O Valência derrotou o Real Madrid por 2x1 no Estádio de Mestalla em 4 de janeiro de 2015. O Valência marcou dois gols no segundo tempo para virar o jogo depois de estar perdendo por 1x0 no intervalo. As equipes utilizaram diferentes sistemas táticos como 4x4x2 e 4x2x3x1, mas nos últimos jogos o Valência tem apostado no sistema 3x5x2.
1. JOGO VALÊNCIA CF 2 x 1 REAL MADRID
ESTÁDIO/DATA ESTÁDIO DE MESTALLA, VALÊNCIA – 4 JANEIRO 2015 16h
FASE LIGA BBVA 17ª JORNADA
RES. INTERVALO VALÊNCIA 0 x 1 REAL MADRID
OUTRAS INFORMAÇÕES JÁ UTILIZARAM OUTROS SISTEMAS TÁCTICOS COMO O 4x4x2 E O 4x2x3x1 MAS NOS ÚLTIMOS
JOGOS REVELAM GRANDE TENDÊNCIA PARA APOSTAR NESTA ESPÉCIE DE 3x5x2
6. Organização Ofensiva
Organização estrutural em 3x5x2 com um miolo variável na formação do seu triângulo. Equipa com forte jogo interior
no processo de construção, com interessante jogo exterior também. Jogo curto preferencial mas jogo longo também é
usado. Enorme qualidade técnica nos vários momentos do jogo com muita dinâmica. Tem uma boa ligação
intrasectorial mas muitas dificuldades na ligação intersectorial. Centrais dotados tecnicamente onde se destaca
Otamendi nos vários momentos técnicos a que está forçado. Os médios-laterais conferem a largura (‘Campo Grande’) e
tem grande qualidade na busca da profundidade. Miolo forte com grande qualidade em posse mas também com
grande qualidade no transporte. Avançados combativos, agressivos, móveis e fortes tecnicamente conferem boa
relação com a equipa e com a profundidade que conferem no espaço interior (Negredo joga mais baixo relativamente a
Paco Alcácer). Na 1ª fase, Otamendi é a referência na saída de bola e é ele que tem o maior número de soluções: pode
sair longo para o espaço ou para Negredo, optar por colocar nos médios-centro, nos médios-laterais ou ainda assumir
acções de condução para depois esticar o jogo na frente. Mustafi e Orban optam, normalmente, por colocar ou no
médio-lateral do seu lado ou no médio-centro desse lado ou voltar a colocar nos centrais (especialmente em Nico
Otamendi). Nunca destoar atrasos para o guarda-redes que muitas vezes colocam em risco a estabilidade da equipa e
de Diego Alves. Na passagem para a 2ª fase, os médios-centro optam, quase sempre, por colocar nos corredores
laterais ou por colocar em André Gomes e permitir-lhe acções de condução entrando, ele mesmo, em 3ª fase. Quando
saem por fora (pelos médios-laterais) dão-se acções de condução para entrarem directos na fase de criação, nunca
abdicando da colocação nos corredores laterais, ou verticalizam para os avançados. A saída longa em 1ª fase leva a bola
para Negredo que coloca nos laterais ou atrasa para um dos médios-centro com Parejo mais baixo no terreno e André
Gomes mais subido no terreno. A entrada no processo criativo, por dentro dá-se com André Gomes que pode procurar
a profundidade dos avançados com movimentos nas costas de Paco Alcácer ou Negredo OU com a aproximação da área
mas à largura por parte dos médios-laterais. Por outro lado, provocam o cruzamento quando os médios-laterais entram
em zonas para o realizarem. Não tem necessariamente que ganhar a linha de fundo, sendo que Piatti (e Gaya!) é quem
mais profundo e mais activo na busca da área neste momento do processo criativo. Não tem grandes criativos e não
colocam muitos jogadores neste momento. Apoio de Parejo vindo de trás não é muito usual. Na fase de finalização,
atenção aos esquema das imagens e ainda podem colocar um quarto elemento nas imediações da área. As meias-
distâncias de André Gomes, de Pablo Piatti (Gaya) e de Parejo, as movimentações nas costas seguidos de remates
cruzados por parte dos avançados são outras formas de perigarem a (nossa) ‘porteria’. Atenção a possíveis resoluções
individuais de André Gomes, Piatti, Gaya Barragán ou dos avançados por meio de dribles curtos. Jogo aéreo perigoso e
fortes nas segundas bolas.
7. TRANSIÇÃO OFENSIVA
Quando recuperam no 1º terço da equipa não tem grande velocidade optando por manter
a posse da bola endereçando-a para os médios que ficam responsáveis por sair da zona da
bola com a mesma. Quando recuperam no 2º e 3º terço de terreno de jogo optam por
tentar sair rápido com André Gomes em condução ou com a colocação no espaço
frontal/lateral onde deveriam surgir os avançados e os médios-laterais.
12. Organização DefensivaEquipa organizada estruturalmente em 3x5x2 móvel, dinâmico e pouco rígido. Aposta numa marcação mista (zonal em
quase todo o processo excepto nos médios-laterais que marcam individualmente os laterais adversários) e num bloco
alto/médio-alto. Não pressionam forte mas ocupam bem os espaços o que retira capacidade ao adversário para sair pelos
defesas centrais. Agressivos, são um bloco coeso e equilibrado. Nunca encurtam demasiado o campo deixando sempre o
médio-lateral aberto no corredor. Difícil ocupação do espaço interior (médios-avançados primeiro e depois médios-
defesas). Os avançados participam bastante no processo defensivo. O tridente defensivo tem o auxilio pendular de Enzo
Pérez que muitas vezes vai auxiliar a encurtar nas cosas dos centrais que tem ordem para marcar os extremos se eles
estiverem do seu lado (Mustafi só marcou Ronaldo e Orban só marcou Gareth Bale -> lacuna a explorar, forçando o 2x1!) e
se não baixarem no terreno ao ponto de entrarem no sector intermédio. Neste processo bom esforço e bom
relacionamento intrasectorial (Otamendi como líbero encurta nas costas, comanda a linha e auxilia nos duelos. Por outro
lado, a boa relacção entre os médios que rodam bem entre si) mas também uma boa relação intersectorial (Enzo com os
defesas e os avançados com os médios). Na 1ª fase procuram condicionar os centrais (a entrada da bola neles…) e cobrindo
também o recurso ao médio-defensivo pelos avançados que se colocam entre unidades (ver imagem). Destaque para André
Gomes e Parejo que sobem territorialmente dependendo do posicionamento do médio que jogue sobre o seu lado (Isco-
André/James-Parejo). Só pressionam quando a bola entra nos centrais sendo, desde esse momento, muito agressivos na
pressão. Destaque também a marcação individual já desde este momento nos corredores laterais por parte dos ML. Na 2ª
fase, por espaços exteriores, marcação do médio-lateral ao lateral contrário e participação do central do lado da bola a sair
na marcação ao extremo do seu lado (!). O miolo posiciona-se em 3 linhas com o médio-centro do lado da bola a subir na
pressão, o médio-centro do lado oposto entre linhas e como o avançado a baixar para tirar linhas de passe. Por dentro, o
miolo aproxima-se e dificulta o jogo por dentro dando algum espaço à largura (os laterais fecham + por dentro mas
conferem largura) para o adversário circular. Já neste momento se percebe que Otamendi é que controla a linha defensiva
sendo ele o último elemento. Na 3ª fase, Enzo assume um papel preponderante juntando-se a Otamendi na marcação zonal
na grande área enquanto os outros defesas procuram marcar individualmente os seus adversários. Neste momento só o
médio-lateral do lado oposto da bola mantém o acompanhamento sendo que o ML do lado da bola auxilia o central
deslocado para fechar o corredor. (3ª fase por espaço exterior). No espaço interior, Otamendi e o defesa do lado da bola
protegem as costas de Enzo que é o último obstáculo antes da defesa. Existe espaço entre a linha defensiva (ver imagens!).
Na 4ª fase ter atenção porque devemos atacar as zonas dos postes e as costas de Enzo Pérez nos cruzamentos mas também
o espaço entre os centrais (por dentro, ver ‘A REALÇAR DESTA IMAGEM’) para finalizar na cara de Diego Alves.
Diego Alves é de queda fácil (uma simulação, no 1x1, deve retirá-lo do caminho). Sendo rápido a reagir, cair e levantar,
coloca-se bem e tem uma excelente elasticidade dentro dos postes sendo astuto fora deles, não é ‘aventureiro’.
13. TRANSIÇÃO DEFENSIVA
Não sendo uma equipa agressiva na reacção à perda é, ao mesmo tempo,
inteligente e forte. Baixa, recompõem-se e não pressionando o portador anula-lhe
as opções de passe mais comuns ou mais fiáveis/perigosas tornando o processo
decisional do adversário muito mais complexo. Miolo forte e defesas rápidos a
transitarem mentalmente e a acompanharem os jogadores-referência.
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17. A REALÇAR DESTA IMAGEM
Barragán e Piatti/Gaya só acompanham o lateral contrário – Marcelo e Carjaval, respectivamente;
Otamendi tem o papel de encurtar espaço nas costas dos centrais que marcam, dobrando-os e ao mesmo tempo tem
que cobrir zonalmente o espaço central;
Parejo, como MC do lado direito vai auxiliar na criação de superioridade numérica;
Enzo Pérez, que muitas vezes auxilia nas dobras aos centrais que vão ‘caçar’ os jogadores que tem que marcar, cai na
tentação de ir procurar a zona da bola e só depois percebe que tem que proteger espaço interior;
A RAZÃO: o melhor jogador da equipa adversária atrai a atenção dos adversários, o PL sai da sua posição o que dá
liberdade a Otamendi para sair da posição, mas é preciso que o médio-centro (James!) ou o extremo do lado oposto
(Bale!) ataca a frente de Orbán e as costas de Enzo Pérez uma vez que está vazia.
É uma das formas de fazer perigar este Valência, a vedeta tem que chamar a atenção e os outros tem que atacar o
espaço;
19. Equipa agressiva nos duelos, rápida no ataque e imperial
na vontade de finalizar com qualidade.
Piatti/Parejo na marcação, batem com qualidade.
Colocam 6 jogadores na área sendo que 5 são bons
cabeceadores: destaque para o movimento de Paco
Alcácer a ‘fugir’ da pequena área libertando espaço, a
procura de Orbán em atacar o 2º poste e os movimentos
diagonais de Mustafi e Otamendi que são os mais
agressivos e os mais fortes no jogo aéreo.
André Gomes permanece no exterior da grande área para
assim garantir uma possível 2ª bola.
20. Equipa agressiva nos duelos, rápida no ataque e imperial
na vontade de finalizar com qualidade.
Parejo na marcação, bate com qualidade.
Colocam 5 jogadores na área sendo que são bons
cabeceadores: destaque para o movimento de Paco
Alcácer a ‘fugir’ da pequena área libertando espaço
(repete-se dos cantos). Destaque para o movimento
diagonal de Otamendi: mais perigoso! Atenção ainda ao
facto de estarem, com movimentação, muito povoadas as
zonas dos postes, especialmente o 2º pela ocupação
territorial dos 2 centrais.
21. Alcácer na marcação, colocam 1 jogador na
barreira (Parejo) com Otamendi na linha de
visão do guarda-redes (seta no desenho e
na imagem). Mais 4 na área.
Alcácer bate forte mas pouco colocado, o
oposto de Parejo que bate mais colocado e
com menos força.
23. Marcação individual (agressiva, em cima dos
adversários e sem dar espaço) dentro da área
com cobertura zonal do 1º poste (Negredo), do
2º poste (Alcácer) e o coração da área
(Otamendi). Enzo Pérez e Gaya cobrem 2ª bola
com atenção a Kroos e Isco.
Para bater: Porcurar jogadores-bloqueio,
combinações (movimentos contrários,
jogadores a partirem juntos…) ou
arrastamentos.
Barragán-Ronaldo; Parejo-Bale; Mustafi-Pepe;
Orbán-Ramos; A. Gomes-Benzema
24. Marcação zonal em linha com 1 ou 2 jogadores na
barreira. Sem grande espaço entre unidades, a maior
lacuna são as costas de Alcácer e a frente de Parejo
ou então entre Barragán e Otamendi. Agressivos e
organizados, não dão muitas facilidades para quem
ataca mas o 2º poste (A. Gomes) é também uma zona
a explorar.
25. Barreira com 5 elementos não muito
homogéneos mas com boa altura no
espaço central e exterior mas interno da
mesma. Colocam Enzo do lado da bola com
4 elementos a marcarem zonalmente ao 2º
poste (não tem um comportamento de
baixar com o remate).
26. SOFREU
Diego Alves procura adivinhar o lado,
antecipando a finalização do avançado. Não
tem uma queda muito rápida mas ocupa
bem o espaço.
Por parte da equipa, equipa está perto da
zona limite da grande área e tem uma
reacção boa.