1. O documento resume os principais conceitos e desenvolvimento da teoria institucional nas organizações entre 1977 e início dos anos 2000.
2. Ele destaca os trabalhos seminais de 1977-1983 que estabeleceram as bases conceituais do institucionalismo organizacional.
3. Também discute mecanismos de difusão institucional e direções futuras da pesquisa, como empreendedorismo institucional e mudança.
Dicionário de Genealogia, autor Gilber Rubim Rangel
The SAGE Handbook of Organizational Institutionalism
1. The SAGE Handbook of
Organizational Institutionalism
GREENWOOD, Royston; OLIVER, Christine;
SAHLIN, Kerstin; SUDDABY, Roy
Los Angeles: Sage, 2008. Introducão.̧
Givanildo Silva.
Março de 2014.
5. Roy Suddaby
Director of Canadian Centre for Corporate
Social Responsability
University of Alberta
Canadá
6. Apresentação
The SAGE Handbook
Origem ou razões para o livro:
•30º aniversário de trabalhos seminais
•“new institutionalism”
•Interesse em compreender as organizações
•Aplicação da perspectiva institucional para as perguntas:
•Como e por quê as organizações se comportam?
•Como fazem e quais são as consequências?
Escolas básicas de pensamento (Hall; Taylor, 1996)
•Institucionalismo da racional escolha
•Institucionalismo histórico (comparativo)
•Institucionalismo organizacional (sociológico)
7. Apresentação
The SAGE Handbook
• Nos propomos a mostrar como a pesquisa institucional aplicada ao
comportamento organizacional tem evoluído ao longo do tempo
• O que a perspectiva institucional nos diz sobre o comportamento
organizacional?
• O quadro teórico enfatiza contribuições feitas a partir de 1977.
• O final da década de 1970, foram anos excelentes para a teoria da
organização. Em um curto espaço de anos, pelo menos três das
perspectivas duradouras dentro da teoria organizacional foram
iniciadas: a teoria da dependência de recursos, teoria da
ecologia e a teoria institucional.
• Em 1977, dois artigos (Meyer & Rowan, 1977; Zucker, 1977)
introduziram o que ficou conhecido como novo
institucionalismo.
9. Fundações: de 1977 a 1983
• As bases conceituais do moderno institucionalismo organizacional
foram estabelecidas nas obras de Meyer e Rowan (1977), Zucker
(1977), Meyer e Rowan (1983), Dimaggio e Powell (1983), Tolbert e
Zucker (1983), e Meyer e Scott (1983).
As perspectivas prevalecentes na teoria da organização , em grande
parte retrataram as organizações como atores respondendo às
circunstâncias situacionais:
• Teoria da contingência estrutural: organizações se adaptam às
circunstâncias de escala, incerteza da tarefa e alcance estratégico
pela seleção adequada de arranjos estruturais.
• Teoria da dependência de recursos: organizações procuram
afetar a oferta de recursos críticos, gerindo as suas
dependências em organizações.
10. Fundações: de 1977 a 1983
• Mesmo a teoria comportamental da empresa assumiu a
adaptação às circunstâncias de mercado e de desempenho, ainda
que dentro dos fronteiras da racionalidade limitada.
• Teoria ecológica foi a exceção, destacando a incapacidade das
organizações a serem gerenciadas de forma adaptativa, embora
mesmo neste caso, o problema não era que os gerentes não
poderiam efetuar adaptação organizacional, mas que não podiam
fazê-lo rápido o suficiente.
Foi neste contexto que surgiu o premiado estudo de Meyer e Rowan
(1977).
11. Fundações: de 1977 a 1983
A racionalização e difusão de burocracias formais na sociedade
moderna, decorrente de duas condições:
•A complexidade das redes de troca e organização social
•O contexto institucional
As redes complexas de interações entre as organizações que aumenta
a ocorrência de mitos racionalizados (entendimentos sociais
generalizados).
Os campos complexos e conflituosos dão origem a uma maior
variedade de formas organizacionais, e que a complexidade aumenta
a probabilidade dos mitos codificadas se tornarem regulamentos
formais e leis, que são difundidos pelas redes relacionais.
12. Fundações: de 1977 a 1983
As organizações são influenciadas por seu contexto institucional,
que definem o que significa ser racional:
•Meyer e Rowan (1983) referiu-se ao contexto institucional como as
regras, normas e ideologias da sociedade em geral
•Zucker (1983) verificou um entendimento comum do que é um
comportamento adequado e significativo.
•Scott (1983), sistemas de crenças normativas e cognitivas.
Como as organizações devem se comportar de forma racional,
proposto por Meyer e Rowan, em que os mitos racionalizados são
aceitos como prescrições de conduta apropriada.
Tornar-se isomórfica com o seu contexto institucional para sinalizar a
sua aptidão social e ganhar legitimidade aos olhos dos críticos.
13. Fundações: de 1977 a 1983
• Conformidade com as regras institucionais podem entrar em conflito
com os requisitos de eficiência técnica.
• A conformidade pode ser um rito, uma forma de jogo de confiança.
• Dissociação das práticas simbólicas do núcleo técnico da
organização ocorrem se as prescrições dos contextos institucionais
são contraditórias às exigências dos contextos técnicos.
• Muitas vezes, as organizações desempenham um papel ativo na
formação de contextos institucionais, em que as organizações
poderosas tentam construir seus objetivos e procedimentos
diretamente na sociedade como regras institucionais (Meyer e
Rowan, 1977).
14. Níveis institucionais
• Indivíduo: aperto de mão nas sociedades ocidentais
• Organização: o uso de controles formais de contabilidade,
estruturas específicas e práticas pessoais e impessoais
• Campo: hierarquias entre as categorias de ocupações ou entre as
organizações que afetam os padrões de contratação e alianças
• Sociedade: sistema jurídico baseado em processo legal
• Zucker (1977), em uma aplicação perspicaz e rigorosa das ideias
de Berger e Luckman (1967), insistiu que ideias e práticas são
institucionalizadas quando eles alcançaram os atributos de
exterioridade e objetividade.
15. Elementos básicos da tese
institucional
1. Organizações são influenciadas por seus contextos
institucionais e de rede. O contexto institucional consiste de
mitos racionalizados de conduta adequada.
2. Pressões institucionais afetam todas as organizações, mas
especialmente aquelas com tecnologias pouco claras e/ou difíceis
de avaliar os resultados.
3. Organizações tornam-se isomórficas com o seu contexto
institucional, a fim de garantir a aprovação social (legitimidade)
4. Conformidade às pressões institucionais podem ser contrárias
aos ditames da eficiência, e dissociadas do núcleo técnico.
5. Práticas institucionalizadas são normalmente tomadas como
verdades, amplamente aceitas e resistentes à mudança.
16. Elementos básicos da tese
institucional
1. Organizações são influenciadas por seus contextos
institucionais e de rede. O contexto institucional consiste de
mitos racionalizados de conduta adequada.
2. Pressões institucionais afetam todas as organizações, mas
especialmente aquelas com tecnologias pouco claras e/ou difíceis
de avaliar os resultados.
3. Organizações tornam-se isomórficas com o seu contexto
institucional, a fim de garantir a aprovação social (legitimidade)
4. Conformidade às pressões institucionais podem ser contrárias
aos ditames da eficiência, e dissociadas do núcleo técnico.
5. Práticas institucionalizadas são normalmente tomadas como
verdades, amplamente aceitas e resistentes à mudança.
17. Mecanismos de difusão
(DiMaggio e Powell, 1983)
• Coercitivas: ocorrem quando constituintes externos –
organizações tipicamente poderosas, incluindo o Estado
– tem o poder de persuadir ou forçar as organizações a
adotar um elemento organizacional
• Normativos: surgem principalmente a partir de
desenhos de profissionalização
• Miméticos: quando as organizações estão em dúvidas,
e copiam outras ou porque as ações dos outros são
reconhecidas como a forma racional e/ou por causa do
desejo de evitar aparecer diferente ou atrasado.
18. Motivação para adoção
• Isomorfismo coercitivo: organizações estão
motivadas à evitar possíveis sanções de outras
entidades
• Isomorfismo normativo: organizações estão
motivadas em respeitar as obrigações sociais
• Isomorfismo mimético: as organizações são
motivadas por sua interpretação de
comportamentos de sucesso dos outros.
19. Bases iniciais do
institucionalismo organizacional
• A questão central abordada pelas primeiras formulações
da teoria institucional foi: Por que e quais as
consequências das organizações utilizarem
determinados arranjos organizacionais que
desafiam explicações racionais tradicionais?
• A resposta essencial prevista pela teoria institucional
enfatizou (e ainda enfatiza) o conjunto de valores e
ideias sociais amplamente compartilhados e
tomadas como certas.
20. Primeiros anos: de 1983 a 1991
• Quatro conjuntos de estudos que refletem claramente a ideia de
instituições como mitos racionalizados:
1. O primeiro conjunto (que nós chamamos de processual)
demonstraram que as organizações estão motivados para alcançar
legitimidade, adotando práticas similares entre as organizações.
2. O conjunto transversal: as organizações institucionalizadas
convergem em torno de práticas assumidas como sendo racionais.
3. Transnacionais: práticas comparadas em diferentes países,
testando se os valores culturais distintos resultam em diferentes
comportamentos organizacionais.
4. A quarta (meios de transmissão) explorou como as ideias são
transmitidas pelas organizações .
21. Fazendo um balanço:
de 1987 a 1991
Ambiguidades são discutidas na teoria institucional:
1.Organizações institucionalizadas: organizações governamentais e
não-lucrativas X processos institucionais em que "mercados" são
instituições.
2.Isomorfismo: como é que vamos explicar a aparente variedade de
organizações que coexistem dentro do mesmo setor?
3.Natureza institucional: modelos que se tornam prescrições
culturais X agências reguladoras de economia política.
4.Questões básicas que a teoria institucional procura responder:
porque é que há uma racionalização crescente da sociedade e
utilização de formas organizacionais burocráticas X padrões
institucionalizados de comportamento.
22. Novas direções?
• Teoria institucional pode progredir com a teoria da agência
• Incorporar elementos da teoria de dependências de recursos
• A organização pode ser proativa e adotar estratégias
• Avaliar a perspectiva ecológica
No final da década de 1980, houve uma consciência crescente de que
as organizações não são entidades unitárias e que suas respostas
a processos institucionais podem ser menos homogêneos e
menos automáticos do que inicialmente previstos.
Revisitando a teoria, grande parte das ideias da teoria institucional
retratam organizações muito passivas, bem como, os ambientes
sendo excessivamente restritivos.
23. Expandindo horizontes:
a partir de 1991
• A maioria dos livros que apareceram depois de 1991 incluiu alguma
(embora limitada) discussão do ponto de vista institucional.
• Na verdade, a maioria dos livros se refere à teoria institucional mais
como um aparte interessante do que como uma construção
principal, mas em meados da década, a perspectiva foi firmemente
estabelecida como uma das abordagens centrais da teoria da
organização.
• Em termos de pesquisa, a década de 1990 foi um período rico
teoricamente com uma agenda crescente de aplicações e maior
sistematização das ideias.
• Foco em mostrar isomorfismo e sua dinâmica.
• Resultados demonstraram a complexidade da relação entre a
legitimidade e desempenho.
24. Empreendedorismo institucional
e mudança
• O empreendedorismo institucional surgiu como um termo-chave e
tornou-se quase sinônimo de mudança institucional.
• O foco da mudança institucional foi a construção e legitimação de
novas práticas.
• A organização tornou-se variável independente, em vez de
dependente, nos processos de mudança institucional.
• A contribuição crítica da análise institucional é o reconhecimento de
que os atores não são motivados apenas pelo interesse próprio.
25. Empreendedorismo institucional
e mudança
1. Os estudos sobre empreendedorismo institucional oferecem uma
perspectiva bastante discutida da dinâmica da mudança. Mostram
como a legislação cria interesses que constroem comportamentos
de adesão. As profissões podem utilizar a legislação para
aumentar a sua influência e âmbito de atividade.
2. A legislação não é simplesmente uma estrutura de incentivos e
oportunidades, mas um reflexo do esquema cognitivo que é
historicamente contingente, ou seja, uma forma de pensar.
3. As políticas e práticas socialmente construídas criam
legitimidade de melhorar a eficiência, desta forma, um
comportamento racional.
4. Transmutação ao longo do tempo de relações recíprocas
envolvendo profissões e reguladores em elementos normativos e
culturais e cognitivos.
26. Sugestões de pesquisas futuras
• Processos institucionais de aprendizagem organizacional:
isomorfismo competitivo
• Ampliar a atenção além de processos miméticos, com maior
elaboração de estudos ref. mecanismos coercitivos e normativos
• Modelagem para compreensão dos processos institucionais.
• As práticas e processos institucionais podem migrar e se
difundirem pelos outros campos teóricos ao longo do tempo.
• Questões de poder social e incorporação da teoria dos
movimentos sociais.
• Despertou-se o interesse na teoria do discurso, narrativas e o
papel da retórica.
27. Sugestões de pesquisas futuras
• A literatura de gestão estratégica limitou-se sobre a cognição
principalmente nos vieses cognitivos e às limitações de
processamento de informação e os efeitos dos mapas cognitivos
(modelos mentais dos atores) na tomada de decisões estratégicas:
Como esses modelos se tornam compartilhados entre os
tomadores de decisão que enfrentam desafios e ambientes
semelhantes?
• Hargrave e Van de Ven (2006) desenvolveram uma tipologia que
identificam quatro modelos distintos de mudança institucional:
desenho institucional, adaptação institucional, difusão institucional,
e os modelos de ação coletiva.
• Há um crescente interesse em estudos transnacionais (fora
EUA). Pesquisadores têm examinado como distância
institucional.
28. Sugestões de pesquisas futuras
• Crescimento acentuado na aplicação da teoria institucional aos
tópicos principais de estratégia não foi acompanhada pela teoria
estratégia, além de uma combinação limitada e seletiva da teoria
institucional com a visão baseada em recursos, a teoria dos
custos de transação, teoria da agência e teoria das
capacidades dinâmicas.
• A teoria institucional tem sido cada vez mais aplicada aos tópicos
estratégia tão diversos como as fusões, a heterogeneidade
organizacional, a diversificação da empresa, os efeitos dos
conselhos de administração sobre o desempenho da empresa,
a reputação da empresa, e a legitimidade de alianças
estratégicas.
29. Sugestões de pesquisas futuras
• A teoria institucional evoluiu como um antídoto para as
perspectivas excessivamente racionalistas e
tecnocráticos da década de 1960.
• Enfatizou-se o papel das forças culturais dentro de um
contexto institucional e destacou-se o campo
organizacional em nível das pressões culturais que são
evidentes.
FIM.