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Ministério da Educação Secretaria de
 Educação Básica Diretoria de Apoio à
          Gestão Educacional

Pacto Nacional pela Alfabetização na
            Idade Certa

     FORMAÇÃO DO PROFESSOR
         ALFABETIZADOR
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO:
PERSPECTIVAS E CONDICIONANTES
     LINGUÍSTICOS E SOCIAIS

Prof.ª Ms Maria de Lourdes Guimarães de
                Carvalho
        CCH - DCL - UNIMONTES
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO:
 PERSPECTIVAS E CONDICIONANTES
      LINGUÍSTICOS E SOCIAIS

• 1- Sobre o sujeito leitor e produtor de textos
• 2- Pensando a leitura: o que é ler, instâncias
  e pressupostos da leitura.
• 3-Aquisição da escrita.
• 4- Pressupostos da escrita.
Quem se dispõe a alfabetizar precisa
estar ciente de aspectos como:

1- Como o homem se constitui
falante, leitor e escritor em nossa
              sociedade?

2- Por que considerar as diferentes
realidades (urbana, rural, classes
sociais, idade, sexo, credos, necessid
ades       educativas      especiais)?
Quem é o sujeito falante, leitor e
escritor de textos?


            Quem é o alfabetizando?
HOMEM/ANIMAL




 IRRACIONAL                                  RACIONAL




    SENTE                                     PENSA


1-NECESSIDADES                          2- PROBLEMAS

                         LINGUAGEM

   4- SOLUÇÕES                              3-SOLUÇÕES



AÇÃO INSTINTIVA / ROTINEIRA             AÇÃO INTELECTUAL


NÍVEL PRÁTICO                              NÍVEL TEÓRICO
O sujeito falante, leitor e produtor de textos
é constituído por aspectos sociais e
históricos.

Então, a escola alfabetizadora precisa
considerar os alunos como seres sociais e
históricos.
“[...] a vocação do homem é a de ser
sujeito e não objeto (...), não existem
senão homens concretos (não existe
homem no vazio). Cada homem está
situado no espaço e no tempo, no sentido
em que vive numa época precisa, num
lugar preciso, num contexto social e
cultural preciso. O homem é um ser de
raízes espaço-temporais. (FREIRE, 1980:
34).
ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO
• Dois conceitos estreitamente articulados.

• Alfabetizar/letrar     pressupõe o ensino/aprendizagem das
  práticas de leitura e de escrita com vistas à inserção social.

• Implica, também, no bom desempenho da oralidade.

• São práticas que se iniciam no espaço familiar, perpassam por
  todos     os   espaços      de   convívio   social    e   são
  sistematizadas/oficializadas, na escola, por meio de um
  processo pedagógico de responsabilidade da instância escolar e
  dos professores alfabetizadores.

O fracasso de uns, reflete, consequentemente, o fracasso
                        dos outros
ALFABETIZAR
  Contribuir para o ingresso das crianças no
  mundo da LEITURA e da ESCRITA e para a
  participação delas em situações de uso da
                 ORALIDADE

Não termina nos anos iniciais de escolarização.
             Existe a alfabetização
 digital/tecnológica, Letramento acadêmico...
Pensando a leitura
Ler não é
• Simples reconhecimento de letras, sílabas e
  palavras.

• decifrar, como num jogo de adivinhações, o
  sentido de um texto.

• Decodificação do sinal gráfico que se aprende
  no início da alfabetização.
Ler é     • Soletrar                    • Ato primeiro da
                                          leitura
CONTAR    • Repetir fonemas
                                        • Estágios da escrita
          • Agrupar fonemas
Ler é     • Apoderar-se                 • Interpretação

COLHER    • Acatar o sentido            • Localização do tema
(VERBO)                                   e da mensagem
          • Autor é o dono absoluto

Ler é     • Acrescentamento           de • Compreensão
            sentidos a partir de sinais
ROUBAR                                   • Coautoria
(VERBO)   • O leitor é um coautor

          • Relativização dos poderes
            do autor
Sobre a instância de leitura denominada
 roubar, Paulino et al (2001) afirma:

“Não se rouba algo com conhecimento e
autorização do proprietário, logo essa leitura do
texto vai se construir à revelia do autor, ou
melhor, vai acrescentar ao texto outros sentidos
a partir de sinas que nele estão
presentes, mesmo que o autor não tivesse
consciência disso”.
Observe o exemplo a seguir
             “Gosto de marmelada”
Oralidade
• Análise: gos-to-de-mar-me-la-da
• Síntese: gosto de marmelada

• Leitura (colheita) interpretação: gosto do doce
  de marmelo (fruta).

• Leitura (roubar) compreensão - Sentido
  conotativo “negócio desonesto”, “mamata”:
  sou partidário de negócios desonestos.
• As palavras carregam significações que permitem
  ao leitor, passar por diversas e sucessivas
  sondagens.

• A capacidade de transgressão dos sentidos
  propostos pelo autor revela a eficiência e o poder
  do leitor.

• Essa capacidade está diretamente relacionada
  com o contexto de ocorrência da palavra e com os
  conhecimentos prévios do leitor.
CONTEXTO DE OCORRÊNCIA

• Obtém-se o contexto fazendo a leitura perigráfica (ler os entornos do texto, de
  gravuras e de palavras chave que situam a temática, o assunto, a área).
O ADVOGADO E A LARANJA

Um professor de Direito perguntou a um de seus alunos:
     ___ Se você quiser dar a Ronaldo uma laranja, o que deverá dizer?
     ___ Aqui está, Ronaldo, uma laranja – respondeu o aluno.
O professor disse furioso:
    ___ Não! Não! Isso é inadmissível, pense como um advogado!
    ___ Ah, bom..., suspirou o aluno, lá vai: Eu, Nei
Ribeiro, brasileiro, solteiro, portador do documento de identificação
tipo RG nº. 9.213.456-4 SSP/SP, legítimo proprietário e possuidor, por
meio       deste      ato,      cedo     e     transfiro    a    Ronaldo
Falcão, brasileiro, solteiro, portador do documento de identificação
tipo RG nº. 12.524.321 – 8 SSP/SP, a propriedade exclusiva e benefícios
futuros, os direitos, obrigações e vantagens, sumos e insumos, a quem
confiro amplos poderes, sem exclusão de qualquer um, para
desistir, renunciar, transigir, receber e dar quitação do recebimento do
fruto a seguir descrito:
De formato esferoide excêntrico, medindo 10 cm em seu eixo maior
por 7 cm em seu eixo menor, de odor cítrico, pertencente à família
Citrus Sinensis Brasiliensis, conhecida pela alcunha de
laranja, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes.
Outrossim, afasto, desde este ano, qualquer possibilidade de vir a
pleitear, em juízo ou fora deste, a devolução do fruto retro
descrito, após a primeira osculação labial, ficando autorizado ou
outorgado o uso de todo e qualquer meio para
morder, cortar, chupar, congelar ou de outra forma comer o referido
fruto, dando tudo por bom, firme e valioso, ou cedê-lo a outrem, com
iguais poderes. Qualquer decisão contrária, passada ou futura, em
qualquer instância, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo
ficam assim revogadas .
DAMIÃO, R. T.; HENRIQUES, A. Curso de português jurídico. São Paulo:
Atlas, 2000.
CONHECIMENTOS PRÉVIOS
Armazenados na memória são recuperados durante o processo de
compreensão de um texto, via inferência, e, em seguida, adicionados à
informação textual.


Inferências são estratégias cognitivas por meio das quais o ouvinte ou
leitor, partindo da informação veiculada pelo texto e levando em conta
o contexto (em sentido amplo), constrói novas representações mentais
e/ou estabelece uma ponte entre segmentos textuais, ou entre
informação explícita e informação não explicitada no texto.
(KOCH, 2000, p. 29-30).


Em um texto, nem tudo que pode ser lido
              está escrito
O que não está escrito mas pode ser
lido/inferido?
Os conhecimentos prévios podem ser:
                        DE MUNDO
     Quanto mais conhecimentos, maior a eficiência leitora
CONHECIMENTOS PRÉVIOS: TEXTUAIS
O fato de saber distinguir tipos e gêneros textuais
               favorece a leitura.

Tipos:              (natureza             linguística)
narrativo, descritivo, argumentativo, injuntivo, info
rmativo e jaculatórios (Marcuschi, 2005).

Gêneros: (natureza sociocomunicativa) abarcam
desde os mais tradicionais até os modernos
(hipertexto) e são em número infinito.
CONHECIMENTOS PRÉVIOS
               LINGUÍSTICOS
Conhecimentos sobre a língua nativa e sobre
    outras línguas favorecem a leitura.
Conhecimentos de mundo
• Também chamados de enciclopédicos
• Adquiridos sócio culturalmente por meio experiência e
   vivência
• Armazenados na memória em blocos denominados
  modelos cognitivos.

Koch e Travaglia (1999), citam alguns exemplos de modelos
cognitivos:

a)        Frames:       rótulos.        Ex:        carnaval
(confete,     serpentina,      desfile,     escola      de
samba, fantasia, baile, mulatas. Apesar de não haver
qualquer ordenação lógica entre esses conhecimentos, eles
vêm á tona quando acionados.
Quais seriam os frames para
                   Alfabetização?

Alfabetização
b) Esquemas: armazenados em sequência temporal ou
causal. Ex: Conhecimentos de como pôr um
eletrodoméstico em funcionamento, a rotina de um dia na
vida de um cidadão .

c) Planos: armazenados na memória e que têm a ver com
o modo de agir para atingir determinado objetivo. Ex: por
exemplo, como vencer uma partida de xadrez .

c) Scripts: Conjunto de conhecimentos sobre modos
estereotipados de agir. Ex: os rituais religiosos (batismo,
casamento, missa), as fórmulas de cortesia, as práxis
jurídicas, etc.
Exercite seus conhecimentos prévios
Conclui-se que: “Um texto assemelha-se a um iceberg: explícito
é apenas uma pequena parte daquilo que fica submerso, ou
seja, implícito.” Koch e Travaglia (1997.p.65):
PRESSUPOSTOS DA LEITURA
“[...] ler é um processo no qual o leitor realiza um trabalho
ativo de compreensão e interpretação do texto.
(PCN, 1998, p. 69).

No processo de interpretar         as informações estão
no texto

No de compreender, elas estão na cabeça de cada
leitor.
Paulino et al (2001): leitura passa, necessária e
simultaneamente, por:

a)   uma teoria do conhecimento
b)   uma psicologia/psicanálise
c)   uma sociologia
d)   uma pedagogia
e)   uma teoria da linguagem
f)   uma análise do discurso
g)   uma teoria literária
a) Ler pressupõe uma teoria do conhecimento

• o autor não é o dono absoluto do texto.

• O leitor é também produtor de sentidos, coautor.

• Ler é um ato produtivo pois o texto é
  recriado, reconstruído pelo leitor, nem sempre
  como o autor desejava.

• No momento da leitura o leitor está em trabalho
  intelectual tanto no plano social quanto no plano
  individual.
Exercite sua habilidade de leitor
B) Ler pressupõe uma pedagogia


• A leitura se desenvolve num processo de
  ensino aprendizagem que faz parte não só da
  escola, mas também da vida do cidadão num
  constante processo de troca.

  Processo é movimento contínuo. Impossível
              precisar início e fim
É na escola que a leitura da palavra escrita ocorre com maior
frequência e de forma diversificada, abrangendo vários níveis do
conhecimento e exteriorização das emoções e da criatividade.
É preciso “ensinar a ler” e não “mandar ler”. A escola é a
   instância, por excelência, de ensino. pela mediação do
  professor, pela interação com os colegas, por ser um lugar de
                 reflexão sobre o mundo letrado
e) Ler pressupõe uma teoria da
               linguagem

Por uma questão política e social o alfabetizador
deve sempre levar em conta os elementos da
comunicação, cada com suas especificidades.
Os discursos precisam ser analisados
                pois:
• O sentido de uma palavra não existe em si
  mesmo.

• Uma mesma palavra, em diferentes
  contextos     e/ou   ditas     por   pessoas
  diferentes, assume sentidos diferentes.
O sentido de uma palavra não existe em si mesmo. Ele é
determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo
no processo histórico no qual as palavras são produzidas.

  "Não te amo mais.          que
  Estarei mentindo dizendo   Alimento um grande amor
  que                        Sinto cada vez mais que
  Ainda te quero como        Já te esqueci!
  sempre quis                E jamais usarei a frase
  Tenho certeza que          Eu te amo!
  Nada foi em vão            Sinto, mas tenho que dizer
  Sinto dentro de mim que    a verdade
  Você não significa nada    É tarde demais..."
  Não poderia dizer mais
A escolha de bons autores e de
metodologias adequadas são fatores
determinantes para que as crianças
  tenham prazer de ler literatura
OBRIGADA!

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PNAIC - Palestra alfabetização e letramento

  • 1. Ministério da Educação Secretaria de Educação Básica Diretoria de Apoio à Gestão Educacional Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa FORMAÇÃO DO PROFESSOR ALFABETIZADOR
  • 2. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: PERSPECTIVAS E CONDICIONANTES LINGUÍSTICOS E SOCIAIS Prof.ª Ms Maria de Lourdes Guimarães de Carvalho CCH - DCL - UNIMONTES
  • 3. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO: PERSPECTIVAS E CONDICIONANTES LINGUÍSTICOS E SOCIAIS • 1- Sobre o sujeito leitor e produtor de textos • 2- Pensando a leitura: o que é ler, instâncias e pressupostos da leitura. • 3-Aquisição da escrita. • 4- Pressupostos da escrita.
  • 4. Quem se dispõe a alfabetizar precisa estar ciente de aspectos como: 1- Como o homem se constitui falante, leitor e escritor em nossa sociedade? 2- Por que considerar as diferentes realidades (urbana, rural, classes sociais, idade, sexo, credos, necessid ades educativas especiais)?
  • 5. Quem é o sujeito falante, leitor e escritor de textos? Quem é o alfabetizando?
  • 6.
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  • 14. HOMEM/ANIMAL IRRACIONAL RACIONAL SENTE PENSA 1-NECESSIDADES 2- PROBLEMAS LINGUAGEM 4- SOLUÇÕES 3-SOLUÇÕES AÇÃO INSTINTIVA / ROTINEIRA AÇÃO INTELECTUAL NÍVEL PRÁTICO NÍVEL TEÓRICO
  • 15. O sujeito falante, leitor e produtor de textos é constituído por aspectos sociais e históricos. Então, a escola alfabetizadora precisa considerar os alunos como seres sociais e históricos.
  • 16. “[...] a vocação do homem é a de ser sujeito e não objeto (...), não existem senão homens concretos (não existe homem no vazio). Cada homem está situado no espaço e no tempo, no sentido em que vive numa época precisa, num lugar preciso, num contexto social e cultural preciso. O homem é um ser de raízes espaço-temporais. (FREIRE, 1980: 34).
  • 17. ALFABETIZAÇÃO E LETRAMENTO • Dois conceitos estreitamente articulados. • Alfabetizar/letrar pressupõe o ensino/aprendizagem das práticas de leitura e de escrita com vistas à inserção social. • Implica, também, no bom desempenho da oralidade. • São práticas que se iniciam no espaço familiar, perpassam por todos os espaços de convívio social e são sistematizadas/oficializadas, na escola, por meio de um processo pedagógico de responsabilidade da instância escolar e dos professores alfabetizadores. O fracasso de uns, reflete, consequentemente, o fracasso dos outros
  • 18. ALFABETIZAR Contribuir para o ingresso das crianças no mundo da LEITURA e da ESCRITA e para a participação delas em situações de uso da ORALIDADE Não termina nos anos iniciais de escolarização. Existe a alfabetização digital/tecnológica, Letramento acadêmico...
  • 20. Ler não é • Simples reconhecimento de letras, sílabas e palavras. • decifrar, como num jogo de adivinhações, o sentido de um texto. • Decodificação do sinal gráfico que se aprende no início da alfabetização.
  • 21. Ler é • Soletrar • Ato primeiro da leitura CONTAR • Repetir fonemas • Estágios da escrita • Agrupar fonemas Ler é • Apoderar-se • Interpretação COLHER • Acatar o sentido • Localização do tema (VERBO) e da mensagem • Autor é o dono absoluto Ler é • Acrescentamento de • Compreensão sentidos a partir de sinais ROUBAR • Coautoria (VERBO) • O leitor é um coautor • Relativização dos poderes do autor
  • 22. Sobre a instância de leitura denominada roubar, Paulino et al (2001) afirma: “Não se rouba algo com conhecimento e autorização do proprietário, logo essa leitura do texto vai se construir à revelia do autor, ou melhor, vai acrescentar ao texto outros sentidos a partir de sinas que nele estão presentes, mesmo que o autor não tivesse consciência disso”.
  • 23. Observe o exemplo a seguir “Gosto de marmelada” Oralidade • Análise: gos-to-de-mar-me-la-da • Síntese: gosto de marmelada • Leitura (colheita) interpretação: gosto do doce de marmelo (fruta). • Leitura (roubar) compreensão - Sentido conotativo “negócio desonesto”, “mamata”: sou partidário de negócios desonestos.
  • 24. • As palavras carregam significações que permitem ao leitor, passar por diversas e sucessivas sondagens. • A capacidade de transgressão dos sentidos propostos pelo autor revela a eficiência e o poder do leitor. • Essa capacidade está diretamente relacionada com o contexto de ocorrência da palavra e com os conhecimentos prévios do leitor.
  • 25. CONTEXTO DE OCORRÊNCIA • Obtém-se o contexto fazendo a leitura perigráfica (ler os entornos do texto, de gravuras e de palavras chave que situam a temática, o assunto, a área).
  • 26.
  • 27. O ADVOGADO E A LARANJA Um professor de Direito perguntou a um de seus alunos: ___ Se você quiser dar a Ronaldo uma laranja, o que deverá dizer? ___ Aqui está, Ronaldo, uma laranja – respondeu o aluno. O professor disse furioso: ___ Não! Não! Isso é inadmissível, pense como um advogado! ___ Ah, bom..., suspirou o aluno, lá vai: Eu, Nei Ribeiro, brasileiro, solteiro, portador do documento de identificação tipo RG nº. 9.213.456-4 SSP/SP, legítimo proprietário e possuidor, por meio deste ato, cedo e transfiro a Ronaldo Falcão, brasileiro, solteiro, portador do documento de identificação tipo RG nº. 12.524.321 – 8 SSP/SP, a propriedade exclusiva e benefícios futuros, os direitos, obrigações e vantagens, sumos e insumos, a quem confiro amplos poderes, sem exclusão de qualquer um, para desistir, renunciar, transigir, receber e dar quitação do recebimento do fruto a seguir descrito:
  • 28. De formato esferoide excêntrico, medindo 10 cm em seu eixo maior por 7 cm em seu eixo menor, de odor cítrico, pertencente à família Citrus Sinensis Brasiliensis, conhecida pela alcunha de laranja, juntamente com sua casca, sumo, polpa e sementes. Outrossim, afasto, desde este ano, qualquer possibilidade de vir a pleitear, em juízo ou fora deste, a devolução do fruto retro descrito, após a primeira osculação labial, ficando autorizado ou outorgado o uso de todo e qualquer meio para morder, cortar, chupar, congelar ou de outra forma comer o referido fruto, dando tudo por bom, firme e valioso, ou cedê-lo a outrem, com iguais poderes. Qualquer decisão contrária, passada ou futura, em qualquer instância, ou em instrumentos de qualquer natureza ou tipo ficam assim revogadas . DAMIÃO, R. T.; HENRIQUES, A. Curso de português jurídico. São Paulo: Atlas, 2000.
  • 29. CONHECIMENTOS PRÉVIOS Armazenados na memória são recuperados durante o processo de compreensão de um texto, via inferência, e, em seguida, adicionados à informação textual. Inferências são estratégias cognitivas por meio das quais o ouvinte ou leitor, partindo da informação veiculada pelo texto e levando em conta o contexto (em sentido amplo), constrói novas representações mentais e/ou estabelece uma ponte entre segmentos textuais, ou entre informação explícita e informação não explicitada no texto. (KOCH, 2000, p. 29-30). Em um texto, nem tudo que pode ser lido está escrito
  • 30.
  • 31. O que não está escrito mas pode ser lido/inferido?
  • 32. Os conhecimentos prévios podem ser: DE MUNDO Quanto mais conhecimentos, maior a eficiência leitora
  • 33. CONHECIMENTOS PRÉVIOS: TEXTUAIS O fato de saber distinguir tipos e gêneros textuais favorece a leitura. Tipos: (natureza linguística) narrativo, descritivo, argumentativo, injuntivo, info rmativo e jaculatórios (Marcuschi, 2005). Gêneros: (natureza sociocomunicativa) abarcam desde os mais tradicionais até os modernos (hipertexto) e são em número infinito.
  • 34. CONHECIMENTOS PRÉVIOS LINGUÍSTICOS Conhecimentos sobre a língua nativa e sobre outras línguas favorecem a leitura.
  • 35. Conhecimentos de mundo • Também chamados de enciclopédicos • Adquiridos sócio culturalmente por meio experiência e vivência • Armazenados na memória em blocos denominados modelos cognitivos. Koch e Travaglia (1999), citam alguns exemplos de modelos cognitivos: a) Frames: rótulos. Ex: carnaval (confete, serpentina, desfile, escola de samba, fantasia, baile, mulatas. Apesar de não haver qualquer ordenação lógica entre esses conhecimentos, eles vêm á tona quando acionados.
  • 36. Quais seriam os frames para Alfabetização? Alfabetização
  • 37. b) Esquemas: armazenados em sequência temporal ou causal. Ex: Conhecimentos de como pôr um eletrodoméstico em funcionamento, a rotina de um dia na vida de um cidadão . c) Planos: armazenados na memória e que têm a ver com o modo de agir para atingir determinado objetivo. Ex: por exemplo, como vencer uma partida de xadrez . c) Scripts: Conjunto de conhecimentos sobre modos estereotipados de agir. Ex: os rituais religiosos (batismo, casamento, missa), as fórmulas de cortesia, as práxis jurídicas, etc.
  • 39. Conclui-se que: “Um texto assemelha-se a um iceberg: explícito é apenas uma pequena parte daquilo que fica submerso, ou seja, implícito.” Koch e Travaglia (1997.p.65):
  • 40. PRESSUPOSTOS DA LEITURA “[...] ler é um processo no qual o leitor realiza um trabalho ativo de compreensão e interpretação do texto. (PCN, 1998, p. 69). No processo de interpretar as informações estão no texto No de compreender, elas estão na cabeça de cada leitor.
  • 41. Paulino et al (2001): leitura passa, necessária e simultaneamente, por: a) uma teoria do conhecimento b) uma psicologia/psicanálise c) uma sociologia d) uma pedagogia e) uma teoria da linguagem f) uma análise do discurso g) uma teoria literária
  • 42. a) Ler pressupõe uma teoria do conhecimento • o autor não é o dono absoluto do texto. • O leitor é também produtor de sentidos, coautor. • Ler é um ato produtivo pois o texto é recriado, reconstruído pelo leitor, nem sempre como o autor desejava. • No momento da leitura o leitor está em trabalho intelectual tanto no plano social quanto no plano individual.
  • 44. B) Ler pressupõe uma pedagogia • A leitura se desenvolve num processo de ensino aprendizagem que faz parte não só da escola, mas também da vida do cidadão num constante processo de troca. Processo é movimento contínuo. Impossível precisar início e fim
  • 45. É na escola que a leitura da palavra escrita ocorre com maior frequência e de forma diversificada, abrangendo vários níveis do conhecimento e exteriorização das emoções e da criatividade.
  • 46. É preciso “ensinar a ler” e não “mandar ler”. A escola é a instância, por excelência, de ensino. pela mediação do professor, pela interação com os colegas, por ser um lugar de reflexão sobre o mundo letrado
  • 47. e) Ler pressupõe uma teoria da linguagem Por uma questão política e social o alfabetizador deve sempre levar em conta os elementos da comunicação, cada com suas especificidades.
  • 48. Os discursos precisam ser analisados pois: • O sentido de uma palavra não existe em si mesmo. • Uma mesma palavra, em diferentes contextos e/ou ditas por pessoas diferentes, assume sentidos diferentes.
  • 49. O sentido de uma palavra não existe em si mesmo. Ele é determinado pelas posições ideológicas colocadas em jogo no processo histórico no qual as palavras são produzidas. "Não te amo mais. que Estarei mentindo dizendo Alimento um grande amor que Sinto cada vez mais que Ainda te quero como Já te esqueci! sempre quis E jamais usarei a frase Tenho certeza que Eu te amo! Nada foi em vão Sinto, mas tenho que dizer Sinto dentro de mim que a verdade Você não significa nada É tarde demais..." Não poderia dizer mais
  • 50.
  • 51.
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  • 53. A escolha de bons autores e de metodologias adequadas são fatores determinantes para que as crianças tenham prazer de ler literatura
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