O documento resume os principais acontecimentos políticos e sociais de 1968 ao redor do mundo, com ênfase no Brasil. Em 3 frases:
1) Foi um ano marcado por protestos estudantis em todo o mundo, pela guerra no Vietnã e invasão da Tchecoslováquia.
2) No Brasil, houve manifestações contra a ditadura militar e o surgimento do movimento tropicalista.
3) O ano terminou com a edição do Ato Institucional no5, que ampliou a repressão no país.
2. História 1968
Guerra do Vietnã - 50 mil soldados norte-americanos
e mais de 2 milhões de vietnamitas mortos na maior
tragédia do sudeste asiático.
3. História 1968
• França - Maio de 1968 - Passeata estudantil.
4. História 1968
Manifestação estudantil contra a ditadura militar no
BRASIL - JUNHO
5. História 1968
Abaixo, Robert Kennedy, senador e candidato
democrata a presidência da república é assassinado
na Califórnia. - Junho
6. História 1968
A juventude em suas gerações
Passeata dos Cem mil
7. História 1968
• Fim da "Primavera de Praga" - Tropas do Pacto de Varsóvia invadem a
Tchecoslováquia e derrubam o governo reformista de Alexandre Dubcek. - Agosto.
8. História 1968
1968
• um ano especial, que marcou o século 20.
• entrou para a história e ficou gravado para
sempre na memória dos que o viveram.
• um dos anos chaves do século 20.
9. História 1968
• Guerra do Vietnã;
• protestos pacifistas; O ano que não acabou
• invasão da Tcheco - Eslováquia;
• contracultura;
• assassinatos de Bob Kennedy e Martin Luther King;
• movimentos pela liberação sexual, racial, artística, cultural e política;
• manifestações estudantis;
• corrida espacial;
• ditadura militar;
• ecologia;
• festivais da Record;
• Jimi Hendrix, Bob Dylan, Jim Morrison, Janis Joplin, Beatles, Joe Cocker;
• Caetano, Gilberto Gil, Geraldo Vandré;
• hippies - paz e amor, drogas;
• Comando de Caça aos Comunistas (CCC);
• Tropicalismo;
• Jovem Guarda;
10. História 1968
Movimentos pacifistas
• A ofensiva dos patriotas vietnamitas mostrou que uma
solução militar era impossível.
• Os EUA enviavam apressadamente milhares de jovens para
tentar recompor suas forças,
• o Vietnã invadia os lares americanos através da televisão.
• Os pais começaram a questionar o sentido de mandar seus
filhos para uma morte horrível num país distante, pobre e
onde os EUA não tinham grandes interesses comerciais.
• Muito rapidamente o distante Vietnã viria a mudar a história
dos Estados Unidos.
• Violentos protestos contra a guerra tomaram conta de vários
pontos do país.
• A guerra no Vietnã dividiu profunda e irremediavelmente a
sociedade americana.
11. História 1968
Reação à Primavera de Praga
• A brutal invasão da Tcheco-Eslováquia
(agosto) confirmou que havia muitas coisas
podres no império soviético.
• As chocantes imagens dos tanques soviéticos
esmagando a primavera de liberdade que
floria em Praga abalariam gravemente os
alicerces do comunismo.
• Milhares de comunistas em todo o mundo
queimaram suas carteirinhas e romperam
indignados com o partido.
12. História 1968
Num ano em que os jovens defendiam o amor livre, a encíclica
Humanae Vitae do papa Paulo VI, condenando a pílula e
todos anticoncepcionais, colocaria a Igreja na contramão da
história. A pílula era, afinal, a grande conquista feminina.
13. História 1968
O ano de 1968 na ótica de Eric Hobsbawm
• encerrou a era do general De Gaulle na França, dos
presidentes democratas nos EUA,
• colocou fim nas esperanças do comunismo liberal na
Europa Central;
• assinalou o início de uma nova fase na política
mexicana, depois do massacre de estudantes de
Tlatelolco.
15. História 1968
A revolta dos estudantes
• ocorridas em praticamente todos os países do
mundo
• resultaria num profundo questionamento da política
tradicional, dos costumes, do autoritarismo,
• introduziria no cotidiano valores como pacifismo,
feminismo, ecologia, contracultura, música de
protesto, som pop e drogas.
• como poucas vezes aconteceu no passado, o mundo
mudou radicalmente no espaço de um ano.
16. História 1968
Lemas da juventude em 1968
• Paz e amor.
• É proibido proibir.
• A imaginação no poder.
• Seja realista, peça o impossível.
• Faça amor, não faça a guerra.
• Essas curtas palavras de ordem definem
melhor do que qualquer estudo sociológico o
espírito de 1968.
• Um ano especial, talvez o mais carregado de
simbolismos do século 20.
17. História 1968
Panorama sociocultural
• A luta pela liberdade, pelo fim da censura e
por um país democrático,
• o ano de 1968 foi além, foi um ano em que
tudo mudava,
• a televisão crescia espantosamente e foi uma
grande personagem na Guerra do Vietnã
(primeira guerra transmitida pela TV).
18. História 1968
Ícone artísticos
• Época dos grandes ídolos como: Jimi Hendrix,
The Beatles, Rolling Stones e de grandes
pensadores e intelectuais.
19. História 1968
Mudanças culturais
• Os hippies tomavam o seu lugar na história e
frases como: “Faça amor e não faça a guerra”
eram os slogans de paz.
• O sexo não era mais visto como “um horror” e
”pecado” e as mulheres não queriam mais ser
um objeto do homem, surgia a minissaia.
21. História 1968
Mudanças culturais
• Os negros, os homossexuais e as mulheres
começaram a mostrar que não eram “bichos”
e muito menos sofriam de doenças como era
alegado para os homossexuais,
• depois 1968 eles ganharam uma importância
que até então lhes era negada, mostraram
que não eram uma minoria e que tinham
tantos direitos quanto homens, heterossexuais
e brancos.
22. História 1968
Os anos de chumbo no Brasil
• Depois do golpe militar de 1964, o Brasil vê-se diante
de 10 anos de censura, repressões, torturas, exílios
e passeatas,
• nenhum desses anos foi tão intenso quanto o de
1968,
• depois da morte do estudante Edson Luís que foi
assassinado por policiais, os estudantes se
revoltaram e foram para as ruas pedir por mais
liberdade, democracia, melhores condições de
estudo e principalmente pelo fim da ditadura.
23. História 1968
O tropicalismo
• movimento que além de seus principais
representantes Caetano Veloso e Gilberto Gil, Gal
Costa, Tom Zé, Mutantes, Nara Leão, etc.;
• Os tropicalistas mudaram o conceito de bossa nova
e surgiram com uma nova linguagem de MPB;
• incorporaram instrumentos nas composições e as
letras das músicas agora eram cheias de protestos,
críticas e desabafos, misturaram gêneros, cores,
estilos;
• foram essenciais para caracterizar a história do País
daquela década.
24. História 1968
Passeada dos Cem Mil
• Uma das grandes manifestações de 1968;
• Reuniu aproximadamente 100 mil pessoas,
entre elas: artistas, padres, mães, intelectuais,
estudantes.
25. História 1968
Movimento estudantil na luta contra a
ditadura militar brasileira
26. História 1968
• Mas no fim do ano, quando os estudantes se
reuniram em um congresso em Ibiúna – SP, os
policiais deram fim a tudo aquilo prendendo os
grandes líderes estudantis, ferindo vários estudantes
e aliados.
• Logo depois, Caetano Veloso e Gilberto Gil, também
foram presos e logo se exilaram, era o fim do
Tropicalismo, era o começo do silêncio da UNE (que
durante alguns anos, não teve grandes
manifestações)
• e também era o início de uma fase muito mais
severa, do que a que se vivia até o momento: foi
decretado em dezembro de 1968 o Ato Institucional
nº. 5, pelo presidente Costa e Silva.
27. História 1968
Ato Institucional nº 5
• Editado em 13 de dezembro de 1968 pelo
governo Costa e Silva.
• dava amplos poderes ao executivo;
• suspendendo o habeas corpus para crimes
políticos;
29. História 1968
Pra não dizer que não falei de flores
• Composta por Geraldo Vandré, deixou como
herança para as novas gerações, uma
composição que por muitos é considerada um
hino contra a ditadura,
• alguns ainda dizem que é a Marselhesa
brasileira.
• Marselhesa foi um canto de guerra
revolucionário que acompanhava a maior
parte das manifestações francesas, e em
1975 tornou-se hino nacional da França.
31. História 1968
• Caminhando e cantando e seguindo a
canção / Somos todos iguais braços dados
ou não: representa as passeatas que
reuniam, em sua maioria, jovens que tinham
consigo um desejo de mudança, ambições e
sonhos, eram movidas a cartazes de
protestos, a vozes gritantes que entoavam
hinos e músicas. Essa frase também nos
mostra que independente de crenças e idéias,
as pessoas são iguais, estando elas do
mesmo lado ou não.
32. História 1968
• Nas escolas nas ruas, campos, construções: as manifestações eram
compostas de pessoas de diversos ambientes, mas que possuíam o desejo
de mudança em comum: agricultores, operários, camponeses, mulheres,
jovens, professores, jornalistas, intelectuais, padres e bispos. No caso de
professores, jornalistas e intelectuais eles eram censurados e vigiados, o
que depois de AI-5 ocorreu com maior intensidade, os professores não
podiam lecionar e mencionar nada referente ao golpe, os jornalistas tinham
seus artigos e matérias cortadas pela censura e os intelectuais eram
proibidos de disseminar suas idéias e também de publicá-las. Nas
universidades não havia vagas e muitos jovens não conseguiam estudar,
mulheres eram descriminadas e impedidas de trabalhar, os operários
sofriam com os baixos salários, agricultores e camponeses tinham suas
terras ocupadas e os padres e bispos eram ameaçados, presos e muitas
vezes expulsos do país. Então a maneira encontrada para protestarem
pelos seus direitos, era juntar-se aqueles que também possuíam idéias de
mudança e desejo por um país melhor.
33. História 1968
• Vem, vamos embora, que esperar não é
saber: esse trecho contesta sobre aqueles
que sofriam o momento na pele e não faziam
nada, afinal não se muda um país, ficando
parado. Quem sabe faz a hora, não espera
acontecer: refere-se também a essas pessoas
que preferiam ficar em silêncio em vez de
tentar alcançar a mudança junto aos
estudantes e aos demais.
34. História 1968
• Pelos campos há fome em grandes
plantações: as pessoas que trabalhavam nos
campos, ou que eram agricultores, também
sofriam com a ditadura, os poucos que
possuíam um pedaço de terra a mesma lhe
era tomada, os camponeses muitas vezes
eram despejados e acabavam por passar
fome.
35. História 1968
• Pelas ruas marchando indecisos
cordões: cordões é como ficou conhecido os
grupos de foliões que tomavam as ruas
durante o carnaval, o nome refere-se a
característica dos grupos serem formados de
forma que as pessoas se sucedem. Assim era
composta algumas das manifestações, como
foi o caso da Passeata dos Cem Mil, que
parecia ser dividida em blocos: artistas, mães,
padres, intelectuais e entre outros, que em
muitos casos, caminhavam indecisos ou com
medo dos militares.
36. História 1968
• Ainda fazem da flor seu mais forte refrão / E
acreditam nas flores vencendo o
canhão: enquanto os militares reprimiam os
protestantes com canhões, bombas de gás, e armas,
a população saia nas ruas com cartazes e com a
força de suas vozes, muitos atirando pedras e tudo o
que se estivesse ao alcance, mas nada parecia ser
tão forte e provocante quanto os gritos, as palavras
de ordem dos movimentos estudantis, frases e
músicas daquele ano, essas sim eram suas
verdadeiras flores. Mas começaram a surgir grupos
que não acreditavam mais em democracia sem a
violência, alguns grupos de radicais se formavam e
gritavam em coro: “Só o povo armado derruba a
ditadura”, enquanto do outro lado um grupo militante
gritava: “Só o povo organizado conquista o poder”.
37. História 1968
• Há soldados armados, amados ou não / Quase
todos perdidos de armas na mão: os soldados
estavam sempre armados e dispostos a prender os
manifestantes e levá-los para as salas do DOPS,
porém, muitos pareciam alienados, não sabiam
direito o que acontecia ou fingiam não saber, para
quem sabe assim se redimir da culpa de tantas
mortes e “desaparecimentos” da época. Mas tinham
famílias, namoradas, mãe, irmãos podiam sim ser
amados por alguém ou então odiados por todos.
Muitas manifestações foram, sobretudo contra a
violência dos policiais.
38. História 1968
• Nos quartéis lhes ensinam antigas lições / De
morrer pela pátria e viver sem razão: Os soldados
aprendiam lições e como se houvesse uma lavagem
cerebral aceitavam cumprir as ordens do governo,
mas acredito que em sua maioria muitos sabiam
exatamente o que faziam e concordavam com os
planos e métodos. Como diz a frase eles aceitavam
morrer pelo seu país, mesmo que para isso eles
fossem recriminados pela população e tivessem que
viver sem anseios e sem razão, afinal de contas eles
só serviam para fazer o trabalho pesado para os
governantes.Somos todos soldados, armados ou
não: na contradição de ser ou não soldados, todos
eram, a diferença esta nas armas e na motivação.
39. História 1968
• Os amores na mente, as flores no chão / A
certeza na frente, a história na mão: a maioria, se
não todas as pessoas que participavam ativamente
dos manifestos eram motivados pelas perdas que
sofriam, pelas mortes de amigos, parentes,
conhecidos, pela dúvida do que aconteciam com as
pessoas que eram levadas. Alguns dos jovens
quando crianças viram seus pais serem levados por
policiais e nunca mais tiveram noticias, muitos viram
seus amigos morrerem e o corpo simplesmente
desaparecer e acabavam por não ter direito ao
enterro, alguns poucos voltavam e de outros nunca
mais se ouvira, eram guiados pela certeza de que
poderiam mudar o mundo e pela história que cada
um deles possuía.
40. História 1968
• Aprendendo e ensinando uma nova
lição: Grande parcela dos jovens brasileiros
de hoje, desconhecem o período de 10 anos
desde o golpe militar até o fim da ditadura, o
desejo de mudança, a fome por liberdade e a
coragem de lutar não está entre as principais
prioridades do jovem do século XXI. O
conformismo, a tecnologia, e várias outras
novidades que surgiram após 1968, impedem
que estudantes despertem em si os mesmos
desejos de mudança.
41. História 1968
• A música de Geraldo Vandré nos conscientiza
e informa sobre o ano de 1968 e os demais
que se seguiram de ditadura militar, nos faz
repensar sobre atitudes e ideais, sobre o velho
e o novo, e de como o ditado “um por todos, e
todos contra um” foi tão intenso durante
aqueles anos, os estudantes podem não ter
derrubado a ditadura, mas foram vistos e foram
parte importante e indispensável da história.
• É decepcionante saber de que nos tempos
atuais, aceitamos o que nos é imposto,
fazemos parte de uma massa que cada vez
mais parece alienada e movida às tecnologias.
42. História 1968
• Não conseguimos nos separar de bens materiais e
tampouco lutar contra isso, nos conformamos e
ficamos aprisionados, o ano de 1968 ficou apenas
como exemplo de uma geração de jovens com ideais,
alguns alienados sim, mas a maioria com esperança
de um país melhor e capaz de lutar pela liberdade e
por aquilo que era lhes eram imposto.
• Mesmo depois de 40 anos essa composição ainda
pode nos expor a importância da luta pelos nossos
objetivos, desejos e ideais, mas principalmente de
como o conhecimento dos próprios direitos e deveres
é imprescindível para que se construa uma sociedade
melhor e democrática, além de ser o nosso principal
dever como cidadão.