3. Nasceu em 1955 no Rio de Janeiro. Em 1980, se formou em engenharia civil pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro, tendo ingressado na Escola de Artes Visuais
do Parque Lage no ano seguinte, onde participou de cursos livres até 1983. Foi aluno
e professor na Escola de Artes Visuais do Parque Lage durante o período de 1986 a
1994.
Sua carreira obteve destaque em 1985 ao expor na Grande Tela da 18° Bienal de São
Paulo. Daniel Senise percorreu o mundo com algumas exposições individuais, como
no Museum of Contemporary Art of Chicago em 1991 e no Museo de Arte
Contemporáneo de Monterrey em 1994.
No início de sua carreira, sua produção era focada em temas e volumes vazios de
imagens indefinidas que eram retiradas de objetos do cotidiano. Ao final da década
de 1980 suas telas passam a adquirir cores intensas e variadas, enfocando paisagens
imaginárias e descontínuas.
As pinturas Renascentistas também foram influência no trabalho de Senise, evocando
o passado e a tradição para se compor uma arte contemporânea. Assim as pinturas
de Senise são uma mistura de história da arte, imagens e a percepção atual da
sociedade, abrindo-se para uma ampla combinação de experiências. Sua idéia é
ativar o imaginário do espectador e criar diversas sensações.
4. Daniel Senise. Paisagem com levitação
Acrílica, pó de ferro e laca sobre cretone, 130 x 190 cm
1995
42. Cristina Canale é representante da nova pintura brasileira reunida na exposição Como Vai
Você, Geração 80? e desde então explora e aprofunda questões presentes nesse período. A
artista opta por manter em sua produção a pintura, o uso de cores vivas, a representação de
paisagens e temas tradicionais da pintura, formas orgânicas, o trânsito entre abstração e
figuração.
No início da década de 1990, suas pinturas têm grande dimensão, com espessas camadas
de tinta com que são representados oceanos, vales, vulcões e arquipélagos. Posteriormente
suas imagens revelam fragmentos e detalhes da natureza, beirando a abstração. O período
em que estuda na Alemanha é determinante para as transformações de seu trabalho. É
quando pinta sobre papel, produzindo obras com pequenos formatos, e passa a explorar o
desenho, com linhas autônomas que acrescentam espacialidade à composição por meio de
planos e profundidades. As cores utilizadas adquirem fluidez e suavidade.
Em 1999, há um retorno à figura, sobretudo na representação de interiores. Esses trabalhos
apresentam formas mais concisas e concentradas. Entre 2000 e 2001 suas representações
figurativas referem-se ao lúdico e à infância.
Cristina Canale (Rio de Janeiro RJ 1961)
66. Francis Alÿs (1959-) nasceu na Antuérpia, Bélgica, e atualmente reside na Cidade do
México, capital federal dos Estados Unidos do México. Cursou Arquitetura e Urbanismo
no Institut Supérieur d'Architecture Saint-Luc, em Tournai, na Bélgica e, no início da
década de 1980, desenvolveu sua tese de doutoramento no Istituto di Architettura di
Venezia, na Itália. Em 1986, para evitar o serviço militar, mudou-se para o México, a fim
de trabalhar junto a organizações não governamentais que atuavam nas áreas da cidade
afetadas pelo terremoto de 1985.
Prestes a finalizar seu contrato de trabalho, em 1989, o então arquiteto se via frustrado
com as possiblidades do planejamento urbano, ao mesmo tempo em que enfrentava
problemas legais para voltar à Bélgica. Nesse mesmo ano, Francis Alÿs passa a se dedicar
à prática artística.
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72. Os registros sistemáticos de Alÿs sao uma tentativa de resgatar algumas formas de vida na
cidade que correm o risco de desaparecer (12). O interesse específico nos cães se dá, por
um lado, porque os animais representam a sensação de liberdade encontrada pelo artista
na capital mexicana. Por outro, pelo fato de que Alÿs encontra nesses “parasitas” (13) uma
forma de resistência à crescente obsessão pelo controle das ruas das cidades. Além disso, o
registro desses personagens urbanos evidencia, simultaneamente, a deterioração e as
tentativas de requalificação do Centro Histórico.
As séries fotográficas de Alÿs trazem à vista esses personagens do contexto urbano que,
frequentemente, são vistos como indesejados. No entanto, ele não parece interessado em
criar registros com o caráter de denúncia, não possui um olhar de superioridade de um
artista que viria desmascarar os efeitos do processo de gentrificação. Tampouco se trata de
uma estetização da miséria ou de uma posição favorável às políticas de revitalização do
centro.
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80. O artista se descola da lógica desse processo
todo e consegue criar um outro olhar em
relação às pessoas que ocupam o centro da
capital mexicana. Ele torna visível e sensível a
presença viva daqueles que tendem a ser
eliminados das ruas da cidade e, com isso,
possibilita que se reformulem as sensações em
relação ao espaço urbano e às pessoas que o
habitam.