Jesus explica a Nicodemos que é necessário "nascer de novo" para entrar no Reino de Deus, referindo-se à doutrina da reencarnação. A encarnação permite que as almas progridam através de sucessivas vidas, aprendendo com experiências e se aproximando da perfeição. A reencarnação é a única explicação para as diferenças entre os seres humanos e a justiça divina nas desigualdades da vida.
1. “Ninguém pode ver o Reino de Deus se
não nascer de novo”
Jesus Cristo, Jo 3, 1-12
Capítulo 4 – Evangelho segundo o Espiritismo
REENCARNAÇÃO
Eduardo Ottonelli Pithan
Grupo Vagalumes – Novo Hamburgo
51.82042277
2. EVANGELHO SEGUNDO ESPIRITISMO, Allan Kardec,
Cap. IV.
LIVRO DOS ESPIRITOS, Allan Kardec, questões 132,
133, 166, 167, 168, 169, 170 e 171
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Referências Bibliográficas
3. Nos capítulos anteriores...
Capítulo 1 – Não vim destruir a lei
Capítulo 2 – Meu Reino não é deste mundo
Capítulo 3 – Há muitas moradas na casa de meu Pai
Capítulo 4 – É preciso nascer e nascer de novo -
reencarnação
5. Evangelho segundo o Espiritismo
Ora, havia um homem dentre os fariseus, chamado Nicodemos,
senador dos judeus, que veio à noite encontrar Jesus e lhe disse: MESTRE,
sabemos que viestes da parte de Deus para nos instruir como um doutor, pois
ninguém poderia fazer os milagres que fazes se Deus não estivesse com ele.
Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, vos digo: Ninguém pode
ver o reino de Deus se não nascer de novo. Nicodemos perguntou a Jesus: Como
pode nascer um homem que já está velho? Pode ele entrar no ventre de sua mãe,
para nascer uma segunda vez? Jesus respondeu: Em verdade, em verdade, vos
digo: Se um homem não renascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino
de Deus. O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é Espírito. Não
vos espanteis se vos digo que é preciso que nasçais de novo. O Espírito sopra onde
quer e escutais sua voz, mas não sabeis de onde ele vem, nem para onde vai.
Ocorre o mesmo com todo homem que é nascido do Espírito.
Nicodemos perguntou: Como isso pode acontecer? Jesus lhe disse:
Sois mestre em Israel e ignorais essas coisas! Em verdade, em verdade, vos digo
que apenas dizemos o que sabemos e que apenas damos testemunho do que
vimos; e, entretanto, não recebeis nosso testemunho. Mas se não acreditais
quando vos falo das coisas terrenas, como acreditareis quando vos falar das coisas
do Céu? (João, 3:1 a 12.)
6. A RESSURREIÇÃO supõe o retorno à vida do corpo que
está morto, o que a Ciência demonstra ser materialmente
impossível, porque os elementos desse corpo estão,
desde há muito tempo, desintegrados na Natureza.
A REENCARNAÇÃO é o retorno da alma ou Espírito à vida
corporal, mas em um outro corpo, formado novamente
para ele, e que não tem nada em comum com o que se
desintegrou.
Ressurreição X Reencarnação
7. (Após a transfiguração.) E os discípulos Lhe perguntaram, dizendo: Pois por que
dizem os escribas que importa vir Elias primeiro? Mas Jesus, respondendo,
disse: ELIAS CERTAMENTE HÁ DE VIR, e restabelecerá todas as coisas: digo-vos,
porém, que Elias já veio, e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto
quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer às suas mãos.
Então compreenderam os discípulos que era de João Batista que Jesus lhes
falara. (Mateus, 17:10 a 13; Marcos, 9:10 a 12);
Ressurreição X Reencarnação
Elias João Batista ...
Públio Lentulos
Cornélius
Escravo Nestório Emmanuel
8. Consagra a REENCARNAÇÃO: “É preciso nascer de novo.”
CARNE # ESPÍRITO O que nasceu da carne é carne e o que nasceu do
Espírito é Espírito. O que nasceu da carne é carne. Indica claramente que
só o corpo procede do corpo e que o Espírito é independente dele.
“Não sabeis de onde vem, nem para onde vai” significa que não
se conhece o que foi, nem o que será o Espírito.
Ouça aquele que tem ouvidos para ouvir. Estas palavras, muitas vezes
repetidas por Jesus, confirmam claramente que nem todos estavam em
condições de compreender certas verdades.
O que Jesus esclareceu com esta
diálogo?
9. A REENCARNAÇÃO pode ser compreendida pelo ponto de vista
religioso e filosófico, e as provas de sua existência resultam da
observação dos fatos. Todo efeito tem que ter uma causa, e é
então que a reencarnação surge como uma necessidade absoluta
para a humanidade, pois através dela se explicam as grandes
diferenças materiais existentes entre os homens. A reencarnação
é uma Lei da Natureza e somente ela pode dizer ao homem de
onde ele vem, para onde ele vai e por que está na terra. Somente
ela pode justificar as desigualdades e todas as injustiças que
“aparentemente” avida apresenta.
Só a Reencarnação justifica tantas
diferenças
10. Uma criança que dura poucos dias de vida?
Alguém que nasce e só convive com doença?
Como justificar alguém que nasce e só convive com segurança,
bem-estar, saúde e nunca passou por dificuldades materiais?
Como justificar alguém que tem dificuldades de ter o pão
nosso de cada dia?
Como explicar sem a reencarnação
11. Os laços de família não são destruídos pela reencarnação, tal como pensam
algumas pessoas. Ao contrário, são fortalecidos e entrelaçados. O princípio
oposto, sim, é que os destrói.
Os Espíritos formam no espaço grupos ou famílias, unidos pela afeição,
simpatia e semelhança de tendências. Esses Espíritos, felizes por estarem
juntos, procuram-se. A encarnação apenas os separa momentaneamente, pois,
após sua volta à erraticidade, reencontram-se como amigos que retornam de
uma viagem.
Às vezes, uns seguem a outros juntos na encarnação, em que se reúnem numa
mesma família, ou num mesmo círculo, trabalhando juntos para seu mútuo
adiantamento. Se uns estão encarnados e outros não, nem por isso deixam de
estar unidos pelo pensamento. Os que estão livres preocupam-se com aqueles
que estão encarnados, cativos da carne. Os mais adiantados procuram fazer
progredir os que se atrasam. Após cada existência, terão dado mais um passo
na busca da perfeição.
OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA
REENCARNAÇÃO E ROMPIDOS PELA UNICIDADE
DA EXISTÊNCIA
12. Deve-se entender que se trata aqui da verdadeira afeição de alma a alma, a
única que sobrevive à destruição do corpo, pois os seres que se unem na Terra
só pelos interesses materiais não têm nenhum motivo para se procurarem no
mundo dos Espíritos. Apenas as afeições espirituais são duráveis; as afeições
carnais acabam com a causa que as fez nascer, e essa causa não existe mais no
mundo dos Espíritos, ao passo que a alma sempre existe.
A união e a afeição que existe entre parentes são sinais da simpatia anterior
que os aproximou. Por isso, diz-se, ao falar de uma pessoa cujo caráter, gostos
e inclinações não têm nenhuma semelhança com os de seus parentes, que ela
não é da família. Ao dizer-se isso, declara-se uma verdade maior do que se
acredita. Deus permite essas encarnações de Espíritos antipáticos ou
estranhos nas famílias, com o duplo objetivo de servir de prova para uns e de
meio de adiantamento para outros. Além disso, os maus melhoram-se pouco a
pouco ao contato com os bons, e pelos cuidados que recebem.
OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA
REENCARNAÇÃO E ROMPIDOS PELA UNICIDADE
DA EXISTÊNCIA
13. Resumo das Filosofias existentes com a relação
com o além-túmulo
o nada, conforme afirma a doutrina materialista;
ser integrado ao todo universal, conforme afirma a
doutrina panteísta;
a individualidade da alma, com a fixação definitiva do destino, de
acordo com a doutrina da Igreja (ressurreição);
individualidade da alma, com progresso ao infinito,
conforme a Doutrina Espírita. (reencarnação)
14. A encarnação não tem limites precisamente traçados, se nos referirmos
ao envoltório material que constitui o corpo do Espírito. A
materialidade desse envoltório diminui à medida que o Espírito se
purifica. Em mundos mais avançados do que a Terra, ele já é menos
denso, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos
sujeito aos infortúnios da vida. Num grau mais elevado, é transparente e
quase fluídico. De grau em grau, ele se desmaterializa e acaba por se
confundir com o perispírito. Dependendo do mundo no qual o Espírito
é chamado a viver, toma um corpo apropriado à natureza desse
mundo.
LIMITES DA ENCARNAÇÃO
16. O próprio perispírito sofre transformações sucessivas. Torna-se cada vez
mais fluídico até a completa purificação, que constitui a natureza dos
Espíritos puros. Embora os mundos especiais sejam destinados aos
Espíritos mais avançados, eles não estão ali prisioneiros como nos
mundos inferiores; o estado de pureza em que se encontram lhes
permite transportarem-se por todas as partes onde realizam as missões
que lhes são confiadas.
LIMITES DA ENCARNAÇÃO
Regeneração Felizes
Primitivos
Provas e
expiações
Ditosos
limitados
Espíritos PUROS vão a qualquer um
17. Além do mais, deve-se considerar que na erraticidade, isto é, no
intervalo das existências corporais, a situação do Espírito permanece
relacionada com a natureza do mundo ao qual ele está ligado pelo seu
grau de adiantamento. Deste modo, na erraticidade, ele é mais ou
menos feliz, livre e esclarecido, conforme esteja mais ou menos
desmaterializado.
LIMITES DA ENCARNAÇÃO
Mundo
de
trabalho
erraticidade
Umbral
Planos
Melhores
De acordo com
sua EVOLUÇÃO e
TRABALHO
18. Será a encarnação uma punição e somente os Espíritos culpados estão
sujeitos a ela?
A passagem dos Espíritos pela vida corporal é necessária para que
possam cumprir, por meio de ações materiais, os planos cuja execução
Deus lhes confiou. Isto é necessário para eles mesmos, pois a atividade
que estão obrigados a desempenhar ajuda o desenvolvimento da sua
inteligência. Deus, sendo soberanamente justo, considera igualmente
todos os seus filhos. É por isso que Ele dá a todos um mesmo ponto de
partida, a mesma capacidade, as mesmas obrigações a cumprir e a
mesma liberdade de ação. Qualquer privilégio seria uma preferência e
qualquer preferência, uma injustiça.
NECESSIDADE DA ENCARNAÇÃO
19. Os que desempenham com zelo essa tarefa transpõem rapidamente e menos
penosamente os primeiros graus da iniciação e mais cedo gozam do fruto de
seus labores. Os que, ao contrário, usam mal da liberdade que Deus lhes
concede retardam a sua marcha e, tal seja a obstinação que demonstrem,
podem prolongar indefinidamente a necessidade da reencarnação e é
quando se torna um castigo. - S. Luís. (Paris, 1859.)
EXEMPLO - O escolar não chega aos estudos superiores da Ciência, senão depois de haver
percorrido a série das classes que até lá o conduzirão. Essas classes, qualquer que seja o trabalho
que exijam, são um meio de o estudante alcançar o fim e não um castigo que se lhe inflige. Se ele é
esforçado, abrevia o caminho, no qual, então, menos espinhos encontra. Outro tanto não sucede
àquele a quem a negligência e a preguiça obrigam a passar duplamente por certas classes. A
punição não esta no estudo, mas na obrigação de fazer tudo outra vez.
A ENCARNAÇÃO É UM CASTIGO?
Tristeza Depressão Reclamando REPETENTE
Alegria Disposição Trabalhando EVOLUÇÃO
20. A encarnação, aliás, precisa ter um fim útil. Ora, qual seria o das
encarnações efêmeras das crianças que morrem em tenra idade?
Teriam sofrido sem proveito para si, nem para outrem. Deus, cujas leis
todas são soberanamente sábias, nada faz de inútil. Pela reencarnação
no mesmo globo, quis ele que os mesmos Espíritos, pondo-se
novamente em contato, tivessem ensejo de reparar seus danos
recíprocos. Por meio das suas relações anteriores, quis, além disso,
estabelecer sobre base espiritual os laços de família e apoiar numa lei
natural os princípios da solidariedade, da fraternidade e da igualdade.
A ENCARNAÇÃO É UM CASTIGO?
22. 132. Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para
uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm
que sofrer todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a
parte que lhe toca na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo,
toma o Espírito um instrumento, de harmonia com a matéria essencial desse
mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É assim
que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.”
A ação dos seres corpóreos é necessária à marcha do Universo. Deus, porém, na
Sua sabedoria, quis que nessa mesma ação eles encontrassem um meio de
progredir e de se aproximar Dele. Deste modo, por uma admirável lei da
Providência, tudo se encadeia, tudo é solidário na Natureza.
LIVRO DOS ESPÍRITOS
IMPERFEIÇÃO PERFEIÇÃO
INTELECTUAL
MORAL
SIMPLES E
IGNORANTES
23. 133. Têm necessidade de encarnação os Espíritos que, desde o princípio,
seguiram o caminho do bem?
“Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da
vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e
trabalhos, conseguintemente sem mérito.”
a) - Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se
isso não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a
consequência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto
menos tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem
ambicioso, não sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”
LIVRO DOS ESPÍRITOS
25. Caminho do mal = Crescimento
menos rápido = ESTAGNAÇÃO
EGOÍSTA
ORGULHOSO
PREGUISOÇO
INVEJOSO
FALTA DE VONTADE
26. 166. Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea,
acabar de depurar-se?
“Sofrendo a prova de uma nova existência.”
a) - Como realiza essa nova existência? Será pela sua transformação como
Espírito?
“Depurando-se, a alma indubitavelmente experimenta uma transformação, mas
para isso necessária lhe é a prova da vida corporal.”
b) - A alma passa então por muitas existências corporais?
“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem
manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo
deles.”
c) - Parece resultar desse princípio que a alma, depois de haver deixado um
corpo, toma outro, ou, então, que reencarna em novo corpo. E assim que se deve
entender?
“Evidentemente.”
LIVRO DOS ESPÍRITOS
27. 167. Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
168. É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna
perpetuamente?
“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do
progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais
necessidade das provas da vida corporal.”
169. É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as
encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é
quase infinito.”
170. O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?
“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”
LIVRO DOS ESPÍRITOS
28. 171. Em que se funda o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai
deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a
razão que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de
quem não dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens?
Só entre os egoístas se encontram a iniquidade, o ódio implacável e os castigos
sem remissão.”
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de
alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. SUA JUSTIÇA,
PORÉM, LHES CONCEDE REALIZAR, EM NOVAS EXISTÊNCIAS, O QUE NÃO
PUDERAM FAZER OU CONCLUIR NUMA PRIMEIRA PROVA.
Justiça de DEUS: “A CADA UM SEGUNDO SUAS OBRAS” (JESUS)
LIVRO DOS ESPÍRITOS