Este documento descreve o desenvolvimento do sistema nervoso, começando pelas propriedades básicas do protoplasma celular e como isso levou ao surgimento das células nervosas. Também explica as vias neoespino-talâmica e paleoespino-talâmica envolvidas na transmissão da dor e como os estímulos dolorosos são processados no cérebro.
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Mestrado em Neuropsicologia: Processamento da dor
1. Mestrado em Neuropsicologia
Tema: Processamento da dor
Profª Doutora Filipa Ribeiro
Disciplina de: Anatomia Funcional do Sistema Nervoso
Emanuel F. C. António
3. Os seres vivos, mesmo os mais primitivos, devem
continuamente se ajustar ao meio ambiente para
sobreviver.
Propriedades do Protoplasma:
Irritabilidade;
Contratilidade;
Condutibilidade.
4. Irritabilidade
Propriedade de ser sensível a um estímulo; permite à
célula detectar modificações do meio ambiente.
Condutibilidade
Propriedade do protoplasma celular de conduzir o
impulso gerado por um estímulo.
Contratilidade
Propriedade da célula de modificar seu formato,
encurtando-se, em resposta ao estímulo conduzido
pelo protoplasma.
5. Surgimento da Célula Nervosa
Metazoários:
As células musculares passaram a ocupar uma
posição mais profunda perdendo contato direto com
o meio externo;
Surgiram na superfície células especializadas em
irritabilidade ou excitabilidade e condutibilidade.
6.
7. Na extremidade da célula nervosa desenvolve-se uma
formação específica – Receptor.
Receptor – Transforma estímulos físicos e químicos
em Impulsos Nervosos;
Transmitidos ao Efetuador (músculos ou glândulas);
– Determina a ação ou resposta ao estímulo.
8. Neurônios Especializados
Neurônio Sensitivo ou Aferente:
São os neurônios situados fora do SNC;
Especializados em receber estímulos, transformá-los e
conduzi-los ao SNC (centro).
Neurônios Motores ou Eferentes
São os neurônios especializados, situados no SNC
Conduzem o impulso do centro (SNC) para o órgão
efetuador (músculo estriado esquelético, cardíaco ou
glândula).
9. Tradicionalmente a dor é encarada como uma
sensação provocada pela lesão de órgãos ou tecidos
inervados.
Sabe-se pouco sobre os substratos neurais para a
sensibilidade dolorosa. Isto é em parte, devido a
complexidade das vias centrais que medeiam a dor e,
também, devido a dificuldade de definir a dor.
10.
11. A dor é um dos mecanismos de defesa do organismo
que alertam o cérebro de que seus tecidos podem
estar em perigo, ainda que a dor possa ser iniciada
sem que tenha ocorrido dano físico aos tecidos.
No processamento da dor um estímulo nociceptivo
causa a activação das fibras da dor. A resposta à dor
começa com o estímulo dos nociceptores, terminações
nervosas especializadas respondem aos estímulos
dolorosos. O estresse ou a lesão mecânica dos tecidos
excita os nociceptores mecanossenssíveis.
12.
13. Quando os nociceptores são estimulados, impulsos de
dor são enviados para o cérebro como um aviso de
que a integridade do corpo está em risco. A parte
avaliatória do cérebro interpreta esses sinais como
dor.
O sistema nervoso (os nervos periféricos sensitivos e
motores, a medula espinhal, o tronco cerebral e o
cérebro) forma uma complexa rede de vias aferentes e
eferentes para transmitir e reagir aos impulsos que o
cérebro “percebe” como dolorosos.
14. Todos os impulsos nociceptivos são transmitidos
pelas vias aferentes para o tálamo, onde o estímulo
“doloroso” provoca os processos fisiológicos e
psicológicos.
15.
16. Transmissão do sinal doloroso para
o Sistema Nervoso Central.
Os sinais dolorosos penetram pelas raízes dorsais da
medula espinhal e seguem a via somatossensorial
igual a do tato grosseiro e da temperatura, via ântero-
lateral.
No tálamo os sinais alcançam os núcleos ventro
basais, onde há distribuição espacial característica __
somatotopia __ representação específica de
determinados campos receptivos.
17. Vias de sensibilidade dolorosa e térmica
Existem duas vias principais que conduzem os
impulsos da dor até o sistema nervoso supra-
segmentar (cérebro e cerebelo):
A via neoespino-talâmica, formada pelo trato
espinotalâmico lateral, e a via paleoespino-talâmica,
formada pelo trato espino-reticular e pelas fibras
retículo-talâmicas.
18. Via Neoespino-talâmica
A via rápida ou do trato neoespino-talâmico é a mais
recente evolutivamente. É iniciada por estímulos
mecânicos ou térmicos principalmente. Ela utiliza
neurónios de axónios rápidos (isto é de grande
diâmetro), as fibras A-delta (12-30 metros por
segundo). Esta é a via que produz a sensação da dor
aguda e bem localizada..
19. O seu neurónio ocupa a Lamina I da Medula Espinal e
cruza imediatamente para o lado contrário. Aí ascende
na substancia branca na região antero lateral até fazer
sinapse principalmente no Tálamo (núcleos póstero-
lateral-ventrais), mas também na formação reticular
20.
21. Via paleoespino-talâmica
A via lenta ou do tracto paleoespino-talâmico é a mais
primitiva em termos evolutivos. É iniciada pelos
factores químicos. Ela utiliza axónios lentos de
diâmetro reduzido e velocidades de condução de
apenas 0,5 a 2 m/s. Esta via produz dor mal localizada
pelo indivíduo e contínua.
22. O seu neurónio ocupa a Lamina V da Medula Espinhal
e ascende depois de cruzar para o lado oposto no
tracto ântero-lateral, às vezes não cruzando. Fazem
sinapse na formação reticular, no coliculo superior e
na substancia cinzenta pariquedutal.
23. Brandão, M. (2009). As bases biológicas do comportamento:
Introdução á neurociência, 2º edição, ed EPU.
Lent, R. (2009). Cem bilhões de neurónios? Conceitos
fundamentais de neurociências, 2º edição, ed Atheneu.
Machado, A. (2010). Neuroanatomia Funcional, 2º edição, ed
Atheneu.
Snell, R. (2011). Neuroanatomia Clinica, 7º edição, ed Rio de
Janeiro: Guarabara Koogan.
Teixeira, M. (2001). Fisiopatologia da nocicepção e da
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out./dez.