A Lei Natural é a capacidade inata no ser humano de distinguir o bem do mal. Embora possa ser prejudicada pelo pecado, persiste na consciência de todos. A Lei Moral revela os caminhos para a felicidade divina prescrevendo o bem e proibindo o mal. A Lei Antiga expressa verdades naturais e prepara para o Evangelho, mas não confere a graça. A Lei Nova cumpre as leis anteriores no mandamento do amor e na graça do Espírito Santo.
1. Juventude Mariana Vicentina do Sobreiro
"Com(o) Maria, para a Vida e pela Vida"
Com(o)
A LEI NATURAL E A LEI MORAL
Na última formação ficaram algumas dúvidas em relação à Lei Natural e à forma
como todos os homens estão ou não submetidos a essa lei.
A alegoria do fruto da árvore da ciência do bem e do mal diz nos que todo o ser
diz-nos
humano sabe discernir o bem do mal. O pecado original pode prejudicar a nossa
capacidade de resistir ao mal. E pode certamente descaracterizar em parte a nossa
consciência. Mas ela persiste.
A lei natural actua como uma voz da razão e do bem, e está presente em todo o
bem,
ser humano, mesmo após o pecado original. A sociedade pode tentar mudar a
consciência, sufocá-la, e isso pode levar nos a não discernir os males menores, mas
la,
levar-nos
um crime grave como homicídio não pode deixar indiferente nenhuma consciência.
rime
Por exemplo: Mesmo o nazi mais empedernido, quando matava um judeu, tentava
racionalizar isso considerando o judeu como não humano, mas é impossível desligar a
consciência.
Ou seja: uma sociedade como a nossa em que se perderam os valores fundamentais
pode criar uma geração inteira de gente que racionaliza o mal. E por isso, muitas
pessoas podem cometer crimes numa sociedade dessas. No entanto, a consciência
está lá, e ainda lhes grita, eles é que não a ouvem.
A Lei Moral Natural e as suas implicações:
A lei moral é obra da Sabedoria divina. Prescreve ao homem os caminhos, as normas
de conduta que levam à bem aventurança prometida e estabelecem os caminhos que
bem-aventurança
afastam de Deus.
Consiste numa participação da sabedoria e da bondade de Deus e exprime o sentido
moral originário, que permite ao homem discernir, por meio da razão, o bem e o mal.
Por causa do pecado, a lei natural nem sempre e nem por todos é percebida
igualmente de modo claro e imediato.
2. Leitura da passagem Bíblica sobre a morte de Abel (Gn 4, 1-16)
- À semelhança de Adão, Caim é tentado pela força maléfica do pecado que,
como animal feroz, se agacha à porta do seu coração, à espera de lançar-se sobre a sua
presa;
- Na Encíclica Evangelium Vitae 8, o Papa João Paulo II diz-nos que na raiz de
qualquer violência contra o próximo, há uma cedência á lógica do maligno.
- Caim procura encobrir o crime com a mentira, pois têm consciência - Lei
Natural - que atentou contra a vida do seu irmão Abel, tal como hoje o homem
procura justificar e mascarar a utilização de crimes e ideologias que atentam contra a
pessoa humana.
Ao longo da História do Povo de Deus foram-se conhecendo várias "Leis" que vale a
pena perceber e falar um pouco sobre elas:
A Lei Natural e a Lei Antiga:
Qual é a relação entre a lei natural e a Lei antiga ?
A Lei antiga é o primeiro estágio da Lei revelada. Ela exprime muitas verdades que
são naturalmente acessíveis à razão e que se encontram assim afirmadas e
autenticadas nas Alianças da salvação. As suas prescrições morais, que se resumem
nos Dez Mandamentos do Decálogo, assentam as bases da vocação do homem,
proíbem o que é contrário ao amor de Deus e do próximo e prescrevem o que lhe é
essencial.
No entanto, a Lei Antiga permite conhecer muitas verdades acessíveis à razão, indica
o que se deve ou não se deve fazer e, sobretudo, prepara e dispõe à conversão e ao
acolhimento do Evangelho. Todavia, mesmo sendo santa, espiritual e boa, a Lei antiga
é ainda imperfeita, pois não dá por si mesma a força e a graça do Espírito para
observá-la.
A Lei Nova ou Evangélica:
A nova Lei ou Lei evangélica, proclamada e realizada por Cristo, é a plenitude e o
cumprimento da Lei divina, natural e revelada. Está resumida no mandamento
de amar a Deus e ao próximo e de nos amar como Cristo nos amou; é também uma
realidade interior ao homem: a graça do Espírito Santo que torna possível esse amor.
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3. Para finalizar, detenhamo-nos sobre algumas características da Lei Moral Natural que
como vimos, é comum a todos os homens e é sobre esta que estamos a basear a nossa
caminhada ao longo de este ano:
Primeiro Princípio Geral da Moral: A vida física é um bem e deve ser preservada
Esse princípio também é conhecido de todos os homens, pelo instinto de
conservação. Qualquer homem, tendo ameaçada sua vida, defende-se. Por isso todo
homem sabe que a vida humana é um bem que deve ser preservado.
Em razão disso, todo índio, sendo aprisionado, esperneia, porque não quer morrer. Se
ele captura um inimigo e tenta matá-lo, o inimigo também esperneia, porque não
quer morrer. Ele sabe que a vida do outro lhe é preciosa, tanto quanto a sua. Por isso,
se ele mata alguém, ele sabe que agiu mal.
Segundo Princípio Geral da Moral: A vida da espécie é um bem e deve ser
preservada
Não só a vida pessoal é um bem, mas qualquer homem compreende que a vida da
humanidade é um bem ainda maior. Por isso, todo homem, naturalmente, deseja
propagar a espécie, tendo filhos.
Por essa razão, todo homem quer defender seus filhos e sua esposa.
Como consequência do conhecimento de que a perpetuação da espécie é um bem,
todo homem sabe:
- que deve honrar os pais, porque deram vida aos filhos pela união conjugal
- Não cometer adultério.
Terceiro Princípio Geral da Moral: A vida intelectual é um bem e deve ser
preservada e desenvolvida
Todo o homem quer saber o que as coisas são. Todo homem quer saber a verdade.
Isso não decorre de um instinto, mas sim da tendência do homem para saber, porque
Deus fez o homem para conhecê-Lo.
Dessa tendência natural do espírito humano decorre a condenação da mentira e o
amor à verdade, e portanto o amor a Deus, Verdade absoluta.
Para meditar: Evangelium Vitae 10 (pág 23)
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