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Ancorensis Cooperativa de Ensino, CRL
VIH/SIDA
PENSA EM TI E NOS OUTROS
Disciplina: Biologia
Trabalho realizado por: Filipa Fonseca; 12º A
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O vírus da SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) é uma doença que afeta um grande
número de pessoa em todo o mundo e que ainda é um assunto tabu para grande parte das sociedades.
Apesar da grande evolução em termos de estudos e pesquisa e das variadas tentativas de alcançar um
tratamento eficaz contra esta doença, ainda não existem métodos infalíveis que destruam este vírus.
Esta é uma das doenças que mais atormenta os indivíduos que a possuem e que também assusta
todos os indivíduos que estão expostos a esta, visto que é uma doença em que os seus efeitos não são
visíveis (é “silenciosa”).
Neste trabalho irei abordar sobre o que é a SIDA, as fases e o processo da infeção, as várias
formas de transmissão do VIH e algumas medidas que ajudam a prevenir a infeção deste vírus.
A SIDA é a doença mais conhecida na atualidade da imunodeficiência adquirida. A
imunodeficiência é uma deficiência do sistema imunitário na qual os indivíduos que a possuem não têm
capacidade de combater com eficácia doenças infeciosas, ou seja, têm défice de células que são
necessárias à realização da defesa do nosso corpo. No caso desta doença grave, os linfócitos T
(principalmente) vão sendo destruídos com a entrada de um vírus específico que os destrói para
sobreviver. Assim, a SIDA é considerada uma síndrome da imunodeficiência adquirida já que o vírus
deixa o sistema imunitário deficiente (imunodeficiência) e é resultado da ação de um agente externo ao
nosso corpo (adquirida).
Deste modo, a SIDA é causada pelo vírus da imunodeficiência humana (VIH ou HIV), que infeta
as células que possuem recetores sobre os quais o vírus se pode fixar, enfraquecendo o sistema
imunitário do nosso organismo, destruindo a capacidade de defesa em relação a diversas doenças
(figura 1). As principais células que possuem esses recetores são os macrófagos e certos linfócitos T
auxiliares.
A contaminação pelo vírus da imunodeficiência humana é um processo rápido que não provoca
imediatamente sintomas que possam vir a detetar a doença (figura 2). Inicialmente, o vírus fixa-se sobre
uma célula-alvo, entrando na célula o material genético deste (RNA viral), assim como algumas enzimas
(enzima transcriptase reversa). Graças a esta enzima, a cadeia de RNA viral é copiada em DNA
complementar por um processo designado por transcrição reversa, obtendo-se uma cadeia simples de
DNA complementar do RNA do vírus. A partir desta cadeia de DNA é copiada a segunda cadeia,
formando uma molécula de DNA em cadeia dupla, ou seja, o provírus. Este DNA (DNA proviral) vai ser
introduzido no núcleo da célula hospedeira, podendo os genes do vírus ficarem inativos por um período
mais ou menos longo. O DNA proviral, ao ser ativado, vai ser transcrito, originado RNA. Algumas
moléculas deste RNA vão entrar na constituição do RNA viral, enquanto outras vão funcionar de RNA
mensageiro (mRNA), que se ligam a ribossomas da célula, traduzindo os RNA mensageiros numa em
proteínas virais. Constituem-se, assim, novos vírus, que formam saliências na superfície da célula e que
se separam, podendo infetar outras células. Os linfócitos T auxiliares (coordenadores da defesa
específica), ao serem destruídos, provocam uma queda de atuação no sistema imunitário ao longo do
tempo, o que faz com que a sua resposta seja cada vez menor e seja mais difícil travar a proliferação do
vírus e de outros agentes patogénicos, levando à instalação de novos vírus e novas doenças no sistema
imunitário (as chamadas doenças “oportunistas”), podendo até levar à morte do indivíduo afetado.
A infeção viral, como acabamos de constatar, desenvolve-se em várias fases que são
essenciais à reprodução deste vírus e à sua manutenção no sistema imunitário humano. Quando não
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existe tratamento por parte do indivíduo, a infeção pelo VIH aumenta com a evolução dos linfócitos,
principalmente dos linfócitos T auxiliares. Essas fases são três: a primoinfeção, a fase da latência (ou
assintomática) e a fase da imunodeficiência (ou fase sintomática). A primoinfeção, a primeira fase de
desenvolvimento da infeção, é caraterizada pela proliferação rápida do vírus e consequente diminuição
dos linfócitos T auxiliares, visto que os linfócitos T citotóxicos vão destruindo os linfócitos T auxiliares
que se encontrarem infetados, o que leva que a sua concentração aumente. Na segunda fase, a fase da
latência, o vírus permanece oculto durante anos, sendo esta a razão pela qual a doença não seja
detetada. Há um equilíbrio no sistema imunitário, pois o vírus é dado como estabilizado e retarda a
multiplicação deste. Aqui produzem-se muitos anticorpos e aumenta a quantidade de linfócitos T
citotóxicos, que destroem as células que se encontram infetadas. Na terceira e última fase, a fase da
imunodeficiência (SIDA), o sistema imunitário não tem capacidade suficiente para responder
eficazmente a este vírus, o que provoca o aumento da carga viral, e como consequência deste aumento
os linfócitos T citotóxicos baixam drasticamente, levando à instalação de novas infeções. A SIDA só é
diagnosticada nesta última fase, quando aparecem doenças oportunistas ou quando determinadas
análises clínicas têm valores alterados.
Quando uma pessoa é infetada pelo VIH, diz-se que é seropositiva, pois reage à presença
deste vírus produzindo anticorpos anti-VIH pelos linfócitos B. Contudo, apesar da produção destes
anticorpos específicos, um grande número de vírus consegue afastar-se da ação dos anticorpos, já que
se encontram no interior das células infetadas.
Existem várias formas de transmissão do vírus da imunodeficiência humana (figura 3). A
principal via de transmissão deste vírus em todo o mundo é a transmissão sexual. É através das
secreções sexuais de uma pessoa infetada que se contagia outra, por não haver proteção durante a
relação sexual e a existência de múltiplos parceiros sexuais ou até mesmo de outras doenças
sexualmente transmissíveis podem aumentar o risco de contágio. Outra forma de transmissão é a
partilha de seringas, lâminas de barbear, escovas de dentes, entre outros, que podem conter vestígios
de sangue contaminado. Daí ser muito importante que as pessoas que façam tatuagens e piercings
terem especial atenção com o estabelecimento onde as vão realizar, visto que materiais não
esterilizados podem provocar infeções. Também é muito importante que médicos e enfermeiros tenham
muito cuidado com este tipo de materiais, pelas mesmas razões. Pode haver igualmente transmissão de
VIH de mãe para filho durante a gravidez, nascimento ou através do leite materno.
Algumas medidas que ajudam a prevenir a infeção pelo VIH são: não partilhar objetos
perfurantes e/ou cortantes que possam estar contaminados com sangue (seringas, agulhas, lâminas,
escovas de dentes, outros), utilizar sempre preservativo nas relações sexuais de qualquer tipo (vaginal,
oral ou anal) e evitar o contacto de sangue, esperma, fluidos vaginais com feridas ou mucosa (figura 4).
Em suma, é muito importante que sejam evitados todos os comportamentos de risco que
possam por em causa a nossa saúde, a saúde dos outros e a ação do sistema imunitário, pois sem ele
não conseguiríamos sobreviver. Cada vez mais toda a população tem acesso a todo o tipo de
informação sobre esta doença tabu, os adolescentes desde muito cedo que são informados sobre os
mais variados métodos contracetivos e sobre a sexualidade. Contudo, apesar da facilidade que todos
têm a esta informação e dos enormes passos que a ciência tem dado ao longo do tempo, os
tratamentos ainda não são eficazes e ainda existe um grande número de pessoas que não usa o
preservativo. Atualmente, a SIDA ainda não tem cura, mas a única medida eficaz que a pode combater
é a prevenção.