O documento descreve o trovadorismo na Idade Média, incluindo seu contexto histórico, cultural e artístico. Detalha os principais gêneros de cantigas trovadoras e fornece exemplos, como a Cantiga de Amor de Afonso Fernandes e a Cantiga de Amigo de Dom Dinis. Também lista alguns dos principais trovadores como Paio Soares de Taveirós, D. Dinis, e D. Afonso X.
3. INTRODUÇÃO
O trovadorismo se manifestou na idade média,
tendo inicio no fim do império romano (destruído no
século V com a invasão dos bárbaros vindos do norte da
Europa), e se estendeu até o século XV. Quando se deu
a época do renascimento o artigo tinha como objetivo
abordar o contexto histórico-social, cultura e artístico,
que foi um grande período da arte literária.
4. CONTEXTO HISTÓRICO
Nessa época toda Europa sofria com as invasões
dos povos germânicos, nessa conjuntura desenvolveu-
se o feudalismo, que nada mas era que um sistema
econômico , onde o direito de governar se concentrava
somente a o senhor feudal, ele tinha poder sobre todos
os seus servos e vassalos que trabalhavam em suas
terras.
5. CONTEXTO CULTURAL
Quanto ao contexto cultural, podemos afirmar
que a igreja influenciou toda a idade média. A igreja
detia o poder político e econômico, mantendo-se
acima da nobreza feudal, nesse período o mundo era
baseado no teocentrismo (Deus era o centro das
coisas).
6. CONTEXTO ARTÍSTICO
Na arquitetura toda produção estava voltada
para a construção de igreja, catedrais e entre outras,
tanto na alta idade média, em que predominou o estilo
romântico. Quanto na baixa idade média, em que
predominou o estilo gótico. Todas as produções
literárias eram feitas em galego-português,
denominadas cantigas.
8. CANTIGAS DE AMOR
Nas cantigas de
amor o homem se refere à
sua amada como sendo
uma figura idealizada,
distante. O poeta fica na
posição de fiel vassalo, fica
as ordens de sua senhora,
dama da corte, onde esse
amor é considerado como
um objeto de sonho, ou se
que está longe.
9. EXEMPLO:
Essa cantiga de Afonso Fernandes mostra algumas características de
incorrespondência amorosa.
“Senhora minha, desde que vos vi,
lutei para ocultar esta paixão
que me tomou inteiro o coração;
mas não o posso mais e decidi
que saibam todos o meu grande amor,
a tristeza que tenho, a imensa dor
que sofro desde o dia em que vos vi.”
Nessa 1ª estrofe o trovador expressa o que sente mais de uma
maneira súplica, a mulher que ele conheceu está sendo idealizada em que ele
se declara a ela, ele expõe os argumentos que justificam sua desgraça.
10. CANTIGAS DE AMIGO
Surgiu na península
ibérica, eram inspiradas em
cantigas populares, fato que as
deixou mais ricas e variadas em
relação a temática.
Diferentemente da cantiga
de amor, no qual o sentimento
expresso é masculino, a cantiga de
amigo expressa em uma voz
feminina, embora seja de autoria
masculina, em virtude de que
naquela época ás mulheres não
tinham o direito da alfabetização.
11. EXEMPLO
De Dom Diniz
"Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
ai Deus, e u é?
Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
ai Deus, e u é?
Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mi há jurado
!ai Deus, e u é?"(...)
Observações
Eu lírico: feminino
Presença de paralelismos.
Predomínio da musicalidade.
Assunto Principal: saudade
Amor natural, espontâneo e possível.
Ambientação popular rural ou
urbana.
Influência da tradição oral ibérica.
Deus é o elemento mais importante
do poema.
Pouca subjetividade.
12. ANÁLISE DA CANTIGA
TROVADORESCA DE DOM DINIS
POR FERNANDOS SOARES
A cantiga tem início com a apresentação do cenário ligado à
natureza e o próprio eu-lírico feminino se dirige às flores do verde
pinho ara saber notícias do amado. A expressão que repete ao longo da
cantiga representada pelo último verso de cada estrofe revela a saudade
dela pelo amado. Há um prazo estabelecido para um reencontro.
Contudo, a insegurança da voz feminina faz com que ela se desabafe. O
interlocutor (as flores do verde pinho) a tranquiliza, lembrando a ela
que nada de mais aconteceu e que no momento estabelecido o
reencontro acontecerá.
Percebeu como as três situações são semelhantes? A arte, de
alguma forma, espelha o social. E se aquele contexto veio a ser
retratado pela literatura é porque era relevante para aquele povo.
13. CANTIGAS DE ESCÁRNIO
Nessa cantiga, o eu – lírico,
faz uma crítica (sátira) indireta e com
duplos sentidos a alguém. Para os
trovadores fazerem uma cantiga de
escárnio, ele precisa compor uma
cantiga falando mal de alguém, ou seja,
fazendo uma critica a alguma pessoa,
através de palavras de duplo sentido, ou
seja, através de ambiguidades,
trocadilhos e jogos semânticos, através
de um processo denominado pelos
trovadores equívoco.
Essa cantiga é capaz de
estimular a imaginação do autor,
sugerindo-lhe uma nova expressão
irônica.
14. EXEMPLO
Ai, dona fea, foste-vos queixar
que vos nunca louv[o] em meu cantar;
mais ora quero fazer um cantar
em que vos loarei toda via;
e vedes como vos quero loar:
dona fea, velha e sandia! (...)
OBSERVAÇÕES
Crítica indireta; normalmente a pessoa satirizada não é identificada.
Linguagem trabalhada, cheia de sutilezas, trocadilho e ambiguidades.
Ironia.
15. CANTIGAS DE MALDIZER
Nas cantigas de
maldizer, como bem nos retrata
o nome, a crítica era feita de
maneira direta, e mencionava o
nome da pessoa satirizada.
Assim, envolvidas por
uma linguagem chula,
destacavam-se palavrões,
geralmente envoltos por um
tom de obscenidade, fazendo
referência a situações
relacionadas a adultério,
prostituição, imoralidade dos
padres, entre outros aspectos.
16. EXEMPLO
Roi queimado morreu con amor
Em seus cantares por Sancta Maria
por ua dona que gran bem queria
e por se meter por mais trovador
porque lhela non quis [o] benfazer
fez-sel en seus cantares morrer
mas ressurgiu depois ao tercer dia!…
OBSERVAÇÕES:
Crítica direta; geralmente a
pessoa satirizada é identificada
Linguagem agressiva, direta,
por vezes obscena
Zombaria
Linguagem Culta
17. PRINCIPAIS AUTORES
Paio Soares de Taveirós
Paio Soares Taveirós (ou Taveirós) era um trovador da primeira
metade do século XIII. De origem nobre, é o autor da Cantiga de Amor A
Ribeirinha, considerada a primeira obra em língua galaico-portuguesa.
D. Dinis
Dom Dinis, o Trovador, foi um rei importante para Portugal, sua
lírica foi de 139 cantigas, a maioria de amor, apresentando alto domínio
técnico e lirismo, tendo renovado a cultura numa época em que ela estava em
decadência em terras ibéricas.
D. Afonso X
D. Afonso X, o Sábio, foi rei de Leão e Castela. É considerado o
grande renovador da cultura peninsular na segunda metade do século XIII.
Acolheu na sua corte e trovadores, tendo ele próprio escrito um grande número
de composições em galaico-português que ficaram conhecidas como Cantigas
de Santa Maria. Promoveu, além da poesia, a historiografia, a astronomia e o
direito, tendo elaborado general Historia, a Crônica de España, Libro de los
Juegos, Las Siete Partidas, Fuero Real, Libros del Saber de Astronomia, e
entre outros.