1. Práticas inovadoras
de leituras do texto
literário no ensino
básico
Profa. Dra. Ivanda Maria Martins Silva
UFRPE/ PROGEL- PPGTEG- UAEADTec
martins.ivanda@gmail.com
ivanda.martins@ufrpe.br
2. • O que é ler um texto literário?
• Como as práticas de leituras
literárias estão sendo construídas
dentro e fora da escola?
• Em busca de práticas inovadoras
para leituras do texto literário:
trilhas dialógicas para leituras
literárias
4. O que penso
sobre a
literatura??
O que penso
sobre o ato de
ler? O que penso
sobre a leitura
literária?
Se pretendo formar
leitores/as na Educação
Básica, será que sou um/a
leitor/a de literatura?
5. Concepção de literatura :
mudanças de paradigmas
• De uma concepção da literatura como
corpus para literatura como prática.
Desloca-se o interesse para o campo
literário, para processos de produção e
recepção de obras e para os diversos
agentes desse campo (escritor, edição,
crítica, leitores, escola).
• Ler textos literários é uma prática
social/cultural/histórica
• Ler literatura é um direito humano
inalienável (CANDIDO, 1995).
• Conjunto de
obras/textos
literários
• Cânone literário
• Literatura
legitimada
Literatura
como
corpus
• Campo literário
• Processos de
produção/
recepção
• Agentes do
campo
(escritor, edição,
crítica, leitores,
escola)
Literatura
como
prática
6. Literatura como prática
sociocultural:
potencialidades do campo
literário
• Para Bourdieu, a gênese do
campo literário toma como base
para explicitar a ideia de que o
entendimento da criação
artística só é possível através do
mapeamento das mediações
interpostas entre obra e público
O conceito de campo literário
é uma possibilidade mais
versátil de entendimento da
engrenagem que envolve:
1. a produção
2. a circulação e
3. o consumo do material
artístico-literário.
Campo literário
na cultura digital
Literatura na
BNCC
campo artístico-
literário
7. Revolução digital: mudanças no campo
literário, nas relações com o livro, a leitura e
a escrita
Conforme Chartier, são
observadas três revoluções
quanto à revolução maior do
texto digital:
1) da modalidade técnica da
produção do escrito;
2) da percepção das
entidades textuais; e
3) das estruturas e das formas
mais fundamentais dos
suportes da cultura escrita.
(CHARTIER, 2002, p. 24)
Outros modos de ler
Outras relações dos leitores
com os textos
Diferentes suportes para as
práticas de leituras.
(CHARTIER, 2002).
8. O texto eletrônico e o leitor
“O texto eletrônico, tal qual o conhecemos, é um
texto móvel, maleável, aberto.
O leitor pode intervir em seus próprio conteúdo e
não somente nos espaços deixados em branco
pela composição tipográfica.
Pode deslocar, recortar, estender, recompor as
unidades textuais das quais se apodera.”
(CHARTIER, 2002, p. 25).
Leitor navegador - Hiperleitor
Leitor movente
Leitor imersivo
Leitor ubíquo
9. Faces da leitura na atualidade:
o enfoque de Ribeiro (2021)
• “A leitura é semovente, isto é, ela se
compõe de um leque amplo
habilidades cognitivas de quem lê
até suas escolhas de “consumo”.
(RIBEIRO, 2021, p. 20).
• A leitura se movimenta também
conforme os ventos da tecnologia.
• Materialidades, inscrições, formatos,
modos de organização social e
escolar da oferta de textos e meios
de difundi-los. (RIBEIRO, 2021, p. 22).
As práticas sociais da leitura
estão sempre em
movimento.
(RIBEIRO, 2021)
10. Níveis de leitura (Ezequiel Silva)
Constatação •Ler as linhas
Cotejo
•Ler as entrelinhas
Transformação
•Ler para além das
linhas – leitura
literária como
grande potencial
11. Ler é sempre um ato de poder
• Ler é sempre um ato de poder.
• O leitor é temido em quase todas as sociedades.
• O cidadão questiona as exclusões, as barreiras
impostas pela sociedade.
• Numa sociedade de cultura escrita, o cidadão
que questiona é o LEITOR.
• A literatura dá ao LEITOR a possibilidade de
questionar a realidade e produzir outros “mundos
possíveis” no universo ficcional.
• A sociedade teme o poder do leitor.
• O poder do leitor inclui o poder de todos os
leitores que o precederam.
12. A visão de Manguel: como a literatura nos
transforma?
• A leitura literária que o leitor cria lendo
é produto da interação entre a obra e
a experiência íntima do leitor.
• O leitor responde à leitura literária
como possibilidade de transformação.
• O verbo ler é um verbo ATIVO.
• O sujeito leitor busca transformar-se no
ato ATIVO da leitura.
Literatura: criação de
(multi)universos
O universo literário é sempre
(multi)universo.
As versões dos
(multi)universos literários são
infinitas.
https://www.youtube.com/watch?v=nRcjF4S7Gqs
13. Como a minha
concepção de literatura
orienta as minhas
práticas de leituras
literárias e as minhas
práticas pedagógicas
em sala de aula?
LITERATURA
Fenômeno de linguagem
Fenômeno:
Artístico
Inter/transdisciplinar
Transversal
Polissêmico
Estético-artístico
(Inter/Multi)Cultural
Transtextual/Intertextual
Discursivo, dialógico,
plurilíngue, cronotópico,
polifônico
Social- Político- Histórico
Educativo
14. Palimpsesto
• Ler literatura é descortinar os palimpsestos e as
relações dialógicas/intertextuais/transtextuais
• Literatura de segunda mão – Gérard Genette
• “...entenderemos por palimpsestos todas as obras
derivadas de uma outra obra anterior, por
transformação ou por imitação. (GENETTE, 2010,
• Um texto pode sempre ler um outro, e assim por
diante, até o fim dos textos.
• Quem ler por último lerá melhor (GENETTE, 2010).
• O objeto (da poética) é a transtextualidade, ou
transcendência textual do texto, ou seja, “tudo que o
coloca em relação, manifesta ou secreta, com outros
textos”. (GENETTE, 2010, p. 13).
GENETTE, Gérard. Palimpsestos. A literatura de
segunda mão. Belo Horizonte: Edições Viva Voz, 2010
15. Literatura é linguagem...
• "Literatura é linguagem
carregada de
significado.
• Linguagem carregada
de significado até o
máximo grau possível."
(POUND,2006).
Fanopeia
Projeta a imaginação
visual do leitor.
Melopeia
Produz correlações
emocionais por meio
do som, do ritmo.
Logopeia
Efeitos a partir de
associações
emocionais.
16. Literatura: abordagem interdisciplinar
Na visão de Barthes, a
literatura precisa ser
compreendida em sua
natureza interdisciplinar.
“Se, por não sei que excesso de
socialismo ou barbárie, todas as
nossas disciplinas devessem ser
expulsas do ensino, exceto uma, é a
disciplina literária que deveria ser
salva, pois todas as ciências estão
presentes no monumento literário”.
(BARTHES, 1980, p. 16)
BARTHES, R. Aula. São Paulo: Cultrix, 1980.
Creio que ler um texto literário é um ato
interdisciplinar e (in)disciplinar, é um ato
de PODER, é um ato de emancipação
do/a leitor/a!
Ivanda Martins Silva
17. O texto literário... intertextualidades
• O texto literário atualmente atravessa a
face da ciência, da ideologia e da
política como discurso e se oferece
para confrontá-los, desdobrá-los,
refundi-los.
• Texto literário: plural, plurilinguístico,
polifônico
• Polivalência semântica
(KRISTEVA, 2012, p. 10).
• “[...] todo texto se constrói
como mosaico de citações,
todo texto é absorção e
transformação de um outro
texto.
• Em lugar da noção de
intersubjetividade, instala-se
a de intertextualidade e a
linguagem poética lê-se
pelo menos como dupla”.
Kristeva (1974, p. 64):
18. A obra literária e os leitores
A literatura é um sistema vivo de obras,
agindo umas sobre as outras e sobre os
leitores; e só vive na medida em que estes a
vivem, decifrando-a, aceitando-a,
deformando-a.
(CANDIDO, 2006, p. 84).
A arte é um sistema
simbólico de
comunicação inter-
humana
Candido(2006)
Literatura:
sistema
orgânico
autor-obra-
leitores
19. Ler literatura é um direito humano
Uma sociedade justa pressupõe
o respeito aos direitos humanos.
A fruição da arte e da literatura
em todas as modalidades e em
todos os níveis é um direito
inalienável. (CANDIDO, 1995).
Literatura como um
bem cultural
A literatura como um
direito humano
inalienável
Antonio Candido
20. O ato de interpretação : a abordagem de Eco
(1999)
Conforme Eco (1999), o ato de
interpretação pode ser considerado
como a tentativa de analisar três
tipos de intenções.
Intenção do
autor
Intenção da
obra
Intenção do
leitor
O texto postula
a cooperação
do leitor como
condição
própria da sua
atualização.
21. Como as práticas de leituras
literárias estão sendo construídas
dentro e fora da escola?
22. Reflexões iniciais....
• Que práticas de leituras literárias
circulam na escola?
• Os/as educandos/as estão lendo
literatura na escola?
• Quais são as práticas de leituras fora
da escola? Os/as discentes estão
lendo fora da escola?
• Os/As professores/as estão lendo
para os/as estudantes em sala de
aula?
• O que se ensina/o que se aprende
com a leitura literária na escola?
Leituras dos/as
educadores/as
Leituras dos/as
educandos/as
Leituras
escolarizadas
instituídas
pelos LD
Seleção de
textos literários
Cânone
23. Escola e cultura digital: (des)encontros
• Cultura digital, inteligência
coletiva (Lévy, 1999)
• Cultura do remix (Lessig,
2004)
• Alunos conectados
• Residentes/nativos digitais
(Prensky, 2001)
• Open IA – deep learning
• ChatGPT
• Escola desconectada
• Escola “analógica”
• Discentes desmotivados/as
• Sem acesso à internet –
exclusão digital
• Metodologias anacrônicas
23
24. Literatura na escola
• Leitura do texto literário: ênfase nos LDP (fragmentação do texto
literário; ausência de contextualização)
• Apagamento da literatura no currículo
• Texto literário: pretexto
• Docentes/discentes:“ledores” de literatura
• Ler literatura para fazer uma avaliação
• Instrumentos tradicionais de avaliação
• Quantitativo exagerado de paradidáticos/leituras direcionadas aos/às
discentes
• Ausência de propostas metodológicas inovadoras
• Desmotivação dos/as discentes diante da leitura literária
• Práticas de leituras anacrônicas/analógicas em um mundo digital
24
SILVA, Ivanda M. M. Interação texto-leitor na escola: dialogando com os contos de Gilvan
Lemos. PG Letras – UFPE, Tese de Doutorado, 20023.
25. A literatura escolarizada
• “O ponto fundamental a ser discutido sobre a
presença da literatura na escola é a
discrepância entre o que se entende por
literatura.” (COSSON, 2020, p. 21).
No ensino médio, o ensino de literatura
limita-se à literatura brasileira, ou
melhor, à história da literatura
brasileira; uma cronologia literária em
uma sucessão dicotômica entre estilos
de época, cânone e dados
biográficos. (COSSON, 2020, p. 20).
No ensino fundamental,
a literatura tem um
sentido tão extenso que
engloba qualquer texto
escrito que apresente
parentesco com ficção
ou poesia.
(COSSON, 2020, p. 20).
26. Por que a escola não pode aprender com a
literatura?
“A leitura implica aprendizagem
quando a subjetividade do leitor é
acatada e quando o leitor, ele mesmo,
aceita-se como o eu que perde e
ganha sua identidade no confronto
com o texto”.
(ZILBERMAN, 2012, p. 45).
Por que a escola
não pode aprender
com a literatura, em
vez de ensiná-la?
(ZILBERMAN, 2012, p. 45).
27. Leitura literária: a seleção dos textos
• Fatores que influenciam a seleção
dos textos literários na escola
1. Programas curriculares que
determinam a seleção dos textos.
2. Legibilidade dos textos: separação
de textos em função da faixa etária
dos leitores.
3. Condições para a leitura
literária na escola
(biblioteca = depósito de
livros; sem funcionários
preparados para incentivar
a leitura; acervo reduzido).
4. Cabedal de leituras do
professor
O professor é o
intermediário entre o livro e
o aluno.
28. Trilhas para instituir o aluno sujeito
leitor
Rouxel (2013, p. 20)
Convidar o aluno para a
aventura interpretativa,
reforçando suas
competências leitoras.
Partir da
recepção do
aluno.
Renunciar a
imposição de um
sentido
convencionado,
imutável a ser
transmitido.
29. A finalidade da educação literária
O que a escola deve
ensinar, mais do que
“literatura”, é “ler
literatura”.
(COLOMER, 2007, p. 30).
• Trata-se de um deslocamento
considerável: ir do ensino de
literatura para a leitura literária.
• O ensino de literatura se
concentra no polo do professor
• A leitura literária se concentra no
polo do aluno.
(REZENDE, 2013, p. 106).
30. Aula de literatura: espaço de diálogo
“No nosso contexto educativo
ensina-se a dar respostas
objetivas e a ocultar a
subjetividade, passando à
margem do enlace do texto
com o mundo do leitor”.
(COLOMER, 2007, p. 64).
“A escola dedica
grandes esforços para
falar de livros e autores
que, simplesmente, não
fazem parte do mundo
dos alunos.”
(COLOMER, 2007, p. 64).
31. • Quando você lê obras literárias,
elas são geralmente?
• 67,5 % Aquelas que os
professores recomendam.
• 19,2% Aquelas que você
compra ou empresta de alguém
por iniciativa própria.
Abordagem de Cereja (2005):
vozes dos/as discentes
31
32. Para você, o que é
literatura?
• 52% disciplina escolar
• 13% arte da palavra
• 12,7% expressão dos
sentimentos e pensamentos.
Abordagem de W. Cereja (2005): vozes
dos alunos
32
• Na sua opinião, o que deve ser
mais valorizado nas aulas de
literatura?
• 50 % Compreender o sentido dos
textos, tanto na situação em
que foram escritos quanto nos
dias de hoje.
• 1,7% Saber de cor o nome de
autores, obras e datas.
33. Proposta de Silva (2022)
• Silva (2022) propõe as seguintes orientações metodológicas
para o trabalho com a literatura na escola.
a) Histórias/experiências de
leituras dos/as
professores/as
b) Histórias/experiências
de leituras dos/as
discentes/as
c) Compartilhamentos de
histórias/experiências de
leituras literárias
d) Ação docente nas
mediações de experiências
literárias.
Formação de
comunidades
interpretativas
(Reader Response
Criticism - Fish)
34. Comunidade interpretativa
• Não há texto ou leitor
isolados (FISH, 1995).
• Para Fish, não há nem leitor
nem texto fora das
convenções de uma
comunidade
• Só podemos pensar sobre
nós mesmos e os textos a
partir e dentro de uma
comunidade interpretativa.
Nossas leituras são construídas
dentro do jogo de forças de
uma comunidade.
É por meio da participação
nessa comunidade que nos
constituímos como leitores.
35. Círculos de literatura – Harvey Daniels (2002)
Características dos círculos de literatura
• a) A escolha da obra objeto da leitura é feita pelos
alunos
• b)Os grupos são temporários e pequenos
• c)Os grupos leem diferentes obras ao mesmo tempo
• d)As atividades dos grupos obedecem a um
cronograma de encontros
• e)Registros feitos durante a leitura são fundamentais
para desenvolver a discussão sobre o livro (diários de
leituras, ...)
• f) Os tópicos a serem discutidos são definidos pelos/as
alunos/as
• g)As discussões em grupo devem ser livres.
Trata-se de uma
atividade de leitura
independente em
que os grupos de
alunos se reúnem
para discutir a
leitura de uma
obra.
DANIELS, Harvey. Literature circles. Voice and choice in books clubs and
reading groups. 2 ed. Portland, Maine: Stenhouse Publishers,2002.
36. Leituras literárias,
leitor/a e inovação
• Leituras literárias ativas/dinâmicas
• Experiências literárias com base na
fruição estética
• Interação entre leitores/textos/autores
• Valorização dos horizontes de
expectativas dos leitores (Jauss)
• Leitura literária como jogo (Wolfgang
Iser)
• Protagonismo do/a leitor/a na interação
com a obra literária.
Inovação
Leituras de mundo (Paulo
Freire)
Práticas pedagógicas
abertas, dialógicas e
inovadoras
Metodologias (inov)ativas
(Filatro, 2019, Moran, 2015)
Educação literária multimodal
Educação literária aberta e
dialógica
REA- Recursos Educacionais
Abertos
37. Dialogismo e Literatura
Interação
entre autores
e leitores
Cronotopos
dos autores e
dos leitores
Dialogicidade
interna na
organização
da obra
literária
Intertextualidade
Interdiscursividade
Transtextualidade
literária
Relações dialógicas
entre textos-vozes-
discursos
Polifonia
Interação
dialógica entre
enunciado e
enunciação
literária
Literatura e
cultura
Literatura e
História
SILVA, I. O cronotopo na obra Espaço Terrestre, de Gilvan Lemos: o
diálogo tempo-espaço como princípio organizador da narrativa.
PGLetras, UFPE, 1997.
38. Cronotopo do autor
Cronotopo representado
na obra (universo ficcional)
Cronotopo dos leitores
(recepção literária, leituras,
horizontes de expectativas)
Por uma educação
literária aberta e
dialógica
Dialogismo
Cronotopia
Polifonia
Toda imagem de arte literária é
cronotópica.
A linguagem literária é essencialmente
cronotópica
Mikail Bakhtin
39. Em busca de práticas
inovadoras para leituras do
texto literário:
trilhas dialógicas para leituras
literárias
Por uma educação literária
aberta - ELA
40. Literatura na cultura digital
cultura do remix
• Na cultura digital, as interações dos
leitores com a literatura são
transformadas diante das novas
possibilidades que o ciberespaço
inaugura, tais como: fanfics, blogs, e-
books, videopoemas, e tantas outras.
• O próprio conceito de literatura vem
sendo estudado continuamente, em
função da profusão de formatos,
protótipos e estilos no ciberespaço.
(SANTAELLA, 2012, p. 230).
Na concepção de Lessig (2004), vivemos a
cultura do remix, em que notamos uma
sociedade que busca amplamente
compartilhar, transformar e editar
materiais/obras/recursos no processo de
democratização do conhecimento.
O conhecimento deve ser livre, a fim de
propiciar compartilhamento, distribuição,
usos e reusos.
41. Possíveis caminhos para práticas
inovadoras de leituras literárias....(??)
• Integrar a leitura literária e as práticas de
letramentos literários aos gêneros digitais na cultura
do remix.
• Articular propostas com metodologias ativas
• Letramentos literários digitais
• Letramentos digitais remix
• Desenvolver projetos de leituras literárias e
letramentos literários por meio de trilhas
temáticas/trilhas de aprendizagem
• Cada trilha pode envolver gêneros literários em
articulação com outras linguagens, além de
conexões com metodologias (inov)ativas.
42. Ateliê de literatura, linguagens e
metodologias (inov)ativas
• Espaço de compartilhamentos de leituras
literárias, experiências e vivências literárias
• Reflexões sobre concepções e práticas de
leituras literárias
• Discussões sobre metodologias (inov)ativas
(Filatro, 2019) para práticas de leituras literárias
• Formação docente para Ateliê de Literatura
• Experiências na formação inicial docente –
graduação em Letras EAD
• Experiências na formação continuada – pós-
graduação em Estudos da Linguagem –
PROGEL/UFRPE
43. Alguns temas do
Ateliê de
Literatura e
outras
linguagens
1
Uma fronteira em colapso iminente: trânsitos e conexões entre
música e literatura
2
Literatura viva no ambiente escolar: práticas intersemióticas
3
O lápis e o pincel: o amadurecimento humano a partir das
possibilidades da palavra do romance e do traço da pintura
4
Alice no sertão das maravilhas: vamos falar de literatura e quadrilha
junina?
5
REA e ensino de literatura: contos de Clarice Lispector sob o olhar de
discentes do Ensino Médio
6
As possibilidades das visual novels no estudo das linguagens
7
A representação da personagem Maria nas obras João e Maria, e
Maria e João: uma análise intersemiótica
8
Literatura 2.0: as narrativas literárias no contexto digital
9
Narrativas não-verbais: a intersemiose entre literatura e fotografia
10
Do romance à HQ: adaptação de "Úrsula" de Maria Firmina dos Reis
11
Teoria da adaptação: análise de Memórias Póstumas de Brás Cubas
em HQ.
12
Escrever com e sem palavras: a literatura ilustrada e as interações
interlinguagens
48. Trilha Temática Gêneros
sugeridos
Metodologias Ativas
sugeridas
Leituras literárias e a linguagem
cinematográfica
Ementa: Estudar as conexões dialógicas
entre literatura e cinema, por meio da
análise de (re)leituras e adaptações de
obras literárias para o cinema.
Romances
Contos
Fábulas
Aprendizagem
baseada em projetos
Aprendizagem
baseada em
problemas
49. Mashups literários e (re)leituras
literárias em sala de aula
Ementa: Abordar a leitura literária por
meio de releituras a partir de
mashups literários
Contos
Romances
Releituras
de obras
literárias
Storytelling
Aprendizagem
baseada em times
• Mashups: produção que consiste na
leitura de clássicos da literatura e na
sua apropriação dessacralizada para
fins de adaptação de seus textos
segundo princípios da cultura remix,
na qual se explora a hibridização de
linguagens e a articulação entre o
erudito e o pop, o antigo e o novo.
• Coleção Clássicos Fantásticos, publicada
pelo selo Lua de Papel da Editora Leya,
composta pelos títulos “Escrava Isaura e o
Vampiro”, baseada na obra de Bernardo
Guimarães, “Senhora, a Bruxa”, baseada
na obra de José de Alencar, “Dom
Casmurro e os Discos Voadores” e “O
Alienista: Caçador de Mutantes”, ambos
baseados em obras de Machado de
Assis.
50. Literatura e linguagens na cultura
digital: elaboração de podcasts
literários
Ementa: Abordar a leitura literária
por meio de articulações com a
produção de podcasts literários.
Poemas
Resenhas
de obras
literárias
Crônicas
Cultura Maker
Rotação por
estações de
aprendizagens
51. Videopoemas na escola: dinamizando práticas
de letramentos literários digitais
Ementa: Estudar o videopoema como gênero
híbrido na cultura digital, no sentido de motivar
os/as discentes a práticas de letramentos
literários em sintonia com o dinamismo dos
meios/recursos digitais.
Poemas
Videopoemas
Canções
Cultura Maker
Aprendizagem baseada
em times
52. Literatura, memes e
intertextualidade: da leitura literária
à produção criativa
Ementa: Estimular a produção de
memes criativos com base na
leitura/interpretação de obras
literárias.
Memes
Romances
Contos
Cultura Maker
Aprendizagem
baseada em
projetos
53. A narrativa literária em cena: contos,
nanocontos e microcontos na formação de
leitores/as.
Ementa: Estimular a leitura de nanocontos e
microcontos em redes sociais, com vistas a
identificar as características dos gêneros
em práticas de leituras literárias.
Contos
Nanocontos
Microcontos
Rotação por estações
de aprendizagens
54. Literatura, novelas e séries
Ementa: Abordar conexões intertextuais
e dialógicas entre literatura e releituras
em novelas televisivas e séries.
Novelas
literárias
Releituras
de obras
literárias
em séries e
novelas de
TV
Gamificação
55. Literatura escrita por mulheres: produção
de tirinhas animadas e webcomics
Ementa: Abordar a literatura escrita por
mulheres, compreendendo a
importância da produção literária de
autoria feminina na revisão do cânone
literário.
Contos
Cônicas
Poemas
Romances
Aprendizagem
baseada em projetos
56. Literatura e direitos humanos na cultura
digital: produção de vlogs com o
celular
Ementa: Compreender o direito à
literatura como direito humano, com
foco na formação de leitores críticos e
nas práticas de leituras
transversais/interdisciplinares.
Contos
Cônicas
Poemas
Romances
Aprendizagem
baseada em
problemas
Vlog é a abreviação de
videoblog (vídeo + blog).
57. • É primordial compreender a literatura como direito humano,
fenômeno de linguagem, interdisciplinar, (in)disciplinar,
dialógico, cronotópico, polifônico, multicultural, político,
histórico no processo de formação de leitores/as.
• Leitura literária como prática dialógica, simbólica
sociocultural.
• O modo como leio a obra literária diz muito sobre o que
penso sobre literatura, leitura, educação, sociedade.
• Ler literatura é um ato de poder, um ato interdisciplinar e
(in)disciplinar de emancipação dos/as leitores/as.
• As práticas (inov)ativas de leituras literárias precisam fazer
parte da rotina escolar.
• As vozes dos/as educandos/as precisam ser ouvidas/suas
experiências de leituras literárias merecem ser
valorizadas/respeitadas.
58. Chega mais perto e contempla as
palavras.
Cada uma
tem mil faces secretas sob a face
neutra
e te pergunta, sem interesse pela
resposta,
pobre ou terrível, que lhe deres:
Trouxeste a chave?
Da calma e do silêncio – Conceição Evaristo
Procura da poesia
Carlos Drummond de Andrade
59. Será que as práticas de
leituras literária na escola
estão em sintonia com a
cultura digital e com as
inovações pedagógicas e
tecnológicas?
Será que a escola
tem abordado a
literatura como
um direito
humano?
De que forma
tenho trabalhado
a leitura literária
em sala de aula?
Como professor/a
de literatura,
como avalio as
minhas práticas
de leituras
literárias?
60. Referências
BAKHTIN, Mikhail. Estética da Criação Verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.
BAKHTIN, M. "Formas de tempo e de cronotopo no romance". In:_____. Questões de Literatura e de Estética. São Paulo: Unesp,
1993.
BAKHTIN, Mikhail. Teoria do romance II: As formas do tempo e do cronotopo. São Paulo: Editora 34, 2018. 272p.
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