Desmatamento Zero

QUAL O IMPACTO DO DESMATAMENTO ZERO NO BRASIL?
aspectos sociais, ambientais e econômicos

Aumento da produção e da safra pelas vias de
intensificação e expansão
1
2 Estudo isola o efeito do fim da via expansionista
(interrupção do aumento da área de pastagens)
Abordagem analítica reproduz este comportamento
com cenários para o fim do desmatamento e
consequente resultado socioeconômico
3
4 Representa uma análise conservadora do impacto
do desmatamento sobre a economia nacional
CONTEXTO E CONSIDERAÇÕES

Dados de entrada
• Área do imóvel
• Vegetação nativa da APP
• Outros usos do solo da APP
• Outros usos do solo for a da APP
• Bioma, fitofisionomia, categoria fundiária e
número de módulos fiscais no imóvel
MATERIAIS E MÉTODOS | 1. Código Florestal
Malha fundiária
Banco de dados dos imóveis rurais Modelagem do código florestal
Módulos fiscais
Uso do solo com
APP hídrica
Biomas
Fitofisionomias
• Aplicação das exigências de RL e APP
• Cálculo dos abatimentos dos artigos 13,15,
61A e 67
• Cálculo do déficit de APP do imóvel
• Cálculo da área de vegetação nativa
legalmente desprotegida

MATERIAIS E MÉTODOS | 2. Cálculo das taxas de desmatamento
Amazônia
Terras públicas e privadas
Cerrado
Terras públicas e privadas
Mata Atlântica
Terras privadas

MATERIAIS E MÉTODOS | 3. Aptidão Agrícola
Classificação da aptidão agrícola das terras para subsidiar a criação dos cenários
de desmatamento que considera as características dos solos, relevo e clima para a
geração de um índice sobre as limitações ou possibilidades de uso da terra de
acordo com as culturas anuais e varia de 0 (pior aptidão) a 1 (melhor aptidão). O
mapa foi utilizado para avaliar a aptidão dentro dos estoques de áreas onde é
possível desmatar legalmente em terras privadas. Considerou-se que as terras com
aptidão entre 0,8 e 1,0 possuem maior aptidão para a produção de culturas anuais, o
que poderia servir como um critério para a abertura de novas áreas de vegetação
nativa.

Linha de base (LBase)
O desmatamento em terras privadas é computado até 2030 seguindo
as tendências observadas, ocorrendo apenas sobre os estoques de
vegetação nativa desprotegida em relação às exigências do Código
Florestal. Em terras públicas, o desmatamento é calculado até 2030
seguindo as tendências observadas na série histórica.
MATERIAIS E MÉTODOS | 4. Cenários de Desmatamento
Cenário 1 (Dzabs) - Desmatamento zero absoluto
Paralização imediata das supressões vegetais em terras públicas e privadas em todo o Brasil.
Entre 2016 e 2030 todos os estados e biomas analisados apresentam taxas zero de
desmatamento observado.
Cenário 2 (DZ2)
Desmatamento público zero em 2030 e desmatamento privado sobre os estoques de elevada aptidão agrícola
A taxa de desmatamento em terras públicas (e também na Mata Atlântica) seguirá a tendência atual até 2020 e será normalizada para
alcançar zero em 2030, aplicando-se taxas constantes de decremento anual. O desmatamento em terras privadas seguirá a tendência
atual, mas ocorrerá apenas sobre os estoques de vegetação nativa desprotegida em áreas com maior aptidão agrícola.
Cenário 3 (DZ3) - Desmatamento público zero em 2030 e desmatamento privado
sobre os estoques independentemente da aptidão agrícola
A taxa de desmatamento em terras públicas (e também na Mata Atlântica) seguirá a tendência atual até 2020 e será
normalizada para alcançar zero em 2030, aplicando-se taxas constantes de decremento anual. O desmatamento em
terras privadas ocorrerá sobre os estoques de vegetação nativa desprotegida seguindo a tendência atual.

Área com déficit de APP e RL em relação à
área do município (em %)
RESULTADOS| Código Florestal
Estoques de vegetação nativa desprotegida
em hectares

Desmatamento anual,
em hectares por ano,
observado para os
municípios dos biomas
Mata Atlântica,
Amazônia (período
2011-2015) e Cerrado
(período 2013-2015).
RESULTADOS| Desmatamento

Fim dos estoques de vegetação nativa excedentes às exigências do Código Florestal - Amazônia
UF DZ3 DZ2
AC 2044 2019
AM 2082 2042
AP 2688 2089
MA 2022 2016
MT 2041 2028
PA 2037 2019
RO 2023 2018
RR 2250 2038
TO 2027 2016
CENÁRIO 3 (DZ3)
AC
2044
AM
2082
AP
2688
PA
2037
MT
2041
MA
2022
RO
2023
RR
2250
TO
2027
CENÁRIO 2 (DZ2)
AC
2019
AM
2042
AP
2089
PA
2019
MT
2028
MA
2016
RO
2018
RR
2038
TO
2016

Fim dos estoques de vegetação nativa excedentes às exigências do Código Florestal - Cerrado
CENÁRIO 3 (DZ3)
PR
2016
TO
2074
SP
2116
BA
2122
MA
2231
MT
2101
DF
2348
GO
2207
MG
2222
MS
2204
PI
2086
UF DZ3 DZ2
BA 2122 2043
DF 2348 2044
GO 2207 2050
MA 2231 2029
MG 2222 2038
MS 2204 2056
MT 2101 2025
PI 2086 2020
PR 2016 2016
SP 2116 2028
TO 2074 2020
CENÁRIO 3 (DZ3)
PR
2016
TO
2020
SP
2028
BA
2043
MA
2029
MT
2025
DF
2044
GO
2050
MG
2038
MS
2056
PI
2020

aspectos sociais, ambientais e econômicos
Aspectos sociais, ambientais e econômicos

É uma das áreas de fronteira na pesquisa
econômica aplicada.
AVALIAÇÃO ECONÔMICA DE POLÍTICAS AMBIENTAIS
Políticas ambientais: tendem a ter
impacto geral na economia.
Desta forma, sua análise requer um
instrumental que possa captar as inter-
relações complexas no sistema
econômico.
Desenvolvimento recentes na capacidade
computacional tem permitido a elaboração de grandes
modelos matemáticos da economia, que capturem
estas inter-relações.
Modelos de Equilíbrio Geral Computável

Analisar os potenciais efeitos econômicos de
cenários de redução do desmatamento no Brasil.
1
2 Diversos cenários de evolução do desmatamento,
fazendo uso de um modelo de equilíbrio geral
computável.
Cenários elaborados a partir das observações
georreferenciadas, mostradas anteriormente.
3
4 Em especial, pretende-se destacar resultados
regionais particulares para regiões e unidades
federativas brasileiras.
OBJETIVOS DO ESTUDO

Modelo dinâmico, inter-regional e bottom-up
Ano inicial de calibração: 2005
Simulações históricas de atualização da base de dados até 2015
110
Setores de
atividade 110
Produtos
10
Tipos de
famílias
classificadas
por faixa de
renda familiar
10
Tipos de
trabalho
classificados
por faixa de
salário
27
Regiões
ligadas entre si
por matrizes de
comércio
2
Setores de
margem
comércio e
transporte
O MODELO TERM-BR

Através destes mecanismos que regulam a dinâmica do sistema, é possível projetar
LINHA DE BASE
Uma linha de base
Trajetória inercial de crescimento, ou “business as usual”
1
2 Cenários de política
Cuja trajetória será comparada com a da linha de base.
Desvios
Efeitos da política em análise
3

Área de culturas
de acordo com a média observada
nos cinco anos do período 2005-2011
Silvicultura
de 0,49 Mha ao ano, até 2030
expansão total de 7,1 Mha na área de
florestas plantadas no período.
LINHA DE BASE – PROJEÇÃO
Crescimento populacional por estado (IBGE)
var. 20,1% população até 2030 (2016/2030)
PIB real do Brasil
2,5% ao ano
Desflorestamento, por bioma
13.7 milhões de hectares (Mha) até 2030
7,4 Mha na Amazônia
6,0 Mha no Cerrado
0,3 Mha na Mata Atlântica
Incremento anual de 2.5 Mha
culturas ao ano
Expansão total de 37.5 Mha
na área de culturas no
período 2016-2030.

O MODELO TERM-BR
Tem como característica particular um
módulo de uso da terra.
Matriz de transição: mostra, por
exemplo, quantos hectares do bioma
Cerrado no estado do Mato Grosso,
que era vegetação natural em 1994,
foi transformada em Cultura em
2002, ou permaneceu como
vegetação natural.
Faz uso do conceito de Matriz de Transição,
que permite contabilização das transições
entre diversos usos do solo, garantindo a
consistência entre as transições.
Informação utilizada para criar a matriz do modelo.

Cenário 2 (DZ2)
Desmatamento público zero em 2030 e
desmatamento privado prosseguindo
sobre os estoques de elevada aptidão
agrícola.
Cenário 3 (DZ3)
Desmatamento público zero em 2030 e
desmatamento privado prosseguindo
sobre os estoques existentes,
independentemente da aptidão agrícola.
CENÁRIOS ANALISADOS
Cenário 1 (DZabs)
Desmatamento zero absoluto.
A restauração vegetal é sempre feita sobre área de pastagens.

CENÁRIOS REGIÕES DZabs DZ2 DZ3
1 Rondônia 0.97 0.48 0.16
2 Acre 0.41 0.25 0.05
3 Amazonas 0.76 0.14 0.09
4 Roraima 0.20 0.03 0.02
5 Pará 3.15 1.90 0.31
6 Amapá 0.02 0.01 0.00
7 Matopiba 4.40 2.01 0.18
8 Pernambuco/Alagoas 0.00 0.00 0.00
9 Restante Nordeste 0.00 0.00 -0.01
10 Minas Gerais 0.56 0.09 0.05
11 São Paulo 0.00 -0.01 -0.02
12 Restante Sudeste 0.00 0.00 0.00
13 Sul 0.00 -0.02 -0.02
14 Mato Grosso do Sul 0.21 0.02 0.01
15 Mato Grosso 2.64 0.68 0.13
16 Goiás e DF 0.38 0.04 0.01
TOTAL 13.72 5.60 0.95
Variação no desflorestamento em
relação à linha de base, por região.
Milhões de hectares, acumulados
em 2030.

CENÁRIOS
Linha de base e trajetórias de política: desmatamento

RESULTADOS
Variáveis macroeconômicas:
variação percentual acumulada em
2030
DZabs DZ2 DZ3
Consumo real das famílias -0.58 -0.21 -0.03
Investimento real -3.32 -1.35 -0.22
Consumo real do governo -0.58 -0.20 -0.03
Índice de volume exportações 1.94 0.76 0.13
Índice de volume importações -0.85 -0.36 -0.06
PIB real -0.62 -0.22 -0.03
Salário real -1.23 -0.48 -0.08

CENÁRIO
Variações PIB regionais: %
acumulado em 2030
PIB real DZabs DZ2 DZ3
1 Rondônia -3.07 -1.53 -0.59
2 Acre -4.53 -2.88 -0.54
3 Amazonas -0.55 -0.12 -0.06
4 Roraima -1.47 -0.32 -0.14
5 Pará -2.05 -1.35 -0.23
6 Amapá -0.64 -0.19 -0.05
7 Matopiba -1.04 -0.45 -0.04
8 Pernambuco/Alagoas -0.40 -0.15 -0.02
9 Restante Nordeste -0.44 -0.15 -0.02
10 Minas Gerais -0.48 -0.13 -0.03
11 São Paulo -0.38 -0.13 -0.01
12 Restante Sudeste -0.17 -0.06 0.00
13 Sul -0.65 -0.21 -0.02
14 Mato Grosso do Sul -1.11 -0.30 -0.04
15 Mato Grosso -3.17 -0.91 -0.14
16 Goiás e DF -0.99 -0.29 -0.04

CENÁRIO
Variações percentuais no salário
real, por tipo de ocupação do
trabalho, acumuladas em 2030
Tipo de
ocupação
Dzabs DZ2 DZ3
1 OCC1 -2.61 -1.08 -0.15
2 OCC2 -2.60 -1.12 -0.16
3 OCC3 -1.70 -0.67 -0.11
4 OCC4 -1.63 -0.64 -0.09
5 OCC5 -1.73 -0.70 -0.11
6 OCC6 -1.59 -0.62 -0.10
7 OCC7 -1.48 -0.58 -0.09
8 OCC8 -1.36 -0.53 -0.09
9 OCC9 -1.09 -0.41 -0.07
10 OCC10 -1.06 -0.40 -0.06
A agropecuária é relativamente mais
intensiva em trabalho pouco qualificado
(OCC1) do que a média da economia.
Como o choque de política (redução do
desmatamento) afeta primariamente a
agropecuária, os trabalhadores menos
qualificados tendem a apresentar uma
maior queda no salário real do que os
mais qualificados (OCC10)

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