2. Introdução
Seria possível sobrevivermos sem a capacidade de
conhecer?
A partir de quando começamos a conhecer?
3. Introdução
Segundo o filósofo grego, Aristóteles (384-322 a.C.), o ser
humano, por natureza, tende ao conhecer. (Metafísica)
Ainda, segundo outro filósofo contemporâneo, Karl Popper
(1902-1994), o conhecimento é sem dúvida o maior milagre
do universo. (Conhecimento objetivo)
Por ser de tal forma intrigante, o conhecimento, então,
tornou-se ao longo da história da filosofia um dos grandes
problemas filosóficos, colocando-se como uma
interrogação desde os primeiros filósofos gregos até os
contemporâneos.
4. Introdução
Tradicionalmente, o conhecimento foi descrito como
uma relação entre um sujeito, enquanto agente
conhecedor, e um objeto, enquanto coisa conhecida.
Dois grandes problemas se colocam:
1) Qual a origem do conhecimento?
2) Qual a garantia de que o conhecimento que
temos do mundo corresponde à realidade?
6. O racionalismo cartesiano
O pensador francês René Descartes (1596 – 1650),
fundador do racionalismo moderno.
Procurou responder às questões
anteriores e encontrou como principal
fundamento de sua teoria a ideia de que
o conhecimento se origina a partir da
razão, na medida em que esta antecede
e explica todo o real.
Principais obras: Meditações Metafísicas e O Discurso
do Método.
8. O racionalismo cartesiano
Descartes coloca-se inicialmente como cético,
duvidando de tudo aquilo que lhe tenha vindo pelos
sentidos, pelos costumes, pela tradição. Enfim, ele
duvida da própria existência, ao argumentar que
muitas vezes temos sonhos tão vívidos que quase nos
convencemos de que são reais.
Será que agora não estamos em um de nossos
sonhos?
9. O racionalismo cartesiano
A certeza de que o nosso conhecimento sobre o mundo
condiz com o que ele realmente é está na principal
descoberta da filosofia cartesiana.
“PENSO, LOGO EXISTO.”
10. O racionalismo cartesiano
“Mas, logo em seguida, adverti que, enquanto eu
queria pensar que tudo era falso,cumpria
necessariamente que eu, que pensava, fosse alguma
coisa. E, notando que esta verdade: eu penso, logo
existo, era tão firme e tão certa que todas as mais
extravagantes suposições dos céticos não seriam
capaz de a abalar, julguei que podia aceitá-la, sem
escrúpulo, como o primeiro princípio de Filosofia que
procurava.” (DESCARTES, Discurso do método)
11. O racionalismo cartesiano
Portanto, para o racionalismo há determinados
tipos de conhecimento, a priori, que possuem a
certeza absoluta, como, no caso, penso, logo
existo.
O “eu” racional é a FONTE do conhecimento,
porque é esta instância humana que permite
clareza e distinção no processo de conhecer.
12. Tipos de ideias
1) Inatas: “ideias que nascem comigo”
EXEMPLOS:
Ideia de cogito (pensamento)
Ideia de Deus
Ideia de Perfeição
2) Adventícias: “ideias que vieram de fora”
Ideia de cavalo
3) factícias: “ideias que foram feitas e inventadas por
mim mesmo”
Ideia de unicórnio.
13. O empirismo
O empirismo também é uma das correntes da Filosofia
Moderna que pretende explicar a origem e o processo
de aquisição do conhecimento. Seu fundador foi o
filósofo John Locke (1632-1704)
Para Locke nossa mente seria como
uma folha em branco,
à qual caberia à experiência escrever.
14. O empirismo de John Locke
A mente é um tábula rasa. A única fonte do
conhecimento é a experiência.
Argumento contra ideias inatas: se elas existissem
as crianças também a teriam; outras culturas não têm a
ideia de Deus ou de Deus Perfeito.
15. O empirismo de John Locke
Duas fontes de ideias:
Sensação: estímulo externo, provocado pelos
sentidos.
1) Qualidades primárias (pertencem aos objetos, solidez, extensão,
configuração)
2) Qualidades secundárias (relativas ao sujeito que conhece – calor, cor, som,
odor, sabor)
Reflexão: processo interno, percepção que alma tem
daquilo que nela ocorre.
1) Ideias simples (flor, cavalo, borracha, lápis)
2) Ideias complexas (identidade, existência, substância)
16. O empirismo de David Hume
Conheceremos, então, a filosofia de David Hume (1711-
1776), um dos principais filósofos empiristas britânicos
do século XVII:
Principais obras de David Hume:
Tratado sobre a natureza humana e
Investigações acerca do entendimento
humano.
17. O empirismo de David Hume
Contrário ao racionalismo, o empirismo considera
como fonte de todas as nossas representações os dados
fornecidos pelos sentidos. Assim, todo o conhecimento
é a posteriori, isto é, provém da experiência e à
experiência se reduz. Segundo os empiristas, inclusive
as noções matemáticas seriam cópias mentais das
figuras e objetos que se apresentam à percepção.
18. O ceticismo de David Hume
Assim, para Hume, só temos conhecimento pela via da
indução.
Indução: é todo o conhecimento que temos a
partir de experiências particulares (a posteriori),
que nos permite fazer generalizações com
pretensão de validade universal.
19. O empirismo de David Hume
David Hume, utiliza o termo ‘percepção’ para referir
quaisquer conteúdos da mente (…). As percepções
ocorrem quando o indivíduo observa, sente, recorda,
imagina, e assim por diante.
20. O empirismo de David Hume
Para o autor, nossa mente seria como um “teatro” no
qual desfilam as percepções que penetram nosso
entendimento. Assim, todo nosso conhecimento é
indutivo e, portanto, advém de uma única fonte : as
percepções:
impressões
• Percepções vívidas
ideias
• Percepções fracas
21. O empirismo de David Hume
As ideias simples derivam diretamente das impressões.
As ideias complexas são combinações de ideias
simples. Deste modo, a ideia de um peixe-cachorro
nada mais é do que uma ideia complexa composta
pelas ideias mais simples de ‘peixe’ e de ‘cachorro’. E
estas ideias simples derivam, em última análise, da
experiência tida pelo indivíduo de peixes e de
cachorros.
22. O empirismo de David Hume
Representação da possível ideia de um peixe-
cachorro
23. Conclusão
O empirismo e o racionalismo foram correntes
filosóficas opostas que procuraram compreender o
fenômeno do conhecimento. Neste percurso,
escolheram caminhos opostos que, porém, não fazem
destas duas correntes auto excludentes.
Posteriormente, Immanuel Kant (1724-1804) tentou
mostrar que em alguns aspectos os racionalistas
tinham razão, em outros, os empiristas.
25. Referências
ARANHA, M. L. A.; MARTINS, M. H. P.Filosofando:introdução à filosofia. São Paulo:
Moderna, 2009.
DESCARTES, R. Discurso do método. Tradução, prefácio e notas João Cruz
Costa. Rio de Janeiro: Edições de Ouro, 1969.
FAVARETTO, C. Sobre o ensino de Filosofia. Revista da Faculdade de Educação -
USP, São Paulo, v. 19, n. 1, p. 97-102, jan.jun./1993.Disponível em:
http://www.revistas.usp.br/rfe/article/viewFile/33514/36252Acesso em: 04/06/2014.
MOREIRA, M.C. Aprendizagem significativa: um conceito subjacente. In: MOREIRA,
M.A., CABALLERO, M.C. e RODRÍGUEZ, M.L. (orgs.) ActasdelEncuentroInternacional
sobre elAprendizaje Significativo.pp. 19-44.Burgos: Ed. Univ. Burgo, 1997.
SILVA, Franklin L. Descartes:a metafísica da modernidade. São Paulo: Moderna, 1998.
HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. Tradução de José Oscar
de Almeida Marques. São Paulo: Ed. da UNESP, 1999.
OLIVA, A. Teoria do Conhecimento. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2011.