1. Aspectos e problemáticas socio-educacionais
referentes ao ensino do tema “Evolução”
nas disciplinas escolares Ciência e Biologia
Licenciandas
Debora Lessa
Fernanda Azevedo
Priscila Faria
Professoras
Mariana Cassab
Margarida Gomes
2. Ensino de evolução
A evolução é um tema unificador dentro da Biologia
mas ao mesmo tempo é um tema polêmico.
Seu ensino apresenta uma série de desafios:
* Formação dos professores
* Crença religiosa dos alunos e professores
* PCN
* Estrutura da escola
* Equipe pedagógica da escola
3. Desafio 1: PCN
Um dos artigos mostra uma pesquisa entre professores do Ensino Básico,
realizada em 1997. Questionados sobre o ensino de evolução encontram
dificuldades mediante o material didático, o currículo escolar e a falta de
preparo dos alunos para a compreensão desse assunto. Quando interrogados
sobre os processos evolutivos, a maioria demonstrou concepções lamarckistas,
ao afirmar que a evolução é direcional, progressista e ocorre em indivíduos (ao
invés de populações).
2º ao 5º ano E. F.
6º ao 9º ano E. F.
Ensino Médio
Ênfase em ecologia. Nada específico quanto à noções de
variação, herança de características e idade do planeta.
“serão destacadas explicações evolucionistas” (MEC/SEF, 1998)
Evolução abordada de forma específica, porém
descontextualizada e em pouca carga horária
(muitas vezes, apenas no 3º ano)
4. Propostas
• Formação contínua dos professores, através do apoio a cursos e oficinas
• Revisão e reforço dos currículos de Ciência e Biologia
• Continuidade do Programa Nacional do Livro Didático, iniciado em 2004 pelo
MEC
• “Inventário conceitual da seleção natural”, um teste proposto em uma revista
científica que propõe identificar as pré-concepções dos professores e atualizar
seus conhecimentos, fazendo as mudanças conceituais necessárias. (Journal
of Research in Science Teaching. 2002, Vol. 39, p. 952-978)
• Coleção Explorando o Ensino, MEC/SEB, Vol. 6, 2006b), material sobre
biologia e evolução que pode ser usado em sala de aula.
(http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/EnsMed/expensbio.pdf
5. Propostas
Quadro - Distribuição dos conteúdos necessários para prover o aluno
com uma boa compreensão do papel unificador de evolução nas ciências
da vida, em diferentes faixas etárias. (modificado de Lerner, 2000).
ENSINO FUNDAMENTAL
Entre 6 e 10 anos:
idéias básicas de evolução, incorporadas em visões de mundo
mais amplas. Reprodução dos seres vivos; descendentes
semelhantes aos pais, mas não exatamente como eles; ciclo de
vida; interação entre organismos e meio ambiente; idade da Terra,
tempo ao longo dos quais o planeta e a biodiversidade vem
sofrendo mudanças.
Entre 11 e 14 anos: competição; fatores ambientais que limitam a sobrevivência;
adaptações a diferentes tipos de ambientes; impacto de mudanças
ambientais na estabilidade das espécies; variação genética que
resulta da reprodução sexual e mutações; seleção natural.
6. Propostas
Quadro - Distribuição dos conteúdos necessários para prover o aluno
com uma boa compreensão do papel unificador de evolução nas ciências
da vida, em diferentes faixas etárias. (modificado de Lerner, 2000).
ENSINO MÉDIO
Entre 15 e 18 anos: deriva genética e seleção sexual; interações dos ecossistemas; a
espécie humana deve ser considerada como uma parte integrante do ambiente, e
responsável por mudanças que causam desequilíbrios ecológicos; a relação entre
genótipo e fenótipo, a expressão de DNA na síntese protéica e as implicações desse
fato nos vários níveis de organização, das organelas – através de células, tecidos,
órgãos e organismos individuais – para as populações. A escala de tempo evolutivo,
tão diferente da escala da vida cotidiana, é difícil de ser percebida e deve ser
trabalhada com cuidado.
7. Desafio 2: Formação dos
Professores
“...os registros paleontológicos permitem reconstituir todos os
caminhos seguidos pela evolução...”
“... a medida que se passa de um nível taxonômico para outro
existe um nítido aperfeiçoamento dos orgãos e sistemas.”
*
Idéia
de
melhoramento
e
progresso
com
objetivo
determinado
* Concepções lamarkistas
* “Professores” não licenciados e/ou SEM formação em
Biologia.
8. Propostas
* Atualizar e dar formação teórica a professores sobre o
tema evolução biológica, bem como aprimorar novas
abordagens para o trabalho em sala de aula. Villa
Branco Jr (2000)
* Priorizar a evolução nos curriculos educacionais
9. Desafio 3: Crença dos alunos e dos
professores
Escola Estadual Raimunda Virgolino – Macapá/AM
* 58% dos alunos entrevistados são do sexo feminino com
idade entre 14 e 28 anos.
* 89% dos alunos são religiosos sendo 66% católicos e 23%
evangélicos.
* 10% são agnósticos
* 1% são ateus
10. Escola Estadual Raimunda Virgolino – Macapá/AM
* “Muitos cientistas falam que o homem surgiu do macaco.”
* “A espécie humana surgiu a partir da criação.
* “Na minha opinião, o homem não surgiu daquela explosão que é conhecida
como big bang e sim tudo foi criado por Deus”
* “O único problema é que os cientistas querem ser mais importantes que o
criador do universo, e querem provar algo que não tem fundamento.”
17. Propostas
* Maior capacitação dos docentes;
* Revisão do material didático utilizado;
* Pedagogia mais participativa e integrada com a
sociedade respeitando o pensar e ação dos alunos.
* Utilizar, de forma contextualizada, outros sistemas
explicativos como abordagens introdutórias para o tema
evolução e
* Interdisciplinaridade.
18. Bibliografia
COSTA, L.O., MELO, P.L.C. e TEIXEIRA, F.M. Reflexões acerca das diferentes
visões de alunos do ensino médio sobre a origem da diversidade biológica. Ciênc.
educ. (Bauru), 2011, vol.17, no.1, p.115-128. ISSN 1516-7313
ALMEIDA, D.F. Concepções de alunos do ensino médio sobre a origem das espécies.
Ciênc. educ. (Bauru), v. 18, n. 1, p. 143-154, 2012. ISSN 1516-7313.
CARNEIRO, A. P. N. & ROSA, V. L. “Três aspectos da Evolução” – Concepções sobre
evoluçãobiológica em textos produzidos por professores a partir de um artigo de Stephen
Jay Gould. In: Atas do IV Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências
(ENPEC). Bauru-SP: ABRAPEC, 2003.
TIDON, R., VIEIRA, E. O ensino da evolução biológica: um desafio para o século
XXI. ComCiência (Campinas), 2009, no. 107.