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1. Uma vez reconhecida a necessidade de uma língua internacional, resta o problema
da escolha daquela que deverá desempenhar esse papel. O uso de línguas naturais
nessa função não tem conseguido preencher a lacuna deixada pelo abandono do uso
do latim, que foi instrumento de comunicação diplomática, de divulgação científica e
de discussão filosófica e política durante toda a Idade Média. É de se notar que o latim
usado como interlíngua não era aquele falado quotidianamente pelo povo, o “sermo
vulgaris”. Não era a língua que, sujeita à instabilidade do processo evolutivo natural,
viriaasetransformaresediversificarnasváriaslínguasromânicas.Oidiomausadonas
comunicações internacionais era o produto estável, altamente elaborado pelos
gramáticoseestilistasdalatinidade.
2. O fato de não pertencer a povo algum dava ao latim a condição primeira para o
desempenho do papel de interlíngua: a neutralidade política. As línguas naturais
encontram sempre fortes restrições em seu uso como língua internacional, restrições
que variam, segundo as áreas onde se pretenda usá-las. Não há uma única língua
naturalquegarantaaoseuusuáriolivretrânsitoemtodoomundo,paranãodizernem
mesmo em toda a Europa. Apesar disso, as nações econômica e politicamente
poderosas concentram grandes esforços e despendem enormes recursos financeiros
no sentido de difundirem e, até certo ponto, imporem seus idiomas para uso
internacional, visto serem inegáveis os rendimentos em prestígio político e as
vantagens econômicas que retornam como altos dividendos, em razão de
investimentos bem aplicados. É muito fácil, para o falante nativo, parlamentar,
influenciar, convencer, vender, e até mesmo dominar, quando o interlocutor fala uma
línguaquenãosejaasuaprópria.
3. Assim, eleger, em âmbito mundial, uma língua natural para o desempenho da tarefa
de interlíngua é conceder ao povo que a fala como nativo uma série de prerrogativas
contra as quais se insurgiriam os demais povos, a arguírem o mesmo direito de não
seremobrigadosàsdespesaseaosesforçosnecessáriosaoaprendizadodeumalíngua
estrangeira.
Utopia ou Solução?
por José Passini
4. Aceitar oficialmente o idioma de outro povo como segunda língua é elevar o país de
origem desse idioma à condição de metrópole intelectual. É submeter-se-lhe
psicologicamente, aceitando a sua influência política e a sua cultura, no sentido mais
abrangente do termo. Não se defende, ao pôr-se em relevo a gravidade desse
problema, um nacionalismo absurdo, fechado às ideias renovadoras vindas do
exterior. É de senso comum que nenhum país pode progredir de forma apreciável, se
fechadoaoconfrontosalutarcomasideiasgeradasemoutrasculturas.Oquesebusca
demonstrar é o perigo de uma descaracterização nacional como consequência da
forte influência de uma determinada cultura, aceita, às vezes, inconscientemente,
atravésdaadoçãodalínguadeoutropovocomosegundalíngua.
5. No caso de se adotar alguma língua neutra, as influências recebidas do exterior se
originariam de fontes diversas, porque conduzidas através de uma língua igualmente
acessível a todos os povos. A adoção de uma língua internacional neutra permitiria
àqueles povos, cujas línguas não têm penetração internacional, a divulgação da sua
posição política, do seu pensamento filosófico, dos seus progressos sociais e
científicos, diretamente, ao resto do mundo, sem ter de se sujeitar ao processo
seletivo da corrente de informação a que a tradução em uma língua natural
conduziria. Ao traduzir-se uma obra para um idioma natural, raramente tem-se em
vista a sua divulgação mundial. As traduções são quase sempre feitas em função dos
interesses e do gosto do povo ou dos povos falantes nativos dessa língua, o que
constitui um fator altamente seletivo e restritivo na divulgação de ideias em ambiente
mundial, em desfavor dos usuários de línguas minoritárias. A tradução em uma língua
neutra, ao contrário, destinar-se-ia indistintamente a todos os povos e facilitaria
sobremaneira o acesso a uma literatura muito mais vasta aos povos em cujas línguas
astraduçõesnãoseriamrentáveis.
6. Se, como foi demonstrado, as línguas naturais não se prestam à função de
interlíngua, só resta a alternativa do uso de uma língua construída, neutra, indene de
vinculação étnica, política, filosófica, cultural, enfim. Essa condição ideal, como se
depreende, só poderá ser conseguida por um idioma não vinculado a povo algum, um
idioma conscientemente elaborado para o papel de interlíngua mundial, a ser
aprendidaportodosospovos,nacondiçãodesegundalíngua.
7. Para o desempenho desse papel, relevante sob todos os aspectos, propõe-se o
Esperanto, porque dentre os idiomas criados para esse fim, que surgiram até agora, é
aquele que se destaca pela facilidade de aprendizado, graças à simplicidade e
regularidade que seu criador conseguiu imprimir-lhe. Entretanto, essa simplicidade
não implica pobreza de recursos de expressão, visto ter-lhe sido possível acompanhar,
desde a sua publicação, em 1887, o progresso sem precedentes que se constata em
todos os setores da atividade humana, dando conta do discurso científico, filosófico,
político e religioso de todos os tempos, como atesta a extensa bibliografia existente.
Sua regularidade, que o livra daqueles caminhos sinuosos que dificultam o
aprendizado de um novo idioma, principalmente na idade adulta, não o desfigura
comoidiomahumano,nãootornaumcódigomatemático,frio,monótono,artificial.A
esse respeito, consulte-se a vasta literatura, original e traduzida, em poesia e prosa,
sobreosmaisvariadostemas.
8. A prova mais concludente a respeito da adequação do Esperanto ao papel a que se
propõe é dada pela sua sobrevivência e pelo progresso que, embora lento, sem apoio
direto de nenhum governo, é sempre crescente em todo o mundo. Dezenas de línguas
surgiram antes dele; outras lhe foram contemporâneas no lançamento; várias outras,
posteriores.Nãoobstante,nenhumaconseguiuameaçar-lheoprogresso.
9. Assim, ao Homem, que adotou conscientemente a linguagem internacional das
notas musicais, do Código Morse, dos sinais de tráfego, dos códigos de computação e
de tantos e tantos sistemas e códigos usados em âmbito mundial, não lhe será
impossível adotar a língua elaborada pelo gênio de Zamenhof como código de
comunicação falada e escrita, o que constituirá mais do que uma vitória do Esperanto,
umademonstraçãodeespíritoprático,debom-sensoe,sobretudo,dejustiça.
PASSINI, José. Utopia ou solução. In: _. Bilinguismo: utopia ou antibabel.
Campinas: Pontes, 1995. p. 151-154
www.intraespo.org/brasil
www.falesperanto.com.br
Organização Mundial para o
Desenvolvimento da Economia Esperantista
José Passini é natural de Nova Itapirema, interior de São Paulo. Doutor em
Linguística, Licenciatura em Letras, Mestrado em Língua Portuguesa, foi reitor da
Universidade Federal de Juiz de Fora.

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Utopia ou solucao

  • 1. 1. Uma vez reconhecida a necessidade de uma língua internacional, resta o problema da escolha daquela que deverá desempenhar esse papel. O uso de línguas naturais nessa função não tem conseguido preencher a lacuna deixada pelo abandono do uso do latim, que foi instrumento de comunicação diplomática, de divulgação científica e de discussão filosófica e política durante toda a Idade Média. É de se notar que o latim usado como interlíngua não era aquele falado quotidianamente pelo povo, o “sermo vulgaris”. Não era a língua que, sujeita à instabilidade do processo evolutivo natural, viriaasetransformaresediversificarnasváriaslínguasromânicas.Oidiomausadonas comunicações internacionais era o produto estável, altamente elaborado pelos gramáticoseestilistasdalatinidade. 2. O fato de não pertencer a povo algum dava ao latim a condição primeira para o desempenho do papel de interlíngua: a neutralidade política. As línguas naturais encontram sempre fortes restrições em seu uso como língua internacional, restrições que variam, segundo as áreas onde se pretenda usá-las. Não há uma única língua naturalquegarantaaoseuusuáriolivretrânsitoemtodoomundo,paranãodizernem mesmo em toda a Europa. Apesar disso, as nações econômica e politicamente poderosas concentram grandes esforços e despendem enormes recursos financeiros no sentido de difundirem e, até certo ponto, imporem seus idiomas para uso internacional, visto serem inegáveis os rendimentos em prestígio político e as vantagens econômicas que retornam como altos dividendos, em razão de investimentos bem aplicados. É muito fácil, para o falante nativo, parlamentar, influenciar, convencer, vender, e até mesmo dominar, quando o interlocutor fala uma línguaquenãosejaasuaprópria. 3. Assim, eleger, em âmbito mundial, uma língua natural para o desempenho da tarefa de interlíngua é conceder ao povo que a fala como nativo uma série de prerrogativas contra as quais se insurgiriam os demais povos, a arguírem o mesmo direito de não seremobrigadosàsdespesaseaosesforçosnecessáriosaoaprendizadodeumalíngua estrangeira. Utopia ou Solução? por José Passini
  • 2. 4. Aceitar oficialmente o idioma de outro povo como segunda língua é elevar o país de origem desse idioma à condição de metrópole intelectual. É submeter-se-lhe psicologicamente, aceitando a sua influência política e a sua cultura, no sentido mais abrangente do termo. Não se defende, ao pôr-se em relevo a gravidade desse problema, um nacionalismo absurdo, fechado às ideias renovadoras vindas do exterior. É de senso comum que nenhum país pode progredir de forma apreciável, se fechadoaoconfrontosalutarcomasideiasgeradasemoutrasculturas.Oquesebusca demonstrar é o perigo de uma descaracterização nacional como consequência da forte influência de uma determinada cultura, aceita, às vezes, inconscientemente, atravésdaadoçãodalínguadeoutropovocomosegundalíngua. 5. No caso de se adotar alguma língua neutra, as influências recebidas do exterior se originariam de fontes diversas, porque conduzidas através de uma língua igualmente acessível a todos os povos. A adoção de uma língua internacional neutra permitiria àqueles povos, cujas línguas não têm penetração internacional, a divulgação da sua posição política, do seu pensamento filosófico, dos seus progressos sociais e científicos, diretamente, ao resto do mundo, sem ter de se sujeitar ao processo seletivo da corrente de informação a que a tradução em uma língua natural conduziria. Ao traduzir-se uma obra para um idioma natural, raramente tem-se em vista a sua divulgação mundial. As traduções são quase sempre feitas em função dos interesses e do gosto do povo ou dos povos falantes nativos dessa língua, o que constitui um fator altamente seletivo e restritivo na divulgação de ideias em ambiente mundial, em desfavor dos usuários de línguas minoritárias. A tradução em uma língua neutra, ao contrário, destinar-se-ia indistintamente a todos os povos e facilitaria sobremaneira o acesso a uma literatura muito mais vasta aos povos em cujas línguas astraduçõesnãoseriamrentáveis. 6. Se, como foi demonstrado, as línguas naturais não se prestam à função de interlíngua, só resta a alternativa do uso de uma língua construída, neutra, indene de vinculação étnica, política, filosófica, cultural, enfim. Essa condição ideal, como se depreende, só poderá ser conseguida por um idioma não vinculado a povo algum, um idioma conscientemente elaborado para o papel de interlíngua mundial, a ser aprendidaportodosospovos,nacondiçãodesegundalíngua. 7. Para o desempenho desse papel, relevante sob todos os aspectos, propõe-se o Esperanto, porque dentre os idiomas criados para esse fim, que surgiram até agora, é aquele que se destaca pela facilidade de aprendizado, graças à simplicidade e regularidade que seu criador conseguiu imprimir-lhe. Entretanto, essa simplicidade não implica pobreza de recursos de expressão, visto ter-lhe sido possível acompanhar,
  • 3. desde a sua publicação, em 1887, o progresso sem precedentes que se constata em todos os setores da atividade humana, dando conta do discurso científico, filosófico, político e religioso de todos os tempos, como atesta a extensa bibliografia existente. Sua regularidade, que o livra daqueles caminhos sinuosos que dificultam o aprendizado de um novo idioma, principalmente na idade adulta, não o desfigura comoidiomahumano,nãootornaumcódigomatemático,frio,monótono,artificial.A esse respeito, consulte-se a vasta literatura, original e traduzida, em poesia e prosa, sobreosmaisvariadostemas. 8. A prova mais concludente a respeito da adequação do Esperanto ao papel a que se propõe é dada pela sua sobrevivência e pelo progresso que, embora lento, sem apoio direto de nenhum governo, é sempre crescente em todo o mundo. Dezenas de línguas surgiram antes dele; outras lhe foram contemporâneas no lançamento; várias outras, posteriores.Nãoobstante,nenhumaconseguiuameaçar-lheoprogresso. 9. Assim, ao Homem, que adotou conscientemente a linguagem internacional das notas musicais, do Código Morse, dos sinais de tráfego, dos códigos de computação e de tantos e tantos sistemas e códigos usados em âmbito mundial, não lhe será impossível adotar a língua elaborada pelo gênio de Zamenhof como código de comunicação falada e escrita, o que constituirá mais do que uma vitória do Esperanto, umademonstraçãodeespíritoprático,debom-sensoe,sobretudo,dejustiça. PASSINI, José. Utopia ou solução. In: _. Bilinguismo: utopia ou antibabel. Campinas: Pontes, 1995. p. 151-154 www.intraespo.org/brasil www.falesperanto.com.br Organização Mundial para o Desenvolvimento da Economia Esperantista José Passini é natural de Nova Itapirema, interior de São Paulo. Doutor em Linguística, Licenciatura em Letras, Mestrado em Língua Portuguesa, foi reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora.