a continuidade do aporte sedimentar até o delta de maré, o desenvolvimento das dunas de terceira geração sobre a atual zona de berma, a faixa de praia e as diferentes atividades de uso e ocupação. Ao serem analisadas as cotas batimétricas diante do banco de algas dos Cajuais e ao longo da plataforma continental de parte do litoral leste do Ceará foram verificadas fisionomias associadas a antigos níveis de base, atualmente submersos e relacionados a linhas de costa durante as fases transgressivas e regressivas no nível do mar. O contorno das cotas batimétricas de 5, 10 e 20m pode estar relacionado com antigas linhas de praia atualmente submersas.
  • 19. 36 37 ATLAS ICAPUÍ IMAGEM DE SATÉLITE COM OS USOS DIFERENCIADOS DO SOLO
  • 20. 38 39 ATLAS ICAPUÍ OS FLUXOS COSTEIROS E AS INTERFERÊNCIAS HUMANAS planície de Icapuí foi construída à medida que os fluxos de matéria e energia proporcionavam a produção de sedimentos e nutrientes, a sua distribuição e deposição ao longo das unidades ambientais e ecossistemas associados, ao que se aliaram às flutuações do nível relativo do mar, mudanças climáticas e ação das energias modeladoras atuais (ondas, marés, ventos, gravidade, pluvial e hidrodinâmica superficial e subterrânea). Os produzidos pela deriva litorânea dos sedimentos, o proveniente das fases de vazão da maré no estuário Barra Grande e da água subterrânea originada pelos aquíferos denominados de Barreiras, terraços marinhos e dunas, direcionam-se para o delta de maré, interagindo com o ecossistema localmente representado pelo banco de algas. Da mesma forma, os fluxos produzidos interagem diretamente com os demais, principalmente na disponibilidade de sedimentos e nutrientes produzidos e em parte disponibilizados para os demais ecossistemas (estuário e praias adjacentes) por meio da dinâmica das marés, das ondas e dos ventos. As interferências no ecossistema manguezal promovidas pelo desmatamento e o bloqueio de canais internos pelas estruturas de produção de sal e de camarão em cativeiro alteraram a dinâmica de produção e distribuição dos sedimentos e nutrientes e as relações de trocas com o banco de algas. Foi mediante o aporte de areia proveniente da deriva litorânea de sudeste para noroeste e a mudança na fisiografia da linha de costa diante da desembocadura do estuário Barra Grande, que ocorreu acúmulo diferenciado de sedimentos na área do delta de maré. Esses sedimentos movimentaram-se na forma de grandes bancos de areia ricos em biodetritos. Essa dinâmica também interferiu diretamente no comportamento morfológico das praias localizadas ao noroeste da desembocadura do estuário. Verificou-se que também está relacionada com eventos de soterramento de áreas com a concentração de algas, regulando, desta forma, a distribuição geográfica das algas sobre o delta de maré. A Principais componentes costeiros originados pela ação dos fluxos litorâneos e usos humanos diferenciados
  • 21. 40 41 ATLAS ICAPUÍ RELEVO Modelo digital da planície costeira de Icapuí: principais componentes ambientais A PRAIA ATUAL faixa de praia foi caracterizada em tês grandes setores: i) central, representado pelas flechas de areia diante do estuário Barra Grande e delta de maré, com uma extensão de aproximadamente 12,5km e largura que pode alcançar os 3,5km; ii) setor de praias vinculadas aos terrraços marinhos, com extensão de aproximadamente 16,0km e praias largas (150 a 200m em média) e muito planas com extensão de aproximadamente 17km e iii) das praias rochosas e arenosas associadas às falésias vivas, com aproximadamente 15,0km de extensão, sendo as mais estreitas (com largura média entre 50 a 100m). Estes três setores de praia evidenciaram aspectos geológicos associados a uma diversificada fonte de sedimentos, vinculada aos canais fluviomarinhos, materiais derivados da erosão das falésias e praias antigas durante o ataque das ondas na maré alta e areias biodetríticas da plataforma continental. A presença de fragmentos de rochas, normalmente com nódulos de óxido de ferro, foi associada à erosão das falésias. Os biodetritos (rodolitos, conchas de moluscos, bivalves e espículas) foram originados na faixa intermaré e plataforma continental interna e transportados pelas ondas e as correntes marinhas até a faixa de praia.
  • 22. LAGOAS COSTEIRAS E INTERDUNARES Estão dispostas ao longo da planície e normalmente se encontram associadas à presença de dunas (lagos interdunares) e terraços marinhos holocênicos formando as lagoas costeiras (nos sulcos e cavas dos cordões litorâneos). Apresentam-se em dimensões variadas e são sazonais. Nos períodos de seca ficam praticamente desprovidas da lâmina de água, pelo rebaixamento do lençol freático. As lagoas são responsáveis pela dinâmica de regulação da água doce para o aquífero, atuando como importantes sistemas de recarga do lençol freático. As dispostas nas proximidades da Estação Ambiental Mangue Pequeno certamente estão relacionadas com a água salgada proveniente das oscilações de maré. As lagoas mais para o interior da planície, quando relacionadas às dunas são excentes reservas de água potável e resguardam elevada biodiversidade. As lagoas sobre os terraços marinhos tendem a ser salobras devido possíveis vínculos com a cunha salina DUNAS As gerações de dunas apresentam-se como indicadoras das variações climáticas e do nível do mar dado que a última glaciação relaciona-se a períodos de elevada aridez. Durante este evento, regiões ao norte e sul da Zona de Convergência Intertropical, foram submetidas a processos de desertificação. A planície costeira de Icapuí, com seus compoentes de relevo relacionados com mudanças climáticas e do nível do mar, está inserida nestas condições geoambientais. A dinâmica ambiental promoveu a origem de três gerações de dunas, evidenciando os tipos barcana, transversal, dômica e parabólica. As areias para a formação das dunas foram sendo remobilizadas dos primeiros terraço marinho, no início do período regressivo que originou os “morros” de Icapuí. Estão distribuídas preferencialmente na porção leste da planície. As dunas existentes desde a localidade de Barreira da Sereia até Ponta Grossa e Retiro Grande,A ocupação desordenada da orla marítima não resiste à força das grandes marés 42 43 ATLAS ICAPUÍ
  • 23. são as mais antigas, possivelmente associadas a eventos do nível do mar mais baixo do que o atual, quando estas dunas “cavalgaram” antigas falésias e os sedimentos do tabuleiro ficaram expostos (condições climáticas de extrema aridez) à ação dos ventos e assim originaram grandes campos de dunas. As dunas dispostas sobre terraços marinhos, representam a maior área de ocorrência. Originadas durante a progradação da planície, estão localizadas entre as dunas litorâneas atuais (sobre a berma atual) e as que estão sobre o tabuleiro. Estão dispostas de forma mais generalizada na porção leste do canal Barra Grande. 44 45 ATLAS ICAPUÍ Na tentativa de controlar o avanço do mar, obras de contenção interferem na dinâmica das marés
  • 24. 46 47 ATLAS ICAPUÍ Setores de ecossistema manguezal em processo de recuperação através do plantio das mudas produzidas na EAMP TERRAÇOS MARINHOS São praias antigas, originadas durante os últimos eventos regressivos do mar. Ocorrem ao longo de toda a planície costeira de icapuí. Foi largamente ocupado pelas vilas de pescadores e vias de acesso. Está associado às praias atuais, ao delta de maré, manguezal, campo de dunas e sistemas fluviomarinho, lagunar e lacustre. Os de idade holocênica apresentaram uma altitude média de 4 metros acima do nível atual do mar. A presença de fragmentos de rochas, normalmente com nódulos de óxido de ferro, foi associada à erosão das falésias. Os biodetritos (rodolitos, conchas de moluscos, bivalves e espículas) foram originados na faixa intermaré e plataforma continental interna e transportados pelas ondas e as correntes marinhas até a faixa de praia. Os sedimentos com granulação argila, predominantemente no segundo central, foi gerado nos canais de maré e no estuário. SISTEMA ESTUARINO- LAGUNAR Um conjunto de morfologias originado através das oscilações das marés, proveniência de sedimentos das paleofalésias, hidrodinâmica relacionada com a aportação de água doce do aquífero (nascentes e olhos dágua dos “morros” entre Ibicuitaba e a Serra da Mutamba) e os eventos de mudanças do nível do mar. O limite interior foi delimitado pela entrada da maré dinâmica e o início de um sistema lagunar típico (Carapicu), em contato com a paleofalésia e os sedimentos de praias antigas (terraço marinho). O Sistema lagunar está relacionado com o canal estuarino da Barra Grande (estabelece a conexão entre os manguezais e a laguna dos Cajuais ou Carapicu, hoje realizado através da “levada”).
  • 25. 48 49 ATLAS ICAPUÍ Os manguezais foram definidos de acordo com sua distribuição ao longo dos canais de maré. Estão mais desenvolvidos às margens do estuário Barra Grande. Uma das características dos manguezais é de apresentar um gradiente faunístico e estrutural que se manifeste em um nítido zoneamento, caracterizado pelas marés. Desta forma, com as características peculiares do canal Barra Grande, devido o aporte de água doce (proveniente do exutório da paleofalésia) a estar relacionado com o aquífero e não a um canal fluvial, a vegetação, os sedimentos e a morfologia deste ecossistema é comparável com as ocorrências das outras regiões do Estado e aos canais relacionados diretamente com os sistemas fluviomarinhos. Modelo digital do terreno: setores da planície costeira e do tabuleiro litorâneo com as comunidades de pescadores integradas com a diversidade ambiental
  • 26. 50 51 ATLAS ICAPUÍ Pf-Paleofalésia Tmh- Terraço marinho holocênico Tb- Tabuleiro pré-litorâneo. Principais componentes do relevo TABULEIRO Relevo de maior abrangência territorial do município e em grande parte coberto por dunas antigas (Formação Potengi de acordo com SOUSA, et al., 2010). Seu limite interior marca o contato entre sedimentos tipicamente continentais (inconsolidados, arenosos e de coloração variegada) com os da planície costeira, delimitado por uma falésia morta com aproximdamente 30 km de extensão. Quando se aproxima do litoral, é representado pelas falésias vivas. Resguarda um importante aquífero.
  • 28. LOCALIZAÇÃO DO BANCO DE ALGAS E BATIMETRIA DA PLATAFORMA CONTINENTAL Aves migratórias são uma presença constante no Banco de Algas 54 55 ATLAS ICAPUÍ
  • 30. MAPAS SETORIAIS 58 59 ATLAS ICAPUÍ SETOR 1: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DA PLANÍCIE COSTEIRA DE ICAPUÍ COM AS COMUNIDADES RETIRO GRANDE E PONTA GROSSA Limite oeste do município de Aracati. Um dos principais conjuntos de falésias, nascentes de fontes naturais e olhos d’água na Plataforma Continental. Flechas de areia e paleodunas integram-se com a faixa de praia.
  • 31. SETOR 2: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DA PLANÍCIE COSTEIRA DE ICAPUÍ COM AS COMUNIDADES REDONDA, PEROBA E PICOS Caracterizado pela ocupação das encostas das falésias. Os pontais estão associados a praias arenosas e rochosas e pequenas enseadas com estreitas faixas de areia dando lugar aos portos dos barcos e jangadas. 60 61 ATLAS ICAPUÍ
  • 32. 62 63 ATLAS ICAPUÍ SETOR 3: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DA PLANÍCIE COSTEIRA DE ICAPUÍ COM AS COMUNIDADES VILA NOVA/ BARREIRAS DA SEREIA, BARREIRAS DE CIMA, BARREIRAS DE BAIXO E SERRA DO MAR Continuidade do diversificado conjunto de paleofalésias e início dos terraços marinhos e lagoas costeiras, onde começam o grande coqueiral e a planície de maré amplamente utilizada para a produção de sal. Início dos sistemas ambientais associados ao Banco de Algas e delta de maré.
  • 33. 64 65 ATLAS ICAPUÍ SETOR 4: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DA PLANÍCIE COSTEIRA DE ICAPUÍ COM AS COMUNIDADES MUTAMBA, CAJUAIS, MORRO ALTO E O CORREDOR DA BARRINHA Paleofalésias, terraços marinhos com os extensos coqueirais, laguna com atividades de vazante e planície de maré com as salinas. Comunidades ao longo da faixa de praia e nas encostas das paleofalésias. Atividades de mariscagem e pesca.
  • 34. 66 67 ATLAS ICAPUÍ SETOR 5: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DA PLANÍCIE COSTEIRA DE ICAPUÍ COM AS COMUNIDADES BARRINHA, REQUENGUELA E BERIMBAU As atividades econômicas relacionadas com a indústria salineira e a monocultura do camarão (carcinicultura). Setor com maior concentração urbana e onde está o porto dos barcos (pesca e lagosteiros). Estuário e Banco de Algas estruturam a produtividade dos ecossistemas e o extrativismo. Uso sustentáveis com o cultivo de algas, mariscagem e pesca artesanal.
  • 35. 68 69 ATLAS ICAPUÍ SETOR 6: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO QUE ABRANGE A SEDE DO MUNICÍPIO Sede municipal com ocupações das encostas das paleofalésias, terraços marinhos e planície de maré. Sistemas ambientais impactados pela cidade e associados à produção de sal e carcinicultura.
  • 36. 70 71 ATLAS ICAPUÍ SETOR 7: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DO MUNICÍPIO QUE ABRANGE CAMPO DE EXPLORAÇÃO DA PETROBRAS E ÁREA DE MONOCULTURA DO CAJU Tabuleiro litorâneo e paleodunas. Setor associado à exploração da Petrobras com os poços da Fazenda Belém. Áreas antes ocupadas por bosques arbóreos de manguezal desmatadas para a produção de sal. Uma parte foi recuperada através dos projetos da FBC e parceiros com o objetivo de demonstrar a efetividade das técnicas de replantio e proporcionar mudanças de atitude e alternativas socioeconômicas diante das ações que historicamente degradaram os ecossistemas costeiros
  • 37. 72 73 ATLAS ICAPUÍ SETOR 8: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DO MUNICÍPIO QUE ABRANGE ÁREA COM CRESCENTES CAMPOS DE EXPLORAÇÃO AGRÍCOLA E A COMUNIDADE IPAUMIRIM / INCRA Tabuleiro litorâneo e vila de agricultores. Atividades extrativistas vinculadas aos extensos cajuais.
  • 38. 74 75 ATLAS ICAPUÍ SETOR 9: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DO MUNICÍPIO QUE ABRANGE PARTE DO CAMPO DE EXPLORAÇÃO DA PETROBRAS E ÁREA DE MONOCULTURA DO CAJU Tabuleiro litorâneo e paleodunas com mata de tabuleiro preservada. Continuidade do campo petrolífero Fazenda Belém.
  • 39. 76 77 ATLAS ICAPUÍ SETOR 10: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DO MUNICÍPIO QUE ABRANGE AO CENTRO UMA ÁREA DE MATA PRESERVADA E AS LOCALIDADES DA FAZENDA BELÉM E BICHUCHER Tabuleiro litorâneo e paleodunas com cobertura vegetal arbórea de tabuleiro preservada. Um dos setores com menor ocupação humana.
  • 40. 78 79 ATLAS ICAPUÍ SETOR 11: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DA PLANÍCIE COSTEIRA DE ICAPUÍ COM A ÁREA EM EXPANSÃO AGRÍCOLA E A PEQUENA COMUNIDADE GUAJIRU Tabuleiro litorâneo e paleodunas com cobertura vegetal arbórea de tabuleiro preservada, com menor ocupação humana. Nascentes da margem direita do rio Arrombado.
  • 41. 80 81 ATLAS ICAPUÍ SETOR 12: MAPA DE USO DA TERRA NA PLANÍCIE COSTEIRA DO MUNICÍPIO NO TRECHO QUE ABRANGE AS COMUNIDADES OLHO D’ÁGUA, QUITÉRIAS, IBICUITABA E MORRO PINTADO Continuidade das paleofalésias com as comunidades litorâneas em suas encostas mais suaves. Início das dunas, lagoas interdunares e terraços marinhos com plantios de subsistência.
  • 42. 82 83 ATLAS ICAPUÍ SETOR 13: MAPA DE USO DA TERRA NA PLANÍCIE COSTEIRA DO MUNICÍPIO NO TRECHO QUE ABRANGE AS COMUNIDADES TREMEMBÉ, MELANCIAS DE BAIXO, MELANCIAS DE CIMA E PEIXE GORDO Representativo das diversas gerações de dunas fixas e móveis, terraços marinhos, lagoas costeiras e interdunares com as atividades de vazante, criação de animais e plantios de subsistência. Comunidades litorâneas pesqueiras.
  • 43. 84 85 ATLAS ICAPUÍ SETOR 14: MAPA DE USO DA TERRA NO TRECHO DO MUNICÍPIO QUE ABRANGE A COMUNIDADE GRAVIER Tabuleiro litorâneo e nascente da margem esquerda do rio Arrombado, parte da mata de tabuleiro preservada. Foi amplamente utilizado para o monocultivo de melão com intensa utilização do aquífero.
  • 44. SETOR 15: MAPA DE USO DA TERRA NA PLANÍCIE COSTEIRA DO MUNICÍPIO NO TRECHO QUE ABRANGE AS COMUNIDADES MANIBU, CÓRREGO DO SAL, BARRINHA DO MANIBU E PRAIA DO CEARÁ Tabuleiro litorâneo, dunas móveis e fixas, lagoas interdunares e sobre os terraços marinhos. Sistemas ambientais associados com as atividades extrativistas e plantios de subsistência. Intensa ocupação da faixa de praia por casas de segunda residência. 86 87 ATLAS ICAPUÍ
  • 45. 88 89 ATLAS ICAPUÍ Ambientes lagunares e lacustres, terraços marinhos, manguezal e apicum, paleodunas evidenciando relevos e ecossistemas originados através das mudanças climáticas e variações do nível relativo do mar. DIVERSIDADE DE PAISAGENS 3 42 1 Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 3 4 2 1
  • 46. 90 91 ATLAS ICAPUÍ Falésias e pequena enseada com praias arenosas e rochosas Ponta Grossa Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 3 4 21 3 4 21
  • 47. 92 93 ATLAS ICAPUÍ Lagoas costeiras, interdunares e estuários com manguezais evidenciando a elevada biodiversidade, diversidade de ecossistemas e paisagens litorâneas Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 5 3 4 2 1 6 5 4 21 3 6
  • 48. 94 95 ATLAS ICAPUÍ Contatos entre as paleofalésias e os terraços marinhos (praias antigas) evidenciando a diversidade de usos e ocupação da planície costeira 2 1 Ponta Grossa Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 3 2 1 3
  • 49. 96 97 ATLAS ICAPUÍ Praias arenosas e rochosas associadas às falésias, dunas e terraços marinhos. Sistemas ambientais dinâmicos integrados com as comunidades litorâneas Ponta Grossa Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 5 3 4 2 8 9 10 11 1 6 7 3 4 2 8 9 10 11 1 6 7 5
  • 50. 98 99 ATLAS ICAPUÍ 5 Conjunto de dunas fixas e móveis de várias gerações associado à diversidade de ecossistemas. Um dos mais complexos do litoral do nordeste brasileiro, fundamental para definir as mudanças climáticas, variações do nível do mar e formação dos aquiferos da planície costeira Ponta Grossa Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 5 3 4 2 1 6 5 1 2 3 4 6
  • 51. 100 101 ATLAS ICAPUÍ Erosão costeira possivelmente relacionada com a ocupação da faixa de praia, degradação do ecossistema manguezal e indicadores associados às mudanças climáticas Ponta Grossa Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 5 3 4 2 1 5 1 2 3 4
  • 52. 102 103 ATLAS ICAPUÍ Banco de Algas do Cajuais, delta de maré e ecossistema manguezal. Sistemas ambientais produtores de nutrientes para uma complexa cadeia alimentar que inclui aves migratórias e peixe-boi marinho. Atividades extrativistas tradicionais de pesca, mariscagem e cultivo de algas ECOSSISTEMA MANGUEZAL, SOBERANIA ALIMENTAR E BIODIVERSIDADE DEGRADAÇÃO DO ECOSSISTEMA MANGUEZAL Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Serra do Mar Mutamba Serra da Mutamba Barrinha Requenguela Cajuais Serra dos Cajuais Morro Alto Vila Jardim Paraíso Berimbau Olho D’Água Quitérias Tremembé Melancias de Cima Melancias de Baixo Peixe Gordo Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal Ind. Arisa Gravier Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Faz. Belém Faz. Belém Bichucha Vila Ipaumirim - INCRA Retiro Grande 31 2 4 5 1 2 3 4 5
  • 53. COMUNIDADES E SISTEMAS AMBIENTAIS 104 105 ATLAS ICAPUÍ Pesca excessiva, muitas vezes predatória, carcinicultura, salinas e ocupação desordenada do território são fatores historicamente associados e responsáveis pela degradação ambiental, principalmente das áreas antes ocupadas por manguezais. As formas variadas e tradicionais de utilização dos sistemas ambientais da planície costeira e tabuleiro de Icapuí foram evidenciadas de modo a configurar uma ampla diversidade usos e de ecossistemas associados. Os mapas em escala de detalhe evidenciaram, em linhas gerais, as ações continuadas de conservação dos ambientes, quando vinculadas às práticas extrativistas e de usufruto da biodiversidade pelos pescadores, agricultores em suas vazantes no extenso coqueiral, marisqueiras com os recursos do banco de algas consolidando a soberania alimentar e atualmente, com o cultivo de algas, uma gestão dos sistemas litorâneos prontamente vinculada à sustentabilidade. Em setores onde ocorreu a degradação do ecossistema manguezal, foram evidenciados problemas que ampliaram as causas da diminuição da produtividade pesqueira e do início de processos erosivos contínuos em extensos trechos do litoral. Foi no setor central da planície costeiro, quando intensificadas as práticas de desmatamento do ecossistema manguezal (produção de sal e para as fazendas de monocultura de camarão), alterações na qualidade da água (efluentes das salinas, carcinicultura e domiciliares), e a morfologia dos canais estuarinos e gamboas (desviados, soterrados e artificializados), que mais damos socioambientais foram registrados. Estas intervenções inadequadas e que provocaram perdas de biodiversidade foram critérios fundamentais para as ações de recuperação do ecossistema manguezal realizadas através do replantio de manguezal com as mudas provenientes dos viveiros de mudas da Estação Ambiental Mangue Pequeno (EAMP). As imagens de satélite em escala de detalhes foram utilizadas para delimitar os setores em processo erosivo e para orientar práticas de gestão influenciadas pela necessidade de recuperação do manguezal e da preservação das dunas e lagoas costeiras. A configuração das comunidades evidenciando as áreas urbanas, as diversas formas de relações sociais com os ecossistemas, principalmente aquelas associadas ao extrativismo, foram configuradas de modo a proporcionar informações com qualidade científica e com a síntese do conhecimento popular, para fundamentar políticas públicas. Estas informações foram representadas evidenciando mais especificamente as comunidades com ações realizadas pelo projeto “De Olho na Água”, mas todas as demais comunidades estão disponíveis em meio digital no banco de dados da EAMP.
  • 54. 106 107 ATLAS ICAPUÍ RETIRO GRANDE PONTA GROSSA 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 55. 108 109 ATLAS ICAPUÍ REDONDA PEROBA E PICOS 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 56. 110 111 ATLAS ICAPUÍ BARREIRAS DA SEREIA E VILA NOVA BARREIRAS DE CIMA E BARREIRAS DE BAIXO 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 57. 112 113 ATLAS ICAPUÍ FAZENDA BELÉM VILA IPAUMIRIM - INCRA 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 58. 114 115 ATLAS ICAPUÍ SERRA DO MAR MUTAMBA 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 59. 116 117 ATLAS ICAPUÍ BARRINHA CAJUAIS, SERRA DE CAJUAIS E MORRO ALTO 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 60. 118 119 ATLAS ICAPUÍ REQUENGUELA ICAPUÍ SEDE 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 61. 120 121 ATLAS ICAPUÍ BARRA GRANDE BERIMBAU 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 62. 122 123 ATLAS ICAPUÍ OLHO D’ÁGUA QUITÉRIAS 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 63. 124 125 ATLAS ICAPUÍ IBICUITABA MORRO PINTADO 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 64. 126 127 ATLAS ICAPUÍ TREMEMBÉ MELANCIAS DE BAIXO 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 65. 128 129 ATLAS ICAPUÍ MELANCIAS DE CIMA GUAJIRU 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 66. 130 131 ATLAS ICAPUÍ GRAVIER ARISA 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 67. 132 133 ATLAS ICAPUÍ PEIXE GORDO CÓRREGO DO SAL 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 68. 134 135 ATLAS ICAPUÍ MANIBU PRAIA DO CEARÁ 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 69. 136 137 ATLAS ICAPUÍ BARRINHA DE MANIBU 1 7 8 2 3 4 5 6 12 11 13 15 14 109
  • 70. A IMPORTÂNCIA DO MANGUEZAL E DO BANCO DE ALGAS PARA A BIODIVERSIDADE 138 139 ATLAS ICAPUÍ Banco de Algas As ações de recuperação da cobertura vegetal do manguezal estão contribuindo para elevar a produção de nutrientes e das áreas utilizadas pelas aves migratórias. O bosque de manguezal e apicum da Barra Grande proporcionam o amortecimento das cheias e ajudam a controlar inundações na cidade e vilas de pescadores. O canal principal e as gamboas (pequenos canais de maré), com as variações das marés, direcionam as sementes e propágulos para os setores de expansão do manguezal. Funções ambientais que promovem o bem-estar social das comunidades pesqueiras. O delta de maré, diante do estuário Barra Grande foi compartimentado em dois setores, aqui definido como emerso e submerso. Foram associados com flechas de areias (spits) desde o contato com a linha de paleofalésia e a uma planície de maré integrada com um sistema lagunar. As flechas de areia evoluíram para ilhas-barreiras, as quais foram rompidas durante os eventos de máxima vazão do sistema fluviolagunar. A deriva litorânea de sudeste para noroeste e os terraços marinhos holocênicos e pleistocênicos foram associados aos eventos regressivos do nível do mar. Esta dinâmica foi acompanhada com a deposição de sedimentos pela presença bosques de manguezal, algas e possíveis afloramentos rochosos (evidenciados mais à oeste) diante da desembocadura do canal estuarino. Este conjunto morfológico foi representado nos mapas geológico e geomorfológico, perfis topográficos, datações radiométricas, sondagens realizadas no delta de maré, laguna dos Cajuais e terraços marinhos (MEIRELES, 2001). Oecossistema manguezal e o banco de algas da planície costeira de Icapuí representam sistemas ambientais de primordial importância para a diversidade biológica e produtividade pesquisa deste setor leste do litoral cearense. Estão relacionados com as atividades tradicionais de pesca, mariscagem, cultivos de algas e promovem as condições ecológicas para a produção lagosteira.
  • 71. 140 141 ATLAS ICAPUÍ Um complexo conjunto de sistemas ambientais e de usufruto comunitário vinculado ao ecossistema manguezal e Banco de Algas dos Cajuais Diversidade ecológica e usos tradicionais
  • 72. 142 143 ATLAS ICAPUÍ A gestão adequada do SIG propiciará a eficiência em serviços de infraestrutura básica. Os mapas geológico e geomorfológico possibilitam cruzamentos com os de uso e ocupação. A integração dos componentes ambientais em suas formas variadas - como encostas das falésias, dunas ou áreas alagadas periodicamente - definirá áreas de risco potencial, fundamentais para orientar os gestores em situações inesperadas (deslizamentos), aumentando também a capacidade de gerenciamento do crescimento urbano. A descrição de cada unidade geológica e geomorfológica somada ao quadro de uso atual e às perspectivas de sustentabilidade socioambiental, tem aprimorado os estudos na escolha das medidas de gerenciamento de riscos e manutenção dos sistemas ambientais. As atualizações com base em análises multitemporais mostrarão as mudanças na configuração das unidades, sejam elas decorrentes dos fluxos naturais de energia ou resultado das interferências humanas, ou mesmo o somatório dessas duas forças. Essas análises definirão, muito provavelmente, tendências, que deverão ser consideradas em decisões futuras. O Atlas e o SIG são as premissas de um planejamento integrado de retomada das atividades de pesca comunitária, proteção e recuperação do ecossistema manguezal, banco de algas, das lagoas costeiras e falésias, bem como o incremento da qualidade da água. Atividades relacionadas com o turismo comunitário desenvolvidas em várias comunidades são consideradas fundamentais para potencializar a socioeconomia local, e devem estar vinculadas à proteção dos ecossistemas e manutenção das relações de usufruto e subsistência das comunidades tradicionais litorâneas. Os limites geográficos da planície costeira foram definidos através da disponibilidade de imagens de satélite de alta resolução Quick Bird 2005/2006 – 60cm e World View 2011 – 50 cm, e com a atualização das imagens disponibilizadas no programa de acesso público Google Earth. ESTRUTURA DO SIG - Sistema de Informação Geográfica OSistema de informações Geográficas de Icapuí já existe, nasceu bem antes da ideia de gerar o Atlas . Foi criado em uma plataforma de software livre de dados pré-existentes e com mapas produzidos desde 2007. Foi elaborado com o objetivo de se tornar um meio para o planejamento e controle do meio ambiente e um instrumento de apoio às decisões frente às múltiplas informações. O SIG surgiu como a possibilidade de unir bancos de dados sociambientias às informações espaciais, os mapas temáticos da planície costeira do município. Já é acessado por jovens do município, participantes do projeto “De Olho na Água” que foram capacitados para operá-lo. Todas as informações do Atlas de Icapuí comporão o SIG que será disponibilizado para consultas. O programa computacional utilizado para o sistema foi o gvSIG, classificado como software livre, desenvolvido em Valência, na Espanha, e financiado pela Comunidade Européia. O software dispõe de funções para aquisição, armazenamento, gerenciamento, manipulação, processamento, exibição e publicação dos dados e informações geográficas. Possui uma interface de fácil utilização e que um usuário com pouca experiência em geoprocessamento pode utilizá-lo com presteza e agilidade. Ao instalar o SIG na Estação Ambiental Mangue Pequeno – EAMP, local de visitação pública, coordenada por jovens das comunidades locais que atuam em campos específicos (arte, música, informática, geografia, biologia, meio ambiente dentre outras especialidades), ampliaram-se saberes e informações sistematizadas e gerenciadas envolvendo os principais atores sociais do município. Os seguintes ambientes compõem o gvSIG: Vistas - Ambiente onde o usuário cria, edita, digitaliza, visualiza, consulta, analisa várias fontes de dados geográficos ( shapefiles, arquivos CAD, bases de dados – SDE, Oracle, PostGIS, Imagens, dados de servidores web.); Tabelas associadas a dados geográficos. Mapas - compor, editar, exportar e imprimir documentos cartográficos contendo dados geográficos, tabulares, textuais, etc; Vistas 3D - visualiza dados geográficos em três dimensões. A representação gráfica conta com uma rica simbologia que permite a edição dos vetores em diversos estilos. Com as bases construídas em 2007, transformadas para o SIG, articulou-se as seguintes layers (camadas) para o sistema: Teia da Sustentabilidade da FBC; Base Cartográfica da Planície Costeira; Elementos Geoambientais; Aspectos Históricos e Culturais da Planície Costeira; Geologia/ Geomorfologia da Planície Costeira; Locais de Ressurgências e Visita do Peixe-Boi Marinho; Ecossistemas; Componentes da Fauna e Componentes da Flora. Tudo especializado nos limites definidos como planície costeira do município. Os mapas temáticos assim como os demais elementos do SIG foram configurados de modo a evidenciar procedimentos dinâmicos na sistematização das informações através da sobreposição das temáticas, bem como a elaboração de gráficos (quantitativos dos temas e respectivas áreas) e tabelas. A base cartográfica proporcionou a interface geográfica nos temas saúde, educação, obras e serviços públicos, podendo ser de utilidade à gestão tributária, permitindo agilidade nos cadastros em geral (IPTU, ISS). Isso devido expor as edificações urbanas e rurais e inseridas no sistema viário e suas características.
  • 73. 144 145 ATLAS ICAPUÍ Representações cartográficas para a gestão e monitoramento dos sistemas ambientais Os dados georreferenciados evidenciaram números interessantes e inéditos que irão orientar a formulação de políticas públicas e de educação ambiental. Foram individualizadas no banco de dados um total de 8.070 edificações correspondentes às residências. As relacionadas com escolas, comércios e pousadas foram de aproximadamente 270 edificações distribuídas ao longo das vilas e na sede do município. A rodovia estadual CE-261 entra no município na direção norte-sul através da Fazenda Belém e Petrobras, alcançando as comunidades Serra do Mar e Mutamba, na direção leste-oeste com uma extensão de 42,4 km. Interliga mais de 127,6 km de vias municipais e 1.181,3 km de acessos intermediários, caminhos e trilhas. O município tem uma extensão de linha de costa de aproximadamente 46,0km. A faixa de praia apresentou uma área total de 197,0 ha (setor entre as marés) e a zona de berma com 28,4ha (área de alcance das marés e que representa reserva de sedimentos para evitar a erosão). O trecho diante da comunidade de Ponta Grossa tem a maior largura com 250,0m (as praias mais estreitas e com afloramentos rochosos, estão diante das falésias). O banco de algas dos Cajuais (delta de maré) tem uma área de aproximadamente 577,3 ha (a maior largura é de 2,0 km). As falésias vivas, concentradas no setor mais ao noroeste da planície costeira, apresentam uma extensão de aproximadamente 4,0 km e as paleofalésias (morros) estão alinhadas entre os terraços marinhos e o tabuleiro litorâneo, com uma extensão de 30,4 km. A planície fluviomarinha da Barra Grande tem uma área de 580 ha, dos quais 104 ha foram ocupados por salinas e tanques de carcinicultura, restando aproximadamente 91,0 ha de bosque de manguezal. Os campos de dunas apresentam uma área total de 643 ha. Os terraços marinhos (grande parte ocupados pelos coqueirais e carnaubais) tem uma área de 3.065,0 ha. Com a sistematização de uma elevada quantidade de dados técnicos e científicos, a Fundação Brasil Cidadão, através do projeto “De Olho na Água”, patrocinado pelo Programa Petrobrás Ambiental, torna acessível às comunidades de Icapuí um dos mais completos bancos de dados de parte do litoral brasileiro.
  • 74. 146 147 ATLAS ICAPUÍ Representações temáticas digitais do SIG
  • 75. 148 149 ATLAS ICAPUÍ AÇÕES DO PROJETO “DE OLHO NA ÁGUA” Passarela sobre o mangue Passarela sobre o mangue Mirante para observação da vida marinha Horta comunitária Viveiro de mudas de mangue Canteiro bio-séptico e cisterna Aproximidade da Estação Ambiental Mangue Pequeno com o manguezal e banco de algas é estratégica, uma vez que tem como desafios recuperar e ampliar – foram plantadas mais de 50.000 mudas de manguezal em salinas abandonadas e áreas desmatadas – os sistemas ambientais amortecedores das consequências do aquecimento da Terra. As ações em andamento estão voltadas para aumentar a produtividade pesqueira e proteger o litoral icapuiense contra efeitos progressivos da erosão costeira. A Estação Ambiental Mangue Pequeno (EAMP) foi construída para realizar atividades voltadas para a educação ambiental e cidadã, monitoramento das aves migratórias e do peixe-boi marinho, recuperação, conservação e preservação dos ecossistemas marinho e costeiro e pesquisa científica. É composta pelo Centro de Referência, Viveiros de Mudas Nativas, Passarela e Observatório Jacumã. São cotidianamente utilizados pela população icapuiense para realizar ações de melhoria da biodiversidade e da qualidade de vida comunitária. Um conjunto de equipamentos concebido de forma participativa e que congrega conhecimentos técnico-científicos e tradicionais das comunidades litorâneas, fundamentando práticas direcionadas para melhoria ambiental, educacional, cultural e econômica da região.
  • 76. Olho d’Água Quitérias Tremembé Melancias de Baixo P Manibu Praia do Ceará Barrinha de Manibu Córrego do Sal isa Morro Pintado Guajiru Ibicuitaba Córrego do Sal N S LO Ponta Grossa Redonda Peroba Picos Barreira da Sereia Barreira de Baixo Barreira de Cima Barrinha Requenguela Morro Alto Vila Jardim Paraíso Gravier P I Retiro Grande Fazenda Belém Redonda/Peroba Requenguela MELIPONÁRIOS Bichucher Retiro Grande Fazenda Belém Fazenda Belém Indústria Ar Melancias de Cima Serra dos Cajuais Cajuais Vila Ipaumirim-INCRA eixe Gordo Berimbau Icapuí 150 151 ATLAS ICAPUÍ Abelhas nativas sem ferrão - indutoras da biodiversidade - e os corredores ecológicos Para integrar os sistemas ambientais através dos corredores ecológicos entre as Unidades de Conservação de Ponta Grossa e Barra Grande, matas de tabuleiro litorâneo preservadas, áreas de conservação onde ocorrem as atividades extrativistas, foram implantados 5 pólos de abelhas sem ferrão para induzir e ampliar a polinização. Os jovens das comunidades são os responsáveis pela manutenção e gestão dos meliponários, o que possibilitou a integração pedagógica através de práticas sustentáveis e ecologicamente corretas para o desenvolvimento local. 100 colmeias de abelha jandaíra foram instaladas em diverdas comunidades Interior da colmeia da abelha nativa jandaíra (Melipona subnitida)
  • 77. 152 153 ATLAS ICAPUÍ 1 Visitar Estação Ambiental Mangue Pequeno e viveiros de mudas. 2 Conhecer as áreas de replantio de manguezal. Oportunidade para plantar mudas de manguezal e da floresta nativa (contribuir com as ações de melhoria da biodiversidade do habitat de aves migratórias e peixe-boi marinho). 3 Caminhar pela passarela e participar da biodiversidade do ecossistema manguezal e da vida marinha, principalmente das aves migratórias. 4 Visitar o Projeto Mulheres de Corpo e Algas e a cozinha experimental de produção de alimentos e cosméticos. 5 Conhecer e vivenciar práticas comunitárias sustentáveis de cultivo de algas. 6 Visitar as comunidades de Ponta Grossa e Retiro Grande, conhecer os projetos de saneamento e captação de água de chuva e provar das iguarias da cozinha tradicional. À continuação, visitar o Museu do Pescador Josué e realizar, com os guias da comunidade, a trilha de Ponta Grossa, culminando com o por do sol mais bonito do Ceará! 7 Conhecer as experiências de hortas e criação de abelha sem ferrão relaizadas pelos jovens da comunidade Córrego do Sal. Ali poderão vivenciar o cotidiano de uma comunidade singular, toda saneada com os canteiros biossépticos e cisternas, um fogão comunitário e uma comida deliciosa. 8 Realizar trilhas nas falésias, dunas e mata de tabuleiro, vivenciando as diversas ações de replantio de mata nativa e de educação ambiental vinculadas à Estação Ambiental Mangue Pequeno. Incentivo à prática do turismo sustentável
  • 79. 156 ATLAS REFERÊNCIAS AQUASIS - Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos. A Zona Costeira do Ceará: Diagnóstico para a Gestão Integrada. Coordenadores Alberto Alves Campos... [et al.]. Fortaleza: AQUASIS, 2003. 248p. + 45 lâminas. ARIMATEA DA SILVA, J. Manguezal do estuário Barra Grande em Icapuí-CE: da degradação ao processo de recuperação e mudança de atitude. Universidade Federal do Ceará, Dissertação de Mestrado, programa Pós-graduação em Geografia-UFC; Fortaleza/CE, 2012, 120p. BARNHARDT, A. W. e SHERROD, L.B. Evolution of a Holocene delta driven by episodic sediment delivery and seismic deformation, Puget Sound, Washington, USA. Sedimentology (2006) 53, 1211–1228. BHATTACHARYA, J. GIOSAN, L. Wave-influenced deltas: geomorphological implications for facies reconstruction. Sedimentology (2003) 50, 187–210. BRASIL. Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, (IBGE) Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas. Contagem populacional. Disponível em http://www.ibge.gov.br. Acesso em julho de 2012. CARBOGIM, J.B.P.; CARBOGIM, M.L.V. e MEIRELES, A.J.A. Estratégia para a sustentabilidade. Ed. Fundação brasil Cidadão para a Ciência, Tecnologia, Educação e Meio Ambiente (FBC); 1ª Ed. 2009, 82p. CONSTANZA, R.; d’ARGE, R.; GROOT, R. de; FABER, S.; GRASSO, M.; HAMNON, B.; LIMBURG, K.; NAEEM, S.; O`NEILL, R.V.; PARVELO, J.; RASKIN, R.G.; SUTTON, P.; and DELT, van den M. The value of the world`s ecosystem service and natural capital. Nature, vol. 387, 17 may (1997), 253-260. DALRYMPLE, W.M., ZAITLIN, B.A. e BOYD, R. A conceptual model of estuarine sedimentation. Journal. Sedimentary. Petrology., (1992), 62:1130-1146. FUNCEME. Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Naturais. Governo do Estado do Ceará. Dados obtidos em www.funceme (consulta realizada em 20 de julho de 2012). MEIRELES, A. J. A. e RUBIO, R. P. Geomorfologia litoral: una propuesta metodológica sistémica en la llanura costera de Ceará, nordeste de Brasil. Revista de Geografía, Universidad de Barcelona, v. 33, p. 165-182, 1999. MEIRELES, A. J. A. e SILVA, E. V. Abordagem geomorfológica para a realização de estudos integrados para o planejamento e gestão em ambientes flúvio-marinhos. Scripta Nova - Geo Crítica - Universidad de Barcelona, Barcelona - Espanha, v. VII, n. 118, p. 1-25, 2002. MEIRELES, A. J. A. Morfología litoral y sistema evolutivo de la costa de Ceará Nordeste de Brasil. Tese de Doutorado; Barcelona - España: Universidad de Barcelona, Facultad de Geografía y Análises Geográfico Regional, 2001, 356p. MEIRELES, A. J. A., SERRA, J.R. e THIERS, P.R.L. Aspectos Geodinâmicos do Delta de Maré da Planície Costeira de Icapuí/Ce. In: Borzacciello, J.S., Dantas, E.W. e Meireles, A.J.A: Litoral e Sertão - Natureza e Sociedade no Nordeste Brasileiro. Fortaleza: Expressão Gráfica, 2006, v. 1, p. 367-382. MEIRELES, A. J. A.; ARRUDA, M.G.C.; GORAYEBE, A. e THIERS, P.R.L . Integração dos indicadores geoambientais de flutuação do nível relativo do mar e de mudanças climáticas no litoral cearense. Revista Mercator, v. 8, p. 109-134, 2005. MEIRELES, A.J.A. e CAMPOS, A.A. Componentes geomorfológicos, funções e serviços ambientais de complexos estuarinos no nordeste do Brasil. Revista da ANPEGE, v.6, 2010, 89-107. MEIRELES, A.J.A.; SANTOS, A.M.F. Evolução geomorfológica da planície costeira de Icapuí, extremo leste do Ceará, nordeste do Brasil. Revista da Associação de Geografia Teorética - Rio Claro-SP; v. 36, n. 3, set./dez. 2011, 519-534. MEIRELLES, A. C. O. Mortality of The Antillean Manatee, Trichechus Manatus Manatus, in Ceará, North-Eastern Brazil . Journal of The Marine Biological Association of The United Kingdom , v. 88, n. 6, p. 1133 – 1137, 2008. PERILLO, G.M.E. Definitions and geomorphologic classifications of estuaries. In: G. M. E. Perillo, Geomorphology and Sedimentation of Estuaries. Developments in Sedimentology nº 53. Elseviers Science, 1995, 2: 17-43. SOUSA, D. C.; JARDIM DE SÁ, E. F.; VITAL, H. e NASCIMENTO, M. A. L. Falésias na praia de Ponta Grossa, Icapuí, CE. Importantes deformações tectônicas cenozóicas em rochas sedimentares da formação barreiras. Sítios ecológicos e paleontológicos do Brasil, 501 – 512, 2011. WHSRN, Western Hemisphere Shorebird Reserve Network. [Consulta em 20 de novembro de 2006]. Disponível em www.whsrn.org
  • 80.
  • 81. www.deolhonaagua.org.br - www.brasilcidadao.org.br - (85) 9143.7217 (85) 3268.2778 (88) 9211.5946 UFCUNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ