Este documento discute conceitos e abordagens de educação para os meios de comunicação. Apresenta perspectivas de vários autores sobre o tema e discute desafios e recomendações como a necessidade de mais pesquisa, investimento na formação de professores e aproveitamento das redes sociais de forma crítica.
GEOGRAFIA - COMÉRCIO INTERNACIONAL E BLOCOS ECONÔMICOS - PROF. LUCAS QUEIROZ.pdf
TR35_G02_Ana Flávia Camboim
1. Disciplina: Fundamentos Epistemológicos da Educomunicação
Profs.: Dr. Ismar Oliveira e Dr. Claudemir Oliveira
Aluna: Ana Flávia de Luna Camboim
Educação para os Media em Portugal:
experiências, actores e contextos
Manuel Pinto (coord.)/ Tiago Dias Ferreira/ Sara Pereira/ Luis Pereira
2. Concepções
Literacia dos media: o objetivo deve ter prioridade em relação
ao processo. Educação para os Media, um processo educativo,
consciente, programado como tal, porém restrito.
A educação por si só implica um contexto existencial que é
Vítor Reia-Baptista habitado pelos media. Educação para os media implica
considerar que os media são um contexto à parte da nossa
existência. E não são. A educação não é para, a educação
é. Educação para os Media fortalece a manutenção dos
paradigmas da época industrial, não faz revolução.
Conceição Lopes
Literacia da informação: as competências para
entender e tirar partido do que se lê e aplicar critérios de
avaliação da verdade da informação.
Armando Malheiros
Educação para os Media: a capacidade de reflexão sobre
os meios. Por os jovens a pensar sobre a utilização das
tecnologias. A tecnologia é instrumento, depende do uso.
Maria Vaz Pinto
3. As questões dos conteúdos devem acompanhar a introdução da
tecnologia nas escolas mediante a capacitação dos indivíduos, em
torno da sensibilização para os benefícios das ferramentas utilizadas,
os riscos, as soluções e os erros comuns.
Tito Morais
Educação para os Media é um processo transversal orientado
para fazer com que a audiência possa ser mais crítica e
reivindicativa.
Susana Henriques
Em relação à publicidade, visa a desenvolver o sentido crítico das
crianças, procurando conjugar as áreas do consumo, da cidadania e
do direito dos anunciantes à comunicação comercial responsável.
David Buckingham e
Charlotte Hughes
A lógica da desconstrução do meio comunicativo permite a quem está
do outro lado compreender as opções tomadas no interior do meio de
comunicação e os caminhos seguidos na produção das mensagens.
Adelino Gomes e
Paquete Oliveira Educar com os meios: dá-se competências aos alunos para falar,
escrever, estar em público. Não se trata simplesmente de nós sermos
capazes de interpretar, mas também de sermos produtores.
Eduardo Naia e Célia Quinco
4. Em que pontos nos encontramos?
De onde viemos e para onde vamos?
Não estamos muito distantes do ponto em que nos
encontrávamos há 20 anos. Alguns educadores estão
convencidos de que é pela injeção de tecnologia direta que se
Vitor Reia-Baptista resolvem as coisas,
Falta investimento dos meios de comunicação portugueses na
formação do público – uma área que em Portugal está muito
descoberta.
Cláudia Lobo
Como é que pode haver bons ouvintes, espectadores ou leituras, se quem
escreve, quem fala, quem mostra imagens tem insuficiência? Só pode
haver Educação para os Media se os media tiverem um mínimo de
qualidade.
Adelino Gomes
Precisamos de uma cultura de projeto nas escolas. A nova geração
não se apresenta nas escolas com essa atitude. Cada turma deve ter
um projeto curricular específico que não seja cópia uns dos outros.
Sérgio Nogueira/João de Barros
Um aspecto ligado à ausência de uma cultura de projetos é a
autonomia das instituições para assumirem a iniciativa e
promoverem uma cultura de self learning.
Rita Espanha
5. Quais caminhos os protagonistas de projetos em
Portugal desenham para o futuro?
Não sou favorável à criação de uma disciplina específica de
Educação para os Media. Penso que esta é uma vertente de um
projeto muito mais global.
Paquete de Oliveira
Faz todo sentido fomentar nos candidatos a comunicólogos uma atitude
crítica e reflexiva sobre o papel dos media na sociedade. O problema
está em isso não ser valorizado nos cursos de Ciências da Educação.
Vitor Reia-Baptista
Educação para os Media constitui uma dimensão da Educação
para a Cidadania.
Maria Emília Santos
Sublinho o valor pedagógico e cultural da diversidade de projetos. E
manisfesto-me a favor do acolhimento de especificidades que reflitam o
modo de estar de cada associação ou entidade.
Rodrigo Francisco
6. Conclusões gerais
Conceito
Educação para os Media é um conjunto de
processos, conteúdos e iniciativas tendentes a
promover o uso esclarecido, a compreensão crítica
e a atitude ativa e criativa face à informação e aos
media.
Envolve o desenvolvimento de capacidades de
produção, criação e expressão e a promoção de
competências relacionadas com a pesquisa,
seleção, análise, organização, contextualização e
utilização da informação relevante para as situações
do cotidiano e da participação da vida social.
Visa a favorecer uma melhor comunicação e uma
cidadania mais consciente e participativa.
7. Âmbitos
Há pouca oferta formativa dirigida aos profissionais
da educação, sendo difícil passar para o campo da
ação e intervenção/ Não há experiência para
crianças em idade pré-escolar/ Há pouca
investigação.
Atores envolvidos
Escola (contexto para onde a maioria dos atores
dirige a sua ação)/ Bibliotecas escolares/ Contexto
familiar (ponto mais fraco dos projetos, mesmo
sendo o principal contexto de recepção e de
interação com os meios)/ Entidades governamentais
e organizações internacionais.
8. Meios/Suportes
Medias escolares - ênfase nos jornais escolares, cinema,
rádios e meios digitais/ ausentes estão televisão, jogos,
celular, redes sociais (pela ligação com entretenimento, uso
pessoal e exigência técnica).
Orientações
Projetos voltam-se a estratégias preventivas e de proteção, ao
recurso pedagógico e leitura crítica/ à expressão das crianças,
embora suas vozes sejam, por vezes, ensinadas/ à criança-
aluno e não tanto à criança-cidadã.
Conclusão
O trabalho passa por uma questão de crença, de empenho
pessoal e um certo ativismo, porém seria mais vantajoso se o
seu desenvolvimento surgisse articulado num plano de ação.
Interessa o modo e o que se faz. É essencial aliança com
outras áreas, interação entre as perspectivas da cidadania e as
abordagens tecnológicas. Trata-se de um direito humano
fundamental.
9. Recomendações
! Fazer mais investigações
As escolas e professores ganharão em tirar partido da spotencialidades abertas pelos planos de
! estudo para a inclusão desta matéria.
Os meios de comunicação de âmbito escolar teriam a ganhar se pudessem recorrer a um fórum de
! encontro
! AtividadesparaEducação para os Media articular Tecnologias da Informação e Comunicação quer de
Educação
de
a Cidadania
! Investimento na formação de professores e educadores
Surgimento de iniciativas a partir de novos contextos: famílias, associações, instituições, serviços de
! saúde pública, paróquias, grupos de jovem.
Aproveitar as redes sociais, pensar projetos que as tomem não só como recursos pedagógicos, mas
! compreendem e interrogam as formas de apropriação e de construção de sentido.
Dos media nacionais e locais espera-se uma consolidação das iniciativas em curso e o surgimento de novos
! projetos: produção e aproveitamento de conteúdos difundidos, em articulação com os conteúdos da
formação
escolar e extra-escolar, envolvimento em parcerias locais com instituições culturais e educativas.
! Cabe ao Estado a criação decomo deeavaliação dosquadros de incentivo e apoio ao surgimento de iniciativas e
projetos inovadores, assim
metas objetivos de
resultados obtidos.
! ERC – assegurar o cumprimento das normas reguladoras das atividades de comunicação social e no que se
refere à promoção de práticas de co-regulação e do incentivo à auto-regulação.
! Faz sentido o funcionamento de algum tipo Observatório permamente que acompanhe e monitorize com
métodos rigorosos o que se vai fazendo neste domínio.