Filosofia 10º Ano
Rede Concetual da Ação
(ação, acontecimento, agente, ato voluntário vs. ato involuntário, motivo vs. intenção, deliberação, decisão, execução)
3. Rede Concetual da Ação
É a representação do conjunto de todos os elementos necessários para
que ocorra uma ação.
A rede concetual da ação pode ser traduzida pelo seguinte esquema:
Motivos Deliberação Decisão Execução
involuntários Motivos são racionalizados , tornam-se
voluntários
Intenção (finalidade)
Estão então representados todos os elementos necessários para que haja uma ação.
Mas o que é uma ação?
E o que são os motivos? E a intenção? E a deliberação, decisão e execução?
E a diferença entre algo involuntário e voluntário?
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4. Ação
É uma interferência (intervenção) consciente e
voluntária do sujeito no decurso normal das coisas.
Rapariga a cantar. Está consciente de que está
a cantar e quer cantar, voluntariamente. As
pessoas que passam por ela reparam – está a
alterar o decurso normal das coisas.
A mulher está acordada e irritada com o senhor. Tem noção que
lhe está a bater e decidiu fazê-lo. Pensou antes, não foi uma
decisão momentânea. Está a realizar uma ação.
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5. Acontecimento
É uma ocorrência cujo sujeito é passivo, não interferiu,
podendo sofrer as consequências.
A senhora, que passava na rua, ouviu a rapariga a
cantar terrivelmente mal. A senhora não é o agente,
não foi quem realizou a ação, mas teve que sofrer as
consequências – ouvir a menina cantar.
O senhor, embora tivesse sido mal-educado, não esperava que ela
lhe batesse. Embora tenha sido responsável pela zanga, não foi
responsável pela ação da senhora – não foi ele que decidiu se ela ia
ou não bater-lhe.
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6. Agente
É quem, com vontade e liberdade, pratica a ação,
sendo o único que pode explicar os motivos
(responder à pergunta “porquê?”).
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7. Ato voluntário vs. Ato involuntário
O mesmo ato pode representar uma ação ou não.
Foquemo-nos no exemplo da mulher a dar uma estalada ao homem.
No caso da direita, a senhora estava consciente e queria mesmo bater no senhor! Então realizou uma ação,
pois o seu ato foi voluntário.
Pelo contrário, no caso da esquerda, embora a senhora tivesse consciente, não era sua intenção bater.
Foi no calor da discussão, ela descontrolou-se. O seu ato foi involuntário, não tendo, por isso, cometido
uma ação.
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8. Ato voluntário vs. Ato involuntário
Ato voluntário:
ato consciente, com uma intenção, e provem da vontade do agente
Ato involuntário:
ato consciente ou inconsciente mas que não é intencional, ou seja, não provém da vontade do
agente
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9. Intenção vs. Motivo
Intenção:
traduz aquilo que o agente quer fazer, atingir ou obter. A intenção é, de certo modo, uma
antecipação da ação
Motivo:
é o que leva o agente a agir – responde ao porquê da ação (todo o agir humano é guiado por
motivos que desencadeiam a ação)
Intenção:
Cantar muito alto
Motivo:
Ficar a saber qual a nota mais alta que consegue
atingir
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10. Deliberação
É o momento de hesitação, durante o qual o espírito
examina o problema a resolver, pondera, pesa os
prós e os contras, as vantagens e os inconvenientes
de uma ação ou de outra.
Será que devo fazer
isto? Se calhar
não...
O que acontece se
fizer? E se não fizer
nada, quais as
consequências?
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11. Decisão
Consiste na escolha que um indivíduo faz de uma
determinada resposta, entre outras possíveis. A
decisão conduz à realização do ato ou à abstenção.
Está decidido!
Já sei o que vou
fazer...
Comer os donuts
todos!!!
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12. Execução
É a prática ou abstenção do ato, sendo o
prolongamento da decisão
Que bom...
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13. Síntese
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Motivos
“Quero ficar sem fome”
(involuntário, mesmo que
não queira, o Homer tem
fome)
Deliberação
“Será que devo? A Marge não
vai ficar zangada por eu
comer os donuts todos?”
Decisão
“Eu vou comer os donuts!”
(podia ter decidido comer
ou não comer os donuts -
decidiu voluntariamente)
Execução
(Ação)
Intenção
Comer os donuts