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Instrumentação Cirúrgica e
Paramentação
Guilherme Sêneca Sicuto
TÓPICOS ABORDADOS
 PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA;
 INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA;
 CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS;
 ARRUMAÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAÇÃO;
 TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA.
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
 Tem como finalidade a formação de uma barreira microbiológica
contra penetração de microorganismos no sítio cirúrgico do
paciente, oriundos dele mesmo, dos profissionais, materiais,
equipamentos e ar ambiente. Os componentes da paramentação
cirúrgica são:
 Aventais: sua utilização tem como finalidade reduzir a dispersão
das bactérias no ar e evitar o contato da pele da equipe com
sangue e fluidos corporais que possam contaminar a roupa
primitiva. É recomendado sua troca quando visualmente sujo com
sangue ou outro fluído corporal.
 Luvas: são utilizadas pelos membros de equipe cirúrgica com a
função de proteger o paciente das mãos desses e proteger a equipe
de fluidos potencialmente contaminados. Tem como finalidade
reduzir e prevenir o risco de exposição ao sangue.
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
 Máscaras: seu uso é justificado por dois aspectos: proteger o
paciente da contaminação de microorganismos (principalmente
quando a incisão cirúrgica está aberta), oriundos do nariz e da boca
dos profissionais, liberados no ambiente, quando estes falam
tossem e respiram; e protege a mucosa dos profissionais de
respingos de secreções provenientes dos pacientes durante o
procedimento cirúrgico. É exigida a utilização das máscaras que
protejam totalmente a boca e o nariz, que algumas vezes são
combinadas com protetores oculares. É recomendado que todas as
pessoas devem utilizar máscaras cirúrgicas ao entrarem na sala de
operação quando materiais e equipamentos estéreis estiverem
abertos.
PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA
 Gorros: sua utilização tem o intuito de evitar a contaminação do sítio cirúrgico
por cabelo ou microbiota presente nele. O gorro deve ser bem adaptado,
permitindo cobrir totalmente o cabelo na cabeça e face.
 Óculos ou máscaras protetoras dos olhos: sua utilização é devido às doenças
transmissíveis por substâncias orgânicas dos pacientes.
 Propés: esse procedimento consiste em proteger a equipe à exposição de
sangue, fluidos corporais e materiais perfuro cortantes.
 Escovação das mãos: é um processo que visa a retirada de sujeira e detritos,
redução substancial ou eliminação da flora transitória e redução parcial da flora
residente, uma vez que a eliminação dessa última é virtualmente impossível. É
necessário a retirada de jóias e acessórios da região das mãos, punhos e
antebraços. A torneira deve ser acionada por pé ou cotovelo e não
manualmente, e a escovação deve ser feita com água corrente (aprofundamento
assepsia)
INTRODUÇÃO A
INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA O ato cirúrgico era praticado bem antes do aparecimento de instrumental
sofisticado, sendo utilizados bisturis de pedra, pederneiros amolados e dentes
de animais.
 A utilização do aço inoxidável, a introdução da anestesia e adoção da técnica
antisséptica de Lister, influenciaram fortemente a confecção do instrumental
cirúrgico, já que permitiram ao cirurgião trabalhar de forma mais lenta e eficaz,
realizando procedimentos mais longos e mais complexos.
 A consequência de uma melhor forma dos instrumentais é o alto custo, menos
disponibilidade de instrumentação parecida, maior dificuldade na limpeza e
cuidados e uma necessidade cada vez mais frequente de manusear e cuidar
adequadamente do material.
CLASSIFICAÇÃO
 Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função ou uso
principal (pois a maioria deles possui mais de uma utilidade) e também quanto
ao tempo de utilização no ato operatório.
 Categorias:
 Diérese: tem como objetivo criar as vias de acesso através dos tecidos por
meio de bisturis e tesouras.
 Preensão: servem para manipulação de algumas estruturas após a criação
das vias, utilizando as pinças de preensão.
 Hemostasia: visa conter ou prevenir os sangramentos durante o ato
operatório, tendo como instrumentais principais as pinças hemostáticas.
 Exposição: afastamento de estruturas, a fim de se possibilitar uma melhor
visibilização do campo operatório com o auxílio dos afastadores.
 Especial: desempenhar os procedimentos peculiares da cirurgia, no qual
utiliza-se instrumentais específicos de acordo com a especialidade cirúrgica.
 Síntese: após a realização dos procedimentos peculiares da cirurgia, é
necessário que seja realizada a síntese, que visa unir os tecidos seccionados
ou ressecados durante a cirurgia, utilizando para isso os porta-agulhas.
TEMPO FUNÇÃO INSTRUMENTAL
DIÉRESE Criar vias de acesso Bisturis e tesouras
PREENSÃO Manipulação de estruturas Pinças de preensão
HEMOSTASIA Conter ou prevenir sangramentos Pinças hemostáticas
EXPOSIÇÃO Expor o campo operatório Afastadores
ESPECIAL De acordo com a especialidade cirúrgica Peculiares
SÍNTESE Unir tecidos seccionados e ressecados Porta agulhas
INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE
Diérese é a manobra cirúrgica destinada a promover uma via de acesso através dos
tecidos. Constituídos fundamentalmente pelos bisturis e tesouras.
a) Bisturi: É utilizado para incisões ou dissecções de estruturas. Caracterizado por
um cabo reto, com uma extremidade mais estreita chamada colo, no qual é
acoplada uma variedade de lâminas descartáveis e removíveis. A lâmina deve
ser encaixada no colo do cabo de bisturi com o auxílio de uma pinça
hemostática reta, mantendo a face cortante voltada para baixo. O bisturi é
empunhado de duas formas principais: tipo lápis (em incisões pequenas); e tipo
arco de violino (para incisões longas, que podem ser retilíneas ou suavemente
curvas).
INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE
b) Tesouras: têm como função principal efetuar a secção ou a divulsão de tecidos
orgânicos, além de seccionar materiais cirúrgicos, como gaze, fios, borracha, entre
outros. As tesouras variam no tamanho (longas, médias ou curtas), no formato da
ponta(pontiagudas, rombas ou mistas) e na curvatura (retas ou curvas), cada uma
com uma finalidade específica, adequada a cada fase do ato operatório e à
especialidade cirúrgica. Destacam-se dois modelos básicos:
1. Tesoura de Metzenbaum: pode ser reta ou curva, sendo utilizada para a diérese
de tecidos orgânicos, uma vez que é considerada menos traumática, por apresentar
sua extremidade distal mais delicada e estreita.
2. Tesoura de Mayo: também pode ser reta ou curva, sendo utilizada para a secção
de fios e outros materiais cirúrgicos em superfícies ou em cavidades, uma vez que é
considerada mais traumática que a de Metzenbaum, por apresentar sua
extremidade distal mais grosseira.
As tesouras são empunhadas pela introdução das falanges distais dos dedos anular
e polegar nas argolas. O dedo indicador proporciona precisão do movimento e o dedo
médio auxilia na estabilidade do instrumental à mão.
INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO
São basicamente constituídos pelas pinças de preensão, que são destinadas à
manipulação e à apreensão de órgãos, tecidos ou estruturas.
Os modelos básicos são:
a) Pinça de Adson: A pinça de Adson, por apresentar uma extremidade distal estreita
e dessa forma, uma menor superfície de contato, é utilizada em cirurgias mais
delicadas, como as pediátricas. É encontrada em três versões: atraumática, a qual
possui ranhuras finas e transversais na face interna de sua ponta; traumática, com
endentações e um sulco longitudinal na extremidade; e dente-de-rato, com dentes na
ponta que lembram os de um roedor, sendo esta última utilizada para a preensão de
aponeurose, uma vez que é considerada mais traumática que a pinça anatômica.
INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO
b) Pinça anatômica: com ranhuras finas e transversais, possuindo uma utilização
universal.
c) Pinça dente de rato: por apresentar dentes em sua extremidade, é utilizada na
preensão de tecidos mais grosseiros, como plano muscular e aponeurose.
Por serem consideradas instrumentais auxiliares, as pinças de preensão são
geralmente empunhadas com a mão não-dominante (tipo lápis), sendo que o dedo
indicador é o responsável pelo movimento de fechamento da pinça, enquanto que os
dedos médio e polegar servem de apoio.
INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA
A hemostasia é um dos tempos fundamentais da cirurgia e tem por objetivo prevenir
ou corrigir as hemorragias, evitando, dessa forma, o comprometimento do estado
hemodinâmico do paciente, além de impedir a formação de coleções sanguíneas e
coágulos no período pós-operatório, fenômeno este que predispõe o paciente a
infecções.
Os instrumentais utilizados na hemostasia são as pinças hemostáticas, que se
apresentam em vários modelos e tamanhos. Esses instrumentais são identificados
pelo nome de seus idealizadores, como as pinças de Kelly, Crile, Halstead, Mixter e
Kocher.
Estruturalmente, essas pinças guardam semelhança com as tesouras, apresentando
argolas para empunhadura. Diferem, no entanto, das tesouras por apresentarem
cremalheira, uma estrutura localizada entre as argolas que tem por finalidade
manter o instrumental fechado de maneira auto-estática, oferecendo diferentes
níveis de pressão de fechamento. A empunhadura dessas pinças também é
semelhante à descrita para as tesouras.
INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA
a) Kelly e Crile: apresentam ranhuras transversais na face interna de suas pontas e
podem ser retas ou curvas. As retas, também chamadas pinças de reparo, são
utilizadas para o pinçamento de material cirúrgico como fios e drenos de borracha,
enquanto que as curvas são destinadas ao pinçamento de vasos e tecidos pouco
grosseiros. A diferença entre as referidas pinças consiste no fato de que as ranhuras
transversais da pinça de Crile estão presentes ao longo de toda a face interna de sua
ponta, enquanto que as da pinça de Kelly estendem-se aproximadamente até a
metade.
INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA
b) Halstead: destinada ao pinçamento de vasos de pequeno calibre, devido a seu
tamanho reduzido, que pode ser observado ao compará-la a outras pinças
hemostáticas. Suas reduzidas dimensões lhe atribuem uma segunda nomenclatura:
pinça Mosquito.
c) Mixter: apresenta ponta em ângulo aproximadamente reto em relação ao seu
corpo, sendo largamente utilizada na passagem de fios ao redor de vasos para
ligaduras, assim como na dissecção de vasos e outras estruturas.
d) Kocher: embora classificada como instrumental de hemostasia, não é
habitualmente empregada para esta finalidade, uma vez que apresenta dentes em
sua extremidade. Seu uso mais habitual é na preensão e tração de tecidos grosseiros
como aponeuroses.
INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO
São representados por afastadores, que são elementos mecânicos destinados a
facilitar a exposição do campo operatório, afastando as bordas da ferida operatória e
outras estruturas, de forma a permitir a exposição de planos anatômicos ou órgãos
subjacentes, facilitando o ato operatório.
Classificação:
• Afastadores dinâmicos: exigem tração manual contínua.
a) Afastador de Farabeuf: apresenta-se em formato de “C” característico, sendo
utilizado no afastamento de pele, tecido celular subcutâneo e músculos superficiais.
b) Afastador de Doyen: por se apresentar em ângulo reto e ter ampla superfície de
contato, é utilizado primordialmente em cirurgias abdominais.
c) Afastador de Deaver: por apresentar sua extremidade distal em formato de
semilua, análoga ao desenho de contorno dos pulmões, é amplamente utilizado em
cirurgias torácicas, podendo também ser utilizado em cirurgias abdominais.
INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO
c) Afastador de Deaver: por apresentar sua extremidade distal em formato de
semilua, análoga ao desenho de contorno dos pulmões, é amplamente utilizado em
cirurgias torácicas, podendo também ser utilizado em cirurgias abdominais.
d) Válvula Maleável: empregada tanto em cirurgias na cavidade torácica, quanto na
cavidade abdominal. Por ser flexível, pode alcançar qualquer tipo de formato ou
curvatura, sendo, portanto, adaptável a qualquer eventual necessidade que venha a
surgir durante o ato operatório. Outra importante função é a proteção das vísceras
durante suturas na parede da cavidade abdominal.
INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO
• Afastadores auto-estáticos: são instrumentais que por si só mantém as estruturas
afastadas e estáveis.
a) Afastador de Gosset ou Laparostato: utilizado em cirurgias abdominais. Deve ser
manipulado em sua extremidade proximal, para que se movimente, uma vez que
a distal, que entra em contato com as estruturas a serem afastadas não cede a
pressões laterais.
b) Afastador de Balfour: uma adaptação do afastador de Gosset, acoplando-se ao
mesmo uma Válvula Suprapúbica, que, quando utilizada isoladamente, consiste
em um afastador dinâmico.
INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO
c) Afastador de Finochietto: utilizado em cirurgias torácicas, possuindo uma manivela
para possibilitar o afastamento da forte musculatura intercostal.
d) Afastador de Adson: pode ser utilizado em cirurgias neurológicas, para o
afastamento do couro cabeludo, bem como em cirurgias nos membros ou na coluna,
para o afastamento de músculos superficiais.
INSTRUMENTAIS ESPECIAIS
Os instrumentais especiais são aqueles utilizados para finalidades específicas, nos
procedimentos que consistem no objetivo principal da cirurgia. São muitos e variam
de acordo com a especialidade cirúrgica.
a) Pinça de Allis: apresenta endentações em sua extremidade distal, o que a torna
consideravelmente traumática, sendo utilizada, portanto, somente em tecidos
grosseiros ou naqueles que irão sofrer a exérese, ou seja naqueles que irão ser
retirados do organismo.
b) Pinça de Duval: apresenta extremidade distal semelhante ao formato de uma
letra “D”, com ranhuras longitudinais ao longo da face interna de sua ponta. Por
apresentar ampla superfície de contato, é utilizada em diversas estruturas, a
exemplo das alças intestinais.
c) Clamp Intestinal: apresenta ranhuras longitudinais (sendo este modelo pouco
traumático) ou transversais ao longo da face interna de sua ponta. É utilizado na
interrupção do trânsito intestinal, o que o classifica como instrumental de
coproestase.
INSTRUMENTAIS ESPECIAIS
d) Fórceps: utilizado em cirurgias obstétricas, apresenta ramos articulados, com
grandes aros em sua extremidade, para o encaixe na cabeça do concepto durante
partos em que o mesmo esteja mal posicionado ou com outras complicações.
Quando desarticulado, é utilizado em cesarianas, no auxílio da retirada do neonato.
e) Saca-bocado: semelhante a um grande alicate, é utilizado na retirada de espículas
ósseas em cirurgias ortopédicas.
f) Pinça de Backaus: é também denominada de pinça de campo, devido sua função
de fixar os campos operatórios entre si.
g) Cureta de Siemens: Também chamada de Cureta uterina. É amplamente utilizada
em procedimentos obstétricos para remoção de restos placentários e endometriais
da cavidade uterina especialmente após abortos, onde resquícios do feto podem
permanecer na cavidade. Possui uma superfície áspera, a qual realiza a raspagem; e
outra lisa, para que a parede do útero não seja lesionada durante o procedimento.
INSTRUMENTAIS ESPECIAIS
h) Pinça de Babcock: Possui argolas e cremalheiras. Na extremidade distal possui
uma pequena superfície de contato o que a torna pouco traumática. Dessa forma,
pode ser utilizada na manipulação de alças intestinais.
INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE
A síntese geralmente é o tempo final da cirurgia e consiste na aproximação dos
tecidos seccionados ou ressecados no decorrer da cirurgia, com o intuito de favorecer
a cicatrização dos tecidos de maneira estética, além de evitar as herniações de
vísceras e minimizar as infecções pós-operatórias. Os instrumentais utilizados para
este fim são os porta-agulhas, que se apresentam em dois modelos principais:
a) Porta-agulhas de Mayo-Hegar: é estruturalmente semelhante às tesouras e
pinças hemostáticas, apresentando argolas, para a empunhadura, e cremalheira,
para o fechamento auto-estático. É mais utilizado para síntese em cavidades,
sendo empunhado da mesma forma descrita para os instrumentais argolados ou
de forma empalmada.
b) Porta-agulhas de Mathieu: possui hastes curvas, semelhante a um alicate, com
cremalheira pequena. É utilizado em suturas de tecidos superficiais,
especialmente na pele em cirurgias plásticas ou ainda em cirurgias
odontológicas. Esse modelo de porta-agulha é empunhado sempre de forma
empalmada.
INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE
A face interna desses instrumentais apresenta ranhuras em xadrez, apresentando
eventualmente também um sulco longitudinal, que facilitam a fixação das agulhas
aos mesmos. Além dos porta-agulhas, outros materiais são utilizados na síntese,
como os fios, agulhas e fios agulhados.
ARRUMAÇÃO DA MESA DE
INSTRUMENTAÇÃO
Deve ser feita de forma padronizada, de acordo com a ordem de utilização dos
instrumentais no ato operatório, a fim de se facilitar o acesso aos mesmos. Durante
a arrumação da mesa, é necessário imaginá-la dividida em 6 setores,
correspondentes aos 6 tempos operatórios:
1. Diérese: bisturis e tesouras;
2. Preensão: pinças de preensão;
3. Hemostasia: gazes, compressas e fios para ligadura, bem como as pinças
hemostáticas.
4. Exposição: afastadores.
5. Especial: variam de acordo o tipo de cirurgia
6. Síntese: materiais como agulhas e os fios e os portas-agulhas.
TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO
CIRÚRGICA
Bisturi de empunhadura do tipo lápis: realizada imitando-se o movimento de
utilização do instrumental.
Bisturi de empunhadura do tipo arco-de-violino: deve ser feita de forma semelhante
a solicitação para o bisturi de empunhadura do tipo lápis, no entanto, ao final do
movimento, o cirurgião deve posicionar a mão com sua face palmar voltada para
cima, para o recebimento do instrumental.
Tesoura reta: deve-se imitar os movimentos de secção do instrumental.
Tesoura curva: solicitação feita de forma semelhante a tesoura reta. No entanto, os
dedos indicador e médio devem estar igualmente encurvados.
Pinça anatômica: feita imitando-se com a mão não-dominante seu movimento de
utilização.
TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO
CIRÚRGICA
Pinça dente-de-rato: solicitada de forma semelhante a pinça anatômica. No entanto,
os dedos indicador e médio, bem como o polegar devem estar encurvados formando
um círculo entre si e imitando os dentes desta pinça.
Afastador de Farabeuf: realizada imitando-se, com a mão, seu formato e movimento
de utilização. Durante a entrega, o instrumentador deve exercer leve pressão sobre o
dedo indicador do cirurgião.
Afastador de Doyen: deve-se imitar com a mão e o braço seu formato e movimento
de utilização.
Afastador de Gosset: solicitado de forma semelhante ao Doyen, no entanto, devem
ser utilizados ambos os braços.
Gaze: imita-se o seu embebimento em solução anti-séptica.
TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO
CIRÚRGICA
Compressa: estendendo-se a mão. Durante a entrega desse material, deve ser feita
uma leve pressão sobre a mão do cirurgião.
Fio de ligadura: com a face palmar da mão voltada para cima, tendo todos os dedos
em semi-flexão. Durante a entrega desse material, também deve ser exercida uma
leve pressão sobre a mão do cirurgião.
Porta-agulha: imita-se seu movimento de utilização, o qual se assemelha ao
movimento de abertura e fechamento da maçaneta de uma porta.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 GOFFI, Fabio Schmidt. Técnica cirúrgica: Bases anatômicas,
fisiopatológicas e técnica da cirurgia. 4ª ed. Rio de Janeiro:
Atheneu, 2001
 ROSA, Maria Tereza Leguthe. Manual de Instrumentação Cirúrgica.
3ª e. São Paulo: Rideel, 2009.

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instrumentação e paramentação cirúrgica

  • 2. TÓPICOS ABORDADOS  PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA;  INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA;  CLASSIFICAÇÃO DOS INSTRUMENTOS CIRÚRGICOS;  ARRUMAÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAÇÃO;  TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA.
  • 3. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA  Tem como finalidade a formação de uma barreira microbiológica contra penetração de microorganismos no sítio cirúrgico do paciente, oriundos dele mesmo, dos profissionais, materiais, equipamentos e ar ambiente. Os componentes da paramentação cirúrgica são:  Aventais: sua utilização tem como finalidade reduzir a dispersão das bactérias no ar e evitar o contato da pele da equipe com sangue e fluidos corporais que possam contaminar a roupa primitiva. É recomendado sua troca quando visualmente sujo com sangue ou outro fluído corporal.  Luvas: são utilizadas pelos membros de equipe cirúrgica com a função de proteger o paciente das mãos desses e proteger a equipe de fluidos potencialmente contaminados. Tem como finalidade reduzir e prevenir o risco de exposição ao sangue.
  • 4.
  • 5. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA  Máscaras: seu uso é justificado por dois aspectos: proteger o paciente da contaminação de microorganismos (principalmente quando a incisão cirúrgica está aberta), oriundos do nariz e da boca dos profissionais, liberados no ambiente, quando estes falam tossem e respiram; e protege a mucosa dos profissionais de respingos de secreções provenientes dos pacientes durante o procedimento cirúrgico. É exigida a utilização das máscaras que protejam totalmente a boca e o nariz, que algumas vezes são combinadas com protetores oculares. É recomendado que todas as pessoas devem utilizar máscaras cirúrgicas ao entrarem na sala de operação quando materiais e equipamentos estéreis estiverem abertos.
  • 6.
  • 7. PARAMENTAÇÃO CIRÚRGICA  Gorros: sua utilização tem o intuito de evitar a contaminação do sítio cirúrgico por cabelo ou microbiota presente nele. O gorro deve ser bem adaptado, permitindo cobrir totalmente o cabelo na cabeça e face.  Óculos ou máscaras protetoras dos olhos: sua utilização é devido às doenças transmissíveis por substâncias orgânicas dos pacientes.  Propés: esse procedimento consiste em proteger a equipe à exposição de sangue, fluidos corporais e materiais perfuro cortantes.  Escovação das mãos: é um processo que visa a retirada de sujeira e detritos, redução substancial ou eliminação da flora transitória e redução parcial da flora residente, uma vez que a eliminação dessa última é virtualmente impossível. É necessário a retirada de jóias e acessórios da região das mãos, punhos e antebraços. A torneira deve ser acionada por pé ou cotovelo e não manualmente, e a escovação deve ser feita com água corrente (aprofundamento assepsia)
  • 8.
  • 9. INTRODUÇÃO A INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA O ato cirúrgico era praticado bem antes do aparecimento de instrumental sofisticado, sendo utilizados bisturis de pedra, pederneiros amolados e dentes de animais.  A utilização do aço inoxidável, a introdução da anestesia e adoção da técnica antisséptica de Lister, influenciaram fortemente a confecção do instrumental cirúrgico, já que permitiram ao cirurgião trabalhar de forma mais lenta e eficaz, realizando procedimentos mais longos e mais complexos.  A consequência de uma melhor forma dos instrumentais é o alto custo, menos disponibilidade de instrumentação parecida, maior dificuldade na limpeza e cuidados e uma necessidade cada vez mais frequente de manusear e cuidar adequadamente do material.
  • 10. CLASSIFICAÇÃO  Os instrumentais cirúrgicos são classificados de acordo com sua função ou uso principal (pois a maioria deles possui mais de uma utilidade) e também quanto ao tempo de utilização no ato operatório.  Categorias:  Diérese: tem como objetivo criar as vias de acesso através dos tecidos por meio de bisturis e tesouras.  Preensão: servem para manipulação de algumas estruturas após a criação das vias, utilizando as pinças de preensão.  Hemostasia: visa conter ou prevenir os sangramentos durante o ato operatório, tendo como instrumentais principais as pinças hemostáticas.  Exposição: afastamento de estruturas, a fim de se possibilitar uma melhor visibilização do campo operatório com o auxílio dos afastadores.  Especial: desempenhar os procedimentos peculiares da cirurgia, no qual utiliza-se instrumentais específicos de acordo com a especialidade cirúrgica.  Síntese: após a realização dos procedimentos peculiares da cirurgia, é necessário que seja realizada a síntese, que visa unir os tecidos seccionados ou ressecados durante a cirurgia, utilizando para isso os porta-agulhas.
  • 11. TEMPO FUNÇÃO INSTRUMENTAL DIÉRESE Criar vias de acesso Bisturis e tesouras PREENSÃO Manipulação de estruturas Pinças de preensão HEMOSTASIA Conter ou prevenir sangramentos Pinças hemostáticas EXPOSIÇÃO Expor o campo operatório Afastadores ESPECIAL De acordo com a especialidade cirúrgica Peculiares SÍNTESE Unir tecidos seccionados e ressecados Porta agulhas
  • 12. INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE Diérese é a manobra cirúrgica destinada a promover uma via de acesso através dos tecidos. Constituídos fundamentalmente pelos bisturis e tesouras. a) Bisturi: É utilizado para incisões ou dissecções de estruturas. Caracterizado por um cabo reto, com uma extremidade mais estreita chamada colo, no qual é acoplada uma variedade de lâminas descartáveis e removíveis. A lâmina deve ser encaixada no colo do cabo de bisturi com o auxílio de uma pinça hemostática reta, mantendo a face cortante voltada para baixo. O bisturi é empunhado de duas formas principais: tipo lápis (em incisões pequenas); e tipo arco de violino (para incisões longas, que podem ser retilíneas ou suavemente curvas).
  • 13. INSTRUMENTAIS DE DIÉRESE b) Tesouras: têm como função principal efetuar a secção ou a divulsão de tecidos orgânicos, além de seccionar materiais cirúrgicos, como gaze, fios, borracha, entre outros. As tesouras variam no tamanho (longas, médias ou curtas), no formato da ponta(pontiagudas, rombas ou mistas) e na curvatura (retas ou curvas), cada uma com uma finalidade específica, adequada a cada fase do ato operatório e à especialidade cirúrgica. Destacam-se dois modelos básicos: 1. Tesoura de Metzenbaum: pode ser reta ou curva, sendo utilizada para a diérese de tecidos orgânicos, uma vez que é considerada menos traumática, por apresentar sua extremidade distal mais delicada e estreita. 2. Tesoura de Mayo: também pode ser reta ou curva, sendo utilizada para a secção de fios e outros materiais cirúrgicos em superfícies ou em cavidades, uma vez que é considerada mais traumática que a de Metzenbaum, por apresentar sua extremidade distal mais grosseira. As tesouras são empunhadas pela introdução das falanges distais dos dedos anular e polegar nas argolas. O dedo indicador proporciona precisão do movimento e o dedo médio auxilia na estabilidade do instrumental à mão.
  • 14. INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO São basicamente constituídos pelas pinças de preensão, que são destinadas à manipulação e à apreensão de órgãos, tecidos ou estruturas. Os modelos básicos são: a) Pinça de Adson: A pinça de Adson, por apresentar uma extremidade distal estreita e dessa forma, uma menor superfície de contato, é utilizada em cirurgias mais delicadas, como as pediátricas. É encontrada em três versões: atraumática, a qual possui ranhuras finas e transversais na face interna de sua ponta; traumática, com endentações e um sulco longitudinal na extremidade; e dente-de-rato, com dentes na ponta que lembram os de um roedor, sendo esta última utilizada para a preensão de aponeurose, uma vez que é considerada mais traumática que a pinça anatômica.
  • 15. INSTRUMENTAIS DE PREENSÃO b) Pinça anatômica: com ranhuras finas e transversais, possuindo uma utilização universal. c) Pinça dente de rato: por apresentar dentes em sua extremidade, é utilizada na preensão de tecidos mais grosseiros, como plano muscular e aponeurose. Por serem consideradas instrumentais auxiliares, as pinças de preensão são geralmente empunhadas com a mão não-dominante (tipo lápis), sendo que o dedo indicador é o responsável pelo movimento de fechamento da pinça, enquanto que os dedos médio e polegar servem de apoio.
  • 16. INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA A hemostasia é um dos tempos fundamentais da cirurgia e tem por objetivo prevenir ou corrigir as hemorragias, evitando, dessa forma, o comprometimento do estado hemodinâmico do paciente, além de impedir a formação de coleções sanguíneas e coágulos no período pós-operatório, fenômeno este que predispõe o paciente a infecções. Os instrumentais utilizados na hemostasia são as pinças hemostáticas, que se apresentam em vários modelos e tamanhos. Esses instrumentais são identificados pelo nome de seus idealizadores, como as pinças de Kelly, Crile, Halstead, Mixter e Kocher. Estruturalmente, essas pinças guardam semelhança com as tesouras, apresentando argolas para empunhadura. Diferem, no entanto, das tesouras por apresentarem cremalheira, uma estrutura localizada entre as argolas que tem por finalidade manter o instrumental fechado de maneira auto-estática, oferecendo diferentes níveis de pressão de fechamento. A empunhadura dessas pinças também é semelhante à descrita para as tesouras.
  • 17. INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA a) Kelly e Crile: apresentam ranhuras transversais na face interna de suas pontas e podem ser retas ou curvas. As retas, também chamadas pinças de reparo, são utilizadas para o pinçamento de material cirúrgico como fios e drenos de borracha, enquanto que as curvas são destinadas ao pinçamento de vasos e tecidos pouco grosseiros. A diferença entre as referidas pinças consiste no fato de que as ranhuras transversais da pinça de Crile estão presentes ao longo de toda a face interna de sua ponta, enquanto que as da pinça de Kelly estendem-se aproximadamente até a metade.
  • 18. INSTRUMENTAIS DE HEMOSTASIA b) Halstead: destinada ao pinçamento de vasos de pequeno calibre, devido a seu tamanho reduzido, que pode ser observado ao compará-la a outras pinças hemostáticas. Suas reduzidas dimensões lhe atribuem uma segunda nomenclatura: pinça Mosquito. c) Mixter: apresenta ponta em ângulo aproximadamente reto em relação ao seu corpo, sendo largamente utilizada na passagem de fios ao redor de vasos para ligaduras, assim como na dissecção de vasos e outras estruturas. d) Kocher: embora classificada como instrumental de hemostasia, não é habitualmente empregada para esta finalidade, uma vez que apresenta dentes em sua extremidade. Seu uso mais habitual é na preensão e tração de tecidos grosseiros como aponeuroses.
  • 19. INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO São representados por afastadores, que são elementos mecânicos destinados a facilitar a exposição do campo operatório, afastando as bordas da ferida operatória e outras estruturas, de forma a permitir a exposição de planos anatômicos ou órgãos subjacentes, facilitando o ato operatório. Classificação: • Afastadores dinâmicos: exigem tração manual contínua. a) Afastador de Farabeuf: apresenta-se em formato de “C” característico, sendo utilizado no afastamento de pele, tecido celular subcutâneo e músculos superficiais. b) Afastador de Doyen: por se apresentar em ângulo reto e ter ampla superfície de contato, é utilizado primordialmente em cirurgias abdominais. c) Afastador de Deaver: por apresentar sua extremidade distal em formato de semilua, análoga ao desenho de contorno dos pulmões, é amplamente utilizado em cirurgias torácicas, podendo também ser utilizado em cirurgias abdominais.
  • 20.
  • 21. INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO c) Afastador de Deaver: por apresentar sua extremidade distal em formato de semilua, análoga ao desenho de contorno dos pulmões, é amplamente utilizado em cirurgias torácicas, podendo também ser utilizado em cirurgias abdominais. d) Válvula Maleável: empregada tanto em cirurgias na cavidade torácica, quanto na cavidade abdominal. Por ser flexível, pode alcançar qualquer tipo de formato ou curvatura, sendo, portanto, adaptável a qualquer eventual necessidade que venha a surgir durante o ato operatório. Outra importante função é a proteção das vísceras durante suturas na parede da cavidade abdominal.
  • 22.
  • 23. INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO • Afastadores auto-estáticos: são instrumentais que por si só mantém as estruturas afastadas e estáveis. a) Afastador de Gosset ou Laparostato: utilizado em cirurgias abdominais. Deve ser manipulado em sua extremidade proximal, para que se movimente, uma vez que a distal, que entra em contato com as estruturas a serem afastadas não cede a pressões laterais. b) Afastador de Balfour: uma adaptação do afastador de Gosset, acoplando-se ao mesmo uma Válvula Suprapúbica, que, quando utilizada isoladamente, consiste em um afastador dinâmico.
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  • 25. INSTRUMENTAIS DE EXPOSIÇÃO c) Afastador de Finochietto: utilizado em cirurgias torácicas, possuindo uma manivela para possibilitar o afastamento da forte musculatura intercostal. d) Afastador de Adson: pode ser utilizado em cirurgias neurológicas, para o afastamento do couro cabeludo, bem como em cirurgias nos membros ou na coluna, para o afastamento de músculos superficiais.
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  • 27. INSTRUMENTAIS ESPECIAIS Os instrumentais especiais são aqueles utilizados para finalidades específicas, nos procedimentos que consistem no objetivo principal da cirurgia. São muitos e variam de acordo com a especialidade cirúrgica. a) Pinça de Allis: apresenta endentações em sua extremidade distal, o que a torna consideravelmente traumática, sendo utilizada, portanto, somente em tecidos grosseiros ou naqueles que irão sofrer a exérese, ou seja naqueles que irão ser retirados do organismo. b) Pinça de Duval: apresenta extremidade distal semelhante ao formato de uma letra “D”, com ranhuras longitudinais ao longo da face interna de sua ponta. Por apresentar ampla superfície de contato, é utilizada em diversas estruturas, a exemplo das alças intestinais. c) Clamp Intestinal: apresenta ranhuras longitudinais (sendo este modelo pouco traumático) ou transversais ao longo da face interna de sua ponta. É utilizado na interrupção do trânsito intestinal, o que o classifica como instrumental de coproestase.
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  • 29. INSTRUMENTAIS ESPECIAIS d) Fórceps: utilizado em cirurgias obstétricas, apresenta ramos articulados, com grandes aros em sua extremidade, para o encaixe na cabeça do concepto durante partos em que o mesmo esteja mal posicionado ou com outras complicações. Quando desarticulado, é utilizado em cesarianas, no auxílio da retirada do neonato. e) Saca-bocado: semelhante a um grande alicate, é utilizado na retirada de espículas ósseas em cirurgias ortopédicas. f) Pinça de Backaus: é também denominada de pinça de campo, devido sua função de fixar os campos operatórios entre si. g) Cureta de Siemens: Também chamada de Cureta uterina. É amplamente utilizada em procedimentos obstétricos para remoção de restos placentários e endometriais da cavidade uterina especialmente após abortos, onde resquícios do feto podem permanecer na cavidade. Possui uma superfície áspera, a qual realiza a raspagem; e outra lisa, para que a parede do útero não seja lesionada durante o procedimento.
  • 30.
  • 31.
  • 32. INSTRUMENTAIS ESPECIAIS h) Pinça de Babcock: Possui argolas e cremalheiras. Na extremidade distal possui uma pequena superfície de contato o que a torna pouco traumática. Dessa forma, pode ser utilizada na manipulação de alças intestinais.
  • 33. INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE A síntese geralmente é o tempo final da cirurgia e consiste na aproximação dos tecidos seccionados ou ressecados no decorrer da cirurgia, com o intuito de favorecer a cicatrização dos tecidos de maneira estética, além de evitar as herniações de vísceras e minimizar as infecções pós-operatórias. Os instrumentais utilizados para este fim são os porta-agulhas, que se apresentam em dois modelos principais: a) Porta-agulhas de Mayo-Hegar: é estruturalmente semelhante às tesouras e pinças hemostáticas, apresentando argolas, para a empunhadura, e cremalheira, para o fechamento auto-estático. É mais utilizado para síntese em cavidades, sendo empunhado da mesma forma descrita para os instrumentais argolados ou de forma empalmada. b) Porta-agulhas de Mathieu: possui hastes curvas, semelhante a um alicate, com cremalheira pequena. É utilizado em suturas de tecidos superficiais, especialmente na pele em cirurgias plásticas ou ainda em cirurgias odontológicas. Esse modelo de porta-agulha é empunhado sempre de forma empalmada.
  • 34.
  • 35. INSTRUMENTAIS DE SÍNTESE A face interna desses instrumentais apresenta ranhuras em xadrez, apresentando eventualmente também um sulco longitudinal, que facilitam a fixação das agulhas aos mesmos. Além dos porta-agulhas, outros materiais são utilizados na síntese, como os fios, agulhas e fios agulhados.
  • 36. ARRUMAÇÃO DA MESA DE INSTRUMENTAÇÃO Deve ser feita de forma padronizada, de acordo com a ordem de utilização dos instrumentais no ato operatório, a fim de se facilitar o acesso aos mesmos. Durante a arrumação da mesa, é necessário imaginá-la dividida em 6 setores, correspondentes aos 6 tempos operatórios: 1. Diérese: bisturis e tesouras; 2. Preensão: pinças de preensão; 3. Hemostasia: gazes, compressas e fios para ligadura, bem como as pinças hemostáticas. 4. Exposição: afastadores. 5. Especial: variam de acordo o tipo de cirurgia 6. Síntese: materiais como agulhas e os fios e os portas-agulhas.
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  • 38. TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA Bisturi de empunhadura do tipo lápis: realizada imitando-se o movimento de utilização do instrumental. Bisturi de empunhadura do tipo arco-de-violino: deve ser feita de forma semelhante a solicitação para o bisturi de empunhadura do tipo lápis, no entanto, ao final do movimento, o cirurgião deve posicionar a mão com sua face palmar voltada para cima, para o recebimento do instrumental. Tesoura reta: deve-se imitar os movimentos de secção do instrumental. Tesoura curva: solicitação feita de forma semelhante a tesoura reta. No entanto, os dedos indicador e médio devem estar igualmente encurvados. Pinça anatômica: feita imitando-se com a mão não-dominante seu movimento de utilização.
  • 39. TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA Pinça dente-de-rato: solicitada de forma semelhante a pinça anatômica. No entanto, os dedos indicador e médio, bem como o polegar devem estar encurvados formando um círculo entre si e imitando os dentes desta pinça. Afastador de Farabeuf: realizada imitando-se, com a mão, seu formato e movimento de utilização. Durante a entrega, o instrumentador deve exercer leve pressão sobre o dedo indicador do cirurgião. Afastador de Doyen: deve-se imitar com a mão e o braço seu formato e movimento de utilização. Afastador de Gosset: solicitado de forma semelhante ao Doyen, no entanto, devem ser utilizados ambos os braços. Gaze: imita-se o seu embebimento em solução anti-séptica.
  • 40. TÉCNICAS DE INSTRUMENTAÇÃO CIRÚRGICA Compressa: estendendo-se a mão. Durante a entrega desse material, deve ser feita uma leve pressão sobre a mão do cirurgião. Fio de ligadura: com a face palmar da mão voltada para cima, tendo todos os dedos em semi-flexão. Durante a entrega desse material, também deve ser exercida uma leve pressão sobre a mão do cirurgião. Porta-agulha: imita-se seu movimento de utilização, o qual se assemelha ao movimento de abertura e fechamento da maçaneta de uma porta.
  • 41. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  GOFFI, Fabio Schmidt. Técnica cirúrgica: Bases anatômicas, fisiopatológicas e técnica da cirurgia. 4ª ed. Rio de Janeiro: Atheneu, 2001  ROSA, Maria Tereza Leguthe. Manual de Instrumentação Cirúrgica. 3ª e. São Paulo: Rideel, 2009.