O documento discute a importância de ensinar pessoas a ler e interpretar imagens de forma crítica. Primeiro, destaca que vivemos em um mundo onde somos bombardeados com imagens e que é essencial educar cidadãos capazes de analisar imagens de forma a não serem facilmente manipulados. Também ressalta que museus podem desempenhar um papel importante nesse processo de formação ao ensinar diferentes formas de analisar e interpretar obras de arte. Finalmente, conclui que ao aprender a ver imagens de maneira consc
Da escola ao museu das comunicações Cristina Weber
Leitura de Imagens 2 - Maria de Lourdes Riobom
1. Ver o Mundo Com Outros Olhos
Museus e Cultura Visual
Maria de Lourdes Riobom
2.
3. “O imperativo futuro é inventar novos modos de
educação e trabalho que permitam aos
indivíduos encontrar uma identidade e
satisfações que não sejam as dos paraísos
passageiros do consumo”.
• (Lipovetsky, G., La Felicidad Paradójica. Ensayo sobre la Sociedad
de Hyperconsumo, trad. espanhola, 2007)
4. A educação configura a identidade de uma
sociedade. O que significa educar na era da
globalização?
5. No mundo de hoje, em que somos
bombardeados com imagens, parece dever
fazer parte da educação, se a queremos
esclarecida e formadora de cidadãos críticos,
activos e conscientes do mundo que os rodeia,
ensinar a leitura de imagens, de modo a não
nos deixarmos facilmente manipular por elas .
6. • Una responsabilidad esencial de la educación
en el futuro será enseñar a los alumnos acerca
del poder de las imágenes, y las libertades y
responsabilidades que vienen con este poder.
• Kerry Freedman (Barcelona, 2006)
7. Embora, nos nossos dias, a grande maioria dos
museus, disponham de departamentos
educativos cujo objectivo é servir os diferentes
públicos, e como tal, obviamente os públicos
escolares, parece-me que, continua, a não
haver ainda uma plena consciência da
importância que pode e deve ter o museu para
uma formação plena do indivíduo.
8. Embora, nos nossos dias, a grande maioria dos
museus, disponham de departamentos
educativos cujo objectivo é servir os diferentes
públicos, e como tal, obviamente os públicos
escolares, parece-me que, continua, a não
haver ainda uma plena consciência da
importância que pode e deve ter o museu para
uma formação plena do indivíduo.
9. • Como e para quê analisar uma imagem?
• Como descodificar a mensagem que transmite
ou pretende transmitir?
• Que papel desempenha essa leitura na
construção de um conhecimento actualizado e
verdadeiramente interdisciplinar?
10. A arte é uma forma de comunicação e através
dela podemos aceder à compreensão de formas
de viver e de sentir às quais dificilmente
teríamos acesso de outro modo.
11. Certamente todos sabemos que a arte da Idade
Média constitui uma “Biblia do pobre”, uma
Bíblia ilustrada, que a arte do barroco é uma
apologia à glória divina católica, contestando o
protestantismo.
12. Da mesma forma que a obra de arte é portadora
de sentido, a publicidade também o é. No
entanto, a mensagem publicitária tem um
destinatário concreto, o potencial consumidor, a
mensagem artística, tal como acima a referimos,
basta-se a si própria. A publicidade pretende
vender um produto, a obra de arte apenas se
apresenta a si própria
13. aos espectadores, amadores ou
encomendadores.
A pintura tem um fim em si. O cartaz publicitário
é um meio, um meio de comunicação entre o
comerciante e o público.
• In, Frèches. J. (coor.),(2005) Art et Cie, L'Art est indispensable à
l'Entreprise, Dunod, Paris
•
14. Aprender a ver e ter prazer em ver “peças”
expostas num museu estimula a sensibilidade e
o pensamento, obriga a estabelecer ligações
entre aspectos diversos de diferentes realidades
humanas e como tal gera conhecimento e
pensamento crítico.
15. Aprender a ver pode contribuir para a
construção de uma outra forma de cidadania e
até para a construção de verdadeiras
sociedades democráticas, como podem os
museus de arte, preparar professores para
ensinar a ver?
16. • É fundamental criar bases para a compreensão
das imagens que nos rodeiam assim como
descodificar as intenções que lhes estão
subjacentes, de forma a não sermos meros
consumidores passivos das mesmas, podendo
passar a ver o mundo com outros olhos, ser
menos dependentes de um consumismo
exacerbado, em suma, mais conscientes,
menos manipuláveis e como tal, mais felizes.
17. Sta Ana ensinando a ler
a Nª Srª
Destorrents, Catalunha,
séc. XIV, MNAA
18.
19. Esta é a primeira fase deste processo de
observação, ou seja, fizemos uma
observação a nível literal que tem a ver com o
significante, ou seja, o aspecto material do
signo, o seu aspecto físico que remete para o
objectivo e consciente.
20. O segundo nível de leitura da imagem permite-
nos ir mais além, chegar ao conceito ou ao
significado cultural que é dado ao signo através
de convenções socialmente estabelecidas.
Remete para o subjectivo e para o inconsciente,
permitindo assim ao observador passar de um
discurso denotativo para um discurso
conotativo.
21. Ao nível do discurso conotativo, o espectador
faz uma interpretação livre da imagem,
interpretação esta que varia consoante a
experiência do observador, o contexto em que o
faz, sendo que esta leitura será diferente para
cada observador; estamos agora perante uma
leitura subjectiva da imagem, e será certamente
tão diversificada como o número de pessoas
que a lêem.
25. • As imagens não são inocentes, se as
ensinarmos a ver, estamos a contribuir para
formar gerações mais conscientes e, talvez por
isso, mais felizes porque menos manipuláveis.