1. Se algum dia alguem estiver lendo este texto, por favor pense e reflita sobre as nossas
atitudes costumeiras que nos levam a vastidão de nossos destinos.
Antes de mais nada, quero começar com uma pergunta que muitos - inclusive eu - ainda não
consegui ao certo achar uma resposta correta para mesma.
" O que queros na vida?." Não posso responder ao certo, mas embora tenho algo a
compartilhar que pode chegar a ser o mais perto da resposta. Na vida temos tarefas
extremantes complicadas sendo impostas contra nós. De forma geral, a maioria das pessoas
responderiam essa pergunta assim: "Eu quero ter uma vida onde posso ter algumas coisas que
quero" ou " Quero ter dinheiro na vida" ou " Quero poder ser livre para escolher meu
caminho".
Entretanto, essas são respostas de pessoas com uma certa idade. Mas, se perguntarmos a
uma criança? Qual seria a resposta?
Eu lhes digo, e seria mais ou menos assim: "Quero ter brinquedos para brincar" , "Quero ter
amigos para poder brincar" , "Quero ter uma família" (dependendo de onde seja esta criança).
O fato é que, ainda quando crinças não queremos nada mais além de nos divertir e ser
felizes, contudo, ao passar dos anos percebemos que nossas respostas vão mudando de
acordo como crescemos. Hoje se me perguntassem o que eu quero da vida, responderia
simplesmente : " Só queria poder voltar ao passado". Deve estar pensando - Isso é óbivio,
todos querem voltar ao passado para corrigir alguma coisa. Mas em suma, o que perturba e
me tira o sono, é saber que nunca poderei fazer isso. Além de impossível é também uma coisa
muito vaga.
Mas para entender minha colocação, começarei falando de como eu fui quando criança.
Nasci em São Paulo, em um bairro de classe média, não era um lugar que se diga : "Oh sim!
Este é um bom lugar pra se viver" mas, como todos os lugares (ou a maioria deles) sempre é
cercado por assim digamos má reputação. Minha mãe recebeu o dom da maternidade muito
cedo, com apenas dezoito anos já era responsável não só por uma vida, mas por duas, que
nessa época já estava dando a luz a minha irmã. Minha mãe interrompeu os estudos para
poder cuidar de nós, o que hoje não é tão comum assim, por que venhamos e convenhamos, é
mais facíl largar um filho em qualquer lugar, como já vemos inúmeras vezes nos jornais ou na
televisão. Mulheres que eu chamo de fracasso humano mas, graças a Deus, nem todas são
assim... exceto as "cabeças de vento". Sem mais detalhes, chegou a vez do meu pai, a o meu
pai, um homem do qual sempre me orgulhei, muito novo também, nessa mesma época que
recebera o dom da paternidade também tinha que correr atrás das coisas para sustentar uma
família. Assim é até hoje em muitos lares ao redor do planeta. Que gosto de dizer que a
2. palavra GUERREIROS E GUERREIRAS se encaixam muito bem a essas pessoas.
Logo crescemos, minha mãe retomou os estudos e meu pai trabalhava incessantemente para
arcar com as despesas do lar. Embora isso pareça familiar, é aí, examente aí que as coisas
começam a aparecer. Como eles ficavam dia e noite fora, mau tinham tempo para nos ver,
quando saíam, estavamos dormindo, e quando chegavam, adivinhem? - estavamos dormindo.
Fomos criados pelos nossos avós maternos e paternos, nos quais fui agraciado por te-los em
minha vida. Como todo menino arteiro, passava mais tempo na rua do que em casa, o que era
bom , por que aproveitava minha infância. Mas logo teve que acabar, justamente por um
acidente que sofri ao que me parece ter sete ou oito anos de idade por um rapaz de patins
que decia uma ladeira enorme e que ao fim dela quem estava lá? Eu claro. Nem percebi. Só
bati a cabeça na guia e apaguei geral, só fui acordar no hospital. Depois disso, meus pais se
sentiram um pouco ressentidos a me deixar sair de novo para brincar na rua. Desde então
cresci em casa, assistindo filmes, vendo televisão com a minha irmã, pintando as unhas...
espera aí, pintando as unhas não né. Pintando as mãos.
Apesar de sermos irmãos, nós crescemos e tomamos rumos diferentes, bem diferentes. Minha
irmã, opitou por fazer as coisas corretas, estudar, dar valor ao suado dinheiro de nossos pais,
eu ao contrário opitei pela vadiagem. Uma coisa que me lembro bem e que nunca sairá da
minha cabeça, foi meus pais me dizendo vagarosamente: " Filho, você não precisa fazer nada,
só estudar, o resto a gente faz por você." Dá pra imaginar o que eles faziam para manter eu e
minha irmã na escola, já que não estudamos nunca em escolas públicas, só particulares. E
adivinha o que eu fiz? Nada. Quer dizer, fiz tudo que era pra eu fazer, só que ao contrário. Não
dei valor, joguei fora meus livros, rasguei minhas apostilas, brigava com os professores, enfim,
eu era o capeta em forma de muleque.
E ao passar dos anos só fui piorando. Minha irmã enchia a casa de orgulho e notas altas,
enquanto eu, nem preciso falar né. A única coisa que eu enchia era o ouvido dos meus pais
com reclamações dos professores na reunião de pais e alunos. Hoje, escrevendo este texto me
pergunto: "O que eu queria da vida naquela época?". Certamente que eu não saberia
responder. Mas hoje eu sei, Deus, como queria e como ouvir aquelas doces palavras de meus
pais novamente me propondo que eu só estudasse. Nossa como eu queria, e com certeza
abraçaria essa oportunidade e não deixaria ela escapar nem um pouquinho só. Agora quem
estiver lendo sabe por que eu gostaria de voltar ao passado.
Aos que estiverem lendo isso, que pensem antes de desistir ou opitar por não fazer nada,
pensem, reflitam muito antes de qualquer atitude e sempre, sempre de valor as pessoas que
fazem de tudo por você. Acredite em você mesmo, por que você pode, você pode fazer e
escrever a sua própria história por que é capaz e muito mais do que você pensa. Estude para
que um dia você não se arrependa como eu me arrependo hoje, mas nunca é tarde para se
escrever um novo caminho, e lembre-se sempre, que nossas escolhas na vida é um mar de
oportunidades, só não as jogue fora.