Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Hotelaria
1. UNIVERSIDADE ANHEMBI MORUMBI
Ildete Maria de Almeida Perezim
Hospitalidade e Morte: análise da
produção científica no Brasil
(1988-2012)
Orientador: Prof. Dr. Luiz Octávio de
Lima Camargo
Michelangelo Buonarroti . La Pietá. 1499. Escultura em mármore.
2. Justificativa
A modernidade afastou o homem e
promoveu a negação individual e
coletiva em relação à morte.
A hospitalidade por seu lado é, na
expressão de Camargo (2004), um
princípio que rege toda a forma de
interação e troca entre seres humanos
nos diferentes tempos e espaços do
cotidiano.
Robert Doisneau. Le Baiser de l’Hôtel de Ville. 1950. Fotografia.
3. Pergunta
De que forma a produção científica relaciona e
compreende a hospitalidade e a morte no
contexto das relações profissionais, familiares e
individuais?
4. Objetivo geral
Analisar a produção de dissertações e teses que articulam as noções de
hospitalidade e morte no Brasil.
Objetivos específicos
Compreender como esses estudos analisam:
1. a troca simbólica entre o moribundo e seu núcleo familiar
2. a relação entre este indivíduo e aqueles que o assistem em unidades
especializadas de saúde
3. a auto-hospitalidade – a hospitalidade do indivíduo para com ele mesmo,
no momento de sua morte.
5. Capítulo 1 - Morte
Objetivo
Apresentar o pensamento dos
estudiosos ocidentais a respeito de:
1. Aspectos míticos, religiosos, literários
e artísticos sobre a morte, a partir da
antiguidade.
2. Evolução dos estudos sobre a morte
no exterior e no Brasil.
Pedro Américo . Caronte atravessando o Aqueronte. 1882. Óleo sobre tela.
6. Capítulo 1 - Morte
Fundamentação Teórica
Coulanges (2001), Schopenhauer (2013), Ariès (2012, 2014), Elias (2001),
Verdade (2006), Campbel (2006), Menezes (2004), Marton (2012), De Franco
(2010), Kovács (2012), Becker(2013), Maranhão (2008), Gorer (1955), Howarth
e Leaman (2004) e Kübler-Ross (1998,2005,2008).
7. Capítulo 1 – Morte
Síntese
Considerada literatura pesquisada sobre a morte e o morrer
Contribuição da mitologia grega e o universo tanatológico
Classificação das quatro formas da morte estudadas por (Ariès)
Interpretações: medo, beleza, negação e banalização da morte
A evolução dos estudos sobre a morte nos EUA e no Brasil (Kovács)
O movimento mundial de cuidado a pacientes terminais e os cinco
estágios de perdas enfrentados por estes doentes. (Kübler-Ross).
8. Capítulo 2
Hospitalidade e morte: dimensões teóricas
Objetivo
Apresentar os fundamentos
teóricos sobre a
hospitalidade e sua relação
com a morte e o morrer em
diferentes contextos.
Adolphe William Borguereau. Pietá. 1876. Óleo sobre tela.
9. Capítulo 2
Hospitalidade e morte: dimensões teóricas
Fundamentação teórica
Camargo (2004), Mauss (2008), Grassi (2011), Derridá (1997), Le grand-Sebille
e Françoise Zonabend (2011), Marton (2012), Ariès (2012, 2014), De Franco
(2010), Maranhão (2008), Coulanges (2001), Howarth e Leaman (2004),
Guillaume (2011), Menezes (2004), Pessini (2001, 2004), Kovács (2008, 2012,
2013), Kübler-Ross (1998, 2005, 2008), Gorer (1965), Bowlby (1985), Corrado
(2011), Hennezel (2004), Miterrand (2004) e Verdade (2006).
10. Capítulo 2
Hospitalidade e morte: dimensões teóricas
Síntese
Conceitos de hospitalidade e sua relação com a morte
Destaque para o conceito de Camargo (2004) sobre o conjunto de tempos
e espaços da hospitalidade
Hospitalidade para com o moribundo
Hospitalidade para com o morto: cuidar, hospedar, conservar, alimentar,
lembrar
A troca do leito doméstico pelo leito hospitalar para morrer
Conceito e contribuição da hotelaria hospitalar para maior humanização
nos serviços de saúde.
11. Capítulo 2
Hospitalidade e morte: dimensões teóricas
Síntese
Conceito de cuidados paliativos e cuidados integrativos
Conceito de bioética: morte clínica, eutanásia, suicídio
assistido, turismo do suicídio, distanásia, ortotanásia,
mistanásia e testamento vital.
12. Capítulo 3 – Metodologia da Pesquisa
Objetivos
Caracterizar as dissertações e teses brasileiras sobre o tema.
Categorizar e analisar as temáticas dessa produção científica.
Estudo Documental - Metodologia:
Ferreira (2002), Volpato (2007), Spink (1996), Bardin (2011), Franco
(2008), Rejowski (1997).
Etapas e estratégias: análise de conteúdo dos títulos, resumos e palavras-
chave das dissertações e teses selecionadas.
13. Capítulo 3 – Metodologia da Pesquisa
Etapas e estratégias: análise de conteúdo dos títulos e resumos das
dissertações e teses selecionadas
1ª. Etapa
1º. Levantamento = 1714 registros
Período analisado: 1988 – 2012
Busca com a palavra-chave morte
2ª. Etapa
Exclusão de produções que não focavam o tema = 1496
3ª. Etapa
Análise da primeira amostra com 229 produções
14. Capítulo 3 – Metodologia da Pesquisa
4ª. Etapa
Categorização
Hospitalidade Familiar
Auto-hospitalidade
Hospitalidade Profissional
5ª. Etapa
A análise de conteúdo dos títulos e resumos, resultou na
eliminação de 75 produções e numa segunda amostra com 154
títulos.
15. Caracterização Geral da Pesquisa
Principais resultados
Produção contínua e irregular
Mestrado acadêmico: maior número de pesquisas
Ciências Humanas: área de conhecimento de maior produção
Ano de maior produção: 2012
IES: USP , PUC-SP e UFRJ
Região: SE destaque para o Estado de São Paulo
16. Capítulo 4 – Análise temática por categorias
Categoria Hospitalidade Familiar (26; 17%)
Subcategorias:
Enfrentamento da perda (criança, idoso, pais, jovem e mães)
Rituais funerários
Morte e mito
Considerações:
Negação e dificuldade de enfrentamento da morte pelas pessoas
Violência urbana nas escolas e a falta de apoio psicológico
Destaque para o luto materno
Luto antecipatório
17. Capítulo 4 – Análise temática por categorias
Categoria Auto-hospitalidade (45 ; 29%)
Subcategorias:
Enfrentamento individual (criança, jovem, adulto e idoso)
Bioética
Considerações:
Negação e dificuldade de enfrentamento da morte pelas pessoas
Maior assistência psicológica ao paciente com doença crônica ou terminal
Bioética: eutanásia, ortotanásia, suicídio, testamento vital
Educação do indivíduo para a morte desde o ensino fundamental
Necessidade de maior respaldo jurídico para normatizar as questões
relacionadas à bioética.
18. Capítulo 4 – Análise temática por categorias
Categoria Hospitalidade Profissional (83 ; 54%)
Subcategorias:
Profissionais da saúde
Profissionais da morte
Cuidados paliativos
Bioética
Políticas públicas
Formação de teólogos
Considerações:
Ampliar a discussão sobre a morte na
formação dos profissionais da saúde
Maior assistência psicológica aos profissionais
da saúde e da morte
Negação coletiva da morte
Crescente prática dos cuidados paliativos nos
hospitais e na esfera doméstica
Discriminação e falta de reconhecimento para
com os profissionais da morte
Expectativas de maior atenção para as
questões relacionadas à Bioética e
Testamento Vital
19. Considerações Finais
A análise da produção científica sobre hospitalidade e morte no Brasil parece não ter
precedentes, apesar da bibliografia sobre o tema morte apresentar-se de forma
significativa.
Constatou-se a ausência do termo hospitalidade de forma explícita nas palavras-chaves e
nos textos dos resumos, ainda que o apelo ao acolhimento se apresentasse implícito nas
propostas e críticas tratadas pelos diversos temas
Notou-se significativa variedade de abordagens relacionadas a morte e a hospitalidade,
manifestadas nos tempos e espaços das relações humanas, conforme o conceito de
Camargo (2004).
Constatou-se a importância da bioética, sua relação com a hospitalidade e a morte, além
da necessidade de definições de políticas públicas para estas questões.
Sugere-se a inserção de títulos relacionados ao tema desta dissertação na biblioteca da
Universidade Anhembi-Morumbi.
Espera-se, que a presente pesquisa, contribua para ampliação da discussão sobre a
temática da morte, no contexto da hospitalidade, por outros pesquisadores e instituições
de ensino.
20. Onde o espírito não teme a fronte não se curva.
Rabindranath Tagore
Obrigada!