SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 18
Downloaden Sie, um offline zu lesen
0
Unidade I:
Unidade: Escola de
Chicago
1
Unidade:EscoladeChicago
Unidade: Normas de Formatação do Conteúdo
INTRODUÇÃO
Recentemente lemos, numa página da internet, algo mais ou menos
assim: já faz um tempo que vivo um paradigma interessante em minha vida.
Ele é o de usar os talentos e a dependência de Deus.
Outra vez numa roda de bate-papo escutamos de alguém: “Chega! eu
quebrei todos os paradigmas e agora quero ser outra pessoa.”
Afinal? Do que essas pessoas estavam falando quando se referiam a
paradigma? O que é um paradigma?
O paradigma é um modelo, uma
idéia geral sobre alguma coisa. É uma
idéia geral, arquétipo, corresponde a um
código e oferece uma série de
possibilidades à pesquisa.
Veja, quando você adota um
modelo de pensamento, por exemplo,
para ele ser validado, precisa de uma
teoria que o legitime, porque ele é apenas uma forma imaginada de pensar. Se
não se legitimar, será apenas senso comum, isto é, será genérico e não tem
fundamento científico. Grosseiramente podemos dar o exemplo de que toda
loira é burra. Será? De onde saiu ou foi construída essa verdade? Não
sabemos. Em qual teoria ela se apoia? Não sabemos. Logo podemos afirmar
que ela é senso comum e que em decorrência disso origina piadas de mau
gosto e preconceituosas.
Então, retomemos alguns conceitos de maneira rápida. A teoria é um
processo de codificação das idéias, elaborado de forma sistemática e para
tanto ela codifica o processo do pensamento, para que depois possa ser
aplicado, e a essa aplicação dar-se-á o nome de prática, práxis, ação ou agir.
Existe na comunicação a mensagem ou mensagens que podem ser
Significa
Modelo, padrão,
norma; exemplo.
2
Unidade:EscoladeChicago
diretas, isto é, elas dizem aquilo mesmo, por exemplo, a maçã está madura, ou
indiretas (subjetivas), por exemplo, nossa! A prova foi tão fácil! Pelo tom que
daremos no fácil ele poderá ser difícil. Entendeu?
Segundo Polistchuck&Trinta (2003) “O paradigma reina, a teoria legisla,
o modelo governa.”1
E sobre a técnica e tecnologia, os mesmos autores dizem que é válido
afirmar que: “A ciência descobre, a tecnologia aplica, a indústria produz, a
sociedade adota.”
E quais são os principais modelos ou paradigmas que poderemos
estudar em Teoria da Comunicação? Eles são vários e variam de tempos em
tempos de acordo com a sociedade, como os pensadores entendem a
comunicação, e como a usam para explicar seu mundo.
Um dos modelos ou paradigma conceitual que você vai conhecer é a Escola de
Chicago. Para que você possa ter um panorama sobre esta escola, iniciaremos
com um breve histórico sobre ela e a contextualizaremos no panorama
mundial, OK?
Breve histórico da escola de chicago
A Universidade de Chicago é uma instituição com mais de um século de
tradição (1890) e foi doada ao American Baptist Education Society por John
Rockefeler. Ela abriga importantes pesquisadores cujas referências são
mundiais.
http://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotos-
g35805-d497032-w3-University_of_Chicago-
Chicago_Illinois.html
1
POLISTCHUCK, I &TRINTA.A- Teorias da Comunicação-RJ-Camus,2003p.65
3
Unidade:EscoladeChicago
Entre 1915 e 1940, a Escola de Chicago produziu um vasto e variado
conjunto de pesquisas sociais direcionados à investigação dos fenômenos
sociais que ocorriam especificamente no meio urbano da grande metrópole
norte-americana.
Com a formação da Escola de Chicago, inaugura-se um novo campo de
pesquisa sociológica, centrado exclusivamente nos fenômenos urbanos, que
dará origem a um novo tipo de estudo, conhecido como Sociologia Urbana.
http://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotos-
g35805-d497032-w3-University_of_Chicago-
Chicago_Illinois.html
A primeira geração de sociólogos da Escola de Chicago foi composta
por Albion W. Small; Robert Ezra Park (1864-1944); Ernest Watson Burgess
(1886-1966); Roderick Duncan McKenzie (1885-1940) e William Thomas
(1863-1947). Esses pesquisadores foram os responsáveis pelo primeiro
programa de estudos de sociologia urbana. Nas décadas seguintes, outros
colaboradores se destacaram: Frederic Thrasher (1892-1970), Louis Wirth
(1897-1952) e Everett Hughes (1897-1983).
Então vamos conhecer um pouco mais dessa Escola...
Contexto histórico
O inicio do século XX marca o advento do capitalismo, o
desenvolvimento dos grandes centros urbanos e a migração maciça de famílias
do campo para as cidades em busca de trabalho. As cidades representavam a
possibilidade de novos empregos e possibilidade de ascensão social e
econômica para esses migrantes. Você conhece esse fenômeno, pois ele ainda
4
Unidade:EscoladeChicago
ocorre nas grandes cidades e na cidade de São Paulo, considerada a maior
metrópole da América Latina, não é diferente. Essa migração descontrolada
gera a formação de bolsões de pobreza, subempregos, criminalidade e
violência urbana.
Muito bem, o surgimento da Escola de Chicago está diretamente ligado
ao processo de expansão urbana e crescimento demográfico da cidade de
Chicago no início do século 20, provocado pelo acelerado desenvolvimento
industrial das cidades do Meio-Oeste dos EUA.
Veja o que diz Coulon (1995 p.11-12) sobre Chicago dessa época.
[...] Na segunda metade di século XIX, migrantes rurais do
Middle West chegaram em massa, bem como um número
impressionante de imigrantes estrangeiros: alemães,
escandinavos, irlandeses,italianos, poloneses, lituanos, checos
e judeus. Em 1900, mais da metade de Chicago havia nascido
fora da América. Chicago tornou-se uma cidade industrial, um
centro comercial e uma próspera bolsa; o capitalismo selvagem
desenvolveu-se e a cidade assistiu vários tumultos (1886) e as
greves operárias (1894). Era também a cidade da arte e da
cultura, influenciada pela religião protestante, que tinha um
grande respeito pelo ensino e pelos livros. Uma cidade
moderna, reconstruída de aço e concreto após o incêndio de
1871. Nela foram construídos os primeiros arranha-céus dos
Estados Unidos e desenvolveu-se um movimento arquitetônico
modernista que também ficaria conhecido com Escola de
Chicago.
Diante de tanto desenvolvimento, a cidade de Chicago não ficou impune
a questões sociais que já apontamos acima. Então como nas grandes
metrópoles brasileiras, a cidade de Chicago assistiu ao surgimento de graves
problemas sociais.
Em Chicago, no começo do século XX, houve um aumento da
criminalidade, da delinquência juvenil; o aparecimento de gangues de
marginais; aumento de bolsões de pobreza e desemprego; a imigração e, com
5
Unidade:EscoladeChicago
ela, a formação de várias comunidades segregadas (os guetos urbanos, as
favelas, os cortiços).
Todos esses problemas sociais (que na época, e ainda hoje muitos
sociólogos denominam como "patologia social") se converteram nos principais
objetos de pesquisa para os sociólogos da Escola de Chicago.
O mais importante a destacar é que os estudos dos problemas sociais
estimularam a elaboração de novas teorias e conceitos sociológicos, além de
novos procedimentos metodológicos na tentativa de compreender o porquê
dessa desordem na sociedade. Esse fenômeno recebe um nome curioso
sabiam? Chama-se anomia social.
Ecologia humana
Robert Ezra Park é considerado um dos mais importantes
representantes e precursores dos estudos urbanos; junto com Ernest Watson
Burgess e Roderick Duncan McKenzie elaborou o conceito de "ecologia
humana", a fim de sustentar teoricamente os estudos da sociologia urbana.
Através da observação entre o reino animal e vegetal Robert Park
estabeleceu uma analogia entre ele e o mundo dos homens, criando a teoria da
ecologia humana.
Por essa teoria, a cidade é um grande campo de observação ou um
grande laboratório social, porque é nela que se manifestam as contradições
sociais visíveis e percebidas.
O conceito de ecologia humana serviu de base para o estudo do
comportamento humano, tendo como modelo o lugar social que os indivíduos
vivem e constroem suas histórias de vida, se relacionam entre si e criam seu
repertório de significados e conhecimentos.
A abordagem ecológica questiona se o habitat social (ou seja, o espaço
físico e as relações sociais) determina ou influencia o modo e o estilo de vida
dos indivíduos.
Nessa época, o pensamento que vigorava era o das ciências biológicas,
6
Unidade:EscoladeChicago
e o uso da razão era visto apenas como um instrumento, isto é a razão para
existir teria de ter um fim a alcançar. 2
O método de pesquisa usado era o da observação, isto é, o empírico.
Então, a comparação entre os seres humanos e os seres animais era inevitável
uma vez que, como já dissemos, prevaleciam os estudos das ciências
biológicas. Nessa situação, o uso da palavra indivíduo servia tanto para
designar gente como animal ou planta.
Quando os pesquisadores da época compararam a sociedade com a
natureza, tomaram como exemplo o equilíbrio dela e os resultados que disso
provinha. Compreender essa relação entre o meio ambiente e os animais
(estudo ecológico) era importante, e compará-la com a sociedade foi um passo
pequeno.
Dito de outra forma, a questão central era saber até que ponto os
comportamentos desviantes, por exemplo, as várias formas de criminalidade
são produtos do meio social, ou não, em que o indivíduo está inserido.
Park e Burgess se apropriaram do conceito de ecologia criado por
Ernest Haeckel (1859) que definia a ciência como relações do organismo com
o ambiente e estenderam o conceito para todas as condições da existência.
Segundo Mattelart&Mattelart (2004), são três elementos que definem uma
comunidade:
1. População organizada em um território através de uma
identidade cultural;
2. Relação simbiótica entre os sujeitos, isto é, a
interdependência mútua gerada por necessidades fisiológicas e
sociais;
3. Competição e a divisão de trabalho que não são
planejadas e geram uma cooperação competitiva nascidas da
formação da „web life‟ (rede de vida) ligadas por um eixo
comum, e que dá sentido à vida e forma a comunidade
orgânica. Para Park, esse modelo pode ser transferido para
2
Se quiserem conhecer um pouco mais sobre o racionalismo científico pesquisem Descartes.
7
Unidade:EscoladeChicago
explicar o „ciclo das relações étnicas‟, nas comunidades de
imigrantes (competição, conflito, adaptação e assimilação).
Ainda, de acordo com Mattelart&Mattelart (2004no capítulo II –
Teorias da Comunicação
Park entende que o biótico é uma superestrutura erguida a
partir de uma subestrutura biótica e que a ela se impõe como
instrumento de direção e controle: o nível social ou cultural.
Esse nível é assumido pela comunicação e pelo consenso, cuja
função é regular a competição, permitir o compartilhamento de
uma experiência e vincular-se à sociedade.
A ecologia humana entende que a mudança adquire o caráter
de equilíbrio diante da crise (equilíbrio social e balança biótica),
e opera a transição de forma estável.
Sabe que até hoje há correntes de pensamentos semelhantes e que se
alternam nos estudos sobre esse tema? Basta você ver as discussões sobre a
delinqüência juvenil, marginalidade, ou outros temas de sobre violência urbana
através dos meios de comunicação.
Então prosseguindo: o conceito de ecologia humana e a concepção
ecológica da sociedade foram muito influenciados pelas abordagens teóricas
do "evolucionismo social".
Voltando um pouco à época desses estudos, estavam em voga os
estudos de Darwin sobre a evolução das espécies, que o evolucionismo social
tomou como referência.
Essa época é também a época do positivismo o qual preconizava uma
lógica racional e de um mundo concebido de tal forma que uma coisa sucede à
outra de maneira precisa.
8
Unidade:EscoladeChicago
O melhor exemplo para você entender esse pensamento é o lema da
bandeira brasileira “Ordem e
Progresso”. Então, dentro dessa
lógica, um país ordeiro é um país
que progride, e é natural que
uma coisa puxe a outra,
compreendeu? Nada está solto,
existe um sucedâneo, um
suceder.
Você deve estar se
perguntando: Darwin também
formulou a teoria da evolução
social? Nós diríamos, não. Mas
as suas idéias foram „emprestadas‟ pelos sociólogos que acreditavam que as
sociedades evoluiriam para um estágio superior, acompanhando o
desenvolvimento das espécies, explicando de certa forma o desaparecimento
de algumas sociedades e o aparecimento de novas outras.
Então, a cidade como um grande e complicado "laboratório social" que
pode ser entendido através dos sinais de desorganização, de marginalidade,
de aculturação, de assimilação, é entendida como o lugar da mobilidade não só
física geográfica, mas social.
As pesquisas sociológicas dessa época foram marcadas pelo uso
sistemático dos métodos empíricos o que permitiu elencar variadas formas de
anomalias sociais. O que isso quer dizer? Ora, a coleta de dados e
informações sobre as condições e os modos de vida urbanos passou a ser
observados e estudados revelando as incongruências da sociedade. A partir
daí os seus efeitos poderiam apontar para soluções viáveis tornando a cidade
mais humanizada.
O uso de métodos descritivos deu base aos estudos biográficos com
base nas narrativas pessoais ou de grupos (histórias de vida) em primeira mão.
A esse tipo de estudo chamamos de informações primárias, e, em história, de
história oral, já que o pesquisado e as pessoas que se relacionam entre si são
Leia mais sobre
Darwinismo Social
no link
http://jus2.uol.com.br/doutrina
/texto.asp?id=4633
O tema é bem interessante!
9
Unidade:EscoladeChicago
os autores de suas próprias histórias e a interpretam de acordo com as suas
referências pessoais, sociais e culturais.
A pesquisa é feita de forma participativa. O pesquisador ao mesmo
tempo é pesquisador e participante dela ele interage com o pesquisado
(interacionismo). Veja o exemplo que de fato aconteceu cujo relato completo
está no livro “The taxi dance hall” de Cressey (1932). O autor relata sobre os
taxi dance halls, que eram lugares das dançarinas profissionais. Essa atividade
apareceu em São Francisco/CA no início do século. Esses lugares, cuja
reputação não era boa, eram frequentados por homens, na maioria, imigrantes
proletários, que iam dançar, e as dançarinas eram pagas “por dança”, tendo de
repartir seus ganhos com o dono do estabelecimento.
Como os donos dos estabelecimentos e os frequentadores não
cooperavam, os observadores foram aos salões como clientes em busca de
diversão e realizaram a pesquisa. Segundo (COULON, 1995 p.106), havia três
objetivos da pesquisa:
Dar uma visão íntima e sem viés ao mundo das taxi-dance hall
e seus ‟clientes‟;
Traçar a história da taxi dance hall como instituição urbana,
descobrir as condições favoráveis a seu aparecimento e a seu
desenvolvimento e analisar suas funções em termos de
satisfação das necessidades de seus clientes;
O terceiro era apresentar de modo mais imparcial possível as
formas de controle, suscetíveis de manter a ordem, criar
códigos de conduta por parte de todos.
Outros exemplos podem ser vistos, como, o investigador vai morar no
bairro em que a criminalidade é muito grande. Ou seja, ele passará a conhecer
o lugar, seus habitantes, recolher as informações sobre as pessoas, não se
identificando como investigador, mas como igual, como um morador comum. A
construção do „self‟ ou a construção da sua individualidade. O indivíduo é
capaz de uma experiência singular e única, que traduz sua história de vida,
10
Unidade:EscoladeChicago
sendo ao mesmo tempo submetido às forças de nivelamento e
homogeneização do comportamento
Ainda por meio dos estudos biográficos foi possível conhecer, em
detalhes, as origens sociais dos sujeitos investigados, chegando ao cotidiano e
às interações sociais que ocorrem no interior de grupos fechados. Esses
grupos poderiam ser as gangues de rua, os guetos étnicos, os grupos de
marginais ou criminosos comuns. O conhecimento da trajetória de vida desses
grupos permitiu conhecê-los de forma aprofundada entender o que os levava à
exclusão social ou à marginalidade.
A escola do crime
Há alguns filmes recentes de produção
nacional que mostra de forma romanceada
esse tema. Um é o “Ônibus 174” e o outro é
“Última Parada 174”.
Veja no link abaixo as informações
sobre o filme:
http://br.cinema.yahoo.com/filme/15363/ultimaparada174
Leia também:
Escola de Chicago: história.
http://educacao.uol.com.br/sociologi
a/escola-de-chicago-contexto-
historico.jhtm
11
Unidade:EscoladeChicago
O estudo da grande metrópole norte-americana, por parte dos
pesquisadores da Escola de Chicago, privilegiou algumas temáticas. As
variadas formas de criminalidade e o fenômeno da imigração foram os temas
que eles mais estudaram.
Essa preocupação estava vinculada aos vários problemas sociais que a
cidade Chicago enfrentava: a criminalidade, a marginalidade e a chegada de
grandes ondas imigratórias de europeus, principalmente os que buscavam
refúgio nos Estados Unidos da América, decorrente da crise econômica
provocada pela I Guerra e pelo advento do capitalismo industrial que carecia de
mão-de-obra.
As pessoas que imigravam, na maioria, não tinham lugar para ficar e se
fixavam nos locais mais distantes e baratos para morar. A cidade era estranha
a elas... Os estudos da época apontavam que as áreas mais abandonadas da
cidade, pelo poder público sem infra-estrutura adequada, serviços essenciais
como saúde e educação transformavam-se rapidamente em locais de moradia
para essa leva de imigrantes e logo surge a ação das gangues de rua e dos
bandos de delinquentes juvenis. Esses locais se tornaram rapidamente áreas
nas quais as taxas de criminalidade eram muito altas.
Desse modo, os pesquisadores demonstraram que a cidade tinha áreas
sociais que motivavam ação do crime: o espaço urbano degradado favorecia a
quebra das regras e instituições sociais (escola, família) e, de certa forma,
produzia comportamentos desviantes.
Sobre comportamentos desviantes veja o que Giddens (2008) diz:
O estudo do comportamento desviante é uma das áreas mais
intrigantes e complexas, da Sociologia, ensinando-nos que
ninguém é tão normal quanto gosta de pensar. Ajuda-nos
igualmente a perceber que aquelas pessoas cujo
comportamento pode parecer estranho ou incompreensível são
seres racionais quando compreendemos a razão dos seus
actos.
O estudo do desvio, tal como outros campos da Sociologia,
centra-se no poder social. bem como na influência da classe
12
Unidade:EscoladeChicago
social – as divisões entre ricos e pobres. Quando olhamos para
o desvio ou para a conformidade às normas ou regras sociais,
temos sempre que questionar: “as regras de quem?”. Como
veremos, as normas sociais são fortemente influenciadas pelas
divisões de classe e poder.
O que se entende por desvio?
O DESVIO pode ser definido como uma inconformidade em
relação a determinado conjunto de normas aceite por um
número significativo de pessoas de uma comunidade ou
sociedade. Nenhuma sociedade, como já foi enfatizado, pode
ser dividida de um modo linear entre os que se desviam das
normas e aqueles que estão em conformidade com elas. A
maior parte das pessoas transgride, em certas ocasiões, regras
de comportamento geralmente aceites. Quase toda a gente,
por exemplo, em determinada altura já cometeu actos menores
de roubo, como levar alguma coisa de uma loja sem pagar ou
apropriar-se de pequenos objectos do emprego – corno papel
de correspondência – e dar-lhe um uso privado.
http://semibreve.wordpress.com/2008/09/26/texto-008-o-
comportamento-desviante/
Sobre a imigração, os pesquisadores procuraram compreender as
interações que ocorrem quando da chegada do imigrante na grande metrópole.
Basicamente, identificaram quatro tipos básicos de interação social:
competição, conflito, acomodação e assimilação.
Observe seus significados traduzidos de forma muito simples:
1. Competição: Todos nós somos movidos a competir e a competição faz parte
do desenvolvimento da sociedade. A competição está ligada ao controle social.
A competição organiza de certa forma a sociedade, pois ela orienta novas
formas de trabalho, introduz uma nova forma de relação social baseada nas
relações econômicas.
2. O Conflito: A existência do conflito também permite que uma vez existente se
busque respostas para ele. Todos nós temos conflitos seja de ordem pessoal
ou social. O conflito social é derivado da competitividade, e é consciente e cria
13
Unidade:EscoladeChicago
um sentimento de solidariedade pelos que o partilham, pois são minorias.
3. A resolução desses conflitos permite com que o sujeito busque alternativas,
o que lhe confere o equilíbrio.
4. A Acomodação ou adaptação sugere o esforço do grupo para ajustar-se às
novas situações que lhe são impostas, nem sempre é pacífico, mas que tende
a aceitação das diferenças. Uma vez que o conflito uma vez resolvido
estabeleça um período de „calmaria‟, e o sujeito passa a fase de adaptação.
5. A Assimilação é o processo pelo qual o sujeito não despreza seus
conhecimentos anteriores (cultura), ao contrário, o valoriza, mas adota
comportamentos, parte de uma cultura para si para facilitar sua existência na
sociedade. É o caso de alguns religiosos, por exemplo.
Herança da escola de chicago
A orientação dos estudos sociológicos elaborados sobre a Escola de
Chicago dominou a sociologia norte-americana até por volta da metade da
década de 1930, mas sua influência se estendeu nas décadas seguintes.
A Escola de Chicago desempenhou papel relevante na institucionalização da
sociologia como ciência acadêmica nos Estados Unidos dando origem aos
estudos etnográficos ou para sermos mais objetivas aos estudos nos quais a
observação participativa é fundamental para a pesquisa. Para Coulon (1995
p.115)
[...] a Escola de Chicago pode ser considerada como o berço de
uma grande variedade de abordagens empíricas, inclusive a da
observação participativa, que tem em comum o fato de se inserir
em uma sociologia urbana prática e de ter inaugurado, em resumo
a indagação sociológica direta junto aos indivíduos, deixando para
trás a sociologia especulativa que marcara a época anterior.
Ao centrar seus estudos nos problemas sociais, porém, ela foi criticada
por negligenciar a elaboração de teorias sociológicas a partir da reflexão
intelectual dissociada da sociologia aplicada. Até certo ponto, essa afirmação é
verdadeira, mas as contribuições que a Escola de Chicago forneceu à
sociologia não podem ser desprezadas ou negadas.
14
Unidade:EscoladeChicago
A comparação dos fatos a partir da vivência do cientista social no meio
urbano e na vida das comunidades através da observação direta para coletar
os dados é até hoje muito
importante.
Há hoje vários relatos
de casos em que, por
exemplo, o jornalista
investigativo mergulha na
comunidade para coletar
dados e fazer uma grande
matéria. Foi o caso do
jornalista Tim Lopes que foi
assassinado durante a
realização de uma
reportagem sobre bailes
funks nos subúrbios do Rio de Janeiro.
Outras contribuições importantes da Escola de Chicago foram,
certamente, os estudos de criminologia (sociologia criminal) e os métodos
biográficos, que, que voltam valorizados e usados, o método qualitativo para a
pesquisa, o trabalho de campo, entre outros.
Todas essas contribuições são importantes para o estudo da
comunicação, para ampliação do repertório intelectual e para as práticas
comunicacionais.
A partir de 1940, inaugura-se um novo período de estudos decorrentes,
sobretudo das mudanças que o mundo assistia. Nesse período, ocorre a II
Guerra Mundial, há aumento do consumo dos bens industrializados,
fortalecimento do capitalismo e dos meios de comunicação entre outros.
Os pesquisadores sociais abandonam as técnicas qualitativas marcadas
pela Escola de Chicago no seu início e introduzem a pesquisa de modelo
quantitativo na Universidade de Columbia sendo Robert Merton e Paul
Lazarfeld seus representantes.
Relembre o fato no link:
http://www.timlopes.com.br/ce
ntral_globo_jornalismo.htm
15
Unidade:EscoladeChicago
Bem, chegamos ao final dessa unidade. Vamos tratar na próxima
unidade do estudo da Escola Funcionalista.
16
Unidade:EscoladeChicago
Referências
COULON, A. A Escola de Chicago. Campinas: Papirus,1995.
GIDDENS, A. O comportamento desviante. Disponível em:
http://semibreve.wordpress.com/2008/09/26/texto-008-o-comportamento-desviante/,
acesso em 26 setembro, 2008.
MATTELART, A.; MATTELART, M. Historia das Teorias da Comunicação.
7ed. São Paulo: Loyola, 2004.
POLISTCHUCK,I; TRINTA A.R. Teorias da Comunicação. Rio de Janeiro:
Campus, 2003.
WOLF, M. Teorias da Comunicação. 8. ed. Lisboa: Presença, 2003.
17
Responsável pelo Conteúdo:
Prof. Ms. Wildney Feres Contrera
Profª. Esp. Sandra Lúcia Botelho R. Oliveira
Revisão Textual:
Profª Dra. Roseli Ferreira Lombardi
www.cruzeirodosul.edu.br
Campus Liberdade
Rua Galvão Bueno, 868
01506-000
São Paulo SP Brasil
Tel: (55 11) 3385-3000

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

Panorama das Teorias das Comunicação
Panorama das Teorias das ComunicaçãoPanorama das Teorias das Comunicação
Panorama das Teorias das Comunicação
Marcelo Freire
 
Teoria funcionalista
Teoria funcionalistaTeoria funcionalista
Teoria funcionalista
rodcassio
 
Teoria hipodérmica outras abordagens
Teoria hipodérmica outras abordagensTeoria hipodérmica outras abordagens
Teoria hipodérmica outras abordagens
rodcassio
 
Aula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E Gatekeeper
Aula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E GatekeeperAula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E Gatekeeper
Aula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E Gatekeeper
RTimponi
 
Abordagem Empírica De Campo Efeitos Limitados
Abordagem Empírica De Campo Efeitos LimitadosAbordagem Empírica De Campo Efeitos Limitados
Abordagem Empírica De Campo Efeitos Limitados
Valéria da Costa
 

Was ist angesagt? (20)

TC ESCOLA FRANCESA
TC ESCOLA FRANCESATC ESCOLA FRANCESA
TC ESCOLA FRANCESA
 
Teoria hipodermica aula
Teoria hipodermica aulaTeoria hipodermica aula
Teoria hipodermica aula
 
Teoria Hipodermica
Teoria Hipodermica Teoria Hipodermica
Teoria Hipodermica
 
Panorama das Teorias das Comunicação
Panorama das Teorias das ComunicaçãoPanorama das Teorias das Comunicação
Panorama das Teorias das Comunicação
 
Teoria Funcionalista
Teoria FuncionalistaTeoria Funcionalista
Teoria Funcionalista
 
Aula 03 - Modelo de Lasswell
Aula 03 - Modelo de LasswellAula 03 - Modelo de Lasswell
Aula 03 - Modelo de Lasswell
 
Aula 03 – Teorias do Jornalismo_Gatekeeping
Aula 03 – Teorias do Jornalismo_GatekeepingAula 03 – Teorias do Jornalismo_Gatekeeping
Aula 03 – Teorias do Jornalismo_Gatekeeping
 
Teoria funcionalista
Teoria funcionalistaTeoria funcionalista
Teoria funcionalista
 
Aula 02 Teoria Hipodérmica da Comunicação
Aula 02   Teoria Hipodérmica da ComunicaçãoAula 02   Teoria Hipodérmica da Comunicação
Aula 02 Teoria Hipodérmica da Comunicação
 
Aula 13 - Folkcomunicação
Aula 13 - FolkcomunicaçãoAula 13 - Folkcomunicação
Aula 13 - Folkcomunicação
 
Cibercultura
CiberculturaCibercultura
Cibercultura
 
Mediação ou mediatização?
Mediação ou mediatização?Mediação ou mediatização?
Mediação ou mediatização?
 
Dos meios às mediações - Jesús Martin-Barbeiro
Dos meios às mediações - Jesús Martin-BarbeiroDos meios às mediações - Jesús Martin-Barbeiro
Dos meios às mediações - Jesús Martin-Barbeiro
 
Teoria hipodérmica outras abordagens
Teoria hipodérmica outras abordagensTeoria hipodérmica outras abordagens
Teoria hipodérmica outras abordagens
 
Aula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E Gatekeeper
Aula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E GatekeeperAula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E Gatekeeper
Aula 3 Teoria Ii Agenda, Newsmaking E Gatekeeper
 
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart HallAula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
Aula 9c Estudos Culturais - Stuart Hall
 
Abordagem Empírica De Campo Efeitos Limitados
Abordagem Empírica De Campo Efeitos LimitadosAbordagem Empírica De Campo Efeitos Limitados
Abordagem Empírica De Campo Efeitos Limitados
 
Design gráfico 3a aula - Teoria Hipodérmica
Design  gráfico   3a aula - Teoria HipodérmicaDesign  gráfico   3a aula - Teoria Hipodérmica
Design gráfico 3a aula - Teoria Hipodérmica
 
Teoria crítica - teorias da comunicação
Teoria crítica - teorias da comunicaçãoTeoria crítica - teorias da comunicação
Teoria crítica - teorias da comunicação
 
A teoria culturológica - abordagem de Edgar Morin
A teoria culturológica - abordagem de Edgar MorinA teoria culturológica - abordagem de Edgar Morin
A teoria culturológica - abordagem de Edgar Morin
 

Andere mochten auch

Anàlisi dels espais de la cultura Hippie
Anàlisi dels espais de la cultura HippieAnàlisi dels espais de la cultura Hippie
Anàlisi dels espais de la cultura Hippie
IanGallo
 
PROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIURE
PROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIUREPROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIURE
PROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIURE
andreitamc
 
Tiranny of the bottom line
Tiranny of the bottom lineTiranny of the bottom line
Tiranny of the bottom line
DJhan Yayak
 
လာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယု
လာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယုလာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယု
လာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယု
san aye
 
Walter Drakeford recommendation letter
Walter Drakeford recommendation letterWalter Drakeford recommendation letter
Walter Drakeford recommendation letter
Hellene Brinson
 

Andere mochten auch (20)

TRABAJO 5
TRABAJO 5TRABAJO 5
TRABAJO 5
 
Dunja i bojana
Dunja i bojanaDunja i bojana
Dunja i bojana
 
поэты
поэтыпоэты
поэты
 
Minosegi elet
Minosegi eletMinosegi elet
Minosegi elet
 
Anàlisi dels espais de la cultura Hippie
Anàlisi dels espais de la cultura HippieAnàlisi dels espais de la cultura Hippie
Anàlisi dels espais de la cultura Hippie
 
Visi sm
Visi smVisi sm
Visi sm
 
Trabajo sena
Trabajo senaTrabajo sena
Trabajo sena
 
strategic analysis case Komatzu
strategic analysis case Komatzustrategic analysis case Komatzu
strategic analysis case Komatzu
 
Lean Agile PMBOK®
Lean Agile PMBOK®Lean Agile PMBOK®
Lean Agile PMBOK®
 
PROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIURE
PROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIUREPROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIURE
PROGRAMARI PRIVAT I PROGRAMARI LLIURE
 
P 3
P 3P 3
P 3
 
Mankeu
MankeuMankeu
Mankeu
 
Tiranny of the bottom line
Tiranny of the bottom lineTiranny of the bottom line
Tiranny of the bottom line
 
世界報紙頭條1015
世界報紙頭條1015世界報紙頭條1015
世界報紙頭條1015
 
CULTURAS_PSI_programa
CULTURAS_PSI_programaCULTURAS_PSI_programa
CULTURAS_PSI_programa
 
Jigsaw Magazine
Jigsaw MagazineJigsaw Magazine
Jigsaw Magazine
 
Nada se tira todo se recicla
Nada se tira todo se reciclaNada se tira todo se recicla
Nada se tira todo se recicla
 
releaving
releavingreleaving
releaving
 
လာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယု
လာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယုလာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယု
လာျခင္းေကာင္းေသာလူကေလး-ခင္ႏွင္းယု
 
Walter Drakeford recommendation letter
Walter Drakeford recommendation letterWalter Drakeford recommendation letter
Walter Drakeford recommendation letter
 

Ähnlich wie Teoria da comunicação Unidade II

Introdução a cultura digital
Introdução a cultura digitalIntrodução a cultura digital
Introdução a cultura digital
Aline Corso
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
AleTavares2
 
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Vania Pradebon
 
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Vania Pradebon
 
Giddens, anthony. a constituição da sociedade
Giddens, anthony. a constituição da sociedadeGiddens, anthony. a constituição da sociedade
Giddens, anthony. a constituição da sociedade
Douglas Evangelista
 

Ähnlich wie Teoria da comunicação Unidade II (20)

Design gráfico 5a aula
Design  gráfico   5a aulaDesign  gráfico   5a aula
Design gráfico 5a aula
 
Teoria da Comunicação Unidade III
Teoria da Comunicação Unidade IIITeoria da Comunicação Unidade III
Teoria da Comunicação Unidade III
 
Apostila de sociologia para o 1º ano ensino médio
Apostila de sociologia para o 1º ano ensino médioApostila de sociologia para o 1º ano ensino médio
Apostila de sociologia para o 1º ano ensino médio
 
Aula dia 29 01
Aula dia 29 01Aula dia 29 01
Aula dia 29 01
 
Carolos Alberto Avila Araujo Ciencia da informação como ciencia social.pdf
Carolos Alberto Avila Araujo Ciencia da informação como ciencia social.pdfCarolos Alberto Avila Araujo Ciencia da informação como ciencia social.pdf
Carolos Alberto Avila Araujo Ciencia da informação como ciencia social.pdf
 
Unidade I Aula:Bases para uma Sociologia Urbana
Unidade I  Aula:Bases para uma Sociologia UrbanaUnidade I  Aula:Bases para uma Sociologia Urbana
Unidade I Aula:Bases para uma Sociologia Urbana
 
Filosofia politica contemporânea
Filosofia politica contemporâneaFilosofia politica contemporânea
Filosofia politica contemporânea
 
Sociologia
Sociologia Sociologia
Sociologia
 
Introdução a cultura digital
Introdução a cultura digitalIntrodução a cultura digital
Introdução a cultura digital
 
Cienciassociais
CienciassociaisCienciassociais
Cienciassociais
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
 
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
1.-A-educacao-como-objeto-de-estudo-sociologico.ppt
 
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
 
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
Giddens, anthony. a constituição da sociedade (1)
 
Giddens, anthony. a constituição da sociedade
Giddens, anthony. a constituição da sociedadeGiddens, anthony. a constituição da sociedade
Giddens, anthony. a constituição da sociedade
 
Seminário saad a vida dos objetos final
Seminário saad a vida dos objetos   finalSeminário saad a vida dos objetos   final
Seminário saad a vida dos objetos final
 
Apostila de sociologia - Volume 1 (1° ano do EM)
Apostila de sociologia - Volume 1 (1° ano do EM)Apostila de sociologia - Volume 1 (1° ano do EM)
Apostila de sociologia - Volume 1 (1° ano do EM)
 
Sociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula IntrodutóriaSociologia - Aula Introdutória
Sociologia - Aula Introdutória
 
Educação discursos e saberes
Educação discursos e saberesEducação discursos e saberes
Educação discursos e saberes
 
Lista de exercícios (Sociologia)
Lista de exercícios (Sociologia)Lista de exercícios (Sociologia)
Lista de exercícios (Sociologia)
 

Mehr von Harutchy

Comex e tecnologia
Comex e tecnologiaComex e tecnologia
Comex e tecnologia
Harutchy
 
Inovacao e difusão
Inovacao e difusãoInovacao e difusão
Inovacao e difusão
Harutchy
 
Mudança tecnológica e tipos de inovações
Mudança tecnológica e tipos de inovaçõesMudança tecnológica e tipos de inovações
Mudança tecnológica e tipos de inovações
Harutchy
 
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovaçãoKondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Harutchy
 
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicasPós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Harutchy
 
Panorama histórico inovação
Panorama histórico inovaçãoPanorama histórico inovação
Panorama histórico inovação
Harutchy
 
Gestão da Inovação
Gestão da InovaçãoGestão da Inovação
Gestão da Inovação
Harutchy
 
Planejamento de marketing Unidade IV
Planejamento de marketing Unidade IVPlanejamento de marketing Unidade IV
Planejamento de marketing Unidade IV
Harutchy
 
Conceitos centrais de marketing Unidade II
Conceitos centrais de marketing Unidade IIConceitos centrais de marketing Unidade II
Conceitos centrais de marketing Unidade II
Harutchy
 
Ambientes mercadológicos Unidade III
Ambientes mercadológicos Unidade IIIAmbientes mercadológicos Unidade III
Ambientes mercadológicos Unidade III
Harutchy
 
Fundamentos de Sociologia Unidade VI
Fundamentos de Sociologia Unidade VIFundamentos de Sociologia Unidade VI
Fundamentos de Sociologia Unidade VI
Harutchy
 

Mehr von Harutchy (20)

Comex e tecnologia
Comex e tecnologiaComex e tecnologia
Comex e tecnologia
 
Inovacao e difusão
Inovacao e difusãoInovacao e difusão
Inovacao e difusão
 
Mudança tecnológica e tipos de inovações
Mudança tecnológica e tipos de inovaçõesMudança tecnológica e tipos de inovações
Mudança tecnológica e tipos de inovações
 
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovaçãoKondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
Kondratieff, Schumpeter e correntes de inovação
 
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicasPós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
Pós Fordismo e ondas de mudanças tecnológicas
 
Panorama histórico inovação
Panorama histórico inovaçãoPanorama histórico inovação
Panorama histórico inovação
 
Gestão da Inovação
Gestão da InovaçãoGestão da Inovação
Gestão da Inovação
 
Planejamento de marketing Unidade IV
Planejamento de marketing Unidade IVPlanejamento de marketing Unidade IV
Planejamento de marketing Unidade IV
 
Conceitos centrais de marketing Unidade II
Conceitos centrais de marketing Unidade IIConceitos centrais de marketing Unidade II
Conceitos centrais de marketing Unidade II
 
Marketing Unidade I
Marketing Unidade IMarketing Unidade I
Marketing Unidade I
 
Ambientes mercadológicos Unidade III
Ambientes mercadológicos Unidade IIIAmbientes mercadológicos Unidade III
Ambientes mercadológicos Unidade III
 
Teoria da comunicação unidade vi
Teoria da comunicação unidade viTeoria da comunicação unidade vi
Teoria da comunicação unidade vi
 
Gestão ambiental unidade VI
Gestão ambiental unidade VIGestão ambiental unidade VI
Gestão ambiental unidade VI
 
Fundamentos de Sociologia Unidade VI
Fundamentos de Sociologia Unidade VIFundamentos de Sociologia Unidade VI
Fundamentos de Sociologia Unidade VI
 
Teoria da comunicação Unidade V
Teoria da comunicação Unidade VTeoria da comunicação Unidade V
Teoria da comunicação Unidade V
 
Gestão Ambiental Unidade V
Gestão Ambiental Unidade VGestão Ambiental Unidade V
Gestão Ambiental Unidade V
 
Fundamentos de Sociologia Unidade V
Fundamentos de Sociologia Unidade VFundamentos de Sociologia Unidade V
Fundamentos de Sociologia Unidade V
 
Teoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IVTeoria da comunicação Unidade IV
Teoria da comunicação Unidade IV
 
Gestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IVGestão ambiental Unidade IV
Gestão ambiental Unidade IV
 
Fundamentos de sociologia Unidade IV
Fundamentos de sociologia Unidade IVFundamentos de sociologia Unidade IV
Fundamentos de sociologia Unidade IV
 

Kürzlich hochgeladen

19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
marlene54545
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
tatianehilda
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
TailsonSantos1
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
HELENO FAVACHO
 

Kürzlich hochgeladen (20)

Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2Estudar, para quê?  Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
Estudar, para quê? Ciência, para quê? Parte 1 e Parte 2
 
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*P P P 2024  - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
P P P 2024 - *CIEJA Santana / Tucuruvi*
 
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de HotéisAbout Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
About Vila Galé- Cadeia Empresarial de Hotéis
 
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
19- Pedagogia (60 mapas mentais) - Amostra.pdf
 
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptxCartão de crédito e fatura do cartão.pptx
Cartão de crédito e fatura do cartão.pptx
 
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
8 Aula de predicado verbal e nominal - Predicativo do sujeito
 
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptxTeoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
Teoria heterotrófica e autotrófica dos primeiros seres vivos..pptx
 
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptxSlides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
Slides Lição 6, CPAD, As Nossas Armas Espirituais, 2Tr24.pptx
 
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º anoCamadas da terra -Litosfera  conteúdo 6º ano
Camadas da terra -Litosfera conteúdo 6º ano
 
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.O que é arte. Definição de arte. História da arte.
O que é arte. Definição de arte. História da arte.
 
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptxSlides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
Slides Lição 6, Betel, Ordenança para uma vida de obediência e submissão.pptx
 
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptxM0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
M0 Atendimento – Definição, Importância .pptx
 
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdfConflitos entre:  ISRAEL E PALESTINA.pdf
Conflitos entre: ISRAEL E PALESTINA.pdf
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdfProjeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
Projeto_de_Extensão_Agronomia_adquira_ja_(91)_98764-0830.pdf
 
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
A Revolução Francesa. Liberdade, Igualdade e Fraternidade são os direitos que...
 
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.pptTexto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
Texto dramático com Estrutura e exemplos.ppt
 
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
Aula 25 - A america espanhola - colonização, exploraçãp e trabalho (mita e en...
 
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do séculoSistema de Bibliotecas UCS  - Cantos do fim do século
Sistema de Bibliotecas UCS - Cantos do fim do século
 
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
6ano variação linguística ensino fundamental.pptx
 

Teoria da comunicação Unidade II

  • 2. 1 Unidade:EscoladeChicago Unidade: Normas de Formatação do Conteúdo INTRODUÇÃO Recentemente lemos, numa página da internet, algo mais ou menos assim: já faz um tempo que vivo um paradigma interessante em minha vida. Ele é o de usar os talentos e a dependência de Deus. Outra vez numa roda de bate-papo escutamos de alguém: “Chega! eu quebrei todos os paradigmas e agora quero ser outra pessoa.” Afinal? Do que essas pessoas estavam falando quando se referiam a paradigma? O que é um paradigma? O paradigma é um modelo, uma idéia geral sobre alguma coisa. É uma idéia geral, arquétipo, corresponde a um código e oferece uma série de possibilidades à pesquisa. Veja, quando você adota um modelo de pensamento, por exemplo, para ele ser validado, precisa de uma teoria que o legitime, porque ele é apenas uma forma imaginada de pensar. Se não se legitimar, será apenas senso comum, isto é, será genérico e não tem fundamento científico. Grosseiramente podemos dar o exemplo de que toda loira é burra. Será? De onde saiu ou foi construída essa verdade? Não sabemos. Em qual teoria ela se apoia? Não sabemos. Logo podemos afirmar que ela é senso comum e que em decorrência disso origina piadas de mau gosto e preconceituosas. Então, retomemos alguns conceitos de maneira rápida. A teoria é um processo de codificação das idéias, elaborado de forma sistemática e para tanto ela codifica o processo do pensamento, para que depois possa ser aplicado, e a essa aplicação dar-se-á o nome de prática, práxis, ação ou agir. Existe na comunicação a mensagem ou mensagens que podem ser Significa Modelo, padrão, norma; exemplo.
  • 3. 2 Unidade:EscoladeChicago diretas, isto é, elas dizem aquilo mesmo, por exemplo, a maçã está madura, ou indiretas (subjetivas), por exemplo, nossa! A prova foi tão fácil! Pelo tom que daremos no fácil ele poderá ser difícil. Entendeu? Segundo Polistchuck&Trinta (2003) “O paradigma reina, a teoria legisla, o modelo governa.”1 E sobre a técnica e tecnologia, os mesmos autores dizem que é válido afirmar que: “A ciência descobre, a tecnologia aplica, a indústria produz, a sociedade adota.” E quais são os principais modelos ou paradigmas que poderemos estudar em Teoria da Comunicação? Eles são vários e variam de tempos em tempos de acordo com a sociedade, como os pensadores entendem a comunicação, e como a usam para explicar seu mundo. Um dos modelos ou paradigma conceitual que você vai conhecer é a Escola de Chicago. Para que você possa ter um panorama sobre esta escola, iniciaremos com um breve histórico sobre ela e a contextualizaremos no panorama mundial, OK? Breve histórico da escola de chicago A Universidade de Chicago é uma instituição com mais de um século de tradição (1890) e foi doada ao American Baptist Education Society por John Rockefeler. Ela abriga importantes pesquisadores cujas referências são mundiais. http://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotos- g35805-d497032-w3-University_of_Chicago- Chicago_Illinois.html 1 POLISTCHUCK, I &TRINTA.A- Teorias da Comunicação-RJ-Camus,2003p.65
  • 4. 3 Unidade:EscoladeChicago Entre 1915 e 1940, a Escola de Chicago produziu um vasto e variado conjunto de pesquisas sociais direcionados à investigação dos fenômenos sociais que ocorriam especificamente no meio urbano da grande metrópole norte-americana. Com a formação da Escola de Chicago, inaugura-se um novo campo de pesquisa sociológica, centrado exclusivamente nos fenômenos urbanos, que dará origem a um novo tipo de estudo, conhecido como Sociologia Urbana. http://www.tripadvisor.com.br/LocationPhotos- g35805-d497032-w3-University_of_Chicago- Chicago_Illinois.html A primeira geração de sociólogos da Escola de Chicago foi composta por Albion W. Small; Robert Ezra Park (1864-1944); Ernest Watson Burgess (1886-1966); Roderick Duncan McKenzie (1885-1940) e William Thomas (1863-1947). Esses pesquisadores foram os responsáveis pelo primeiro programa de estudos de sociologia urbana. Nas décadas seguintes, outros colaboradores se destacaram: Frederic Thrasher (1892-1970), Louis Wirth (1897-1952) e Everett Hughes (1897-1983). Então vamos conhecer um pouco mais dessa Escola... Contexto histórico O inicio do século XX marca o advento do capitalismo, o desenvolvimento dos grandes centros urbanos e a migração maciça de famílias do campo para as cidades em busca de trabalho. As cidades representavam a possibilidade de novos empregos e possibilidade de ascensão social e econômica para esses migrantes. Você conhece esse fenômeno, pois ele ainda
  • 5. 4 Unidade:EscoladeChicago ocorre nas grandes cidades e na cidade de São Paulo, considerada a maior metrópole da América Latina, não é diferente. Essa migração descontrolada gera a formação de bolsões de pobreza, subempregos, criminalidade e violência urbana. Muito bem, o surgimento da Escola de Chicago está diretamente ligado ao processo de expansão urbana e crescimento demográfico da cidade de Chicago no início do século 20, provocado pelo acelerado desenvolvimento industrial das cidades do Meio-Oeste dos EUA. Veja o que diz Coulon (1995 p.11-12) sobre Chicago dessa época. [...] Na segunda metade di século XIX, migrantes rurais do Middle West chegaram em massa, bem como um número impressionante de imigrantes estrangeiros: alemães, escandinavos, irlandeses,italianos, poloneses, lituanos, checos e judeus. Em 1900, mais da metade de Chicago havia nascido fora da América. Chicago tornou-se uma cidade industrial, um centro comercial e uma próspera bolsa; o capitalismo selvagem desenvolveu-se e a cidade assistiu vários tumultos (1886) e as greves operárias (1894). Era também a cidade da arte e da cultura, influenciada pela religião protestante, que tinha um grande respeito pelo ensino e pelos livros. Uma cidade moderna, reconstruída de aço e concreto após o incêndio de 1871. Nela foram construídos os primeiros arranha-céus dos Estados Unidos e desenvolveu-se um movimento arquitetônico modernista que também ficaria conhecido com Escola de Chicago. Diante de tanto desenvolvimento, a cidade de Chicago não ficou impune a questões sociais que já apontamos acima. Então como nas grandes metrópoles brasileiras, a cidade de Chicago assistiu ao surgimento de graves problemas sociais. Em Chicago, no começo do século XX, houve um aumento da criminalidade, da delinquência juvenil; o aparecimento de gangues de marginais; aumento de bolsões de pobreza e desemprego; a imigração e, com
  • 6. 5 Unidade:EscoladeChicago ela, a formação de várias comunidades segregadas (os guetos urbanos, as favelas, os cortiços). Todos esses problemas sociais (que na época, e ainda hoje muitos sociólogos denominam como "patologia social") se converteram nos principais objetos de pesquisa para os sociólogos da Escola de Chicago. O mais importante a destacar é que os estudos dos problemas sociais estimularam a elaboração de novas teorias e conceitos sociológicos, além de novos procedimentos metodológicos na tentativa de compreender o porquê dessa desordem na sociedade. Esse fenômeno recebe um nome curioso sabiam? Chama-se anomia social. Ecologia humana Robert Ezra Park é considerado um dos mais importantes representantes e precursores dos estudos urbanos; junto com Ernest Watson Burgess e Roderick Duncan McKenzie elaborou o conceito de "ecologia humana", a fim de sustentar teoricamente os estudos da sociologia urbana. Através da observação entre o reino animal e vegetal Robert Park estabeleceu uma analogia entre ele e o mundo dos homens, criando a teoria da ecologia humana. Por essa teoria, a cidade é um grande campo de observação ou um grande laboratório social, porque é nela que se manifestam as contradições sociais visíveis e percebidas. O conceito de ecologia humana serviu de base para o estudo do comportamento humano, tendo como modelo o lugar social que os indivíduos vivem e constroem suas histórias de vida, se relacionam entre si e criam seu repertório de significados e conhecimentos. A abordagem ecológica questiona se o habitat social (ou seja, o espaço físico e as relações sociais) determina ou influencia o modo e o estilo de vida dos indivíduos. Nessa época, o pensamento que vigorava era o das ciências biológicas,
  • 7. 6 Unidade:EscoladeChicago e o uso da razão era visto apenas como um instrumento, isto é a razão para existir teria de ter um fim a alcançar. 2 O método de pesquisa usado era o da observação, isto é, o empírico. Então, a comparação entre os seres humanos e os seres animais era inevitável uma vez que, como já dissemos, prevaleciam os estudos das ciências biológicas. Nessa situação, o uso da palavra indivíduo servia tanto para designar gente como animal ou planta. Quando os pesquisadores da época compararam a sociedade com a natureza, tomaram como exemplo o equilíbrio dela e os resultados que disso provinha. Compreender essa relação entre o meio ambiente e os animais (estudo ecológico) era importante, e compará-la com a sociedade foi um passo pequeno. Dito de outra forma, a questão central era saber até que ponto os comportamentos desviantes, por exemplo, as várias formas de criminalidade são produtos do meio social, ou não, em que o indivíduo está inserido. Park e Burgess se apropriaram do conceito de ecologia criado por Ernest Haeckel (1859) que definia a ciência como relações do organismo com o ambiente e estenderam o conceito para todas as condições da existência. Segundo Mattelart&Mattelart (2004), são três elementos que definem uma comunidade: 1. População organizada em um território através de uma identidade cultural; 2. Relação simbiótica entre os sujeitos, isto é, a interdependência mútua gerada por necessidades fisiológicas e sociais; 3. Competição e a divisão de trabalho que não são planejadas e geram uma cooperação competitiva nascidas da formação da „web life‟ (rede de vida) ligadas por um eixo comum, e que dá sentido à vida e forma a comunidade orgânica. Para Park, esse modelo pode ser transferido para 2 Se quiserem conhecer um pouco mais sobre o racionalismo científico pesquisem Descartes.
  • 8. 7 Unidade:EscoladeChicago explicar o „ciclo das relações étnicas‟, nas comunidades de imigrantes (competição, conflito, adaptação e assimilação). Ainda, de acordo com Mattelart&Mattelart (2004no capítulo II – Teorias da Comunicação Park entende que o biótico é uma superestrutura erguida a partir de uma subestrutura biótica e que a ela se impõe como instrumento de direção e controle: o nível social ou cultural. Esse nível é assumido pela comunicação e pelo consenso, cuja função é regular a competição, permitir o compartilhamento de uma experiência e vincular-se à sociedade. A ecologia humana entende que a mudança adquire o caráter de equilíbrio diante da crise (equilíbrio social e balança biótica), e opera a transição de forma estável. Sabe que até hoje há correntes de pensamentos semelhantes e que se alternam nos estudos sobre esse tema? Basta você ver as discussões sobre a delinqüência juvenil, marginalidade, ou outros temas de sobre violência urbana através dos meios de comunicação. Então prosseguindo: o conceito de ecologia humana e a concepção ecológica da sociedade foram muito influenciados pelas abordagens teóricas do "evolucionismo social". Voltando um pouco à época desses estudos, estavam em voga os estudos de Darwin sobre a evolução das espécies, que o evolucionismo social tomou como referência. Essa época é também a época do positivismo o qual preconizava uma lógica racional e de um mundo concebido de tal forma que uma coisa sucede à outra de maneira precisa.
  • 9. 8 Unidade:EscoladeChicago O melhor exemplo para você entender esse pensamento é o lema da bandeira brasileira “Ordem e Progresso”. Então, dentro dessa lógica, um país ordeiro é um país que progride, e é natural que uma coisa puxe a outra, compreendeu? Nada está solto, existe um sucedâneo, um suceder. Você deve estar se perguntando: Darwin também formulou a teoria da evolução social? Nós diríamos, não. Mas as suas idéias foram „emprestadas‟ pelos sociólogos que acreditavam que as sociedades evoluiriam para um estágio superior, acompanhando o desenvolvimento das espécies, explicando de certa forma o desaparecimento de algumas sociedades e o aparecimento de novas outras. Então, a cidade como um grande e complicado "laboratório social" que pode ser entendido através dos sinais de desorganização, de marginalidade, de aculturação, de assimilação, é entendida como o lugar da mobilidade não só física geográfica, mas social. As pesquisas sociológicas dessa época foram marcadas pelo uso sistemático dos métodos empíricos o que permitiu elencar variadas formas de anomalias sociais. O que isso quer dizer? Ora, a coleta de dados e informações sobre as condições e os modos de vida urbanos passou a ser observados e estudados revelando as incongruências da sociedade. A partir daí os seus efeitos poderiam apontar para soluções viáveis tornando a cidade mais humanizada. O uso de métodos descritivos deu base aos estudos biográficos com base nas narrativas pessoais ou de grupos (histórias de vida) em primeira mão. A esse tipo de estudo chamamos de informações primárias, e, em história, de história oral, já que o pesquisado e as pessoas que se relacionam entre si são Leia mais sobre Darwinismo Social no link http://jus2.uol.com.br/doutrina /texto.asp?id=4633 O tema é bem interessante!
  • 10. 9 Unidade:EscoladeChicago os autores de suas próprias histórias e a interpretam de acordo com as suas referências pessoais, sociais e culturais. A pesquisa é feita de forma participativa. O pesquisador ao mesmo tempo é pesquisador e participante dela ele interage com o pesquisado (interacionismo). Veja o exemplo que de fato aconteceu cujo relato completo está no livro “The taxi dance hall” de Cressey (1932). O autor relata sobre os taxi dance halls, que eram lugares das dançarinas profissionais. Essa atividade apareceu em São Francisco/CA no início do século. Esses lugares, cuja reputação não era boa, eram frequentados por homens, na maioria, imigrantes proletários, que iam dançar, e as dançarinas eram pagas “por dança”, tendo de repartir seus ganhos com o dono do estabelecimento. Como os donos dos estabelecimentos e os frequentadores não cooperavam, os observadores foram aos salões como clientes em busca de diversão e realizaram a pesquisa. Segundo (COULON, 1995 p.106), havia três objetivos da pesquisa: Dar uma visão íntima e sem viés ao mundo das taxi-dance hall e seus ‟clientes‟; Traçar a história da taxi dance hall como instituição urbana, descobrir as condições favoráveis a seu aparecimento e a seu desenvolvimento e analisar suas funções em termos de satisfação das necessidades de seus clientes; O terceiro era apresentar de modo mais imparcial possível as formas de controle, suscetíveis de manter a ordem, criar códigos de conduta por parte de todos. Outros exemplos podem ser vistos, como, o investigador vai morar no bairro em que a criminalidade é muito grande. Ou seja, ele passará a conhecer o lugar, seus habitantes, recolher as informações sobre as pessoas, não se identificando como investigador, mas como igual, como um morador comum. A construção do „self‟ ou a construção da sua individualidade. O indivíduo é capaz de uma experiência singular e única, que traduz sua história de vida,
  • 11. 10 Unidade:EscoladeChicago sendo ao mesmo tempo submetido às forças de nivelamento e homogeneização do comportamento Ainda por meio dos estudos biográficos foi possível conhecer, em detalhes, as origens sociais dos sujeitos investigados, chegando ao cotidiano e às interações sociais que ocorrem no interior de grupos fechados. Esses grupos poderiam ser as gangues de rua, os guetos étnicos, os grupos de marginais ou criminosos comuns. O conhecimento da trajetória de vida desses grupos permitiu conhecê-los de forma aprofundada entender o que os levava à exclusão social ou à marginalidade. A escola do crime Há alguns filmes recentes de produção nacional que mostra de forma romanceada esse tema. Um é o “Ônibus 174” e o outro é “Última Parada 174”. Veja no link abaixo as informações sobre o filme: http://br.cinema.yahoo.com/filme/15363/ultimaparada174 Leia também: Escola de Chicago: história. http://educacao.uol.com.br/sociologi a/escola-de-chicago-contexto- historico.jhtm
  • 12. 11 Unidade:EscoladeChicago O estudo da grande metrópole norte-americana, por parte dos pesquisadores da Escola de Chicago, privilegiou algumas temáticas. As variadas formas de criminalidade e o fenômeno da imigração foram os temas que eles mais estudaram. Essa preocupação estava vinculada aos vários problemas sociais que a cidade Chicago enfrentava: a criminalidade, a marginalidade e a chegada de grandes ondas imigratórias de europeus, principalmente os que buscavam refúgio nos Estados Unidos da América, decorrente da crise econômica provocada pela I Guerra e pelo advento do capitalismo industrial que carecia de mão-de-obra. As pessoas que imigravam, na maioria, não tinham lugar para ficar e se fixavam nos locais mais distantes e baratos para morar. A cidade era estranha a elas... Os estudos da época apontavam que as áreas mais abandonadas da cidade, pelo poder público sem infra-estrutura adequada, serviços essenciais como saúde e educação transformavam-se rapidamente em locais de moradia para essa leva de imigrantes e logo surge a ação das gangues de rua e dos bandos de delinquentes juvenis. Esses locais se tornaram rapidamente áreas nas quais as taxas de criminalidade eram muito altas. Desse modo, os pesquisadores demonstraram que a cidade tinha áreas sociais que motivavam ação do crime: o espaço urbano degradado favorecia a quebra das regras e instituições sociais (escola, família) e, de certa forma, produzia comportamentos desviantes. Sobre comportamentos desviantes veja o que Giddens (2008) diz: O estudo do comportamento desviante é uma das áreas mais intrigantes e complexas, da Sociologia, ensinando-nos que ninguém é tão normal quanto gosta de pensar. Ajuda-nos igualmente a perceber que aquelas pessoas cujo comportamento pode parecer estranho ou incompreensível são seres racionais quando compreendemos a razão dos seus actos. O estudo do desvio, tal como outros campos da Sociologia, centra-se no poder social. bem como na influência da classe
  • 13. 12 Unidade:EscoladeChicago social – as divisões entre ricos e pobres. Quando olhamos para o desvio ou para a conformidade às normas ou regras sociais, temos sempre que questionar: “as regras de quem?”. Como veremos, as normas sociais são fortemente influenciadas pelas divisões de classe e poder. O que se entende por desvio? O DESVIO pode ser definido como uma inconformidade em relação a determinado conjunto de normas aceite por um número significativo de pessoas de uma comunidade ou sociedade. Nenhuma sociedade, como já foi enfatizado, pode ser dividida de um modo linear entre os que se desviam das normas e aqueles que estão em conformidade com elas. A maior parte das pessoas transgride, em certas ocasiões, regras de comportamento geralmente aceites. Quase toda a gente, por exemplo, em determinada altura já cometeu actos menores de roubo, como levar alguma coisa de uma loja sem pagar ou apropriar-se de pequenos objectos do emprego – corno papel de correspondência – e dar-lhe um uso privado. http://semibreve.wordpress.com/2008/09/26/texto-008-o- comportamento-desviante/ Sobre a imigração, os pesquisadores procuraram compreender as interações que ocorrem quando da chegada do imigrante na grande metrópole. Basicamente, identificaram quatro tipos básicos de interação social: competição, conflito, acomodação e assimilação. Observe seus significados traduzidos de forma muito simples: 1. Competição: Todos nós somos movidos a competir e a competição faz parte do desenvolvimento da sociedade. A competição está ligada ao controle social. A competição organiza de certa forma a sociedade, pois ela orienta novas formas de trabalho, introduz uma nova forma de relação social baseada nas relações econômicas. 2. O Conflito: A existência do conflito também permite que uma vez existente se busque respostas para ele. Todos nós temos conflitos seja de ordem pessoal ou social. O conflito social é derivado da competitividade, e é consciente e cria
  • 14. 13 Unidade:EscoladeChicago um sentimento de solidariedade pelos que o partilham, pois são minorias. 3. A resolução desses conflitos permite com que o sujeito busque alternativas, o que lhe confere o equilíbrio. 4. A Acomodação ou adaptação sugere o esforço do grupo para ajustar-se às novas situações que lhe são impostas, nem sempre é pacífico, mas que tende a aceitação das diferenças. Uma vez que o conflito uma vez resolvido estabeleça um período de „calmaria‟, e o sujeito passa a fase de adaptação. 5. A Assimilação é o processo pelo qual o sujeito não despreza seus conhecimentos anteriores (cultura), ao contrário, o valoriza, mas adota comportamentos, parte de uma cultura para si para facilitar sua existência na sociedade. É o caso de alguns religiosos, por exemplo. Herança da escola de chicago A orientação dos estudos sociológicos elaborados sobre a Escola de Chicago dominou a sociologia norte-americana até por volta da metade da década de 1930, mas sua influência se estendeu nas décadas seguintes. A Escola de Chicago desempenhou papel relevante na institucionalização da sociologia como ciência acadêmica nos Estados Unidos dando origem aos estudos etnográficos ou para sermos mais objetivas aos estudos nos quais a observação participativa é fundamental para a pesquisa. Para Coulon (1995 p.115) [...] a Escola de Chicago pode ser considerada como o berço de uma grande variedade de abordagens empíricas, inclusive a da observação participativa, que tem em comum o fato de se inserir em uma sociologia urbana prática e de ter inaugurado, em resumo a indagação sociológica direta junto aos indivíduos, deixando para trás a sociologia especulativa que marcara a época anterior. Ao centrar seus estudos nos problemas sociais, porém, ela foi criticada por negligenciar a elaboração de teorias sociológicas a partir da reflexão intelectual dissociada da sociologia aplicada. Até certo ponto, essa afirmação é verdadeira, mas as contribuições que a Escola de Chicago forneceu à sociologia não podem ser desprezadas ou negadas.
  • 15. 14 Unidade:EscoladeChicago A comparação dos fatos a partir da vivência do cientista social no meio urbano e na vida das comunidades através da observação direta para coletar os dados é até hoje muito importante. Há hoje vários relatos de casos em que, por exemplo, o jornalista investigativo mergulha na comunidade para coletar dados e fazer uma grande matéria. Foi o caso do jornalista Tim Lopes que foi assassinado durante a realização de uma reportagem sobre bailes funks nos subúrbios do Rio de Janeiro. Outras contribuições importantes da Escola de Chicago foram, certamente, os estudos de criminologia (sociologia criminal) e os métodos biográficos, que, que voltam valorizados e usados, o método qualitativo para a pesquisa, o trabalho de campo, entre outros. Todas essas contribuições são importantes para o estudo da comunicação, para ampliação do repertório intelectual e para as práticas comunicacionais. A partir de 1940, inaugura-se um novo período de estudos decorrentes, sobretudo das mudanças que o mundo assistia. Nesse período, ocorre a II Guerra Mundial, há aumento do consumo dos bens industrializados, fortalecimento do capitalismo e dos meios de comunicação entre outros. Os pesquisadores sociais abandonam as técnicas qualitativas marcadas pela Escola de Chicago no seu início e introduzem a pesquisa de modelo quantitativo na Universidade de Columbia sendo Robert Merton e Paul Lazarfeld seus representantes. Relembre o fato no link: http://www.timlopes.com.br/ce ntral_globo_jornalismo.htm
  • 16. 15 Unidade:EscoladeChicago Bem, chegamos ao final dessa unidade. Vamos tratar na próxima unidade do estudo da Escola Funcionalista.
  • 17. 16 Unidade:EscoladeChicago Referências COULON, A. A Escola de Chicago. Campinas: Papirus,1995. GIDDENS, A. O comportamento desviante. Disponível em: http://semibreve.wordpress.com/2008/09/26/texto-008-o-comportamento-desviante/, acesso em 26 setembro, 2008. MATTELART, A.; MATTELART, M. Historia das Teorias da Comunicação. 7ed. São Paulo: Loyola, 2004. POLISTCHUCK,I; TRINTA A.R. Teorias da Comunicação. Rio de Janeiro: Campus, 2003. WOLF, M. Teorias da Comunicação. 8. ed. Lisboa: Presença, 2003.
  • 18. 17 Responsável pelo Conteúdo: Prof. Ms. Wildney Feres Contrera Profª. Esp. Sandra Lúcia Botelho R. Oliveira Revisão Textual: Profª Dra. Roseli Ferreira Lombardi www.cruzeirodosul.edu.br Campus Liberdade Rua Galvão Bueno, 868 01506-000 São Paulo SP Brasil Tel: (55 11) 3385-3000