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COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR BECKER E SILVA
ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE
LÍNGUA PORTUGUESA
1) APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA
A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar, passou a integrar os
currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX,
depois de já há muito organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação
com a formação do professor dessa disciplina teve início apenas nos anos 30
do século XX. O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português e,
em 1871, foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de professor de
Português.
O ensino de Língua Portuguesa, nesse contexto, não poderia prescindir
de propostas pedagógicas que levassem em conta as novas necessidades
trazidas por esses alunos para o espaço escolar, ou seja, a presença de
registros linguísticos e padrões culturais diferentes dos até então admitidos na
escola. Segundo o Círculo de Bakhtin, a língua configura um espaço de
interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela
mesma, a língua, só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que
interagem. Essa concepção diverge das abordagens de cunho formalista
estruturalista, que enfocam o caráter normativo da língua.
Nessa perspectiva os fundamentos teóricos, que estão alicerçando a
discussão sobre o ensino de Língua e Literatura, requerem novos
posicionamentos em relação às práticas, pelo envolvimento direto de
professores na construção de alternativas.
Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que
permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído
uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que
impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do
professor.
Nessa perspectiva, as aulas de Língua Portuguesa/Literatura
possibilitam aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não
verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros,
engendrados pelas necessidades humanas. É necessário que a inclusão da
diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais
onde eles se constituem.
Acrescente-se a isso, que o fato de a Língua ser o meio e o suporte de
outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente
eficaz, propiciador das relações inter e multidisciplinares.
Assim, o aluno poderá reconhecer a gramática não como um
aglomerado de inadequações explicativas sobre os fatos da língua, mas como
um documento de consulta para muitas das dúvidas que temos sobre como
agir em relação aos padrões normativos exigidos pela escrita.
A língua então configura um espaço de interação entre sujeitos que se
constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, só se constitui pelo
uso, movida pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das
abordagens de cunho formalista-estruturalista que enfocam o caráter normativo
da língua.
Embora tenha ocorrido um avanço teórico considerável nas pesquisas
acerca do ensino da língua, com enfoque nas práticas discursivas, o que se
percebe é que houve uma apropriação, por grande parte dos professores, dos
novos conceitos, sem que isso se refletisse na mudança efetiva de sua prática.
A busca da superação desse ensino normativo, historiográfico, e a
crescente valorização do leitor, bem como com a percepção da impossibilidade
de totalização ou centralização referencial, só recentemente tem alcançado os
estudos curriculares e, particularmente, os ensinos de Língua e Literatura, seja
através do impacto dos pensadores contemporâneos como Deleuze, Foucault,
Derrida e Barthes, seja através dos novos campos de saber ou novos espaços
teóricos como a Análise do Discurso, Teoria da Enunciação, Teorias da Leitura,
Pensamento da Desconstrução, etc.
Os fundamentos teóricos que estão alicerçando a discussão sobre o
ensino de Língua e Literatura requerem novos posicionamentos em relação às
práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo
envolvimento direto dos professores na construção de alternativas.
Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas
contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da
contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a
percepção das inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que
atravessam o campo social, constituindo-o e recebendo, concomitantemente,
seus influxos, estão a requerer, dos professores, uma mudança de
posicionamento no que se refere a sua própria ação pedagógica.
O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa/Literatura, considera
o processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na
constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que por meio dela
interagem,
A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos
histórica e socialmente situados que se constituem e constituem uns aos outros
em suas relações dialógicas. À medida que possibilita a interação e a
constituição humanas, ela pode ser considerada como trabalho e produto do
trabalho.
“Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os
participantes da interação dialógica se constroem e são construídos. Todo texto
é, assim, articulação de discursos, são vozes que se materializam, é ato
humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescente-se a isso que as
considerações de Bakhtin sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da
discursividade as relações de poder estabelecidas na sociedade.” (BAKHTIN,
1992)
Texto, então, configura-se não apenas como a formalização do
discurso oral ou escrito, mas como evento que tem sua abrangência no antes,
as condições de produção, de elaboração, e no depois da formalização, a
leitura ou, segundo Bakhtin (1992), a atitude responsiva ativa, caracterizando o
texto como evento que se concretize realmente na interação e, por isso
mesmo, não é compreendido apenas nos limites formais. Acrescente-se a isso
uma perspectiva teórica que considera que o texto extrapola seus limites
para abranger, na malha discursiva, aquilo que o antecedeu e também aquilo
que a ele se soma.
O texto ou discurso configura-se, pois, como uma atividade
comunicativa que se realiza por meio de signos verbais, ou seja, por meio da
língua oral e escrita.
Nos dois casos, independente de sua extensão, o texto deve ser
entendido como unidade discursiva em que se reconhece sentido ou como uma
unidade potencializadora de sentidos.
Considere-se, ainda, a perspectiva do multiletramento nas práticas a
serem adotadas na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura, tendo em vista
o papel de suporte para todo o conhecimento exercido pela língua materna.
Assumindo-se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas
diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o
processo de ensino:
empregar a língua oral em diferentes situações de uso,
sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as
intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e
posicionando-se diante dos mesmos;
desenvolver o uso da língua escrita em situações
discursivas realizadas por meio de práticas sociais, considerando-se os
interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e
suportes textuais e o contexto de produção/leitura;
refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos,
atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os elementos
gramaticais empregados na sua organização;
aprimorar, pelo contato com os textos literários, a
capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos,
propiciando através da Literatura, a constituição de um espaço dialógico
que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade,
da leitura e da escrita.
Tais objetivos e as práticas deles decorrentes supõem um processo
longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da inserção e
participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e escrita,
inicia-se na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do aluno
e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a sua vida.
Práticas Discursivas
No processo de ensino e aprendizagem da língua, assume-se o texto
verbal – oral ou escrito – e também as outras linguagens, tendo em vista o
multiletramento, como unidade básica, como prática discursiva que se
manifesta em enunciações concretas, cujas formas são estabelecidas na
dinamicidade que caracteriza o trabalho com experiências reais de uso da
língua.
A ação pedagógica referente à língua, portanto, precisa pautar-se na
interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a
leitura e a expressão oral ou escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz
da linguagem nos diferentes contextos e situações. Essas ações estão
circunscritas no domínio da discursividade, ou seja, o conteúdo estruturante da
Língua Portuguesa/Literatura é o discurso enquanto prática social.
Prática da oralidade
A escola tem agido, tradicionalmente, como se a escrita fosse a língua,
ou como se todos os que ingressam na escola falassem da mesma forma. Na
escola, nossa racionalidade se exercita com a escrita, desconsiderando a
oralidade. No entanto, vale considerar que as possibilidades de trabalho com a
oralidade são muito ricas e apontam diferentes caminhos.
Considerando-se a língua em sua perspectiva histórica e social, esse
trabalho precisa pautar-se em situações reais de uso da fala, valorizando-se a
produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua como sujeito
do processo interativo.
É partindo, pois, dessa realidade que o professor deve planejar e
desenvolver um trabalho com a oralidade que, gradativamente, permita ao
aluno não só conhecer e usar também a outra variedade lingüística, a padrão,
como também entender a necessidade desse uso em determinados contextos
sociais.
Prática da leitura
Nestas diretrizes entende-se a leitura como um processo de produção
de sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que
acontecem entre o texto e o leitor.
É nessa dimensão dialógica, discursiva, intertextual, aberta a toda sorte
de contágio, que a leitura deve ser experienciada, desde a alfabetização.
Ressalta-se, ainda, a oportunidade que os textos literários dão ao seus leitores
de escapar do realismo midiático movimentando-os pelo tempo do imaginário.
Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que
permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído
uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que
impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do
professor.
Prática da escrita
Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção
acontece (quem escreve, o que, para quem, para que, por que, quando, onde e
como se escreve) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero textual
tem suas peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do texto variam
conforme se produza uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um
texto de opinião, ou um outro tipo de texto. Essas e outras composições
precisam circular na sala de aula como experiências reais de uso e não a partir
de conceitos e definições de diferentes modelos de textos.
Nessa perspectiva, as aulas de Língua Portuguesa/Literatura
possibilitam aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não
verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros,
engendrados pelas necessidades humanas. É necessário que a inclusão da
diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais
onde eles se constituem.
Acrescente-se a isso que o fato de a Língua ser o meio e o suporte de
outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente
eficaz, propiciando das relações inter e multidisciplinares.
Análise Linguística e as práticas discursivas.
Nas interações, o professor poderá instigar no aluno a percepção da
multiplicidade de usos e funções da língua, o reconhecimento das diferentes
possibilidades de ligações e de construções frasais, a reflexão sobre essas e
outras particularidades lingüísticas observadas no texto, conduzindo-o às
atividades metalingüísticas, à construção gradativa de um saber lingüístico
mais elaborado, a um falar sobre a língua.
É importante frisar que a escolha, pelo professor, deste ou daquele
conteúdo, nesta ou naquela série, vai depender dos conhecimentos prévios e
do desenvolvimento cognitivo e lingüístico dos alunos, bem como, das
possibilidades de reflexão que cada texto oferece.
O aluno assim, poderá reconhecer a gramática não como um
aglomerado de inadequações explicativas sobre os fatos da língua, mas como
um documento de consulta para muitas das dúvidas que temos sobre como
agir em relação aos padrões normativos exigidos pela escrita.
A língua não é algo pronto, à disposição dos falantes, mas algo em que
eles “ingressam numa corrente móvel de comunicação verbal”. A consciência
só é adquirida por meio da linguagem e é através dela que os sujeitos
começam a intervir no real.
Se a definição de Conteúdo Estruturante o identifica com os campos de
estudo de uma disciplina escolar, entende-se, nas Diretrizes, o campo da
disciplina de Língua Portuguesa/Literatura como um campo, antes de tudo, de
ação, onde se concretizam práticas de uso real da língua materna,
contrapondo-se à tradicional que, conforme já se mencionou, determinava o
estudo de regras gramaticais como certo e objetivo maior do trabalho com a
língua.
É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os
conceitos oriundos da Lingüística, Sociolingüística, Semiótica, Pragmática.
Estudos Literários, Análise do Discurso, Gramáticas normativa, descritiva, de
usos, entre outros, de modo a contribuir com o aprimoramento da competência
linguística dos estudantes.
2) CONTEÚDOS CURRICULARES
6º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Leitura
Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em
diversas situações contextuais que envolvam a prática social;
Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;
Perceber o uso das classes gramaticais no texto;
Reconhecer os efeitos de sentido do real e figurado na linguagem
textual;
Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e
contextos;
Reconhecer os elementos do discurso direto e indireto no texto, com
ênfase na análise dos discursos diretos;
Perceber o uso de elementos gráficos no textos e elementos de
entonação frasal;
Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do
texto literário;
Reconhecer elementos constitutivos do gênero narrativo;
Perceber as diferenciações formais e informais em diferentes textos;
Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem
textos da mesma temática;
Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações
através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a
cultura Afro-Brasileira e Africana.
Escrita
Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de
acordo com suas funções na elaboração de textos;
Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de
ideias com intencionalidade dirigida;
Organizar as partes que constituem um texto(paragrafação, estética e
organização lógica);
Utilizar os elementos constitutivos da narrativa e seus elementos de
locução(discursos direto e indireto);
Atender as circunstâncias da produção proposta;
Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos
inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu
código.
Oralidade
Fazer uso adequado da fala ;
Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;
Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;
Perceber as diversas entonações nos discursos direto e indireto;
Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Linguagem
Uso do dicionário;
Sinônimos e antônimos;
Letra e fonemas;
Silabação e encontros vocálicos e consonantais;
Sinais gráficos e entonações silábicas;
Ortografia das palavras;
A comunicação e seus processos;
Estudo das variações lingüísticas;
Sinais de pontuação;
Classe de palavras (funções nominais- substantivo, pronome., artigo,
adjetivo e numeral, funções verbais – verbo e advérbios; funções
interjetivas – interjeições e funções conectivas- conjunções e
preposições).
Sintaxe(frase, oração e período).
Leitura
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase em textos narrativos);
Textos literários e não literários;
Semiótica das mais diversas imagens.
Escrita
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo);
7ºANO
Conteúdos Estruturantes
Leitura
Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;
Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;
Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em
diversas situações contextuais que envolvam a prática social;
Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;
Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e
contextos;
Reconhecer os efeitos de sentido do uso das figuras de linguagem no
texto;
Reconhecer os efeitos do uso das classes gramaticais de forma
espontânea no texto;
Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais;
Reconhecer os elementos discursivos no texto narrativo;
Reconhecer elementos que compõem o texto poético;
Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do
texto literário;
Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem
textos da mesma temática;
Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações
através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a
cultura Afro-Brasileira e Africana.
Escrita
Revisar o conteúdo morfossintático do ano anterior (6º ano);
Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de
acordo com suas funções na elaboração de textos;
Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de
ideias com intencionalidade dirigida;
Atender as circunstâncias da produção proposta;
Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos
inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu
código;
Escrever e acentuar corretamente as palavras;
Pontuar corretamente as frases;
Analisar o verbo e sua estrutura semântica;
Observar elementos da sintaxe de concordância verbal e nominal
(enfatizar os elementos da concordância verbal);
Identificar termos integrantes em frases;
Identificar termos acessórios em frases.
Oralidade
Desenvolver uma visão não preconceituosa em relação as variedades
lingüísticas divergentes do padrão culto;
Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos
expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;
Fazer uso adequado da fala;
Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;
Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;
Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Linguagem
Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e
conectivas);
Análise do verbo ( estrutura, conjugações, formas nominais e locuções);
Efeitos da pontuação no texto;
Os sinais gráficos nas palavras (acentuação gráfica);
Termos essenciais da oração: análise dos tipos de sujeito e tipos de
predicado;
Termos acessórios da oração: análise dos adjuntos adverbiais e
nominais;
Estilística: análise da linguagem figurada.
Leitura
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase em textos narrativos);
Textos literários e não literários;
Na análise do texto, contexto e intertexto;
Semiótica das mais diversas imagens;
Análise da linguagem poética;
Análise da linguagem figurada em textos.
Escrita
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e em textos
poéticos);
Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados.
8º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Leitura
Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;
Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;
Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em
diversas situações contextuais que envolvam a prática social;
Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;
Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e
contextos;
Reconhecer os efeitos do uso das classes gramaticais numa visão
sintática no texto;
Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais;
Reconhecer os discursos no texto em prosa e poesia;
Perceber a intenção argumentativa nos textos de opinião;
Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do
texto literário;
Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem
textos da mesma temática;
Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações
através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a
cultura Afro-Brasileira e Africana;
Identificar elementos morfossintáticos no texto.
Escrita
Revisar a linguagem e seus elementos morfossintáticos do ano anterior;
Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de
acordo com suas funções na elaboração de textos;
Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de
ideias com intencionalidade dirigida;
Atender as circunstâncias da produção proposta;
Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos
inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu
código;
Escrever e acentuar corretamente as palavras;
Pontuar corretamente as frases;
Analisar as vozes verbais num texto;
Identificar termos integrantes em frases( analisar tipos de sujeito e tipos
de predicados);
Identificar termos acessórios em frases (aposto e vocativo);
Observar elementos estilísticos na frase;
Analisar a sintaxe dos períodos no texto e seus elementos de coesão.
Oralidade
Observar as variedades lingüísticas e analisá-las;
Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos
expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;
Fazer uso adequado da fala;
Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;
Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;
Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Linguagem
Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e
conectivas);
Efeitos da pontuação no texto;
Os sinais gráficos nas palavras (acentuação gráfica);
Termos essenciais da oração: análise dos tipos de sujeito e tipos de
predicado;
Análise do verbo ( estrutura, conjugações, formas nominais, locuções e
vozes verbais);
Análise dos termos acessórios da oração no texto: adjuntos adverbiais e
nominais no texto;
Análise do complemento verbal (objetos) e nominal (predicativos);
Estilística: análise da linguagem figurada (figuras de palavras e de
construção).
Leitura
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase em textos de narrativos e de opinião);
Textos literários e não literários;
Na análise do texto, contexto e intertexto;
Semiótica das mais diversas imagens;
Análise da linguagem poética;
Análise da linguagem figurada em textos;
Observação de estilos literários.
Escrita
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e texto de opinião);
Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados;
Análise nas estruturas textuais (estética e discurso).
9º ANO
CONTEÚDOS ESTRUTURANTES
Leitura
Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;
Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;
Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em
diversas situações contextuais que envolvam a prática social;
Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;
Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e
contextos;
Reconhecer os efeitos de sentido do uso das figuras de linguagem no
texto (ambigüidade, ironia e humor);
Reconhecer os efeitos do uso da linguagem morfossintática no texto;
Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais;
Reconhecer os elementos discursivos nos diversos textos narrativos;
Reconhecer elementos que compõem a linguagem poética;
Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do
texto literário;
Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem
textos da mesma temática;
Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações
através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a
cultura Afro-Brasileira e Africana;
Observar e analisar a linguagem argumentativa e suas estratégias
lingüísticas;
Perceber a linguagem de textos técnicos como recursos de construção
textual;
Observar as particularidades estéticas do texto literário.
Escrita
Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos;
Desenvolver uma visão não preconceituosa em relação às variedades
lingüísticas divergentes do padrão culto;
Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos
expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;
Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos;
Produzir textos com ordenação de idéias, clareza, coerência, coesão,
progressividade, estruturados e eficientes;
Observar o uso adequado dos sinais gráficos nas palavras num texto
produzido;
Grafar de forma adequada as palavras;
Reconhecer os elementos mórficos de uma palavra;
Observar o processo de formação de palavras;
Reconhecer o processo de formação de palavras;
Reconhecer e saber utilizar as formas verbais e nominais nas suas
flexões e regências;
Reconhecer e classificar as orações coordenadas e subordinadas;
Identificar e classificar as orações que estruturam um período misto;
Reconhecer as orações coordenadas substantivas, adverbiais e
adjetivas;
Observar os pronomes na função de coesivas;
Identificar a função dos pronomes relativos e usá-los adequadamente;
Analisar a colocação pronominal e sua utilização esférica social;
Conhecer as orações subordinadas adverbiais;
Usar adequadamente as preposições nas suas ocorrências regenciais;
Identificar os casos em que há crase, usando o acento grave para
representá-lo;
Saber utilizar corretamente a pontuação nas produções;
Observar os elementos de coesão e coerência textuais.
Oralidade
Observar as variedades lingüísticas e analisá-las;
Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos
expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral;
Fazer uso adequado da fala;
Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais;
Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua;
Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência;
Desenvolver a expressão crítica e contra-argumentar ideias contrárias;
Organizar a sequência de fala de acordo com o discurso proposto;
Experimentar na oralidade o uso dos elementos morfossintáticos que
envolvem a formação de frases na língua formal.
CONTEÚDOS ESPECÍFICOS
Linguagem
Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e
conectivas);
Efeitos da pontuação no texto;
Análise da sintaxe dos períodos simples e composto;
Análise das orações coordenadas e subordinadas na frase;
Análise da sintaxe de coesão;
Análise da coerência no texto;
Especificidades do pronome relativo como elemento coesivo;
Especificidade da sintaxe de colocação pronominal;
Análise da formação e estrutura da palavra;
Sintaxe de concordância nominal e verbal;
Sintaxe de regência verbal e nominal;
Análise da ocorrência da crase;
Estilística:Análise da linguagem figurada(figuras de palavras, figuras de
construção e figuras de sintaxe);
Treino ortográfico.
Leitura
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase em textos de narrativos e de opinião);
Textos literários e não literários;
Na análise do texto, contexto e intertexto;
Semiótica das mais diversas imagens;
Análise da linguagem poética;
Análise da linguagem figurada em textos;
Observação de estilos literários;
Análise do texto técnico e científico.
Escrita
Gêneros textuais diversificados;
Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e texto de opinião);
Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados;
Análise nas estruturas textuais (estética e discurso);
Produções de textos técnicos e científicos (opcionais ao ano- relatórios,
cartas comerciais,curriculuns,pesquisas, etc.)
3) METODOLOGIA
Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os
professores de Língua Portuguesa têm o papel de promover o amadurecimento
do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os
estudantes compreendam a possam interferir nas relações de poder com seus
próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a
outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua
emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de
linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas
discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão
de mundo e tenha voz na sociedade.
Além disso, o aprimoramento linguístico possibilitará ao aluno a leitura
dos textos que circulam socialmente, identificando neles o não dito, o
pressuposto, instrumentalizando-o para assumir-se como sujeito cuja palavra
manifesta, no contexto de seu momento histórico e das interações aí
realizadas, autonomia e singularidade discursiva.
A situação do ensino de Língua Portuguesa verificada, descrita e
discutida por todos os envolvidos no processo de construção de diretrizes
curriculares possibilitou à equipe de Língua Portuguesa do Departamento de
Ensino Fundamental – DEF/SEED e às assessoras pedagógicas XXX a
proposição de encaminhamento de trabalho para o II Encontro
Descentralizado, que atendessem às demandas verificadas nos relatórios.
Dessa forma, o que se buscou foi uma reorientação da prática pedagógica, no
sentido de possibilitar ao educador maior clareza de objetivos do ensino da
Língua, seus conteúdos e os encaminhamentos necessários para uma prática
contextualizada e significativa para o aluno. Neste propósito, os professores
estudaram e discutiram textos que, conforme mostram algumas falas
evidenciais nos relatórios oriundos dos encontros descentralizados e
seminários estaduais, favoreceram um olhar crítico sobre a prática pedagógica
e aprofundamento teórico.
A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino e
aprendizagem, pois possibilita verificar em que medida houve progresso do
aluno, face às metas e objetivos propostos, e oferece subsídios para o
professor rever sua prática, repensar suas opções metodológicas e a
adequação de sua proposta de trabalho. Ou seja, a avaliação é uma atividade
que busca orientar e controlar o processo de ensino e aprendizagem para
obtenção dos melhores resultados possíveis.
Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo que acontece em
cada atividade, pela observação e desempenho dos alunos nestas atividades,
como raciocinam e se adquiriram novas habilidades.
Uma vez, consciente de que a avaliação deve ser um mecanismo
orientador dos avanços do aluno e da ação do professor, os professores de
Língua Portuguesa, especificamente, deste estabelecimento de ensino poderão
utilizar como instrumentos de avaliação não apenas momentos específicos
como provas escritas, testes, trabalhos ou atividades especiais orais ou
escritas, bem como uma série de possibilidades, pois nelas, poderá observar e
verificar a capacidade do aluno para raciocínios; como o aluno percebe o jogo
significativo tanto ao receber quanto ao produzir textos orais e escritos; como o
aluno usa os recursos e as convenções próprias da língua oral e da escrita;
como o aluno é capaz de usar recursos apropriados para dizer aquilo que
pretende na situação específica em que se encontra assumindo-se como
locutor.
O papel da avaliação é diagnosticar, reforçar e permitir que o aluno
cresça. A preocupação da avaliação, portanto, não deve ser a de apenas
verificar quantas informações o aluno apreendeu. Como exercício mental que
permite a análise, o conhecimento, o diagnóstico, a medida e/ou julgamento de
um objeto, a avaliação inclui perceber como o aluno está aproveitando tudo o
que ele aprendeu durante as aulas para compreender os temas estudados e
para resolver problemas propostos.
A intervenção pedagógica avaliativa deve, portanto, ter como alicerce a
qualidade do ensino aliada ao acompanhamento constante do aluno no
decorrer do ano letivo, observando a capacidade e o ritmo individual de cada
um.
No contexto atual, vale lembrar que a avaliação ganha importância à
medida que a educação ganha mais espaço. O excesso de informações que a
sociedade nos impõe, exige priorizarmos as que realmente importam e, assim
sendo, torna-se necessário a cada educador saber sobre a importância de seu
papel no exercício de sua função e; ao mesmo tempo, dar condições para que
seus alunos possam exercer sua cidadania.
Também no trabalho com a cultura afro, o Ensino Fundamental 2 é o
período ideal para o professor explicar aos alunos que o Brasil foi um país
escravocrata e que a abolição da escravidão não veio acompanhada de um
processo de inclusão dos negros na sociedade brasileira. "No Brasil, a
escravidão foi abolida em 1888, porém, mantivemos o estigma da cor". Por
isso, promover debates sobre as causas do preconceito contra os negros é
fundamental, bem como ensinar os alunos a buscar respostas no processo
histórico brasileiro. "Os estudantes precisam conhecer os motivos pelos quais
os negros ainda lutam pela igualdade de direitos e oportunidades".
A realidade da sala de aula
A sala de aula é considerada um verdadeiro laboratório, onde muitas
coisas podem acontecer. Mas não basta viver toda essa experiência. É preciso
refletir sempre sobre ela. Entende-se que um dos requisitos para uma ação
pedagógica de qualidade é justamente este: o do professor reflexivo – aquele
que reflete ao planejar seu trabalho, ao executar o que planejou e, de modo
especial, ao analisar sua prática, com vistas a reformulá-la e melhorá-la
sempre que for preciso.
É bom lembrar, também, que antes de entrar numa sala de aula, o
professor precisa se perguntar: o que irei encontrar ao ingressar nesta sala? O
que deixarei e o que levarei comigo, após minha saída? Essa atitude poderia
possibilitar ao educador não apenas verificar sua prática, mas analisar os
problemas que ocorrem na relação pedagógica e avaliar se os objetivos
propostos estão sendo atingidos. Poderia servir de alerta a ele, no sentido de
buscar novas formas de trabalhar determinados conteúdos.
É preciso ver o aluno, portanto, como um ser construído e em
construção por meio dessas vivências. Esse reconhecimento aumentará a
responsabilidade dos professores, uma vez que, ao admitir-se a característica
fundamental do ser humano, ser que se faz nas relações, dar-se-á maior
relevância ao espaço sala de aula e aos atores ali presentes, valorizando as
interações que ali ocorrem.
Assim, quando se lê o discurso docente, pode-se perceber nas
entrelinhas a dedicação dos professores aos alunos e, apesar das dificuldades
encontradas no dia-a-dia das salas de aula, o desejo de cada um de sempre
lutar pelo seu direito de professor engajado e ávido por conhecimento.
A seleção de conteúdos deve considerar o aluno como sujeito de um
processo histórico, social, detentor de um repertório lingüístico que precisa ser
considerado na busca da ampliação de sua competência comunicativa. Sendo
assim, as indicações que seguem precisam ser problematizadas a partir da
pesquisa, reflexão, discernimento e comprometimento de cada profissional da
educação.
Prática da oralidade
De acordo com Marcuschi (2001), a oralidade é vista como um “prática
social interativa” utilizada em momentos de comunicação através de vários
gêneros e formas com fundamentação na realidade sonora. Ela parte da
informalidade para a formalidade em situações de uso diversas.
Em outras atividades que envolvem o discurso oral, duas questões
deve ser enfatizadas:
Embora a modalidade oral e a modalidade escrita da língua apresentam
similaridades e mútuas influências, têm também diferenças que precisam ser
refletidas: a fala é, em geral, não-planejada, fragmentária, incompleta, pouco
elaborada e apresenta comumente frases curtas, simples ou coordenadas,
além do fato de a interação dar-se face-a-face e vir complementada com
recursos extra-linguísticos; já a escrita é planejada, não-fragmentária,
completa, elaborada e tem predominância de frases complexas e
subordinadas.
O saber ouvir, escutar com atenção e respeito os mais diferentes tipos
de interlocutores é fundamental. Se não houver ouvinte, a interação não
acontece. Logo, é preciso desenvolver a sensibilidade de saber ouvir o outro, o
que favorece, inclusive, a convivência social.
A leitura precisa ser vista, na escola, como uma prática consistente do
leitor perante a realidade. É necessário saber que no processo de formação de
leitores, a dificuldade advém de questões práticas, internas de sala de aula,
muitas vezes conflitantes, tudo isso permeado pela não clareza do significado
do ato de ler.
O que não pode ocorrer é que a leitura seja feita somente a partir dos
livros didáticos. O professor pode propor uma infinidade de textos, porém, a fim
de desenvolver a subjetividade do aluno, deve considerar, também, a
preferência e a opinião dele ao selecioná-los.
A produção de significados, que implica uma relação dinâmica entre
autor/leitor e entre aluno/professor, de forma compartilhada, configura-se como
uma prática ativa, crítica e transformadora, que possibilita abarcar diferentes
tipos de textos e gêneros textuais. Além dos literários, como os citados acima,
pode-se contemplar também os textos de imprensa, dentre os quais destacam-
se: notícias, editoriais, artigos, reportagens, cartas de leitores, entrevistas.
Como exemplos de textos lúdicos, tem-se os trava-línguas, quadrinhas,
adivinhas, parlendas e piadas. Verbetes enciclopédicos, relatórios de
experiências, artigos e textos didáticos estão entre os textos de divulgação
científica que precisam, também, ser trabalhados no Ensino Fundamental,
assim como os textos de publicidade (propagandas, classificados), dentre
outros tantos.
Prática da escrita
O trabalho com a escrita apresenta algumas dificuldades devido à
complexidade de articulação com o conceito de língua. Sendo assim, ao ligar o
texto à gramática tradicional corre-se o risco de empobrecê-lo. A escrita deve
ser pensada e trabalhada em uma perspectiva discursiva que aborda o texto
como unidade potencializadora de sentidos, através da prática textual. Prática
esta não ligada apenas à norma padrão, pois a assimilação da escrita em que
não há reducionismo lingüístico, autoritarismo e a desconsideração pela
linguagem do aluno tende a ser mais eficiente.
Também vale lembrar que, quando há uma proposta de produção
escrita, é necessário saber quem será o leitor deste texto, quem será o seu
destinatário.
Quanto aos gêneros previstos para a prática da produção de texto,
podem ser trabalhados, dentre outros, relatos (histórias de vida); bilhetes,
cartas, cartazes, avisos (textos pragmáticos); poemas, contos e crônicas
(textos literários); notícias, editoriais, cartas de leitor e entrevistas (textos de
imprensa); relatórios, resumos de artigo e verbetes de enciclopédia (textos de
divulgação científica). Assim, essa prática orientará não apenas a produção de
textos significativos, como incentivará a prática da leitura.
A gramática normativa considera a língua como uma série de regras
que devem ser seguidas e obedecidas. O domínio dessas regras pode dar a
ilusão de que o falante emprega a variedade padrão. Esse tipo de gramática dá
muita importância à forma escrita, atribuindo-lhe a representação mais culta da
língua. Por conta disso, considera que a fala precisa basear-se nas estruturas
que regem a escrita. A gramática normativa está presente nos compêndios
gramaticais e em muitos livros didáticos.
A gramática descritiva, conjunto de regras que são seguidas, não se
atém unicamente na modalidade escrita ou padrão, mas à descrição das
variantes lingüísticas a partir do seu uso pelos falantes. Diferentemente da
normativa, a gramática descritiva dá preferência para a manifestação oral da
língua. Essa característica garante a essa gramática maior mobilidade, ao
contrário da normativa que, presa à escrita, é mais resistente às inovações da
língua.
Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem
aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto – tais como atividades de revisão,
de reestruturação do texto, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre
outros textos, de diversos gêneros, que circulam no contexto escolar e extra-
escolar.
4) AVALIAÇÃO
A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino
aprendizagem, pois possibilita verificar em que medida houve progresso do
aluno, face às metas e aos objetivos propostos, e oferece subsídios para o
professor rever sua prática, repensar suas opções metodológicas e a
adequação de sua proposta de trabalho. Ou seja, a avaliação é uma atividade
que busca orientar e organizar a prática pedagógica, para obtenção de
melhores resultados possíveis.
Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo que
acontece em cada atividade pela observação do desempenho dos alunos
nestas atividades, como raciocinam e se adquiriram novas habilidades.
Uma vez consciente de que a avaliação deve ser um processo
contínuo, orientador dos avanços do aluno e da ação do professor; os
professores de Língua Portuguesa, especificamente deste estabelecimento de
ensino, utilizarão como meios de avaliação não apenas momentos específicos
como provas escritas, testes.
5) REFERÊNCIAS
BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de: Michel
e Yara Vieira. 6.ed. São Paulo: Hucitec, 1992.
MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita. São Paulo: Cortez, 2001.
PARANÁ.Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes
Curriculares da Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.
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Ppc lingua portuguesa

  • 1. COLÉGIO ESTADUAL PROFESSOR BECKER E SILVA ENSINO FUNDAMENTAL E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS PROPOSTA PEDAGÓGICA CURRICULAR DA DISCIPLINA DE LÍNGUA PORTUGUESA 1) APRESENTAÇAO DA DISCIPLINA A Língua Portuguesa, enquanto disciplina escolar, passou a integrar os currículos escolares brasileiros somente nas últimas décadas do século XIX, depois de já há muito organizado o sistema de ensino. Contudo, a preocupação com a formação do professor dessa disciplina teve início apenas nos anos 30 do século XX. O conteúdo gramatical ganhou a denominação de Português e, em 1871, foi criado, no Brasil, por decreto imperial, o cargo de professor de Português. O ensino de Língua Portuguesa, nesse contexto, não poderia prescindir de propostas pedagógicas que levassem em conta as novas necessidades trazidas por esses alunos para o espaço escolar, ou seja, a presença de registros linguísticos e padrões culturais diferentes dos até então admitidos na escola. Segundo o Círculo de Bakhtin, a língua configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, só se constitui pelo uso, ou seja, movida pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das abordagens de cunho formalista estruturalista, que enfocam o caráter normativo da língua. Nessa perspectiva os fundamentos teóricos, que estão alicerçando a discussão sobre o ensino de Língua e Literatura, requerem novos posicionamentos em relação às práticas, pelo envolvimento direto de professores na construção de alternativas. Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do professor.
  • 2. Nessa perspectiva, as aulas de Língua Portuguesa/Literatura possibilitam aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros, engendrados pelas necessidades humanas. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem. Acrescente-se a isso, que o fato de a Língua ser o meio e o suporte de outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente eficaz, propiciador das relações inter e multidisciplinares. Assim, o aluno poderá reconhecer a gramática não como um aglomerado de inadequações explicativas sobre os fatos da língua, mas como um documento de consulta para muitas das dúvidas que temos sobre como agir em relação aos padrões normativos exigidos pela escrita. A língua então configura um espaço de interação entre sujeitos que se constituem através dessa interação. Ela mesma, a língua, só se constitui pelo uso, movida pelos sujeitos que interagem. Essa concepção diverge das abordagens de cunho formalista-estruturalista que enfocam o caráter normativo da língua. Embora tenha ocorrido um avanço teórico considerável nas pesquisas acerca do ensino da língua, com enfoque nas práticas discursivas, o que se percebe é que houve uma apropriação, por grande parte dos professores, dos novos conceitos, sem que isso se refletisse na mudança efetiva de sua prática. A busca da superação desse ensino normativo, historiográfico, e a crescente valorização do leitor, bem como com a percepção da impossibilidade de totalização ou centralização referencial, só recentemente tem alcançado os estudos curriculares e, particularmente, os ensinos de Língua e Literatura, seja através do impacto dos pensadores contemporâneos como Deleuze, Foucault, Derrida e Barthes, seja através dos novos campos de saber ou novos espaços teóricos como a Análise do Discurso, Teoria da Enunciação, Teorias da Leitura, Pensamento da Desconstrução, etc. Os fundamentos teóricos que estão alicerçando a discussão sobre o ensino de Língua e Literatura requerem novos posicionamentos em relação às
  • 3. práticas de ensino, seja pela discussão crítica dessas práticas, seja pelo envolvimento direto dos professores na construção de alternativas. Pensar o ensino da Língua e da Literatura implica pensar também nas contradições, nas diferenças e nos paradoxos do quadro complexo da contemporaneidade. A rapidez das mudanças ocorridas no meio social e a percepção das inúmeras relações de poder presentes nas teias discursivas que atravessam o campo social, constituindo-o e recebendo, concomitantemente, seus influxos, estão a requerer, dos professores, uma mudança de posicionamento no que se refere a sua própria ação pedagógica. O trabalho pedagógico com a Língua Portuguesa/Literatura, considera o processo dinâmico e histórico dos agentes na interação verbal, tanto na constituição social da linguagem, quanto dos sujeitos que por meio dela interagem, A linguagem, nessa concepção, é vista como de ação entre sujeitos histórica e socialmente situados que se constituem e constituem uns aos outros em suas relações dialógicas. À medida que possibilita a interação e a constituição humanas, ela pode ser considerada como trabalho e produto do trabalho. “Nessa concepção de língua, o texto é visto como lugar onde os participantes da interação dialógica se constroem e são construídos. Todo texto é, assim, articulação de discursos, são vozes que se materializam, é ato humano, é linguagem em uso efetivo. Acrescente-se a isso que as considerações de Bakhtin sobre o lugar da fala trazem para o âmbito da discursividade as relações de poder estabelecidas na sociedade.” (BAKHTIN, 1992) Texto, então, configura-se não apenas como a formalização do discurso oral ou escrito, mas como evento que tem sua abrangência no antes, as condições de produção, de elaboração, e no depois da formalização, a leitura ou, segundo Bakhtin (1992), a atitude responsiva ativa, caracterizando o texto como evento que se concretize realmente na interação e, por isso mesmo, não é compreendido apenas nos limites formais. Acrescente-se a isso uma perspectiva teórica que considera que o texto extrapola seus limites para abranger, na malha discursiva, aquilo que o antecedeu e também aquilo que a ele se soma.
  • 4. O texto ou discurso configura-se, pois, como uma atividade comunicativa que se realiza por meio de signos verbais, ou seja, por meio da língua oral e escrita. Nos dois casos, independente de sua extensão, o texto deve ser entendido como unidade discursiva em que se reconhece sentido ou como uma unidade potencializadora de sentidos. Considere-se, ainda, a perspectiva do multiletramento nas práticas a serem adotadas na disciplina de Língua Portuguesa/Literatura, tendo em vista o papel de suporte para todo o conhecimento exercido pela língua materna. Assumindo-se a concepção de língua como discurso que se efetiva nas diferentes práticas sociais, os objetivos a seguir fundamentarão todo o processo de ensino: empregar a língua oral em diferentes situações de uso, sabendo adequá-la a cada contexto e interlocutor, descobrindo as intenções que estão implícitas nos discursos do cotidiano e posicionando-se diante dos mesmos; desenvolver o uso da língua escrita em situações discursivas realizadas por meio de práticas sociais, considerando-se os interlocutores, os seus objetivos, o assunto tratado, os gêneros e suportes textuais e o contexto de produção/leitura; refletir sobre os textos produzidos, lidos ou ouvidos, atualizando o gênero e tipo de texto, assim como os elementos gramaticais empregados na sua organização; aprimorar, pelo contato com os textos literários, a capacidade de pensamento crítico e a sensibilidade estética dos alunos, propiciando através da Literatura, a constituição de um espaço dialógico que permita a expansão lúdica do trabalho com as práticas da oralidade, da leitura e da escrita. Tais objetivos e as práticas deles decorrentes supõem um processo longitudinal de ensino e aprendizagem que, por meio da inserção e participação dos alunos em processos interativos com a língua oral e escrita, inicia-se na alfabetização, consolida-se no decurso da vida acadêmica do aluno e não se esgota no período escolar, mas se estende por toda a sua vida.
  • 5. Práticas Discursivas No processo de ensino e aprendizagem da língua, assume-se o texto verbal – oral ou escrito – e também as outras linguagens, tendo em vista o multiletramento, como unidade básica, como prática discursiva que se manifesta em enunciações concretas, cujas formas são estabelecidas na dinamicidade que caracteriza o trabalho com experiências reais de uso da língua. A ação pedagógica referente à língua, portanto, precisa pautar-se na interlocução, em atividades planejadas que possibilitem ao aluno não só a leitura e a expressão oral ou escrita, mas, também, refletir sobre o uso que faz da linguagem nos diferentes contextos e situações. Essas ações estão circunscritas no domínio da discursividade, ou seja, o conteúdo estruturante da Língua Portuguesa/Literatura é o discurso enquanto prática social. Prática da oralidade A escola tem agido, tradicionalmente, como se a escrita fosse a língua, ou como se todos os que ingressam na escola falassem da mesma forma. Na escola, nossa racionalidade se exercita com a escrita, desconsiderando a oralidade. No entanto, vale considerar que as possibilidades de trabalho com a oralidade são muito ricas e apontam diferentes caminhos. Considerando-se a língua em sua perspectiva histórica e social, esse trabalho precisa pautar-se em situações reais de uso da fala, valorizando-se a produção de discursos nos quais o aluno realmente se constitua como sujeito do processo interativo. É partindo, pois, dessa realidade que o professor deve planejar e desenvolver um trabalho com a oralidade que, gradativamente, permita ao aluno não só conhecer e usar também a outra variedade lingüística, a padrão, como também entender a necessidade desse uso em determinados contextos sociais.
  • 6. Prática da leitura Nestas diretrizes entende-se a leitura como um processo de produção de sentido que se dá a partir de interações sociais ou relações dialógicas que acontecem entre o texto e o leitor. É nessa dimensão dialógica, discursiva, intertextual, aberta a toda sorte de contágio, que a leitura deve ser experienciada, desde a alfabetização. Ressalta-se, ainda, a oportunidade que os textos literários dão ao seus leitores de escapar do realismo midiático movimentando-os pelo tempo do imaginário. Desse modo, o professor pode planejar uma ação pedagógica que permita ao aluno não só a leitura de textos para os quais já tenha construído uma competência, como também a leitura de textos mais difíceis, que impliquem o desenvolvimento de novas estratégias com a devida mediação do professor. Prática da escrita Em relação à escrita, ressalte-se que as condições em que a produção acontece (quem escreve, o que, para quem, para que, por que, quando, onde e como se escreve) é que determinam o texto. Além disso, cada gênero textual tem suas peculiaridades: a composição, a estrutura e o estilo do texto variam conforme se produza uma história, um poema, um bilhete, uma receita, um texto de opinião, ou um outro tipo de texto. Essas e outras composições precisam circular na sala de aula como experiências reais de uso e não a partir de conceitos e definições de diferentes modelos de textos. Nessa perspectiva, as aulas de Língua Portuguesa/Literatura possibilitam aos alunos a ampliação do uso das linguagens verbais e não verbais através do contato direto com textos dos mais variados gêneros, engendrados pelas necessidades humanas. É necessário que a inclusão da diversidade textual dê conta de relacionar os gêneros com as atividades sociais onde eles se constituem. Acrescente-se a isso que o fato de a Língua ser o meio e o suporte de outros conhecimentos torna o professor de Língua Portuguesa um agente eficaz, propiciando das relações inter e multidisciplinares.
  • 7. Análise Linguística e as práticas discursivas. Nas interações, o professor poderá instigar no aluno a percepção da multiplicidade de usos e funções da língua, o reconhecimento das diferentes possibilidades de ligações e de construções frasais, a reflexão sobre essas e outras particularidades lingüísticas observadas no texto, conduzindo-o às atividades metalingüísticas, à construção gradativa de um saber lingüístico mais elaborado, a um falar sobre a língua. É importante frisar que a escolha, pelo professor, deste ou daquele conteúdo, nesta ou naquela série, vai depender dos conhecimentos prévios e do desenvolvimento cognitivo e lingüístico dos alunos, bem como, das possibilidades de reflexão que cada texto oferece. O aluno assim, poderá reconhecer a gramática não como um aglomerado de inadequações explicativas sobre os fatos da língua, mas como um documento de consulta para muitas das dúvidas que temos sobre como agir em relação aos padrões normativos exigidos pela escrita. A língua não é algo pronto, à disposição dos falantes, mas algo em que eles “ingressam numa corrente móvel de comunicação verbal”. A consciência só é adquirida por meio da linguagem e é através dela que os sujeitos começam a intervir no real. Se a definição de Conteúdo Estruturante o identifica com os campos de estudo de uma disciplina escolar, entende-se, nas Diretrizes, o campo da disciplina de Língua Portuguesa/Literatura como um campo, antes de tudo, de ação, onde se concretizam práticas de uso real da língua materna, contrapondo-se à tradicional que, conforme já se mencionou, determinava o estudo de regras gramaticais como certo e objetivo maior do trabalho com a língua. É no contexto das práticas discursivas que se farão presentes os conceitos oriundos da Lingüística, Sociolingüística, Semiótica, Pragmática. Estudos Literários, Análise do Discurso, Gramáticas normativa, descritiva, de usos, entre outros, de modo a contribuir com o aprimoramento da competência linguística dos estudantes.
  • 8. 2) CONTEÚDOS CURRICULARES 6º ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Leitura Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em diversas situações contextuais que envolvam a prática social; Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos; Perceber o uso das classes gramaticais no texto; Reconhecer os efeitos de sentido do real e figurado na linguagem textual; Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e contextos; Reconhecer os elementos do discurso direto e indireto no texto, com ênfase na análise dos discursos diretos; Perceber o uso de elementos gráficos no textos e elementos de entonação frasal; Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do texto literário; Reconhecer elementos constitutivos do gênero narrativo; Perceber as diferenciações formais e informais em diferentes textos; Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem textos da mesma temática; Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a cultura Afro-Brasileira e Africana.
  • 9. Escrita Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de acordo com suas funções na elaboração de textos; Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de ideias com intencionalidade dirigida; Organizar as partes que constituem um texto(paragrafação, estética e organização lógica); Utilizar os elementos constitutivos da narrativa e seus elementos de locução(discursos direto e indireto); Atender as circunstâncias da produção proposta; Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu código. Oralidade Fazer uso adequado da fala ; Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais; Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua; Perceber as diversas entonações nos discursos direto e indireto; Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Linguagem Uso do dicionário; Sinônimos e antônimos; Letra e fonemas;
  • 10. Silabação e encontros vocálicos e consonantais; Sinais gráficos e entonações silábicas; Ortografia das palavras; A comunicação e seus processos; Estudo das variações lingüísticas; Sinais de pontuação; Classe de palavras (funções nominais- substantivo, pronome., artigo, adjetivo e numeral, funções verbais – verbo e advérbios; funções interjetivas – interjeições e funções conectivas- conjunções e preposições). Sintaxe(frase, oração e período). Leitura Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase em textos narrativos); Textos literários e não literários; Semiótica das mais diversas imagens. Escrita Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo); 7ºANO Conteúdos Estruturantes Leitura Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos; Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos; Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em diversas situações contextuais que envolvam a prática social; Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos;
  • 11. Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e contextos; Reconhecer os efeitos de sentido do uso das figuras de linguagem no texto; Reconhecer os efeitos do uso das classes gramaticais de forma espontânea no texto; Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais; Reconhecer os elementos discursivos no texto narrativo; Reconhecer elementos que compõem o texto poético; Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do texto literário; Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem textos da mesma temática; Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a cultura Afro-Brasileira e Africana. Escrita Revisar o conteúdo morfossintático do ano anterior (6º ano); Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de acordo com suas funções na elaboração de textos; Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de ideias com intencionalidade dirigida; Atender as circunstâncias da produção proposta; Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu código; Escrever e acentuar corretamente as palavras; Pontuar corretamente as frases; Analisar o verbo e sua estrutura semântica; Observar elementos da sintaxe de concordância verbal e nominal (enfatizar os elementos da concordância verbal);
  • 12. Identificar termos integrantes em frases; Identificar termos acessórios em frases. Oralidade Desenvolver uma visão não preconceituosa em relação as variedades lingüísticas divergentes do padrão culto; Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral; Fazer uso adequado da fala; Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais; Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua; Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Linguagem Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e conectivas); Análise do verbo ( estrutura, conjugações, formas nominais e locuções); Efeitos da pontuação no texto; Os sinais gráficos nas palavras (acentuação gráfica); Termos essenciais da oração: análise dos tipos de sujeito e tipos de predicado; Termos acessórios da oração: análise dos adjuntos adverbiais e nominais; Estilística: análise da linguagem figurada. Leitura Gêneros textuais diversificados;
  • 13. Tipos textuais (ênfase em textos narrativos); Textos literários e não literários; Na análise do texto, contexto e intertexto; Semiótica das mais diversas imagens; Análise da linguagem poética; Análise da linguagem figurada em textos. Escrita Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e em textos poéticos); Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados. 8º ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Leitura Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos; Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos; Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em diversas situações contextuais que envolvam a prática social; Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos; Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e contextos; Reconhecer os efeitos do uso das classes gramaticais numa visão sintática no texto; Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais; Reconhecer os discursos no texto em prosa e poesia; Perceber a intenção argumentativa nos textos de opinião;
  • 14. Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do texto literário; Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem textos da mesma temática; Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a cultura Afro-Brasileira e Africana; Identificar elementos morfossintáticos no texto. Escrita Revisar a linguagem e seus elementos morfossintáticos do ano anterior; Utilizar os recursos gráficos, expressivos e linguísticos no texto de acordo com suas funções na elaboração de textos; Habilitar o aluno a produzir as frases com estrutura e organização de ideias com intencionalidade dirigida; Atender as circunstâncias da produção proposta; Observar, através da reestruturação e reescrita do texto, recursos inseridos na língua e sua importância na identificação correta do seu código; Escrever e acentuar corretamente as palavras; Pontuar corretamente as frases; Analisar as vozes verbais num texto; Identificar termos integrantes em frases( analisar tipos de sujeito e tipos de predicados); Identificar termos acessórios em frases (aposto e vocativo); Observar elementos estilísticos na frase; Analisar a sintaxe dos períodos no texto e seus elementos de coesão. Oralidade Observar as variedades lingüísticas e analisá-las;
  • 15. Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral; Fazer uso adequado da fala; Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais; Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua; Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Linguagem Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e conectivas); Efeitos da pontuação no texto; Os sinais gráficos nas palavras (acentuação gráfica); Termos essenciais da oração: análise dos tipos de sujeito e tipos de predicado; Análise do verbo ( estrutura, conjugações, formas nominais, locuções e vozes verbais); Análise dos termos acessórios da oração no texto: adjuntos adverbiais e nominais no texto; Análise do complemento verbal (objetos) e nominal (predicativos); Estilística: análise da linguagem figurada (figuras de palavras e de construção). Leitura Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase em textos de narrativos e de opinião); Textos literários e não literários; Na análise do texto, contexto e intertexto; Semiótica das mais diversas imagens; Análise da linguagem poética;
  • 16. Análise da linguagem figurada em textos; Observação de estilos literários. Escrita Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e texto de opinião); Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados; Análise nas estruturas textuais (estética e discurso). 9º ANO CONTEÚDOS ESTRUTURANTES Leitura Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos; Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos; Localizar informações explícitas e implícitas no texto e analisá-los em diversas situações contextuais que envolvam a prática social; Reconhecer elementos verbais e não-verbais na leitura de textos; Identificar a função de palavras e expressões em determinados textos e contextos; Reconhecer os efeitos de sentido do uso das figuras de linguagem no texto (ambigüidade, ironia e humor); Reconhecer os efeitos do uso da linguagem morfossintática no texto; Identificar a finalidade de alguns gêneros textuais; Reconhecer os elementos discursivos nos diversos textos narrativos; Reconhecer elementos que compõem a linguagem poética; Identificar as particularidades linguísticas e do tratamento estético do texto literário; Reconhecer os mais variados posicionamentos de ideias que envolvem textos da mesma temática;
  • 17. Ampliar o horizonte de expectativas, de pluraridade de significações através das mais variadas leituras, incluindo textos que abordem a cultura Afro-Brasileira e Africana; Observar e analisar a linguagem argumentativa e suas estratégias lingüísticas; Perceber a linguagem de textos técnicos como recursos de construção textual; Observar as particularidades estéticas do texto literário. Escrita Entender e interpretar a mensagem dos textos lidos; Desenvolver uma visão não preconceituosa em relação às variedades lingüísticas divergentes do padrão culto; Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral; Estabelecer diferenças e semelhanças entre textos; Produzir textos com ordenação de idéias, clareza, coerência, coesão, progressividade, estruturados e eficientes; Observar o uso adequado dos sinais gráficos nas palavras num texto produzido; Grafar de forma adequada as palavras; Reconhecer os elementos mórficos de uma palavra; Observar o processo de formação de palavras; Reconhecer o processo de formação de palavras; Reconhecer e saber utilizar as formas verbais e nominais nas suas flexões e regências; Reconhecer e classificar as orações coordenadas e subordinadas; Identificar e classificar as orações que estruturam um período misto; Reconhecer as orações coordenadas substantivas, adverbiais e adjetivas; Observar os pronomes na função de coesivas; Identificar a função dos pronomes relativos e usá-los adequadamente;
  • 18. Analisar a colocação pronominal e sua utilização esférica social; Conhecer as orações subordinadas adverbiais; Usar adequadamente as preposições nas suas ocorrências regenciais; Identificar os casos em que há crase, usando o acento grave para representá-lo; Saber utilizar corretamente a pontuação nas produções; Observar os elementos de coesão e coerência textuais. Oralidade Observar as variedades lingüísticas e analisá-las; Desenvolver a capacidade do aluno de apresentar argumentos expressando-os de forma eficaz através da linguagem oral; Fazer uso adequado da fala; Valorizar a leitura oral e observar suas variantes e níveis sociais; Reconhecer as diversas situações formais e informais de uso da língua; Expressar-se com clareza de ideias, coerência e fluência; Desenvolver a expressão crítica e contra-argumentar ideias contrárias; Organizar a sequência de fala de acordo com o discurso proposto; Experimentar na oralidade o uso dos elementos morfossintáticos que envolvem a formação de frases na língua formal. CONTEÚDOS ESPECÍFICOS Linguagem Revisão morfossintática ( funções nominais, verbais, interjetivas e conectivas); Efeitos da pontuação no texto; Análise da sintaxe dos períodos simples e composto; Análise das orações coordenadas e subordinadas na frase; Análise da sintaxe de coesão;
  • 19. Análise da coerência no texto; Especificidades do pronome relativo como elemento coesivo; Especificidade da sintaxe de colocação pronominal; Análise da formação e estrutura da palavra; Sintaxe de concordância nominal e verbal; Sintaxe de regência verbal e nominal; Análise da ocorrência da crase; Estilística:Análise da linguagem figurada(figuras de palavras, figuras de construção e figuras de sintaxe); Treino ortográfico. Leitura Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase em textos de narrativos e de opinião); Textos literários e não literários; Na análise do texto, contexto e intertexto; Semiótica das mais diversas imagens; Análise da linguagem poética; Análise da linguagem figurada em textos; Observação de estilos literários; Análise do texto técnico e científico. Escrita Gêneros textuais diversificados; Tipos textuais (ênfase na estrutura do texto narrativo e texto de opinião); Produções semióticas a partir de leituras de textos diversificados; Análise nas estruturas textuais (estética e discurso); Produções de textos técnicos e científicos (opcionais ao ano- relatórios, cartas comerciais,curriculuns,pesquisas, etc.)
  • 20. 3) METODOLOGIA Na sala de aula e nos outros espaços de encontro com os alunos, os professores de Língua Portuguesa têm o papel de promover o amadurecimento do domínio discursivo da oralidade, da leitura e da escrita, para que os estudantes compreendam a possam interferir nas relações de poder com seus próprios pontos de vista, fazendo deslizar o signo-verdade-poder em direção a outras significações que permitam, aos mesmos estudantes, a sua emancipação e a autonomia em relação ao pensamento e às práticas de linguagem imprescindíveis ao convívio social. Esse domínio das práticas discursivas possibilitará que o aluno modifique, aprimore, reelabore sua visão de mundo e tenha voz na sociedade. Além disso, o aprimoramento linguístico possibilitará ao aluno a leitura dos textos que circulam socialmente, identificando neles o não dito, o pressuposto, instrumentalizando-o para assumir-se como sujeito cuja palavra manifesta, no contexto de seu momento histórico e das interações aí realizadas, autonomia e singularidade discursiva. A situação do ensino de Língua Portuguesa verificada, descrita e discutida por todos os envolvidos no processo de construção de diretrizes curriculares possibilitou à equipe de Língua Portuguesa do Departamento de Ensino Fundamental – DEF/SEED e às assessoras pedagógicas XXX a proposição de encaminhamento de trabalho para o II Encontro Descentralizado, que atendessem às demandas verificadas nos relatórios. Dessa forma, o que se buscou foi uma reorientação da prática pedagógica, no sentido de possibilitar ao educador maior clareza de objetivos do ensino da Língua, seus conteúdos e os encaminhamentos necessários para uma prática contextualizada e significativa para o aluno. Neste propósito, os professores estudaram e discutiram textos que, conforme mostram algumas falas evidenciais nos relatórios oriundos dos encontros descentralizados e seminários estaduais, favoreceram um olhar crítico sobre a prática pedagógica e aprofundamento teórico. A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino e aprendizagem, pois possibilita verificar em que medida houve progresso do aluno, face às metas e objetivos propostos, e oferece subsídios para o professor rever sua prática, repensar suas opções metodológicas e a
  • 21. adequação de sua proposta de trabalho. Ou seja, a avaliação é uma atividade que busca orientar e controlar o processo de ensino e aprendizagem para obtenção dos melhores resultados possíveis. Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo que acontece em cada atividade, pela observação e desempenho dos alunos nestas atividades, como raciocinam e se adquiriram novas habilidades. Uma vez, consciente de que a avaliação deve ser um mecanismo orientador dos avanços do aluno e da ação do professor, os professores de Língua Portuguesa, especificamente, deste estabelecimento de ensino poderão utilizar como instrumentos de avaliação não apenas momentos específicos como provas escritas, testes, trabalhos ou atividades especiais orais ou escritas, bem como uma série de possibilidades, pois nelas, poderá observar e verificar a capacidade do aluno para raciocínios; como o aluno percebe o jogo significativo tanto ao receber quanto ao produzir textos orais e escritos; como o aluno usa os recursos e as convenções próprias da língua oral e da escrita; como o aluno é capaz de usar recursos apropriados para dizer aquilo que pretende na situação específica em que se encontra assumindo-se como locutor. O papel da avaliação é diagnosticar, reforçar e permitir que o aluno cresça. A preocupação da avaliação, portanto, não deve ser a de apenas verificar quantas informações o aluno apreendeu. Como exercício mental que permite a análise, o conhecimento, o diagnóstico, a medida e/ou julgamento de um objeto, a avaliação inclui perceber como o aluno está aproveitando tudo o que ele aprendeu durante as aulas para compreender os temas estudados e para resolver problemas propostos. A intervenção pedagógica avaliativa deve, portanto, ter como alicerce a qualidade do ensino aliada ao acompanhamento constante do aluno no decorrer do ano letivo, observando a capacidade e o ritmo individual de cada um. No contexto atual, vale lembrar que a avaliação ganha importância à medida que a educação ganha mais espaço. O excesso de informações que a sociedade nos impõe, exige priorizarmos as que realmente importam e, assim sendo, torna-se necessário a cada educador saber sobre a importância de seu
  • 22. papel no exercício de sua função e; ao mesmo tempo, dar condições para que seus alunos possam exercer sua cidadania. Também no trabalho com a cultura afro, o Ensino Fundamental 2 é o período ideal para o professor explicar aos alunos que o Brasil foi um país escravocrata e que a abolição da escravidão não veio acompanhada de um processo de inclusão dos negros na sociedade brasileira. "No Brasil, a escravidão foi abolida em 1888, porém, mantivemos o estigma da cor". Por isso, promover debates sobre as causas do preconceito contra os negros é fundamental, bem como ensinar os alunos a buscar respostas no processo histórico brasileiro. "Os estudantes precisam conhecer os motivos pelos quais os negros ainda lutam pela igualdade de direitos e oportunidades". A realidade da sala de aula A sala de aula é considerada um verdadeiro laboratório, onde muitas coisas podem acontecer. Mas não basta viver toda essa experiência. É preciso refletir sempre sobre ela. Entende-se que um dos requisitos para uma ação pedagógica de qualidade é justamente este: o do professor reflexivo – aquele que reflete ao planejar seu trabalho, ao executar o que planejou e, de modo especial, ao analisar sua prática, com vistas a reformulá-la e melhorá-la sempre que for preciso. É bom lembrar, também, que antes de entrar numa sala de aula, o professor precisa se perguntar: o que irei encontrar ao ingressar nesta sala? O que deixarei e o que levarei comigo, após minha saída? Essa atitude poderia possibilitar ao educador não apenas verificar sua prática, mas analisar os problemas que ocorrem na relação pedagógica e avaliar se os objetivos propostos estão sendo atingidos. Poderia servir de alerta a ele, no sentido de buscar novas formas de trabalhar determinados conteúdos. É preciso ver o aluno, portanto, como um ser construído e em construção por meio dessas vivências. Esse reconhecimento aumentará a responsabilidade dos professores, uma vez que, ao admitir-se a característica fundamental do ser humano, ser que se faz nas relações, dar-se-á maior relevância ao espaço sala de aula e aos atores ali presentes, valorizando as interações que ali ocorrem.
  • 23. Assim, quando se lê o discurso docente, pode-se perceber nas entrelinhas a dedicação dos professores aos alunos e, apesar das dificuldades encontradas no dia-a-dia das salas de aula, o desejo de cada um de sempre lutar pelo seu direito de professor engajado e ávido por conhecimento. A seleção de conteúdos deve considerar o aluno como sujeito de um processo histórico, social, detentor de um repertório lingüístico que precisa ser considerado na busca da ampliação de sua competência comunicativa. Sendo assim, as indicações que seguem precisam ser problematizadas a partir da pesquisa, reflexão, discernimento e comprometimento de cada profissional da educação. Prática da oralidade De acordo com Marcuschi (2001), a oralidade é vista como um “prática social interativa” utilizada em momentos de comunicação através de vários gêneros e formas com fundamentação na realidade sonora. Ela parte da informalidade para a formalidade em situações de uso diversas. Em outras atividades que envolvem o discurso oral, duas questões deve ser enfatizadas: Embora a modalidade oral e a modalidade escrita da língua apresentam similaridades e mútuas influências, têm também diferenças que precisam ser refletidas: a fala é, em geral, não-planejada, fragmentária, incompleta, pouco elaborada e apresenta comumente frases curtas, simples ou coordenadas, além do fato de a interação dar-se face-a-face e vir complementada com recursos extra-linguísticos; já a escrita é planejada, não-fragmentária, completa, elaborada e tem predominância de frases complexas e subordinadas. O saber ouvir, escutar com atenção e respeito os mais diferentes tipos de interlocutores é fundamental. Se não houver ouvinte, a interação não acontece. Logo, é preciso desenvolver a sensibilidade de saber ouvir o outro, o que favorece, inclusive, a convivência social. A leitura precisa ser vista, na escola, como uma prática consistente do leitor perante a realidade. É necessário saber que no processo de formação de leitores, a dificuldade advém de questões práticas, internas de sala de aula,
  • 24. muitas vezes conflitantes, tudo isso permeado pela não clareza do significado do ato de ler. O que não pode ocorrer é que a leitura seja feita somente a partir dos livros didáticos. O professor pode propor uma infinidade de textos, porém, a fim de desenvolver a subjetividade do aluno, deve considerar, também, a preferência e a opinião dele ao selecioná-los. A produção de significados, que implica uma relação dinâmica entre autor/leitor e entre aluno/professor, de forma compartilhada, configura-se como uma prática ativa, crítica e transformadora, que possibilita abarcar diferentes tipos de textos e gêneros textuais. Além dos literários, como os citados acima, pode-se contemplar também os textos de imprensa, dentre os quais destacam- se: notícias, editoriais, artigos, reportagens, cartas de leitores, entrevistas. Como exemplos de textos lúdicos, tem-se os trava-línguas, quadrinhas, adivinhas, parlendas e piadas. Verbetes enciclopédicos, relatórios de experiências, artigos e textos didáticos estão entre os textos de divulgação científica que precisam, também, ser trabalhados no Ensino Fundamental, assim como os textos de publicidade (propagandas, classificados), dentre outros tantos. Prática da escrita O trabalho com a escrita apresenta algumas dificuldades devido à complexidade de articulação com o conceito de língua. Sendo assim, ao ligar o texto à gramática tradicional corre-se o risco de empobrecê-lo. A escrita deve ser pensada e trabalhada em uma perspectiva discursiva que aborda o texto como unidade potencializadora de sentidos, através da prática textual. Prática esta não ligada apenas à norma padrão, pois a assimilação da escrita em que não há reducionismo lingüístico, autoritarismo e a desconsideração pela linguagem do aluno tende a ser mais eficiente. Também vale lembrar que, quando há uma proposta de produção escrita, é necessário saber quem será o leitor deste texto, quem será o seu destinatário. Quanto aos gêneros previstos para a prática da produção de texto, podem ser trabalhados, dentre outros, relatos (histórias de vida); bilhetes,
  • 25. cartas, cartazes, avisos (textos pragmáticos); poemas, contos e crônicas (textos literários); notícias, editoriais, cartas de leitor e entrevistas (textos de imprensa); relatórios, resumos de artigo e verbetes de enciclopédia (textos de divulgação científica). Assim, essa prática orientará não apenas a produção de textos significativos, como incentivará a prática da leitura. A gramática normativa considera a língua como uma série de regras que devem ser seguidas e obedecidas. O domínio dessas regras pode dar a ilusão de que o falante emprega a variedade padrão. Esse tipo de gramática dá muita importância à forma escrita, atribuindo-lhe a representação mais culta da língua. Por conta disso, considera que a fala precisa basear-se nas estruturas que regem a escrita. A gramática normativa está presente nos compêndios gramaticais e em muitos livros didáticos. A gramática descritiva, conjunto de regras que são seguidas, não se atém unicamente na modalidade escrita ou padrão, mas à descrição das variantes lingüísticas a partir do seu uso pelos falantes. Diferentemente da normativa, a gramática descritiva dá preferência para a manifestação oral da língua. Essa característica garante a essa gramática maior mobilidade, ao contrário da normativa que, presa à escrita, é mais resistente às inovações da língua. Cabe ao professor planejar e desenvolver atividades que possibilitem aos alunos a reflexão sobre seu próprio texto – tais como atividades de revisão, de reestruturação do texto, de análise coletiva de um texto selecionado e sobre outros textos, de diversos gêneros, que circulam no contexto escolar e extra- escolar. 4) AVALIAÇÃO A avaliação é uma etapa fundamental no processo ensino aprendizagem, pois possibilita verificar em que medida houve progresso do aluno, face às metas e aos objetivos propostos, e oferece subsídios para o professor rever sua prática, repensar suas opções metodológicas e a adequação de sua proposta de trabalho. Ou seja, a avaliação é uma atividade
  • 26. que busca orientar e organizar a prática pedagógica, para obtenção de melhores resultados possíveis. Para isso, a avaliação deve ser um processo contínuo que acontece em cada atividade pela observação do desempenho dos alunos nestas atividades, como raciocinam e se adquiriram novas habilidades. Uma vez consciente de que a avaliação deve ser um processo contínuo, orientador dos avanços do aluno e da ação do professor; os professores de Língua Portuguesa, especificamente deste estabelecimento de ensino, utilizarão como meios de avaliação não apenas momentos específicos como provas escritas, testes. 5) REFERÊNCIAS BAKHTIN, Mikhail. Marxismo e filosofia da linguagem. Tradução de: Michel e Yara Vieira. 6.ed. São Paulo: Hucitec, 1992. MARCUSCHI, Luiz Antonio. Da fala para a escrita. São Paulo: Cortez, 2001. PARANÁ.Secretaria de Estado da Educação do Paraná. Diretrizes Curriculares da Educação Básica: Língua Portuguesa. Curitiba, 2008.