2. Professora titular emérita e pesquisadora do Centro de Alfabetização, Leitura e Escrita - CEALE da Faculdade de Educação da UFMG. Autora de artigos, capítulos e livros sobre ensino da língua escrita, tais como: Letramento: um tema em três gêneros (Autêntica, 1996) e Alfabetização e letramento (Contexto, 2003). Organizou o Dossiê sobre Letramento, publicado no periódico Educação e Sociedade, n° 81, dezembro de 2002.
3. ENSINO DE PORTUGUÊS E CONCEPÇÃO DE LÍNGUA Subjacente ao ensino de português há sempre uma concepção de língua que explica: para que ensinar a língua materna; o que ensinar quando se ensina a língua materna; como ensinar a língua materna.
4.
5.
6. ENSINO DE PORTUGUÊS NA ESCOLA = ATIVIDADES INTERATIVAS ALFABETIZAÇÃO LETRAMENTO aquisição de uma tecnologia : o sistema alfabético e ortográfico Desenvolvimento de habilidades de uso da tecnologia da escrita
8. Pelo contrário,segundo Magda Soares, são interdependentes e indissociáveis : a alfabetização desenvolve-se no contexto de e por meio de práticas sociais de leitura e escrita, isto é, através de atividades de letramento.
9.
10. ENSINO DE PORTUGUÊS: UMA PROPOSTA PARA O LETRAMENTO LETRAMENTO PRÁTICAS DE LEITURA E ESCRITA ATIVIDADES DE INTERAÇÃO
11.
12.
13. OBJETIVO DO ENSINO DA LEITURA: ... em que haja motivação e objetivo para ler 1. temas do interesse do aluno:
14. Anúncio Publicitário 6º ano – p. 48 2. Preparação para a leitura : ativação de conhecimentos prévios e atitudes em relação ao tema, previsões e hipóteses sobre o texto...
29. Letramento definido num poema Uma estudante norte-americana, de origem asiática, Kate M. Chong, ao escrever sua história pessoal de letramento, define-o em um poema: O que É um ensino para o LETRAMENTO
30. O QUE É LETRAMENTO? Letramento não é um gancho em que se pendura cada som enunciado, não é treinamento repetitivo de uma habilidade, nem um martelo quebrando blocos de gramática. Letramento é diversão é leitura à luz de vela ou lá fora, à luz do sol. São notícias sobre o presidente O tempo, os artistas da TV e mesmo Mônica e Cebolinha nos jornais de domingo. É uma receita de biscoito, uma lista de compras, recados colados na geladeira, um bilhete de amor, telegramas de parabéns e cartas de velhos amigos.
31. O QUE É LETRAMENTO? É viajar para países desconhecidos, sem deixar sua cama, é rir e chorar com personagens, heróis e grandes amigos. É um atlas do mundo, sinais de trânsito, caças ao tesouro, manuais, instruções, guias, e orientações em bulas de remédios, para que você não fique perdido. Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que você pode ser.
Hinweis der Redaktion
Falar genericamente de competências e Habilidades; Mostrar que o que diferencia uma da outra é apenas o escopo da ação.
Explicar o uso de “língua materna” - ensinar português a falantes de português suscita a questão: para quê, o quê, como ensinar uma língua que os alunos já falam e já compreendem. A resposta a essa questão depende da concepção que se tem de língua, no processo de ensino .
Comentar a predominância da gramática no ensino da língua, ainda hoje; causas: a pesada tradição de séculos em que o ensino do português era, fundamentalmente, o ensino da gramática; o fato de gramática ser um conteúdo , o que torna mais fácil avaliar a aprendizagem; o fato de a clientela da escola ser constituída pelas camadas privilegiadas, que já sabiam usar a língua, restava-lhes conhecer o funcionamento dela – uma operação cognitiva em geral fora do alcance de crianças e jovens, tanto assim que, mal aprendiam/aprendem, logo esquecem.
Explicar as causas: desenvolvimento das ciências linguísticas e cognitivas evidenciaram que ensinar sobre a língua não conduz a habilidades e competências de uso da língua; compreensão de que no ensino básico, sobretudo no ensino fundamental, o que a sociedade e o mundo do trabalho demandam são indivíduos capazes de ler e escrever de forma adequada e pertinente e capazes de falar e ouvir de forma apropriada em situações formais de comunicação oral (em situações informais, aprendem de forma natural, dispensando ensino)
Esclarecer que, em princípio, cabe às primeiras séries do ensino fundamental desenvolver a alfabetização – o aprender a ler e a escrever, e às séries finais – 6ª a 9ª - desenvolver o letramento: as habilidades e competências de uso da língua escrita nas práticas sociais. No entanto, os dois processos são simultâneos (slides seguintes)
Lembrar que os alunos que recebem na 6ª série devem ter sido alfabetizados em contexto de letramento – por meio de textos reais, de diversos gêneros (os volumes anteriores da coleção desenvolvem a alfabetização em contexto de letramento). Alunos que chegam à 6ª série com o processo de alfabetização incompleto, como tem ocorrido entre nós, devem receber apoio para completar esse processo.
Mesmo nas séries finais – 6ª a 9ª - os professores ainda se ocupam da alfabetização, nas atividades de ortografia, que exigem a retomadas das relações fonema-grafema.
Esclarecer um ensino que tem como proposta o letramento: desenvolver as habilidades e competências para os usos da leitura e da escrita nas práticas sociais, que são situações de interação em que a língua escrita está envolvida.
Este slide é detalhados nos slides seguintes.
Explicar que o leitor interage (inter-age) com o autor por meio do texto, o autor interage com o leitor por meio do texto, o texto atua sobre leitor e autor. Discutir diferenças entre os alunos: de interesses, de conhecimentos prévios, de proveniência sociocultural; diversidade de textos: em diferentes suportes, com diferentes temáticas; diversidade de autores: quanto à época, aos pontos de vista, à visão de mundo...
O slide dá continuidade à explicação do objetivo da leitura (slide 11): são destacados duas estratégias para motivação para ler e atribuição de objetivo à leitura, a primeira neste slide, a segunda no slide seguinte – discutir a relação dessas unidades mostradas neste slide com os interesses de alunos de 6º ano (entre 10 e 12 anos)
Informar que todos os textos são precedidos de atividades de “preparação para a leitura”; mostrar e ler, nesta pág. do livro, as questões propostas aos alunos como preparação à leitura. Mais informações sobre “preparação para a leitura” na p. 13 de “Sobre esta coleção”, no Livro do Professor.
Explicar que a coleção se organiza por unidades – 4 em cada volume – cada unidade é desenvolvida em torno de um tema – o objetivo é levar o aluno a perceber que um mesmo tema pode ser expresso em diferentes gêneros (narrativa, poesia, texto informativo... talvez valha a pena ler, no sumário de um dos volumes, os gêneros em torno de uma unidade) e com diferentes funções (informar, divertir, emocionar, convencer, seduzir....)
Cabe discutir aqui a estratégia utilizada na coleção para preservar tanto quanto possível o portador original do texto – neste caso, o jornal, pela reprodução da página de onde foi tirado o texto. Sobre esta questão – escolarização do texto no livro didático – ver a p. 11 de “Sobre esta coleção”, no Livro do Professor.
Explicar que todos os textos são acompanhados de atividades de interpretação – ora escrita, ora oral, ora ambas, dependendo do gênero, do tema, da natureza do texto.
Falar genericamente de competências e Habilidades; Mostrar que o que diferencia uma da outra é apenas o escopo da ação.
Falar genericamente de competências e Habilidades; Mostrar que o que diferencia uma da outra é apenas o escopo da ação.
Chamar a atenção para as respostas em azul e indicar os textos em azul na margem direita das páginas ao longo do livro, como uma “conversa” da autora com os professores, apresentando justificativas e fundamentos das atividades, sugestões de enriquecimento, etc.
Discutir a importância de o professor criar situações para a produção de texto que identifiquem, para o aluno, para quem ele escreve (quem será o leitor de seu texto); na coleção, todas as atividades de produção de texto conduzem a uma atividade que cria leitores para o texto do aluno. Discutir também a importância de o aluno aprender a escrever textos de diferentes gêneros.
Explicar língua em uso : a língua dos textos, em lugar das frases criadas artificialmente do ensino tradicional da gramática. Explicar: variedades de língua e combate ao preconceito linguístico, habilidades de uso de registro formal ou informal, conforme a situação, elementos que dão coesão ao texto. Esclarecer que a gramática está presente na coleção sob a designação de Reflexão sobre a língua e é desenvolvida com base nos textos, de acordo com os que estes sugerem e possibilitam.
Contextualizar a atividade nos textos em que se baseia: publicidade das pp, 49 e 52 do volume do 6º ano; completar o exemplo com as questões propostas ao aluno, p. 55.
Destacar a crítica do poeta ao ensino da língua como ensino da gramática, o abismo entre a língua em uso e a língua estudada na escola. Nota: Carlos Góis, autor de vários livros na área da gramática, foi professor de Carlos Drummond de Andrade quando ele era interno no Colégio Arnaldo, em Belo Horizonte.
Destacar o último verso: um português é o que é usado, a língua de interação com os outros; o outro, o que se ensina na escola, quando se ensina gramática, é um mistério, uma outra língua.
Esclarecer que o poema mostra o letramento como a língua que se usa, a língua que não é mistério, como a de que Carlos Drummond se queixa.
Os primeiros versos remetem à língua-mistério de que fala Drummond; em seguida, a língua que se usa, nas práticas sociais em que a língua escrita está envolvida