1. O mundo é o que você enxerga!
Curso de fotografia para iniciantes – UFTM 2013
Fotografia e história
Fotografia de Henri Cartier-Bresson 1932. Fonte: cincofoto.wordpress.com
“De todos os meios de expressão, a fotografia é o único que fixa para sempre o instante
preciso e transitório. Nós, fotógrafos, lidamos com coisas que estão continuamente
desaparecendo e, uma vez desaparecidas, não há mecanismo no mundo capaz de fazê-Ias
voltar outra vez. Não podemos revelar ou copiar uma memória.”
Henri Cartier-Bresson
2. Conhecer é preciso!
O curso “Fotografia e história”, fotografia básica para iniciantes, traz de
forma sucinta a história da fotografia, conceitos práticos, algumas definições
técnicas e reflexões sobre a arte fotográfica.
O curso possuí carga horária de 30h, sendo 22h a distância e 8h
presenciais. Para o conteúdo EAD serão indicados textos, artigos, vídeos,
sites, enfim conhecimentos que já estão disponíveis no mundo online e que
deverão ser utilizados na construção do saber.
O objetivo do curso é apontar os caminhos existentes e estimular a
criação. Não se pode ficar preso a regras e conceitos, mas é preciso conhecer
para transformar o meio, entender como ampliar a visão de mundo, o que é
essencial para a prática da fotografia. A fotografia é a versão do seu autor
frente aos fatos que registra.
A fotografia, antes de ser uma técnica é uma linguagem. Enquanto
linguagem, esta possui língua, estética e cultura própria. A fotografia é um dos
inúmeros modos de divulgar cultura e produzir conhecimento. Portanto, a
imagem fotográfica não é a princípio, uma forma de arte. Como linguagem, ela
é o meio pelo qual a obra de arte é realizada (Leite,2011).1
1
Leite, Enio. Fotografia digital: aprendendo a fotografar com qualidade/ Enio Leite – 1. Ed. -- Santa Cruz
do Rio Pardo, SP : Editora Viena, 2011.
3. A câmera escura, o princípio da fotografia
A fotografia não tem um único inventor. Ela é uma síntese de
várias observações e inventos em momentos distintos. A primeira
descoberta importante para a photographia foi a "câmara
obscura". O conhecimento de seus princípios óticos se atribui a
Aristóteles, anos antes de Cristo, e seu uso para observação de
eclipses e ajuda ao desenho, a Giovanni Baptista Della Porta.
Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol,
durante um eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de
meia lua quando seus raios passarem por um pequeno orifício
entre as folhas. Observou também que quanto menor fosse o orifício, mais nítida era a imagem.
Séculos de ignorância e superstições ocuparam a Europa, sendo
os conhecimentos gregos resguardados no oriente. Um erudito
árabe, Alhazem, descreveu a câmara escura em princípios do
século XI.
No século XIV já se aconselhava o uso da câmara escura como
auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci fez uma descrição da câmara escura em seu livro de
notas, mas não foi publicado até 1797. Giovanni Baptista Della Porta, cientista napolitano, publicou em
1558 uma descrição detalhada da câmara e de seus usos. Esta câmara era um quarto estanque à luz,
possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto
diante do orifício, do lado de fora do compartimento, sua imagem era projetada invertida sobre a parede
branca.
Alguns, na tentativa de melhorar a qualidade da imagem
projetada, diminuíam o tamanho do orifício, mas a imagem
escurecia proporcionalmente, tornando-se quase impossível ao
artista identificá-la.
Este problema foi resolvido em 1550 pelo físico milanês Girolamo
Cardano, que sugeriu o uso de uma lente biconvexa junto ao
orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma
imagem clara sem perder a nitidez.
Isto foi possível graças à capacidade de refração do vidro, que tornava convergentes os raios luminosos
refletidos pelo objeto. Assim, a lente fazia com que a cada ponto luminoso do objeto correspondesse um
pequeno ponto de imagem, formando-se assim, ponto por ponto da luz refletida do objeto, uma imagem
puntiforme.
Desse modo, o uso da câmara escura se difundiu entre
os artistas e intelectuais da época, que logo perceberam
a impossibilidade de se obter nitidamente a imagem,
quando os objetos captados pelo visor estivessem a
diferentes distâncias da lente. Ou se focalizava o objeto
mais próximo, variando a distância da lente / visor
(foco), deixando todo o mais distante desfocado, ou
vice-versa. Danielo Brabaro, em 1568, no seu livro "A
prática da perspectiva" mencionava que variando o diâmetro do orifício, era possível melhorar a nitidez da
imagem. Assim, outro aprimoramento na câmara escura apareceu: foi instalado um sistema, junto com a
lente, que permitia aumentar e diminuir o orifício. Este foi o primeiro "diaphragma".
Quanto mais fechado o orifício, maior era a possibilidade de focalizar dois objetos a distâncias diferentes
da lente.
Nesta altura, já tínhamos condições de formar uma imagem satisfatoriamente controlável na câmara
4. escura, mas gravar essa imagem diretamente sobre o papel sem intermédio do artista era a nova meta,
só alcançada mais tarde com o desenvolvimento da química.
Fonte: Site da Kodak/Brasil acessado em 04 de Maio de 2013
História da Fotografia
A primeira descrição de algo parecido com uma máquina fotográfica foi escrita por um árabe,
Alhaken de Basora, que viveu há aproximadamente 1000 anos. Ele descobriu como se
formavam as imagens no interior de sua tenda quando a luz do sol passava pelas frestas do
tecido. Assim foram relatados os princípios do que viria a ser a câmera fotográfica.
Câmera significa pequeno quarto. Mais tarde, a câmera escura, quando não existia a
fotografia, era um artifício empregado para conseguir imagens projetadas desde o exterior e
cujas siluetas eram desenhadas na referida câmera escura. Sua existência é conhecida desde
o século XVI, quando artistas como Leonardo Da Vinci e outros pintores a usavam para
desenhar.
No século XVII, as câmeras escuras deixam de ser grandes e passaram a ser móveis,
desmontáveis e semiportáteis. Desenhar com luz, este, na verdade, era a utilidade destes
objetos, por isso o significado etimológico das palavras gregas: foto (luz) e grafein
(desenhar).
Os irmãos franceses Jean Niceforo e Claude Niepce são os primeiros a relacionar a imagem
realizada com luz e uma câmera escura. Mas eles não foram os únicos investigadores desta
atividade, em que pese que foram os únicos a chegar ao fim de esta prática.
Mais tarde, o artista francês Louis Jaques Mandé Daguerre (1789 – 1851) trabalhou, durante
anos, em um sistema para conseguir que a luz incidisse sobre uma suspensão de sais
de prata, de tal maneira que a escurecesse seletivamente e fosse capaz de produzir a
duplicação de alguma cena. Em 1839, Daguerre tinha aprendido a dissolver os sais intatos
mediante uma solução de tissulfato de sódio o que permitia gravar permanentemente a
imagem.
Mesmo o avanço tendo sido notável, levava de 25 a 30 minutos para tirar uma fotografia, e
se houvesse sol. Mas este não era seu principal inconveniente, senão a dificuldade de obter
cópias. E foi outro inventor, William Henry Talbot (1800 – 1877), que fazia experiências com
o que chamou de calótipos, que superou o problema em 1841. Com seus calótipos obtinham-
se negativos que logo deveriam ser passados aos positivos em outras folhas. Em 1844, foi
publicado o primeiro livro com fotografias.
A partir de então, as investigações se concentraram em conseguir um papel para os
negativos que fosse suficientemente sensível para ser rapidamente impresso. Em 1848, um
escultor inglês, Frederick Scott Archer, inventou o processo de colódio úmido. O colódio
(composto por partes iguais de éter e álcool numa solução de nitrato e celulose) era
empregado como substância ligante para fazer aderir o nitrato de prata fotossensível à chapa
de vidro que constituía a base do negativo. A exposição era feita com o negativo úmido (esta
é a origem do nome colódio úmido). A revelação tinha de ser feita logo após a tomada da
fotografia.
Só depois de alguns avanços científicos foram obtidas fotografias coloridas. Gabriel Lippman
foi o primeiro investigador que mediante um complexo método conseguiu fotografar
o espectro visível com toda sua riqueza cromática. Os irmãos Lumière também contribuíram,
5. mas foram Luis Ducos du Hauron e Carlos Cross as pessoas que criaram um método que
consistia na impressão de três negativos através de filtros coloridos em vermelho e azul.
Fonte: Site da InfoEscola acessado em 04 de Maio de 2013
Disponível em: http://www.infoescola.com/curiosidades/historia-da-fotografia/
Assista ao vídeocriado pela Ecopix Brasil que conta, de forma
rápida e divertida a história da fotografia. Link: Click aqui para assistir ao vídeo
Fotografia no Brasil
Acesse abaixo o link do site Enciclopédia Itaú Cultural – Artes Visuais.
Site Enciclopédia Itaú Cultural
Para conhecer alguns nomes e obras de fotógrafos
brasileiros visite o blog “Fotógrafos brasileiros”. Blog
6. Visite também o site Olhares, uma galeria virtual de fotografia.
Site Olhares
Exercício 1:
Escolha um fotógrafo (brasileiro ou estrangeiro) e pesquise sobre ele e, as
características de seu trabalho. Depois de fazer uma boa leitura escolha uma
de suas obras e cole-a em uma folha branca. Abaixo, escreva o nome do autor,
data da fotografia e o nome da obra.
Depois de fazer isso, descreva o que você vê na imagem, o motivo pelo qual
você escolheu essa obra, o que lhe chamou atenção. Tente transformar, em
palavras, o sentimento, a ideia que a imagem passa e por fim dê um novo título
à foto.
Todos os exercícios propostos nesta apostila deverão ser
entregues no dia da aula presencial para efeitos de avaliação e debate em sala
de aula. Também não se esqueça de levar sua câmera fotográfica no dia da
aula.
7. Para Pensar!!!
Leia o artigo Todos devem fotografar: Todos Devem fotografar
Assista à palestra: Instante (in) decisivo: o talento está em não
apertar o disparador.
Descrição: Hoje é cada vez mais fácil fotografar. As câmeras estão potentes
e estáveis, em altíssima definição. Nesse contexto, para onde foi a expressão
fotográfica? Como utilizar as tecnologias disponíveis para criar uma
representação da realidade que seja ao mesmo tempo única e
contemporânea?
Palestrante: Luli Radfahrer – Professor-Doutor da USP, Colunista da Folha
e Curador do InterCon.
8. Exercício 2:
Responda: (a) E para você o que é arte?
(b) Qual o seu artista preferido?
(c) Você utiliza o celular para fotografar?
(d) Você posta suas fotos em redes sociais?
9. Exercício 3:
Para exercitar a criatividade, escolha um texto, uma frase, uma música
ou um poema e em seguida faça uma fotografia que ilustre o texto. Cole o
texto e a fotografia em uma folha branca.