[1] O documento discute drogas colinérgicas diretas e indiretas, incluindo agonistas e antagonistas muscarínicos e nicotínicos. [2] A acetilcolina é o principal neurotransmissor das sinapses colinérgicas no corpo, e a acetilcolinesterase degrada a acetilcolina após a liberação. [3] Agonistas colinérgicos diretos estimulam os receptores muscarínicos e nicotínicos, enquanto antagonistas como a atropina bloqueiam esses receptores
Aula 4 drogas colinérgicas e bloqueadores colinergicos
1. Drogas colinérgicas
diretas e indiretas
INSTITUTO DE ENSINO SUPERIOR RAIMUNDO SÁ
CURSO: FISIOTERAPIA
DISCIPLINA: FARMACOLOGIA
PROFª MSc. IRISDALVA OLIVEIRA
4. SINAPSE COLINÉRGICA
Caracteriza-se por ter a ACETILCOLINA (ACh) como
neurotransmissor
h É a sinapse mais comum no SN
Localizações:
1. Sinapses entre neurônios no SNC
2. Sinapses ganglionares, entre neurônios pré e pós ganglionares do
sistema nervoso autônomo simpático como parassimpático
3. Sinapses pós ganglionares do sistema nervoso parassimpático (com o
órgão efetor)
4. Sinapses musculares (entre os neurônios e o músculo esquelético)
5. Sinapse Colinérgica - Liberação da ACh
Ca2+
PA -----
++++ VOC
++++
Tecido pós-sináptico
despolarização
-----
Ca2+
(+) ACh
ACh ACh
exocitose
6. A neurotransmissão dos neurônios
Colinérgicos
• Envolve 6 etapas
– Síntese de ACh
– Estocagem
– Liberação
– Ligação da ACh ao receptor
– Degradação do neurotransmissor na fenda
sináptica
– Reciclagem da colina
7.
8. A neurotransmissão dos neurônios
Colinérgicos
• Envolve 6 etapas
– Síntese de ACh
– Estocagem
– Liberação
– Ligação da ACh ao receptor
– Degradação do neurotransmissor na fenda
sináptica
– Reciclagem da colina
9. Receptores da Acetilcolina
Ligação com receptores:
NICOTÍNICOS
• Sinapse colinérgica entre neurônio e músculo esquelético
• Sinapse colinérgica ganglionar
MUSCARÍNICOS
• Neuromiocárdica
• Neuromuscular lisa
• Neuroglandular
• Neuro-neuronal
10. Localização dos Receptores
Colinérgicos
Receptores Localização
M1 neurônios
M2 células cardíacas, músculo liso e neurônios
M3 glândulas exócrinas, músculo liso e endotélio
Nm Junção muscular do músculo esquelético
Nn neurônios
11.
12. Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina
Receptores Muscarínicos
M1 SNC
Estômago
ACh G
PLC
ACh
ACh ACh
IP3 ↑ Ca2+
DAG
Excitação
Secreção HCl
13. Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina
Coração
Receptores Muscarínicos
ACh M2 Gi
AMPc
AC
ACh ACh
Ca2+
ACh cond.K+
Hiperpolarização
Inibição neural
Inibição cardíaca
14. Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina
Receptores Muscarínicos
Glândulas
M3 Músc. liso
ACh G
PLC
ACh
ACh ACh
IP3 ↑ Ca2+
DAG
Secreção
Contração
Síntese NO
15. Sinapse Colinérgica - Ações da Acetilcolina
JNM
Receptores Nicotínicos Neur.Gânglios
Nic.
K+
Na+
ACh Despolariz.
ACh ACh
Excitação Neur.
Contração M.Esq.
16. Inativação da Acetilcolina
• Acetilcolinesterase: promove a hidrólise
da acetilcolina em ácido acético e colina,
em seus sítios aniônicos e esterásicos
18. Grupos Farmacológicos
• COLINÉRGICOS DIRETOS
– MUSCARÍNICOS:
• Ésteres da colina: acetilcolina, betanecol
,metacolina e carbacol
• Alcalóides: muscarina e pilocarpina
• Oxitremorina
– NICOTÍNICOS:
• Nicotina, lobelina e dimetilfenilpiperazínio
19. Colinérgicos Diretos
Mecanismos de ação: estimulação de receptores
colinérgicos – muscarínicos ou nicotínicos.
1. A acetilcolina não possui ações terapêuticas:
sofre hidrólise rápida e efeito difuso
2. Foi sintetizada por Baeyer em 1867
***Derivados da Ach com aplicação clínica:
betanecol, carbacol e metacolina
20. Propriedades Farmacológicas
◦ Cardiovasculares:
Vasodilatação (todos os leitos
vasculares) mediado pelo NO
Redução da frequência cardíaca -
efeito cronotrópico negativo
Redução da condução cardíaca -
efeito dromotrópico negativo.
Redução da força de contração -
efeito inotrópico negativo
21. Propriedades Farmacológicas
◦ Efeitos no TGI:
1. Aumento do peristaltismo e da motilidade intestinal,
náuseas, vômitos e diarréia
2. Aumento da secreção glandular
◦ Sistema urinário:
1. Aumento da contração ureteral, aumento da pressão
miccional e redução da capacidade vesical
◦ Outros: Aumento da secreção de todas as glândulas,
broncoespasmo e miose
22. PILOCARPINA
Não é hidrolisado pela acetilcolinesterase.
Ação muscarínica
Colinérgico menos potente que a acetilcolina
Ação: Oftalmologia – aplicação tópica
Uso: oftalmológico: diminuição da pressão ocular –
glaucoma (glaucoma) e miose depois de cirurgias
A redução máxima da pressão intraocular ocorre em 2 a 4
horas / pode durar até 14 horas – 2 a 3 gts 4 a 6 vz por dia
Nome comercial: Pilocarpina – colirio – 1%, 2%, 3% e 4%
23. Miose provocada por agonistas
colinérgicos
normal Após 5 min da
instilação de um Agonista Colinérgico
25. Conceito
São fármacos responsáveis pela inibição das
colinesterases, ou seja são fármacos que inibem
o metabolismo da acetilcolina, exercem seu
efeito primário no sítio ativo dessa enzima,
embora alguns também possuam ações diretas
nos receptores nicotínicos
26. Os tipos de Colinesterases
1. Butirilcolinesterase (pseudocolinesterase)
2. Acetilcolinesterase
Liga-se a membrana basal na fenda sináptica
Específica para Ach
Sua função consiste em hidrolisar o
transmissor liberado
27. Anticolinesterásicos
(agonistas indiretos)
• CLASSIFICAÇÃO QUÍMICA:
AMINAS mono* e biquaternárias: edrofônio*,
ambenônio, demecário – ação mais rápida
CARBAMATOS: neostigmina, fisostigmina,
piridostigmina – ação mais demorada – várias
horas
COMPOSTOS ORGANOFOSFORADOS:
paration, malation, isofluorofato – ação muito
demorada – vários dias
28. Anticolinesterásicos de ação
irreversível
• São substâncias tóxicas utilizadas como
armas químicas e/ou inseticidas
• São representados pelos
organofosforados: paration, malation,
sarin, soman e tabun
• Apenas o ecotiofato é utilizado na
terapêutica
29. Anticolinesterásicos de ação
irreversível
São altamente lipossolúveis
Sofrem hidrólise lenta no plasma, rins,
fígado e pulmões sendo excretados
principalmente pela urina
Normalmente interagem apenas com o
sítio esterásico, exceto o ecotiofato
30.
31. Medidas para o tratamento de intoxicação
por Inibidores da Colinesterase
• Manutenção dos sinais vitais: respiração em
particular
• Descontaminação para impedir qualquer
absorção posterior:
-remoção das roupas, lavagem da pele, lavagem
gástrica, uso de laxantes
32. Medidas para o tratamento de intoxicação
por Inibidores da Colinesterase
• Administração de oxigênio
• Em caso de convulsões administração de
diazepam (5 a 10 mg/kg)
• Atropina parenteral em altas doses para
controlar os sinais de excesso muscarínico
• A terapia inclui tratamento com Pralidoxima
33. Reativadores da Colinesterase
PRALIDOXIMA
Reativa a ACh-E bloqueada
Tem alta afinidade pelo fósforo formando
uma fosforiloxima - desloca o
organofosforado, desde que administrada
antes do envelhecimento da ligação
36. BLOQUEADORES COLINÉRGICOS
Grupo de fármacos que reduzem a atividade da
Ach e/ou agonistas colinérgicos.
ANTAGONISTAS MUSCARÍNICOS
1) Alcalóides naturais atropina e escopolamina;
3) Derivados semi-sintéticos desses alcalóides;
5) Congêneres sintéticos, dentre os quais alguns
mostram seletividade para determinados subtipos de
receptores muscarínicos.
43. Nervos Músculo Glândulas
Coração Cérebro Endotélio
periféricos liso exócrinas
M1 M2 M3 M4 M5
Ach, Ach, Ach, Ach, Ach,
oxotremorina Carbacolina Carbacolina Metacolina Metacolina
Atropina Atropina
Atropina Tolterodina
Ipratrópio Atropina
Ipratrópio Dicicloveri
Tolterodin Toxina
Tolterodi na
a MT3
na Darifenacin
Pirenzepin Ipratrópio
Galamina a
a
Toxina
MT7 Atropina
Formação IP3 e DAG – Inibição de AMPc, Ipratrópio
Aumento de Ca2= abertura de canais de K+ Tolterodi
na
44. Propriedades farmacológicas
0,5 mg –RED. DA F.C.; RES.
ATROPINA DE BOCA; INIB. DA
TRANSPIRAÇÃO
1,0 mg -R. DA BOCA; SEDE;
ACELERAÇÃO DO CORAÇÃO;
DILATAÇÃO PUPILAR SUAVE
2,0 mg –FREQUÊNCIA CARDÍACA RÁPIDA;
PALPITAÇÃO; RESSECAMENTOACENTUADO DA
BOCA; PUPILAS DILATADAS; TURVAMENTO DA
VISÃO
5,0 mg –ACENTUAÇÃO DE TODOS OS SINTOMAS ACIMA;
DIFICULDADE DE FALAR E DEGLUTIR; AGITAÇÃO E FADIGA;
CEFALÉIA; PELE SECA E QUENTE; DIFICULDADE DE URINAR;
REDUÇÃO DA PERISTALSE INTESTINAL
•10 mg– TODOS OS SINTOMAS ACIMA, PORÉM MAIS ACENTUADOS;
•PULSO RÁPIDO E DÉBIL;
•ÍRIS PRATICAMENTE FECHADA, VISÃO MUITO EMBAÇADA;
•PELE RUBORIZADA , QUENTE E SECA;
•AGITAÇÃO; EXCITAÇÃO; ALUCINAÇÃO; DELÍRIO E COMA.
45. Antagonistas Muscarínicos
Composto Propriedade farmacológica Usos Clínicos
Atropina •Antagonista não seletivo; •Adjuvante na anestesia (redução das
•Bem absorvido por v.o.; secreções, broncodilatação);
•Em dose clínicas, pequena •Envenenamento por
penetração da BHE; anticolinesterásicos;
•Estimulante do SNC. •Bradicardia;
•Hipermotilidade gastrointestinal.
Escopolamina •Similar à atropina; •Como a atropina;
•Maior penetração da BHE; •Cinetose.
•Depressor do SNC.
Metonitrato de •Similar à atropina; •Hipermotilidade gastrointestinal.
atropina •Pouco absorvido;
•Não possui efeitos sobre o SNC;
•Bloqueio ganglionar significativo.
Ipratrópio •Similar ao anterior; •Para asma e bronquite por via
•Não inibe a depuração mucociliar inalatória.
dos brônquios.
46. Antagonistas Muscarínicos
Composto Propriedade farmacológica Usos Clínicos
Tropicamida Similar à atropina; Colírio (midríase e cicloplegia;
Pode elevar a pressão intra-ocular. Ação curta.
Ciclopentolato Similar à tropicamida Como a tropicamida (ação
prolongada).
Pirenzepina Seletiva para receptores M1; Úlcera péptica
Inibe a secreção gástrica por ação
sobre células ganglionares;
Pouco efeito sobre a musculatura lisa
ou SNC