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Energia Eólica Residencial
Altieres Mariano Martins, Frederico José de Souza Gomes, Messias de Oliveira e Ricardo Emílio da
Silva.


Abstract— In this article we address the issue of wind
energy in homes and we make a brief history of how
evolution occurred wind energy from the beginning until
the present day showing the main techniques that have
been used and need to be constantly improving and
adapting new technologies so always looking for the best
cost benefit. The use of the winds and not of today that has
been exploited since ancient times, but it was not for this
functionality, with the imminent growth of electricity
consumption, seeing that only energy from non-renewable
sources is increasingly evident need for creating,
developing and investing in energy from renewable
sources. Over the years new techniques have been
developed to alleviate this problem and one residential
wind energy on which this article focuses.
Index Terms— Wind Energy, residences, Wind.

Resumo — Neste presente artigo, iremos abordar o tema
sobre energia eólica nas residências e vamos fazer um
breve histórico de como ocorreu à evolução da energia
eólica desde o principio ate os dias atuais, mostrando as
principais técnicas que foram utilizadas e a necessidade de
estar sempre aperfeiçoando e se adaptando as novas
tecnologias, de forma sempre procurando a melhor
relação custo beneficio. A utilização dos ventos vem sendo
explorada desde os tempos antigos, mas não era para essa
funcionalidade. Com o crescimento eminente do consumo
de energia elétrica, vendo que somente a energia
proveniente de fontes não renováveis estava sendo
utilizada, estava cada vez mais evidente a necessidade de
criação, desenvolvimento e investimentos na área de
energia provenientes de fontes renováveis. Com o passar
dos anos foram se desenvolvendo novas técnicas para
amenizar este problema uma delas é a energia eólica
residencial no qual este artigo tem como foco.

Palavras chave—Vento, Energia Eólica, Residências.

Este artigo apresentado ao professor: Wilson Saldanha no Instituto Nacional
de Telecomunicações tem como objetivo aprovação na disciplina de Sistemas de
Energia, no curso de Engenharia Elétrica. Trabalho apresentado em 06/2012.

I. INTRODUÇÃO
Com o crescente avanço tecnológico de equipamentos que
cada vez mais demandam energia elétrica como sua principal
fonte de alimentação esta cada vez mais limitada, a fonte de
energia que não tem fonte infinita com isso a exploração
intensiva de recursos naturais limitados como o gás natural, o
petróleo e o carvão mineral, tem levado o governo a investir
mais em energias renováveis, que é aquela obtida a partir de
fontes naturais com capacidade de se regenerar, sendo assim
inesgotável [1]. Nos dias atuais em que a preocupação com o
meio ambiente é cada vez mais questionado, em relação às
questões de desenvolvimento sustentável e de matriz
energética renovável estão ganhando destaque mundial, e a
busca por um planeta sustentável é comum e requer
consciência principalmente das pessoas e do governo.
As energias provenientes de fontes renováveis são
encaradas como decisivas no combate ao efeito estufa, já que
sua utilização não causa nenhum ou pouco impacto que ira
afetar o meio ambiente. Este trabalho tem como objetivo
principal abordar um novo tipo de energia renovável, que já é
uma realidade nas residências e uma tendência em muitos
países, à energia eólica residencial.
A energia eólica é a energia cinética do deslocamento de
massas de ar geradas pelas diferenças de temperatura na
superfície do planeta, resultado da associação da radiação
solar incidente no planeta com o movimento de rotação da
terra, fenômenos naturais que se repetem. Por isso é uma
fonte de energia que devemos explora-la ao máximo possível,
pois como já citado anteriormente ela causa danos muito
baixos ao meio ambiente.
Figura 1. Residência Utilizando Energia Renovável.

II. HISTÓRICO
Energia eólica é aquela que é gerada pelo vento, e já
vem sendo utilizada pelo homem há mais de quatro mil
anos para fazer mover os barcos a vela. A vela do barco
captava a energia do vento que fazia mover o barco sobre a
água [2]. Acredita-se que por volta de 2000 a.C. a China
utilizava o recurso eólico e por volta de 1700 A.C. o
Império Babilônico utilizava cata ventos rústicos para
irrigação. O primeiro registro histórico da utilização de
energia eólica foi por volta de 200 a.C. proveniente da
Pérsia, onde a energia eólica era utilizada para bombear
água e moer grãos através de cata ventos. [3]
O início da utilização de cata ventos para geração de
energia elétrica teve início no final do século XIX em
1888, Charles F. Bruch ergueu na cidade de Cleveland,
Ohio, o primeiro cata-vento destinado à geração de energia
elétrica, esse sistema esteve em operação por 20 anos sendo
desativado em 1908. Um dos primeiros passos para o
desenvolvimento de turbinas eólicas de grande porte para
geração de energia elétrica foi dado na Rússia em 1931,
com o Balaclava, um modelo avançado de 100 KW
conectado a uma linha de transmissão de 6,3 KV de 30 km.
A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) também foi de
grande impacto para alavancar no que se diz respeito ao
desenvolvimento de aerogeradores de médio e grande
porte, uma vez que os países estavam se empenhando em
economizar combustíveis fósseis.
Os Estados Unidos desenvolveram um projeto do maior
aerogerador até então projetado, o Smith-Putnam, cujo
modelo apresentava uma torre de 33.5 m de altura, 53.3 m
de diâmetro e duas pás de aço com 16 toneladas. Foi
instalada em 1976 na Dinamarca a primeira turbina eólica
comercial ligada à rede elétrica pública. Daí em diante,
houve uma grande expansão, sobretudo nos países
desenvolvidos [4]. Em 1999 foi construído no Brasil o
primeiro parque eólico do mundo sobre dunas de areia, na
praia da Taíba no município de São Gonçalo do Amarante.
O parque eólico de São Gonçalo do Amarante utiliza 10
aerogeradores e tem capacidade total instalada de 5 MW.
Hoje no mundo estão instaladas centenas de parques
eólicos, fonte de energia que não emite dióxido de carbono

(CO2), um dos gases responsáveis pelo efeito estufa que
esta cada vez mais se tornando um problema pertinente aos
olhos de pesquisadores na área correlatos ao meio
ambiente.
O crescimento dos parques eólicos tem uma forte
tendência a aumentar devido a sua energia ser limpa e
renovável. Outra forma de se aproveitar a energia provinda
dos ventos, é através de geração de energia eólica
residencial, o que já vem se tornando uma realidade em
alguns países, como Estados Unidos e Reino Unido [5]. A
energia eólica residencial pode ser gerada e utilizada em
residências isoladas, em propriedades rurais e em
condomínios, com o objetivo de reduzir significativamente
as despesas com energia elétrica ou passando ate a vender a
energia excedente para a própria concessionaria, e também
de certa forma, gerar certa independência das
concessionárias de energia. Com isso, colaboramos com
geração de energias renováveis e de certa forma
contribuímos para amenizar os problemas causados por
energias não renováveis, que são altamente poluentes ao
meio ambiente. Abaixo temos um exemplo de um dos
primeiros moinhos como mostra Figura 2.

Figura 2. Exemplo de Moinho para moer grãos.

III. EVOLUÇÃO
Impulsionada pela crescente demanda de energia, a falta de
recursos renováveis, a geração de energia elétrica a partir da
energia cinética contida nos ventos teve um considerável
crescimento nas últimas décadas chegando à escala de giga
watts [6]. A
Tabela I. Alguns dos Maiores Parques Eólicos do Mundo em 2010.I
mostra alguns dos maiores parques geradores de energia
eólica do mundo em 2010 [7].
Tabela I. Alguns dos Maiores Parques Eólicos do Mundo em 2010.
Parque Eólico

País

Capacidade Instalada

Horse Hollow Wind
Energy Center

Estados Unidos

736 MW

Tehachapi Pass Wind Farm

Estados Unidos

690 MW
San Gorgonio Pass Wind
Farm

Estados Unidos

619 MW

Altamont Pass Wind Farm

Estados Unidos

606 MW

Sweetwater Wind Farm

Estados Unidos

505 MW

Peetz Wind Farm

Estados Unidos

400 MW

O parque eólico de Osório opera com 150 megawatts de
energia instalada, que é suficiente para abastecer uma cidade
de 650 mil habitantes. As turbinas eólicas de Osório foram
desenvolvidas com tecnologia da indústria aeronáutica, são
dotadas de um sistema que orienta o rotor na direção do
vento. As pás medem 35 metros e regulam automaticamente
sua inclinação de acordo com a direção do vento, para
otimizar e aproveitar ao máximo a incidência do vento [8].
A Tabela II menciona os principais parques Eólicos do Brasil
em 2012 [9]
Tabela II. Principais Parques Eólicos do Brasil em 2012 .
Parque Eólico

Cidade

Capacidade
Instalada

Complexo Eólico Alto
Sertão I

Caetité, Guanambi e
Igaporã (BA).

293,6 MW

Parque Eólico de Osório

Osório (RS)

150 MW

Usina de Energia Eólica
da Praia de Formosa

Camocim (CE)

104 MW

Parque Eólico Alegria

Guamaré (RN)

51 MW

Parque Eólico do Rio de
Fogo

Rio do Fogo (RN)

41 MW

Parque Eólico Eco
Energy

Beberibe (CE)

25 MW

Ao contrário do antigo projeto de moinho de vento
holandês, que dependia muito da força do vento para colocar
as pás em movimento, as turbinas modernas usam
princípios aerodinâmicos mais sofisticados para capturar a
energia do vento com mais eficácia. As duas forças
aerodinâmicas principais que atuam sobre os rotores da
turbina eólica são o empuxo, que atua perpendicularmente ao
fluxo do vento, e o arrasto, que atua paralelamente ao fluxo
do vento como ilustrado na Figura 3.

Figura 3. Como funciona a aerodinâmica de uma turbina.

As pás da turbina têm uma forma parecida com asas
de avião, como citado anteriormente elas usam um desenho
de aerofólio. Em um aerofólio, uma das superfícies da pá é
um pouco arredondada, enquanto a outra é relativamente
plana. De forma mais simplificada, quando o vento se desloca
sobre uma face arredondada e a favor da pá, ele precisa se
mover mais rápido para atingir a outra extremidade da pá a
tempo de encontrar o vento que se desloca ao longo da face
plana e contra a pá (voltada na direção de onde sopra o
vento). Como o ar que se move mais rápido tende a se elevar
na atmosfera a superfície curvada e contra o vento, gera um
bolsão de baixa pressão acima dela. A área de baixa pressão
puxa a pá na direção a favor do vento um efeito conhecido
como "empuxo".
Na direção contra o vento da pá, o vento se move mais
devagar e cria uma área de pressão mais elevada que empurra
a pá, tentando diminuir sua velocidade. Como no desenho de
uma asa de avião, uma alta relação de empuxo/arrasto é
essencial no projeto de uma pá de turbina eficiente. As pás da
turbina são torcidas de modo que elas possam sempre
apresentar um ângulo que tire vantagem da relação ideal da
força de empuxo/arrasto.
A aerodinâmica não é a única consideração de projeto em
jogo na criação de uma turbina eólica eficaz. O tamanho
também e uma característica muito importante. Quanto
maiores às pás da turbina e, quanto maior o diâmetro do
rotor, mais energia uma turbina pode capturar do vento e
maior a capacidade de geração de energia elétrica. Falando de
modo geral, quando se dobrar o diâmetro do rotor pode
conseguir que a produção de energia elétrica se quadruplique.
Em alguns casos, entretanto, em uma área de menor
velocidade do vento, um rotor de menor diâmetro pode acabar
produzindo mais energia do que um rotor maior.
Isso ocorre porque uma estrutura menor consome menos
energia do vento para girar o gerador menor, de modo que a
turbina pode operar a plena capacidade quase o tempo todo.
A altura da torre também é um fator importante na
capacidade de produção, quanto mais alta a turbina, mais
energia ela pode capturar, visto que a velocidade do vento
aumenta com a altura, o atrito do vento em relação ao solo e
os objetos ao nível do solo interrompem o fluxo do vento [10].
Abaixo como mostra a Erro! Fonte de referência não
encontrada. temos algumas partes e suas funções de um
gerador eólico convencional:




Pás do rotor: capturam a energia do vento e a
convertem em energia rotacional no eixo.
Eixo: transfere a energia rotacional para o gerador.
Nacele: é a carcaça que abriga.



Caixa de engrenagens: aumenta a velocidade do
eixo entre o cubo do rotor e o gerador.



Gerador: usa a energia rotacional do eixo para gerar
eletricidade usando eletromagnetismo.



Unidade de controle eletrônico: não esta ilustre na
figura mostrada, monitora o sistema, desliga a
turbina em caso de mau funcionamento e controla o
mecanismo de ajuste para alinhamento da turbina
com o vento.



Controlador: não ilustre na figura mostrado: move o
rotor para alinhá-lo com a direção do vento.



Freios: detêm a rotação do eixo em caso de
sobrecarga de energia ou falha no sistema.

 Torre: sustenta o rotor e a nacele, além de erguer
todo o conjunto a uma altura onde as pás possam girar
com segurança e distantes do solo.
 Equipamentos elétricos: transmitem a eletricidade
do gerador através da torre e controlam os diversos
elementos de segurança da turbina.

Figura 4. Modelo de aerogeradores mais atuais.

IV. VIABILIDADE ECONÔMICA EÓLICA RESIDENCIAL
O sistema de geração de energia eólica residencial é um
sistema que não polui e causa um impacto negativo muito
baixo ao meio ambiente, por utilizar o vento como fonte de
energia renovável e inesgotável, e por conta disso a procura
por este tipo de sistema tem aumentado tornando o custo da
compra de equipamentos utilizados para esses fins mais baixo
e acessível aos interessados [11]. Vários países já obtiveram
um alto índice energético por geração eólica residencial,
como por exemplo, a Dinamarca que com este tipo de sistema
já alcançou 21% da energia gerada no país.
Um planejamento energético realizado pela Coppe/UFRJ e
um sócio da empresa da Enersud, defende que o crescimento
da classe C é a oportunidade para utilização da energia eólica
residencial, o consumo de energia na classe baixa varia de 60
a 100 kWh/mês, na classe media esta variação vai de 200 a
300kwh/mês. Nos últimos oito anos, quase 40 milhões de
pessoas entraram na classe média no Brasil, com o aumento
do consumo de produtos e serviços cresceu também a
demanda por energia. Em abril, a EPE (Empresa de pesquisa
energética) [12] alertou para o fenômeno, apontando o
surgimento de 8 milhões de unidades consumidoras nos
últimos quatro anos, das quais 6,6 milhões na faixa acima de
200 kWh/mês, quadro que pode ser revertido com o auxílio da
energia eólica residencial.
Nos Estados Unidos e no continente Europeu há um forte
apelo cultural para a utilização de energias renováveis onde a
energia eólica ganha espaço, no Brasil é o alto valor da tarifa
cobrada pelas concessionárias de energia que impulsiona a
procura pela energia eólica residencial. Apesar do expressivo
crescimento da geração eólica nos últimos anos no Brasil, o
mercado de pequeno porte ainda é incipiente. As instalações
estão praticamente restritas a sistemas isolados e
universidades, isso ocorre devido ao fato de a maioria dos
equipamentos de geração eólica residencial ser importados.
No Brasil existem pouquíssimas indústrias para a fabricação
de equipamentos de energia eólica residencial, sendo a
Enersud [13] e a Cintrax uma das poucas com tecnologia
nacional, ambas produzem em pequena escala o que gera
custos elevados de produção. [14]
As turbinas eólicas que possuem classificação de pequeno
porte possuem capacidade de geração na faixa entre 1 a 100
KW, variando de acordo com a velocidade do vento, podendo
alimentar facilmente uma residência. Nos Estados Unidos, os
consumidores residenciais que instalarem os sistemas de
geração residencial eólica de pequeno porte com uma
capacidade não superior a 100 quilowatts, podem receber um
crédito fiscal de 30% pelo programa de “Eficiência
Energética do Consumidor”, [15]. Abaixo a Figura 5 ilustra
como funciona um sistema de energia com a utilização de um
aerogerador eólico associado à rede elétrica.

semestre de 2013. O engenheiro diretor da empresa Enersud
fez um comentário, “A turbina tem condições de abastecer
mais da metade da demanda de uma pequena residência que
consome em média 300 KW/hora”. Ele disse ainda algumas
funcionalidades como o carregamento de baterias e o
abastecimento de portarias, corredores e sistemas de
segurança de condomínios. Além disso, a turbina de eixo
vertical poderá atender a demanda da micro geração de
eletricidade, que teve sua regulamentação recentemente
aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel)
[18].
Em um levantamento feito pela Agência Nacional de
Energia Elétrica (Aneel) junto com as concessionárias de
energia, apontou que o Brasil ainda possui um milhão de
residências sem luz, número muito maior do que o estimado
pelo governo federal, que indicava com base em dados do
Censo de 2010, apenas 378 mil residências ainda sem energia
elétrica. Com os novos números apresentados, as
distribuidoras pediram prazos mais elásticos para
universalizar o acesso no país, às distribuidoras solicitaram a
revisão da meta que o governo federal fixou para o fim de
2014, em algumas regiões como as de Mato Grosso e
Tocantins as distribuidoras pediram a prorrogação da meta
para 2027 [19].
V. ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA

Figure 5. Esquema básico de um sistema de energia elétrica residencial
junto com a utilização de aerogerador.

No Brasil estudos apontam duas medidas essenciais para
desenvolver o mercado de energia eólica residencial: criar
uma política pública de estímulo, e o investimento em
tecnologia para esse setor uma vez que as características dos
equipamentos residenciais são diferentes dos usados nas
usinas. Cada país adota uma política diferente para criar o
mercado, pois o governo pode incentivar a instalação do
equipamento, garantir a compra da energia e reduzir os juros
do financiamento. O importante é sinalizar que vai existir
demanda, com isso os empreendedores correm atrás [16].
Procurando buscar novas oportunidades de negócios com a
criação de produtos voltados aos pequenos consumidores de
energia, a [17] empresa Enersud desenvolveu um modelo de
turbina eólica de eixo vertical apropriado para o uso em
ambientes urbanos, como por exemplo, no topo de edifícios e
nas residências. O equipamento deve ser lançado no segundo

Neste artigo, para o estudo de viabilidade técnica é
utilizado como referência a classificação de micro geração,
que é um sistema de pequeno porte com potência instalada de
até 100 KW [20] utilizado em residências.
Para o estudo de viabilidade técnica, é necessária uma
investigação do local escolhido para a instalação do sistema
de microgeração. Uma característica geral do local que
determina a viabilidade técnica e econômica para a
implantação de sistemas de micro geração é a velocidade
mínima admissível dos ventos que deverá assumir uma média
de 3,5m/s a 4,5m/s [21]. Para ter uma estimação confiável
desta média é necessária a estimação estatística da velocidade
dos ventos, o que pode ser obtido através de sensores de
direção e de velocidade dos ventos no período de um ano [22].
A velocidade do vento depende da rugosidade do local,
quanto maior a rugosidade menor será a velocidade do vento.
Terrenos planos, com poucos prédios e construções são mais
favoráveis aos sistemas de microgeração. Áreas urbanas com
grandes construções e superfícies irregulares são consideradas
inviáveis para a instalação de um sistema de micro geração
devido à alta rugosidade. A Figura 6 apresenta aspectos de
uma pequena região onde o comportamento dos ventos é
alterado pela rugosidade do local [22].
Histórico e Artístico Nacional). No caso de áreas de proteção
ambiental, áreas de migração de aves e áreas de reprodução
de aves, não são recomendáveis à instalação de sistemas de
microgeração. A interferência eletromagnética poderá ocorrer
devido à reflexão causada pelas pás do aerogerador, caso o
sistema de micro geração tenha sua torre instalada entre
receptores e transmissores de ondas de rádio [23].
Figura 6. Comportamento do vento em função da rugosidade do local.

A energia eólica extraível pelo sistema de micro geração
depende de características de desempenho do gerador eólico
utilizado, desempenho obtido pela curva de potência do
gerador e altura de operação do gerador. Para qualquer fluído
a velocidade do fluxo aumenta à medida que este se afasta das
superfícies que o delimitam, com isto, à medida que se
aumenta a altura do gerador eólico em relação à superfície, a
velocidade do vento que incide no gerador aumenta [21].
Estima-se um aumento de 12% na velocidade do vento ao
dobrar a elevação do gerador eólico [23]. A relação de altura
e distância idealmente adotada para a instalação de um
aerogerador pode ser observada na Figura 7, onde a letra “H”
representa a altura do edifício em metros.

A Figura 5 mostra o Atlas do potencial eólico brasileiro, que
tem o objetivo de fornecer informações para tomada de
decisões na identificação de áreas adequadas para
aproveitamento eólico-elétrico. O Atlas do potencial eólico
brasileiro apresenta mapas dos regimes médios de vento e
fluxo de potencia eólica à 50 metros de altitude. A
importância do potencial eólico brasileiro tem chamado à
atenção de investidores, e o atlas eólico brasileiro ajuda a
mostrar que o Brasil tem um grande potencial para utilizar
vento como forma de energia.

Figura 7. Zona de distúrbio do fluxo ao longo de um pequeno edifício.

Conforme apresentado na Erro! Fonte de referência não
encontrada., a distância ideal entre o local de instalação da
torre e o edifício deve ser de vinte vezes o valor da altura do
edifício em metros. A altura ideal da torre deverá ser de duas
vezes a altura do edifício. O edifício tomado como exemplo
poderia ser representado por outro tipo de construção, ou
mesmo os mais diversos obstáculos naturais como uma
floresta, uma rocha ou mesmo uma montanha .
Equipamentos de pequeno porte geralmente tem impacto
ambiental desprezível. Para o estudo com o objetivo de
observar impactos ambientais indesejados ao se instalar um
sistema de micro geração, o estudo deverá levar em
consideração o ruído, impactos visuais, áreas de proteção
ambiental e interferências eletromagnéticas.
No caso do ruído audível produzido pelos mecanismos do
aerogerador e ruído produzido pelo fluxo de ar nas pás, a
regulamentação pertinente a sua instalação na vizinhança de
áreas residenciais deve ser observada. Para os impactos
visuais são considerados os reflexos móveis e sombra gerados
pelo sistema de microgeração, ou mesmo restrições em áreas
turísticas ou tombadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio

Figura 5. Mapa temático da Velocidade Média Anual do Vento a 50 metros
de altura em m/s (Fonte: Atlas do Potencial Eólico Brasileiro). CEPEL,
2001.

VI. CONCLUSÃO
Os sistemas de energia eólica podem complementar a
demanda por energia em residências ou fornecer energia em
localidades remotas onde o alcance das linhas de transmissão
é praticamente inviável, contribuindo para que o país avance
na geração de recursos energéticos sustentáveis oriundos de
energia limpa.
O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de
junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor
intensidade de chuvas, que são a base para o funcionamento
de nossa maior matriz de energia instalada, as hidroelétricas,
que somam mais de ¾ do total da matriz brasileira. Desta
forma a energia eólica representa uma excelente solução
complementar de energia, contudo, o Brasil necessita de
políticas de incentivo para o estudo e desenvolvimento
tecnológico permitindo a criação de plataformas de
manufatura dos sistemas de geração eólica residencial,
aumentando a viabilidade econômica e tornando mais
acessível o aproveitamento do potencial eólico Brasileiro.
Como vimos no estudo feito sobre energia eólica nas
residências descritas acima, temos muitos pontos favoráveis e
também em contrapartida temos outros que são desfavoráveis.
De acordo com as características estudadas sobre esta técnica,
podemos observar que falta um pouco mais de incentivo e
investimento por parte do governo neste novo tipo de geração
de energia.
Tem também a parte da população que não esta
conscientemente dos riscos causados pelas energias não
renováveis, exceto algumas como a elétrica ou marítima que
não tem muito impacto diretamente no ser humano. Já a
energia nuclear e outras apesar de ser considerada uma
produção de energia bastante segura, podem ser bastante
drásticas se acaso ocorrer algum tipo de deslize, pois ela pode
causar danos irreversíveis à população atual e também pode
causar impactos que podem durar por muitos e muitos anos
sem ter como se reverter estas causas, que só vão amenizando
com o passar dos anos.
Temos também a fonte de energia maremotriz que é
considerada uma energia limpa e renovável, gerada através
das baixas e altas dos mares, portanto é necessário um
investimento de alto custo por ser uma energia de difícil
acesso e estar no mar, que pelas propriedades da agua os
equipamentos utilizados para esse fim não pode ser de
qualquer tipo de material, deve ser de um material
apropriado, pois a corrosão pode causar grandes danos a esses
equipamentos.
Vendo por este lado a geração de energia provinda dos
ventos é uma solução que pode ser vista de forma sustentável,
pois, além dos impactos ao meio ambiente já serem baixos,
cada vez mais as tecnologias estão sendo aprimoradas para
amenizar ainda mais esses impactos.
Do ponto de vista residencial, este tipo de geração de
energia pode não solucionar o problema de falta de energia,
mais será de grande ajuda para amenizar esse problema. Em
residências que só a energia provinda dos ventos não é
suficiente para manter os gastos da residência, poderão
também ser utilizadas outras fontes de energia também
renováveis como, por exemplo, aquecedor de agua para os
chuveiros, que é um dos maiores vilões de energia, placas
fotovoltaica dentre outras.
REFERÊNCIA
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http://revistaecoturismo.com.br/turismosustentabilidade/o-que-e-energia-renovavel/. [Acessado:
28-maio-2013].

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http://greenpedia.greenvana.com/. [Acessado: 28-maio2013].
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[14] “Energia eólica residencial para classe média | Rotas
Estratégicas | SETOR ENERGIA”. [Online]. Available
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http://arquiteturaesustentabilidade.com/2012/10/25/energ
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[20] Mônica M. Reis, Demercil S. Oliveira Jr. e Paulo C. M.
de Carvalho, “Estudo de Viabilidade Econômica de
Geradores Eólicos de Pequeno Porte no Modo
Autônomo”, Funcap Fundação Cear. Amparo À Pesqui.
E Cult., no 4.
[21] “Centro de Energia Eólica - PUCRS”. [Online].
Available at: http://www.pucrs.br/ce-eolica/faq.php#30.
[Acessado: 29-maio-2013].
[22] “Como funciona a energia eólica”. [Online]. Available
at:
http://www.fiec.org.br/artigos/energia/energia_eolica.ht
m. [Acessado: 29-maio-2013].
[23] “Centro de Energia Eólica - PUCRS”. [Online].
Available at: http://www.pucrs.br/ceeolica/faq.php?q=3#3. [Acessado: 29-maio-2013].
Altieres Mariano Martins nasceu em Borda da Mata,
MG, em 05 de dezembro de 1989. Formação, 2º Gral em
2007, estudante do Inatel em 2013.

Frederico José de Souza Gomes nasceu em Baependi,
MG, em 19 de agosto de 1982, estudante do Inatel em
2013.

Messias de Oliveira nasceu em Itajubá, MG, em 12 de
janeiro de 1985.
Formação, 2° Gral em 2003, estudante do Inatel 2013.

Ricardo Emílio da Silva nasceu em Santa Rita do
Sapucaí, MG, em 21 de novembro de 1988. Formação,
2° Gral em 2006, estudante do Inatel em 2013.

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Energia Eólica Residencial

  • 1. Energia Eólica Residencial Altieres Mariano Martins, Frederico José de Souza Gomes, Messias de Oliveira e Ricardo Emílio da Silva.  Abstract— In this article we address the issue of wind energy in homes and we make a brief history of how evolution occurred wind energy from the beginning until the present day showing the main techniques that have been used and need to be constantly improving and adapting new technologies so always looking for the best cost benefit. The use of the winds and not of today that has been exploited since ancient times, but it was not for this functionality, with the imminent growth of electricity consumption, seeing that only energy from non-renewable sources is increasingly evident need for creating, developing and investing in energy from renewable sources. Over the years new techniques have been developed to alleviate this problem and one residential wind energy on which this article focuses. Index Terms— Wind Energy, residences, Wind. Resumo — Neste presente artigo, iremos abordar o tema sobre energia eólica nas residências e vamos fazer um breve histórico de como ocorreu à evolução da energia eólica desde o principio ate os dias atuais, mostrando as principais técnicas que foram utilizadas e a necessidade de estar sempre aperfeiçoando e se adaptando as novas tecnologias, de forma sempre procurando a melhor relação custo beneficio. A utilização dos ventos vem sendo explorada desde os tempos antigos, mas não era para essa funcionalidade. Com o crescimento eminente do consumo de energia elétrica, vendo que somente a energia proveniente de fontes não renováveis estava sendo utilizada, estava cada vez mais evidente a necessidade de criação, desenvolvimento e investimentos na área de energia provenientes de fontes renováveis. Com o passar dos anos foram se desenvolvendo novas técnicas para amenizar este problema uma delas é a energia eólica residencial no qual este artigo tem como foco. Palavras chave—Vento, Energia Eólica, Residências. Este artigo apresentado ao professor: Wilson Saldanha no Instituto Nacional de Telecomunicações tem como objetivo aprovação na disciplina de Sistemas de Energia, no curso de Engenharia Elétrica. Trabalho apresentado em 06/2012. I. INTRODUÇÃO Com o crescente avanço tecnológico de equipamentos que cada vez mais demandam energia elétrica como sua principal fonte de alimentação esta cada vez mais limitada, a fonte de energia que não tem fonte infinita com isso a exploração intensiva de recursos naturais limitados como o gás natural, o petróleo e o carvão mineral, tem levado o governo a investir mais em energias renováveis, que é aquela obtida a partir de fontes naturais com capacidade de se regenerar, sendo assim inesgotável [1]. Nos dias atuais em que a preocupação com o meio ambiente é cada vez mais questionado, em relação às questões de desenvolvimento sustentável e de matriz energética renovável estão ganhando destaque mundial, e a busca por um planeta sustentável é comum e requer consciência principalmente das pessoas e do governo. As energias provenientes de fontes renováveis são encaradas como decisivas no combate ao efeito estufa, já que sua utilização não causa nenhum ou pouco impacto que ira afetar o meio ambiente. Este trabalho tem como objetivo principal abordar um novo tipo de energia renovável, que já é uma realidade nas residências e uma tendência em muitos países, à energia eólica residencial. A energia eólica é a energia cinética do deslocamento de massas de ar geradas pelas diferenças de temperatura na superfície do planeta, resultado da associação da radiação solar incidente no planeta com o movimento de rotação da terra, fenômenos naturais que se repetem. Por isso é uma fonte de energia que devemos explora-la ao máximo possível, pois como já citado anteriormente ela causa danos muito baixos ao meio ambiente.
  • 2. Figura 1. Residência Utilizando Energia Renovável. II. HISTÓRICO Energia eólica é aquela que é gerada pelo vento, e já vem sendo utilizada pelo homem há mais de quatro mil anos para fazer mover os barcos a vela. A vela do barco captava a energia do vento que fazia mover o barco sobre a água [2]. Acredita-se que por volta de 2000 a.C. a China utilizava o recurso eólico e por volta de 1700 A.C. o Império Babilônico utilizava cata ventos rústicos para irrigação. O primeiro registro histórico da utilização de energia eólica foi por volta de 200 a.C. proveniente da Pérsia, onde a energia eólica era utilizada para bombear água e moer grãos através de cata ventos. [3] O início da utilização de cata ventos para geração de energia elétrica teve início no final do século XIX em 1888, Charles F. Bruch ergueu na cidade de Cleveland, Ohio, o primeiro cata-vento destinado à geração de energia elétrica, esse sistema esteve em operação por 20 anos sendo desativado em 1908. Um dos primeiros passos para o desenvolvimento de turbinas eólicas de grande porte para geração de energia elétrica foi dado na Rússia em 1931, com o Balaclava, um modelo avançado de 100 KW conectado a uma linha de transmissão de 6,3 KV de 30 km. A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) também foi de grande impacto para alavancar no que se diz respeito ao desenvolvimento de aerogeradores de médio e grande porte, uma vez que os países estavam se empenhando em economizar combustíveis fósseis. Os Estados Unidos desenvolveram um projeto do maior aerogerador até então projetado, o Smith-Putnam, cujo modelo apresentava uma torre de 33.5 m de altura, 53.3 m de diâmetro e duas pás de aço com 16 toneladas. Foi instalada em 1976 na Dinamarca a primeira turbina eólica comercial ligada à rede elétrica pública. Daí em diante, houve uma grande expansão, sobretudo nos países desenvolvidos [4]. Em 1999 foi construído no Brasil o primeiro parque eólico do mundo sobre dunas de areia, na praia da Taíba no município de São Gonçalo do Amarante. O parque eólico de São Gonçalo do Amarante utiliza 10 aerogeradores e tem capacidade total instalada de 5 MW. Hoje no mundo estão instaladas centenas de parques eólicos, fonte de energia que não emite dióxido de carbono (CO2), um dos gases responsáveis pelo efeito estufa que esta cada vez mais se tornando um problema pertinente aos olhos de pesquisadores na área correlatos ao meio ambiente. O crescimento dos parques eólicos tem uma forte tendência a aumentar devido a sua energia ser limpa e renovável. Outra forma de se aproveitar a energia provinda dos ventos, é através de geração de energia eólica residencial, o que já vem se tornando uma realidade em alguns países, como Estados Unidos e Reino Unido [5]. A energia eólica residencial pode ser gerada e utilizada em residências isoladas, em propriedades rurais e em condomínios, com o objetivo de reduzir significativamente as despesas com energia elétrica ou passando ate a vender a energia excedente para a própria concessionaria, e também de certa forma, gerar certa independência das concessionárias de energia. Com isso, colaboramos com geração de energias renováveis e de certa forma contribuímos para amenizar os problemas causados por energias não renováveis, que são altamente poluentes ao meio ambiente. Abaixo temos um exemplo de um dos primeiros moinhos como mostra Figura 2. Figura 2. Exemplo de Moinho para moer grãos. III. EVOLUÇÃO Impulsionada pela crescente demanda de energia, a falta de recursos renováveis, a geração de energia elétrica a partir da energia cinética contida nos ventos teve um considerável crescimento nas últimas décadas chegando à escala de giga watts [6]. A Tabela I. Alguns dos Maiores Parques Eólicos do Mundo em 2010.I mostra alguns dos maiores parques geradores de energia eólica do mundo em 2010 [7]. Tabela I. Alguns dos Maiores Parques Eólicos do Mundo em 2010. Parque Eólico País Capacidade Instalada Horse Hollow Wind Energy Center Estados Unidos 736 MW Tehachapi Pass Wind Farm Estados Unidos 690 MW
  • 3. San Gorgonio Pass Wind Farm Estados Unidos 619 MW Altamont Pass Wind Farm Estados Unidos 606 MW Sweetwater Wind Farm Estados Unidos 505 MW Peetz Wind Farm Estados Unidos 400 MW O parque eólico de Osório opera com 150 megawatts de energia instalada, que é suficiente para abastecer uma cidade de 650 mil habitantes. As turbinas eólicas de Osório foram desenvolvidas com tecnologia da indústria aeronáutica, são dotadas de um sistema que orienta o rotor na direção do vento. As pás medem 35 metros e regulam automaticamente sua inclinação de acordo com a direção do vento, para otimizar e aproveitar ao máximo a incidência do vento [8]. A Tabela II menciona os principais parques Eólicos do Brasil em 2012 [9] Tabela II. Principais Parques Eólicos do Brasil em 2012 . Parque Eólico Cidade Capacidade Instalada Complexo Eólico Alto Sertão I Caetité, Guanambi e Igaporã (BA). 293,6 MW Parque Eólico de Osório Osório (RS) 150 MW Usina de Energia Eólica da Praia de Formosa Camocim (CE) 104 MW Parque Eólico Alegria Guamaré (RN) 51 MW Parque Eólico do Rio de Fogo Rio do Fogo (RN) 41 MW Parque Eólico Eco Energy Beberibe (CE) 25 MW Ao contrário do antigo projeto de moinho de vento holandês, que dependia muito da força do vento para colocar as pás em movimento, as turbinas modernas usam princípios aerodinâmicos mais sofisticados para capturar a energia do vento com mais eficácia. As duas forças aerodinâmicas principais que atuam sobre os rotores da turbina eólica são o empuxo, que atua perpendicularmente ao fluxo do vento, e o arrasto, que atua paralelamente ao fluxo do vento como ilustrado na Figura 3. Figura 3. Como funciona a aerodinâmica de uma turbina. As pás da turbina têm uma forma parecida com asas de avião, como citado anteriormente elas usam um desenho de aerofólio. Em um aerofólio, uma das superfícies da pá é um pouco arredondada, enquanto a outra é relativamente plana. De forma mais simplificada, quando o vento se desloca sobre uma face arredondada e a favor da pá, ele precisa se mover mais rápido para atingir a outra extremidade da pá a tempo de encontrar o vento que se desloca ao longo da face plana e contra a pá (voltada na direção de onde sopra o vento). Como o ar que se move mais rápido tende a se elevar na atmosfera a superfície curvada e contra o vento, gera um bolsão de baixa pressão acima dela. A área de baixa pressão puxa a pá na direção a favor do vento um efeito conhecido como "empuxo". Na direção contra o vento da pá, o vento se move mais devagar e cria uma área de pressão mais elevada que empurra a pá, tentando diminuir sua velocidade. Como no desenho de uma asa de avião, uma alta relação de empuxo/arrasto é essencial no projeto de uma pá de turbina eficiente. As pás da turbina são torcidas de modo que elas possam sempre apresentar um ângulo que tire vantagem da relação ideal da força de empuxo/arrasto. A aerodinâmica não é a única consideração de projeto em jogo na criação de uma turbina eólica eficaz. O tamanho também e uma característica muito importante. Quanto maiores às pás da turbina e, quanto maior o diâmetro do rotor, mais energia uma turbina pode capturar do vento e maior a capacidade de geração de energia elétrica. Falando de modo geral, quando se dobrar o diâmetro do rotor pode
  • 4. conseguir que a produção de energia elétrica se quadruplique. Em alguns casos, entretanto, em uma área de menor velocidade do vento, um rotor de menor diâmetro pode acabar produzindo mais energia do que um rotor maior. Isso ocorre porque uma estrutura menor consome menos energia do vento para girar o gerador menor, de modo que a turbina pode operar a plena capacidade quase o tempo todo. A altura da torre também é um fator importante na capacidade de produção, quanto mais alta a turbina, mais energia ela pode capturar, visto que a velocidade do vento aumenta com a altura, o atrito do vento em relação ao solo e os objetos ao nível do solo interrompem o fluxo do vento [10]. Abaixo como mostra a Erro! Fonte de referência não encontrada. temos algumas partes e suas funções de um gerador eólico convencional:    Pás do rotor: capturam a energia do vento e a convertem em energia rotacional no eixo. Eixo: transfere a energia rotacional para o gerador. Nacele: é a carcaça que abriga.  Caixa de engrenagens: aumenta a velocidade do eixo entre o cubo do rotor e o gerador.  Gerador: usa a energia rotacional do eixo para gerar eletricidade usando eletromagnetismo.  Unidade de controle eletrônico: não esta ilustre na figura mostrada, monitora o sistema, desliga a turbina em caso de mau funcionamento e controla o mecanismo de ajuste para alinhamento da turbina com o vento.  Controlador: não ilustre na figura mostrado: move o rotor para alinhá-lo com a direção do vento.  Freios: detêm a rotação do eixo em caso de sobrecarga de energia ou falha no sistema.  Torre: sustenta o rotor e a nacele, além de erguer todo o conjunto a uma altura onde as pás possam girar com segurança e distantes do solo.  Equipamentos elétricos: transmitem a eletricidade do gerador através da torre e controlam os diversos elementos de segurança da turbina. Figura 4. Modelo de aerogeradores mais atuais. IV. VIABILIDADE ECONÔMICA EÓLICA RESIDENCIAL O sistema de geração de energia eólica residencial é um sistema que não polui e causa um impacto negativo muito baixo ao meio ambiente, por utilizar o vento como fonte de energia renovável e inesgotável, e por conta disso a procura por este tipo de sistema tem aumentado tornando o custo da compra de equipamentos utilizados para esses fins mais baixo e acessível aos interessados [11]. Vários países já obtiveram um alto índice energético por geração eólica residencial, como por exemplo, a Dinamarca que com este tipo de sistema já alcançou 21% da energia gerada no país. Um planejamento energético realizado pela Coppe/UFRJ e um sócio da empresa da Enersud, defende que o crescimento da classe C é a oportunidade para utilização da energia eólica residencial, o consumo de energia na classe baixa varia de 60 a 100 kWh/mês, na classe media esta variação vai de 200 a 300kwh/mês. Nos últimos oito anos, quase 40 milhões de pessoas entraram na classe média no Brasil, com o aumento do consumo de produtos e serviços cresceu também a demanda por energia. Em abril, a EPE (Empresa de pesquisa energética) [12] alertou para o fenômeno, apontando o surgimento de 8 milhões de unidades consumidoras nos últimos quatro anos, das quais 6,6 milhões na faixa acima de 200 kWh/mês, quadro que pode ser revertido com o auxílio da energia eólica residencial. Nos Estados Unidos e no continente Europeu há um forte apelo cultural para a utilização de energias renováveis onde a energia eólica ganha espaço, no Brasil é o alto valor da tarifa
  • 5. cobrada pelas concessionárias de energia que impulsiona a procura pela energia eólica residencial. Apesar do expressivo crescimento da geração eólica nos últimos anos no Brasil, o mercado de pequeno porte ainda é incipiente. As instalações estão praticamente restritas a sistemas isolados e universidades, isso ocorre devido ao fato de a maioria dos equipamentos de geração eólica residencial ser importados. No Brasil existem pouquíssimas indústrias para a fabricação de equipamentos de energia eólica residencial, sendo a Enersud [13] e a Cintrax uma das poucas com tecnologia nacional, ambas produzem em pequena escala o que gera custos elevados de produção. [14] As turbinas eólicas que possuem classificação de pequeno porte possuem capacidade de geração na faixa entre 1 a 100 KW, variando de acordo com a velocidade do vento, podendo alimentar facilmente uma residência. Nos Estados Unidos, os consumidores residenciais que instalarem os sistemas de geração residencial eólica de pequeno porte com uma capacidade não superior a 100 quilowatts, podem receber um crédito fiscal de 30% pelo programa de “Eficiência Energética do Consumidor”, [15]. Abaixo a Figura 5 ilustra como funciona um sistema de energia com a utilização de um aerogerador eólico associado à rede elétrica. semestre de 2013. O engenheiro diretor da empresa Enersud fez um comentário, “A turbina tem condições de abastecer mais da metade da demanda de uma pequena residência que consome em média 300 KW/hora”. Ele disse ainda algumas funcionalidades como o carregamento de baterias e o abastecimento de portarias, corredores e sistemas de segurança de condomínios. Além disso, a turbina de eixo vertical poderá atender a demanda da micro geração de eletricidade, que teve sua regulamentação recentemente aprovada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) [18]. Em um levantamento feito pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) junto com as concessionárias de energia, apontou que o Brasil ainda possui um milhão de residências sem luz, número muito maior do que o estimado pelo governo federal, que indicava com base em dados do Censo de 2010, apenas 378 mil residências ainda sem energia elétrica. Com os novos números apresentados, as distribuidoras pediram prazos mais elásticos para universalizar o acesso no país, às distribuidoras solicitaram a revisão da meta que o governo federal fixou para o fim de 2014, em algumas regiões como as de Mato Grosso e Tocantins as distribuidoras pediram a prorrogação da meta para 2027 [19]. V. ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA Figure 5. Esquema básico de um sistema de energia elétrica residencial junto com a utilização de aerogerador. No Brasil estudos apontam duas medidas essenciais para desenvolver o mercado de energia eólica residencial: criar uma política pública de estímulo, e o investimento em tecnologia para esse setor uma vez que as características dos equipamentos residenciais são diferentes dos usados nas usinas. Cada país adota uma política diferente para criar o mercado, pois o governo pode incentivar a instalação do equipamento, garantir a compra da energia e reduzir os juros do financiamento. O importante é sinalizar que vai existir demanda, com isso os empreendedores correm atrás [16]. Procurando buscar novas oportunidades de negócios com a criação de produtos voltados aos pequenos consumidores de energia, a [17] empresa Enersud desenvolveu um modelo de turbina eólica de eixo vertical apropriado para o uso em ambientes urbanos, como por exemplo, no topo de edifícios e nas residências. O equipamento deve ser lançado no segundo Neste artigo, para o estudo de viabilidade técnica é utilizado como referência a classificação de micro geração, que é um sistema de pequeno porte com potência instalada de até 100 KW [20] utilizado em residências. Para o estudo de viabilidade técnica, é necessária uma investigação do local escolhido para a instalação do sistema de microgeração. Uma característica geral do local que determina a viabilidade técnica e econômica para a implantação de sistemas de micro geração é a velocidade mínima admissível dos ventos que deverá assumir uma média de 3,5m/s a 4,5m/s [21]. Para ter uma estimação confiável desta média é necessária a estimação estatística da velocidade dos ventos, o que pode ser obtido através de sensores de direção e de velocidade dos ventos no período de um ano [22]. A velocidade do vento depende da rugosidade do local, quanto maior a rugosidade menor será a velocidade do vento. Terrenos planos, com poucos prédios e construções são mais favoráveis aos sistemas de microgeração. Áreas urbanas com grandes construções e superfícies irregulares são consideradas inviáveis para a instalação de um sistema de micro geração devido à alta rugosidade. A Figura 6 apresenta aspectos de uma pequena região onde o comportamento dos ventos é alterado pela rugosidade do local [22].
  • 6. Histórico e Artístico Nacional). No caso de áreas de proteção ambiental, áreas de migração de aves e áreas de reprodução de aves, não são recomendáveis à instalação de sistemas de microgeração. A interferência eletromagnética poderá ocorrer devido à reflexão causada pelas pás do aerogerador, caso o sistema de micro geração tenha sua torre instalada entre receptores e transmissores de ondas de rádio [23]. Figura 6. Comportamento do vento em função da rugosidade do local. A energia eólica extraível pelo sistema de micro geração depende de características de desempenho do gerador eólico utilizado, desempenho obtido pela curva de potência do gerador e altura de operação do gerador. Para qualquer fluído a velocidade do fluxo aumenta à medida que este se afasta das superfícies que o delimitam, com isto, à medida que se aumenta a altura do gerador eólico em relação à superfície, a velocidade do vento que incide no gerador aumenta [21]. Estima-se um aumento de 12% na velocidade do vento ao dobrar a elevação do gerador eólico [23]. A relação de altura e distância idealmente adotada para a instalação de um aerogerador pode ser observada na Figura 7, onde a letra “H” representa a altura do edifício em metros. A Figura 5 mostra o Atlas do potencial eólico brasileiro, que tem o objetivo de fornecer informações para tomada de decisões na identificação de áreas adequadas para aproveitamento eólico-elétrico. O Atlas do potencial eólico brasileiro apresenta mapas dos regimes médios de vento e fluxo de potencia eólica à 50 metros de altitude. A importância do potencial eólico brasileiro tem chamado à atenção de investidores, e o atlas eólico brasileiro ajuda a mostrar que o Brasil tem um grande potencial para utilizar vento como forma de energia. Figura 7. Zona de distúrbio do fluxo ao longo de um pequeno edifício. Conforme apresentado na Erro! Fonte de referência não encontrada., a distância ideal entre o local de instalação da torre e o edifício deve ser de vinte vezes o valor da altura do edifício em metros. A altura ideal da torre deverá ser de duas vezes a altura do edifício. O edifício tomado como exemplo poderia ser representado por outro tipo de construção, ou mesmo os mais diversos obstáculos naturais como uma floresta, uma rocha ou mesmo uma montanha . Equipamentos de pequeno porte geralmente tem impacto ambiental desprezível. Para o estudo com o objetivo de observar impactos ambientais indesejados ao se instalar um sistema de micro geração, o estudo deverá levar em consideração o ruído, impactos visuais, áreas de proteção ambiental e interferências eletromagnéticas. No caso do ruído audível produzido pelos mecanismos do aerogerador e ruído produzido pelo fluxo de ar nas pás, a regulamentação pertinente a sua instalação na vizinhança de áreas residenciais deve ser observada. Para os impactos visuais são considerados os reflexos móveis e sombra gerados pelo sistema de microgeração, ou mesmo restrições em áreas turísticas ou tombadas pelo IPHAN (Instituto do Patrimônio Figura 5. Mapa temático da Velocidade Média Anual do Vento a 50 metros de altura em m/s (Fonte: Atlas do Potencial Eólico Brasileiro). CEPEL, 2001. VI. CONCLUSÃO Os sistemas de energia eólica podem complementar a demanda por energia em residências ou fornecer energia em localidades remotas onde o alcance das linhas de transmissão é praticamente inviável, contribuindo para que o país avance na geração de recursos energéticos sustentáveis oriundos de energia limpa. O potencial de energia eólica no Brasil é mais intenso de junho a dezembro, coincidindo com os meses de menor intensidade de chuvas, que são a base para o funcionamento de nossa maior matriz de energia instalada, as hidroelétricas,
  • 7. que somam mais de ¾ do total da matriz brasileira. Desta forma a energia eólica representa uma excelente solução complementar de energia, contudo, o Brasil necessita de políticas de incentivo para o estudo e desenvolvimento tecnológico permitindo a criação de plataformas de manufatura dos sistemas de geração eólica residencial, aumentando a viabilidade econômica e tornando mais acessível o aproveitamento do potencial eólico Brasileiro. Como vimos no estudo feito sobre energia eólica nas residências descritas acima, temos muitos pontos favoráveis e também em contrapartida temos outros que são desfavoráveis. De acordo com as características estudadas sobre esta técnica, podemos observar que falta um pouco mais de incentivo e investimento por parte do governo neste novo tipo de geração de energia. Tem também a parte da população que não esta conscientemente dos riscos causados pelas energias não renováveis, exceto algumas como a elétrica ou marítima que não tem muito impacto diretamente no ser humano. Já a energia nuclear e outras apesar de ser considerada uma produção de energia bastante segura, podem ser bastante drásticas se acaso ocorrer algum tipo de deslize, pois ela pode causar danos irreversíveis à população atual e também pode causar impactos que podem durar por muitos e muitos anos sem ter como se reverter estas causas, que só vão amenizando com o passar dos anos. Temos também a fonte de energia maremotriz que é considerada uma energia limpa e renovável, gerada através das baixas e altas dos mares, portanto é necessário um investimento de alto custo por ser uma energia de difícil acesso e estar no mar, que pelas propriedades da agua os equipamentos utilizados para esse fim não pode ser de qualquer tipo de material, deve ser de um material apropriado, pois a corrosão pode causar grandes danos a esses equipamentos. Vendo por este lado a geração de energia provinda dos ventos é uma solução que pode ser vista de forma sustentável, pois, além dos impactos ao meio ambiente já serem baixos, cada vez mais as tecnologias estão sendo aprimoradas para amenizar ainda mais esses impactos. Do ponto de vista residencial, este tipo de geração de energia pode não solucionar o problema de falta de energia, mais será de grande ajuda para amenizar esse problema. Em residências que só a energia provinda dos ventos não é suficiente para manter os gastos da residência, poderão também ser utilizadas outras fontes de energia também renováveis como, por exemplo, aquecedor de agua para os chuveiros, que é um dos maiores vilões de energia, placas fotovoltaica dentre outras. REFERÊNCIA [1] “Revista Ecoturismo » » O que é energia renovável?” [Online]. Available at: http://revistaecoturismo.com.br/turismosustentabilidade/o-que-e-energia-renovavel/. [Acessado: 28-maio-2013]. [2] “História Da Energia Eólica”. [Online]. Available at: http://www.slideshare.net/Dorindasilva/histria-daenergia-elica. [Acessado: 28-maio-2013]. [3] “História da energia eólica e suas utilizações | PE Desenvolvimento”. [Online]. Available at: http://pedesenvolvimento.com/2009/07/15/historia-daenergia-eolica-e-suas-utilizacoes/. [Acessado: 28-maio2013]. [4] “Energia Eólica, Tipos, O que é Energia Eólica - Página 4”. [Online]. 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  • 8. http://oglobo.globo.com/economia/um-milhao-de-laresbrasileiros-nao-tem-energia-eletrica-7132890. [Acessado: 31-maio-2013]. [19] NELSON JOSÉ HÜBNER MOREIRA, “RESOLUÇÃO NORMATIVA N o 482 , DE 17 DE ABRIL DE 20 12”, AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA – ANEEL, São Paulo, p. 6, 14-out-2011. [20] Mônica M. Reis, Demercil S. Oliveira Jr. e Paulo C. M. de Carvalho, “Estudo de Viabilidade Econômica de Geradores Eólicos de Pequeno Porte no Modo Autônomo”, Funcap Fundação Cear. Amparo À Pesqui. E Cult., no 4. [21] “Centro de Energia Eólica - PUCRS”. [Online]. Available at: http://www.pucrs.br/ce-eolica/faq.php#30. [Acessado: 29-maio-2013]. [22] “Como funciona a energia eólica”. [Online]. Available at: http://www.fiec.org.br/artigos/energia/energia_eolica.ht m. [Acessado: 29-maio-2013]. [23] “Centro de Energia Eólica - PUCRS”. [Online]. Available at: http://www.pucrs.br/ceeolica/faq.php?q=3#3. [Acessado: 29-maio-2013]. Altieres Mariano Martins nasceu em Borda da Mata, MG, em 05 de dezembro de 1989. Formação, 2º Gral em 2007, estudante do Inatel em 2013. Frederico José de Souza Gomes nasceu em Baependi, MG, em 19 de agosto de 1982, estudante do Inatel em 2013. Messias de Oliveira nasceu em Itajubá, MG, em 12 de janeiro de 1985. Formação, 2° Gral em 2003, estudante do Inatel 2013. Ricardo Emílio da Silva nasceu em Santa Rita do Sapucaí, MG, em 21 de novembro de 1988. Formação, 2° Gral em 2006, estudante do Inatel em 2013.