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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

   CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO

         EDUARDO BORILE JUNIOR

        GISELE DE OLIVEIRA NOZARI

           JENNIFER BAUER EME

              LUÍSA BIONDO

         MAÍRA SPRICIGO MORAES

        NATÁLIA SUSIN CECHINATO




  AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS

                      Trabalho realizado para a disciplina
                      “Introdução a Comunicação Social”.




           Prof. Marcelo Wasserman




        Caxias do Sul, Julho de 2011.
SUMÁRIO




INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3

AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS .......................................................................... 5
As HQs no mundo ................................................................................................... 5
As HQs no Brasil ..................................................................................................... 7
As HQs norte-americanas ....................................................................................... 8
Os grandes heróis.................................................................................................. 13
Ideologia ................................................................................................................ 20
Maniqueísmo .......................................................................................................... 22
Mafalda ................................................................................................................... 23
Charlie Brown......................................................................................................... 26



CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 30

REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32

ANEXOS .................................................................................................................. 34
3




INTRODUÇÃO




      “As Histórias em Quadrinhos, como todas as formas de arte, fazem parte do
contexto histórico e social que as cercam. Elas não surgem isoladas e isentas de
influências. Na verdade, as ideologias e o momento político moldam, de maneira
decisiva, até mesmo o mais descompromissado dos gibis. (...)”
                                                                Joatan Preis Dutra


      Em algum momento da vida, o ser humano fica frente a frente com um
daqueles coloridos livros, compostos de desenhos simples e falas óbvias. Se ainda é
criança, aqueles símbolos dentro de balões e quadrados passariam por
despercebido, e o que lhe interessa são apenas os desenhos. Com o passar do
tempo, aqueles “rabiscos misteriosos” recebem um sentido e aprendemos que as
histórias em quadrinhos (HQs) são muito mais do que desenhos e falas. As HQs
rompem o limite da arte e transmitem uma ideologia que forma opiniões no mesmo
ritmo que soma fãs.
      A melhor definição para História em Quadrinhos está em sua própria
denominação: um ato contado em quadros. Por essas figuras geométricas passaram
heróis, históricos vilões e magníficos enredos que posteriormente serviram de
inspiração para filmes.
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      Talvez seja exagero dizer que as HQs surgiram na pré-história, mas é
inegável ignorar que o desenho é uma das formas mais primitivas de expressão do
homem. Com a ausência da escrita, tornou-se mais fácil reproduzir o que se
observava: as experiências de vida, os diferentes animais, as florestas. Essa forma
de expressão, tatuada nas paredes, serviu de base para as culturas egípcias, onde
as pinturas retratavam as aventuras dos deuses da mitologia. Milênios depois, com a
origem da escrita e a ascensão do papel, essas histórias encontraram o habitat
perfeito para se estabelecer e evoluir, até o livro que chega as nossas mãos, hoje.
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   AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS




     As HQs no mundo


      As histórias em quadrinhos modernas nasceram da disputa entre dois
grandes jornais norte-americanos de Nova York, no final do século 19. Em 1894, os
editores do The New York World acharam que elas poderiam ajudar a vender mais
jornal e decidiram publicar, pela primeira vez em cores, uma página inteira com
histórias em quadrinhos. Dois anos depois, em 1896, o jornal concorrente, o Morning
Journal, passou a publicar um suplemento semanal com 8 páginas. Esses dois
jornais deram o pontapé inicial às histórias em quadrinhos, como as conhecemos
hoje. Foi a partir de então, que a narrativa foi colocada dentro do balão, e o
personagem principal e seus companheiros passaram a ter vidas próprias.
      Mas se as HQs modernas surgiram somente no final do século 19, a “pré-
história” delas começou muito antes. Na verdade, as HQs estão diretamente
vinculadas à história da imprensa, ou seja, ao desenvolvimento da arte e da técnica
de reproduzir textos e imagens em papel.
      Por volta de 1550, elas tinham pouco texto e imagem e contavam a história
dos santos e dos mártires da igreja Cristã. Devido a esta finalidade religiosa,
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também se imprimiam pequenas histórias para falar sobre religião e o amor de Deus.
Tratava-se de histórias com algumas figuras impressas numa única página e uma
narrativa bem fácil, com pouco texto, palavras simples, pois o alvo eram leitores que
mal sabiam ler ou que tinham acabado de aprender a ler.
      Os ingleses foram um dos primeiros a perceber que esse tipo de história com
pouco texto e imagens podia servir para as crianças. Começaram, então, a colocar
em seus jornais grandes ilustrações com pequenos textos dirigidos aos pais.
      A revistinha tal como a conhecemos hoje foi inventada em 1933. Era um tipo
de livro com uma encadernação muito barata, presa por grampos, e foi inicialmente
distribuída como brinde. Depois passou a ser vendida à preço baixo, fácil de ler e de
acompanhar, inspirada em personagens populares.
      O crack da Bolsa de Valores em 1939 foi um ponto importante da história em
quadrinhos, e na década de 30 nasceu grande parte dos personagens ainda vivos
no imaginário popular. Com a famosa Golden Age – Era de Ouro, nas primeiras
histórias, os Quadrinhos eram essencialmente humorísticos, e essa é a explicação
para o nome que elas carregam até hoje: comics (cômicos). O primeiro herói
uniformizado foi Fantasma (Anexo 1), escrito por Lee Falk e desenhado por Ray
Moore.
      Na década de 40, o campo evoluiu, expandindo suas fronteiras e tornando-se
parte da cultura de massa. Foi nessa época que vários personagens se alistaram e
foram para a II Guerra Mundial, e os Quadrinhos se tornaram armas ideológicas
para elevar o moral dos soldados e do povo.
      Nos anos 1960, começou a Silver Age – Era de Prata, dos Quadrinhos. Nas
décadas de 60, 70 e 80, surgem os Flistones (Anexo 2) , de Hanna e Barbera, o
surgimento do fenômeno Walt Disney e as primeiras revistinhas da Turma da Mônica
(Anexo 3), de Maurício de Souza,       assim como os Tundercats e He-Man, que
trocaram a televisão pelo gibi.
      A década de 90, não apresentou grandes lançamentos. Houve renovação de
personagens e histórias que ressurgiram para agradar os fãs. Foi nesse período que
7



os Quadrinhos invadiram a televisão. Primeiramente como desenho animado, e
depois no cinema.




      As HQs no Brasil


      No Brasil, as HQs surgiram adotando um estilo satírico conhecido como
cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as
populares tiras.    A   publicação   de     revistas   próprias    de histórias   e
quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar
com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito
grande nessa área, com o mercado editorial dominado pelas publicações de
quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo comics
dos super-heróis americanos é predominante, mas vem perdendo espaço para uma
expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá).
Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos comics alguns
já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike
Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha (Anexo 4) e outros).
      A única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que se desenvolveu
um conjunto de características profundamente nacional é a tira. Apesar de não ser
originária do Brasil, no país ela desenvolveu características diferenciadas. Sob a
influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 1960 e mais tarde de
grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80 (muitos dos quais ainda em
atividade), a tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais "ácida" e menos
comportada do que a americana.
      Destacam-se a Turma da Mônica, o Menino Maluquinho, de Ziraldo, Seninha
e Zé Carioca.
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     As HQs norte-americanas


      Os Quadrinhos americanos fazem parte da cultura mundial, e nos últimos
cinqüenta    anos,   fizeram   parte   da   história.   Através   deles   os   autores
compartilham com seu público, personagens com os mais variados sonhos
dramas e aventuras. O mercado americano de Quadrinhos desenvolveu um
processo muito profissional e lucrativo por décadas. Basicamente este mercado é
composto por três grandes editoras com anos de mercado: Marvel, DC e
Image.

      MARVEL Comics


      A Marvel (Anexo 5) surgiu na década de 1930. Os Estados Unidos se
encontravam em profunda crise econômica, e Martin Goodman editor de quadrinhos
há muito desempregado começou a trabalhar no “Independent News”. No jornal ele
trabalhava com outros grandes nomes dos Quadrinhos americanos.
         Com o final da crise econômica e com o crescente sucesso dos quadrinhos
Goodman viu a necessidade de vender essas histórias em grandes volumes. Depois
de muito esforço em outubro de 1939, Goodman lançou a Marvel Comics #1,
obtendo cerca de oitenta mil exemplares vendidos naquele mês e aproximadamente
oitocentos mil no mês seguinte. Sua idéia de escala de produção funcionou de forma
surpreendente. Com isso Goodman criou sua própria empresa, a Timely
Publications. Nascia a fundação do conglomerado de empresas de mídia que mais
tarde tornaria-se a MARVEL Entertainment. A empresa crescia a cada ano que
passava, e Goodman se via obrigado a contratar novos funcionários, daí surgiram
muitos nomes conhecidos do mundo dos quadrinhos mundial. Joe Simon, Jack
Kirby, Stan Lee (Anexo 6) foram alguns dos contratados de Martin Goodman, no
período que ficou conhecido como a era de ouro dos Quadrinhos “Golden Age”.
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      No final dos anos 1950, o mercado editorial americano começou a apresentar
desgaste e entrou em declínio e as editoras estavam buscando sobreviver a todo
custo. Neste período, Gooldman publicou diversas edições fora do mundo dos
Quadrinhos, que variaram desde edições para o público infantil terror, romance até
revistas de mistério.
      Nesta década de 1950, devido a forte influência política e de interesses
diversos, os Quadrinhos começaram a chamar a atenção do grande público por
pessoas e grupos que entendiam que os Quadrinhos estavam trazendo possíveis
problemas aos jovens, devido ao seu conteúdo e os Quadrinhos foram quase
proibidos de circularem. Para sobreviverem ao declínio de suas vendas muitas
empresas se juntaram e formaram o “Comics Code Authority” em 1955.
      Nos anos 1960 os Quadrinhos voltaram com força total. Surgia então uma
nova era dos Quadrinhos, a “Silver Age”. A Timely Comics voltou a ser Marvel
Comics,   e   pressionados   pela   concorrência,   seus   editores   criaram   novos
personagens. Nasceu então o Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, Hulk, Homem
de Ferro, Demolidor, Thor, Surfista Prateado, Dr. Estranho (Anexo 7) , X-Men, e
junto com eles surgiram também muitos artistas hoje famosos por suas criações:
John Romita Jr, Gene Colan, John Buscema, Roy Thomas, Dom Heck. .
      Na década de 1970 a Marvel continuou crescendo e em 1972 Martin
Goodman deixa a direção do grupo passando-a à Stan Lee.
      A Comics Code Authority começou a atualizar seus critérios e regulamentos,
permitindo às editoras uma maior abrangência em assuntos antes considerados
polêmicos ou impróprios, e nessa época surgem personagens como Conan-o
Bárbaro, Drácula, Star Wars (Anexo 8). Stan Lee estava com todos os negócios da
Marvel nas mãos, mas precisava de mais tempo em sua agenda. Surge então mais
um grande nome dessa história: Jim Shooter, editor chefe. Shooter assumiu o cargo
e elevou a Marvel a um novo patamar de eficiência e profissionalismo. Foi em sua
gestão que a Marvel corrigiu graves erros de edição, prazos de entrega, acordos
com artistas e, principalmente, alinhamento com o mercado. A Marvel foi a primeira
10



editora americana a trazer material pronto de outros países para publicação nos
Estados Unidos, como por exemplo, Akira, um mangá japonês. Com Jim Shooter no
comando, a Marvel fechou contrato com fabricantes de brinquedos e teve um de
seus maiores sucessos ao fabricar a linha completa dos personagens que
participaram da edição de Quadrinhos Secret Wars (Guerras Secretas).
       Em 1989, Jim Shooter decide deixar a Marvel, e junto com ele vão muitos
outros editores, desenhistas e roteiristas também.
       A Marvel passou por um mau período com a saída de tantos artistas, a
falência só não aconteceu porque a empresa tinha contratos com produtoras de TV.
A empresa ganhou novo nome, passando a ser chamada de Marvel Productions, e
começou a produzir para a TV séries não só de seus próprios personagens, mas
também de personagens de outras empresas.
       Seguindo as oportunidades de negócios e pressionada pelos baixos
lucros da época, a Marvel Productions foi vendida alguns anos depois
para   a   New     World   Entertainment   e   posteriormente   revendida   para   a
MacAndrews and Forbes.
       Com a saída de seus maiores talentos para a DC no final dos anos 1980, a
Marvel investiu em novos talentos nos anos 1990, como Todd Macfarlane, Jim Lee,
Marc Silvestri, Erik Larsen e Barry Windsor Smith. Esses artistas conseguiram mudar
o gosto dos leitores, antes presos aos enredos das aventuras, para apreciar e
desejar desenhos mais trabalhados, formas perfeitas e em tamanhos maiores. Mas
em 1992 este grupo de desenhistas e roteiristas deixou a Marvel para criarem sua
própria editora.
       Com a virada de século a Marvel conseguiu colocar a suas finanças em
ordem. De olho no futuro a Marvel em 2007 criou a Marvel Digital Comics Unlimited,
que permite acesso a um enorme acervo de edições por sessentas dólares por ano.
Desde o lançamento da Marvel Digital Comics Unlimited, a Marvel fechou negócios
no mundo digital também para telefones celulares, smartphones e tablets.
11



      Depois de décadas à frente da empresa, este ano, 2011, Stan Lee decidiu
oficialmente deixar a empresa.
      Em 2007 a Marvel completou setenta anos de vida, um marco no mundo dos
Quadrinhos. Ao longo de décadas a editora criou um universo de personagens e
uma longa série de complexas histórias, com tramas de longa duração, inúmeras
reviravoltas e grandes aventuras. Seus personagens são os mais populares da
história dos quadrinhos. A história da Marvel é alternada por momentos de sucesso
e fracasso, de muita popularidade e, principalmente de muito talento e inovação. A
Marvel Entertainment abrange o mundo com seus produtos e é hoje uma forte
geradora de recursos. Mais do que uma fábrica de sonhos e aventuras, a Marvel é
um marco, uma referência na indústria dos Quadrinhos.



      DC Comics

      A DC Comics (Anexo 9) nasceu em 1934, criada por Major Malcolm Wheeler-
Nicholson e publicava a More Fun Comics/Fun: The Big Comic Magazine, mais tarde
conhecida como New Fun e More Fun. A DC Comics faz parte da grande empresa
Time Warner, a maior na área do entretenimento.
      A editora demorou algumas décadas para se consolidar no mundo dos
Quadrinhos e desde sua origem é a maior rival da Marvel. Inicialmente a DC Comics
era chamada de National Comics, e assumiu a sigla DC em referência a uma das
suas maiores publicações, a Detective Comics, que entre outras publicações trazia
em suas páginas as aventuras de Batman. Mas esse não é o único grande
personagem da editora, a DC também tem em seu elenco todos os personagens da
Liga da Justiça da América (Anexo 10), os Novos Titãs, a Patrulha do Destino, a
Legião dos Super-Heróis, entre outros.
      Na época da “Golden Age”, 1930, dos Quadrinhos a DC Comics se chamava
New Comics. E em 1937 a editora assumiu o nome Detective Comics, DC, e quase
dez anos depois, em 1944 a empresa se uniu National Allied Publications,
12



responsável pela edição da Action Comics onde o Superman apareceu pela primeira
vez. A junção dessas duas empresas passou a ter o nome de National Comics, mas
conhecida popularmente por DC Comics, até o nome ser oficializado publicamente.
         Com Superman, a DC Comics conquistou fama e se consolida no mercado,
tendo uma grande participação na “Golden Age” dos Quadrinhos. O Superman deu
força para que a editora criasse mais heróis, o Batman teve mais espaço, e a
Mulher-Maravilha conquistou o seu. Apareceram também os heróis da Sociedade da
Justiça da América.
         Na denominada “Silver Age” a DC repaginou alguns de seus antigos
personagens, e The Flash e Lanterna Verde se transformaram em heróis mais
modernos. A intenção desta adaptação era apagar as raízes místicas desses seres
fictícios e torná-los mais concretos e condizentes com os tempos atuais. A DC
contratou mais artistas, para assim poder concorrer com a Marvel, como Marv
Wolfman e Georfe Pérez.
         Nas décadas de 1970 e 1980 a DC começou uma nova fase em sua história:
introduzir mini-séries em suas publicações, o que lhe garantia a possibilidade de
tornar      as      sequências      de     suas        histórias    mais     maleáveis.
Novas experiências foram empreendidas na chegada dos anos 1990, mas o
sucesso     foi   instável.   Ao   que   parece   os    leitores   não   gostaram   dos
eventos como a morte do Superman e o aleijamento do Batman.
         Nos anos seguintes mais precisamente em 2003, a DC publicou a extensa
série conhecida como Elfquest (Anexo 11). Em 2004 a editora passou a lançar
também mangás traduzidos para o inglês. Em 2006 a série All-Star dá margem para
que os melhores criadores dos quadrinhos – entre eles Frank Miller, Jim Lee e Grant
Morrison – narrem suas próprias visões dos famosos heróis.
         Em setembro de 2009, a Warner Bros anunciou que a DC Comics faria parte
da DC Entertainment.
         Assim como sua maior rival Marvel, a DC Comics é uma grande geradora de
dinheiro no mercado dos Quadrinhos, e referência nesse meio.
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      IMAGE Comics

      A Image Comics (Anexo 12) é a mais recente das editoras de sucesso no
mundo dos Quadrinhos, esta foi fundada em 1992 por um grupo de roteiristas e
desenhistas que deixaram seus empregos na Marvel. Inicialmente a Image era um
selo da Malibu Comics, editora se tornou um meio onde os autores podiam publicar
suas histórias sem ter que vender os direitos autorais de seus personagens.
      O sucesso da editora mudou significativamente a posição dos criadores na
indústria dos Quadrinhos, mas alguns conflitos entre seus sócios e a falta de
experiência dos envolvidos contribuíram para a vinda de fortunas voláteis para a
companhia.
      Nos primeiros anos de sua criação chegou a almejar a posição de “segunda
maior editora”, tendo ocasionalmente ultrapassado a DC Comics na quantidade de
edições vendidas. Atualmente se posiciona regularmente como a terceira maior do
mercado e compete historicamente com a Dark Horse. (Anexo 13)
      Suas séries mais conhecidas incluem Gen, Savage Dragon (Anexo 14),
Spawn, Shadowhawk, e mais recentemente Invincible e The Walking Dead.
      O mercado dos Quadrinhos americanos move milhares de dólares por ano.
Além de sua longa história e sua forte influência na cultura mundial das HQs, os
Quadrinhos americanos são uma potência econômica.

     Os grandes heróis


       Muitos heróis figuram a imaginação dos fãs dos Quadrinhos até hoje.
Calcula-se que cerca de quatrocentos super-heróis foram criados no período de
1940 a 1945, mas nem todos sobreviveram. Como o universo dos Quadrinhos é
vasto, tomemos por base alguns super-heróis marcantes nesse campo: Homem
Aranha e Capitão América da MARVEL Comics e Batman e Super-Homem da DC
comics.
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      Homem-Aranha
      Nome real: Peter Benjamin Parker
      Local de Nascimento: Forest Hills, Nova York
      Primeira aparição: Amazing Fantasy # 15 (1962)
      Criadores: Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko


      Peter Parker foi criado por seu tio Ben e sua tia May, possuia talento para
ciência e era muito tímido. Aos quinze anos foi a uma exposição de ciência, onde foi
mordido por uma aranha radioativa, capacitando a Peter uma força descomunal,
agilidade, capacidade de se agarrar a quase qualquer superfície e um “sexto
sentido” para o perigo iminente.
      No início da trama, Peter ele não se preocupava com todos, apenas consigo
mesmo, e seus tios. Porém, após a morte de tio Ben por um ladrão, ele assume a
identidade de Homem-Aranha (Anexo 15), e vai atrás do assasino. A culpa o
consume encontrar o assassino: um bandido que ele não tentou deter dias antes.
Finalmente sente o poder que possui e relembrando o que seu tio havia dito-lhe um
dia, torna-se consciente     percebendo que com grande poderes vêm grandes
responsabilidades.
       Como Peter e sua tia May passavam por problemas finaceiros ele começou a
trabalhar no Clarim Diário, um jornal sensacionalista da cidade de Nova York, onde
tirava fotos de si mesmo como Homem-Aranha e vendia para J. Johan Jameson.
      Ao contrário de outros super-heróis, no começo o Homem-Aranha era temido
pela população. Foi no Clarim que ele conheceu seu primeiro amor, a secretária
Betty Brant. Durante a faculdade Peter namorou Gwen Stacy, que morre ao ser
jogada de uma ponte por Norman Osborn, o Duende Verde, principal vilão da
história. Porém, foi Mary Jane Watson, apresentada pela tia May, quem realmente
roubou o coração de Peter, a ponto de Harry Osborn, seu melhor amigo tornar-se o
Duende Macabro, para duelerem pelo amor da jovem donzela.
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      Durante toda saga, Homem Aranha enfrenta muitas realidades e inúmeros
vilões, tais como Camaleão, Abutre, Dr. Octopus, Consertador, Homem-Areia,
Lagarto, Electro, Mysterio, Duende Verde, Kraven (Anexo 16), Escorpião, Rei do
Crime, Morbius (Primeiro personagem vampiro na história dos HQs depois da
revisão do Código de Censura.), Chaca, Duende Macabro, Venom, Carnificina e
Kaine (o resultado da primeira tentativa do professor Miles Warren, o Chacal, de
clonar Peter Parker.)
      Dentre as principais HQs destacam-se as séries Amazing Fantasy, Amazing
Spider-Man, Ultimate Spider-Man, uma participação em Os Novos Vingadores e em
Novo Quarteto Fantástico.


      Capitão América
      Nome real: Steven "Steve" Rogers
      Local de nascimento: New York, New York
      Primeira aparição: (Captain America) Captain America Comics #1 (1941)
      (Nomad) Captain America #180 (1974); (Captain)
      Criadores: Joe Simons e Jack Kirby


        O Capitão América (Anexo 17) é o mais conhecido herói patriota e surgiu
durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente luta principalmente contra o
terrorismo.
        Steve Rogers era um estudante que gostaria de se alistar ao exército no
início de 1940 para combater a Alemanha nazista, porém não possuía
características físicas para o combate. Foi então convidado pelo professor Abraham
Erskine para participar da Operação Renascimento, que baseada nas descobertas
do professor transformaria os soldados de exército em super soldados. Ele aceitou
ser a primeira cobaia do projeto, e após a injeção do “Soro Super Soldado” teve seu
físico melhorado, ganhando força, agilidade, reflexos, resistência e imunidade
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fisiológica. Logo após o acontecimento o professor Erskine foi morto por um agente
duplo, nazista, deixando assim Steve como o único super soldado.
       Rogers foi designado para como um agente de contra-inteligência e um herói
dos EUA simbólico para combater a propaganda da Alemanha nazista, após
diversos sucessos comandados pelo arquiinimigo, Caveira Vermelha (Anexo 18).
       Vestindo um traje baseado em seu próprio projeto, modelado a partir
bandeira americana, Steve recebeu um escudo triangular à prova de balas, uma
arma pessoal e o codinome Capitão América, o Sentinela da Liberdade. Em uma
missão em Wakanda,ele ganhou um novo escudo, desta vez redondo, indestrutível e
impossível de ser duplicado.
       Possuía uma identidade falsa como uma infantaria desajeitada, em Camp
Lehigh, na Virgínia. Seus oponentes, incluindo o Caveira Vermelha tentaram muitas
vezes copiar a fórmula do professor Erskine para ter também super soldados.
       Após uma batalha no fim da Segunda Guerra, Capitão América foi dado
como morto, porém seu corpo estava congelado e ele sobreviveu devido a sua
resistência fisiológica. Ele teve cinco mortes e retornos ao longo de sua história,
inclusive houve um momento em que seu inimigo, Caveira Vermelha utilizou os
poderes do Cubo Cósmico para trocar de corpo com o herói.
        Houve sete diferentes fases do “Capitão América”, Ele chegou a ser o
Nômade, pois estava cansado da corrupção nos Estados Unidos, fato que contribui
para que abandonasse seu antigo codinome.
        Durante seu trajeto ele teve a ajuda por muitos anos de Bucky, que se
tornou o principal parceiro no acampamento do exército, pois, descobriu a dupla
identidade de Rogers.
       Capitão América namorou a Agente 13 da S.H.I.E.L. D - Supreme
Headquarters of International Espionage and Law-Enforcement Division (Quartel-
general Supremo de Espionagem Internacional e Divisão de Execução da Lei) e é
líder dos Vingadores, onde fez amizade com Thor, Homem de Ferro (Tony Stark),
Giant-Man (Hank Pym), a Vespa, e mordomo dos Vingadores Edwin Jarvis.
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         Dentre   os   principais   inimigos   destacam-se,   Barão   Zemo,   Caveira
Vermelha e Ossos Cruzados, I.M.A e Modok, H.I.D.R.A, Víbora e o Esquadrão
Serpente,Doutor Faustus,Império Secreto, Força Nacional, Mecanus,Richard Starkey


        Batman
        Nome real: Bruce Wayne
        Local de Nascimento: Gotham City
        Primeira aparição: Detective Comics #27 (1939)
        Criadores: Bob Kan e Bill Finger


        Batman (Anexo 19) é Bruce Wayne, um bilionário empresário e filantropo. Sua
motivação para ser super-herói foi o fato de testemunhar o assassinato de seus pais
quando criança teria levando-o a viajar pelo mundo, para assim tentar compreender
a mente criminosa. Treinou todo tipo de artes marciais e técnicas de combate, pois o
trauma de ver seus pais mortos com tiros de revolver lhe deu aversão a armas de
fogo, buscando assim a perfeição física e intelectual.
        Bruce criou seu uniforme baseado numa coisa que o amedrontava quando
criança: Morcegos. Ele queria que os bandidos compartilhassem do mesmo temor. E
assim, passou a lutar contra o crime. Diferentemente de outros super-heróis, Batman
não tem nenhum poder sobre-humano, usa apenas o intelecto, habilidades
investigatórias, tecnologia, dinheiro e um físico bem-preparado para lutar contra o
crime. Entre seus recursos para a luta estava o tão conhecido automóvel, o Bat-
Móvel
        Por ser um humano, Batman muitas vezes se feria em suas batalhas, porém,
sempre contava com seu mordomo Alfred para lhe ajudar, ele era formado em
medicina de guerra. Além de tratar seus ferimentos, Alfred aparece em alguns dos
casos em que Batman se envolve. Bruce teve um romance com a Mulher-gato
(Selina Kyle), esta a princípio era uma ladra, mas Batman não a prendia, pois tinhas
18



esperanças de que ela fosse uma boa pessoa, o relacionamento dos dois foi
conturbado.
         Em 1940, Bruce adotou o órfão Dick Grayson, que se tornou seu parceiro,
Robin. Em 1980, Grayson abandona o manto de Robin e se torna o Asa Noturna.
Surge, então, Jason Todd, assassinado pelo Coringa (Anexo 20) – principal inimigo
de Batman- em 1986. Três anos depois surge Tim Drake, um adolescente detetive
que conquistou o cargo descobrindo quem, na verdade, era Batman.
         Em 1986 a minissérie Batman- o Cavaleiro das Trevas traz um Batman mais
humano, e seus vilões mais malvados. Em 1988 com a edição de Batman, a Piada
Mortal, Coringa deixa o lado cômico abordado durante anos, para assumir o
psicótico vilão que conhecemos hoje.
         Além de Coringa, outros vilões surgem no caminho do Homem-Morcego,
entre eles estão Espantalho, Pinguim, Charada, Chapeleiro-Louco, Mr.Freeze, Hera-
venenosa, Ra's Al Ghul, Killer Croc, Máscara Negra, Ventríloquo e seu marionete
Scarface, Bane e Harley Quinn, Silêncio e Duas Caras.


          Principais HQs
          Detective Comics #27,Batman Ano Um, O Cavaleiro das Trevas, A Piada
Mortal


         Super-Homem


         Nome real: Clark Joseph Kent (Nome terrestre) e Kal-El (Nome Kryptoniano)
         Local de Nascimento: Planeta Krypton
         Primeira aparição: Action Comics #1 (1938)
         Criadores: Joe Shuster e Jerry Siegel


         Kal-El foi enviado por seu pai Jor-El de Krypton para a Terra minutos antes de
seu planeta explodir. O foguete foi encontrado por Jonathan e Martha Kent, que
19



adotaram o menino e o chamaram de Clark Kent, vivendo na cidade de Smallville,
Kansas. Seus pais começaram a notar seus poderes aos oito anos de idade, quando
ele não se machucou ao ser pisoteado por touros. Conforme foi crescendo, Clark foi
adquirindo mais habilidades e aos dezessete anos já sabia voar.
       Aos dezoito anos, seus pais adotivos lhe mostraram os pedaços do foguete,
Clark entendia que junto com seus poderes vinham responsabilidades, na noite
desse dia ele revelou seu segredo para sua melhor amiga, que mais tarde se
tornaria sua namorada, Lana Lang. Depois foi embora de Smallville, viajou pelo
mundo conhecendo seus poderes e formou-se em jornalismo.
      Sete anos apos deixar Smallville ele presenciou um ônibus espacial da NASA
caindo, e o salvou. Nesse dia conheceu a repórter Lois Lane, começou a trabalhar
no mesmo jornal que ela. Mais tarde os dois se casaram. Foi o jornal, Planeta Diário,
que lhe deu o nome Super-Homem (Anexo 21), e por isso Clark percebeu que
precisava manter sua identidade secreta, assim com a ajuda de seus pais criou a
roupa e começou a usar óculos, tentando distinguir Clark do Super-Homem.
      O Super-Homem possui seus poderes porque o Sol da Terra é amarelo, e o
de Krypton vermelho, assim modificando a freqüência eletromagnética entre eles.
Ele é o mais forte entre os super-heróis na terra, pode voar, tem uma grande
invulnerabilidade, super-audição, supervisão, super-velocidade, visão de raios-X e
visão de calor. Seu ponto fraco é a pedra verde e brilhante de seu planeta, ela é
capaz até de matá-lo, dependendo do tempo de exposição à mesma.
      Durante sua existência, Super-Homem, já morreu três vezes. A primeira em
1961, a segunda em 1993 e a última em 1998. O homem de aço vem morrendo de
tempos em tempos, isso para não desgastar a personagem e também para, assim,
renovar a força do super-herói.
      Os principais vilões são: Lex Luthor (Anexo 22), Brainiac, Apocalipse, Mr.
Mxyzptlk, Bizzaro e General Zood.
20



      Principais HQs:


      Action Comics #1, Man of Steel #1, Superman: Birthright #1, Superman:
Secret Origin #1, Superman & Batman Magazine #6, Man of Steel #18, Justice
League of America #69, Adventures of Superman #497, Superman #75


      Ideologia


      Das cavernas ao século XXI, as histórias em quadrinhos, utilizando
personagens e enredos, cheios de segunda e terceiras intenções povoaram a
imaginação dos leitores. A ideologia por trás de uma HQ varia de acordo com o
momento histórico que surge. Vamos avaliar a ideologia por trás de duas histórias
da franquia MARVEL: Capitão América e o Quarteto Fantástico. (Anexo 23)
       O maior ícone do período de Guerra foi o Capitão América, que nasceu no
dia 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos. Na capa de sua primeira
revista, ele combatia o próprio Adolf Hitler. Ao contrário de outros heróis que foram
“recrutados” para a Segunda Guerra, o Sentinela da Liberdade foi criado
especialmente com esse objetivo.
      Desde o início, a única arma que o herói utilizou foi o escudo. Em momento
algum, o Capitão América usou qualquer outra arma. É com se dissesse, para que
todos ouvissem que a “liberdade” é um valor que deve ser defendido. Ele
representava, também, a imagem dos EUA, que “apenas” defendia-se de ataques.
Justificando que o personagem só atacava para se defender. Em todo caso, seus
companheiros de luta como o jovem Bucky (Anexo 24) usavam, às vezes,
metralhadoras.
      A origem do arqui-inimigo do Capitão era de que o oponente, Caveira
Vermelha, fosse criado pelo próprio Hitler e representava a “raça ariana perfeita”.
      Com o fim da Segunda Guerra, o Capitão perdeu espaço e teve sua revista
cancelada em 1948. Mas com o surgimento da Guerra Fria (entre EUA e a antiga
21



URSS), ele voltou para combater espiões comunistas. O Caveira Vermelha acabou,
também, sendo “ressuscitado” e atualizado, transformando-se em um agente espião
soviético.
       O Quarteto Fantástico surgiu quando Stan Lee e Jack Kirby, cansados de
todos os clichês dos quadrinhos norte-americanos resolvem criar uma família de
heróis que não possuíam identidades secretas. Sue e Johnny Storm eram irmãos,
Reed Richards, era o noivo de Sue e Bem Grimm o amigo da família.
       Reed era um cientista que preferia usar seu intelecto a seus poderes
elásticos. O adolescente Jhonny era o Tocha Humana. Sua irmã Sue, podia tornar-
se invisível e projetar campos de força. Bem era um rochoso, o Coisa, dotado de
enorme força. Então, estavam os heróis simbolizando os quatro elementos da
natureza: água, fogo, ar e terra. Por trás de um grupo de amigos que, vitimados por
um “acidente cósmico”, ganham superpoderes, havia um forte paralelo com a mais
significativa questão política daquele momento: a Guerra Fria e a paranóia
anticomunista.
       Em 12 de Abril de 1961, o astronauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o
primeiro ser humano a alcançar o espaço. A notícia surpreendeu os EUA e acirrou
os piores temores de seus habitantes. Era o auge da Guerra Fria. O duro golpe faz o
presidente John Kennedy jurar que os norte-americanos chegariam à Lua antes do
fim da década, derrotando a União Soviética naquela que viria a ser a Corrida
Espacial.
       Quarteto Fantástico foi à resposta dos Quadrinhos ao apelo do dirigente da
nação. Eles personificaram a nova era espacial, na qual seus heróis estavam
dispostos a arriscar tudo, até mesmo a própria vida, para estar a um passo adiante
da ameaça vermelha.
       Nas histórias em quadrinhos outros personagens fomentaram a discussão de
sua ideologia, entre eles a Mulher Maravilha que, segundo muitos estudiosos,
representava o sadomasoquismo e a HQ da dupla Batman e Robin foi acusada de
homossexualidade.
22




      Maniqueísmo


      Trata-se de uma filosofia religiosa dualística, onde o mundo é dividido entre o
Bem (representado por Deus) e o Mal (representado pelo Diabo). Com a
disseminação do termo maniqueísta, passou a ser toda a doutrina fundada nos
respectivos termos.
      O fundador do tema foi o profeta Mani, que procurava através das figuras de
Jesus e Buda a explicação divina e a verdade absoluta. Conforme as suas idéias
houve a fusão entre o reino das trevas e o reino dos céus, assim criou-se o mundo
material, composto fundamentalmente pelo mal e os “pais da justiça”, para se redimir
da sua imperfeita existência, teriam vindo a Terra com este fim. Como esta missão
não foi completada, Mani viera para completá-la.
      As idéias maniqueístas se espalharam pelo mundo e, Mani fora crucificado no
final do séc. III, os seus adeptos sofreram perseguições na Babilónia e no Império
Romano.
      Apesar de ser uma ideologia discutível, em razão do seu radicalismo o uso do
maniqueísmo como linguagem é expressamente sedutor. O bem e mal sempre
estiveram presentes na história do homem, por este               motivo, facilmente
compreendido por todos. Também há uma uma maior aproximacao com o público
infantil, através das histórias em quadrinhos, ou seja, estar de um lado ou de outro,
para as criancas, é uma absorção fácil, o que talvez nao acontecesse em outra
ideologia.
      Em toda a história em quadrinhos que se conhece o maniqueísmo está
escancarado e, bons exemplos pode-se perceber nas mais famosas como: Homem
Aranha, Super Homem,Mulher Maravilha,Hulk, Quarteto Fantástico e Batman.
Ilustrações com textos já ocorriam com certa intensidade na Europa principalmente
na França, Itália e Inglaterra –, mas foi nos EUA que os quadrinhos ganharam força
23



e se desenvolveram. A concorrência entre os jornais New York World e Morning
Journal, lideradas por Pulitzer e Hearst respectivamente, foi um dos impulsos para a
consolidação desse tipo de produção nos Estados Unidos.
      Foi Pulitzer o primeiro a dar oportunidade a um desenhista de quadrinhos.
Chamava-se Richard Outcault, e passou a apresentar-se no jornal World. O seu
personagem era The Yellow Kid - O Garoto Amarelo (Anexo 25).
      As aventuras desse personagem eram mostradas por meio de desenhos em
quadros sucessivos. O que mais sensação causou foi o aparecimento do texto
dentro da própria imagem, circundado por um traço que se fechava apontando para
a boca do personagem. Esse artista lançava assim, em 1896, uma das técnicas
fundamentais da história em quadrinhos: o "balão".
      Um ótimo exemplo do maniqueísmo inserido nas HQs norte-americanas é o
famoso Capitão América, que foi o destaque de uma onda de super-heróis criados
sob o patriotismo dos Estados Unidos. Ele surgiu durante a Segunda Guerra
Mundial, ao lado do seu parceiro Bucky, enfrentou os nazistas, mas após o fim da
guerra, o herói caiu na obscuridade.
      Em Capitão América era retratada a história de um rapaz magro e fraco que
não media esforços para participar da Segunda Guerra, é tão literal esta busca que
ele se torna parte de um experimento para a criação de soldados superiores em
tudo: o "projeto supersoldado", que consistia em um soro especial e a radiação de
raios gerando um crescimento físico geral, tornando um ser debilitado como Steve
Rogers em um superatleta musculoso, veloz e ágil.



      Mafalda


      Mafalda (Anexo 26) é uma personagem de quadrinhos, de 6 anos, criada por
Joaquín Salvador Lavado, popularmente conhecido como Quino. Mafalda surge na
Argentina, dia 29 de setembro de 1964.
24



      A história de Mafalda e sua turma (Anexo 27) começa quando o humorista
Miguel Brascó indica o amigo Quino para a Agens Publicida com o objetivo de criar
uma tira cômica com uma publicidade subliminar, para ser divulgada em algum meio
e assim promover eletrodomésticos da marca Mansfield, produzidos por Siam Di
Tella. Brascó sugere a Quino que crie uma história que misturasse Snoopy e
Blondie, a mascote da marca. O autor esboça uma família onde todas as
personagens deveriam começar com a letra “M”.
      Mas quando a tira iria ser publicada, o jornal Clarin, da Argentina, acaba
percebendo a publicidade por trás das tiras de Quino. O acordo então é desfeito, a
campanha não é levada adiante, os produtos Mansfield, por outros motivos, nunca
chegam ao mercado e está primitiva Mafalda nunca foi publicada. Mais tarde, o
seminário Primera Plana pediu a Quino um projeto e o autor apresenta Mafalda.
       Inicialmente, Mafalda foi publicada em Primera Plana (1964), onde surgiu
durante seis meses, tendo depois sido publicada no diário El Mundo, a partir de
março de 1965 e, finalmente, no Siete Dias, desde 1967 até terminar em julho de
1973, ao fim de mais de três mil tiras de BD.
      Mafalda surgiu também em livros, cujo primeiro foi editado em 1966 na
Argentina. A primeira edição estrangeira aconteceu na Itália, em 1969, tendo uma
introdução de Umberto Eco. Nos anos seguintes seguiu para Espanha, Portugal,
França, Alemanha, Grécia, entre muitos outros países.
      Mafalda começa subverter a lógica dos quadrinhos por ser uma menina e não
um menino, abrindo, assim, espaço para questões de gênero. Se antes mulheres
apareciam como coadjuvantes, Mafalda mostra o contrário. Outro fator é o caso de
Mafalda ser uma criança, trazendo a tona os direitos das crianças.
      O universo de Mafalda não é só atormentado por seu universo familiar. As
questões do mundo lhe dizem respeito, são tratadas diretamente. A América Latina,
o problema da auto-afirmação dos povos, as crises econômicas, as questões do
mercado de trabalho, tudo interessa a Mafalda, tudo lhe atinge e a confronta. Com
25



poucas palavras, em quadros ágeis, Quino consegue falar do autoritarismo paterno
e materno e dos problemas ecológicos.
        Mafalda é também uma observadora muito perspicaz do que se passa no
mundo, sendo uma crítica implacável da sociedade. Está sinceramente preocupada
com o destino do planeta, personificado no seu globo imaginário, com o qual tanto
fala.
        Os gostos de Mafalda também ilustram o espírito da época, por exemplo, a
menina odeia a injustiça, a guerra, as armas nucleares, o racismo, as absurdas
convenções dos adultos e, obviamente, a sopa, como mostram algumas de suas
tiras; e tem amor aos os direitos humanos, a democracia e os Beatles.
        Mafalda não é o único personagem da série. Dentro os mais importantes
estão Felipe, um garoto sonhador, tímido, preguiçoso e desligado, às vezes,
romântico que odeia a escola.
        Manolito um menino bruto, ambicioso e materialista, mas que no fundo tem
um grande coração. É um dos poucos personagens que sabe que sabe exatamente
o que quer da vida.
        Susanita é uma fofoqueira de plantão. Egoísta e briguenta, a menina, tem o
seu futuro totalmente planificado: um casamento magnífico, um marido com uma
boa condição econômica e muitos filhos.
        Miguelito também é sonhador como Felipe, apesar de ser mais egoísta e
muito menos tímido. A sua inocência é a base da sua personalidade. O garoto vive
refletindo sobre questões sem importância. Detesta ter a idade que tem e não ser
notado. É o centro do mundo e ninguém consegue convencê-lo do contrário.
        Libertad é uma espécie de Mafalda em miniatura, apesar de ser menos
tolerante. Intelectual, crítica e perspicaz, a garota ama a cultura, as reivindicações
sociais e as revoluções
        Guille é o típico representante da idade da inocência, em que tudo está para
ser descoberto. Dono de uma ternura marota é o único personagem que cresce de
uma tira para outra.
26



      Os pais de Mafalda são o típico casal de classe média. Ambos são passivos,
limitados e, até mesmo, levemente falidos. O pai trabalha num escritório fazendo
contas para chegar ao fim do mês. A mãe abandonou a universidade para formar
uma família, coisa que a Mafalda critica sempre que pode. Ele ama as plantas, ela
vive com o dilema do que cozinhar.
       As tiras de Mafalda se transformam em um vetor para as ideias que estavam
sendo discutidas da década de 1960. Mafalda tem comentários ácidos, mas sutis e
vão de encontro aos ideais da sociedade de consumo. Ela é uma menina que
recoloca questões crucias, numa linguagem radical e simples, aparentemente
ingênua. É uma criança que se espanta diante do mundo, não aceita as
“normalidades e obviedades” da realidade cotidiana.


      Charlie Brown


      Charlie Brown (Anexo 28) é um personagem de HQ da série Snoopy criado
por Charles M. Schulz (1922 - 2000). Este personagem de história em quadrinhos se
caracteriza por um humor delicado e melancólico. Charlie Brown, de calças curtas e
cabeça redonda coroada por uma única mecha de cabelos na frente é um menino
sem idade, sempre cheio de preocupações.
       O personagem apareceu pela primeira vez numa história em quadrinhos
publicada em St. Paul Pres. O desenhista logo o incluiu em seu célebre Peanuts,
publicado pela primeira vez dia 2 de outubro de 1950. No mesmo ano a United
Feature Syndicate comprou a tira e mudou o nome, sob o mais absoluto protesto.
“As aventuras e desventuras de Charlie Brown” passaram a sair em oito jornais,
todos os dias. Schulz ganhou 90 dólares no primeiro mês, 500 no segundo, mil no
terceiro e hoje só os quadrinhos rendem mais de 300 mil dólares por ano, a seus
descendentes.
27



      Charlie Brown, Linus, Lucy, Schroeder, Sally Snoopy e Woodstock (Anexo 29)
são os principais personagens dos Peanuts e de uma das mais bem sucedidas
aventuras editoriais do nosso tempo
         Mas Peanuts não foi imediatamente esse sucesso espantoso. Precisou um
pouco de tempo antes de engrenar, cerca de cinco anos.
      Vendo as primeiras tiras, nota-se a diferença: Charlie Brown, no começo, não
era o perdedor de hoje. Tinha uma personalidade muito mais parecida com a de
Linus. Desenvolto e com certa fanfarronice.
      Quando Lucy chegou, no segundo ano, não era importante. Chegou como
uma menina esperta, um pouco baseada na primeira filha do autor. Dizia muitas
coisas impertinentes e engraçadas. Mas aos poucos Charlie Brown se tomou mais
complexado.
      O beagle Snoopy começou a se tornar um cão-não-cão. Lucy a desenvolver
sempre mais a sua forte personalidade, o cobertor de Linus começou a se tomar
uma obsessão, Snoopy foi para o telhado da sua casinha e chegou Schroeder. E aí
sim, começou o sucesso. Na Turma do Minduim o herói (ou anti-herói) é Charlie
Brown.
      A aparência é inconfundível Charlie Brown é um menino de cabeça redonda,
o que está sempre com a mesma camisa com a barra em ziguezague. Todos
exploram o pobre Charlie Brown e se divertem fazendo-o de bobo, mas Charlie
Brown não é um bobalhão. Charlie Brown é um ser humano normal, generoso,
amoroso, simpático e errado. Errado? Erradíssimo.
      Charlie Brown é o que se pode chamar um fracasso completo: jamais
conseguiu empinar um papagaio, perde sempre no jogo de damas, nunca
comemorou a vitória do seu time de beisebol (do qual ele é o técnico, o capitão e o
principal jogador). O menino vive querendo agradar e sua preocupação permanente
em se tornar um garoto popular na sua turma. Vive deprimido, infeliz, tem pena de si
próprio porque sabe que a tarefa é impossível e que ele vai fracassar mais uma vez,
como fracassa em tudo. Ainda por cima, acredita na bondade das pessoas e está
28



sempre sendo surpreendido pela maldade da vida. Até mesmo o seu cão não
acredita muito na sua capacidade de sobreviver.
      Lucy é uma menina mandona. Muito antes das mulheres estarem
interessadas nos movimentos de libertação feminina ela já estava em plena
campanha para tomar o lugar de técnico do time de beisebol. E se recusava a vestir
calças compridas para não ficar "com a ridícula aparência de um menino". Egoísta,
pretensiosa, fofoqueira, dominadora, vil, traiçoeira, e até egocêntrica, a garota adora
atormentar Charlie Brown.
      A única pessoa a quem Lucy não agride é o Schroeder. Ele é a paixão da sua
vida. Enquanto a paixão da vida de Schroeder é a Arte, especialmente a música,
particularmente Beethoven, já nasceu pianista e a sua capacidade musical está anos
luz à frente do seu desenvolvimento físico. O garoto só pensa em música e passa os
dias num piano de brinquedo. Tão apaixonado é que chega ser capaz de esquecer o
dia do próprio aniversário, mas não admite que esqueçam o aniversário de
Beethoven. Ele gosta de tocar só para quem entende: Linus e Snoopy.
      Linus é um garoto inseguro que vive chupando o dedão e que se agarra ao
seu cobertor como um náufrago ao colete salva-vidas. Um cobertor que acaba
imundo, mas que ele não larga, e jamais abandonará. Linus é emotivamente
retardado, mas intelectualmente precoce e fiel. Com medo de tudo e de todos, o
principal medo de Linus é a segurança.
      Snoopy leva até a última fronteira metafísica, as neuroses decorrentes de
uma frustrada adaptação. Snoopy sabe o que é um cão, ontem era um cão, hoje é
um cão, amanhã talvez ainda seja um cão. Para ele não há nenhuma esperança de
“promoção evolutiva”.
      Não aceita a si mesmo, e procura ser o que não é. Prefere ser um crocodilo,
um canguru, um abutre, um pinguim, uma serpente. Tenta todos os caminhos da
mistificação, para depois render-se à realidade, por preguiça, fome, sono, timidez,
Snoopy tem suas manias também, como dormir em cima da casa "pra ver quando os
discos voadores começarem a descer
29



      Sally é a irmãzinha de Charlie Brown, ela começou nas tirinhas, como um
bebê e foi crescendo aos poucos, e como todos os personagens, Sally também teve
sua cota de traumas, como o pânico de ter de entrar para o jardim de infância. Sua
mente criativa perde apenas para a do Snoopy. A melhor amiga de Sally é a escola,
o prédio da escola, com o qual ela compartilha a sua visão do mundo e da
sociedade e se alguém ousar chamar a Sally de maluca, corre o risco de levar uma
tijolada na cabeça, pois no mundo dos Peanuts, as escolas são vingativas.
      Talvez o personagem mais inseguro que Charlie Brown seja o passarinho
Woodstock. Melhor amigo de Snoopy, ao qual trata como confidente e muitas vezes
fazendo-o de figura paterna.
      Durante anos, Woodstock foi um pássaro pedestre: tinha medo de voar. E
desde que perdeu o medo, aprendendo a voar, jamais foi capaz de voar em linha
reta, traçando no ar um ziguezague como se carregasse algo muito pesado.
      Um dos maiores traumas desse simpático pássaro amarelo é a ausência de
sua mãe. Inconformado com a lei da natureza que separa os pais dos filhotes,
mergulha em tristeza e depressão no dia das Mães, por sentir-se abandonado e
sozinho no mundo.
      Podemos resumir o mundo dos Peanuts como um microcosmo, uma
monstruosa redução infantil de todas as preocupações de um moderno cidadão da
civilização industrial, nessa historinha cheia de personagens cujas fraquezas,
angústias e frustrações fazem uma comédia humana que chega aos limites do
desespero.
30




          CONSIDERAÇÕES FINAIS




          As histórias em quadrinhos, as HQs, baseiam-se na contextualização dos
desenhos. Para alguns são baixa literatura, para outros a porta de entrada para ela.
O contato com as mesmas fascinam crianças e adultos de todas as idades, e o
mundo da ficção invade o imaginário dos fãs
          Muito mais que apenas angariar fãs e lucro, as HQs refletem uma ideologia.
Assim como ao falar o homem tem a intenção de transmitir uma opinião ou uma
idéia os Quadrinhos atuam de forma decisiva para a formação de personalidades,
pois os personagens e enredos nascem baseados nas vivências e no temperamento
dos humanos.
          Criadores e criaturas influenciam as gerações. Como, por exemplo, a Mulher-
Maravilha, em 1950, simbolizando a expressão feminina. Ou o Capitão América que
em meio a Guerra Fria surge com o objetivo de “libertar” a América e o mundo de
Hitler.
          O universo HQ supera as barreiras das páginas de papel e servem de
inspiração para muitos filmes que invadem as telonas. O cinema encontrou uma
mina de ouro ao realizar as adaptações dos Quadrinhos. Muitos fãs dos filmes
sequer conheceram as histórias originais dos seus ídolos.
31



       As HQs instigam desejos misteriosos que habitam a imaginação do ser
humano, sejam eles racionais ou inconscientes, na intenção estética ou até mesmo
moral, num contexto social ou por simples entretenimento educam uma sociedade
inteira.
REFERÊNCIAS




<http://www.espacoacademico.com.br>
Acesso em: 18 mai.2011
<http://puc-riodigital.com>
Acesso em: 20 mai.2011
<http://esquadrinhandoquadrinhos.blogspot.com>
Acesso em: 25 mai.2011
<http://www.legal.adv.br>
Acesso em: 01 jun.2011
<http://www.imdb.com>
Acesso em: 05 jun2011
<http://marvel.com/universe/Captain_America>
Acesso em: 05 jun.2011
<http://www.infopedia.pt/$mafalda,2>
Acesso em: 20 jun. 2011
<http://www.omelete.com.br/image-comics/?page=2>
Acesso em: 20 jun. 2011
<http://www.infoescola.com › Artes › Desenho>
Acesso em: 20 jun. 2011
<http://www.supermanhomepage.com/comics/comics.php?topic>
Acesso em: 21 jun.2011
<http://www.omelete.com.br/superman/>
Acesso em: 21 jun.2011
<http://www.omelete.com.br/quadrinhos/a-morte-do-super-homem/>
Acesso em: 21 jun.2011
<http://marvel.com/universe/Spider-Man_(Peter_Parker) >
Acesso em: 22 jun.2011
<http://www.batmanytb.com/bios/heroesbrucewayne/batman_goldenage.php>
Acesso em: 26 jun.2011
<http://www.historiaemquadrinhos.hpg.ig.com.br/index2.htm>
Acesso em: 28 jun.2011
<http://marvel.com/universe/Captain_America_(Steve_Rogers)>
Acesso em: 29 jun.2011
<http://www.omelete.com.br/capitao-america/>
Acesso em: 29 jun.2011
<http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n08032007_03. cfm>
Acesso em: 29 jun.2011
<http://nosgeeks.pop.com.br/wp-content/uploadrs/2011/05/Marvel
Comics>
Acesso em: 30 jun.2011
<http://www.mafalda.net/pt/geschichte.php>
Acesso em: 30 jun.2011
<http://www.overmundo.com.br/overblog/mafalda-a-anti-menina-dos-olhos>
Acesso em 30 jun.2011
Puxa vida, Charlie Brown! - Ed. Artenova
Grilo #25 - Arte & Comunicação Ltda.- Não me vejo Lucy, Linus, Snoopy.
ANEXOS




         Anexo 1             Anexo 2




                   Anexo 3
Anexo 4




Anexo 5
Anexo 6




Anexo 7
Anexo 8




Anexo 9
Anexo 10




Anexo 11
Anexo 12




Anexo 13
Anexo 14




Anexo 15
Anexo 16




Anexo 17
Anexo 18




Anexo 19
Anexo 20




Anexo 21
Anexo 22




Anexo 23
Anexo 24




Anexo 25
Anexo 26




Anexo 27
Anexo 28




Anexo 29

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  • 1. UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO CURSO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL - JORNALISMO EDUARDO BORILE JUNIOR GISELE DE OLIVEIRA NOZARI JENNIFER BAUER EME LUÍSA BIONDO MAÍRA SPRICIGO MORAES NATÁLIA SUSIN CECHINATO AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS Trabalho realizado para a disciplina “Introdução a Comunicação Social”. Prof. Marcelo Wasserman Caxias do Sul, Julho de 2011.
  • 2. SUMÁRIO INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS .......................................................................... 5 As HQs no mundo ................................................................................................... 5 As HQs no Brasil ..................................................................................................... 7 As HQs norte-americanas ....................................................................................... 8 Os grandes heróis.................................................................................................. 13 Ideologia ................................................................................................................ 20 Maniqueísmo .......................................................................................................... 22 Mafalda ................................................................................................................... 23 Charlie Brown......................................................................................................... 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 30 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 32 ANEXOS .................................................................................................................. 34
  • 3. 3 INTRODUÇÃO “As Histórias em Quadrinhos, como todas as formas de arte, fazem parte do contexto histórico e social que as cercam. Elas não surgem isoladas e isentas de influências. Na verdade, as ideologias e o momento político moldam, de maneira decisiva, até mesmo o mais descompromissado dos gibis. (...)” Joatan Preis Dutra Em algum momento da vida, o ser humano fica frente a frente com um daqueles coloridos livros, compostos de desenhos simples e falas óbvias. Se ainda é criança, aqueles símbolos dentro de balões e quadrados passariam por despercebido, e o que lhe interessa são apenas os desenhos. Com o passar do tempo, aqueles “rabiscos misteriosos” recebem um sentido e aprendemos que as histórias em quadrinhos (HQs) são muito mais do que desenhos e falas. As HQs rompem o limite da arte e transmitem uma ideologia que forma opiniões no mesmo ritmo que soma fãs. A melhor definição para História em Quadrinhos está em sua própria denominação: um ato contado em quadros. Por essas figuras geométricas passaram heróis, históricos vilões e magníficos enredos que posteriormente serviram de inspiração para filmes.
  • 4. 4 Talvez seja exagero dizer que as HQs surgiram na pré-história, mas é inegável ignorar que o desenho é uma das formas mais primitivas de expressão do homem. Com a ausência da escrita, tornou-se mais fácil reproduzir o que se observava: as experiências de vida, os diferentes animais, as florestas. Essa forma de expressão, tatuada nas paredes, serviu de base para as culturas egípcias, onde as pinturas retratavam as aventuras dos deuses da mitologia. Milênios depois, com a origem da escrita e a ascensão do papel, essas histórias encontraram o habitat perfeito para se estabelecer e evoluir, até o livro que chega as nossas mãos, hoje.
  • 5. 5 AS HISTÓRIAS EM QUADRINHOS As HQs no mundo As histórias em quadrinhos modernas nasceram da disputa entre dois grandes jornais norte-americanos de Nova York, no final do século 19. Em 1894, os editores do The New York World acharam que elas poderiam ajudar a vender mais jornal e decidiram publicar, pela primeira vez em cores, uma página inteira com histórias em quadrinhos. Dois anos depois, em 1896, o jornal concorrente, o Morning Journal, passou a publicar um suplemento semanal com 8 páginas. Esses dois jornais deram o pontapé inicial às histórias em quadrinhos, como as conhecemos hoje. Foi a partir de então, que a narrativa foi colocada dentro do balão, e o personagem principal e seus companheiros passaram a ter vidas próprias. Mas se as HQs modernas surgiram somente no final do século 19, a “pré- história” delas começou muito antes. Na verdade, as HQs estão diretamente vinculadas à história da imprensa, ou seja, ao desenvolvimento da arte e da técnica de reproduzir textos e imagens em papel. Por volta de 1550, elas tinham pouco texto e imagem e contavam a história dos santos e dos mártires da igreja Cristã. Devido a esta finalidade religiosa,
  • 6. 6 também se imprimiam pequenas histórias para falar sobre religião e o amor de Deus. Tratava-se de histórias com algumas figuras impressas numa única página e uma narrativa bem fácil, com pouco texto, palavras simples, pois o alvo eram leitores que mal sabiam ler ou que tinham acabado de aprender a ler. Os ingleses foram um dos primeiros a perceber que esse tipo de história com pouco texto e imagens podia servir para as crianças. Começaram, então, a colocar em seus jornais grandes ilustrações com pequenos textos dirigidos aos pais. A revistinha tal como a conhecemos hoje foi inventada em 1933. Era um tipo de livro com uma encadernação muito barata, presa por grampos, e foi inicialmente distribuída como brinde. Depois passou a ser vendida à preço baixo, fácil de ler e de acompanhar, inspirada em personagens populares. O crack da Bolsa de Valores em 1939 foi um ponto importante da história em quadrinhos, e na década de 30 nasceu grande parte dos personagens ainda vivos no imaginário popular. Com a famosa Golden Age – Era de Ouro, nas primeiras histórias, os Quadrinhos eram essencialmente humorísticos, e essa é a explicação para o nome que elas carregam até hoje: comics (cômicos). O primeiro herói uniformizado foi Fantasma (Anexo 1), escrito por Lee Falk e desenhado por Ray Moore. Na década de 40, o campo evoluiu, expandindo suas fronteiras e tornando-se parte da cultura de massa. Foi nessa época que vários personagens se alistaram e foram para a II Guerra Mundial, e os Quadrinhos se tornaram armas ideológicas para elevar o moral dos soldados e do povo. Nos anos 1960, começou a Silver Age – Era de Prata, dos Quadrinhos. Nas décadas de 60, 70 e 80, surgem os Flistones (Anexo 2) , de Hanna e Barbera, o surgimento do fenômeno Walt Disney e as primeiras revistinhas da Turma da Mônica (Anexo 3), de Maurício de Souza, assim como os Tundercats e He-Man, que trocaram a televisão pelo gibi. A década de 90, não apresentou grandes lançamentos. Houve renovação de personagens e histórias que ressurgiram para agradar os fãs. Foi nesse período que
  • 7. 7 os Quadrinhos invadiram a televisão. Primeiramente como desenho animado, e depois no cinema. As HQs no Brasil No Brasil, as HQs surgiram adotando um estilo satírico conhecido como cartuns, charges ou caricaturas e que depois se estabeleceria com as populares tiras. A publicação de revistas próprias de histórias e quadrinhos no Brasil começou no início do século XX. Mas, apesar do país contar com grandes artistas durante a história, a influência estrangeira sempre foi muito grande nessa área, com o mercado editorial dominado pelas publicações de quadrinhos americanos, europeus e japoneses. Atualmente, o estilo comics dos super-heróis americanos é predominante, mas vem perdendo espaço para uma expansão muito rápida dos quadrinhos japoneses (conhecidos como Mangá). Artistas brasileiros têm trabalhado com ambos os estilos. No caso dos comics alguns já conquistaram fama internacional (como Roger Cruz que desenhou X-Men e Mike Deodato que desenhou Thor, Mulher Maravilha (Anexo 4) e outros). A única vertente dos quadrinhos da qual se pode dizer que se desenvolveu um conjunto de características profundamente nacional é a tira. Apesar de não ser originária do Brasil, no país ela desenvolveu características diferenciadas. Sob a influência da rebeldia contra a ditadura durante os anos 1960 e mais tarde de grandes nomes dos quadrinhos underground nos 80 (muitos dos quais ainda em atividade), a tira brasileira ganhou uma personalidade muito mais "ácida" e menos comportada do que a americana. Destacam-se a Turma da Mônica, o Menino Maluquinho, de Ziraldo, Seninha e Zé Carioca.
  • 8. 8 As HQs norte-americanas Os Quadrinhos americanos fazem parte da cultura mundial, e nos últimos cinqüenta anos, fizeram parte da história. Através deles os autores compartilham com seu público, personagens com os mais variados sonhos dramas e aventuras. O mercado americano de Quadrinhos desenvolveu um processo muito profissional e lucrativo por décadas. Basicamente este mercado é composto por três grandes editoras com anos de mercado: Marvel, DC e Image. MARVEL Comics A Marvel (Anexo 5) surgiu na década de 1930. Os Estados Unidos se encontravam em profunda crise econômica, e Martin Goodman editor de quadrinhos há muito desempregado começou a trabalhar no “Independent News”. No jornal ele trabalhava com outros grandes nomes dos Quadrinhos americanos. Com o final da crise econômica e com o crescente sucesso dos quadrinhos Goodman viu a necessidade de vender essas histórias em grandes volumes. Depois de muito esforço em outubro de 1939, Goodman lançou a Marvel Comics #1, obtendo cerca de oitenta mil exemplares vendidos naquele mês e aproximadamente oitocentos mil no mês seguinte. Sua idéia de escala de produção funcionou de forma surpreendente. Com isso Goodman criou sua própria empresa, a Timely Publications. Nascia a fundação do conglomerado de empresas de mídia que mais tarde tornaria-se a MARVEL Entertainment. A empresa crescia a cada ano que passava, e Goodman se via obrigado a contratar novos funcionários, daí surgiram muitos nomes conhecidos do mundo dos quadrinhos mundial. Joe Simon, Jack Kirby, Stan Lee (Anexo 6) foram alguns dos contratados de Martin Goodman, no período que ficou conhecido como a era de ouro dos Quadrinhos “Golden Age”.
  • 9. 9 No final dos anos 1950, o mercado editorial americano começou a apresentar desgaste e entrou em declínio e as editoras estavam buscando sobreviver a todo custo. Neste período, Gooldman publicou diversas edições fora do mundo dos Quadrinhos, que variaram desde edições para o público infantil terror, romance até revistas de mistério. Nesta década de 1950, devido a forte influência política e de interesses diversos, os Quadrinhos começaram a chamar a atenção do grande público por pessoas e grupos que entendiam que os Quadrinhos estavam trazendo possíveis problemas aos jovens, devido ao seu conteúdo e os Quadrinhos foram quase proibidos de circularem. Para sobreviverem ao declínio de suas vendas muitas empresas se juntaram e formaram o “Comics Code Authority” em 1955. Nos anos 1960 os Quadrinhos voltaram com força total. Surgia então uma nova era dos Quadrinhos, a “Silver Age”. A Timely Comics voltou a ser Marvel Comics, e pressionados pela concorrência, seus editores criaram novos personagens. Nasceu então o Quarteto Fantástico, Homem-Aranha, Hulk, Homem de Ferro, Demolidor, Thor, Surfista Prateado, Dr. Estranho (Anexo 7) , X-Men, e junto com eles surgiram também muitos artistas hoje famosos por suas criações: John Romita Jr, Gene Colan, John Buscema, Roy Thomas, Dom Heck. . Na década de 1970 a Marvel continuou crescendo e em 1972 Martin Goodman deixa a direção do grupo passando-a à Stan Lee. A Comics Code Authority começou a atualizar seus critérios e regulamentos, permitindo às editoras uma maior abrangência em assuntos antes considerados polêmicos ou impróprios, e nessa época surgem personagens como Conan-o Bárbaro, Drácula, Star Wars (Anexo 8). Stan Lee estava com todos os negócios da Marvel nas mãos, mas precisava de mais tempo em sua agenda. Surge então mais um grande nome dessa história: Jim Shooter, editor chefe. Shooter assumiu o cargo e elevou a Marvel a um novo patamar de eficiência e profissionalismo. Foi em sua gestão que a Marvel corrigiu graves erros de edição, prazos de entrega, acordos com artistas e, principalmente, alinhamento com o mercado. A Marvel foi a primeira
  • 10. 10 editora americana a trazer material pronto de outros países para publicação nos Estados Unidos, como por exemplo, Akira, um mangá japonês. Com Jim Shooter no comando, a Marvel fechou contrato com fabricantes de brinquedos e teve um de seus maiores sucessos ao fabricar a linha completa dos personagens que participaram da edição de Quadrinhos Secret Wars (Guerras Secretas). Em 1989, Jim Shooter decide deixar a Marvel, e junto com ele vão muitos outros editores, desenhistas e roteiristas também. A Marvel passou por um mau período com a saída de tantos artistas, a falência só não aconteceu porque a empresa tinha contratos com produtoras de TV. A empresa ganhou novo nome, passando a ser chamada de Marvel Productions, e começou a produzir para a TV séries não só de seus próprios personagens, mas também de personagens de outras empresas. Seguindo as oportunidades de negócios e pressionada pelos baixos lucros da época, a Marvel Productions foi vendida alguns anos depois para a New World Entertainment e posteriormente revendida para a MacAndrews and Forbes. Com a saída de seus maiores talentos para a DC no final dos anos 1980, a Marvel investiu em novos talentos nos anos 1990, como Todd Macfarlane, Jim Lee, Marc Silvestri, Erik Larsen e Barry Windsor Smith. Esses artistas conseguiram mudar o gosto dos leitores, antes presos aos enredos das aventuras, para apreciar e desejar desenhos mais trabalhados, formas perfeitas e em tamanhos maiores. Mas em 1992 este grupo de desenhistas e roteiristas deixou a Marvel para criarem sua própria editora. Com a virada de século a Marvel conseguiu colocar a suas finanças em ordem. De olho no futuro a Marvel em 2007 criou a Marvel Digital Comics Unlimited, que permite acesso a um enorme acervo de edições por sessentas dólares por ano. Desde o lançamento da Marvel Digital Comics Unlimited, a Marvel fechou negócios no mundo digital também para telefones celulares, smartphones e tablets.
  • 11. 11 Depois de décadas à frente da empresa, este ano, 2011, Stan Lee decidiu oficialmente deixar a empresa. Em 2007 a Marvel completou setenta anos de vida, um marco no mundo dos Quadrinhos. Ao longo de décadas a editora criou um universo de personagens e uma longa série de complexas histórias, com tramas de longa duração, inúmeras reviravoltas e grandes aventuras. Seus personagens são os mais populares da história dos quadrinhos. A história da Marvel é alternada por momentos de sucesso e fracasso, de muita popularidade e, principalmente de muito talento e inovação. A Marvel Entertainment abrange o mundo com seus produtos e é hoje uma forte geradora de recursos. Mais do que uma fábrica de sonhos e aventuras, a Marvel é um marco, uma referência na indústria dos Quadrinhos. DC Comics A DC Comics (Anexo 9) nasceu em 1934, criada por Major Malcolm Wheeler- Nicholson e publicava a More Fun Comics/Fun: The Big Comic Magazine, mais tarde conhecida como New Fun e More Fun. A DC Comics faz parte da grande empresa Time Warner, a maior na área do entretenimento. A editora demorou algumas décadas para se consolidar no mundo dos Quadrinhos e desde sua origem é a maior rival da Marvel. Inicialmente a DC Comics era chamada de National Comics, e assumiu a sigla DC em referência a uma das suas maiores publicações, a Detective Comics, que entre outras publicações trazia em suas páginas as aventuras de Batman. Mas esse não é o único grande personagem da editora, a DC também tem em seu elenco todos os personagens da Liga da Justiça da América (Anexo 10), os Novos Titãs, a Patrulha do Destino, a Legião dos Super-Heróis, entre outros. Na época da “Golden Age”, 1930, dos Quadrinhos a DC Comics se chamava New Comics. E em 1937 a editora assumiu o nome Detective Comics, DC, e quase dez anos depois, em 1944 a empresa se uniu National Allied Publications,
  • 12. 12 responsável pela edição da Action Comics onde o Superman apareceu pela primeira vez. A junção dessas duas empresas passou a ter o nome de National Comics, mas conhecida popularmente por DC Comics, até o nome ser oficializado publicamente. Com Superman, a DC Comics conquistou fama e se consolida no mercado, tendo uma grande participação na “Golden Age” dos Quadrinhos. O Superman deu força para que a editora criasse mais heróis, o Batman teve mais espaço, e a Mulher-Maravilha conquistou o seu. Apareceram também os heróis da Sociedade da Justiça da América. Na denominada “Silver Age” a DC repaginou alguns de seus antigos personagens, e The Flash e Lanterna Verde se transformaram em heróis mais modernos. A intenção desta adaptação era apagar as raízes místicas desses seres fictícios e torná-los mais concretos e condizentes com os tempos atuais. A DC contratou mais artistas, para assim poder concorrer com a Marvel, como Marv Wolfman e Georfe Pérez. Nas décadas de 1970 e 1980 a DC começou uma nova fase em sua história: introduzir mini-séries em suas publicações, o que lhe garantia a possibilidade de tornar as sequências de suas histórias mais maleáveis. Novas experiências foram empreendidas na chegada dos anos 1990, mas o sucesso foi instável. Ao que parece os leitores não gostaram dos eventos como a morte do Superman e o aleijamento do Batman. Nos anos seguintes mais precisamente em 2003, a DC publicou a extensa série conhecida como Elfquest (Anexo 11). Em 2004 a editora passou a lançar também mangás traduzidos para o inglês. Em 2006 a série All-Star dá margem para que os melhores criadores dos quadrinhos – entre eles Frank Miller, Jim Lee e Grant Morrison – narrem suas próprias visões dos famosos heróis. Em setembro de 2009, a Warner Bros anunciou que a DC Comics faria parte da DC Entertainment. Assim como sua maior rival Marvel, a DC Comics é uma grande geradora de dinheiro no mercado dos Quadrinhos, e referência nesse meio.
  • 13. 13 IMAGE Comics A Image Comics (Anexo 12) é a mais recente das editoras de sucesso no mundo dos Quadrinhos, esta foi fundada em 1992 por um grupo de roteiristas e desenhistas que deixaram seus empregos na Marvel. Inicialmente a Image era um selo da Malibu Comics, editora se tornou um meio onde os autores podiam publicar suas histórias sem ter que vender os direitos autorais de seus personagens. O sucesso da editora mudou significativamente a posição dos criadores na indústria dos Quadrinhos, mas alguns conflitos entre seus sócios e a falta de experiência dos envolvidos contribuíram para a vinda de fortunas voláteis para a companhia. Nos primeiros anos de sua criação chegou a almejar a posição de “segunda maior editora”, tendo ocasionalmente ultrapassado a DC Comics na quantidade de edições vendidas. Atualmente se posiciona regularmente como a terceira maior do mercado e compete historicamente com a Dark Horse. (Anexo 13) Suas séries mais conhecidas incluem Gen, Savage Dragon (Anexo 14), Spawn, Shadowhawk, e mais recentemente Invincible e The Walking Dead. O mercado dos Quadrinhos americanos move milhares de dólares por ano. Além de sua longa história e sua forte influência na cultura mundial das HQs, os Quadrinhos americanos são uma potência econômica. Os grandes heróis Muitos heróis figuram a imaginação dos fãs dos Quadrinhos até hoje. Calcula-se que cerca de quatrocentos super-heróis foram criados no período de 1940 a 1945, mas nem todos sobreviveram. Como o universo dos Quadrinhos é vasto, tomemos por base alguns super-heróis marcantes nesse campo: Homem Aranha e Capitão América da MARVEL Comics e Batman e Super-Homem da DC comics.
  • 14. 14 Homem-Aranha Nome real: Peter Benjamin Parker Local de Nascimento: Forest Hills, Nova York Primeira aparição: Amazing Fantasy # 15 (1962) Criadores: Stan Lee, Jack Kirby e Steve Ditko Peter Parker foi criado por seu tio Ben e sua tia May, possuia talento para ciência e era muito tímido. Aos quinze anos foi a uma exposição de ciência, onde foi mordido por uma aranha radioativa, capacitando a Peter uma força descomunal, agilidade, capacidade de se agarrar a quase qualquer superfície e um “sexto sentido” para o perigo iminente. No início da trama, Peter ele não se preocupava com todos, apenas consigo mesmo, e seus tios. Porém, após a morte de tio Ben por um ladrão, ele assume a identidade de Homem-Aranha (Anexo 15), e vai atrás do assasino. A culpa o consume encontrar o assassino: um bandido que ele não tentou deter dias antes. Finalmente sente o poder que possui e relembrando o que seu tio havia dito-lhe um dia, torna-se consciente percebendo que com grande poderes vêm grandes responsabilidades. Como Peter e sua tia May passavam por problemas finaceiros ele começou a trabalhar no Clarim Diário, um jornal sensacionalista da cidade de Nova York, onde tirava fotos de si mesmo como Homem-Aranha e vendia para J. Johan Jameson. Ao contrário de outros super-heróis, no começo o Homem-Aranha era temido pela população. Foi no Clarim que ele conheceu seu primeiro amor, a secretária Betty Brant. Durante a faculdade Peter namorou Gwen Stacy, que morre ao ser jogada de uma ponte por Norman Osborn, o Duende Verde, principal vilão da história. Porém, foi Mary Jane Watson, apresentada pela tia May, quem realmente roubou o coração de Peter, a ponto de Harry Osborn, seu melhor amigo tornar-se o Duende Macabro, para duelerem pelo amor da jovem donzela.
  • 15. 15 Durante toda saga, Homem Aranha enfrenta muitas realidades e inúmeros vilões, tais como Camaleão, Abutre, Dr. Octopus, Consertador, Homem-Areia, Lagarto, Electro, Mysterio, Duende Verde, Kraven (Anexo 16), Escorpião, Rei do Crime, Morbius (Primeiro personagem vampiro na história dos HQs depois da revisão do Código de Censura.), Chaca, Duende Macabro, Venom, Carnificina e Kaine (o resultado da primeira tentativa do professor Miles Warren, o Chacal, de clonar Peter Parker.) Dentre as principais HQs destacam-se as séries Amazing Fantasy, Amazing Spider-Man, Ultimate Spider-Man, uma participação em Os Novos Vingadores e em Novo Quarteto Fantástico. Capitão América Nome real: Steven "Steve" Rogers Local de nascimento: New York, New York Primeira aparição: (Captain America) Captain America Comics #1 (1941) (Nomad) Captain America #180 (1974); (Captain) Criadores: Joe Simons e Jack Kirby O Capitão América (Anexo 17) é o mais conhecido herói patriota e surgiu durante a Segunda Guerra Mundial. Atualmente luta principalmente contra o terrorismo. Steve Rogers era um estudante que gostaria de se alistar ao exército no início de 1940 para combater a Alemanha nazista, porém não possuía características físicas para o combate. Foi então convidado pelo professor Abraham Erskine para participar da Operação Renascimento, que baseada nas descobertas do professor transformaria os soldados de exército em super soldados. Ele aceitou ser a primeira cobaia do projeto, e após a injeção do “Soro Super Soldado” teve seu físico melhorado, ganhando força, agilidade, reflexos, resistência e imunidade
  • 16. 16 fisiológica. Logo após o acontecimento o professor Erskine foi morto por um agente duplo, nazista, deixando assim Steve como o único super soldado. Rogers foi designado para como um agente de contra-inteligência e um herói dos EUA simbólico para combater a propaganda da Alemanha nazista, após diversos sucessos comandados pelo arquiinimigo, Caveira Vermelha (Anexo 18). Vestindo um traje baseado em seu próprio projeto, modelado a partir bandeira americana, Steve recebeu um escudo triangular à prova de balas, uma arma pessoal e o codinome Capitão América, o Sentinela da Liberdade. Em uma missão em Wakanda,ele ganhou um novo escudo, desta vez redondo, indestrutível e impossível de ser duplicado. Possuía uma identidade falsa como uma infantaria desajeitada, em Camp Lehigh, na Virgínia. Seus oponentes, incluindo o Caveira Vermelha tentaram muitas vezes copiar a fórmula do professor Erskine para ter também super soldados. Após uma batalha no fim da Segunda Guerra, Capitão América foi dado como morto, porém seu corpo estava congelado e ele sobreviveu devido a sua resistência fisiológica. Ele teve cinco mortes e retornos ao longo de sua história, inclusive houve um momento em que seu inimigo, Caveira Vermelha utilizou os poderes do Cubo Cósmico para trocar de corpo com o herói. Houve sete diferentes fases do “Capitão América”, Ele chegou a ser o Nômade, pois estava cansado da corrupção nos Estados Unidos, fato que contribui para que abandonasse seu antigo codinome. Durante seu trajeto ele teve a ajuda por muitos anos de Bucky, que se tornou o principal parceiro no acampamento do exército, pois, descobriu a dupla identidade de Rogers. Capitão América namorou a Agente 13 da S.H.I.E.L. D - Supreme Headquarters of International Espionage and Law-Enforcement Division (Quartel- general Supremo de Espionagem Internacional e Divisão de Execução da Lei) e é líder dos Vingadores, onde fez amizade com Thor, Homem de Ferro (Tony Stark), Giant-Man (Hank Pym), a Vespa, e mordomo dos Vingadores Edwin Jarvis.
  • 17. 17 Dentre os principais inimigos destacam-se, Barão Zemo, Caveira Vermelha e Ossos Cruzados, I.M.A e Modok, H.I.D.R.A, Víbora e o Esquadrão Serpente,Doutor Faustus,Império Secreto, Força Nacional, Mecanus,Richard Starkey Batman Nome real: Bruce Wayne Local de Nascimento: Gotham City Primeira aparição: Detective Comics #27 (1939) Criadores: Bob Kan e Bill Finger Batman (Anexo 19) é Bruce Wayne, um bilionário empresário e filantropo. Sua motivação para ser super-herói foi o fato de testemunhar o assassinato de seus pais quando criança teria levando-o a viajar pelo mundo, para assim tentar compreender a mente criminosa. Treinou todo tipo de artes marciais e técnicas de combate, pois o trauma de ver seus pais mortos com tiros de revolver lhe deu aversão a armas de fogo, buscando assim a perfeição física e intelectual. Bruce criou seu uniforme baseado numa coisa que o amedrontava quando criança: Morcegos. Ele queria que os bandidos compartilhassem do mesmo temor. E assim, passou a lutar contra o crime. Diferentemente de outros super-heróis, Batman não tem nenhum poder sobre-humano, usa apenas o intelecto, habilidades investigatórias, tecnologia, dinheiro e um físico bem-preparado para lutar contra o crime. Entre seus recursos para a luta estava o tão conhecido automóvel, o Bat- Móvel Por ser um humano, Batman muitas vezes se feria em suas batalhas, porém, sempre contava com seu mordomo Alfred para lhe ajudar, ele era formado em medicina de guerra. Além de tratar seus ferimentos, Alfred aparece em alguns dos casos em que Batman se envolve. Bruce teve um romance com a Mulher-gato (Selina Kyle), esta a princípio era uma ladra, mas Batman não a prendia, pois tinhas
  • 18. 18 esperanças de que ela fosse uma boa pessoa, o relacionamento dos dois foi conturbado. Em 1940, Bruce adotou o órfão Dick Grayson, que se tornou seu parceiro, Robin. Em 1980, Grayson abandona o manto de Robin e se torna o Asa Noturna. Surge, então, Jason Todd, assassinado pelo Coringa (Anexo 20) – principal inimigo de Batman- em 1986. Três anos depois surge Tim Drake, um adolescente detetive que conquistou o cargo descobrindo quem, na verdade, era Batman. Em 1986 a minissérie Batman- o Cavaleiro das Trevas traz um Batman mais humano, e seus vilões mais malvados. Em 1988 com a edição de Batman, a Piada Mortal, Coringa deixa o lado cômico abordado durante anos, para assumir o psicótico vilão que conhecemos hoje. Além de Coringa, outros vilões surgem no caminho do Homem-Morcego, entre eles estão Espantalho, Pinguim, Charada, Chapeleiro-Louco, Mr.Freeze, Hera- venenosa, Ra's Al Ghul, Killer Croc, Máscara Negra, Ventríloquo e seu marionete Scarface, Bane e Harley Quinn, Silêncio e Duas Caras. Principais HQs Detective Comics #27,Batman Ano Um, O Cavaleiro das Trevas, A Piada Mortal Super-Homem Nome real: Clark Joseph Kent (Nome terrestre) e Kal-El (Nome Kryptoniano) Local de Nascimento: Planeta Krypton Primeira aparição: Action Comics #1 (1938) Criadores: Joe Shuster e Jerry Siegel Kal-El foi enviado por seu pai Jor-El de Krypton para a Terra minutos antes de seu planeta explodir. O foguete foi encontrado por Jonathan e Martha Kent, que
  • 19. 19 adotaram o menino e o chamaram de Clark Kent, vivendo na cidade de Smallville, Kansas. Seus pais começaram a notar seus poderes aos oito anos de idade, quando ele não se machucou ao ser pisoteado por touros. Conforme foi crescendo, Clark foi adquirindo mais habilidades e aos dezessete anos já sabia voar. Aos dezoito anos, seus pais adotivos lhe mostraram os pedaços do foguete, Clark entendia que junto com seus poderes vinham responsabilidades, na noite desse dia ele revelou seu segredo para sua melhor amiga, que mais tarde se tornaria sua namorada, Lana Lang. Depois foi embora de Smallville, viajou pelo mundo conhecendo seus poderes e formou-se em jornalismo. Sete anos apos deixar Smallville ele presenciou um ônibus espacial da NASA caindo, e o salvou. Nesse dia conheceu a repórter Lois Lane, começou a trabalhar no mesmo jornal que ela. Mais tarde os dois se casaram. Foi o jornal, Planeta Diário, que lhe deu o nome Super-Homem (Anexo 21), e por isso Clark percebeu que precisava manter sua identidade secreta, assim com a ajuda de seus pais criou a roupa e começou a usar óculos, tentando distinguir Clark do Super-Homem. O Super-Homem possui seus poderes porque o Sol da Terra é amarelo, e o de Krypton vermelho, assim modificando a freqüência eletromagnética entre eles. Ele é o mais forte entre os super-heróis na terra, pode voar, tem uma grande invulnerabilidade, super-audição, supervisão, super-velocidade, visão de raios-X e visão de calor. Seu ponto fraco é a pedra verde e brilhante de seu planeta, ela é capaz até de matá-lo, dependendo do tempo de exposição à mesma. Durante sua existência, Super-Homem, já morreu três vezes. A primeira em 1961, a segunda em 1993 e a última em 1998. O homem de aço vem morrendo de tempos em tempos, isso para não desgastar a personagem e também para, assim, renovar a força do super-herói. Os principais vilões são: Lex Luthor (Anexo 22), Brainiac, Apocalipse, Mr. Mxyzptlk, Bizzaro e General Zood.
  • 20. 20 Principais HQs: Action Comics #1, Man of Steel #1, Superman: Birthright #1, Superman: Secret Origin #1, Superman & Batman Magazine #6, Man of Steel #18, Justice League of America #69, Adventures of Superman #497, Superman #75 Ideologia Das cavernas ao século XXI, as histórias em quadrinhos, utilizando personagens e enredos, cheios de segunda e terceiras intenções povoaram a imaginação dos leitores. A ideologia por trás de uma HQ varia de acordo com o momento histórico que surge. Vamos avaliar a ideologia por trás de duas histórias da franquia MARVEL: Capitão América e o Quarteto Fantástico. (Anexo 23) O maior ícone do período de Guerra foi o Capitão América, que nasceu no dia 4 de julho, dia da independência dos Estados Unidos. Na capa de sua primeira revista, ele combatia o próprio Adolf Hitler. Ao contrário de outros heróis que foram “recrutados” para a Segunda Guerra, o Sentinela da Liberdade foi criado especialmente com esse objetivo. Desde o início, a única arma que o herói utilizou foi o escudo. Em momento algum, o Capitão América usou qualquer outra arma. É com se dissesse, para que todos ouvissem que a “liberdade” é um valor que deve ser defendido. Ele representava, também, a imagem dos EUA, que “apenas” defendia-se de ataques. Justificando que o personagem só atacava para se defender. Em todo caso, seus companheiros de luta como o jovem Bucky (Anexo 24) usavam, às vezes, metralhadoras. A origem do arqui-inimigo do Capitão era de que o oponente, Caveira Vermelha, fosse criado pelo próprio Hitler e representava a “raça ariana perfeita”. Com o fim da Segunda Guerra, o Capitão perdeu espaço e teve sua revista cancelada em 1948. Mas com o surgimento da Guerra Fria (entre EUA e a antiga
  • 21. 21 URSS), ele voltou para combater espiões comunistas. O Caveira Vermelha acabou, também, sendo “ressuscitado” e atualizado, transformando-se em um agente espião soviético. O Quarteto Fantástico surgiu quando Stan Lee e Jack Kirby, cansados de todos os clichês dos quadrinhos norte-americanos resolvem criar uma família de heróis que não possuíam identidades secretas. Sue e Johnny Storm eram irmãos, Reed Richards, era o noivo de Sue e Bem Grimm o amigo da família. Reed era um cientista que preferia usar seu intelecto a seus poderes elásticos. O adolescente Jhonny era o Tocha Humana. Sua irmã Sue, podia tornar- se invisível e projetar campos de força. Bem era um rochoso, o Coisa, dotado de enorme força. Então, estavam os heróis simbolizando os quatro elementos da natureza: água, fogo, ar e terra. Por trás de um grupo de amigos que, vitimados por um “acidente cósmico”, ganham superpoderes, havia um forte paralelo com a mais significativa questão política daquele momento: a Guerra Fria e a paranóia anticomunista. Em 12 de Abril de 1961, o astronauta soviético Yuri Gagarin tornou-se o primeiro ser humano a alcançar o espaço. A notícia surpreendeu os EUA e acirrou os piores temores de seus habitantes. Era o auge da Guerra Fria. O duro golpe faz o presidente John Kennedy jurar que os norte-americanos chegariam à Lua antes do fim da década, derrotando a União Soviética naquela que viria a ser a Corrida Espacial. Quarteto Fantástico foi à resposta dos Quadrinhos ao apelo do dirigente da nação. Eles personificaram a nova era espacial, na qual seus heróis estavam dispostos a arriscar tudo, até mesmo a própria vida, para estar a um passo adiante da ameaça vermelha. Nas histórias em quadrinhos outros personagens fomentaram a discussão de sua ideologia, entre eles a Mulher Maravilha que, segundo muitos estudiosos, representava o sadomasoquismo e a HQ da dupla Batman e Robin foi acusada de homossexualidade.
  • 22. 22 Maniqueísmo Trata-se de uma filosofia religiosa dualística, onde o mundo é dividido entre o Bem (representado por Deus) e o Mal (representado pelo Diabo). Com a disseminação do termo maniqueísta, passou a ser toda a doutrina fundada nos respectivos termos. O fundador do tema foi o profeta Mani, que procurava através das figuras de Jesus e Buda a explicação divina e a verdade absoluta. Conforme as suas idéias houve a fusão entre o reino das trevas e o reino dos céus, assim criou-se o mundo material, composto fundamentalmente pelo mal e os “pais da justiça”, para se redimir da sua imperfeita existência, teriam vindo a Terra com este fim. Como esta missão não foi completada, Mani viera para completá-la. As idéias maniqueístas se espalharam pelo mundo e, Mani fora crucificado no final do séc. III, os seus adeptos sofreram perseguições na Babilónia e no Império Romano. Apesar de ser uma ideologia discutível, em razão do seu radicalismo o uso do maniqueísmo como linguagem é expressamente sedutor. O bem e mal sempre estiveram presentes na história do homem, por este motivo, facilmente compreendido por todos. Também há uma uma maior aproximacao com o público infantil, através das histórias em quadrinhos, ou seja, estar de um lado ou de outro, para as criancas, é uma absorção fácil, o que talvez nao acontecesse em outra ideologia. Em toda a história em quadrinhos que se conhece o maniqueísmo está escancarado e, bons exemplos pode-se perceber nas mais famosas como: Homem Aranha, Super Homem,Mulher Maravilha,Hulk, Quarteto Fantástico e Batman. Ilustrações com textos já ocorriam com certa intensidade na Europa principalmente na França, Itália e Inglaterra –, mas foi nos EUA que os quadrinhos ganharam força
  • 23. 23 e se desenvolveram. A concorrência entre os jornais New York World e Morning Journal, lideradas por Pulitzer e Hearst respectivamente, foi um dos impulsos para a consolidação desse tipo de produção nos Estados Unidos. Foi Pulitzer o primeiro a dar oportunidade a um desenhista de quadrinhos. Chamava-se Richard Outcault, e passou a apresentar-se no jornal World. O seu personagem era The Yellow Kid - O Garoto Amarelo (Anexo 25). As aventuras desse personagem eram mostradas por meio de desenhos em quadros sucessivos. O que mais sensação causou foi o aparecimento do texto dentro da própria imagem, circundado por um traço que se fechava apontando para a boca do personagem. Esse artista lançava assim, em 1896, uma das técnicas fundamentais da história em quadrinhos: o "balão". Um ótimo exemplo do maniqueísmo inserido nas HQs norte-americanas é o famoso Capitão América, que foi o destaque de uma onda de super-heróis criados sob o patriotismo dos Estados Unidos. Ele surgiu durante a Segunda Guerra Mundial, ao lado do seu parceiro Bucky, enfrentou os nazistas, mas após o fim da guerra, o herói caiu na obscuridade. Em Capitão América era retratada a história de um rapaz magro e fraco que não media esforços para participar da Segunda Guerra, é tão literal esta busca que ele se torna parte de um experimento para a criação de soldados superiores em tudo: o "projeto supersoldado", que consistia em um soro especial e a radiação de raios gerando um crescimento físico geral, tornando um ser debilitado como Steve Rogers em um superatleta musculoso, veloz e ágil. Mafalda Mafalda (Anexo 26) é uma personagem de quadrinhos, de 6 anos, criada por Joaquín Salvador Lavado, popularmente conhecido como Quino. Mafalda surge na Argentina, dia 29 de setembro de 1964.
  • 24. 24 A história de Mafalda e sua turma (Anexo 27) começa quando o humorista Miguel Brascó indica o amigo Quino para a Agens Publicida com o objetivo de criar uma tira cômica com uma publicidade subliminar, para ser divulgada em algum meio e assim promover eletrodomésticos da marca Mansfield, produzidos por Siam Di Tella. Brascó sugere a Quino que crie uma história que misturasse Snoopy e Blondie, a mascote da marca. O autor esboça uma família onde todas as personagens deveriam começar com a letra “M”. Mas quando a tira iria ser publicada, o jornal Clarin, da Argentina, acaba percebendo a publicidade por trás das tiras de Quino. O acordo então é desfeito, a campanha não é levada adiante, os produtos Mansfield, por outros motivos, nunca chegam ao mercado e está primitiva Mafalda nunca foi publicada. Mais tarde, o seminário Primera Plana pediu a Quino um projeto e o autor apresenta Mafalda. Inicialmente, Mafalda foi publicada em Primera Plana (1964), onde surgiu durante seis meses, tendo depois sido publicada no diário El Mundo, a partir de março de 1965 e, finalmente, no Siete Dias, desde 1967 até terminar em julho de 1973, ao fim de mais de três mil tiras de BD. Mafalda surgiu também em livros, cujo primeiro foi editado em 1966 na Argentina. A primeira edição estrangeira aconteceu na Itália, em 1969, tendo uma introdução de Umberto Eco. Nos anos seguintes seguiu para Espanha, Portugal, França, Alemanha, Grécia, entre muitos outros países. Mafalda começa subverter a lógica dos quadrinhos por ser uma menina e não um menino, abrindo, assim, espaço para questões de gênero. Se antes mulheres apareciam como coadjuvantes, Mafalda mostra o contrário. Outro fator é o caso de Mafalda ser uma criança, trazendo a tona os direitos das crianças. O universo de Mafalda não é só atormentado por seu universo familiar. As questões do mundo lhe dizem respeito, são tratadas diretamente. A América Latina, o problema da auto-afirmação dos povos, as crises econômicas, as questões do mercado de trabalho, tudo interessa a Mafalda, tudo lhe atinge e a confronta. Com
  • 25. 25 poucas palavras, em quadros ágeis, Quino consegue falar do autoritarismo paterno e materno e dos problemas ecológicos. Mafalda é também uma observadora muito perspicaz do que se passa no mundo, sendo uma crítica implacável da sociedade. Está sinceramente preocupada com o destino do planeta, personificado no seu globo imaginário, com o qual tanto fala. Os gostos de Mafalda também ilustram o espírito da época, por exemplo, a menina odeia a injustiça, a guerra, as armas nucleares, o racismo, as absurdas convenções dos adultos e, obviamente, a sopa, como mostram algumas de suas tiras; e tem amor aos os direitos humanos, a democracia e os Beatles. Mafalda não é o único personagem da série. Dentro os mais importantes estão Felipe, um garoto sonhador, tímido, preguiçoso e desligado, às vezes, romântico que odeia a escola. Manolito um menino bruto, ambicioso e materialista, mas que no fundo tem um grande coração. É um dos poucos personagens que sabe que sabe exatamente o que quer da vida. Susanita é uma fofoqueira de plantão. Egoísta e briguenta, a menina, tem o seu futuro totalmente planificado: um casamento magnífico, um marido com uma boa condição econômica e muitos filhos. Miguelito também é sonhador como Felipe, apesar de ser mais egoísta e muito menos tímido. A sua inocência é a base da sua personalidade. O garoto vive refletindo sobre questões sem importância. Detesta ter a idade que tem e não ser notado. É o centro do mundo e ninguém consegue convencê-lo do contrário. Libertad é uma espécie de Mafalda em miniatura, apesar de ser menos tolerante. Intelectual, crítica e perspicaz, a garota ama a cultura, as reivindicações sociais e as revoluções Guille é o típico representante da idade da inocência, em que tudo está para ser descoberto. Dono de uma ternura marota é o único personagem que cresce de uma tira para outra.
  • 26. 26 Os pais de Mafalda são o típico casal de classe média. Ambos são passivos, limitados e, até mesmo, levemente falidos. O pai trabalha num escritório fazendo contas para chegar ao fim do mês. A mãe abandonou a universidade para formar uma família, coisa que a Mafalda critica sempre que pode. Ele ama as plantas, ela vive com o dilema do que cozinhar. As tiras de Mafalda se transformam em um vetor para as ideias que estavam sendo discutidas da década de 1960. Mafalda tem comentários ácidos, mas sutis e vão de encontro aos ideais da sociedade de consumo. Ela é uma menina que recoloca questões crucias, numa linguagem radical e simples, aparentemente ingênua. É uma criança que se espanta diante do mundo, não aceita as “normalidades e obviedades” da realidade cotidiana. Charlie Brown Charlie Brown (Anexo 28) é um personagem de HQ da série Snoopy criado por Charles M. Schulz (1922 - 2000). Este personagem de história em quadrinhos se caracteriza por um humor delicado e melancólico. Charlie Brown, de calças curtas e cabeça redonda coroada por uma única mecha de cabelos na frente é um menino sem idade, sempre cheio de preocupações. O personagem apareceu pela primeira vez numa história em quadrinhos publicada em St. Paul Pres. O desenhista logo o incluiu em seu célebre Peanuts, publicado pela primeira vez dia 2 de outubro de 1950. No mesmo ano a United Feature Syndicate comprou a tira e mudou o nome, sob o mais absoluto protesto. “As aventuras e desventuras de Charlie Brown” passaram a sair em oito jornais, todos os dias. Schulz ganhou 90 dólares no primeiro mês, 500 no segundo, mil no terceiro e hoje só os quadrinhos rendem mais de 300 mil dólares por ano, a seus descendentes.
  • 27. 27 Charlie Brown, Linus, Lucy, Schroeder, Sally Snoopy e Woodstock (Anexo 29) são os principais personagens dos Peanuts e de uma das mais bem sucedidas aventuras editoriais do nosso tempo Mas Peanuts não foi imediatamente esse sucesso espantoso. Precisou um pouco de tempo antes de engrenar, cerca de cinco anos. Vendo as primeiras tiras, nota-se a diferença: Charlie Brown, no começo, não era o perdedor de hoje. Tinha uma personalidade muito mais parecida com a de Linus. Desenvolto e com certa fanfarronice. Quando Lucy chegou, no segundo ano, não era importante. Chegou como uma menina esperta, um pouco baseada na primeira filha do autor. Dizia muitas coisas impertinentes e engraçadas. Mas aos poucos Charlie Brown se tomou mais complexado. O beagle Snoopy começou a se tornar um cão-não-cão. Lucy a desenvolver sempre mais a sua forte personalidade, o cobertor de Linus começou a se tomar uma obsessão, Snoopy foi para o telhado da sua casinha e chegou Schroeder. E aí sim, começou o sucesso. Na Turma do Minduim o herói (ou anti-herói) é Charlie Brown. A aparência é inconfundível Charlie Brown é um menino de cabeça redonda, o que está sempre com a mesma camisa com a barra em ziguezague. Todos exploram o pobre Charlie Brown e se divertem fazendo-o de bobo, mas Charlie Brown não é um bobalhão. Charlie Brown é um ser humano normal, generoso, amoroso, simpático e errado. Errado? Erradíssimo. Charlie Brown é o que se pode chamar um fracasso completo: jamais conseguiu empinar um papagaio, perde sempre no jogo de damas, nunca comemorou a vitória do seu time de beisebol (do qual ele é o técnico, o capitão e o principal jogador). O menino vive querendo agradar e sua preocupação permanente em se tornar um garoto popular na sua turma. Vive deprimido, infeliz, tem pena de si próprio porque sabe que a tarefa é impossível e que ele vai fracassar mais uma vez, como fracassa em tudo. Ainda por cima, acredita na bondade das pessoas e está
  • 28. 28 sempre sendo surpreendido pela maldade da vida. Até mesmo o seu cão não acredita muito na sua capacidade de sobreviver. Lucy é uma menina mandona. Muito antes das mulheres estarem interessadas nos movimentos de libertação feminina ela já estava em plena campanha para tomar o lugar de técnico do time de beisebol. E se recusava a vestir calças compridas para não ficar "com a ridícula aparência de um menino". Egoísta, pretensiosa, fofoqueira, dominadora, vil, traiçoeira, e até egocêntrica, a garota adora atormentar Charlie Brown. A única pessoa a quem Lucy não agride é o Schroeder. Ele é a paixão da sua vida. Enquanto a paixão da vida de Schroeder é a Arte, especialmente a música, particularmente Beethoven, já nasceu pianista e a sua capacidade musical está anos luz à frente do seu desenvolvimento físico. O garoto só pensa em música e passa os dias num piano de brinquedo. Tão apaixonado é que chega ser capaz de esquecer o dia do próprio aniversário, mas não admite que esqueçam o aniversário de Beethoven. Ele gosta de tocar só para quem entende: Linus e Snoopy. Linus é um garoto inseguro que vive chupando o dedão e que se agarra ao seu cobertor como um náufrago ao colete salva-vidas. Um cobertor que acaba imundo, mas que ele não larga, e jamais abandonará. Linus é emotivamente retardado, mas intelectualmente precoce e fiel. Com medo de tudo e de todos, o principal medo de Linus é a segurança. Snoopy leva até a última fronteira metafísica, as neuroses decorrentes de uma frustrada adaptação. Snoopy sabe o que é um cão, ontem era um cão, hoje é um cão, amanhã talvez ainda seja um cão. Para ele não há nenhuma esperança de “promoção evolutiva”. Não aceita a si mesmo, e procura ser o que não é. Prefere ser um crocodilo, um canguru, um abutre, um pinguim, uma serpente. Tenta todos os caminhos da mistificação, para depois render-se à realidade, por preguiça, fome, sono, timidez, Snoopy tem suas manias também, como dormir em cima da casa "pra ver quando os discos voadores começarem a descer
  • 29. 29 Sally é a irmãzinha de Charlie Brown, ela começou nas tirinhas, como um bebê e foi crescendo aos poucos, e como todos os personagens, Sally também teve sua cota de traumas, como o pânico de ter de entrar para o jardim de infância. Sua mente criativa perde apenas para a do Snoopy. A melhor amiga de Sally é a escola, o prédio da escola, com o qual ela compartilha a sua visão do mundo e da sociedade e se alguém ousar chamar a Sally de maluca, corre o risco de levar uma tijolada na cabeça, pois no mundo dos Peanuts, as escolas são vingativas. Talvez o personagem mais inseguro que Charlie Brown seja o passarinho Woodstock. Melhor amigo de Snoopy, ao qual trata como confidente e muitas vezes fazendo-o de figura paterna. Durante anos, Woodstock foi um pássaro pedestre: tinha medo de voar. E desde que perdeu o medo, aprendendo a voar, jamais foi capaz de voar em linha reta, traçando no ar um ziguezague como se carregasse algo muito pesado. Um dos maiores traumas desse simpático pássaro amarelo é a ausência de sua mãe. Inconformado com a lei da natureza que separa os pais dos filhotes, mergulha em tristeza e depressão no dia das Mães, por sentir-se abandonado e sozinho no mundo. Podemos resumir o mundo dos Peanuts como um microcosmo, uma monstruosa redução infantil de todas as preocupações de um moderno cidadão da civilização industrial, nessa historinha cheia de personagens cujas fraquezas, angústias e frustrações fazem uma comédia humana que chega aos limites do desespero.
  • 30. 30 CONSIDERAÇÕES FINAIS As histórias em quadrinhos, as HQs, baseiam-se na contextualização dos desenhos. Para alguns são baixa literatura, para outros a porta de entrada para ela. O contato com as mesmas fascinam crianças e adultos de todas as idades, e o mundo da ficção invade o imaginário dos fãs Muito mais que apenas angariar fãs e lucro, as HQs refletem uma ideologia. Assim como ao falar o homem tem a intenção de transmitir uma opinião ou uma idéia os Quadrinhos atuam de forma decisiva para a formação de personalidades, pois os personagens e enredos nascem baseados nas vivências e no temperamento dos humanos. Criadores e criaturas influenciam as gerações. Como, por exemplo, a Mulher- Maravilha, em 1950, simbolizando a expressão feminina. Ou o Capitão América que em meio a Guerra Fria surge com o objetivo de “libertar” a América e o mundo de Hitler. O universo HQ supera as barreiras das páginas de papel e servem de inspiração para muitos filmes que invadem as telonas. O cinema encontrou uma mina de ouro ao realizar as adaptações dos Quadrinhos. Muitos fãs dos filmes sequer conheceram as histórias originais dos seus ídolos.
  • 31. 31 As HQs instigam desejos misteriosos que habitam a imaginação do ser humano, sejam eles racionais ou inconscientes, na intenção estética ou até mesmo moral, num contexto social ou por simples entretenimento educam uma sociedade inteira.
  • 32. REFERÊNCIAS <http://www.espacoacademico.com.br> Acesso em: 18 mai.2011 <http://puc-riodigital.com> Acesso em: 20 mai.2011 <http://esquadrinhandoquadrinhos.blogspot.com> Acesso em: 25 mai.2011 <http://www.legal.adv.br> Acesso em: 01 jun.2011 <http://www.imdb.com> Acesso em: 05 jun2011 <http://marvel.com/universe/Captain_America> Acesso em: 05 jun.2011 <http://www.infopedia.pt/$mafalda,2> Acesso em: 20 jun. 2011 <http://www.omelete.com.br/image-comics/?page=2> Acesso em: 20 jun. 2011 <http://www.infoescola.com › Artes › Desenho> Acesso em: 20 jun. 2011
  • 33. <http://www.supermanhomepage.com/comics/comics.php?topic> Acesso em: 21 jun.2011 <http://www.omelete.com.br/superman/> Acesso em: 21 jun.2011 <http://www.omelete.com.br/quadrinhos/a-morte-do-super-homem/> Acesso em: 21 jun.2011 <http://marvel.com/universe/Spider-Man_(Peter_Parker) > Acesso em: 22 jun.2011 <http://www.batmanytb.com/bios/heroesbrucewayne/batman_goldenage.php> Acesso em: 26 jun.2011 <http://www.historiaemquadrinhos.hpg.ig.com.br/index2.htm> Acesso em: 28 jun.2011 <http://marvel.com/universe/Captain_America_(Steve_Rogers)> Acesso em: 29 jun.2011 <http://www.omelete.com.br/capitao-america/> Acesso em: 29 jun.2011 <http://www.universohq.com/quadrinhos/2007/n08032007_03. cfm> Acesso em: 29 jun.2011 <http://nosgeeks.pop.com.br/wp-content/uploadrs/2011/05/Marvel Comics> Acesso em: 30 jun.2011 <http://www.mafalda.net/pt/geschichte.php> Acesso em: 30 jun.2011 <http://www.overmundo.com.br/overblog/mafalda-a-anti-menina-dos-olhos> Acesso em 30 jun.2011 Puxa vida, Charlie Brown! - Ed. Artenova Grilo #25 - Arte & Comunicação Ltda.- Não me vejo Lucy, Linus, Snoopy.
  • 34. ANEXOS Anexo 1 Anexo 2 Anexo 3