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SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL
   CENTRO INTEGRADO DE MANUFATURA E TECNOLOGIA
             CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA




               FABNA SILVA DE ALMEIDA




E-COMMERCE: O PAPEL DO E-PROCUREMENT NO AMBIENTE B2B
          NA ERA DA BANDA LARGA NO BRASIL




                     SALVADOR
                        2008
FABNA SILVA DE ALMEIDA




E-COMMERCE: O PAPEL DO E-PROCUREMENT NO AMBIENTE B2B
         NA ERA DA BANDA LARGA NO BRASIL

                     Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao
                     SENAI CIMATEC como requisito final para
                     obtenção do título de Técnico em Logística.
                     Orientadora: Vivian Manuela.




                     SALVADOR
                         2008
AGRADECIMENTOS


      Posição de honra àquele que me proporcionou o direito a vida, sem Ele nada
seria possível. Porque dEle, por Ele, para Ele são todas as coisas. Obrigado, Senhor
Deus, eu te amo.
      Ao meu pai, pela dedicação, preocupação, pela incessante disposição de
ajuda todo o “diligenciamento” empregado durante esse processo. Obrigada pela
paciência, você é um referencial em minha vida, eu te amo.
      A minha sweet mãe, a qual, através de todo o seu cuidado, me direcionou a
um caminho de bem-estar físico e mental. Obrigada pelos sucos, pelas frutas de
café-da-manhã e pelas massagens. Eu te amo.
      A melhor irmã do universo, pela compreensão, pela companhia, pela
disposição em ajudar, pelo afeto sem o qual eu não posso viver. Obrigada pelos
livros, por toda a ajuda de cunho digital e tecnológico e, principalmente, por todas as
vezes que me cedeu o computador. Amo você.
      Ao meu irmão Fabson, pelas críticas construtivas, pelas opiniões e
conhecimentos aplicados. Amo você.
      As protagonistas diárias do meu bom-humor, Quezia, Carol, Gislene, Tamires,
Carla e Miriele. Vocês foram fundamentais para a constância da minha saúde mental
e equilíbrio emocional. Obrigada por todos os artifícios empregados para me manter
motivada e sempre otimista. Vocês são extraordinárias, amo todas vocês e suas
peculiaridades.
      As afastadas pelo destino, mas amigas para toda a vida, Tamile, Patrícia,
Bruna, Ednúbia, Jasiele, Laísa, Leilane, Miriane, Carina, Líliam, Paula, Mariana,
Ívina, Lorena, Jerlândia, Rebeca, Paloma, Deisiane e toda a turma do 3º C 2007 do
SESI Retiro de Salvador. Vocês representam uma parte importante de minha vida e,
portanto, são responsáveis pela pessoa que eu sou hoje. Aonde quer que eu vá levo
vocês comigo.
      Ao meu amigo brilhante Lailson por toda a paciência e genialidade aplicadas
ao meu favor. Sua contribuição foi de extrema importância para um desfecho
harmonioso. Só Deus será capaz de recompensá-lo a nível, que assim Ele o faça.
Aos docentes Igor Souza e Vitório Donato pela nobre disposição e pelas
direções oferecidas para esta obra.       Continuem sendo esses profissionais tão
fascinantes que vocês são.
         A minha orientadora Vivian Manuela e co-orientador, Roberto Ribeiro pelo
apoio técnico, pela paciência e pelo incentivo.
         A toda a turma do CAI-TEC Logística 2007, a mais unida, empenhada,
determinada e comprometida. Vocês me orgulham. Aos que já não estão mais
conosco, parabéns, vocês fizeram suas escolhas, não há caminho certo ou errado,
apenas aqueles que nos levam aonde queremos chegar.
         Ao meu professor de Inglês Diêgo, que suportou minhas preocupações com
assuntos pertinentes a monografia durante as aulas e ainda não hesitou em ser útil
de alguma forma.
         A minha classmate Girleane, que me escuta sempre com muita paciência e
atenção. Obrigada por ouvir os meus problemas pela motivação. Também a todos
os meus parceiros do book 5.
         Aos grupos de crianças e adolescentes da minha igreja pela compreensão da
minha ausência nas atividades e pelas orações.
         Ao meu cunhado que me enviou um feedback do me trabalho. Obrigada pela
força.
         Ao meu amigo Feruhz pela preservação da minha saúde psicológica. Afinal,
conversar mantém-me viva e me faz bem.             Obrigada por contribuir para o
desenvolvimento da minha comunicação.
         À Moisés Barbosa pelo apoio no Inglês e a sua esposa Cíntia pela forma que
me proporcionou e proporciona momentos agradáveis de descontração.
         Aos meus amigos virtuais Adee Amjad, Lucas, Eduardo, e Junaid pelo
incentivo, pela manutenção do meu bom-humor, pela disposição em ajudar, e,
principalmente, pelo exemplo de profissionais que vocês são.
         Aos artifícios tecnológicos que foram capazes de me auxiliar com eficiência
no desenvolvimento desse trabalho; meu computador, meu mp4, minha conexão
banda larga, meus programas de comunicação online e todas as demais vertentes
da tecnologia que facilitam constantemente as atividades de minha vida.
         E enfim, a todos aqueles que exerceram algum tipo de influência para a
realização desse trabalho, os meus sinceros agradecimentos.
Aos   meus     pais,       pelo   exemplo   de
caminhada,     lutas     e     conquistas     que
influenciam   constantemente         na     minha
incessante busca pelo sucesso.
“Mas graças a Deus, que nos dá vitória
        por nosso Senhor Jesus Cristo”
                     (I Coríntios 15:57)
RESUMO

      Este trabalho científico tem por objetivo mostrar a função da ferramenta E-
procurement no ambiente dos negócios modernos (B2B) na nova era da Banda
Larga no contexto do Brasil. A obra descreve os meios encontrados pelas empresas
para a realização de transações através da internet, a partir da combinação de
ferramentas gerenciais e otimização das atividades envolvidas na cadeia de
suprimentos.




Palavras-chave: Internet, E-commerce, B2B, E-procurement.
ABSTRACT

       This scientific work aims to show the function of the E-procurement tool in the
environment of modern business (B2B) in the new era of broadband in the context of
Brazil. The work describes the means found by the companies for carrying out
transactions trough the Internet, from a combination of management tools and
optimization of the activities involved in the supply chain.




Keywords: Internet, E-commerce, B2B, E-procurement.
LISTA DE FIGURAS


Figura 1: Pilares da Supply Chain Management..............................................18
Figura 2: Sistema de Colaboração Via Internet...............................................21
Figura 3: Sistema da Internet Discada.............................................................24
Figura 4: Agentes e relacionamentos do Comércio Eletrônico........................28
Figura 5: Tipos de E-commerce B2B...............................................................33
Figura 6: Etapas de Pedido de Cotação I.........................................................35
Figura 7: Etapas de Pedido de Cotação II.......................................................36
Figura 8: Catálogo Eletrônico...........................................................................37
LISTA DE GRÁFICOS/ TABELAS


Gráfico 1: Internet Banda Larga no Brasil..................................................26
Tabela 1: Indicadores do Comércio Eletrônico...........................................28
LISTA DE SIGLAS


B2B: Business to Business ou Negócios entre Empresas
B2C: Business to Consumer ou Negócios entre consumidor
B2G: Business to Government ou Negócios entre Governo
BBS: Boltim Board System ou Sistema de Boletim Eletrônico
CE: Comércio Eletrônico
CPFR: Collaborative Planning Forecasting and Replenishment, ou Planejamento
Colaborativo de Vendas e Abastecimento
DSP: Digital Signal Processor ou Sinal de Processamento Digital
EDI: Eletronic Data Interchange ou Troca eletrônica de dados
ERP:    Enterprise   Resource     Planning   ou   Planejamento    de     Recursos   do
Empreendimento
FTP: File Transfer Protocol, ou Protocolo de transferência de arquivos
GED: Gerenciamento Eletrônico de Documentos
IRC: Internet Relay Chat, protocolo de comunicação para bate-papo
ISP: Internet Service Provide ou Provedor de Acesso à Internet
MRO: Manutenção Reparo e Operações
SCM: Supply Chain Management ou Gestão da Cadeia de Suprimenrtos
TCP IP: Transmission Control Protocol/Internet Protocol ou Protocolo de Controle de
transmissão/ Protocolo Internet
VOD: Vídeo on Board, Placa de video imbutida
XML: Extended Markup Language ou Linguagem de Marcação Estendida.
SUMÁRIO
 RESUMO...................................................................................................................................7
 ABSTRACT...............................................................................................................................8
1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................12
2 Comunicação moderna e Logística: O caminho para o sucesso das organizações................14
   2.1 O papel da Logística.......................................................................................................15
   2.2 Comunicação X Cadeia de Suprimentos ........................................................................17
3 Da BBS à Banda Larga: A massificação da Internet no Brasil e os seus efeitos na sociedade
    24
4 E-business e E-commerce: Os Protagonistas dos negócios modernos e seus coadjuvantes..27
5 B2B: Modalidades e Características .....................................................................................30
   5.1 As facetas do E-procurement..........................................................................................33
   5.2 Vantagens do E-procurement..........................................................................................39
   5.3 Mix de Ferramentas........................................................................................................43
6 CONclusão.............................................................................................................................45
12




1 INTRODUÇÃO

      No cenário dos negócios modernos tanto o tempo, quanto a distância
ganharam proporções maiores. A verdade é que a velocidade das transações tem
aumentado e o papel das organizações também tem se expandido. Nesse contexto,
a tecnologia tem oferecido um precioso elemento no mundo corporativo: a
mobilidade, a qual proporciona aos profissionais a oportunidade de escolha de
trabalharem dentro ou fora de seus escritórios, ou ainda utilizarem celulares,
notebooks, acesso a internet, etc.
      Juntamente com o crescimento triunfante dessa tecnologia aplicada às
transações comerciais, as conexões setoriais têm se tornado cada vez mais
eficientes. Isto é, agora clientes, fornecedores e demais parceiros comerciais podem
obter uma comunicação eficiente através da utilização de meios eletrônicos
adequados.
      A internet, por exemplo, tem facilitado a vida de muitos empresários. Ela
transmite uma rara sensação de ubiqüidade aos seus usuários, o que a torna uma
ferramenta extremamente lucrativa no mundo empresarial. Através dela as
empresas têm realizado freqüentemente diversas negociações online como
reuniões, acordos, cotações, etc. Esse tipo de tecnologia é capaz de conectar locais
excessivamente distantes geograficamente e oferecer as empresas vantagens
consideráveis nas relações comerciais.
                                     A internet é, sem qualquer dúvida, uma das melhores
                     ferramentas tecnológicas que se conhece, principalmente pelo seu potencial
                     de gerar grandes negócios. No entanto, para o público em geral, existe
                     ainda uma confusão sobre onde esta inovação nos levará. Porém, sabe-se
                     que ela torna a vida das pessoas e das empresas mais cômoda e simples.
                     (JÚNIOR, 2003)


      Com a chegada da Banda larga no Brasil, não só a massa populacional, mas
também grande parte dos negócios corporativos passou a ser contemplada. O
serviço de banda larga obtido hoje no país, sem dúvidas, ainda tem muito a evoluir e
é dentro desta perspectiva promissora que as melhorias no ambiente B2B –
13



Business to Business ou Negócios entre Empresas – podem contribuir para o
avanço glorioso da sociedade.
      Dentro do ambiente comercial eletrônico, as empresas buscam por meio de
vários artifícios, construir relações sólidas com os seus parceiros. Gerenciar
relacionamentos com fornecedores, clientes e demais parcerias comerciais não é
uma tarefa simples, principalmente quando essa cadeia de atividades se trata de
uma enorme teia transacional.    Entretanto, através das alternativas tecnológicas
como o E-procurement, as empresas têm apresentado melhorias satisfatórias.
      O E-procurement é uma modalidade do B2B que permite a aquisição de
produtos e serviços entre empresas. Ele compreende todos os processos de
compra, desde o requerimento do produto até o seu pagamento.
      Desta forma, compreende-se que os caminhos encontrados a partir do uso da
TI – Tecnologia da Informação – como a internet e o E-procurement, dentro de uma
visão holística, são diversos. Os critérios, portanto, para a escolha adequada do
melhor método eletrônico deve ser de acordo com a realidade de cada empresa.
      Algumas organizações, entretanto, encontram dificuldades na implementação
de determinadas ferramentas tecnológicas, isso geralmente devido a resistência de
alguns funcionários, dúvidas quanto a questão da segurança, alto custo de
implantação ou até incompatibilidade com os sistemas já existentes. Contudo, o E-
procurement oferta aos seus usuários as vantagens de ser uma ferramenta segura,
prática e eficiente, de forma que se torna uma alternativa viável para a realização
das transações comerciais modernas.
14



2 COMUNICAÇÃO MODERNA E LOGÍSTICA: O CAMINHO PARA O
  SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES


       Comunicação é o ato da transmissão de informações de uma pessoa a outra
(FERRARI, 1991). O termo comunicação vem do latim communis, que significa
comum, ou comunidade, no sentido de troca de informações. No âmbito social, a
comunicação desenvolve uma função também crucial para a transmissão de
significados entre as pessoas de forma que haja uma integração entre as mesmas.
Já sob os aspectos antropológicos da palavra, analisamos a comunicação como um
veículo de transmissão de cultura ou fornecimento de bagagem cultural para cada
indivíduo.
       O objetivo primordial da comunicação é a propagação de uma mensagem
partindo de uma origem – emissor – e chegando a um destino – receptor. Entretanto,
o que se entende por comunicação hoje é muito mais abrangente, afinal, já se é
possível identificar diversos meios eficientes desenvolvidos para tal objetivo.
       É notável que todo ser humano apresenta em sua essência essa necessidade
de interação com o mundo ao seu redor. Na pré-história ela era associada a
questões de sobrevivência como a caça, perigos diversos, etc. Esse tipo de
comunicação era direta, ou seja, de pessoa a pessoa. Contudo, isso começou a
mudar a partir da criação de novos artifícios como a escrita, telegrafia, telefonia e
outros meios de comunicação. Desde então, a humanidade só tem crescido cada
vez mais e evoluído significantemente na criação de meios modernos para a
disseminação fácil e rápida de informações.
       Um dos meios práticos e eficientes de comunicação atualmente tem sido a
internet. A sua chegada no Brasil se deu por volta de 1993 e 1994 tendo como
protagonista o chat via IRC1. Antes de sua vinda, o país utilizava em grande escala o
sistema de conexão denominado BBS2.
       Hoje, com a internet já difundida na sociedade, não só pessoas físicas se
beneficiam com seu uso, empresas diversas têm aderido cada vez mais a essa
tecnologia e alcançado resultados satisfatórios. (www.abusar.org, 2008)



1
  Protocolo de comunicação muito usado na internet onde permite a conversa em gupo ou particular
através de canais ou salas de bate-papo. (www.abusar.org)
2
  Um computador que aceita ligações de usuários externos e oferece serviços como troca de
arquivos, correio eletrônico, chat, jogos e informações. (www.hospedenet.com.br)
15



       A Internet tem otimizado o desempenho dos negócios comerciais nas
organizações. Ela possui um papel fundamental na transformação do mundo
econômico moderno. Essa sua importância encontra-se intimamente ligada a
destruição das barreiras de comunicação e a construção de um ambiente econômico
sem fronteiras. Desta forma, os mercados vão se tornando mais unificados e
lucrativos,   uma   vez   que    a   integração     através    das    redes     tem    crescido
consideravelmente, facilitando, agilizando e até, reduzindo custos nas relações entre
empresas.
       De fato, as organizações ultimamente têm utilizado os sistemas web não mais
como uma forma de garantir vantagem competitiva no mercado, elas buscam
principalmente, a redução de custos e a perda de tempo nas atividades da cadeia de
suprimentos.
       De acordo com a revista “Impactos no mundo online nos Negócios” (2003), a
fácil disseminação do conhecimento atualmente assim também como a superação
de obstáculos de monopólio de informações privilegiadas e, por conseguinte, a
quebra da vantagem competitiva das empresas vem requerendo atitudes táticas dos
empresários na utilização de sistemas online. Mesmo desta forma, os novos
sistemas desenvolvidos a partir do uso da internet reduzem custos de comunicação,
otimizam o relacionamento comercial trazendo ganhos de tempo e contextualizando
o negócio com o novo sistema digital produzido.



2.1   O papel da Logística


       A logística pode apresentar diversas definições. A partir dos conceitos que lhe
são atribuídos é possível descrevê-la como o elemento essencial para a integração
das atividades e o desenvolvimento bem-sucedido das organizações.
       O sistema logístico engloba uma série de atividades que, segundo Ballou
(2003), busca os mesmos fins: “providenciar bens ou serviços corretos no lugar
certo, no tempo exato e na condição esperada com o menor custo possível”.
       Já Christopher (2000) a define como:


                    Logística é um processo de gerenciar estrategicamente a obtenção,
                movimentação e estoques de matéria-prima, produtos semi-acabados e produtos
                finais (e o fluxo de informações relativas) através da organização de seus canais
16


                     de distribuição, de forma que as rentabilidades, atual e futura, sejam maximizadas
                     através do cumprimento do custo efetivo das encomendas.


           Desta forma, a logística atual assume não só as atividades produtivas da
empresa, mas também recebe a responsabilidade de manter-se integrada aos seus
fornecedores e clientes.
           É nesse contexto que a comunicação exerce seu papel imprescindível. Em
um ambiente vasto de atividades como movimentação e armazenagem, transporte e
distribuição de produtos, gerenciamento de estoques, torna-se de fato, indispensável
o compartilhamento de informações entre as etapas de cada processo.
           Para que toda a cadeia logística obtenha um desempenho satisfatório, torna-
se preponderante o fluxo de dados entre os setores constantemente. Os elos
construídos pelas trocas de informações durante as atividades proporcionarão
resultados seguros, confiáveis e essenciais para o gerenciamento da Supply Chain3.
       Segundo Rocha (2008), um sistema logístico eficiente e eficaz significa um
melhor padrão de vida, pois ajuda a reduzir os custos logísticos. O autor classifica
ainda, os sistemas logísticos em quatro subsistemas:


       •   Informações;
       •   Suprimento;
       •   Produção;
       •   Distribuição Física.


       Paulo Cesar afirma ser a distribuição física o sistema mais incluído nos estudos
logísticos até hoje. Entretanto, é de suma importância ressaltar que a obtenção,
tratamento e a circulação de dados num sistema logístico são essenciais para o seu
funcionamento, afinal, todas as demais atividades podem falhar uma vez que as
informações não sejam bem administradas.
       Para Carvalho (2006) A logística deixou de ser apenas distribuição física ou
gerenciamento de materiais e suprimentos, como era anteriormente. Ela, porém,
engloba todos esses conceitos e ainda a informação que realiza conexões entre as
atividades da cadeia para um gerenciamento de sucesso. O autor ainda considera a
logística como “uma filosofia ou uma aproximação à gestão de empresas”.

3
    Termo usado para se referir a Cadeia de Suprimentos.
17



      As atividades e parceiros, portanto, que fazem parte da cadeia produtiva de uma
empresa deve estar conectada para gerar eficiência e progresso.



2.2    Comunicação X Cadeia de Suprimentos


        A então conhecida como SCM (Supply Chain Management) envolve uma
série de atividades que devem ser coordenadas da melhor forma possível, de modo
que conduzam a empresa ao sucesso.
Dentre as diversas definições atribuídas a SCM a do Concil of Logistics
Management a conceitua como:


                            A parte do processo de cadeia de abastecimento que planeja,
                       implementa e controla o fluxo de estocagem eficiente e eficaz de produtos,
                       serviços e informações relacionadas a partir do ponto de origem até o
                       ponto de consumo visando atender os requisitos do cliente. (Concil of
                       Logistics Management apud Rocha 2008)




        Assim como a logística, a SCM assume um conceito de integração de todas
as partes. Segundo o Global Supply Chain Forum apud Edson Carillo Júnior, “A
integração dos processos de negócios do usuário final até os fornecedores iniciais,
serviços e informações que agregam valor ao cliente.”
        Partindo dos conceitos obtidos acima, nota-se que a SCM e a logística andam
“de mãos dadas”. A SCM além de unir setores como suprimentos, produção e
logística, envolve ainda, um conceito disciplinar no que diz respeito a campos de
marketing, logística e comportamento organizacional.
        Onde há realmente integração numa cadeia de abastecimento, percebe-se
um comprometimento marcante entre todos os seus integrantes. É também
característica da SCM e da logística integrada a efetividade dos fluxos de recursos
(materiais, informações e finanças), visando agregar valor ao cliente.
        A SCM atual é fundamentada em cinco principais pilares como mostra a
ilustração abaixo:
18




        Figura 1: Pilares da Supply Chain Management – Fonte: Carillo Junior, 2003 p. 23


       O gerenciamento do relacionamento com os parceiros é um fator extremante
importante na cadeia de suprimentos logística. Não é possível desenvolver boas
negociações sem uma boa relação desenvolvida com seus parceiros comerciais.
       Da mesma forma o gerenciamento do fluxo de materiais. Sem uma
coordenação estratégica dos bens, a produção certamente falha, o setor de
produção é de grande importância para qualquer organização, ela garante, ou ao
menos deve garantir que a corporação esteja sempre obtendo o retorno dos
investimentos.
       O terceiro pilar trata do gerenciamento das informações de forma que, a
sinergia entre os sistemas de informação implantados e a reestruturação dos
processos caracteriza um elemento muito importante na supply chain. Entretanto,
apenas investir em TI para alcançar soluções de fluxo de informação numa empresa
não é suficiente. A Tecnologia da Informação constitui apenas uma das opções em
que se pode utilizar para tal finalidade.
       Atualmente, o que é possível perceber é que a troca de informações entre
fornecedores e empresas clientes tem sido a principal necessidade para uma supply
chain eficiente. Isto é, desenvolver conhecimento sobre o seu cliente e as suas
necessidades torna-se indispensável para o processo.
19



      No fluxo financeiro deve-se prezar por ferramentas de análises econômicas e
gestão de finanças de forma a garantir sua rentabilidade e permanência no mercado.
Afinal, lucratividade é o objetivo de qualquer organização.
      O gerenciamento de pessoas tem o papel de assegurar que todos envolvidos
nas atividades, direta ou indiretamente, estarão comprometidos a fazer o seu melhor
para o sucesso da empresa. É importante quebrar paradigmas, inovar, compartilhar
idéias, enfim, a organização dependerá completamente do empenho e motivação
dos funcionários, parceiros e colaboradores em geral.
      Há uma característica, porém, que se aplica a todos os pilares da cadeia: A
comunicação. A troca de informações é crucial em qualquer atividade. Não há
realização de processo algum sem a devida comunicação necessária. A
comunicação permite a conexão das partes, a integração das informações,
objetivos, projetos, execução de tarefas, etc., ou seja, ela está presente em
absolutamente tudo. Desde a aquisição de matéria-prima, produção, gerenciamento
de estoques, pessoas, materiais, tarefas, armazenamento, vendas, relacionamento
com fornecedores e clientes. Não é possível pensar em logística e SCM sem
associá-los a comunicação.
      Deste modo, observa-se que a SCM tem se adaptado a essas novas práticas
de comunicação. A internet tem transcendido os problemas de comunicação que a
tem dificultado. Através dos portais web a troca de informações entre empresas-
fornecedoras e empresas-clientes tem se tornado mais fácil. E assim, as
corporações têm buscado cada vez mais utilizar meios de otimizar os fluxos de
produtos e informações através da supply chain.
      Com a fácil comunicação promovida pela internet tanto grandes como
pequenas e médias empresas tem se beneficiado grandemente e melhorado os
seus níveis de serviço.
      A cadeia de abastecimento já passou por uma realidade muito diferente da
que vive hoje. Há um tempo as empresas tentavam garantir sua vantagem
competitiva através da extensão de suas capacidades, isto é, realizavam tarefas que
geram valor em seus ambientes internos. Nesse período as informações estavam
sempre ao alcance das organizações, de forma que, as suas distribuições eram
sempre realizadas pelas próprias companhias. Isso, porém, fazia da comunicação
pouco eficiente e pouco freqüente.
20



        Atualmente temos um cenário completamente oposto. As cadeias de
suprimentos agora são incumbidas de criar valor, podendo assim identificar novos
parceiros e melhorar todo o sistema de gerenciamento de bens e atividades,
agilizando processos desde, por exemplo, a aquisição de matéria-prima até o
transporte de produtos acabados para os clientes.
      Com a utilização da internet para a otimização das atividades nas cadeias, a
integração tem sido eficiente entre os demais sistemas atuais de comunicação
desenvolvidos e utilizados pelas empresas.
Dentro da cadeia de abastecimento encontramos ainda uma importante ferramenta
que vem sendo utilizada em grande escala pelas empresas: O CPFR (Collaborative
Planning, Forecasting and Replenishment). Ela possibilita o intercâmbio de
informações durante todos processos da cadeia tornando-a mais eficiente. Ou seja,
a filosofia CPFR realiza uma comunicação bem estruturada de forma que consegue
conectar com eficácia todos os elos da cadeia. Segundo Martin Christopher numa
entrevista a revista Logística em Maio de 2008, as práticas iniciais do CPFR têm
obtido bons resultados, tanto para o comprador, quanto para o fornecedor, além de
permitir uma redução de estoques, também tem aumentado as vendas.
      A internet tem funcionado como um meio auxiliador para a integração de
sistemas dentro das cadeias de suprimentos. Os sistemas colaborativos via web são
encarregados de realizar a troca de informações, facilitando o controle e a
comunicação envolvida nos processos. Eles possibilitam tanto a transmissão de
mensagens de forma síncrona (em tempo real) e assíncrona (em tempos diferentes),
como podemos notar na figura a seguir:
21




                             Figura 2 – Sistema de Colaboração Via Internet
                                       Fonte: www.sargas.com.br


          A cadeia de abastecimento tem sido fortemente impactada com a utilização
da internet na integração de seus parceiros. Apesar de práticas colaborativas entre
aliados já serem comuns há algum tempo, com a aplicação da Internet para
aprimorar essas relações entre parceiros confiáveis de negócio, essa nova
combinação, também conhecida como “comércio colaborativo da cadeia de
abastecimento” tem encarado o desafio de fomentar a comunicação a qualquer
momento e em qualquer lugar.
          Carillo Júnior et. al. (2003) ainda ressalta que através do serviço da Internet
torna-se exeqüível o compartilhamento de dados, formulações, previsões,
questionamentos de clientes, embarques, informação promocional e qualquer outro
processo que é normalmente escrito. Segundo o autor, “O intercâmbio pode ser
global, 24x7x3654, com acuracidade 100%”. É possível apontar diversos benefícios
decorrentes do uso dessa ferramenta digital. As empresas podem reduzir o tempo
de processamento de pedidos, dispensar atividades como melhoramento de da



4
    Termo usado pelo autor para se referir a 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias no ano.
22



comunicação empresariais, realização de correções e espera de aprovações,
aumentar o alcance até o consumidor final, etc.
   Os cinco benefícios-chave destacado por Carillo Júnior et al. (2003) são:
   •     Economia de custo;
   •     Redução de tempo de ciclo;
   •     Melhoria de qualidade e acuracidade;
   •     Visibilidade aguçada dos dados;
   •     Maior produtividade de ativos.


   O autor declara ainda que,


                       A internet é a ferramenta ideal para trabalhar externamente com empresas
                       em qualquer lado da cadeia de abastecimento, o veículo perfeito para uma
                       colaboração mais rápida e mais profunda, de forma que você possa
                       focalizar a satisfação de grupos consumidores - alvo.


         Um estudo realizado pela empresa de consultoria americana Pittiglio Rabin
Todd & McGrath PRTM, citado pela revista “Impacto do mundo online nos negócios”
(2003), indica que a cadeia produtiva de uma organização pode conseguir uma
economia média de 7% a depender de sua gestão efetiva. Também através da
gestão, diz o estudo, as corporações podem diminuir em até 60% o tempo ou
volume de estoques, exigindo conseqüentemente, um investimento menor para esse
setor.
         Existem alguns indícios que denunciam imediatamente quando não há
integração entre os membros da cadeia produtiva. Uma empresa que atende
diretamente ao consumidor final, por exemplo, quando não possui disponibilidade de
um determinado produto demonstra a sua pouca eficiência na relação com seu
fornecedor. Esta situação deve ser evitada ao máximo, pois, uma vez que o cliente
não encontra o que procura a sua credibilidade com a empresa é afetada ao tempo
em que se direciona automaticamente a um concorrente.
         Os negócios dependem em grande parte da cadeia de abastecimento. Sem
um gerenciamento estratégico adequado dos materiais, atividades e informações,
não há crescimento e lucratividade na empresa. Além disso, torna-se imprescindível
que haja habilidade da parte do gestor para conduzir as operações de forma mais
23



eficiente, driblando as dificuldades encontradas no processo e desenvolvendo novas
técnicas de ataque para manter a posição privilegiada no jogo do mercado.
      Carillo Júnior et al. (2003) salienta ainda que atualmente, com o crescimento
das atividades cada vez mais centralizado – em aspectos geográficos e abrangência
de um grupo maior – “a vantagem competitiva provavelmente passará de
‘produtividade na produção’ para ‘produtividade na logística’”.
      Com a necessidade cada vez maior de gerir efetivamente uma série de
atividades dentro da Supply Chain, a internet tem sido a grande figura que viabiliza
esse processo. “A internet poderia ser vista como a base para alguns
impressionantes ganhos de produtividade no gerenciamento da cadeia de
abastecimento”. (Carillo 2003)
24



3 DA BBS À BANDA LARGA: A MASSIFICAÇÃO DA INTERNET NO
  BRASIL E OS SEUS EFEITOS NA SOCIEDADE

       O advento da internet no Brasil se deu em meados de 1993 e 1994. Antes da
chegada marcante dessa ferramenta que mudou o estilo de vida da sociedade
brasileira, o que se utilizava largamente era um sistema de comunicação através do
telefone, fax e um acesso muito mais lento a internet através da conexão discada5.
Os primeiros provedores começaram a chegar no Brasil, inicialmente em
Pernambuco e São Paulo, substituindo então a velha BBS pelo uso da Internet.
Esses novos modelos de conexão através de provedores ou ISP’s6 eram realizados
a partir o uso do mesmo tipo de modem usado para conexões via BBS, a diferença é
que, nesta nova conexão torna-se necessário uma série de protocolos TCP IP que
são utilizados como sistema de linguagem adotado na comunicação através de via
Internet.
       Na figura 3 abaixo encontra-se a arquitetura de um sistema de Internet
discada:




       Figura 3: Sistema da Internet Discada – Fonte: Romulo Cholewa, 2002 www.abusar.org


5
   Conexão que usa linha telefônica para se ligar a uma rede de computadores. Possui uma
velocidade relativamente baixa quando comparada a banda larga.
6
  Internet Service Provids, ou Provedor de Serviço Internet, atua em conjunto com a estrutura do
Backbone para oferecer acesso a Internet. (www.abusar.org)
25



        A internet discada possuía características como:


    •   Velocidade de aproximadamente 28.800 Kbps7 (o que era até proporcional,
        visto que a maioria dos sites naquela época ainda era simples e leve);
    •   Provedor se dividia em duas partes: companhia telefônica e Backbone8;
    •   Disposição de sites, home pages, emails, serviços de FTP9, jogos online, etc.


           Do final de 1998 para 1999 o Brasil vivenciou um grande investimento da
    parte de empresas estrangeiras. Novos chips DSP10 passaram a permitir uma
    velocidade de provedor de até 64 Kbps e os investimentos em ISPs facilitou o
    acesso aumentando a oferta dos provedores. Assim, as primeiras bandas de
    VOD (Vídeo On Demand) para a comunicação de dados com o ADSL
    (Asymmetrical Digital Subscriber Line, ou, Linha Digital Assimétrica para
    Assinante) começaram a surgir no país. Assinantes da Telebahia começaram a
    fazer testes com o ADSL através de equipamentos da NEC11.
           Os provedores de acesso a internet no Brasil foram criados e se tornaram
    obrigatórios12 com a finalidade de impedir que os usuários de internet discada se
    conectassem diretamente ao backbone da Embratel, pois, se isso acontecesse,
    haveria então uma comunicação de dados, de forma que, as tarifas seriam de
    acordo com a TBCD – Tarifa Básica de Comunicação de Dados, acessado pelo
    código não-geográfico.
           Sendo assim, um novo sistema fora empregado, onde os usuários de
    conexão discada deveriam conectar-se às redes dos PSCI (Provedor de Serviço
    de Conexão Internet) e os valores deveriam se basear na linha fixa através da
    TBSL – Tarifa Básica do Serviço Local.
           Até hoje não se chegou a um consenso a respeito do que é, de fato, um
    serviço de banda larga. Alguns países levam em consideração a tecnologia
    utilizada (há ADSLs de 64 kbps) e outros levam em conta a velocidade da
    conexão.

7
  Termo usado na informática para indicar a velocidade em Kilo Bites por Segundos.
8
  Conjunto de equipamentos que conecta o provedor à grande rede de Internet. (www.abusar.org)
9
   Protocolo de comunicação de computadores entre si, que propicia a transferência de um arquivo
localizado em um deles para o outro computador requisitante. (SENAI-DN, 2003)
10
   Sinal de Processamento Digital.
11
   Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação brasileira. (www.abusar.org)
12
   De acordo com a Portaria 148/95 do Minicom. (www.abusar.org)
26



        Uma definição aproximada seria: Conexão à rede com capacidade acima
daquela conseguida, usualmente, em conexão discada via sistema telefônico.
Não há uma definição de métrica de banda larga que seja aceita por todos mas é
comum que conexões em banda larga sejam permanentes e não comutadas
como as conexões discadas. Mede-se a banda em bps (bits por segundo) ou
seus múltiplos, Kbps e Mbps. Banda larga, usualmente, compreende conexões
com mais de 100 Kbps, porém esse limite é muito variável de país para país e de
serviço para serviço. Geralmente banda larga se refere às conexões diferentes
da conexão discada. Baseando-se nessa definição, é possível considerar a
conexão a primeira banda larga, a conexão fornecida pela Link Express, em
1998.
        Desde então, a internet só tem se espalhado e atingido novos públicos,
tornando-se, indiscutivelmente, um elemento de grande influência na vida dos
brasileiros. O gráfico abaixo ilustra de forma geral o crescimento da banda larga
no Brasil.




             Gráfico 1 – Internet Banda Larga no Brasil – Fonte: www.idec.org.br
27



4 E-BUSINESS E E-COMMERCE: OS PROTAGONISTAS DOS
  NEGÓCIOS MODERNOS E SEUS COADJUVANTES

       Atualmente pode-se definir E-business (EB) e E-commerce (EC) de diversas
maneiras. Ainda existem algumas controvérsias, mas dentre os conceitos atribuídos,
Carillo Júnior et al. (2003) define e os diferencia:
              •   E-business: Uso das tecnologias da Internet no local de trabalho
                  tanto internamente, dentro da corporação, quanto externamente,
                  entre a corporação, seus parceiros de negócios e seus clientes.
              •   E-commerce: Uso especializado dessas ferramentas para melhorar
                  a eficiência e eficácia das transações de e-commerce.


       Alberto Luiz Albertin apud Bárbara Virgínia Figueredo da Silva (2004, pag.
85), afirma que “EC é a realização de alguma transação ou evento, sendo que a
infra-estrutura, mais geral e ampla, necessária para que estas transações possam
ocorrer denomina-se mercado eletrônico, ou ainda como Negócios na Era Digital”.
       Já o EB é considerado por Franco Júnior (2001, pag. 16), a partir dos
conceitos da IBM como:
                              [...] Uma forma segura, flexível e integrada de fornecer um valor
                      diferenciado na gestão administrativa pela combinação de sistemas e
                      processos para a administração e funcionamento de operações centrais, de
                      forma simples e eficiente, alavancada pela aplicação de tecnologia da
                      Internet.


       Ou seja, para Franco Júnior “o E-commerce é a parte visível do E-business.”
É possível mencionar também o conceito de Turban e King (2004) onde definem o
EC como “o processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e informações
por redes de computadores ou pela internet”.
       O EB pode ser traduzido como “Negócio Eletrônico”, isto é, através do uso de
Sistemas de Informações ele proporciona a realização dos processos de
negociação. O EC por sua vez, corresponde a utilização de meios eletrônicos com a
finalidade de proporcionar os processos de compra e venda de produtos.
       De acordo com suas finalidades e características o EC pode ser classificado
em B2B, B2C e B2G, onde tem como principais personagens envolvidos: as
28



    empresas (Business), os consumidores finais (Consumer) e os governos
    (Government), como mostra a figura abaixo:




                      Figura 4 – Agentes e relacionamentos do Comércio Eletrônico
                                       Fonte Virgínia Silva, 2007


           Atualmente, os relacionamentos mais conhecidos são o B2B e o B2C. O B2C,
    que, de forma contracta no Inglês quer dizer Business-to-Consumer, representa a
    compra de produtos através da Internet de forma direta, ou seja, das empresas
    pelos consumidores.
           O relacionamento B2B caracteriza transações desempenhadas entre
    empresas através do Comércio Eletrônico. Apesar de menos divulgada, esta forma
    de negociação tem movimentado bilhões no meio corporativo, como ilustra a tabela
    1 a seguir:




   Dados Globais      1999     2000      2001        2002           2003    2004    2005
E-commerce (US$ bi)   130       282       516        1167           1845    3365    5030
    B2B (US$ bi)      110       210       365         916           1420    2800    4300
    B2C (US$ bi)       20        72       152         251            425     565     730
    Dados USA         1999     2000      2001        2002           2003    2004    2005
E-commerce (US$ bi)    58       161       304         557            819    1266    1842
    B2B (US$ bi)      41,7     122,7     253,8        482            721   1139,2   1686
    B2C (US$ bi)      16,3      38,3      49,8         75           97,5    126,8   155,6
  Dados América
                      1999     2000      2001        2002           2003   2004     2005
      Latina
E-commerce (US$ bi)    0,6      1,5       3,3         8,8           17,0   29,3     45,1
    B2B (US$ bi)       0,4      0,9       2,9         6,5           12,5   21,5     33,1
    B2C (US$ bi)       0,2      0,5       1,3         2,3            4,5    7,8      12
   Dados Brasil       1999     2000      2001        2002           2003   2004     2005
E-commerce (US$ bi)    0,2      0,6       2,1         5,1            8,7   13,5     21,9
    B2B (US$ bi)                                     36,5           42,1   47,6     54,2
    B2G (US$ bi)                                      1,2            2,6    5,3      8,4
    B2C (US$ bi)       0,1      0,3       0,5         1,4            1,7    2,0      2,4
29


                          Tabela 1 – Indicadores do Comércio Eletrônico
                  Fonte: Extraído de E-consulting Group (2004) apud Silva (2007)


       O uso de inovações tecnológicas para o aprimoramento das atividades
desenvolvidas nas empresas tem tornado-as cada vez mais eficientes e
competitivas, isto é, ao passo em que os clientes modernos vão se tornando mais
exigentes e específicos em seus desejos de compra, maior é a necessidade da
empresa de criar artifícios como tal para satisfazê-los e mantê-los fiéis sem deixar
de conquistar novos públicos. Para isso, torna-se indispensável, não só o
desenvolvimento de um produto de qualidade, que corresponda, ou ainda, supere as
expectativas desses clientes, mas também a adoção de diversas medidas de caráter
tecnológico, as quais também possam facilitar a colaboração com os seus parceiros,
bem como a vantagem em relação aos concorrentes.
       Hoje implementações tecnológicas representam um fator preponderante para
o êxito das organizações. Ferramentas vinculadas ao B2B, por exemplo, podem ser
consideradas, hoje, muito viáveis. Sistemas de comunicação e suprimentos como
ERP13– Enterprise Resource Planning – e EDI14– Eletronic Data Interchange –
isoladamente podem ser insuficientes para administrar tantos processos envolvidos
nos negócios organizacionais. Contudo, alguns artifícios atuais do B2B já são
utilizados como meio de integração entre esses sistemas de gerenciamento
empresarial, é o caso, por exemplo, do E-procurement, que será explanado a seguir.
       Contudo, o maior desafio do B2B atualmente tem sido proporcionar
segurança e confiabilidade para os seus usuários. Muitos empresários e
consumidores têm deixado de melhorar os seus processos de comunicação, compra
e outras negociações em geral, por conta da falta de confiança nos sistemas
disponíveis através da Internet.
       A revista Tecnologística em sua reportagem sobre e-commerce em Junho de
2005 divulga a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de E-business onde
aponta a falta de hábito e a questão da segurança como os protagonistas da inibição
a compra eletrônica. De acordo com a pesquisa, 49% das empresas entrevistadas

13
  Sistema informatizado de gestão da empresa que integra todas as etapas do negócio, incluindo o
planejamento, finanças, produções, vendas e marketing. Além disso, pode englobar funções como
Contabilidade, Folha de Pagamentos, Controle de Estoque, etc. Como exemplo, pode-se citar o
Oracle, SAP, Datasul-SEM, etc. (SENAI-DN, 2003)
14
   Transferência eletrônica de dados entre empresas distintas usando redes, tais como a internet.
(SENAI-DN, 2003)
30



deixavam de realizar vendas via internet devido à resistência dos clientes no
abandono de antigos costumes.
      Havia ainda, segundo a revista, algumas empresas que possuíam clientes
cujas compras eram em grandes quantidades, mas estes somados eram poucos.
Esse fator também contribuiu para o recuo das empresas no momento da decisão
por negócios online.
      Hoje em dia, entretanto, as empresas já têm ultrapassado diversas barreiras e
resistências em relação ao mundo virtual. A segurança, por exemplo, já tem
melhorado bastante através de ferramentas como o E-procurement, o que,
conseqüentemente tem trazido mais confiabilidade para os clientes. (Silva, 2007)




5 B2B: MODALIDADES E CARACTERÍSTICAS

      Business to Business é o tipo de comércio eletrônico utilizado entre empresas
onde se substitui as operações físicas de negociação comercial e possibilita-se,
através da internet ou do uso de redes privadas compartilhadas entre parceiros de
31



negócios, transações de compra e venda, de informações, de produtos e de
serviços.
      Em linhas gerais, as relações B2B são efetuadas entre empresas-
fornecedoras e empresas-clientes. Estas são possíveis através de portais na web. A
partir de então, pode-se apontar alguns principais grupos de portais B2B:


      •     Portais para colaboradores (intranet) – são portais usados pelas
            empresas para o desenvolvimento da comunicação interna através de
            redes restritas aos seus colaboradores, permitindo o acesso a um
            conjunto de recursos disponíveis na rede dessas empresas. A partir
            destes portais torna-se possível a união dos colaboradores, seja qual for o
            local físico em que estejam, superando, desta forma, as barreiras
            geográficas que os distanciem e impeçam o fluxo de informações ;


      •     Portais para parceiros (extranet) – são portais em que se desenvolvem
            as relações entre empresas (B2B) ou relações que são mantidas entre
            uma empresa específica e outras desejadas no negócio. Sendo assim, as
            empresas são unidas aos seus parceiros através de redes via internet,
            onde o objetivo é promover a troca de informações e a colaboração.
            Dentro do ambiente extranet percebemos ainda a presença de duas
            classificações B2B:


             Buy side (Lado do comprador): É o tipo de portal desenvolvido pela
               própria empresa compradora, a fim de atrair fornecedores para o seu
               negócio.
             Sell side (Lado do vendedor): É o tipo de portal desenvolvido pela
               própria empresa vendedora, a fim de atrair compradores para o seu
               negócio.


      •     Portais de terceiros, e-marketplaces ou bolsas – são áreas de suporte
            que proporcionam a união de várias organizações compradoras e
            vendedoras. A negociação de produtos – bens e serviços – é realizada
            através da Internet por empresas especializadas em B2B, e nesse
            ambiente em que se encontram compradores e fornecedores diversos, ela
32



               ajuda nos processos da compra online. (Carvalho, 2006) Os e-
               marketplaces podem ainda ser subdivididos em dois grupos:
                Verticais: “São portais que servem a um setor vertical específico,
                   como energia, hoteleiro [...]. Mercados verticais automatizam cadeias
                   verticais de suprimentos”. (Kalakota e Robinson 2002)
                Horizontais: São portais que não são exclusivos de um único setor.
                   Eles buscam agregar compradores de diversas indústrias que
                   procurem produtos com características semelhantes ou não, como
                   materiais de MRO (Manutenção Reparo e Operações), por exemplo.
                   Nesse modelo de transação, as compras realizadas pelas empresas
                   podem ser em conjunto valendo-se do e-marketplace.


           •   Comércio Colaborativo ou C-commerce: “Refere-se à utilização de
               tecnologias digitais que habilitam as empresas a planejar, projetar,
               desenvolver, pesquisar e gerenciar produtos, serviços e aplicações
               inovadoras de CE15 colaborativamente”. (Turban e King 2004)


A figura a seguir ilustra as formas de B2B mais conhecidas atualmente:




15
     Termo utilizado pelo autor para se referir ao Comércio Eletrônico.
33




                          Figura 5 – Tipos de E-commerce B2B
                               Fonte: Turban e King (2004)


       O B2B tem obtido resultados satisfatórios constatados a partir de sua
implementação em empresas internacionais. Ele tem agido de forma conjunta com
outros diversos fatores. A partir de seu uso, tem se tornado possível melhorar o nível
de eficiência de comunicação das empresas, o que conseqüentemente tem
favorecido a integração entre as atividades, colaboradores e clientes, e ainda,
reduzido os custos de transações de compras com fornecedores. É possível citar,
por exemplo, os laboratórios da Abbot, nos Estados Unidos, que, antes de
implementar um sistema de compras B2B, pagava-se 2 a 3 mil dólares a mais pelos
mesmos insumos. Já com a adoção do novo sistema, a organização obteve uma
economia de 9 milhões de dólares, tudo graças ao compartilhamento eficiente das
informações. (Reed, 2000 apud Antônio Galvão Novaes, 2001)
       Em comparação com outros softwares que também têm por finalidade a
integração das informações entre os processos na cadeia de abastecimento,
podemos observar que o B2B obtém vantagens em diversos aspectos. Se
considerarmos, por exemplo, o EDI podemos notar que, além de cara, ainda é
fechada e exclusiva, ou seja, tende a ser utilizada por grandes empresas
compradoras nas relações comerciais com seus fornecedores de maior porte.
(Carvalho, 2006)



5.1   As facetas do E-procurement

       O termo E-procurement representa a utilização de sistemas eletrônicos na
descrição de todas as etapas envolvidas no processo de compra, desde o
34



requerimento do produto até o seu pagamento. Ele também tem a função de adquirir
informações úteis, através da internet para a administração da empresa.
       Além de propiciar melhores formas de negociação via web, essa prestativa
ferramenta ainda possibilita, por exemplo, a otimização do tempo dos clientes
através da diminuição dos processos operacionais com as novas práticas de
cotação eletrônica.
       Outrora a comunicação via empresas era muito mais trabalhosa e burocrática,
o que fazia com que perdessem muito tempo na execução de determinadas
atividades. Os preços dos orçamentos, por exemplo, eram todos digitados e
expedidos via Fax ou e-mail, o que é conhecido como cotação convencional. Até
hoje ainda se pode encontrar esse tipo de prática em algumas empresas, entretanto,
com o advento da cotação eletrônica, cada vez mais empresas têm aderido ao E-
procurement, além do tempo, elas têm ganhado nas questões de custo e segurança.
       Com o crescimento significativo do B2B no cenário atual, os executivos têm
buscado nessa peça chave vantagens para conduzir os seus negócios e, de fato, as
têm encontrado.
       Carillo Júnior et al. (2003) aponta o E-procurement como uma alternativa, por
exemplo, para as compras de materiais indiretos. Ele afirma que os E-procurements
“amadureceram”, e compradores e vendedores agora negociam de forma totalmente
automatizada através da internet.
       Há dois tipos de materiais que fazem parte das negociações relacionadas ao
uso do E-procurement:


   •   Materiais diretos: São aqueles diretamente ligados a produção; insumos e
       matérias-primas. É comum possuírem um alto valor agregado, entretanto, não
       geram muitos ciclos de compra.
   •   Materiais indiretos: São aqueles que servem de suporte para a produção.
       Também chamados de MRO (Manutenção Reparo e Operações), não
       possuem um alto valor agregado, contudo, como são essenciais para a
       produção, são utilizados com freqüência e em grande quantidade. Como por
       exemplo, os materiais de escritório, entre outros. (Silva, 2007)
35



          Os E-procurements também se encontram relacionados a outras ferramentas
utilizadas, como: cotação eletrônica, diligenciamento, leilões, catálogos, gestão de
contrato, espelho de nota fiscal e consórcios de compras. (Silva, 2007)
           A RFQ16, como também é chamada a cotação eletrônica, refere-se à cotação
de compra enviada por empresas compradoras para empresas fornecedoras via
internet. Há dois modos em que esta ferramenta pode ser usada; dentro dos portais,
ou com o auxílio do ERP dos compradores.
          Podemos citar como vantagem da cotação eletrônica a economia do tempo
através da redução do trabalho operacional no que diz respeito às atividades
intrínsecas aos processos de aquisição.
          As figuras 6 e 7 a seguir demonstram como funciona o sistema de RFQ
eletrônica:




                                    Figura 6 – Etapas de Pedido de Cotação I
                                             Fonte: www.me.com.br




16
     Sigla derivada do inglês Request For Quotation; pedido ou solução de cotação. (Silva, 2007)
36




                                  Figura 7 – Etapas de Pedido de Cotação II
                                           Fonte: www.me.com.br


          O termo diligenciamento refere-se ao ato de fazer follow up17 de produtos. Ele
está diretamente ligado ao RFQ, uma vez que o acompanhamento será em torno da
cotação de um produto. Dentro da esfera do E-procument, já existem portais
especializados para desempenhar tal atividade. Esses serviços de acompanhamento
monitoram operações como recebimento de pedido de cotação pelos fornecedores,
entrega de propostas no prazo, etc.
          O diligenciamento também pode ser realizado após a entrega do produto ao
cliente, ou seja, tanto o produto adquirido através de cotação eletrônica, quanto o
adquirido de forma tradicional, pode participar desse processo.
          Outro personagem também relacionado às práticas do E-procurement é o
Leilão Eletrônico, o qual é também classificado em direto e reverso. Os leilões
Diretos são caracterizados pelas vendas através dos portais, onde a empresa
vendedora oferece o produto e vence quem exibe a melhor proposta de compra.
          Essa modalidade destaca-se por permitir a obtenção de cotações de
diferentes partes do mundo.
          Os leilões reversos são exatamente ao contrário, neste caso os compradores,
que necessitam do produto, são os que exibem suas preferências de aquisições e
então obtêm as propostas dos fornecedores durante um determinado período. Estes
possuem algumas regras dentro das suas diversas modalidades. O fato de
geralmente possuírem uma curta duração, não excedendo o tempo de uma hora, por
exemplo.
          Há ainda outra consideração importante a respeito dos leilões eletrônicos no
que diz respeito a sua aplicabilidade. Isto é, pelo fato de existir possibilidade de a
requisição e a entrega não se corresponderem efetivamente, os leilões tornam-se

17
     Expressão inglesa que é usada tecnicamente em Português com o sentido de ‘acompanhamento’.
37



viáveis apenas para produtos em quantidade, com alto grau de padronização,
organizados em grandes lotes. Desta forma, depreende-se que, os itens envolvidos
nesse tipo de negociação se apresentam semelhantes a comodities18 fazendo com
que o fator essencial para a escolha do cliente seja, de fato, o menor preço.
       Os catálogos também descrevem um meio útil num sistema de E-
procurement. Neste tipo de transação uma lista de produtos é construída para que o
funcionário de uma determinada organização possa observá-la e, de acordo com as
características referentes ao produto desejado, incluindo suas condições comerciais,
seja adquirido. Neste caso, especifica-se no contrato comercial que não há
necessidade de intervenção do setor de suprimentos da companhia para a
realização desses processos de aquisição. Conforme mostra a figura 8 abaixo:




                                   Figura 8 – Catálogo Eletrônico
                                      Fonte: www.me.com.br
       Há, porém, um detalhe que pode ser considerado contraproducente em
relação aos catálogos. Quando eles são desenvolvidos pelos próprios sites dos
fornecedores, a depender da forma de disposição dos produtos, podem levar o
requerente a despender muito tempo acessando páginas para compor toda a sua
lista de compras. Como alternativa de integração e melhoramento do processo
pode-se ter uma união dos vários catálogos em um só portal, através de um sistema


18
  Produtos que possuem pouca ou nenhuma diferenciação. Normalmente são cotados em bolsas de
mercadorias, que definem seus preços. (Silva, 2007)
38



ERP ou Intranet da empresa, contudo, isso pode não ser tão recomendável, uma
vez que se torna mais custoso e exige um maior tempo de implementação.
       Outra alternativa também para a realização de negócios online tem sido a
Gestão de Contratos, o qual busca simplificar a cadeia de suprimentos através da
integração de compradores e fornecedores por meio do sistema EDI. A depender do
tipo de contrato de fornecimento realizado entre as partes, o controle do estoque
pode passar a ser realizado pelo fornecedor. Daí em diante o papel do fornecedor
será suprir automaticamente as necessidades da sua empresa cliente, ou seja, todo
o material de ressuprimento automático19 passa a ser responsabilidade do
fornecedor.
        Dentro dessa intensa e atual busca pela simplificação dos processos de
compra, conseguir entregar o produto o mais próximo possível das especificações
do cliente tem sido o desafio que métodos como a cópia da “Nota Fiscal” têm
buscado alcançar. O envio da cópia da nota fiscal ao cliente ocorre antes do
embarque da mercadoria e permite que haja um procedimento preventivo a
possíveis complicações que venham estender o processo de aquisição do produto.
       É possível apontar, finalmente, os Consórcios de Compras, onde as
empresas buscam realizar compras eletrônicas em conjunto. Nessa modalidade de
negociação as empresas, muitas vezes, constroem alianças com suas concorrentes.
É possível apontar, por exemplo, o maior portal de compras automotivo∗, que é
composto por grandes companhias automobilísticas como General Motors, Ford,
DaimlerChrysler, Renaut-Nissan e PSA Peugeot Citroën.
        Essa parceria se iniciou em 2001, atualmente o portal já dispõe de diversas
filiais em diferentes países na Europa, Ásia, América do Norte, América Latina e
África. (Silva, 2007)
       Para a adoção da prática adequada aliada ao E-procurement torna-se
necessário analisar a realidade da empresa e a apropriação para a exeqüibilidade
dessas ferramentas. É preciso definir a melhor forma de combinar essas
ferramentas para se obter o melhor resultado. Levando em consideração custo e
risco, como mostra a figura 8.



19
   Material recomendável para estoque, com ponto de ressuprimento e lote econômico definidos.
(Silva, 2007)

  De acordo com a revista “ISTOÉ” 2002.
39




  Figura 8 – Classificação Estratégica de Suprimentos e Ferramentas de E-procurement – Fonte:
                 Mercado Eletrônico (2003) e WEBB (2004) apud Silva (2007)




5.2   Vantagens do E-procurement

       As organizações de suprimentos focam geralmente na otimização dos
recursos diretos. Daí a importância da aplicação dos E-procurements. Como os
ERPs sozinhos não conseguem “dar conta do recado”, os E-procurements podem
representar uma alternativa na aquisição de materiais indiretos.
       Com a utilização dessa ferramenta tecnológica, os empresários têm adquirido
muitas vantagens em seus negócios. Entretanto, permeia-se ainda entre
profissionais de suprimentos algum tipo de comparação do E-procurement com o
Sourcing (Suprimento) Estratégico, ou seja, os profissionais discutem que muitos
dos benefícios citados pelos fornecedores de E-procurement são os mesmos que
aqueles realizados pelo Sourcing estratégico.


                       O raciocínio é, ao mesmo tempo em que alavancar os suprimentos para
                       toda a empresa e racionalizar fornecedores são tipicamente citados como
                       benefício de E-procurement, também é verdade que eles são resultados
                       potenciais de um projeto de sourcing. (JÚNIOR et al., 2003):
40




          O E-procurement, contudo, destaca-se nesta disputa uma vez que oferece à
corporação a possibilidade de utilizar uma diversidade maior de estratégias de
sourcing. As vantagens iniciais para um cliente do E-procurement são: economias da
menor compra externa, economias da melhor eficiência do processo e geração de
receita. De acordo com Júnior e outros (2003): “Ao escolher o E-procurement, as
empresas freqüentemente realizam uma economia inicial de dois a três por cento”.
          Antigamente as organizações de suprimentos usavam como critérios para a
escolha de seus fornecedores aspectos como experiências passadas, indicações,
etc. Isso gerava uma certa restrição a qual impedia a negociação da empresa com
novos fornecedores. Todavia, hoje, através dos processos de comunicação online,
as empresas têm vislumbrado um novo e promissor horizonte de oportunidades para
negociação por meio de novas parcerias.
          Ao contrário dos ERPs, os E-procurements conseguem acompanhar de forma
eficiente os processos compras indiretas, ao tempo em que também acessam
informações para negociações futuras com os seus fornecedores.
          De forma eficiente, entende-se que, através do acesso online, o processo de
aquisição de uma determinada mercadoria torna-se, indubitavelmente, mais rápido,
prático, isto é, bem menos burocrático. Juntamente com a eliminação dos papéis,
chega-se a redução do tempo de ciclo do pedido, aumentando assim o nível de
serviço e a satisfação do cliente.
          O E-procurement, portanto, é uma ferramenta que tem revolucionado as
relações B2B atuais. Ele tem sido utilizado como um programa de ampliação da vida
dos ERPs.           Isso porque, ferramentas como essa e outras relacionadas ao
suprimento eletrônico são a forma mais simples e de menor risco para se fazer uso
do comércio eletrônico. Com o advento das tecnologias empacotadas, combinando
catálogos eletrônicos e gerenciamento do fluxo operacional através das intranets
corporativas, as organizações de grande porte, em particular, passaram a
administrar os gastos dos NPR20.
          Mas ainda existem alguns fatores cruciais que devem ser observados no
processo de implantação de um sistema de suprimento eletrônico. Se uma
negociação de itens em um catálogo, por exemplo, não for satisfatória, a ferramenta
de suprimento online de nada terá efeito, no máximo, ela permitirá aos seus usuários
20
     Non-production-related ou Produtos e serviços não relacionados com a produção. (Silva, 2007)
41



que realizem negociações insatisfatórias mais facilmente. Também, quando se trata
de novas implementações na empresa, é preciso pensar de forma global,
adequando todas as variáveis envolvidas à sua realidade. É preciso orientar os
setores que mudarão a forma de executar suas atividades, como por exemplo,
qualquer funcionário que realize compras de produtos indiretos passará a usar um
browser21 da web, ao invés de fax ou telefone.
         Os sistemas de suprimento eletrônico, segundo Júnior (2003) trazem alguns
aspectos como:
        Conformidade: utilização maior dos fornecedores preferenciais e redução dos
         gastos, o que resulta numa maior aquisição de produtos com um menor
         preço;
        Alavancagem: Descrições confiáveis de gastos com fornecedores e produtos,
         o que melhora o processo de gestão de escolha de parcerias e contratos;
        Eficiência do processo: a quantidade de atividades de cunho administrativo é
         reduzida e exclusão dos métodos realizados através do uso do papel, o que
         reduz o número de erros, o tempo de processamento, o uso de meios de
         comunicação como fax ou telefone, habilitando a realização de atividades
         como a realização de contratos, que geram valor agregado.


         Desta forma, as organizações podem adquirir habilidade para desenvolver
serviços diferenciados, condizentes com as preferências de cada cliente e criar um
conjunto de soluções características referentes a cada um de seus perfis. Como as
operações de acompanhamento são de acordo com cada cliente, o custo
conseqüentemente é reduzido, visto que não há necessidade de grandes
investimentos em setores como o de conferência e manuseio de cargas.
         Dentro desse contexto, o que torna o B2B atrativo é a redução dos custos
através da eficiência na realização das compras. O impacto com as negociações é
significativo, isto torna o setor de compras e o papel da negociação muito importante
para a empresa. Se uma empresa conseguir, por exemplo, diminuir seus custos de
compra em 5%, obterá um avanço no resultado relativo a 30% nas suas vendas.
Considerando que o E-procurement pode reduzir os custos de aquisições em
aproximadamente 20%, o investimento realmente caracteriza uma alternativa viável.

21
   Navegador web, software capaz de ler, interpretar e apresentar informações da internet para o
usuário. Os mais conhecidos são o Internet Explorer, Mozilla Firefox e o Netscape. (SENAI-DN, 2003)
42



         Um exemplo que pode ser mencionado de vantagem dessa ferramenta é o da
empresa norte-americana Visteon que através da empresa eBreviate realizou um
leilão simples e com baixo investimento na negociação entre fornecedores de
autopeças, produtos eletrônicos, PCs, serviços de telecomunicações e peças.
         O E-procurement pode apresentar as seguintes vantagens:


     o Redução do custo de processamento nas transações;
     o   Aumento da pontualidade e qualidade dos processos de suprimentos;
     o Redução do custo de aquisição de produtos e serviços;
     o Aumento da disponibilidade de informações, redução de trabalhos e
         duplicidade de atividades;
     o   Possibilidade de acesso simultâneo à internet;
     o Envolvimento de múltiplas organizações;
     o   Focalização externa dos negócios;
     o Geração de alta flexibilidade (utilização de linguagens universais XML22)
     o Possibilidade de resposta ágil ao cliente.
     o
         Em se tratando de suprimentos, é fundamental para cada organização saber
fazer bom uso das ferramentas que possui, observar o seu comportamento diante do
mercado e sempre buscar novas estratégias de acordo com as características
relacionadas à sua empresa. Em geral, deve-se buscar principalmente a
organização, a mudança de mentalidade corporativa, o compartilhamento de
informações, medidas de desempenho e gerenciamento dos fornecedores. (Júnior,
2003)
         É importante ressaltar que o uso de tecnologias para a otimização dos
processos gerenciais da empresa varia de acordo com as características inerente a
elas. É fundamental analisar se o impacto proveniente dessas inovações é igual em
todas as indústrias. McFarlan (1999) apud Silva (2007) defende que “essas
oportunidades variam muito de uma empresa para outra, assim como a intensidade
e as regras da competição variam muito de um setor industrial para o outro”.



22
  Usadas em sistemas que permitem o acesso e o gerenciamento de um grande volume de
transações geradas pela necessidade de comunicação entre as empresas. (www.sargas.com)
43




5.3    Mix de Ferramentas


        De acordo com Norris et al. (2001) desde o fim da década de 90 as
organizações têm buscado crescer com o auxílio da internet e das tecnologias
baseadas na web. Todavia, segundo o autor, elas também têm descoberto que o
compartilhamento de informação confiável só é possível através do uso de sistemas
ERP.
        É de extrema importância que a empresa tenha um sistema de gestão
integrada para realizar a implementação de sistemas com tecnologia web. Norris
(2001) ainda acrescenta: “Enquanto o ERP organiza a informação dentro da
empresa, o e-business dissemina aquela informação para todos os lados”.
        As ferramentas de E-procurements também podem se tornar mais eficientes
quando combinadas a sistemas como de Gerenciamento Eletrônico de Documentos
(GED) associado a um workflow23.              O GED proporciona aos seus usuários a
visualização de documentos, como propostas comerciais, tudo, através do
computador.
        De acordo com Silva (2007), quando essas duas ferramentas trabalham em
parceria, o workflow é capaz de gerir estrategicamente as fases de um processo de
trabalho. A exemplo pode-se mencionar o processo de aquisição, onde os sistemas
podem direcionar pedido de usuários para o comprador que responde por tal
mercadoria, o qual dará continuidade ao processo e enviará o requerimento para o
consentimento dos gestores responsáveis.
        No aspecto prático do E-procurement podemos destacar o nível elevado de
progresso tecnológico no setor bancário brasileiro, o qual tem se tornado referência
mundial. Os bancos têm utilizado o E-procurement constantemente em larga escala
para a aquisição de material de escritório, formulários e hardware.
        Outro setor que também tem se tornado adepto dessa fantástica ferramenta é
o automotivo. A indústria automotiva tem adotado diversas práticas do E-commerce
como as aquisições de produtos MRO, utilizando até mesmo freqüentemente leilões
reversos e C-commerce. A Volkswagen, por exemplo, foi uma das pioneiras no


23
  Fluxo de Trabalho, seqüência lógica de interação entre pessoas para a conclusão de uma atividade,
inclusive prevendo hierarquias e alternativas paralelas, caso eventos ocorram de formas diferentes.
(SENAI-DN, 2003)
44



Brasil a fazer uso da gestão de contrato através do controle de estoques realizado
pelos fornecedores.
          Apesar de algumas ferramentas possuírem algumas restrições em relação a
sua utilização, como é o caso dos leilões reversos, por conta de nem todos os
produtos        possuírem      características   padronizadas   para   viabilizar   a   sua
comercialização via eletrônica. O que ocorre deveras é que grande parte dos
produtos carregam em si uma complexa exigência técnica, o que imediatamente
requer dos negociantes envolvidos um check-up24 criterioso para a efetuação da
melhor compra.
          O que faz do E-procurement, entretanto, um artifício poderoso no mundo dos
negócios é o fato de estar sempre atrelado a uma boa administração, sintonizando
as oportunidades de inovações tecnológicas com a realidade da organização.
          Um exemplo do uso bem sucedido do E-procurement foi através da compra
de materiais indiretos pela empresa Clarus. Ela é uma empresa estrangeira que é
representada no Brasil pela Vesta Technologies.
          O sistema utilizado pela empresa é de integração com o fornecedor, onde se
compartilha banco de dados para que haja conhecimento da realidade da empresa.
“O sistema gerencia o fluxo de propostas e passa a conhecer o cotidiano da
empresa na compra de materiais”. (Júnior, 2003)
          Gerenciar novos funcionários, por exemplo, se torna bem mais fácil através
do uso do E-procurement, de forma que, o sistema providencia uma série de
materiais como micros, telefone e papéis automaticamente para o novo funcionário,
bastando apenas digitar o seu nome. Isso ainda levando em consideração o
fornecedor mais barato e eficiente, uma vez que o fornecedor do outro lado possua
um catálogo eletrônico. “Vale qualquer alternativa, de um site a um arquivo de texto,
com extensão “txt”. O sistema faz a importação do catálogo e o torna adequado à
solução usada na corporação”. (Júnior, 2003)
         Deste modo percebe-se que o compartilhamento de informações entre
fornecedores e compradores se torna bem mais eficiente, possibilitando um sistema
de ressuprimento seguro e um bom nível de serviço ao cliente.




24
     Refere-se a uma análise, uma avaliação.
45




6 CONCLUSÃO

      Graças a Internet, a sociedade tem vivenciado um período de democratização
da informação. Utilizando apenas um browser, cadeias de abastecimento podem
atingir melhores níveis de integração.
      Todavia, uma série de alternativas de cunho eletrônico vem caracterizando o
panorama dos negócios atuais. De acordo com as diversas ferramentas atuantes no
mundo online, pode-se inferir que, o E-procurement constitui uma opção importante.
Com vertentes que se tornam peculiares a cada tipo de transação comercial, as
46



corporações buscam e, felizmente, encontram vantagens para a implementação de
melhorias em seus negócios, através da utilização inteligente desse software.
      A redução de custos, a agilidade, praticidade e outros benefícios têm sido os
fatores chave para a disseminação e escolha das empresas pelas práticas
eletrônicas. O E-procurement, por exemplo, é capaz de proporcionar aos seus
usuários a vantagem da segurança. Esta ferramenta, entretanto, pode oferecer
melhores resultados quando combinada a outras do ramo.
      A   adoção    do   E-procurement   tem    gerado   resultados   positivos   nas
organizações. O que realmente faz com que esta ferramenta ganhe destaque e
desempenhe atividades com tanta eficiência não está somente nas propriedades
tecnológicas que esta possui, mas principalmente, na forma de gerenciamento
empregada pelos profissionais que a utilizam.
      Quando uma nova tecnologia é implantada na empresa outros fatores como
preparação, treinamento e adequação dos funcionários para o recebimento do novo
sistema também devem ser observados. É preciso analisar de forma geral quais
mudanças serão necessárias para a aplicação desse software, quais áreas de
trabalho terão de ser redirecionadas, quais setores e quais atividades sofrerão
alterações por conta de sua chegada.
      É de vital importância que a empresa possua profissionais competentes
engajados no processo de evolução da empresa. É necessário que a equipe esteja
motivada e envolvida, focada no crescimento dos negócios, uma vez que, a adoção
de novas práticas digitais pode gerar certa resistência a determinado grupos de
funcionários da empresa. A indisposição do pessoal em relação à quebra de
paradigmas implica na desaceleração do progresso da empresa. Assim, faz-se
notório a realização de todo um procedimento de preparação profissional para a
recepção desejada do novo.
      Depois de incumbidas às suas respectivas áreas responsáveis, as atividades
serão desenvolvidas com maior eficiência, gerando novas oportunidades de
relacionamento com parceiros comerciais e aumentando sua parcela de participação
no mercado.
      Com a adaptação do E-procurement às áreas de negociação eletrônica entre
empresas (B2B), as transações têm ganhado novos resultados. Além de oferecer
agilidade e segurança, o E-procurement também ajuda as empresas construírem
novas parcerias, o que é de extrema importância no contexto do mercado atual.
47



Desta forma, ele desempenha uma função considerável na relação entre
fornecedores e compradores.
      O aumento da velocidade nas conexões a internet, através do acesso a
banda larga, juntamente com essa digitalização no ambiente dos negócios, permitiu
às empresas a construção de um ambiente economicamente “saudável”. Agora tudo
é relativamente mais prático, mais viável, mais proveitoso.
      A eliminação de processos com papéis, a redução de custos, redução de
tempo de ciclo na aquisição de produtos, aumento da flexibilidade, resposta rápida
ao cliente, melhor alcance de parcerias e segurança, são benefícios proporcionados
pela adoção do E-procurement no ambiente B2B nessa nova era da Banda Larga.
Saber como fazer um bom uso dessa ferramenta, entretanto, constitui um requisito
preponderante para a exeqüibilidade dos negócios eletrônicos.
      Deste modo, é possível observar que, uma vez aplicada de forma inteligente
no ambiente dos negócios, a tecnologia pode aumentar consideravelmente a
eficiência das empresas. Quando se trata de integração da cadeia de suprimentos,
por exemplo, todo investimento voltado para a área é desejável, pois só desta forma,
compartilhando informações competitivas, se pode haver resposta rápida e eficiente
para os clientes, bem como melhoria no nível de serviço. E é essa, definitivamente,
a função do E-procurement; conectar por meio da tecnologia moderna, a internet, os
membros de um sistema corporativo (B2B) da maneira mais eficiente e eficaz
possível.




REFERÊNCIAS


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48



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Internet. São Paulo: Atlas 2001.
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Convisint
Disponível em: <www.convisint.com > acesso: 03 de Dez. de 2008 às 23h40min.
Dicionário    de      Língua   Portuguesa    On     line     Priberam   Disponível   em:
<http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx> Acessado em: 29 de Out. de 2008 às
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Guia de Compra
49



Disponível em: <http://www.guiadecompra.com/e-procurement.php>
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Mercado Eletrônico
Disponível em: <www.me.com.br> Acesso em: 05 de Dez. às 19h38min.
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de Implementação no Brasil e no Mundo
Disponível em: <http://www.sargas.com.br/site/index.php?
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às12h25min.
Revista Istoé Online
Disponível em:
<http://www.terra.com.br/istoedinheiro/260/ecommerce/260_peca_faltava.htm>
Acesso em: 01 de Dez. de 2008 às 23h37min.
50

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  • 1. SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL CENTRO INTEGRADO DE MANUFATURA E TECNOLOGIA CURSO TÉCNICO EM LOGÍSTICA FABNA SILVA DE ALMEIDA E-COMMERCE: O PAPEL DO E-PROCUREMENT NO AMBIENTE B2B NA ERA DA BANDA LARGA NO BRASIL SALVADOR 2008
  • 2. FABNA SILVA DE ALMEIDA E-COMMERCE: O PAPEL DO E-PROCUREMENT NO AMBIENTE B2B NA ERA DA BANDA LARGA NO BRASIL Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao SENAI CIMATEC como requisito final para obtenção do título de Técnico em Logística. Orientadora: Vivian Manuela. SALVADOR 2008
  • 3. AGRADECIMENTOS Posição de honra àquele que me proporcionou o direito a vida, sem Ele nada seria possível. Porque dEle, por Ele, para Ele são todas as coisas. Obrigado, Senhor Deus, eu te amo. Ao meu pai, pela dedicação, preocupação, pela incessante disposição de ajuda todo o “diligenciamento” empregado durante esse processo. Obrigada pela paciência, você é um referencial em minha vida, eu te amo. A minha sweet mãe, a qual, através de todo o seu cuidado, me direcionou a um caminho de bem-estar físico e mental. Obrigada pelos sucos, pelas frutas de café-da-manhã e pelas massagens. Eu te amo. A melhor irmã do universo, pela compreensão, pela companhia, pela disposição em ajudar, pelo afeto sem o qual eu não posso viver. Obrigada pelos livros, por toda a ajuda de cunho digital e tecnológico e, principalmente, por todas as vezes que me cedeu o computador. Amo você. Ao meu irmão Fabson, pelas críticas construtivas, pelas opiniões e conhecimentos aplicados. Amo você. As protagonistas diárias do meu bom-humor, Quezia, Carol, Gislene, Tamires, Carla e Miriele. Vocês foram fundamentais para a constância da minha saúde mental e equilíbrio emocional. Obrigada por todos os artifícios empregados para me manter motivada e sempre otimista. Vocês são extraordinárias, amo todas vocês e suas peculiaridades. As afastadas pelo destino, mas amigas para toda a vida, Tamile, Patrícia, Bruna, Ednúbia, Jasiele, Laísa, Leilane, Miriane, Carina, Líliam, Paula, Mariana, Ívina, Lorena, Jerlândia, Rebeca, Paloma, Deisiane e toda a turma do 3º C 2007 do SESI Retiro de Salvador. Vocês representam uma parte importante de minha vida e, portanto, são responsáveis pela pessoa que eu sou hoje. Aonde quer que eu vá levo vocês comigo. Ao meu amigo brilhante Lailson por toda a paciência e genialidade aplicadas ao meu favor. Sua contribuição foi de extrema importância para um desfecho harmonioso. Só Deus será capaz de recompensá-lo a nível, que assim Ele o faça.
  • 4. Aos docentes Igor Souza e Vitório Donato pela nobre disposição e pelas direções oferecidas para esta obra. Continuem sendo esses profissionais tão fascinantes que vocês são. A minha orientadora Vivian Manuela e co-orientador, Roberto Ribeiro pelo apoio técnico, pela paciência e pelo incentivo. A toda a turma do CAI-TEC Logística 2007, a mais unida, empenhada, determinada e comprometida. Vocês me orgulham. Aos que já não estão mais conosco, parabéns, vocês fizeram suas escolhas, não há caminho certo ou errado, apenas aqueles que nos levam aonde queremos chegar. Ao meu professor de Inglês Diêgo, que suportou minhas preocupações com assuntos pertinentes a monografia durante as aulas e ainda não hesitou em ser útil de alguma forma. A minha classmate Girleane, que me escuta sempre com muita paciência e atenção. Obrigada por ouvir os meus problemas pela motivação. Também a todos os meus parceiros do book 5. Aos grupos de crianças e adolescentes da minha igreja pela compreensão da minha ausência nas atividades e pelas orações. Ao meu cunhado que me enviou um feedback do me trabalho. Obrigada pela força. Ao meu amigo Feruhz pela preservação da minha saúde psicológica. Afinal, conversar mantém-me viva e me faz bem. Obrigada por contribuir para o desenvolvimento da minha comunicação. À Moisés Barbosa pelo apoio no Inglês e a sua esposa Cíntia pela forma que me proporcionou e proporciona momentos agradáveis de descontração. Aos meus amigos virtuais Adee Amjad, Lucas, Eduardo, e Junaid pelo incentivo, pela manutenção do meu bom-humor, pela disposição em ajudar, e, principalmente, pelo exemplo de profissionais que vocês são. Aos artifícios tecnológicos que foram capazes de me auxiliar com eficiência no desenvolvimento desse trabalho; meu computador, meu mp4, minha conexão banda larga, meus programas de comunicação online e todas as demais vertentes da tecnologia que facilitam constantemente as atividades de minha vida. E enfim, a todos aqueles que exerceram algum tipo de influência para a realização desse trabalho, os meus sinceros agradecimentos.
  • 5. Aos meus pais, pelo exemplo de caminhada, lutas e conquistas que influenciam constantemente na minha incessante busca pelo sucesso.
  • 6. “Mas graças a Deus, que nos dá vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” (I Coríntios 15:57)
  • 7. RESUMO Este trabalho científico tem por objetivo mostrar a função da ferramenta E- procurement no ambiente dos negócios modernos (B2B) na nova era da Banda Larga no contexto do Brasil. A obra descreve os meios encontrados pelas empresas para a realização de transações através da internet, a partir da combinação de ferramentas gerenciais e otimização das atividades envolvidas na cadeia de suprimentos. Palavras-chave: Internet, E-commerce, B2B, E-procurement.
  • 8. ABSTRACT This scientific work aims to show the function of the E-procurement tool in the environment of modern business (B2B) in the new era of broadband in the context of Brazil. The work describes the means found by the companies for carrying out transactions trough the Internet, from a combination of management tools and optimization of the activities involved in the supply chain. Keywords: Internet, E-commerce, B2B, E-procurement.
  • 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Pilares da Supply Chain Management..............................................18 Figura 2: Sistema de Colaboração Via Internet...............................................21 Figura 3: Sistema da Internet Discada.............................................................24 Figura 4: Agentes e relacionamentos do Comércio Eletrônico........................28 Figura 5: Tipos de E-commerce B2B...............................................................33 Figura 6: Etapas de Pedido de Cotação I.........................................................35 Figura 7: Etapas de Pedido de Cotação II.......................................................36 Figura 8: Catálogo Eletrônico...........................................................................37
  • 10. LISTA DE GRÁFICOS/ TABELAS Gráfico 1: Internet Banda Larga no Brasil..................................................26 Tabela 1: Indicadores do Comércio Eletrônico...........................................28
  • 11. LISTA DE SIGLAS B2B: Business to Business ou Negócios entre Empresas B2C: Business to Consumer ou Negócios entre consumidor B2G: Business to Government ou Negócios entre Governo BBS: Boltim Board System ou Sistema de Boletim Eletrônico CE: Comércio Eletrônico CPFR: Collaborative Planning Forecasting and Replenishment, ou Planejamento Colaborativo de Vendas e Abastecimento DSP: Digital Signal Processor ou Sinal de Processamento Digital EDI: Eletronic Data Interchange ou Troca eletrônica de dados ERP: Enterprise Resource Planning ou Planejamento de Recursos do Empreendimento FTP: File Transfer Protocol, ou Protocolo de transferência de arquivos GED: Gerenciamento Eletrônico de Documentos IRC: Internet Relay Chat, protocolo de comunicação para bate-papo ISP: Internet Service Provide ou Provedor de Acesso à Internet MRO: Manutenção Reparo e Operações SCM: Supply Chain Management ou Gestão da Cadeia de Suprimenrtos TCP IP: Transmission Control Protocol/Internet Protocol ou Protocolo de Controle de transmissão/ Protocolo Internet VOD: Vídeo on Board, Placa de video imbutida XML: Extended Markup Language ou Linguagem de Marcação Estendida.
  • 12. SUMÁRIO RESUMO...................................................................................................................................7 ABSTRACT...............................................................................................................................8 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................12 2 Comunicação moderna e Logística: O caminho para o sucesso das organizações................14 2.1 O papel da Logística.......................................................................................................15 2.2 Comunicação X Cadeia de Suprimentos ........................................................................17 3 Da BBS à Banda Larga: A massificação da Internet no Brasil e os seus efeitos na sociedade 24 4 E-business e E-commerce: Os Protagonistas dos negócios modernos e seus coadjuvantes..27 5 B2B: Modalidades e Características .....................................................................................30 5.1 As facetas do E-procurement..........................................................................................33 5.2 Vantagens do E-procurement..........................................................................................39 5.3 Mix de Ferramentas........................................................................................................43 6 CONclusão.............................................................................................................................45
  • 13.
  • 14. 12 1 INTRODUÇÃO No cenário dos negócios modernos tanto o tempo, quanto a distância ganharam proporções maiores. A verdade é que a velocidade das transações tem aumentado e o papel das organizações também tem se expandido. Nesse contexto, a tecnologia tem oferecido um precioso elemento no mundo corporativo: a mobilidade, a qual proporciona aos profissionais a oportunidade de escolha de trabalharem dentro ou fora de seus escritórios, ou ainda utilizarem celulares, notebooks, acesso a internet, etc. Juntamente com o crescimento triunfante dessa tecnologia aplicada às transações comerciais, as conexões setoriais têm se tornado cada vez mais eficientes. Isto é, agora clientes, fornecedores e demais parceiros comerciais podem obter uma comunicação eficiente através da utilização de meios eletrônicos adequados. A internet, por exemplo, tem facilitado a vida de muitos empresários. Ela transmite uma rara sensação de ubiqüidade aos seus usuários, o que a torna uma ferramenta extremamente lucrativa no mundo empresarial. Através dela as empresas têm realizado freqüentemente diversas negociações online como reuniões, acordos, cotações, etc. Esse tipo de tecnologia é capaz de conectar locais excessivamente distantes geograficamente e oferecer as empresas vantagens consideráveis nas relações comerciais. A internet é, sem qualquer dúvida, uma das melhores ferramentas tecnológicas que se conhece, principalmente pelo seu potencial de gerar grandes negócios. No entanto, para o público em geral, existe ainda uma confusão sobre onde esta inovação nos levará. Porém, sabe-se que ela torna a vida das pessoas e das empresas mais cômoda e simples. (JÚNIOR, 2003) Com a chegada da Banda larga no Brasil, não só a massa populacional, mas também grande parte dos negócios corporativos passou a ser contemplada. O serviço de banda larga obtido hoje no país, sem dúvidas, ainda tem muito a evoluir e é dentro desta perspectiva promissora que as melhorias no ambiente B2B –
  • 15. 13 Business to Business ou Negócios entre Empresas – podem contribuir para o avanço glorioso da sociedade. Dentro do ambiente comercial eletrônico, as empresas buscam por meio de vários artifícios, construir relações sólidas com os seus parceiros. Gerenciar relacionamentos com fornecedores, clientes e demais parcerias comerciais não é uma tarefa simples, principalmente quando essa cadeia de atividades se trata de uma enorme teia transacional. Entretanto, através das alternativas tecnológicas como o E-procurement, as empresas têm apresentado melhorias satisfatórias. O E-procurement é uma modalidade do B2B que permite a aquisição de produtos e serviços entre empresas. Ele compreende todos os processos de compra, desde o requerimento do produto até o seu pagamento. Desta forma, compreende-se que os caminhos encontrados a partir do uso da TI – Tecnologia da Informação – como a internet e o E-procurement, dentro de uma visão holística, são diversos. Os critérios, portanto, para a escolha adequada do melhor método eletrônico deve ser de acordo com a realidade de cada empresa. Algumas organizações, entretanto, encontram dificuldades na implementação de determinadas ferramentas tecnológicas, isso geralmente devido a resistência de alguns funcionários, dúvidas quanto a questão da segurança, alto custo de implantação ou até incompatibilidade com os sistemas já existentes. Contudo, o E- procurement oferta aos seus usuários as vantagens de ser uma ferramenta segura, prática e eficiente, de forma que se torna uma alternativa viável para a realização das transações comerciais modernas.
  • 16. 14 2 COMUNICAÇÃO MODERNA E LOGÍSTICA: O CAMINHO PARA O SUCESSO DAS ORGANIZAÇÕES Comunicação é o ato da transmissão de informações de uma pessoa a outra (FERRARI, 1991). O termo comunicação vem do latim communis, que significa comum, ou comunidade, no sentido de troca de informações. No âmbito social, a comunicação desenvolve uma função também crucial para a transmissão de significados entre as pessoas de forma que haja uma integração entre as mesmas. Já sob os aspectos antropológicos da palavra, analisamos a comunicação como um veículo de transmissão de cultura ou fornecimento de bagagem cultural para cada indivíduo. O objetivo primordial da comunicação é a propagação de uma mensagem partindo de uma origem – emissor – e chegando a um destino – receptor. Entretanto, o que se entende por comunicação hoje é muito mais abrangente, afinal, já se é possível identificar diversos meios eficientes desenvolvidos para tal objetivo. É notável que todo ser humano apresenta em sua essência essa necessidade de interação com o mundo ao seu redor. Na pré-história ela era associada a questões de sobrevivência como a caça, perigos diversos, etc. Esse tipo de comunicação era direta, ou seja, de pessoa a pessoa. Contudo, isso começou a mudar a partir da criação de novos artifícios como a escrita, telegrafia, telefonia e outros meios de comunicação. Desde então, a humanidade só tem crescido cada vez mais e evoluído significantemente na criação de meios modernos para a disseminação fácil e rápida de informações. Um dos meios práticos e eficientes de comunicação atualmente tem sido a internet. A sua chegada no Brasil se deu por volta de 1993 e 1994 tendo como protagonista o chat via IRC1. Antes de sua vinda, o país utilizava em grande escala o sistema de conexão denominado BBS2. Hoje, com a internet já difundida na sociedade, não só pessoas físicas se beneficiam com seu uso, empresas diversas têm aderido cada vez mais a essa tecnologia e alcançado resultados satisfatórios. (www.abusar.org, 2008) 1 Protocolo de comunicação muito usado na internet onde permite a conversa em gupo ou particular através de canais ou salas de bate-papo. (www.abusar.org) 2 Um computador que aceita ligações de usuários externos e oferece serviços como troca de arquivos, correio eletrônico, chat, jogos e informações. (www.hospedenet.com.br)
  • 17. 15 A Internet tem otimizado o desempenho dos negócios comerciais nas organizações. Ela possui um papel fundamental na transformação do mundo econômico moderno. Essa sua importância encontra-se intimamente ligada a destruição das barreiras de comunicação e a construção de um ambiente econômico sem fronteiras. Desta forma, os mercados vão se tornando mais unificados e lucrativos, uma vez que a integração através das redes tem crescido consideravelmente, facilitando, agilizando e até, reduzindo custos nas relações entre empresas. De fato, as organizações ultimamente têm utilizado os sistemas web não mais como uma forma de garantir vantagem competitiva no mercado, elas buscam principalmente, a redução de custos e a perda de tempo nas atividades da cadeia de suprimentos. De acordo com a revista “Impactos no mundo online nos Negócios” (2003), a fácil disseminação do conhecimento atualmente assim também como a superação de obstáculos de monopólio de informações privilegiadas e, por conseguinte, a quebra da vantagem competitiva das empresas vem requerendo atitudes táticas dos empresários na utilização de sistemas online. Mesmo desta forma, os novos sistemas desenvolvidos a partir do uso da internet reduzem custos de comunicação, otimizam o relacionamento comercial trazendo ganhos de tempo e contextualizando o negócio com o novo sistema digital produzido. 2.1 O papel da Logística A logística pode apresentar diversas definições. A partir dos conceitos que lhe são atribuídos é possível descrevê-la como o elemento essencial para a integração das atividades e o desenvolvimento bem-sucedido das organizações. O sistema logístico engloba uma série de atividades que, segundo Ballou (2003), busca os mesmos fins: “providenciar bens ou serviços corretos no lugar certo, no tempo exato e na condição esperada com o menor custo possível”. Já Christopher (2000) a define como: Logística é um processo de gerenciar estrategicamente a obtenção, movimentação e estoques de matéria-prima, produtos semi-acabados e produtos finais (e o fluxo de informações relativas) através da organização de seus canais
  • 18. 16 de distribuição, de forma que as rentabilidades, atual e futura, sejam maximizadas através do cumprimento do custo efetivo das encomendas. Desta forma, a logística atual assume não só as atividades produtivas da empresa, mas também recebe a responsabilidade de manter-se integrada aos seus fornecedores e clientes. É nesse contexto que a comunicação exerce seu papel imprescindível. Em um ambiente vasto de atividades como movimentação e armazenagem, transporte e distribuição de produtos, gerenciamento de estoques, torna-se de fato, indispensável o compartilhamento de informações entre as etapas de cada processo. Para que toda a cadeia logística obtenha um desempenho satisfatório, torna- se preponderante o fluxo de dados entre os setores constantemente. Os elos construídos pelas trocas de informações durante as atividades proporcionarão resultados seguros, confiáveis e essenciais para o gerenciamento da Supply Chain3. Segundo Rocha (2008), um sistema logístico eficiente e eficaz significa um melhor padrão de vida, pois ajuda a reduzir os custos logísticos. O autor classifica ainda, os sistemas logísticos em quatro subsistemas: • Informações; • Suprimento; • Produção; • Distribuição Física. Paulo Cesar afirma ser a distribuição física o sistema mais incluído nos estudos logísticos até hoje. Entretanto, é de suma importância ressaltar que a obtenção, tratamento e a circulação de dados num sistema logístico são essenciais para o seu funcionamento, afinal, todas as demais atividades podem falhar uma vez que as informações não sejam bem administradas. Para Carvalho (2006) A logística deixou de ser apenas distribuição física ou gerenciamento de materiais e suprimentos, como era anteriormente. Ela, porém, engloba todos esses conceitos e ainda a informação que realiza conexões entre as atividades da cadeia para um gerenciamento de sucesso. O autor ainda considera a logística como “uma filosofia ou uma aproximação à gestão de empresas”. 3 Termo usado para se referir a Cadeia de Suprimentos.
  • 19. 17 As atividades e parceiros, portanto, que fazem parte da cadeia produtiva de uma empresa deve estar conectada para gerar eficiência e progresso. 2.2 Comunicação X Cadeia de Suprimentos A então conhecida como SCM (Supply Chain Management) envolve uma série de atividades que devem ser coordenadas da melhor forma possível, de modo que conduzam a empresa ao sucesso. Dentre as diversas definições atribuídas a SCM a do Concil of Logistics Management a conceitua como: A parte do processo de cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla o fluxo de estocagem eficiente e eficaz de produtos, serviços e informações relacionadas a partir do ponto de origem até o ponto de consumo visando atender os requisitos do cliente. (Concil of Logistics Management apud Rocha 2008) Assim como a logística, a SCM assume um conceito de integração de todas as partes. Segundo o Global Supply Chain Forum apud Edson Carillo Júnior, “A integração dos processos de negócios do usuário final até os fornecedores iniciais, serviços e informações que agregam valor ao cliente.” Partindo dos conceitos obtidos acima, nota-se que a SCM e a logística andam “de mãos dadas”. A SCM além de unir setores como suprimentos, produção e logística, envolve ainda, um conceito disciplinar no que diz respeito a campos de marketing, logística e comportamento organizacional. Onde há realmente integração numa cadeia de abastecimento, percebe-se um comprometimento marcante entre todos os seus integrantes. É também característica da SCM e da logística integrada a efetividade dos fluxos de recursos (materiais, informações e finanças), visando agregar valor ao cliente. A SCM atual é fundamentada em cinco principais pilares como mostra a ilustração abaixo:
  • 20. 18 Figura 1: Pilares da Supply Chain Management – Fonte: Carillo Junior, 2003 p. 23 O gerenciamento do relacionamento com os parceiros é um fator extremante importante na cadeia de suprimentos logística. Não é possível desenvolver boas negociações sem uma boa relação desenvolvida com seus parceiros comerciais. Da mesma forma o gerenciamento do fluxo de materiais. Sem uma coordenação estratégica dos bens, a produção certamente falha, o setor de produção é de grande importância para qualquer organização, ela garante, ou ao menos deve garantir que a corporação esteja sempre obtendo o retorno dos investimentos. O terceiro pilar trata do gerenciamento das informações de forma que, a sinergia entre os sistemas de informação implantados e a reestruturação dos processos caracteriza um elemento muito importante na supply chain. Entretanto, apenas investir em TI para alcançar soluções de fluxo de informação numa empresa não é suficiente. A Tecnologia da Informação constitui apenas uma das opções em que se pode utilizar para tal finalidade. Atualmente, o que é possível perceber é que a troca de informações entre fornecedores e empresas clientes tem sido a principal necessidade para uma supply chain eficiente. Isto é, desenvolver conhecimento sobre o seu cliente e as suas necessidades torna-se indispensável para o processo.
  • 21. 19 No fluxo financeiro deve-se prezar por ferramentas de análises econômicas e gestão de finanças de forma a garantir sua rentabilidade e permanência no mercado. Afinal, lucratividade é o objetivo de qualquer organização. O gerenciamento de pessoas tem o papel de assegurar que todos envolvidos nas atividades, direta ou indiretamente, estarão comprometidos a fazer o seu melhor para o sucesso da empresa. É importante quebrar paradigmas, inovar, compartilhar idéias, enfim, a organização dependerá completamente do empenho e motivação dos funcionários, parceiros e colaboradores em geral. Há uma característica, porém, que se aplica a todos os pilares da cadeia: A comunicação. A troca de informações é crucial em qualquer atividade. Não há realização de processo algum sem a devida comunicação necessária. A comunicação permite a conexão das partes, a integração das informações, objetivos, projetos, execução de tarefas, etc., ou seja, ela está presente em absolutamente tudo. Desde a aquisição de matéria-prima, produção, gerenciamento de estoques, pessoas, materiais, tarefas, armazenamento, vendas, relacionamento com fornecedores e clientes. Não é possível pensar em logística e SCM sem associá-los a comunicação. Deste modo, observa-se que a SCM tem se adaptado a essas novas práticas de comunicação. A internet tem transcendido os problemas de comunicação que a tem dificultado. Através dos portais web a troca de informações entre empresas- fornecedoras e empresas-clientes tem se tornado mais fácil. E assim, as corporações têm buscado cada vez mais utilizar meios de otimizar os fluxos de produtos e informações através da supply chain. Com a fácil comunicação promovida pela internet tanto grandes como pequenas e médias empresas tem se beneficiado grandemente e melhorado os seus níveis de serviço. A cadeia de abastecimento já passou por uma realidade muito diferente da que vive hoje. Há um tempo as empresas tentavam garantir sua vantagem competitiva através da extensão de suas capacidades, isto é, realizavam tarefas que geram valor em seus ambientes internos. Nesse período as informações estavam sempre ao alcance das organizações, de forma que, as suas distribuições eram sempre realizadas pelas próprias companhias. Isso, porém, fazia da comunicação pouco eficiente e pouco freqüente.
  • 22. 20 Atualmente temos um cenário completamente oposto. As cadeias de suprimentos agora são incumbidas de criar valor, podendo assim identificar novos parceiros e melhorar todo o sistema de gerenciamento de bens e atividades, agilizando processos desde, por exemplo, a aquisição de matéria-prima até o transporte de produtos acabados para os clientes. Com a utilização da internet para a otimização das atividades nas cadeias, a integração tem sido eficiente entre os demais sistemas atuais de comunicação desenvolvidos e utilizados pelas empresas. Dentro da cadeia de abastecimento encontramos ainda uma importante ferramenta que vem sendo utilizada em grande escala pelas empresas: O CPFR (Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment). Ela possibilita o intercâmbio de informações durante todos processos da cadeia tornando-a mais eficiente. Ou seja, a filosofia CPFR realiza uma comunicação bem estruturada de forma que consegue conectar com eficácia todos os elos da cadeia. Segundo Martin Christopher numa entrevista a revista Logística em Maio de 2008, as práticas iniciais do CPFR têm obtido bons resultados, tanto para o comprador, quanto para o fornecedor, além de permitir uma redução de estoques, também tem aumentado as vendas. A internet tem funcionado como um meio auxiliador para a integração de sistemas dentro das cadeias de suprimentos. Os sistemas colaborativos via web são encarregados de realizar a troca de informações, facilitando o controle e a comunicação envolvida nos processos. Eles possibilitam tanto a transmissão de mensagens de forma síncrona (em tempo real) e assíncrona (em tempos diferentes), como podemos notar na figura a seguir:
  • 23. 21 Figura 2 – Sistema de Colaboração Via Internet Fonte: www.sargas.com.br A cadeia de abastecimento tem sido fortemente impactada com a utilização da internet na integração de seus parceiros. Apesar de práticas colaborativas entre aliados já serem comuns há algum tempo, com a aplicação da Internet para aprimorar essas relações entre parceiros confiáveis de negócio, essa nova combinação, também conhecida como “comércio colaborativo da cadeia de abastecimento” tem encarado o desafio de fomentar a comunicação a qualquer momento e em qualquer lugar. Carillo Júnior et. al. (2003) ainda ressalta que através do serviço da Internet torna-se exeqüível o compartilhamento de dados, formulações, previsões, questionamentos de clientes, embarques, informação promocional e qualquer outro processo que é normalmente escrito. Segundo o autor, “O intercâmbio pode ser global, 24x7x3654, com acuracidade 100%”. É possível apontar diversos benefícios decorrentes do uso dessa ferramenta digital. As empresas podem reduzir o tempo de processamento de pedidos, dispensar atividades como melhoramento de da 4 Termo usado pelo autor para se referir a 24 horas por dia, 7 dias por semana e 365 dias no ano.
  • 24. 22 comunicação empresariais, realização de correções e espera de aprovações, aumentar o alcance até o consumidor final, etc. Os cinco benefícios-chave destacado por Carillo Júnior et al. (2003) são: • Economia de custo; • Redução de tempo de ciclo; • Melhoria de qualidade e acuracidade; • Visibilidade aguçada dos dados; • Maior produtividade de ativos. O autor declara ainda que, A internet é a ferramenta ideal para trabalhar externamente com empresas em qualquer lado da cadeia de abastecimento, o veículo perfeito para uma colaboração mais rápida e mais profunda, de forma que você possa focalizar a satisfação de grupos consumidores - alvo. Um estudo realizado pela empresa de consultoria americana Pittiglio Rabin Todd & McGrath PRTM, citado pela revista “Impacto do mundo online nos negócios” (2003), indica que a cadeia produtiva de uma organização pode conseguir uma economia média de 7% a depender de sua gestão efetiva. Também através da gestão, diz o estudo, as corporações podem diminuir em até 60% o tempo ou volume de estoques, exigindo conseqüentemente, um investimento menor para esse setor. Existem alguns indícios que denunciam imediatamente quando não há integração entre os membros da cadeia produtiva. Uma empresa que atende diretamente ao consumidor final, por exemplo, quando não possui disponibilidade de um determinado produto demonstra a sua pouca eficiência na relação com seu fornecedor. Esta situação deve ser evitada ao máximo, pois, uma vez que o cliente não encontra o que procura a sua credibilidade com a empresa é afetada ao tempo em que se direciona automaticamente a um concorrente. Os negócios dependem em grande parte da cadeia de abastecimento. Sem um gerenciamento estratégico adequado dos materiais, atividades e informações, não há crescimento e lucratividade na empresa. Além disso, torna-se imprescindível que haja habilidade da parte do gestor para conduzir as operações de forma mais
  • 25. 23 eficiente, driblando as dificuldades encontradas no processo e desenvolvendo novas técnicas de ataque para manter a posição privilegiada no jogo do mercado. Carillo Júnior et al. (2003) salienta ainda que atualmente, com o crescimento das atividades cada vez mais centralizado – em aspectos geográficos e abrangência de um grupo maior – “a vantagem competitiva provavelmente passará de ‘produtividade na produção’ para ‘produtividade na logística’”. Com a necessidade cada vez maior de gerir efetivamente uma série de atividades dentro da Supply Chain, a internet tem sido a grande figura que viabiliza esse processo. “A internet poderia ser vista como a base para alguns impressionantes ganhos de produtividade no gerenciamento da cadeia de abastecimento”. (Carillo 2003)
  • 26. 24 3 DA BBS À BANDA LARGA: A MASSIFICAÇÃO DA INTERNET NO BRASIL E OS SEUS EFEITOS NA SOCIEDADE O advento da internet no Brasil se deu em meados de 1993 e 1994. Antes da chegada marcante dessa ferramenta que mudou o estilo de vida da sociedade brasileira, o que se utilizava largamente era um sistema de comunicação através do telefone, fax e um acesso muito mais lento a internet através da conexão discada5. Os primeiros provedores começaram a chegar no Brasil, inicialmente em Pernambuco e São Paulo, substituindo então a velha BBS pelo uso da Internet. Esses novos modelos de conexão através de provedores ou ISP’s6 eram realizados a partir o uso do mesmo tipo de modem usado para conexões via BBS, a diferença é que, nesta nova conexão torna-se necessário uma série de protocolos TCP IP que são utilizados como sistema de linguagem adotado na comunicação através de via Internet. Na figura 3 abaixo encontra-se a arquitetura de um sistema de Internet discada: Figura 3: Sistema da Internet Discada – Fonte: Romulo Cholewa, 2002 www.abusar.org 5 Conexão que usa linha telefônica para se ligar a uma rede de computadores. Possui uma velocidade relativamente baixa quando comparada a banda larga. 6 Internet Service Provids, ou Provedor de Serviço Internet, atua em conjunto com a estrutura do Backbone para oferecer acesso a Internet. (www.abusar.org)
  • 27. 25 A internet discada possuía características como: • Velocidade de aproximadamente 28.800 Kbps7 (o que era até proporcional, visto que a maioria dos sites naquela época ainda era simples e leve); • Provedor se dividia em duas partes: companhia telefônica e Backbone8; • Disposição de sites, home pages, emails, serviços de FTP9, jogos online, etc. Do final de 1998 para 1999 o Brasil vivenciou um grande investimento da parte de empresas estrangeiras. Novos chips DSP10 passaram a permitir uma velocidade de provedor de até 64 Kbps e os investimentos em ISPs facilitou o acesso aumentando a oferta dos provedores. Assim, as primeiras bandas de VOD (Vídeo On Demand) para a comunicação de dados com o ADSL (Asymmetrical Digital Subscriber Line, ou, Linha Digital Assimétrica para Assinante) começaram a surgir no país. Assinantes da Telebahia começaram a fazer testes com o ADSL através de equipamentos da NEC11. Os provedores de acesso a internet no Brasil foram criados e se tornaram obrigatórios12 com a finalidade de impedir que os usuários de internet discada se conectassem diretamente ao backbone da Embratel, pois, se isso acontecesse, haveria então uma comunicação de dados, de forma que, as tarifas seriam de acordo com a TBCD – Tarifa Básica de Comunicação de Dados, acessado pelo código não-geográfico. Sendo assim, um novo sistema fora empregado, onde os usuários de conexão discada deveriam conectar-se às redes dos PSCI (Provedor de Serviço de Conexão Internet) e os valores deveriam se basear na linha fixa através da TBSL – Tarifa Básica do Serviço Local. Até hoje não se chegou a um consenso a respeito do que é, de fato, um serviço de banda larga. Alguns países levam em consideração a tecnologia utilizada (há ADSLs de 64 kbps) e outros levam em conta a velocidade da conexão. 7 Termo usado na informática para indicar a velocidade em Kilo Bites por Segundos. 8 Conjunto de equipamentos que conecta o provedor à grande rede de Internet. (www.abusar.org) 9 Protocolo de comunicação de computadores entre si, que propicia a transferência de um arquivo localizado em um deles para o outro computador requisitante. (SENAI-DN, 2003) 10 Sinal de Processamento Digital. 11 Empresa de Tecnologia da Informação e Comunicação brasileira. (www.abusar.org) 12 De acordo com a Portaria 148/95 do Minicom. (www.abusar.org)
  • 28. 26 Uma definição aproximada seria: Conexão à rede com capacidade acima daquela conseguida, usualmente, em conexão discada via sistema telefônico. Não há uma definição de métrica de banda larga que seja aceita por todos mas é comum que conexões em banda larga sejam permanentes e não comutadas como as conexões discadas. Mede-se a banda em bps (bits por segundo) ou seus múltiplos, Kbps e Mbps. Banda larga, usualmente, compreende conexões com mais de 100 Kbps, porém esse limite é muito variável de país para país e de serviço para serviço. Geralmente banda larga se refere às conexões diferentes da conexão discada. Baseando-se nessa definição, é possível considerar a conexão a primeira banda larga, a conexão fornecida pela Link Express, em 1998. Desde então, a internet só tem se espalhado e atingido novos públicos, tornando-se, indiscutivelmente, um elemento de grande influência na vida dos brasileiros. O gráfico abaixo ilustra de forma geral o crescimento da banda larga no Brasil. Gráfico 1 – Internet Banda Larga no Brasil – Fonte: www.idec.org.br
  • 29. 27 4 E-BUSINESS E E-COMMERCE: OS PROTAGONISTAS DOS NEGÓCIOS MODERNOS E SEUS COADJUVANTES Atualmente pode-se definir E-business (EB) e E-commerce (EC) de diversas maneiras. Ainda existem algumas controvérsias, mas dentre os conceitos atribuídos, Carillo Júnior et al. (2003) define e os diferencia: • E-business: Uso das tecnologias da Internet no local de trabalho tanto internamente, dentro da corporação, quanto externamente, entre a corporação, seus parceiros de negócios e seus clientes. • E-commerce: Uso especializado dessas ferramentas para melhorar a eficiência e eficácia das transações de e-commerce. Alberto Luiz Albertin apud Bárbara Virgínia Figueredo da Silva (2004, pag. 85), afirma que “EC é a realização de alguma transação ou evento, sendo que a infra-estrutura, mais geral e ampla, necessária para que estas transações possam ocorrer denomina-se mercado eletrônico, ou ainda como Negócios na Era Digital”. Já o EB é considerado por Franco Júnior (2001, pag. 16), a partir dos conceitos da IBM como: [...] Uma forma segura, flexível e integrada de fornecer um valor diferenciado na gestão administrativa pela combinação de sistemas e processos para a administração e funcionamento de operações centrais, de forma simples e eficiente, alavancada pela aplicação de tecnologia da Internet. Ou seja, para Franco Júnior “o E-commerce é a parte visível do E-business.” É possível mencionar também o conceito de Turban e King (2004) onde definem o EC como “o processo de compra, venda e troca de produtos, serviços e informações por redes de computadores ou pela internet”. O EB pode ser traduzido como “Negócio Eletrônico”, isto é, através do uso de Sistemas de Informações ele proporciona a realização dos processos de negociação. O EC por sua vez, corresponde a utilização de meios eletrônicos com a finalidade de proporcionar os processos de compra e venda de produtos. De acordo com suas finalidades e características o EC pode ser classificado em B2B, B2C e B2G, onde tem como principais personagens envolvidos: as
  • 30. 28 empresas (Business), os consumidores finais (Consumer) e os governos (Government), como mostra a figura abaixo: Figura 4 – Agentes e relacionamentos do Comércio Eletrônico Fonte Virgínia Silva, 2007 Atualmente, os relacionamentos mais conhecidos são o B2B e o B2C. O B2C, que, de forma contracta no Inglês quer dizer Business-to-Consumer, representa a compra de produtos através da Internet de forma direta, ou seja, das empresas pelos consumidores. O relacionamento B2B caracteriza transações desempenhadas entre empresas através do Comércio Eletrônico. Apesar de menos divulgada, esta forma de negociação tem movimentado bilhões no meio corporativo, como ilustra a tabela 1 a seguir: Dados Globais 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 E-commerce (US$ bi) 130 282 516 1167 1845 3365 5030 B2B (US$ bi) 110 210 365 916 1420 2800 4300 B2C (US$ bi) 20 72 152 251 425 565 730 Dados USA 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 E-commerce (US$ bi) 58 161 304 557 819 1266 1842 B2B (US$ bi) 41,7 122,7 253,8 482 721 1139,2 1686 B2C (US$ bi) 16,3 38,3 49,8 75 97,5 126,8 155,6 Dados América 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 Latina E-commerce (US$ bi) 0,6 1,5 3,3 8,8 17,0 29,3 45,1 B2B (US$ bi) 0,4 0,9 2,9 6,5 12,5 21,5 33,1 B2C (US$ bi) 0,2 0,5 1,3 2,3 4,5 7,8 12 Dados Brasil 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 E-commerce (US$ bi) 0,2 0,6 2,1 5,1 8,7 13,5 21,9 B2B (US$ bi) 36,5 42,1 47,6 54,2 B2G (US$ bi) 1,2 2,6 5,3 8,4 B2C (US$ bi) 0,1 0,3 0,5 1,4 1,7 2,0 2,4
  • 31. 29 Tabela 1 – Indicadores do Comércio Eletrônico Fonte: Extraído de E-consulting Group (2004) apud Silva (2007) O uso de inovações tecnológicas para o aprimoramento das atividades desenvolvidas nas empresas tem tornado-as cada vez mais eficientes e competitivas, isto é, ao passo em que os clientes modernos vão se tornando mais exigentes e específicos em seus desejos de compra, maior é a necessidade da empresa de criar artifícios como tal para satisfazê-los e mantê-los fiéis sem deixar de conquistar novos públicos. Para isso, torna-se indispensável, não só o desenvolvimento de um produto de qualidade, que corresponda, ou ainda, supere as expectativas desses clientes, mas também a adoção de diversas medidas de caráter tecnológico, as quais também possam facilitar a colaboração com os seus parceiros, bem como a vantagem em relação aos concorrentes. Hoje implementações tecnológicas representam um fator preponderante para o êxito das organizações. Ferramentas vinculadas ao B2B, por exemplo, podem ser consideradas, hoje, muito viáveis. Sistemas de comunicação e suprimentos como ERP13– Enterprise Resource Planning – e EDI14– Eletronic Data Interchange – isoladamente podem ser insuficientes para administrar tantos processos envolvidos nos negócios organizacionais. Contudo, alguns artifícios atuais do B2B já são utilizados como meio de integração entre esses sistemas de gerenciamento empresarial, é o caso, por exemplo, do E-procurement, que será explanado a seguir. Contudo, o maior desafio do B2B atualmente tem sido proporcionar segurança e confiabilidade para os seus usuários. Muitos empresários e consumidores têm deixado de melhorar os seus processos de comunicação, compra e outras negociações em geral, por conta da falta de confiança nos sistemas disponíveis através da Internet. A revista Tecnologística em sua reportagem sobre e-commerce em Junho de 2005 divulga a pesquisa realizada pela Associação Brasileira de E-business onde aponta a falta de hábito e a questão da segurança como os protagonistas da inibição a compra eletrônica. De acordo com a pesquisa, 49% das empresas entrevistadas 13 Sistema informatizado de gestão da empresa que integra todas as etapas do negócio, incluindo o planejamento, finanças, produções, vendas e marketing. Além disso, pode englobar funções como Contabilidade, Folha de Pagamentos, Controle de Estoque, etc. Como exemplo, pode-se citar o Oracle, SAP, Datasul-SEM, etc. (SENAI-DN, 2003) 14 Transferência eletrônica de dados entre empresas distintas usando redes, tais como a internet. (SENAI-DN, 2003)
  • 32. 30 deixavam de realizar vendas via internet devido à resistência dos clientes no abandono de antigos costumes. Havia ainda, segundo a revista, algumas empresas que possuíam clientes cujas compras eram em grandes quantidades, mas estes somados eram poucos. Esse fator também contribuiu para o recuo das empresas no momento da decisão por negócios online. Hoje em dia, entretanto, as empresas já têm ultrapassado diversas barreiras e resistências em relação ao mundo virtual. A segurança, por exemplo, já tem melhorado bastante através de ferramentas como o E-procurement, o que, conseqüentemente tem trazido mais confiabilidade para os clientes. (Silva, 2007) 5 B2B: MODALIDADES E CARACTERÍSTICAS Business to Business é o tipo de comércio eletrônico utilizado entre empresas onde se substitui as operações físicas de negociação comercial e possibilita-se, através da internet ou do uso de redes privadas compartilhadas entre parceiros de
  • 33. 31 negócios, transações de compra e venda, de informações, de produtos e de serviços. Em linhas gerais, as relações B2B são efetuadas entre empresas- fornecedoras e empresas-clientes. Estas são possíveis através de portais na web. A partir de então, pode-se apontar alguns principais grupos de portais B2B: • Portais para colaboradores (intranet) – são portais usados pelas empresas para o desenvolvimento da comunicação interna através de redes restritas aos seus colaboradores, permitindo o acesso a um conjunto de recursos disponíveis na rede dessas empresas. A partir destes portais torna-se possível a união dos colaboradores, seja qual for o local físico em que estejam, superando, desta forma, as barreiras geográficas que os distanciem e impeçam o fluxo de informações ; • Portais para parceiros (extranet) – são portais em que se desenvolvem as relações entre empresas (B2B) ou relações que são mantidas entre uma empresa específica e outras desejadas no negócio. Sendo assim, as empresas são unidas aos seus parceiros através de redes via internet, onde o objetivo é promover a troca de informações e a colaboração. Dentro do ambiente extranet percebemos ainda a presença de duas classificações B2B:  Buy side (Lado do comprador): É o tipo de portal desenvolvido pela própria empresa compradora, a fim de atrair fornecedores para o seu negócio.  Sell side (Lado do vendedor): É o tipo de portal desenvolvido pela própria empresa vendedora, a fim de atrair compradores para o seu negócio. • Portais de terceiros, e-marketplaces ou bolsas – são áreas de suporte que proporcionam a união de várias organizações compradoras e vendedoras. A negociação de produtos – bens e serviços – é realizada através da Internet por empresas especializadas em B2B, e nesse ambiente em que se encontram compradores e fornecedores diversos, ela
  • 34. 32 ajuda nos processos da compra online. (Carvalho, 2006) Os e- marketplaces podem ainda ser subdivididos em dois grupos:  Verticais: “São portais que servem a um setor vertical específico, como energia, hoteleiro [...]. Mercados verticais automatizam cadeias verticais de suprimentos”. (Kalakota e Robinson 2002)  Horizontais: São portais que não são exclusivos de um único setor. Eles buscam agregar compradores de diversas indústrias que procurem produtos com características semelhantes ou não, como materiais de MRO (Manutenção Reparo e Operações), por exemplo. Nesse modelo de transação, as compras realizadas pelas empresas podem ser em conjunto valendo-se do e-marketplace. • Comércio Colaborativo ou C-commerce: “Refere-se à utilização de tecnologias digitais que habilitam as empresas a planejar, projetar, desenvolver, pesquisar e gerenciar produtos, serviços e aplicações inovadoras de CE15 colaborativamente”. (Turban e King 2004) A figura a seguir ilustra as formas de B2B mais conhecidas atualmente: 15 Termo utilizado pelo autor para se referir ao Comércio Eletrônico.
  • 35. 33 Figura 5 – Tipos de E-commerce B2B Fonte: Turban e King (2004) O B2B tem obtido resultados satisfatórios constatados a partir de sua implementação em empresas internacionais. Ele tem agido de forma conjunta com outros diversos fatores. A partir de seu uso, tem se tornado possível melhorar o nível de eficiência de comunicação das empresas, o que conseqüentemente tem favorecido a integração entre as atividades, colaboradores e clientes, e ainda, reduzido os custos de transações de compras com fornecedores. É possível citar, por exemplo, os laboratórios da Abbot, nos Estados Unidos, que, antes de implementar um sistema de compras B2B, pagava-se 2 a 3 mil dólares a mais pelos mesmos insumos. Já com a adoção do novo sistema, a organização obteve uma economia de 9 milhões de dólares, tudo graças ao compartilhamento eficiente das informações. (Reed, 2000 apud Antônio Galvão Novaes, 2001) Em comparação com outros softwares que também têm por finalidade a integração das informações entre os processos na cadeia de abastecimento, podemos observar que o B2B obtém vantagens em diversos aspectos. Se considerarmos, por exemplo, o EDI podemos notar que, além de cara, ainda é fechada e exclusiva, ou seja, tende a ser utilizada por grandes empresas compradoras nas relações comerciais com seus fornecedores de maior porte. (Carvalho, 2006) 5.1 As facetas do E-procurement O termo E-procurement representa a utilização de sistemas eletrônicos na descrição de todas as etapas envolvidas no processo de compra, desde o
  • 36. 34 requerimento do produto até o seu pagamento. Ele também tem a função de adquirir informações úteis, através da internet para a administração da empresa. Além de propiciar melhores formas de negociação via web, essa prestativa ferramenta ainda possibilita, por exemplo, a otimização do tempo dos clientes através da diminuição dos processos operacionais com as novas práticas de cotação eletrônica. Outrora a comunicação via empresas era muito mais trabalhosa e burocrática, o que fazia com que perdessem muito tempo na execução de determinadas atividades. Os preços dos orçamentos, por exemplo, eram todos digitados e expedidos via Fax ou e-mail, o que é conhecido como cotação convencional. Até hoje ainda se pode encontrar esse tipo de prática em algumas empresas, entretanto, com o advento da cotação eletrônica, cada vez mais empresas têm aderido ao E- procurement, além do tempo, elas têm ganhado nas questões de custo e segurança. Com o crescimento significativo do B2B no cenário atual, os executivos têm buscado nessa peça chave vantagens para conduzir os seus negócios e, de fato, as têm encontrado. Carillo Júnior et al. (2003) aponta o E-procurement como uma alternativa, por exemplo, para as compras de materiais indiretos. Ele afirma que os E-procurements “amadureceram”, e compradores e vendedores agora negociam de forma totalmente automatizada através da internet. Há dois tipos de materiais que fazem parte das negociações relacionadas ao uso do E-procurement: • Materiais diretos: São aqueles diretamente ligados a produção; insumos e matérias-primas. É comum possuírem um alto valor agregado, entretanto, não geram muitos ciclos de compra. • Materiais indiretos: São aqueles que servem de suporte para a produção. Também chamados de MRO (Manutenção Reparo e Operações), não possuem um alto valor agregado, contudo, como são essenciais para a produção, são utilizados com freqüência e em grande quantidade. Como por exemplo, os materiais de escritório, entre outros. (Silva, 2007)
  • 37. 35 Os E-procurements também se encontram relacionados a outras ferramentas utilizadas, como: cotação eletrônica, diligenciamento, leilões, catálogos, gestão de contrato, espelho de nota fiscal e consórcios de compras. (Silva, 2007) A RFQ16, como também é chamada a cotação eletrônica, refere-se à cotação de compra enviada por empresas compradoras para empresas fornecedoras via internet. Há dois modos em que esta ferramenta pode ser usada; dentro dos portais, ou com o auxílio do ERP dos compradores. Podemos citar como vantagem da cotação eletrônica a economia do tempo através da redução do trabalho operacional no que diz respeito às atividades intrínsecas aos processos de aquisição. As figuras 6 e 7 a seguir demonstram como funciona o sistema de RFQ eletrônica: Figura 6 – Etapas de Pedido de Cotação I Fonte: www.me.com.br 16 Sigla derivada do inglês Request For Quotation; pedido ou solução de cotação. (Silva, 2007)
  • 38. 36 Figura 7 – Etapas de Pedido de Cotação II Fonte: www.me.com.br O termo diligenciamento refere-se ao ato de fazer follow up17 de produtos. Ele está diretamente ligado ao RFQ, uma vez que o acompanhamento será em torno da cotação de um produto. Dentro da esfera do E-procument, já existem portais especializados para desempenhar tal atividade. Esses serviços de acompanhamento monitoram operações como recebimento de pedido de cotação pelos fornecedores, entrega de propostas no prazo, etc. O diligenciamento também pode ser realizado após a entrega do produto ao cliente, ou seja, tanto o produto adquirido através de cotação eletrônica, quanto o adquirido de forma tradicional, pode participar desse processo. Outro personagem também relacionado às práticas do E-procurement é o Leilão Eletrônico, o qual é também classificado em direto e reverso. Os leilões Diretos são caracterizados pelas vendas através dos portais, onde a empresa vendedora oferece o produto e vence quem exibe a melhor proposta de compra. Essa modalidade destaca-se por permitir a obtenção de cotações de diferentes partes do mundo. Os leilões reversos são exatamente ao contrário, neste caso os compradores, que necessitam do produto, são os que exibem suas preferências de aquisições e então obtêm as propostas dos fornecedores durante um determinado período. Estes possuem algumas regras dentro das suas diversas modalidades. O fato de geralmente possuírem uma curta duração, não excedendo o tempo de uma hora, por exemplo. Há ainda outra consideração importante a respeito dos leilões eletrônicos no que diz respeito a sua aplicabilidade. Isto é, pelo fato de existir possibilidade de a requisição e a entrega não se corresponderem efetivamente, os leilões tornam-se 17 Expressão inglesa que é usada tecnicamente em Português com o sentido de ‘acompanhamento’.
  • 39. 37 viáveis apenas para produtos em quantidade, com alto grau de padronização, organizados em grandes lotes. Desta forma, depreende-se que, os itens envolvidos nesse tipo de negociação se apresentam semelhantes a comodities18 fazendo com que o fator essencial para a escolha do cliente seja, de fato, o menor preço. Os catálogos também descrevem um meio útil num sistema de E- procurement. Neste tipo de transação uma lista de produtos é construída para que o funcionário de uma determinada organização possa observá-la e, de acordo com as características referentes ao produto desejado, incluindo suas condições comerciais, seja adquirido. Neste caso, especifica-se no contrato comercial que não há necessidade de intervenção do setor de suprimentos da companhia para a realização desses processos de aquisição. Conforme mostra a figura 8 abaixo: Figura 8 – Catálogo Eletrônico Fonte: www.me.com.br Há, porém, um detalhe que pode ser considerado contraproducente em relação aos catálogos. Quando eles são desenvolvidos pelos próprios sites dos fornecedores, a depender da forma de disposição dos produtos, podem levar o requerente a despender muito tempo acessando páginas para compor toda a sua lista de compras. Como alternativa de integração e melhoramento do processo pode-se ter uma união dos vários catálogos em um só portal, através de um sistema 18 Produtos que possuem pouca ou nenhuma diferenciação. Normalmente são cotados em bolsas de mercadorias, que definem seus preços. (Silva, 2007)
  • 40. 38 ERP ou Intranet da empresa, contudo, isso pode não ser tão recomendável, uma vez que se torna mais custoso e exige um maior tempo de implementação. Outra alternativa também para a realização de negócios online tem sido a Gestão de Contratos, o qual busca simplificar a cadeia de suprimentos através da integração de compradores e fornecedores por meio do sistema EDI. A depender do tipo de contrato de fornecimento realizado entre as partes, o controle do estoque pode passar a ser realizado pelo fornecedor. Daí em diante o papel do fornecedor será suprir automaticamente as necessidades da sua empresa cliente, ou seja, todo o material de ressuprimento automático19 passa a ser responsabilidade do fornecedor. Dentro dessa intensa e atual busca pela simplificação dos processos de compra, conseguir entregar o produto o mais próximo possível das especificações do cliente tem sido o desafio que métodos como a cópia da “Nota Fiscal” têm buscado alcançar. O envio da cópia da nota fiscal ao cliente ocorre antes do embarque da mercadoria e permite que haja um procedimento preventivo a possíveis complicações que venham estender o processo de aquisição do produto. É possível apontar, finalmente, os Consórcios de Compras, onde as empresas buscam realizar compras eletrônicas em conjunto. Nessa modalidade de negociação as empresas, muitas vezes, constroem alianças com suas concorrentes. É possível apontar, por exemplo, o maior portal de compras automotivo∗, que é composto por grandes companhias automobilísticas como General Motors, Ford, DaimlerChrysler, Renaut-Nissan e PSA Peugeot Citroën. Essa parceria se iniciou em 2001, atualmente o portal já dispõe de diversas filiais em diferentes países na Europa, Ásia, América do Norte, América Latina e África. (Silva, 2007) Para a adoção da prática adequada aliada ao E-procurement torna-se necessário analisar a realidade da empresa e a apropriação para a exeqüibilidade dessas ferramentas. É preciso definir a melhor forma de combinar essas ferramentas para se obter o melhor resultado. Levando em consideração custo e risco, como mostra a figura 8. 19 Material recomendável para estoque, com ponto de ressuprimento e lote econômico definidos. (Silva, 2007)  De acordo com a revista “ISTOÉ” 2002.
  • 41. 39 Figura 8 – Classificação Estratégica de Suprimentos e Ferramentas de E-procurement – Fonte: Mercado Eletrônico (2003) e WEBB (2004) apud Silva (2007) 5.2 Vantagens do E-procurement As organizações de suprimentos focam geralmente na otimização dos recursos diretos. Daí a importância da aplicação dos E-procurements. Como os ERPs sozinhos não conseguem “dar conta do recado”, os E-procurements podem representar uma alternativa na aquisição de materiais indiretos. Com a utilização dessa ferramenta tecnológica, os empresários têm adquirido muitas vantagens em seus negócios. Entretanto, permeia-se ainda entre profissionais de suprimentos algum tipo de comparação do E-procurement com o Sourcing (Suprimento) Estratégico, ou seja, os profissionais discutem que muitos dos benefícios citados pelos fornecedores de E-procurement são os mesmos que aqueles realizados pelo Sourcing estratégico. O raciocínio é, ao mesmo tempo em que alavancar os suprimentos para toda a empresa e racionalizar fornecedores são tipicamente citados como benefício de E-procurement, também é verdade que eles são resultados potenciais de um projeto de sourcing. (JÚNIOR et al., 2003):
  • 42. 40 O E-procurement, contudo, destaca-se nesta disputa uma vez que oferece à corporação a possibilidade de utilizar uma diversidade maior de estratégias de sourcing. As vantagens iniciais para um cliente do E-procurement são: economias da menor compra externa, economias da melhor eficiência do processo e geração de receita. De acordo com Júnior e outros (2003): “Ao escolher o E-procurement, as empresas freqüentemente realizam uma economia inicial de dois a três por cento”. Antigamente as organizações de suprimentos usavam como critérios para a escolha de seus fornecedores aspectos como experiências passadas, indicações, etc. Isso gerava uma certa restrição a qual impedia a negociação da empresa com novos fornecedores. Todavia, hoje, através dos processos de comunicação online, as empresas têm vislumbrado um novo e promissor horizonte de oportunidades para negociação por meio de novas parcerias. Ao contrário dos ERPs, os E-procurements conseguem acompanhar de forma eficiente os processos compras indiretas, ao tempo em que também acessam informações para negociações futuras com os seus fornecedores. De forma eficiente, entende-se que, através do acesso online, o processo de aquisição de uma determinada mercadoria torna-se, indubitavelmente, mais rápido, prático, isto é, bem menos burocrático. Juntamente com a eliminação dos papéis, chega-se a redução do tempo de ciclo do pedido, aumentando assim o nível de serviço e a satisfação do cliente. O E-procurement, portanto, é uma ferramenta que tem revolucionado as relações B2B atuais. Ele tem sido utilizado como um programa de ampliação da vida dos ERPs. Isso porque, ferramentas como essa e outras relacionadas ao suprimento eletrônico são a forma mais simples e de menor risco para se fazer uso do comércio eletrônico. Com o advento das tecnologias empacotadas, combinando catálogos eletrônicos e gerenciamento do fluxo operacional através das intranets corporativas, as organizações de grande porte, em particular, passaram a administrar os gastos dos NPR20. Mas ainda existem alguns fatores cruciais que devem ser observados no processo de implantação de um sistema de suprimento eletrônico. Se uma negociação de itens em um catálogo, por exemplo, não for satisfatória, a ferramenta de suprimento online de nada terá efeito, no máximo, ela permitirá aos seus usuários 20 Non-production-related ou Produtos e serviços não relacionados com a produção. (Silva, 2007)
  • 43. 41 que realizem negociações insatisfatórias mais facilmente. Também, quando se trata de novas implementações na empresa, é preciso pensar de forma global, adequando todas as variáveis envolvidas à sua realidade. É preciso orientar os setores que mudarão a forma de executar suas atividades, como por exemplo, qualquer funcionário que realize compras de produtos indiretos passará a usar um browser21 da web, ao invés de fax ou telefone. Os sistemas de suprimento eletrônico, segundo Júnior (2003) trazem alguns aspectos como:  Conformidade: utilização maior dos fornecedores preferenciais e redução dos gastos, o que resulta numa maior aquisição de produtos com um menor preço;  Alavancagem: Descrições confiáveis de gastos com fornecedores e produtos, o que melhora o processo de gestão de escolha de parcerias e contratos;  Eficiência do processo: a quantidade de atividades de cunho administrativo é reduzida e exclusão dos métodos realizados através do uso do papel, o que reduz o número de erros, o tempo de processamento, o uso de meios de comunicação como fax ou telefone, habilitando a realização de atividades como a realização de contratos, que geram valor agregado. Desta forma, as organizações podem adquirir habilidade para desenvolver serviços diferenciados, condizentes com as preferências de cada cliente e criar um conjunto de soluções características referentes a cada um de seus perfis. Como as operações de acompanhamento são de acordo com cada cliente, o custo conseqüentemente é reduzido, visto que não há necessidade de grandes investimentos em setores como o de conferência e manuseio de cargas. Dentro desse contexto, o que torna o B2B atrativo é a redução dos custos através da eficiência na realização das compras. O impacto com as negociações é significativo, isto torna o setor de compras e o papel da negociação muito importante para a empresa. Se uma empresa conseguir, por exemplo, diminuir seus custos de compra em 5%, obterá um avanço no resultado relativo a 30% nas suas vendas. Considerando que o E-procurement pode reduzir os custos de aquisições em aproximadamente 20%, o investimento realmente caracteriza uma alternativa viável. 21 Navegador web, software capaz de ler, interpretar e apresentar informações da internet para o usuário. Os mais conhecidos são o Internet Explorer, Mozilla Firefox e o Netscape. (SENAI-DN, 2003)
  • 44. 42 Um exemplo que pode ser mencionado de vantagem dessa ferramenta é o da empresa norte-americana Visteon que através da empresa eBreviate realizou um leilão simples e com baixo investimento na negociação entre fornecedores de autopeças, produtos eletrônicos, PCs, serviços de telecomunicações e peças. O E-procurement pode apresentar as seguintes vantagens: o Redução do custo de processamento nas transações; o Aumento da pontualidade e qualidade dos processos de suprimentos; o Redução do custo de aquisição de produtos e serviços; o Aumento da disponibilidade de informações, redução de trabalhos e duplicidade de atividades; o Possibilidade de acesso simultâneo à internet; o Envolvimento de múltiplas organizações; o Focalização externa dos negócios; o Geração de alta flexibilidade (utilização de linguagens universais XML22) o Possibilidade de resposta ágil ao cliente. o Em se tratando de suprimentos, é fundamental para cada organização saber fazer bom uso das ferramentas que possui, observar o seu comportamento diante do mercado e sempre buscar novas estratégias de acordo com as características relacionadas à sua empresa. Em geral, deve-se buscar principalmente a organização, a mudança de mentalidade corporativa, o compartilhamento de informações, medidas de desempenho e gerenciamento dos fornecedores. (Júnior, 2003) É importante ressaltar que o uso de tecnologias para a otimização dos processos gerenciais da empresa varia de acordo com as características inerente a elas. É fundamental analisar se o impacto proveniente dessas inovações é igual em todas as indústrias. McFarlan (1999) apud Silva (2007) defende que “essas oportunidades variam muito de uma empresa para outra, assim como a intensidade e as regras da competição variam muito de um setor industrial para o outro”. 22 Usadas em sistemas que permitem o acesso e o gerenciamento de um grande volume de transações geradas pela necessidade de comunicação entre as empresas. (www.sargas.com)
  • 45. 43 5.3 Mix de Ferramentas De acordo com Norris et al. (2001) desde o fim da década de 90 as organizações têm buscado crescer com o auxílio da internet e das tecnologias baseadas na web. Todavia, segundo o autor, elas também têm descoberto que o compartilhamento de informação confiável só é possível através do uso de sistemas ERP. É de extrema importância que a empresa tenha um sistema de gestão integrada para realizar a implementação de sistemas com tecnologia web. Norris (2001) ainda acrescenta: “Enquanto o ERP organiza a informação dentro da empresa, o e-business dissemina aquela informação para todos os lados”. As ferramentas de E-procurements também podem se tornar mais eficientes quando combinadas a sistemas como de Gerenciamento Eletrônico de Documentos (GED) associado a um workflow23. O GED proporciona aos seus usuários a visualização de documentos, como propostas comerciais, tudo, através do computador. De acordo com Silva (2007), quando essas duas ferramentas trabalham em parceria, o workflow é capaz de gerir estrategicamente as fases de um processo de trabalho. A exemplo pode-se mencionar o processo de aquisição, onde os sistemas podem direcionar pedido de usuários para o comprador que responde por tal mercadoria, o qual dará continuidade ao processo e enviará o requerimento para o consentimento dos gestores responsáveis. No aspecto prático do E-procurement podemos destacar o nível elevado de progresso tecnológico no setor bancário brasileiro, o qual tem se tornado referência mundial. Os bancos têm utilizado o E-procurement constantemente em larga escala para a aquisição de material de escritório, formulários e hardware. Outro setor que também tem se tornado adepto dessa fantástica ferramenta é o automotivo. A indústria automotiva tem adotado diversas práticas do E-commerce como as aquisições de produtos MRO, utilizando até mesmo freqüentemente leilões reversos e C-commerce. A Volkswagen, por exemplo, foi uma das pioneiras no 23 Fluxo de Trabalho, seqüência lógica de interação entre pessoas para a conclusão de uma atividade, inclusive prevendo hierarquias e alternativas paralelas, caso eventos ocorram de formas diferentes. (SENAI-DN, 2003)
  • 46. 44 Brasil a fazer uso da gestão de contrato através do controle de estoques realizado pelos fornecedores. Apesar de algumas ferramentas possuírem algumas restrições em relação a sua utilização, como é o caso dos leilões reversos, por conta de nem todos os produtos possuírem características padronizadas para viabilizar a sua comercialização via eletrônica. O que ocorre deveras é que grande parte dos produtos carregam em si uma complexa exigência técnica, o que imediatamente requer dos negociantes envolvidos um check-up24 criterioso para a efetuação da melhor compra. O que faz do E-procurement, entretanto, um artifício poderoso no mundo dos negócios é o fato de estar sempre atrelado a uma boa administração, sintonizando as oportunidades de inovações tecnológicas com a realidade da organização. Um exemplo do uso bem sucedido do E-procurement foi através da compra de materiais indiretos pela empresa Clarus. Ela é uma empresa estrangeira que é representada no Brasil pela Vesta Technologies. O sistema utilizado pela empresa é de integração com o fornecedor, onde se compartilha banco de dados para que haja conhecimento da realidade da empresa. “O sistema gerencia o fluxo de propostas e passa a conhecer o cotidiano da empresa na compra de materiais”. (Júnior, 2003) Gerenciar novos funcionários, por exemplo, se torna bem mais fácil através do uso do E-procurement, de forma que, o sistema providencia uma série de materiais como micros, telefone e papéis automaticamente para o novo funcionário, bastando apenas digitar o seu nome. Isso ainda levando em consideração o fornecedor mais barato e eficiente, uma vez que o fornecedor do outro lado possua um catálogo eletrônico. “Vale qualquer alternativa, de um site a um arquivo de texto, com extensão “txt”. O sistema faz a importação do catálogo e o torna adequado à solução usada na corporação”. (Júnior, 2003) Deste modo percebe-se que o compartilhamento de informações entre fornecedores e compradores se torna bem mais eficiente, possibilitando um sistema de ressuprimento seguro e um bom nível de serviço ao cliente. 24 Refere-se a uma análise, uma avaliação.
  • 47. 45 6 CONCLUSÃO Graças a Internet, a sociedade tem vivenciado um período de democratização da informação. Utilizando apenas um browser, cadeias de abastecimento podem atingir melhores níveis de integração. Todavia, uma série de alternativas de cunho eletrônico vem caracterizando o panorama dos negócios atuais. De acordo com as diversas ferramentas atuantes no mundo online, pode-se inferir que, o E-procurement constitui uma opção importante. Com vertentes que se tornam peculiares a cada tipo de transação comercial, as
  • 48. 46 corporações buscam e, felizmente, encontram vantagens para a implementação de melhorias em seus negócios, através da utilização inteligente desse software. A redução de custos, a agilidade, praticidade e outros benefícios têm sido os fatores chave para a disseminação e escolha das empresas pelas práticas eletrônicas. O E-procurement, por exemplo, é capaz de proporcionar aos seus usuários a vantagem da segurança. Esta ferramenta, entretanto, pode oferecer melhores resultados quando combinada a outras do ramo. A adoção do E-procurement tem gerado resultados positivos nas organizações. O que realmente faz com que esta ferramenta ganhe destaque e desempenhe atividades com tanta eficiência não está somente nas propriedades tecnológicas que esta possui, mas principalmente, na forma de gerenciamento empregada pelos profissionais que a utilizam. Quando uma nova tecnologia é implantada na empresa outros fatores como preparação, treinamento e adequação dos funcionários para o recebimento do novo sistema também devem ser observados. É preciso analisar de forma geral quais mudanças serão necessárias para a aplicação desse software, quais áreas de trabalho terão de ser redirecionadas, quais setores e quais atividades sofrerão alterações por conta de sua chegada. É de vital importância que a empresa possua profissionais competentes engajados no processo de evolução da empresa. É necessário que a equipe esteja motivada e envolvida, focada no crescimento dos negócios, uma vez que, a adoção de novas práticas digitais pode gerar certa resistência a determinado grupos de funcionários da empresa. A indisposição do pessoal em relação à quebra de paradigmas implica na desaceleração do progresso da empresa. Assim, faz-se notório a realização de todo um procedimento de preparação profissional para a recepção desejada do novo. Depois de incumbidas às suas respectivas áreas responsáveis, as atividades serão desenvolvidas com maior eficiência, gerando novas oportunidades de relacionamento com parceiros comerciais e aumentando sua parcela de participação no mercado. Com a adaptação do E-procurement às áreas de negociação eletrônica entre empresas (B2B), as transações têm ganhado novos resultados. Além de oferecer agilidade e segurança, o E-procurement também ajuda as empresas construírem novas parcerias, o que é de extrema importância no contexto do mercado atual.
  • 49. 47 Desta forma, ele desempenha uma função considerável na relação entre fornecedores e compradores. O aumento da velocidade nas conexões a internet, através do acesso a banda larga, juntamente com essa digitalização no ambiente dos negócios, permitiu às empresas a construção de um ambiente economicamente “saudável”. Agora tudo é relativamente mais prático, mais viável, mais proveitoso. A eliminação de processos com papéis, a redução de custos, redução de tempo de ciclo na aquisição de produtos, aumento da flexibilidade, resposta rápida ao cliente, melhor alcance de parcerias e segurança, são benefícios proporcionados pela adoção do E-procurement no ambiente B2B nessa nova era da Banda Larga. Saber como fazer um bom uso dessa ferramenta, entretanto, constitui um requisito preponderante para a exeqüibilidade dos negócios eletrônicos. Deste modo, é possível observar que, uma vez aplicada de forma inteligente no ambiente dos negócios, a tecnologia pode aumentar consideravelmente a eficiência das empresas. Quando se trata de integração da cadeia de suprimentos, por exemplo, todo investimento voltado para a área é desejável, pois só desta forma, compartilhando informações competitivas, se pode haver resposta rápida e eficiente para os clientes, bem como melhoria no nível de serviço. E é essa, definitivamente, a função do E-procurement; conectar por meio da tecnologia moderna, a internet, os membros de um sistema corporativo (B2B) da maneira mais eficiente e eficaz possível. REFERÊNCIAS BALLOU, Ronald H., Gerenciamento da cadeia de Suprimentos / Logística Empresarial, São Paulo: Atlas S.A, 2008. BOAVENTURA, Edivaldo M., Metodologia da Pesquisa, São Paulo: Atlas S.A, 2007. CHRISTOPHER, Martin, A Logística do Marketing, São Paulo: Futura, 2000. FERRARI, Antônio Martins. Telecomunicações Evolução e Revoluções, São Paulo: Ática, 1991.
  • 50. 48 FRANCO JÚNIOR, Carlos F. E-business: tecnologia da informação e negócios na Internet. São Paulo: Atlas 2001. KALAKOTA, Ravi; ROBINSON, Marcia. E-business: estratégias para alcançar sucesso no mundo digital. 2ª Ed. Porto Alegre: Bookman, 2002. MOURA, Reinaldo A., REZENDE, Antonio Carlos, GASNIER, Daniel Georges, JUNIOR, Edson Carillo, BANZATO, Eduardo, Atualidades na Logística. São Paulo: IMAM, 2003. NORRIS, Grant et al. E-business e ERP: transformando a empresa. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2001. NOVAES, Antônio Galvão, Gerenciamento da cadeia de Distribuição São Paulo: Campus, 2001. ROCHA, Paulo César Alves, Logística Aduana, São Paulo: Aduaneiras, 2008. SENAI-DN, Impacto do Mundo Online nos Negócios Impacto Online no mundo dos Negócios, Módulo I, Brasília, 2003. SILVA, Bárbara Virgínia Figueredo da, Soluções Logísticas Aplicadas. Salvador: Logfácil, 2007. TURBAN, Efraim; KING, David. Comércio Eletrônico: estratégia e gestão. São Paulo: Prentice Hall, 2004. ABUSAR (Associação Brasileira de Usuários de Acesso Rápido) Disponível em: <http://www.abusar.org/rmc/rmc_conexao.html> Acesso em: 22/10 às 19h34min CARVALHO, José Crespo de, ENCANTADO, Laura - Logística e negócio electrónico [Em linha]. Porto, SPI - Sociedade Portuguesa de Inovação, Consultadoria Empresarial e Fomento da Inovação, S.A., 2006. Disponível em: <http://www.spi.pt/negocio_electronico/documentos/manuais_PDF/Manual_VI.pdf> Acessado em: 24 de Ago. de 2008 às 22h39min. Convisint Disponível em: <www.convisint.com > acesso: 03 de Dez. de 2008 às 23h40min. Dicionário de Língua Portuguesa On line Priberam Disponível em: <http://www.priberam.pt/dlpo/dlpo.aspx> Acessado em: 29 de Out. de 2008 às 21h41min. Guia de Compra
  • 51. 49 Disponível em: <http://www.guiadecompra.com/e-procurement.php> Acesso em: 26/11/2008 às 20h01min. Mercado Eletrônico Disponível em: <www.me.com.br> Acesso em: 05 de Dez. às 19h38min. O CPFR como Mecanismo de Integração da Cadeia de Suprimentos: Experiências de Implementação no Brasil e no Mundo Disponível em: <http://www.sargas.com.br/site/index.php? option=com_content&task=view&id=44&Itemid=29 > Acesso em 03 de Nov. 2008 às12h25min. Revista Istoé Online Disponível em: <http://www.terra.com.br/istoedinheiro/260/ecommerce/260_peca_faltava.htm> Acesso em: 01 de Dez. de 2008 às 23h37min.
  • 52. 50