1. 1.1 – Poluição e degradação de recursos
Neste trabalho iremos abordar uma tema muito atual, a Ecologia. Responderemos a algumas
perguntas sobre quais são os efeitos da atividade humana sobre o ambiente, mas também falaremos
de soluções que, hoje, temos à nossa disposição para minimizar os impactes negativos do Ser
Humano sobre a Terra, o nosso planeta
A vida quotidioana normal de um ecossistema pode ser alterada por dois fenómenos:
a Contaminação – ou seja, a introdução de compostos em quantidades acima das normais numa
determinada área, podendo afetar os organismos que aí habitam, podendo ser natural ou causada
pelo homem;
e a Poluição – que é um conjunto de alterações adversas da atmosfera, água ou solos, que podem
afetar os humanos ou qualquer outro organismo vivo, tendo sempre origem antrópica, acidental ou
intencional
Com o crescimento demográfico a nível mundial, tem aumentado a produção de resíduos.
Estes que podem ser considerados poluentes, ou seja, afetam negativamente os ecossistemas, onde se
inclui o Homem. Podemos assim concluir que a poluição é sempre um subproduto das actividades
económicas e socias humanas.
Uma grande parte dos resíduos produzidos não são Biodegradáveis (não podem ser
degradados por organismos vivos, em compostos naturais) só podendo ser degradados num longo
período de tempo, o que implica a sua acumulação crescente.
Alguns resíduos podem ser absorvidos durante muito tempo e acumulados nos tecidos dos
organismos, ou seja, há Bioacumulação de resíduos, como por exemplo metais pesados. Estes, uma
vez acumulados num ser vivo, podem ser transmitidos ao longo das cadeias alimentares, com o
agravamento e amplificação dos efeitos tóxicos, isto é, há um processo de Bioampliação.
A toxicidade é influenciada pela frequência e duração da exposição a determinadas
substâncias. É obtida pelos dados da letalidade, sendo a Dose Letal (LD50) a quantidade de composto
tóxico suficiente para diminuir 50% da população de uma espécie numa determinada área.
É possível haver a junção de vários compostos tóxicos, e consequente interacção, o que
aumenta a sua toxicidade em relação a quando se encontram isolados. Este efeito tem o nome de
Sinergismo.
Quanto aos efeitos, os poluentes/contaminantes podem ter:
2. Efeitos crónicos – Consequências que se prolongam por longos períodos de tempo,
com agravamento lento das capacidades do organismo.
Efeitos agudos – Consequências rápidas, em que o agravamento das funções
fisiológicas não se prolonga no tempo.
Os poluentes podem ainda ser agentes:
Cancerígenos – causam ou aceleram o desenvolvimento de cancros (exemplos: metais pesados e
contaminantes orgânicos em doses elevadas)
Mutagénicos – causam mutações no DNA que podem ser transmitidas à descendência (exemplos:
radiações e alguns compostos químicos)
Teratogénicos – causam malformações durante o desenvolvimento embrionário (exemplos: mercúrio
e chumbo)
1.1.1– Contaminação dos solos
Entre os principais responsáveis por este tipo de poluição podemos enumerar:
Poluição industrial
Poluentes não biodegradáveis
Poluição agrícola
Exploração pecuária intensiva
Aplicação de fertilizantes
Fungicidas
Herbicidas
Pesticidas
Resíduos industriais e domésticos
Poluição doméstica
1.1.2 – Contaminação da água
Podemos afirmar que a água está contaminada quando a sua composição natural é alterada
por substâncias ou formas de energia que impedem a sua habitual utilização.
O excesso de nutrientes é uma das principais formas de poluição da água, sendo que esses
nutrientes se encontram principalmente nos resíduos sólidos despejados, em descargas de água ricas
em matéria orgânica e no solo proveniente de deslizamentos de terrenos.
3. Este aumento da concentração de nutrientes leva a um processo chamado Eutrofização, ou
seja, há modificação de uma massa de água, em resultado do enriquecimento nutrientes, provocando
alterações nas comunidades bióticas. O teor de O2 dissolvido é reduzido com o aumento da turvação
da água registado, devido por exemplo à rápida multiplicação do fitoplâncton.
Dois parâmetros avaliados para determinar a qualidade das águas são a quantidade de
oxigénio dissolvido e a Carência Bioquímica de Oxigénio (CBO). Este último parâmetro descreve a
quantidade de O2 necessária para oxidar, por via biológica, a matéria orgânica presente num
determinado volume de água. Quanto mais elevada a CBO, mais poluída se encontra a água.
A eutrofização pode ser cultural, de origem antrópica, ou natural, devido à variação das
condições ambientais.
1.1.3 – Contaminação do ar
A contaminação da atmosfera está directamente relacionada com o desenvolvimento
industrial. Um prova é que nos locais onde se concentram as indústrias formam-se neblinas,
conhecidas como “smog industrial”, constituídas por uma mistura de óxidos de carbono, compostos
azotados e vapor de água.
Este tipo de poluição depende da proximidade da fonte contaminante e das condições
climatéricas. Na maioria dos casos, os efeitos negativos devem-se a uma mistura complexa de
contaminantes.
Os contaminantes podem ser:
Primários – resultam directamente da actividade humana, essencialmente da combustão do carvão e
derivados do petróleo.
Secundários – resultam das reações químicas dos contaminantes primários na atmosfera.
Muitas substâncias contaminantes, como por exemplo o monóxido de carbono e os óxidos de
azoto, que se encontram no ar que respiramos diariamente têm impactes negativos na saúde quer
dos Seres Humanos, quer de outros seres vivos.
Os três principais fenómenos relacionados com a poluição atmosférica são:
4. Chuvas Ácidas – precipitação com pH ácido devido à combinação de compostos de enxofre e azoto
com águas atmosféricas;
O Aquecimento Global por causa do agravamento do Efeito de Estufa – este efeito resulta da
atmosfera terrestre em armazenar calor, porém tem sido intensificado pela ação humana
Destruição da Camada de Ozono atmosférico – este gás existe na atmosfera terrestre; na troposfera é
tóxico para os organismos, mas na estratosfera protege a superfície terrestre das radiações UV.
Infelizmente, graças à ação do Homem tem sido destruída.
1.2 -Tratamento de resíduos
Sabendo que a quantidade de águas residuais produzidas diariamente por uma pessoa
varia entre os 400 e os 800 litros, podemos afirmar que o Homem está intimamente
ligado à produção de resíduos.
1.2.1 -As águas residuais que não são sujeitas a tratamentos são um risco para a saúde
pública
Para evitar a contaminação dos cursos de água por águas residuais, foram concebidas
e construídas as Estações de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) permitem reduzir a
quantidade de matéria orgânica bem como a contaminação biológica das águas
residuais, de modo a que estas não causem impactes negativos (ex. eutrofização) no
ambiente.
As águas residuais sofrem vários tratamentos residuais
O objectivo das ETAR é remover os resíduos e devolver a água, com boa qualidade, aos
cursos de água.
Os contaminantes existentes nas águas residuais são resíduos e corpos sólidos,
partículas de matéria orgânica, matéria inorgânica entre outros.
No início, achava-se que a remoção de matéria orgânica das águas residuais seria o
suficiente para estas não degradarem o ambiente. Era incógnito que nutrientes como
fosfato e nitratos em solução eram capazes de causar eutrofização. Os tratamentos
desenvolvidos nas ETAR são divididos em:
5. - Tratamento Preliminar que visa a eliminação de resíduos sólidos;
- Tratamento Primário que consiste em retirar materiais designados de lamas em bruto
ou lodos em bruto;
- Tratamento Secundário é um tratamento que tem por base seres vivos
decompositores e saprófitas (biológico). A mistura destes designa-se por lama activada
ou lodo activado. Esta lama ou lodo consome oxigénio, como tal para que se não atinja
uma situação de CBO (carência bioquímica de oxigénio) é fornecido ao tanque um
sistema de arejamento.
- Tratamento Terciário ou Avançado ocorre uma separação biológica dos nutrientes,
com o objectivo de eliminar o material inorgânico dissolvido, uma vez que são agentes
causadores da eutrofização cultural. Neste tratamento há a divisão do sistema de lama
activada em várias zonas de modo a estimular a desnitrificação.
As águas necessitam ser desinfectadas antes de seres depositadas nos rios tendo, então,
medidas submetidas a uma última limpeza por filtração, e a uma posterior
desinfecção. (o desinfectante mais utilizado é o cloro, provocando algumas
consequências nos ecossistemas; essa técnica de desinfecção consiste em passar a água
residual por um conjunto de luzes ultravioleta)
As lamas podem ser sujeitas a vários tratamentos, de modo a entrarem novamente no
ciclo dos nutrientes
Existem 4 métodos para transformar as lamas brutas em fertilizantes:
- Digestão Anaeróbia: as lamas são postas em tanques de digestão herméticos, as
bactérias existentes nestes tanques degradam-nas na ausência de oxigénio, neste
processo forma-se biogás. O biogás é um combustível composto por uma mistura de
gases cuja combustão produz reduzidas quantidades de poluentes. A desidratação das
lamas tratadas forma uma lama semi-sólida designada de biossólido. O biossólido são
lamas ou lodos tratados fáceis de distribuir e aplicar na agricultura;
- Preparação de Compostos: resulta da mistura das lamas com matérias absorventes
para reduzir o seu teor em água. Após algumas semanas o composto está pronto a ser
aplicado no solo;
6. - Pasteurização e Secagem: após a desidratação das lamas a pasta é sujeita a
temperaturas elevadas a fim de destruir os microorganismos patogénicos;
- Estabilização com Cal: diz respeito à filtração das lamas a pressões elevadas e
misturadas com cal, pois a cal é ideal para neutralizar os solos ácidos.
1.2.2 -Tratamento dos resíduos sólidos urbanos, indústrias, tóxicos e perigosos
Os resíduos sólidos urbanos, industriais, tóxicos e perigosos necessitam de um
tratamento específico
Na maior parte das actividades humanas há consumo de recursos naturais e
consequente produção de resíduos podem classificar em:
- Industriais pois resultam de vários sectores da indústria extractiva e transformadora
entre outras;
- Tóxicos e Perigosos contêm substâncias causadoras de alterações graves nos
ecossistemas e na saúde pública;
- Sólidos Urbanos destacam-se um aumento de materiais descartáveis e de
embalagens.
As lixeiras de céu aberto são grandes pontes de poluição do solo e da água em que a
maioria foi convertida em aterros sanitários.
Sabendo que aterro sanitário é a deposição de resíduos sólidos, onde estes são
enterrados por baixo de uma camada de solo. Tendo em conta estes factores devemos
ter em consideração a produção de lixiviados e a contaminação das águas
subterrâneas, visto que a água provoca a dissolução de substancias químicas e,
consequentemente, o arrastamento por lixiviação.
Se o aterro sanitário não tiver devidamente impermeabilizado e um sistema de
drenagem dos lixiviados, poderá acontecer a contaminação dos lençóis freáticos.
Relativamente há decomposição dos resíduos sólidos urbanos (RCU) é libertado um gás
nomeadamente o metano, visto que esta decomposição é realizada em condições
7. anaeróbias. Este gás é inflamável e como tal tem de ser recolhido para evitar a
ocorrência de fenómenos explosivos, podendo ser utilizado para a produção de
energia no próprio aterro.
Para garantir a não contaminação do solo, da água e do ar as condições do
funcionamento do aterro são permanentemente monitorizadas, preservando assim o
ambiente e a saúde pública.
A incineração é uma solução para a eliminação dos resíduos sólidos urbanos
A incineração é geralmente um processo de eliminação de resíduos perigosos, pelo que
podem ser libertados vários gases tóxicos que se apresentam contaminados com
chumbo, mercúrio, dioxinas entre outros. Sendo assim, as incineradoras devem
cumprir normas que as impeçam de transformar em locais privilegiados de poluição
atmosférica.
Vantagens e desvantagens da incineração:
Vantagens:
- Redução de 70% do peso e 90% do volume do lixo, em que substâncias tóxicas ficam
maioritariamente nas cinzas (fáceis de transportar e de controlar).
- As partículas sólidas ficam retidas nos filtros, sendo encaminhadas para os aterros
sanitários, juntamente com as cinzas;
- Os filtros ou precipitadores electrostáticos retiram os gases ácidos e as partículas,
para que as emissões não contaminem a atmosfera;
- Quase todas as estações de incineração estão concebidas para produzir electricidade,
e em algumas incineradoras há separação de matérias (ex.: metais) para posterior
reciclagem.
Desvantagens:
- Apesar dos dispositivos, as chaminés emitem fumos tóxicos, principalmente quando
se oxidam e vaporização metais, plásticos e materiais perigosos;
- A sua construção e manutenção são muito dispendiosas;
8. - As cinzas podem ter metais e outras substâncias perigosas, pelo que têm de ser
depositadas em aterros sanitários seguros;
- Para produzirem electricidade, é necessário matéria, o que leva algumas
incineradoras a competirem por materiais como o papel, representando um
impedimento à sua reciclagem.
1.2.3 -Redução, reutilização e reciclagem de resíduos (3R’S)
Reduzir- Consiste em diminuir a quantidade de lixo produzido, desperdiçando menos
e consumindo só o necessário. Reduzir significa ainda sermos cidadãos mais
conscientes e mais atentos, quando se trata de consumir.
Reutilizar- Reutilizar significa tal como o próprio nome indica, utilizar de novo, dar
uma nova utilidade a materiais que muitas vezes consideramos inúteis. Há objectos
que são concebidos para serem usados várias vezes. Há outros em que a imaginação
ajuda a potenciar uma nova ou mais duradoura utilização.
Reciclar- A reciclagem consiste em transformar os materiais inúteis em novos
produtos ou matérias-primas de forma a diminuir a quantidade de resíduos, poupar
energia e recursos naturais valiosos. Aos resíduos sólidos urbanos que podem ser
reciclados dá-se o nome de reciclável.
A compostagem é uma maneira fácil de tratar os desperdícios dos jardins e os restos de
comida que são biodegradáveis. Consiste na decomposição natural da matéria
orgânica por decompositores e saprófitas. Este método e económico e ambientalmente
vantajoso, pois, em vez de estes resíduos serem colocados em aterros sanitários ou em
incineradoras, são transformados em composto que servira de fertilizante orgânico.
Tendo por base o desenvolvimento sustentável as estratégias a adoptar para minimizar
problemas de contaminação são:
. Identificar os compostos que causam a poluição e as suas origens;
. Estabelecer e por em prática medidas para evitar que esses contaminantes/poluentes
atinjam o meio ambiente.
9. 2.1- A demografia estuda a evolução da população humana
A demografia tem como objectivo de estudo a dinâmica das populações humanas. Para
tal, é necessário conhecer os factores responsáveis pela evolução humana, tais como:
A natalidade,
A mortalidade,
A emigração,
A imigração
As migrações internas,
As duas primeiras têm haver com o crescimento natural, as restantes com o
crescimento migratório.
2.2- O nível de desenvolvimento condiciona o crescimento demográfico
Dois grandes indicadores do modo como a ciência e a tecnologia influênciam o
crescimento demográfico são a taxa de mortalidade infantil e a esperança média de
vida. A taxa de mortalidade infantil tem vindo a diminuir e a esperança média de vida
tem vindo a aumentar, ambas devido ao desenvolvimento médico e ao da
biotecnologia.
2.3- Desenvolvimento sustentável
As consequências da evolução humana são evidentes, nomeadamente, em termos
ambientais e sociais. Caso a população humana mantenha o ritmo actual de
crescimento, poderão ocorrer graves problemas económicos, ambientais e sociais. O
actual modelo de crescimento económico se, por um lado, gerou riqueza no mundo,
por outro, a miséria, a degradação ambiental e a poluição aumentam diariamente.
Perante esta constatação, surge a noção de desenvolvimento sustentável de forma a
garantir a sustentabilidade, procurando conciliar o desenvolvimento económico com a
preservação do ambiente e, ainda, por fim a pobreza no mundo.
A protecção do ambiente tem que ser entendida como parte integrante do processo de
desenvolvimento. O desenvolvimento sustentável tem 6 aspectos prioritários que
devem ser entendidos como metas:
10. - A satisfação das necessidades básicas da população (educação, alimentação, saúde,
entre outros) com a efectivação dos programas educativos;
- A solidariedade para com as gerações futuras (preservar o ambiente, de modo a que
estas possam ter as condições necessárias à qualidade de vida);
- A participação envolvida (todos devem ter consciência da necessidade à qualidade de
vida);
- A preservação dos recursos naturais (ex.: água)
- A potenciação do recurso às energias renováveis;
- A elaboração de um sistema social que garanta emprego, segurança social e respeito
por outras culturas.