O documento descreve duas pinturas de artistas flamengos dos séculos 15 e 16: (1) "Banqueiro e sua mulher verificando os ganhos" de Quentin Massys de 1514 e uma versão de 1539 por Marinus van Reymerswale, mostrando diferenças no vestuário, cenário e itens; (2) "Triunfo do Bem estar" de Hans Holbein, o Moço, de 1532-34, representando Plutão conduzido por alegorias da Razão, Fortuna e Vingança.
1. Banqueiro e sua mulher verificando os
ganhos em artistas flamengos:
Quentin Massys (c. 1465 - 1530),
amigo de Erasmo, 1514, e Marinus
van Reymerswale (c. 1490 - c. 1567),
numa versão de 1539 (Musée du
Louvre, Paris, e Museo del Prado,
Madrid)
A cena modifica-se no quadro pintado vinte
e cinco anos depois.
Diferenças acentuadas no vestuário e no cenário circundante, no livro que a
mulher folheia (de teor religioso no primeiro caso, por certo de registo de contas
no segundo), no espelho convexo que reflecte talvez o próprio Massys, e na maior
variedade de moedas e de documentos soltos na pintura de 1539.
Hans Holbein, o Moço, Triunfo do Bem estar, 1532-34 (Musée du Louvre,
Paris). Plutão é conduzido num carro triunfal acompanhado pela Fortuna e
pela Vingança (Nemesis), puxado por quatro cavalos (Avareza, Fraude,
Usura e Contrato) dominados respectivamente por quatro mulheres
(Generosidade, Honestidade, Igualdade e Justiça). Quem os conduz é a
Razão segurando os freios do Conhecimento e da Vontade. Acompanham-no
em cortejo diversas figuras, entre as quais personagens históricas ou
lendárias marcadas pela boa fortuna e pela má sorte.
2. Xilografias representando ofícios de tecelão e de relojoeiro. Hartman
Schopper, Panoplia omnium illiberalium mechanicarum aut sedentariarum
artium genera continens, Francoforte sul Meno, George Corvinus e Siegmund
Feyerabent, 1568
A temática da vaidade e da avareza de banqueiros, usurários e colectores de
impostos parece ter suscitado interesse bastante para motivar um considerável
número de quadros de Marinus van Reymerswaele, autor d’ O Chamado de
Mateus de 1536 (Museum voor Schone Kunsten, Ghent) e d’ O Colector de
impostos, pintado em 1542 (Alte Pinakothek, Munique).