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ECONOMIA E DESENVOLVIMENTOECONOMIA E DESENVOLVIMENTO
REGIONALREGIONAL
INSTITUTO MAGALHÃES PARA O DESENVOLVIMENTO DO
NORDESTE
ARAÚJO, Tânia Bacelar. Nordeste, Nordestes: que Nordeste? Ensaios sobre o
desenvolvimento brasileiro. Heranças e Urgências. Rio de Janeiro: Revan:
Fase 2000, p.165-196.
Introdução
• Objetivo deste trabalho é analisar a evolução recente da economia na
região Nordeste, assim como suas características e o processo de inserção
na economia nacional e as críticas ao longo dos últimos anos.
• Metodologia: A partir das obras dos autores Araujo (2000), Cano (1998)
foram elencados vários conceitos como de heterogeneidade e
complexidade da dinâmica econômica intra-regional; e desequilíbrios
regionais.
• A estrutura do seminário:
• Primeira seção:uma breve discussão teórica sobre a contemporânea
evolução da economia nordestina
• Segunda seção:Descreve as principais características da articulação intra-
regional e sub-regionais.
• Terceira seção:Críticas a heterogeneidade intra-regional.
• Quarta seção:Análise dos resultados
•
1. Breve discussão teórica sobre a contemporânea
evolução da economia nordestina
• Primeira caracterização
• A região Nordeste compreende 20% do
território brasileiro, e vivem 29% da
população do país.
• Durante décadas o lento crescimento
econômico nordestino caracterizou o
ambiente econômico NE  foi substituído
pelo forte dinamismo de diversas
atividades elencadas e desenvolvidas na
região.
• A pobreza continua sendo uma das
marcas mais importante do Nordeste.
• Dinâmica Geral
• No final dos anos 50, Celso Furtado coordenou o relatório do Grupo de
Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN).
• Fundamentou a estratégia da ação da SUDENE, visto que constatava-se que
nas décadas anteriores a característica mais importante da base produtiva
instalada na região era seu fraco dinamismo.
• "Enquanto a indústria comandava o crescimento econômico da SUDENE, o
velho setor primário-exportador implantado no Nordeste dava mostras de
sua incapacidade para continuar impulsionando o desenvolvimento
econômico.“ (ARAUJO, 2000)
• No relatório da GTDN uma das propostas principais era:
• estimular a industrialização na região Nordeste, com o objetivo de
superação das dificuldades que enfrentava pela "velha base agroexportadora
nordestina".
• No começo dos anos 60, com impulso dos incentivos fiscais, a região
Nordeste ganha espaço no aspecto econômico e passa a comandar o
crescimento da produção, e segue a tese de rompimento da fraca
dinâmica preexistente.
• A SUDENE na década de 60: objetivou esforços e recursos de ordem
federal para estudos e pesquisas sobre os recursos naturais do
Nordeste e na ampliação da oferta da infra-estrutura econômica.
• Papel importante: no dinamismo dos investimentos no setor industrial
como no setor terciário.
1987 1970
Participação PIB 12,6% 15,8%
PIB per capita
Nordestino médio
45,8% 54,4%
Produção Industrial 0,7% 10,5%
Produção Terciária 12,4% 15,8%
Fonte: ARAUJO (2000)
• Nos anos 1970: Primeiro choque do petróleo  economia brasileira desacelerou de 11% para
7% (entre os anos de 1974 e 1980).
• Entretanto, as atividades econômicas implantadas no Nordeste cresceram 7,4% no período.
• “Nos anos de 1980, a produção nacional apresentou desempenho ainda mais modesto, a
produção nordestina, embora tendo declinado menos que as outras regiões, não destoou do
padrão nacional.”(ARAUJO, 2000)
• Nos anos 1990  aprofundamento da recessão promovida no governo Collor afetou tanto o
Brasil quanto o Nordeste.
• Cabe salientar, que em função de especificidades da região nordestina, a estrutura produtiva
foi menos atingida nas crises dos anos recentes.
• Como a crise tem impactado em maior proporção no setor industrial.
• Portanto, especializando na produção de bens intermediários, e destinando as exportações, a
industria que recentemente se instalou no Nordeste resiste melhor aos efeitos da recessão
brasileira.
• Implantação da moderna agricultura  resiste aos efeitos da retração da demanda interna,
enfrentando melhor uma crise nacional.
O Nordeste e as tendências da economia nacional
• Nordeste  importante região produtora agropecuária (20%) do que
industrial (12%) ou terciária (15%).
• Mudanças no perfil produtivo da agropecuária nordestina:
• 1970  enquanto reduzia a área cultivada com algodão, mamona,
mandioca, sisal  expandia a área ocupada com cana-de-açúcar, arroz,
cacau, feijão, laranja e milho.
• Ao mesmo tempo, alguma culturas não-tradicionais na região, pelo alto
valor de mercado que possuem apresentaram uma crescente produção
regional como: frutas  mamão, manga, melancia, uvas (São Francisco), do
cacau, abacaxi ( sertão e agreste) e do tomate, café soja e borracha (São
Francisco , do agreste, do cerrado e da Zona da Mata)
• A região Nordeste comparece, abrigando alguns pólos importantes de
desenvolvimento agroindustrial e industrial.
• "No caso da INDÚSTRIA, coube ao Nordeste assumir um novo papel no contexto da
divisão inter-regional do trabalho do país.
• De tradicional região produtora de bens de consumo não-duráveis (têxtil e alimentar,
principalmente)  vai-se transformando, nos anos pós-60, numa região industrial
mais especializada em bens intermediários (Araujo, 1981).
• Destaque:
• instalação do pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia,
• do complexo mínerio-metalúrgico, no Maranhão,
• o pólo de fertilizantes de Sergipe, do complexo da Salgema em Alagoas, da produção
de alumínio no Maranhão, dentre outras.
• Durante os anos 70, a partir do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) o
Estado brasileiro proporcionou um programa de investimentos públicos e sustentou a
dinâmica da economia nacional em âmbito internacional de crise , e o Nordeste
incluiu nesse contexto.
• NE : Petrobras ( Bahia)  Pólo petroquímico de Camaçari.
• Companhia Vale do Rio Doce  Complexo de Carájas com parte dos
investimentos localizados no Maranhão.
• Portanto, houve um crescimento econômico do Nordeste nos
primeiros anos do século XXI, que apresentam as seguintes
características:
• taxas médias positivas;
• elevação da renda dos segmentos mais pobres;
• aceleração do consumo;
• e redução das desigualdades sociais.
• Essa evolução, segundo a economista Tânia Bacelar, possui
outra característica original: "É a primeira vez, desde o ciclo do
açúcar, que a região passa por um processo de crescimento
ancorado no setor privado“.
Heterogeneidade econômica intra-regional
• As visões tradicionais sobre a região são: Nordeste região-
problema, Nordeste da seca e da miséria.
• "Nordeste sempre ávido por verbas públicas, em que tradicionais
políticas compensatórias, de caráter assistencialista, só contribuem
para consolidar velhas estruturas socioeconômicas e políticas,
perpetuadoras da miséria."
• NE  Região heterogênea.
• Ressalta-se que há novos focos de dinamismo da economia
regional que convivem atualmente com as tradicionais áreas
agrícolas da região.
• Mesmo tendo avanço de capital, o I = F (i, EMgk), os
investimentos irão para os lugares onde tem mais lucro 
escolhas  aonde o capital chega, cria coisas diferentes.
• Implicando em subespaços.
• Porém, trata-se de uma economia dependente e complementar 
com fluxo de capital da região Nordeste para o Centro-Sul.
• Áreas de modernização intensa
• Tendências da acumulação privada reforçadas pela ação estatal, quando não
comandadas pela Estado brasileiro, fizeram surgir e se desenvolver no
Nordeste diversos subespaços dotados de estruturas econômicas modernas e
ativas, focos de dinamismo, em grande parte responsáveis pelo desempenho
relativamente positivo apresentado pelas atividades econômicas da região.
• Pólos dinâmicos ou machas ou focos de dinamismo.
Permanência de velhas estruturas
• Enquanto há espaços do Nordeste que desenvolvem atividades
modernas, encontramos outras áreas que permanecem resistentes as
mudanças, Mas, quando ocorre a modernização ela é restritiva e
seletiva, o que ajuda a manter um padrão dominantemente tradicional.
• “De início, deve-se ressaltar que nunca houve um Nordeste
economicamente homogêneo ... Como esperávamos, a heterogeneidade
cresceu nas última décadas. A existência, em alguns estados, de focos
modernos, convivendo ou não com estruturas econômicas tradicionais,
termina por definir diferentes trajetórias nas dinâmicas economias
locais.” (ARAUJO, 2000. p. 179)
• A predominância da rigidez das velhas estruturas econômicas-
sociais e o domínio político das oligarquias tradicionais da região
Nordeste, se deve principalmente pelas áreas de ocupação antiga,
onde as velhas estruturas foram criando mecanismos de
preservação. Neste sentido, o processo de concentração fundiária
tem elevado, no semi-árido, das secas há um agravamento na
perspectiva de concentração de terras nas mãos de pouquíssimos
produtores.
2. As principais características da articulação intra-
regional e sub-regionais
• O parque industrial  instalado em 1960  incentivos federais,
mantém estreitas articulações econômicas com outras regiões
brasileira, mais particularmente com o Sudeste.
• No que se refere ao mercado de produtos, a relação
predominantemente é extra-regional, com destaque para a região
Sudeste e, dentro dela, para São Paulo.
• A predominância da produção de bens intermediários mostra que
os insumos produzidos são transformados, em grande parte, onde
se localiza a maior base industrial do país.
• Portanto, há novos fluxos comerciais que se intensificaram nas
últimas décadas e que articulam a indústria incentivada instalada
no Nordeste, com outros segmentos da economia brasileira e com
e com o exterior.
As diferenças sociais internas
• Sabe-se que as condições sociais da população nordestina são bastante
desiguais, e na região Nordeste a riqueza é concentrada.
• "Além disso, nas últimas décadas, a dinâmica e as transformações na base
produtiva instalada na região foram muito mais intensas e profundas que as
alterações para a melhoria da qualidade de vida dos nordestinos."
• O Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) no ano de
1959 acusa que a fragilidade da economia da região Nordeste foi herdada desde
sua colonização com elevada concentração de terras. Em decorrência desta
natureza muitos trabalhadores rurais nordestinos migraram para setor urbano,
isso por sua vez é justificada pelas freqüentes secas, com o intuito de melhores
níveis de renda para a família e de vida, criando o êxodo rural.
Introdução
• Questão regional brasileira - interpretações que retardam o correto
entendimento desse fenômeno.
• Objetivo: discutir esse ângulo da questão regional.
• Atenção: raro o trabalho ou estudo que apresente uma visão
integrada do fenômeno regional, inserido na dinâmica social de toda
a nação.
CANO, Wilson. Desequilíbrios regionais e concentração industrial no
Brasil. 1930-1970-1995, Campinas. SP. Unicamp. IE 1998.
1.1 - Conscientização política e teórica da questão regional
• Regionalismo brasileiro ligado a história política e social.
• Problema das secas do NE.
• O problema ganhou maior destaque na discussão política
nacional em fins da década de 1950.
• Nível internacional: Cepal advertia o mundo subdesenvolvido
para o enorme hiato entre nações ricas e pobres.
• Alerta: sistema centro-periferia, ausência de medidas urgentes
“as nações ricas tornar-se-iam cada vez mais rica e as pobres,
cada vez mais pobre.
• Surge a escola cepalina - proposta de uma industrialização
(substituidora de importação).
• O trabalho de Holland – critica à escola clássica regional, como
inadequada para os problemas regionais, pois considera esses
problemas como um processo histórico do desenvolvimento capitalista
• Influencia da Regional Science e da CEPAL: idéia que
prevaleceu.
• Parcialmente inadequada
• Principal problema teórico: consiste na concepção centro-
periferia e não entre regiões de uma nação.
• As regiões guardam diversidades culturais e históricas decorrentes
de suas estruturas econômicas diferenciadas.
• Plano interno fatos como: pressões decorrentes das grandes secas
do NE resultam em medidas para seu combate.
• Medidas: construção de açudes e estradas.
• Instituições:
• DNOCS: Departamento Nacional de Obras contra as secas.
• Constituição Federal
• Comissão do Vale do São Francisco
• Criação do Banco do Nordeste
• 1958/1959 criação da SUDENE–(Superintendência do
Desenvolvimento do Nordeste)
• O problema da seca como fator decisivo para a criação da
SUDENE
• Visão da SUDENE para o NE - distinta das visões assistencialistas
até então vigente.
• Tentativas de impedir a instituição da SUDENE em Congresso
Nacional.
• Arcabouço institucional de apoio regional não se limitou ao NE.
Sendo criados:
• 1953 - SPVEA- Superintendência do Plano de Valorização
Econômica da Amazônia.
• 1966 - transformada em SUDAM.
• 1956 – SPVERFSP – Superintendência do Plano de Valorização
Econômica da Região da Fronteira Sudoeste do país.
• 1967 - transformada em SUDESUL
• 1961 – CODECO - Comissão de Desenvolvimento do CO.
• 1967 - transformada na SUDECO.
• 1967 – SUFRAMA – instituindo-se a Zona Franca de Manaus.
• Questão regional: o GTDN como um excepcional
documentos
• Visão do autor:
• 1º Errou ao tentar transpor para a região, uma política de
industrialização orientada pela substituição regional de
importações.
• 2º Equivoco ao transplantar para a região uma política
cepalina de substituição de importações referida ao marco
nacional através de incentivos fiscais.
• O cerne da industrialização nacional não residia apenas na
implantação de setores modernos, mas uma industrialização
comandada pelo capital estrangeiro e pelo Estado.
• Equívocos na formulação de políticas econômicas.
• O mito de tomar como paradigma do “desenvolvimento” as
regiões industrializadas como SP. A industrialização como um
mecanismo redentor do sofrimento regional.
• Criticas – 4 questões:
• 1.2.2- Fronteira agrícola e excedente populacional
• Questão agrária como uma grave questão nacional.
• Parte das terras cultiváveis encontram-se ocupado pelo capital
especulativo.
• A penetração do capitalismo no campo e a sobreposição do
movimento especulativo do capital financeiro à questão fundiária
tornam a reforma agrária uma questão problemática atualmente .
1.2 - Alguns equívocos e mitos na questão regional
• 1.2.3 O mito do imperialismo paulista sanguessuga
• Mito com 4 argumentos:
• 1º De houve e há vazão de recursos monetários líquidos pelo
sistema bancário;
• 2º A periferia gera divisas que alimentam as importações de SP;
• 3º Diferencias de taxas de câmbio, de tarifas e de preços, há uma
transferência de renda da periferia para SP.
• 4º E que SP cresceu, pelo menos em parte, à custa do excedente
periférico.
• 1º ARG- O verdadeiro problema do imperialismo interno é a
concentração automática de capital.
• Imperialismo paulista: o argumento é que através do sistema
bancário SP recebe recursos líquido da periferia.
1.2 - Alguns equívocos e mitos na questão regional
• Até meado de 1950 o sistema financeiro nacional se
restringia aos serviços de bancos comerciais, SP nessa
época detinha mais da metade da produção industrial do
país.
• A partir de 1950 o sistema financeiro torna-se mais
complexo.
• 2º ARG:
• A periferia nacional apresenta saldo positivo em seu
comércio com o exterior, com o qual SP financia seu
déficit.
• O superávit periférico pequeno demais para financiar o
déficit de SP em 12 anos.
• Grande parte do déficit de SP no período 1959/1961 se
refere a importações sem cobertura cambial.
• Critica recíprocas: RJ desde muitas décadas é responsável
por déficit volumosos frente a SP
• 3º ARG:
• Efeitos do comercio exterior e do inter-regional que
podem, conjuntamente, causar perdas os ganhos a uma
região.
• 1º variante: consiste na produtividade regional diferente.
• Idéia de LEFF, propõe diferenciação cambial para as duas
regiões e argumenta que teria sido melhor para o NE
manter-se como unidade produtiva separada.
• 2º variante : a periferia não industrializada paga altos
preços pelos produtos industriais fabricados no Centro-
sul.
• Esse argumento procede, porem os efeitos devem recair
sobre todos os consumidores nacionais.
• Existência de 3 possibilidade para uma região não
industrializada deixar de pagar latos preços;
• 1º Renunciar aquele consumo (não fabrica, nem importa).
• 2º Abdicar da industrialização e importar os bens
industrializados.
• 3º Importar os produtos da região industrializada.
• Conclui-se que divisas resultantes do comercio com o
exterior que era gasto com importações do Centro-sul
deteriora-se dado o comportamento da taxa cambial (de
exportação).
• 4º ARG:
• Hipótese de que SP cresceu a custa do excedente
periférico.
• Idéia de que SP desenvolveu sua industria graças ao seu
potencial econômico , entre fins do século passado e as
primeiras décadas deste.
1.2.4 O planejamento como panacéia
• Não foi por falta de planos que a questão regional não foi
corretamente tratada.
• Critica: à ausência de uma coordenação em nível
nacional.
• Pretensão de desconcentrar o pólo de SP em consonância
com o II PND, fortalecendo os do RJ, MG, Sul e NE.
• Outro argumento é o de melhorar os níveis de qualidade
de vida.
• Idéia de que os problemas nacionais são tratados de forma
isolada.
• EX: é o tratamento da questão urbana.
• Criticas: caso não mude essa atitude compartimentada , os
problemas tenderão a aumentar ainda mais e suas soluções
temporárias constituíram meros paliativos
1.3 - As visões compartimentadas e despolitizadas
Análise dos dados
Nordeste: PIB 2002/2005 (em milhões de R$)
Fonte: CARVALHO (2008) apud IBGE (2007).
Os resultados do Produto Interno Bruto, demonstrando que a
evolução da economia dos estados nordestinos no período
2002/2005 era positiva.
Emprego
• “Essa etapa atual de crescimento econômico nordestino tem permitido uma
ampliação do mercado formal de trabalho, aumentando o número de assalariados
com contrato de trabalho em 40%. Entre 2000 e 2006, o Nordeste ampliou em 1,8
milhão o número de novos contratos formais de trabalho, o que garante tanto uma
presença forte na geração de emprego do país, como um aumento da renda
Fonte: CARVALHO (2008) apud MTE/RAIS (2008)
Nordeste: Empregos Formais (2000/2006)
Exportações
Fonte: CARVALHO (2008) apud MDIC (2008)
Nordeste: Exportações (1999/2007)
Entre os anos de 2000 e 2007, as vendas externas nordestinas
triplicaram de valor, alcançando, em vários anos deste período, taxas
mais elevadas que a média nacional, num ritmo que pode ser
explicado tanto pela valorização internacional das commodities
presentes na pauta tradicional (açúcar, cacau, fumo, etc.), como na
ampliação da participação de novos setores industriais e agrícolas.
Balança Comercial
Gráfico1 – Nordeste - Balança Comercial 1998/2007 (US$ bi)
Fonte: CARVALHO (2008) apud MDIC (2008)
“Na última década, a balança comercial do Nordeste apresentou
duas etapas distintas: a primeira (1998/2002) com exportações
crescentes, mas ainda com saldo negativo; e a segunda, a partir de
2003, com elevação dos valores exportados, conseguindo saldos
positivos, mas com tendência decrescente, a partir de 2006, em
função do aumento das importações.” (CARVALHO, 2008)
Rendimento
Gráfico 3 – Nordeste - pessoas com mais de 10 anos (2006)
Fonte: CARVALHO (2008) apud IBGE/PNAD (2007)
“O perfil de renda da população nordestina com mais de 10 anos
reproduz o traço mais forte da economia regional, a sua pobreza:
40,8% dos habitantes possui uma renda abaixo de meio salário
mínimo, e 28,1% entre meio e um salário, ou seja, mais de dois
terços recebem menos que um piso nacional; no outro pólo, apenas
12,4% possuem renda acima de dois salários mínimos.”
(CARVALHO, 2008)
População
Gráfico 4 – Nordeste - evolução da população 1960/2006
Fonte:CARVALHO (2008) apud IBGE (2008)
“Nas últimas três décadas, a região Nordeste urbanizou-se
rapidamente. A migração rural e o crescimento acelerado
transformaram, majoritariamente, a população nordestina em
citadina. No entanto, apesar desse novo perfil, a população rural de
14,6 milhões de pessoas continua significativa, representando quase
metade dos 31 milhões de habitantes da área rural brasileira.”
(CARVALHO, 2008)
Perfil da pobreza e da desigualdade de renda
Fonte:CARVALHO (2008) apud NERI (2008)
Nordeste: perfil da pobreza e renda domiciliar (2006/2005)
Destaque para a redução do número de miseráveis (pessoas com renda
mensal inferior a 125 reais) e do aumento da renda domiciliar, entre os
anos de 2005 e 2006.
Brasil: índice de Gini (2001/2005)
Fonte:CARVALHO (2008) apud IPEA (2008)
“O Índice de Gini do Nordeste vem apresentando resultados que
apontam para uma convergência com o Índice nacional (0,563),
mas ainda distantes dos valores médios da região Sul (0,506),
Norte (0,521) e Sudeste (0,538). “ CARVALHO (2008)
Conclusão
• Essa nova fase de crescimento, distinta das quatro décadas da
anterior “era Sudene”, com crescimento econômico e redução das
desigualdades sociais, poderá se constituir num novo capítulo na
sua história (se estes indicadores se mantiveram), com outro
cenário social e econômico, mais sintonizado com os níveis de
desenvolvimento registrados nas outras regiões do país; uma nova
fase que, por seus benefícios aos pobres, coloca o Nordeste numa
situação mais sintonizada com a música “Volta da Asa Branca” do
que com a “Triste partida”, clássicos do cancioneiro nordestino
cantados por Luiz Gonzaga.

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  • 1. ECONOMIA E DESENVOLVIMENTOECONOMIA E DESENVOLVIMENTO REGIONALREGIONAL INSTITUTO MAGALHÃES PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE
  • 2. ARAÚJO, Tânia Bacelar. Nordeste, Nordestes: que Nordeste? Ensaios sobre o desenvolvimento brasileiro. Heranças e Urgências. Rio de Janeiro: Revan: Fase 2000, p.165-196.
  • 3. Introdução • Objetivo deste trabalho é analisar a evolução recente da economia na região Nordeste, assim como suas características e o processo de inserção na economia nacional e as críticas ao longo dos últimos anos. • Metodologia: A partir das obras dos autores Araujo (2000), Cano (1998) foram elencados vários conceitos como de heterogeneidade e complexidade da dinâmica econômica intra-regional; e desequilíbrios regionais. • A estrutura do seminário: • Primeira seção:uma breve discussão teórica sobre a contemporânea evolução da economia nordestina • Segunda seção:Descreve as principais características da articulação intra- regional e sub-regionais. • Terceira seção:Críticas a heterogeneidade intra-regional. • Quarta seção:Análise dos resultados •
  • 4. 1. Breve discussão teórica sobre a contemporânea evolução da economia nordestina • Primeira caracterização • A região Nordeste compreende 20% do território brasileiro, e vivem 29% da população do país. • Durante décadas o lento crescimento econômico nordestino caracterizou o ambiente econômico NE  foi substituído pelo forte dinamismo de diversas atividades elencadas e desenvolvidas na região. • A pobreza continua sendo uma das marcas mais importante do Nordeste.
  • 5. • Dinâmica Geral • No final dos anos 50, Celso Furtado coordenou o relatório do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN). • Fundamentou a estratégia da ação da SUDENE, visto que constatava-se que nas décadas anteriores a característica mais importante da base produtiva instalada na região era seu fraco dinamismo. • "Enquanto a indústria comandava o crescimento econômico da SUDENE, o velho setor primário-exportador implantado no Nordeste dava mostras de sua incapacidade para continuar impulsionando o desenvolvimento econômico.“ (ARAUJO, 2000) • No relatório da GTDN uma das propostas principais era: • estimular a industrialização na região Nordeste, com o objetivo de superação das dificuldades que enfrentava pela "velha base agroexportadora nordestina".
  • 6. • No começo dos anos 60, com impulso dos incentivos fiscais, a região Nordeste ganha espaço no aspecto econômico e passa a comandar o crescimento da produção, e segue a tese de rompimento da fraca dinâmica preexistente. • A SUDENE na década de 60: objetivou esforços e recursos de ordem federal para estudos e pesquisas sobre os recursos naturais do Nordeste e na ampliação da oferta da infra-estrutura econômica. • Papel importante: no dinamismo dos investimentos no setor industrial como no setor terciário. 1987 1970 Participação PIB 12,6% 15,8% PIB per capita Nordestino médio 45,8% 54,4% Produção Industrial 0,7% 10,5% Produção Terciária 12,4% 15,8% Fonte: ARAUJO (2000)
  • 7. • Nos anos 1970: Primeiro choque do petróleo  economia brasileira desacelerou de 11% para 7% (entre os anos de 1974 e 1980). • Entretanto, as atividades econômicas implantadas no Nordeste cresceram 7,4% no período. • “Nos anos de 1980, a produção nacional apresentou desempenho ainda mais modesto, a produção nordestina, embora tendo declinado menos que as outras regiões, não destoou do padrão nacional.”(ARAUJO, 2000) • Nos anos 1990  aprofundamento da recessão promovida no governo Collor afetou tanto o Brasil quanto o Nordeste. • Cabe salientar, que em função de especificidades da região nordestina, a estrutura produtiva foi menos atingida nas crises dos anos recentes. • Como a crise tem impactado em maior proporção no setor industrial. • Portanto, especializando na produção de bens intermediários, e destinando as exportações, a industria que recentemente se instalou no Nordeste resiste melhor aos efeitos da recessão brasileira. • Implantação da moderna agricultura  resiste aos efeitos da retração da demanda interna, enfrentando melhor uma crise nacional.
  • 8. O Nordeste e as tendências da economia nacional • Nordeste  importante região produtora agropecuária (20%) do que industrial (12%) ou terciária (15%). • Mudanças no perfil produtivo da agropecuária nordestina: • 1970  enquanto reduzia a área cultivada com algodão, mamona, mandioca, sisal  expandia a área ocupada com cana-de-açúcar, arroz, cacau, feijão, laranja e milho. • Ao mesmo tempo, alguma culturas não-tradicionais na região, pelo alto valor de mercado que possuem apresentaram uma crescente produção regional como: frutas  mamão, manga, melancia, uvas (São Francisco), do cacau, abacaxi ( sertão e agreste) e do tomate, café soja e borracha (São Francisco , do agreste, do cerrado e da Zona da Mata) • A região Nordeste comparece, abrigando alguns pólos importantes de desenvolvimento agroindustrial e industrial.
  • 9. • "No caso da INDÚSTRIA, coube ao Nordeste assumir um novo papel no contexto da divisão inter-regional do trabalho do país. • De tradicional região produtora de bens de consumo não-duráveis (têxtil e alimentar, principalmente)  vai-se transformando, nos anos pós-60, numa região industrial mais especializada em bens intermediários (Araujo, 1981). • Destaque: • instalação do pólo petroquímico de Camaçari, na Bahia, • do complexo mínerio-metalúrgico, no Maranhão, • o pólo de fertilizantes de Sergipe, do complexo da Salgema em Alagoas, da produção de alumínio no Maranhão, dentre outras. • Durante os anos 70, a partir do II Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND) o Estado brasileiro proporcionou um programa de investimentos públicos e sustentou a dinâmica da economia nacional em âmbito internacional de crise , e o Nordeste incluiu nesse contexto. • NE : Petrobras ( Bahia)  Pólo petroquímico de Camaçari. • Companhia Vale do Rio Doce  Complexo de Carájas com parte dos investimentos localizados no Maranhão.
  • 10. • Portanto, houve um crescimento econômico do Nordeste nos primeiros anos do século XXI, que apresentam as seguintes características: • taxas médias positivas; • elevação da renda dos segmentos mais pobres; • aceleração do consumo; • e redução das desigualdades sociais. • Essa evolução, segundo a economista Tânia Bacelar, possui outra característica original: "É a primeira vez, desde o ciclo do açúcar, que a região passa por um processo de crescimento ancorado no setor privado“.
  • 11. Heterogeneidade econômica intra-regional • As visões tradicionais sobre a região são: Nordeste região- problema, Nordeste da seca e da miséria. • "Nordeste sempre ávido por verbas públicas, em que tradicionais políticas compensatórias, de caráter assistencialista, só contribuem para consolidar velhas estruturas socioeconômicas e políticas, perpetuadoras da miséria."
  • 12. • NE  Região heterogênea. • Ressalta-se que há novos focos de dinamismo da economia regional que convivem atualmente com as tradicionais áreas agrícolas da região. • Mesmo tendo avanço de capital, o I = F (i, EMgk), os investimentos irão para os lugares onde tem mais lucro  escolhas  aonde o capital chega, cria coisas diferentes. • Implicando em subespaços. • Porém, trata-se de uma economia dependente e complementar  com fluxo de capital da região Nordeste para o Centro-Sul.
  • 13. • Áreas de modernização intensa • Tendências da acumulação privada reforçadas pela ação estatal, quando não comandadas pela Estado brasileiro, fizeram surgir e se desenvolver no Nordeste diversos subespaços dotados de estruturas econômicas modernas e ativas, focos de dinamismo, em grande parte responsáveis pelo desempenho relativamente positivo apresentado pelas atividades econômicas da região. • Pólos dinâmicos ou machas ou focos de dinamismo.
  • 14. Permanência de velhas estruturas • Enquanto há espaços do Nordeste que desenvolvem atividades modernas, encontramos outras áreas que permanecem resistentes as mudanças, Mas, quando ocorre a modernização ela é restritiva e seletiva, o que ajuda a manter um padrão dominantemente tradicional. • “De início, deve-se ressaltar que nunca houve um Nordeste economicamente homogêneo ... Como esperávamos, a heterogeneidade cresceu nas última décadas. A existência, em alguns estados, de focos modernos, convivendo ou não com estruturas econômicas tradicionais, termina por definir diferentes trajetórias nas dinâmicas economias locais.” (ARAUJO, 2000. p. 179)
  • 15. • A predominância da rigidez das velhas estruturas econômicas- sociais e o domínio político das oligarquias tradicionais da região Nordeste, se deve principalmente pelas áreas de ocupação antiga, onde as velhas estruturas foram criando mecanismos de preservação. Neste sentido, o processo de concentração fundiária tem elevado, no semi-árido, das secas há um agravamento na perspectiva de concentração de terras nas mãos de pouquíssimos produtores.
  • 16. 2. As principais características da articulação intra- regional e sub-regionais • O parque industrial  instalado em 1960  incentivos federais, mantém estreitas articulações econômicas com outras regiões brasileira, mais particularmente com o Sudeste. • No que se refere ao mercado de produtos, a relação predominantemente é extra-regional, com destaque para a região Sudeste e, dentro dela, para São Paulo. • A predominância da produção de bens intermediários mostra que os insumos produzidos são transformados, em grande parte, onde se localiza a maior base industrial do país. • Portanto, há novos fluxos comerciais que se intensificaram nas últimas décadas e que articulam a indústria incentivada instalada no Nordeste, com outros segmentos da economia brasileira e com e com o exterior.
  • 17. As diferenças sociais internas • Sabe-se que as condições sociais da população nordestina são bastante desiguais, e na região Nordeste a riqueza é concentrada. • "Além disso, nas últimas décadas, a dinâmica e as transformações na base produtiva instalada na região foram muito mais intensas e profundas que as alterações para a melhoria da qualidade de vida dos nordestinos." • O Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) no ano de 1959 acusa que a fragilidade da economia da região Nordeste foi herdada desde sua colonização com elevada concentração de terras. Em decorrência desta natureza muitos trabalhadores rurais nordestinos migraram para setor urbano, isso por sua vez é justificada pelas freqüentes secas, com o intuito de melhores níveis de renda para a família e de vida, criando o êxodo rural.
  • 18. Introdução • Questão regional brasileira - interpretações que retardam o correto entendimento desse fenômeno. • Objetivo: discutir esse ângulo da questão regional. • Atenção: raro o trabalho ou estudo que apresente uma visão integrada do fenômeno regional, inserido na dinâmica social de toda a nação. CANO, Wilson. Desequilíbrios regionais e concentração industrial no Brasil. 1930-1970-1995, Campinas. SP. Unicamp. IE 1998.
  • 19. 1.1 - Conscientização política e teórica da questão regional • Regionalismo brasileiro ligado a história política e social. • Problema das secas do NE. • O problema ganhou maior destaque na discussão política nacional em fins da década de 1950. • Nível internacional: Cepal advertia o mundo subdesenvolvido para o enorme hiato entre nações ricas e pobres. • Alerta: sistema centro-periferia, ausência de medidas urgentes “as nações ricas tornar-se-iam cada vez mais rica e as pobres, cada vez mais pobre. • Surge a escola cepalina - proposta de uma industrialização (substituidora de importação). • O trabalho de Holland – critica à escola clássica regional, como inadequada para os problemas regionais, pois considera esses problemas como um processo histórico do desenvolvimento capitalista
  • 20. • Influencia da Regional Science e da CEPAL: idéia que prevaleceu. • Parcialmente inadequada • Principal problema teórico: consiste na concepção centro- periferia e não entre regiões de uma nação. • As regiões guardam diversidades culturais e históricas decorrentes de suas estruturas econômicas diferenciadas. • Plano interno fatos como: pressões decorrentes das grandes secas do NE resultam em medidas para seu combate. • Medidas: construção de açudes e estradas. • Instituições: • DNOCS: Departamento Nacional de Obras contra as secas. • Constituição Federal • Comissão do Vale do São Francisco • Criação do Banco do Nordeste • 1958/1959 criação da SUDENE–(Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste)
  • 21. • O problema da seca como fator decisivo para a criação da SUDENE • Visão da SUDENE para o NE - distinta das visões assistencialistas até então vigente. • Tentativas de impedir a instituição da SUDENE em Congresso Nacional. • Arcabouço institucional de apoio regional não se limitou ao NE. Sendo criados: • 1953 - SPVEA- Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia. • 1966 - transformada em SUDAM. • 1956 – SPVERFSP – Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Região da Fronteira Sudoeste do país. • 1967 - transformada em SUDESUL • 1961 – CODECO - Comissão de Desenvolvimento do CO. • 1967 - transformada na SUDECO.
  • 22. • 1967 – SUFRAMA – instituindo-se a Zona Franca de Manaus. • Questão regional: o GTDN como um excepcional documentos • Visão do autor: • 1º Errou ao tentar transpor para a região, uma política de industrialização orientada pela substituição regional de importações. • 2º Equivoco ao transplantar para a região uma política cepalina de substituição de importações referida ao marco nacional através de incentivos fiscais. • O cerne da industrialização nacional não residia apenas na implantação de setores modernos, mas uma industrialização comandada pelo capital estrangeiro e pelo Estado.
  • 23. • Equívocos na formulação de políticas econômicas. • O mito de tomar como paradigma do “desenvolvimento” as regiões industrializadas como SP. A industrialização como um mecanismo redentor do sofrimento regional. • Criticas – 4 questões: • 1.2.2- Fronteira agrícola e excedente populacional • Questão agrária como uma grave questão nacional. • Parte das terras cultiváveis encontram-se ocupado pelo capital especulativo. • A penetração do capitalismo no campo e a sobreposição do movimento especulativo do capital financeiro à questão fundiária tornam a reforma agrária uma questão problemática atualmente . 1.2 - Alguns equívocos e mitos na questão regional
  • 24. • 1.2.3 O mito do imperialismo paulista sanguessuga • Mito com 4 argumentos: • 1º De houve e há vazão de recursos monetários líquidos pelo sistema bancário; • 2º A periferia gera divisas que alimentam as importações de SP; • 3º Diferencias de taxas de câmbio, de tarifas e de preços, há uma transferência de renda da periferia para SP. • 4º E que SP cresceu, pelo menos em parte, à custa do excedente periférico. • 1º ARG- O verdadeiro problema do imperialismo interno é a concentração automática de capital. • Imperialismo paulista: o argumento é que através do sistema bancário SP recebe recursos líquido da periferia. 1.2 - Alguns equívocos e mitos na questão regional
  • 25. • Até meado de 1950 o sistema financeiro nacional se restringia aos serviços de bancos comerciais, SP nessa época detinha mais da metade da produção industrial do país. • A partir de 1950 o sistema financeiro torna-se mais complexo. • 2º ARG: • A periferia nacional apresenta saldo positivo em seu comércio com o exterior, com o qual SP financia seu déficit. • O superávit periférico pequeno demais para financiar o déficit de SP em 12 anos. • Grande parte do déficit de SP no período 1959/1961 se refere a importações sem cobertura cambial. • Critica recíprocas: RJ desde muitas décadas é responsável por déficit volumosos frente a SP
  • 26. • 3º ARG: • Efeitos do comercio exterior e do inter-regional que podem, conjuntamente, causar perdas os ganhos a uma região. • 1º variante: consiste na produtividade regional diferente. • Idéia de LEFF, propõe diferenciação cambial para as duas regiões e argumenta que teria sido melhor para o NE manter-se como unidade produtiva separada. • 2º variante : a periferia não industrializada paga altos preços pelos produtos industriais fabricados no Centro- sul. • Esse argumento procede, porem os efeitos devem recair sobre todos os consumidores nacionais.
  • 27. • Existência de 3 possibilidade para uma região não industrializada deixar de pagar latos preços; • 1º Renunciar aquele consumo (não fabrica, nem importa). • 2º Abdicar da industrialização e importar os bens industrializados. • 3º Importar os produtos da região industrializada. • Conclui-se que divisas resultantes do comercio com o exterior que era gasto com importações do Centro-sul deteriora-se dado o comportamento da taxa cambial (de exportação).
  • 28. • 4º ARG: • Hipótese de que SP cresceu a custa do excedente periférico. • Idéia de que SP desenvolveu sua industria graças ao seu potencial econômico , entre fins do século passado e as primeiras décadas deste. 1.2.4 O planejamento como panacéia • Não foi por falta de planos que a questão regional não foi corretamente tratada. • Critica: à ausência de uma coordenação em nível nacional. • Pretensão de desconcentrar o pólo de SP em consonância com o II PND, fortalecendo os do RJ, MG, Sul e NE. • Outro argumento é o de melhorar os níveis de qualidade de vida.
  • 29. • Idéia de que os problemas nacionais são tratados de forma isolada. • EX: é o tratamento da questão urbana. • Criticas: caso não mude essa atitude compartimentada , os problemas tenderão a aumentar ainda mais e suas soluções temporárias constituíram meros paliativos 1.3 - As visões compartimentadas e despolitizadas
  • 31. Nordeste: PIB 2002/2005 (em milhões de R$) Fonte: CARVALHO (2008) apud IBGE (2007). Os resultados do Produto Interno Bruto, demonstrando que a evolução da economia dos estados nordestinos no período 2002/2005 era positiva.
  • 32. Emprego • “Essa etapa atual de crescimento econômico nordestino tem permitido uma ampliação do mercado formal de trabalho, aumentando o número de assalariados com contrato de trabalho em 40%. Entre 2000 e 2006, o Nordeste ampliou em 1,8 milhão o número de novos contratos formais de trabalho, o que garante tanto uma presença forte na geração de emprego do país, como um aumento da renda Fonte: CARVALHO (2008) apud MTE/RAIS (2008) Nordeste: Empregos Formais (2000/2006)
  • 33. Exportações Fonte: CARVALHO (2008) apud MDIC (2008) Nordeste: Exportações (1999/2007) Entre os anos de 2000 e 2007, as vendas externas nordestinas triplicaram de valor, alcançando, em vários anos deste período, taxas mais elevadas que a média nacional, num ritmo que pode ser explicado tanto pela valorização internacional das commodities presentes na pauta tradicional (açúcar, cacau, fumo, etc.), como na ampliação da participação de novos setores industriais e agrícolas.
  • 34. Balança Comercial Gráfico1 – Nordeste - Balança Comercial 1998/2007 (US$ bi) Fonte: CARVALHO (2008) apud MDIC (2008) “Na última década, a balança comercial do Nordeste apresentou duas etapas distintas: a primeira (1998/2002) com exportações crescentes, mas ainda com saldo negativo; e a segunda, a partir de 2003, com elevação dos valores exportados, conseguindo saldos positivos, mas com tendência decrescente, a partir de 2006, em função do aumento das importações.” (CARVALHO, 2008)
  • 35. Rendimento Gráfico 3 – Nordeste - pessoas com mais de 10 anos (2006) Fonte: CARVALHO (2008) apud IBGE/PNAD (2007) “O perfil de renda da população nordestina com mais de 10 anos reproduz o traço mais forte da economia regional, a sua pobreza: 40,8% dos habitantes possui uma renda abaixo de meio salário mínimo, e 28,1% entre meio e um salário, ou seja, mais de dois terços recebem menos que um piso nacional; no outro pólo, apenas 12,4% possuem renda acima de dois salários mínimos.” (CARVALHO, 2008)
  • 36. População Gráfico 4 – Nordeste - evolução da população 1960/2006 Fonte:CARVALHO (2008) apud IBGE (2008) “Nas últimas três décadas, a região Nordeste urbanizou-se rapidamente. A migração rural e o crescimento acelerado transformaram, majoritariamente, a população nordestina em citadina. No entanto, apesar desse novo perfil, a população rural de 14,6 milhões de pessoas continua significativa, representando quase metade dos 31 milhões de habitantes da área rural brasileira.” (CARVALHO, 2008)
  • 37. Perfil da pobreza e da desigualdade de renda Fonte:CARVALHO (2008) apud NERI (2008) Nordeste: perfil da pobreza e renda domiciliar (2006/2005) Destaque para a redução do número de miseráveis (pessoas com renda mensal inferior a 125 reais) e do aumento da renda domiciliar, entre os anos de 2005 e 2006.
  • 38. Brasil: índice de Gini (2001/2005) Fonte:CARVALHO (2008) apud IPEA (2008) “O Índice de Gini do Nordeste vem apresentando resultados que apontam para uma convergência com o Índice nacional (0,563), mas ainda distantes dos valores médios da região Sul (0,506), Norte (0,521) e Sudeste (0,538). “ CARVALHO (2008)
  • 39. Conclusão • Essa nova fase de crescimento, distinta das quatro décadas da anterior “era Sudene”, com crescimento econômico e redução das desigualdades sociais, poderá se constituir num novo capítulo na sua história (se estes indicadores se mantiveram), com outro cenário social e econômico, mais sintonizado com os níveis de desenvolvimento registrados nas outras regiões do país; uma nova fase que, por seus benefícios aos pobres, coloca o Nordeste numa situação mais sintonizada com a música “Volta da Asa Branca” do que com a “Triste partida”, clássicos do cancioneiro nordestino cantados por Luiz Gonzaga.