1) Hiroshima e Nagasaki se tornaram habitáveis novamente porque as bombas nucleares liberaram menor quantidade de material radioativo de curta duração, ao contrário do reator de Chernobyl que liberou sete toneladas de combustível nuclear de longa duração.
2) A localização das explosões nucleares no ar fez com que os resíduos se dispersassem, diferentemente do acidente em Chernobyl que contaminou o solo.
3) A zona de exclusão em Chernobyl precisa de milhares de anos para se tornar habitável devido
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
Por que hiroshima e nagasaki são habitáveis e chernobyl não
1. Por que Hiroshima e Nagasaki são habitáveis e Chernobyl não? Página 1
POR QUE HIROSHIMA E NAGASAKI SÃO HABITÁVEIS E CHERNOBYL NÃO?
Zona de exclusão em Chernobyl que nínguem pode cruzar
Há 70 anos, as cidades japonesas de
Hiroshima e Nagasaki protagonizaram duas
das maiores tragédias mundiais com as
bombas lançadas pelos Estados Unidos, que
causaram uma devastação e destruição sem
tamanho.
Em Hiroshima, viviam cerca de 350 mil
pessoas, calcula-se que a bomba que caiou no
dia 06 de agosto de 1945 matou por volta de
80 mil. Quase 80% dos edifícios foram
destruídos ou sofreram danos irreparáveis.
No entanto, ainda é incerto o númerode
mortes na cidade em decorrência das feridas
sofridas depois da explosão e dos efeitos da
radiação – estima-se que o número varie
entre 90 mil a 166 mil pessoas
Hoje, a cidade de Hiroshima tem um total
de 1,17 milhões de habitantes.
Em Nagasaki, viviam cerca de 263 mil
pessoas no dia da explosão nuclear, em 09 de
agosto de 1945. Calcula-se que entre 39 mil
pessoas tenham morrido menos de um
segundo após a bomba. Atualmente, a
população da cidade é de 450 mil pessoas.
Agora avancemos 41 anos no tempo. Na
madrugada de 26 de abril de 1986, ocorreu o
que foi classificado como “pior desastre
nuclear da história”. Um dos quatro reatores
da planta de Chernobyl, na Ucrânia (então
parte da Unisão Soviética), explodiu e causou
um incêndio que liberou enormes
quantidades de partículas radioativas na
atmosfera.
Como consequência direta do acidente,
morreram 31 pessoas. Mas as investigações
sobre os efeitos da radiação ao longo prazo –
como câncer – continuam até hoje.
Depois do acidente, foi decretada uma
zona de exclusão de 30 km ao redor da planta
nuclear, que cobre um área de
aproximadamente 2,600 km2
na Ucrânia.
Ainda há restos de contaminação radioativa
na atmosfera.
RECONSTRUÇÃO E EXCLUSÃO
Como foi possível, então, que Hiroshima e
Nagasaki, que sofreram wxplosões nucleares
tão devastadoras e com tantas vítimas fatais,
se tornassem cidades prósperas e habitáveis,
enquanto Chernobyl virou um lugar
completamente inabitado e assim seguirá por
muitos anos?
2. Por que Hiroshima e Nagasaki são habitáveis e Chernobyl não? Página 2
O site Gizmodo, especializado em
tecnologia, é um dos poucos meios de
comunicação que fex essa pergunta. Sendo as
principais razões:
1. Quantidade de combustível nuclear
A bomba “Little Boy” (que caiu em
Hiroshima) transportava 63 kg de urânio
enriquecido. “Fat Man” (a bomba de
Nagasaki” continha cerca de 6,2 kg de
plutônio.
O reator número quatro de Chernobyl
tinha 180 toneladas de combustível nuclear,
dos quais 2% (3,6 mil kg) eram urânio puro.
Quando o reator explodiu, calcula-se que
foram liberadas sete toneladas de
combustível nuclear. No total, o desastre
emitiu 100 vezes mais radiação que as
bombas que caíram sobre Hiroshima e
Nagasaki.
2. Diferença na reação nuclear
Na bomba de Hiroshima, a reação
aconteceu com 900 gramas de urânio. Da
mesma forma, 900 grams de plutônio foram
submetidas a uma fissãonuclear em Nagasaki.
Em Chernobyl, porém, cerca de sete
toneladas de combustível nuclear – com
enormes quantidades de partículas
radioativas – escaparam para a atmosfera.
Quando o combustível nuclear se fundiu,
foram liberados isótopos radioativos que
incluíam xenônio, iodo radioativo e césio.
3. Localização
As bombas que caíram em Hiroshima e
Nagasaki foram detonadas no ar, centenas de
metros acima da superdífice da Terra. Como
resultado, os depósitos radioativos se
dispersaram com efeito da nuvem criada pela
explosão.
Em Chernobyl, no entanto, o reator quatro
se fundiu na superfície, produzindo uma
ativação de nêutrons que fizeram com que a
terra se tornasse radioativa.
OUTRA EXPLICAÇÃO
A página Physics Stack Exchange (um site
de intercâmbio de conhecimento para
investigadores acadêmicos e estudantes de
física) tem outra explicação.
“Ainda que funcionem na base dos
mesmos princípios, a detonação de uma
bomba atômica e o colapso de uma planta
nuclear são processos muito diferentes”, diz o
site.
Segundo a publicação, uma bomba
atômica está baseada na ideia de liberar a
maior energia possível da reação de uma
fissão nuclear no menor tempo pssível. A ideia
é criar o maior dano e devastação possíveis
para anular as forças inimigas. Assim, os
isótopos radioativos que se criam em uma
explosão atômica têm um período de vida
relativamente curto.
Mas, como um reator nuclear está
desenhado para produzir energia em um
processo de reação lento, isso resulta na
criação de materiais de resíduos nucleares
que possuem uma vida mais longa. Ou seja, a
radiação inicial de um acidente nuclear pode
ser muito mais baixa que a de uma bomba,
mas seu tempo de vida será muito mais longo.
Calcula-se que milhares de anos passarão
– estimativas citam até 20 mil anos – para que
a zona de exclusão de Chernobyl volte a ser
habitável.
Fonte: BBC Brasil