Aula 20 A interpretação das epístolas

Interpretação
das Epístolas
Kerygma 21
Diácono Rodrigo Armbruster Candioto

2
INTERPRETAÇÃO DAS EPÍSTOLAS
EVANGELHOS
CARTAS
EPÍSTOLAS
Rodrigo Armbruster Candioto www.kerygma21.com.br

3
EVANGELHOS
Contam a história das boas novas
sobre Jesus Cristo.
ATOS
Conta como as boas novas do
evangelho se espalharam por mais
de três décadas.
EPÍSTOLAS
Tratam da compreensão da fé e da
prática cristã.

4
AS EPÍSTOLAS
NO NOVO
TESTAMENTO

5
PAULINAS GERAIS (CATÓLICAS, UNIVERSAIS)
Romanos
1 e 2 Coríntios
Gálatas
Efésios
Filipenses
Colossenses
1 e 2 Tessalonissenses
1 e 2 Timóteo
Tito
Filemon
Hebreus
Tiago
1 e 2 Pedro
1, 2 e 3 João
Judas

6
EPÍSTOLAS OU
CARTAS?

7
CARTAS
(“CARTAS DE
VERDADE”)
Não são literárias. Não foram escritas nem para o público e
nem para a posteridade, mas apenas tinham como alvo a
pessoa ou as pessoas para quem elas tinham sido
endereçadas.
São denominadas de ocasionais e pertencem ao primeiro
século.
Não são tratados teológicos, mas “teologias de tarefa”.
EPÍSTOLAS
Possuem forma literária artística ou uma espécie de
literatura destinada para o público.
Não são denominadas de ocasionais e pertencem ao
primeiro século.
Não foram escritas para fazer uma exposição da teologia
cristã, tratando-se de teologia aplicada ou direcionada a
uma necessidade específica.

8
AS EPÍSTOLAS E
SEUS
DESTINATÁRIOS

9
QUEMINTERPRETAÇÃO DAS EPÍSTOLAS
CARTA DESTINATÁRIOS
Romanos Igreja em Roma
1 e 2 Coríntios Igreja em Corinto
Gálatas Igrejas na Galácia do sul
Efésios Igreja em Éfeso
Filipenses Igreja em Filipos
Colossenses Igreja em Colossos, Hierápolis e Laodicéia
1 e 2
Tessalonissenses
Igreja em Tessalônica
1 e 2 Timóteo Timóteo (Epístola Pastoral)
Tito Tito (Epístola Pastoral)
Filemon Filemon

10
CARTA DESTINATÁRIOS
Hebreus
Cristãos judeus dispersos em outros países
fora da Palestina (Epístola de Exortação)
Tiago Cristãos judeus que viviam fora da Palestina
1 e 2 Pedro
Cristãos judeus e gentios da Ásia Menor, nas
províncias do Ponto, da Galácia, da
Capadócia, da Ásia e da Bitínia
1 João Judeus e gentios
2 João Para “a senhora eleita” e seus filhos
3 João Gaio
Judas Judeus e gentios

11
COMO
INTERPRETAR AS
EPÍSTOLAS?

12
1º PASSO
(LEITURA)

13
Leia a epístola do começo ao fim (leitura
do texto sem divisões internas)
Faça anotações mentais de assuntos
(pessoas-chave, lugares-chave, temas recorrentes)
DISTANCAMENTO CULTURAL

14
Refaça a leitura e anote com referências
suas observações anteriores
Identifique as divisões naturais e lógicas
da epístola

15
Com o auxílio de um comentário bíblico, estabeleça
as divisões naturais e lógicas da epístolas
Aprenda a pensar em parágrafos, com o objetivo
de compreender os argumentos do autor

16
2º PASSO
(PANORAMA)

17
3º PASSO
(INTERPRETAÇÃO)

18
Estudo de caso
INTERPRETAÇÃO
DAS EPÍSTOLAS
Curso Kerygma 21

19
1
Delimitar o texto a ser estudado

20
2
Analisar o texto sem
pressuposições referentes à sua
forma ou significado

21
COLOSSENSES 1:15-20
15 Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação;
16 pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra,
as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer
principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele.
17 Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste.
18 Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito
de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia,
19 porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude
20 e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele,
reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer
nos céus.

22
3
Examinar o contexto imediato do
texto

23
COLOSSENSES
CIDADE
POPULAÇÃO
IGREJA

24
a) filosofia (pré-gnosticista ) (2:8-10)
(i) acreditavam que a matéria é má, portanto, diziam que Deus
não poderia ter vindo a terra como um ser humano verdadeiro.
(ii) acreditavam que Deus não tinha criado o mundo, porque
Ele não poderia ter criado o mau.
(iii) diziam que Cristo não foi o único Filho de Deus, mas um
dos muitos intermediários entre Deus e o povo.
(iv) rechaçavam ver em Cristo a fonte de salvação, insistindo
que se podia achar a Deus por meio do conhecimento secreto
e especial.

25
b) legalismo (2:11-17)
Tentava adicionar ou aperfeiçoar o evangelho através do incentivo
à igreja para aderir a um sistema jurídico e ensinava que “somente
um relacionamento pessoal, vital e pessoal com Cristo não era
suficiente para satisfazer a vontade de Deus”. (John Macarthur)
c) misticismo (2:18-19)
Apregoava que Deus estava muito longe e que só através de
vários níveis de anjos era possível chegar à Deus. Por isso,
ensinavam que o povo tinha que adorar aos anjos
progressivamente até alcançar a Deus.

26
d) asceticismo (2:20-23)
Ensinavam que o caminho para superar o corpo (que é o
mal), era a auto-humilhação e flagelação do mesmo.

27
Para Daniel Wallace, a “heresia dos Colossos” era uma
eclética mistura de legalismo judaico, especulação
filosófica grega e misticismo oriental combinados com um
sabor cristão. Usava a máscara do cristianismo, mas não
tinha nada de Cristo. Usou palavras e frases cristãs, mas
com significados diferentes. Em outras palavras, esta
heresia era em sua essência uma combinação do
judaísmo e do paganismo filosófico, com o rótulo do
cristianismo. Esta heresia negava a suficiência de Cristo
na redenção da alma e plenitude da vida, por isso
resistiam em oferecer a Jesus o lugar supremo na igreja.

28
Uma das dificuldades na
tentativa de conhecer os
ensinos falsos, reside no fato de
que só temos a resposta de
Paulo a eles. Ou seja, não temos
um registro do relatório de
Epafras sobre o que ensinavam
os falsos mestres. Por isso, o
que era e o que ensinava a
“heresia dos Colossos” é ainda
fruto de grande debate entre os
teólogos.

29
4
Investigar a estrutura literal e
gramatical

30
GÊNERO
LITERÁRIO

31
1) Trata-se de uma prosa ritmada com um arranjo estrófico,
como era encontrado em hinos no período apostólico (F. F.
Bruce).
2) Considerando os elementos literários, a estrutura do texto
e o vocabulário, trata-se de um “hino cristão”.
3) Trata-se de um testemunho fixo da Igreja Primitiva
(Hendriksen).

32
QUEM É O
AUTOR DO
HINO?

33
1) este hino seria pré-paulino, o qual fora incorporado pelo Apóstolo, a
fim de ser usado como base da teologia que seria desenvolvida nos
capítulos seguintes.
2) Paulo compôs o hino que enuncia a teologia que ele vai usar para
combater os falsos mestres.
3) Paulo usou a linguagem e os conceitos do provável “hino
cristológico”, adicionando elementos particularmente relevantes que
combatessem o ensino falso presente na igreja e defendesse a
divindade, a supremacia e o senhorio de Jesus sobre todas as coisas.
(D. A. Carson, Douglas Moo, O’Brien, F.F. Bruce, Keathley).

34
CONTEXTO
LITERÁRIO

35
Daniel Wallace propõe a divisão da carta aos Colossenses
em cinco partes:
1) Introdução: saudações (1:1-3) e ações de Graças (1:3-8).
2) Ortodoxia: a suficiência de Cristo afirmada (1:9 – 2:07).
3) Heterodoxia: a suficiência de Cristo negada (2:8 – 3:4);
4) Ortopraxia: a suficiência de Cristo vivenciada (3:5-4:6);
5) Saudações finais (4:7-18).

36
5
Determinar a intenção teológica e o
significado para os ouvintes do
texto

37
Intenção teológica:
a) Cristo era tudo o que eles precisavam para a redenção da
alma e a plenitude da vida.
b) o Cristo encarnado é supremo sobre todas as coisas, pois Ele
é o criador do universo, na esfera na qual tudo subsiste e é o
agente de Deus para trazer o cosmo em harmonia através da
reconciliação.
c) os Colossenses deveriam abandonar todos os aditivos
apresentados pelos falsos mestres e confiar apenas em Cristo
tanto no que se refere à salvação de suas almas, como em
relação à plenitude de suas vidas.

38
QUAL O
SIGNIFICADO DO
TEXTO PARA OS
JUDEUS?

39
Paulo mostra que “Cristo
desempenhou um papel
tradicionalmente atribuído
à ‘sabedoria’ na criação e,
portanto, está acima de
todos os outros poderes
cósmicos”.

40
QUAL O
SIGNIFICADO DO
TEXTO PARA OS
GENTIOS?

41
Paulo afirma que em
Cristo os cristãos têm
acesso a todos os
tesouros da sabedoria e
do conhecimento
necessários para
enfrentar o seu caminho
através da vida.

42
6
Traduzir seu significado em termos
apropriados às necessidades atuais

43
• A proclamação da pessoa e da obra de Cristo é o
remédio contra os falsos ensinos.
• A salvação não é uma verdade esotérica, hermética,
destinada a uns poucos, mas a realidade anunciada
universalmente.
• Jesus Cristo o supremo e divino Filho de Deus é tudo
que precisamos para a salvação da alma e plenitude da
vida.

44
• Quem é Jesus para nós? Cremos de todo o coração no
que o apóstolo Paulo disse acerca de Cristo? Cremos que
Jesus é a imagem do Deus invisível? Que Nele reside toda
a plenitude? Que por meio de Seu sangue o Pai
reconciliou consigo todas as coisas? Que o que Jesus fez
é suficiente?
• Cristo é o centro da sua vida? Ele é o Senhor de sua
história?

45
BIBLIOGRAFIA📖
ELWELL, Walter A, YARBROUGH, Robert W. Descobrindo o
Novo Testamento. São Paulo: Casa Editora Presbiteriana,
2002.
FEE, Gordon D., STUART, Douglas. Entendes o que lês?: um
guia para entender a Bíblia com o auxílio da exegese e da
hermenêutica. São Paulo: Vida Nova, 2011.
LOPES, Augustus Nicodemus. A supremacia e a suficiência de
Cristo: a mensagem de Colossenses. São Paulo: Editora Vida
Nova, 2013.
MacArthur, John. Nossa suficiência em Cristo. 2. ed., 4. reimpr.
São José dos Campos: Fiel, 2015.
SANTOS, Jailson. Colossenses 1. 15-20 - Estudo exegético.
Disponível em:
http://jailsonipb.blogspot.com.br/2014/02/colossenses-1-15-20-
estudo-exegetico.html. Acesso em 16 de jul. de 2017.

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