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Apresentação de
Português
Poema Escola de Nuno Júdice
Trabalho feito por Inês
Castanheira nº1661 do 9ºD
Nuno Júdice
• Data de Nascimento: 29 de Abril de 1949
• Local de Nascimento: Mexilhoeira Grande,
Algarve
• É um poeta, ficcionista e professor
universitário português
• Licenciou-se em Filologia Românica
pela Faculdade de Letras da Universidade
de Lisboa e obteve o grau
de Doutor pela Faculdade de Ciências
Sociais e Humanas da Universidade Nova
de Lisboa
Escola O que significa o rio,
a pedra, os lábios da terra
que murmuram, de manhã,
o acordar da respiração?
O que significa a medida
das margens, a cor que
desaparece das folhas no
lodo de um charco?
O dourado dos ramos na
estação seca, as gotas
de água na ponta dos
cabelos, os muros de hera?
A linha envolve os objetos
com a nitidez abstrata
dos dedos; traça o sentido
que a memória não guardou;
e um fio de versos e verbos
canta, no fundo do pátio,
no coro de arbustos que
o vento confunde com crianças.
A chave das coisas está
no equívoco da idade, na
sombria abóbada dos meses,
no rosto cego das nuvens.
Análise formal
• Versos: 24
• Estrofes: 6 quadras
• Rima: versos brancos ou soltos
• Sílabas métricas: “O que significa o rio”- o/que/si/gni/fi/ca o/ri/o : heptassílabo ;
“a pedra, os lábios da terra”- a/pe/dra, os/lá/bi/os/da/te/rra : octossílabo ;
“que murmuram, de manhã,”- que/mur/mu/ram,/de/ma/nhã : heptassílabo ;
“o acordar da respiração?”- o a/cor/dar/da/res/pi/ra/ção?” : octossílabo.
• Recursos expressivos predominantes: adjetivação, antítese, personificação e a metáfora.
Análise Temática
• O tema e assunto do poema: a nostalgia da infância e recorda-a como uma passagem positiva
na sua vida.
• 1ª estrofe: o sujeito poético reflete acerca do significado/simbolismo dos vários elementos da
natureza pelos quais passava de manhã a caminho da escola.
• 2ª estrofe: o sujeito poético reflete sobre pormenores/características dos elementos da natureza
e acerca da passagem do tempo (“a cor que desaparece das folhas”).
• 3ª estrofe: Reflete novamente sobre momentos/vivência da sua infância (“as gotas de água na
ponta dos cabelos”).
Análise Temática
• 4ª estrofe: O “eu” poético, ao encontrar-se com os elementos presentes na sua infância, apercebe-
se agora do seu significado e importância destes para ele, que “a memória não guardou”, ou seja, de
que não se apercebeu quando era criança.
• 5ª estrofe: Através do contacto com os elementos da natureza que encontra, o sujeito poético
recorda-se de momentos da sua infância passados na escola (compara o vento nos arbustos com os
“versos e verbos” ditos pelas crianças).
• 6ª estrofe: O sujeito poético conclui que o significado/simbolismo das coisas e a importância destas
para ele vai mudando ao longo do tempo, ou seja, consoante a sua idade.
Análise
intertextual
• Quadro “By the pond” de
Theodore Wendel
• A pintura retrata a
natureza vivenciada pelo
sujeito poético na sua
infância e que recorda no
momento presente (rio,
pedra, terra, charco,
folhas, ramos, arbustos);
• O edifício amarelo
presente na pintura
remete ao título do
poema (“Escola”), estando
imerso no ambiente
natural que descreve.
Conclusão
• O sujeito poético revela-se melancólico, nostálgico, triste e saudoso ao longo do poema,
refletindo acerca do significado/importância de momentos da sua infância e tempos
escolares que já passaram e não voltam.
• O poema relembra-nos que devemos valorizar e aproveitar todos os momentos enquanto
jovens pois, à medida que o tempo passa, vem o peso da reflexão e da consciência que a
idade nos traz.

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Poema Escola de Nuno Júdice

  • 1. Apresentação de Português Poema Escola de Nuno Júdice Trabalho feito por Inês Castanheira nº1661 do 9ºD
  • 2. Nuno Júdice • Data de Nascimento: 29 de Abril de 1949 • Local de Nascimento: Mexilhoeira Grande, Algarve • É um poeta, ficcionista e professor universitário português • Licenciou-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e obteve o grau de Doutor pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
  • 3. Escola O que significa o rio, a pedra, os lábios da terra que murmuram, de manhã, o acordar da respiração? O que significa a medida das margens, a cor que desaparece das folhas no lodo de um charco? O dourado dos ramos na estação seca, as gotas de água na ponta dos cabelos, os muros de hera? A linha envolve os objetos com a nitidez abstrata dos dedos; traça o sentido que a memória não guardou; e um fio de versos e verbos canta, no fundo do pátio, no coro de arbustos que o vento confunde com crianças. A chave das coisas está no equívoco da idade, na sombria abóbada dos meses, no rosto cego das nuvens.
  • 4. Análise formal • Versos: 24 • Estrofes: 6 quadras • Rima: versos brancos ou soltos • Sílabas métricas: “O que significa o rio”- o/que/si/gni/fi/ca o/ri/o : heptassílabo ; “a pedra, os lábios da terra”- a/pe/dra, os/lá/bi/os/da/te/rra : octossílabo ; “que murmuram, de manhã,”- que/mur/mu/ram,/de/ma/nhã : heptassílabo ; “o acordar da respiração?”- o a/cor/dar/da/res/pi/ra/ção?” : octossílabo. • Recursos expressivos predominantes: adjetivação, antítese, personificação e a metáfora.
  • 5. Análise Temática • O tema e assunto do poema: a nostalgia da infância e recorda-a como uma passagem positiva na sua vida. • 1ª estrofe: o sujeito poético reflete acerca do significado/simbolismo dos vários elementos da natureza pelos quais passava de manhã a caminho da escola. • 2ª estrofe: o sujeito poético reflete sobre pormenores/características dos elementos da natureza e acerca da passagem do tempo (“a cor que desaparece das folhas”). • 3ª estrofe: Reflete novamente sobre momentos/vivência da sua infância (“as gotas de água na ponta dos cabelos”).
  • 6. Análise Temática • 4ª estrofe: O “eu” poético, ao encontrar-se com os elementos presentes na sua infância, apercebe- se agora do seu significado e importância destes para ele, que “a memória não guardou”, ou seja, de que não se apercebeu quando era criança. • 5ª estrofe: Através do contacto com os elementos da natureza que encontra, o sujeito poético recorda-se de momentos da sua infância passados na escola (compara o vento nos arbustos com os “versos e verbos” ditos pelas crianças). • 6ª estrofe: O sujeito poético conclui que o significado/simbolismo das coisas e a importância destas para ele vai mudando ao longo do tempo, ou seja, consoante a sua idade.
  • 7. Análise intertextual • Quadro “By the pond” de Theodore Wendel • A pintura retrata a natureza vivenciada pelo sujeito poético na sua infância e que recorda no momento presente (rio, pedra, terra, charco, folhas, ramos, arbustos); • O edifício amarelo presente na pintura remete ao título do poema (“Escola”), estando imerso no ambiente natural que descreve.
  • 8. Conclusão • O sujeito poético revela-se melancólico, nostálgico, triste e saudoso ao longo do poema, refletindo acerca do significado/importância de momentos da sua infância e tempos escolares que já passaram e não voltam. • O poema relembra-nos que devemos valorizar e aproveitar todos os momentos enquanto jovens pois, à medida que o tempo passa, vem o peso da reflexão e da consciência que a idade nos traz.