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Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
FINALIDADE DESTA OBRA
Os materiais literários do autor não têm fins lucrativos,
nem lhe gera quaisquer tipo de receita. Os custos do livro
são unicamente para cobrir despesas com produção,
transporte, impostos e revendedores. Sua satisfação
consiste em contribuir para o bem da educação, uma
melhor qualidade de vida para todos os homens e seres
vivos, e para glorificar o único Deus Todo-Poderoso.
AUTORIZAÇÃO
O livro pode ser reproduzido e distribuído por quaisquer
meios, usado por qualquer entidade religiosa, educacional
ou cultural sem prévia autorização do autor.
[ 2 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
AUTOR: Valdemir Mota de Menezes é licenciado em
Ciências Biológicas e História pela Universidade
Metropolitana de Santos; possui curso superior em
Gestão de Empresas pela UNIMONTE de Santos; é
Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembleias
de Deus de Santos; tem formação Técnica em Polícia
Judiciária pela USP e dois diplomas de Harvard University
dos EUA sobre Epístolas Paulinas e Manuscritos da Idade
Média. Radialista profissional pelo Senac de Santos,
reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu em
Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de
Evangelismo Universal; hoje se dedica a escrever livros e
ao ministério de intercessão. Não tendo interesse em dar
palestras ou participar de eventos, evitando convívio
social.
(AO ENCONTRAR ERROS GRAMATICAIS NESTE
LIVRO, FAVOR AVISAR AO AUTOR PARA CORREIÇÃO
– GRATO)
CONTATOS:
https://www.facebook.com/centrodeevangelismouniversal/
[ 3 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP)
CENTRO DE EVANGELISMO UNIVERSAL
-CGC 66.504.093/0001-08
LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR:
CIÊNCIAS
Biologia, O mito da Evolução
Sexologia cristã
[ 4 ]
M543 Menezes, Valdemir, 1969
Bebida alcoólica não é pecado /Valdemir Mota de Menezes,
Itabaiana/SE, Amazon.com Clubedesautores.com.br, 2016
221 p. ; 21 cm
ISBN-13: 978-1533237873
ISBN-10: 1533237875
1. Bebida alcoólica 2. Vinho 3. Bíblia 4. Ética cristã
I - Titulo
CDD 170 / 220 / 241
CDU 17 / 22 / 24
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
TEOLOGIA
Juízo Final - Parapsicologia Bíblica
O Fim do Mundo
Compêndio teológico sobre o véu
Guia de Estudo Bíblico
Dogmatologia
Apocalipse comentado
Entenda a CCB – Volume I
Entenda a CCB – Volume II
Javé, o Deus da Bíblia
Como fundar uma Igreja
O Diabo está ao seu lado
Os quatro livros biográficos de Jesus
HISTÓRIA
Introdução a Arqueologia
História do Universo comentada
O que é Igreja Católica Romana?
[ 5 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
O anjo de quatro patas
Vida de Antão com comentários
POLÍTICA
Memorial criminoso do PT – Volume I
Memorial criminoso do PT – Volume II
PT X Cristianismo
Todos os telefones do presidente Lula
DIREITO
Escrivão de Polícia é cargo técnico científico
ÉTICA
Bebida alcoólica não é pecado
EM OUTROS IDIOMAS
Archéologie Biblique (Francês)
Juicio Final (Espanhol)
Biology, the myth of Evolution (Inglês)
Indossare il velo (Italiano)
生物学 – 進化の神話 (Japonês)
[ 6 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
I – BEBIDA ALCOÓLICA NA BÍBLIA
A embriaguez de Noé.
Vinho alegra o homem.
Bebida anestesia o sofrimento
Melquisedeque – Pão e vinho
A embriaguez de Ló.
Vinho na época de Amós.
Esaú e Isaque
Libação com vinho
Libação na Lei de Moisés.
Suco de uva.
Sangue de uva é suco.
Olhos vermelhos de vinho.
Fogo estranho – Embriagados.
Nazireu.
[ 7 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Oferta de vinho para Deus.
Bebida forte também pode.
Indenização paga com vinho.
Beber na festa.
Deus te abençoará com vinho.
Os hebreus não beberam vinho no deserto.
Vinho simbolizando atitudes.
Vinho alegra a Deus.
Embriaguez favorece a contenda.
Beberam e foram raptadas.
Bebida alcoólica na dieta dos hebreus
Vinho e o efeito psíquico.
Ana bebeu mais não embriagou-se.
Oferta de vinho a Deus.
Oferta pacífica era churrasco com vinho.
Presentear com vinho.
Vinho em excesso embriaga.
[ 8 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Comemorações com vinho e comida.
Passas e não vinho.
O álcool do vinho altera o animo.
Gosto do vinho.
Muito vinho na coroação de Davi.
Mosto é vinho novo.
Reconstruindo Jerusalém com vinho.
Mosto restituído ao povo.
Cardápio de vinhos em Israel.
Vinho com mel.
Dízimo do vinho.
Lei do vinho.
Banquete de vinho.
A rainha Ester bebia.
Processo de fermentação.
Deus nos dá alegria como vinho.
Libações dos pagãos.
[ 9 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Cálice transborda.
Deus com um cálice de vinho.
Deus bêbado?
Vinho misturado com água.
O vinho é divino.
Cálice da salvação.
Esquentar vinho para faze-lo suave.
Dai o dízimo e terás muito vinho.
Pão e vinho dieta dos judeus.
Pode tomar, não pode errar.
Administrar sóbrio.
O bêbado perde o respeito pela lei.
Beber alivia sofrimento.
Beber com moderação é prazer lícito.
Vinho alegra a vida.
Paixão tem sabor de vinho.
Casa do vinho.
[ 10 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Vinho, base alimentar.
Sensualismo e vinho.
Novo Testamento.
Processo de fermentação do vinho.
Jesus o beberrão.
Vendiam vinho no templo.
Coar o vinho.
Bebiam vinho antes do diluvio.
Páscoa sem vinho é impossível.
Vinho na páscoa e na ceia do Senhor.
Vinagre era vinho azedo.
João batista – nazireu.
Vinho é melhor do que suco de uva.
Vinho como antisséptico.
Jesus transforma água em vinho.
10 argumentos falsos sobre este milagre.
Mosto é gleucos – vinho doce.
[ 11 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Voto de não beber vinho por 30 dias.
Ceia do Senhor e o vinho.
Pecados do paladar.
Evite beber diante dos fracos.
Embriagados na ceia.
Ministros bebam moderadamente.
Idosas bebam moderadamente.
Borrachices é embriaguez com vinho.
Festa do amor.
Sacrifícios da idolatria.
Vinho sem mistura é forte.
Vinho com motivação sexual.
II – BEBIDA ALCOÓLICA NA HISTÓRIA DA IGREJA
III - HISTÓRIA DO VINHO
[ 12 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
INTRODUÇÃO
Este livro não foi escrito para combater o
alcoolismo. Mas a pregação mentirosa de líderes cristãos
que dizem que ingerir vinho, cerveja, ou outras bebidas
alcoólicas é pecado. Nada mais mentiroso. Somente
mentes doentias podem pensar desta forma, após ler a
Bíblia. A Bíblia glorifica o vinho como bebida abençoada.
O vinho representa o sangue de Jesus. O vinho foi o
primeiro produto da terra após o novo mundo pós-
diluviano. Transformar água em vinho foi o primeiro
milagre de Jesus. Mas não é só vinho que a Bíblia
abençoa. No culto veterotestamentário se oferecia a Deus
oblações que consistia em derrama bebida alcoólica no
altar, em sacrifício a Deus. O vinho era para os judeus, o
que o café é para os brasileiros e o que o sanduiche é
para os americanos. Quando vejo teólogos e pastores
defendendo a abstinência obrigatória da bebida alcoólica,
só entendo por dois vieses: A suprema ignorância da
Bíblia, pois este povo anda com a Bíblia debaixo do
braço, mas nem sabe o que está escrito nela... E em
segundo lugar a desonestidade intelectual que caracteriza
os seres humanos, que em vez de buscarem a verdade,
preferem defender suas posições ideológicas, usando de
má fé, criando versões para os fatos e verdades. Quanto
ao pecado e a gravidade do alcoolismo, tratarei disso em
outro volume.
[ 13 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
I – BEBIDA ALCOÓLICA NA BÍBLIA
A primeira parte desta obra visa analisar as
principais passagens bíblicas sobre bebida alcoólica e
vinho. A bebida alcoólica esta presente na Bíblia de
Gênesis ao Apocalipse. A Bíblia descreve os efeitos do
vinho, mostrando que se tratava de uma substância
alcoólica por provocar alegria, euforia, sonolência,
alteração no estado de humor, embriaguez, não
prosperando a farsa dos defensores da abstenção total
que alegam que criaram uma regra hermenêutica em que
dizem: Toda vez que a Bíblia fala mal do vinho, deve se
entender que é o vinho fermentado, e toda vez que a
Bíblia elogia ou cita positivamente o vinho, deve-se
entender que é o suco de uva. Todavia a experiência
mostra que a fermentação da uva era quase imediata
após ser pisada no lagar, e que o processo de
conservação do extrato da uva impedindo a fermentação
era raro, inviável e pouco praticado. A história mostra que
os israelitas preferiam conservar o vinho e quando iam
beber, podiam diminuir o teor alcoólico fazendo misturas
com água, mirra ou outras substâncias. Passemos a
estudar estas passagens bíblicas.
A EMBRIAGUEZ DE NOÉ
[ 14 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
20 E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma
vinha. 21 E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no
meio de sua tenda. 22 E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu
pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. 23 Então
tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus
ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os
seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do
seu pai. 24 E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho
menor lhe fizera. 25 E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos
seja aos seus irmãos. (Gênesis 9.20-25)
Terminado o dilúvio, Noé plantou uma vinha; e,
colhendo a uva e tomando o vinho, ficou alcoolizado. Cão,
o filho mais jovem de Noé, quebrou uma rígida lei moral
da época, que proibia um filho de ver a nudez de seu pai.
Em seu estupor de alcoolizado, Noé jazia nu em seu leito,
e Cão observou a cena, se divertindo e
[ 15 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
desrespeitosamente. Ao que parece, ele contou o
acontecido a seus dois irmãos; e eles, horrorizados diante
da infração, entraram de costas onde jazia Noé, e
cobriram-no com alguma coisa (Gên. 9.20-27). Quando
Noé despertou e ficou sabendo do ato de Cão, lançou
sobre ele uma maldição (que, na verdade, recaiu sobre
seu neto, Canaã, filho de Cuxe); mas abençoou Sem e
Jafé, que haviam respeitado a sua nudez. Os
descendentes de Sem e Jafé haveriam de prosperar; mas
os descendentes de Cão, através de Canaã, haveriam de
ser escravos dos descendentes daqueles.
Noé passou a plantar uma vinha. Noé tornou-se
agricultor, mas principalmente viticultor. Algumas
traduções dizem aqui “lavrador do solo”. Foi por causa
desse trabalho que acabou ocorrendo sua grande queda,
ou seja, ele abusou de seu mister, embora tal ocupação,
por si mesma, fosse legítima. O texto parece indicar que
[ 16 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Noé foi o primeiro homem a cultivar a vinha. Jesus usou
essa profissão a fim de ilustrar a comunidade divina, em
contraste com os que estão fora dessa comunidade. Ver o
décimo quinto capítulo de João. Naquela metáfora, o
próprio Jesus aparece como a vinha, ao passo que o Pai
é o viticultor (a mesma profissão de Noé). Noé, ao
escolher esse trabalho, cumpriu a profecia de Lameque
que supunha que, em seu filho, Noé, eles haveriam de
estabelecer-se, revertendo assim o nomadismo
prevalente na época. Lameque é retratado como o
originador desse tipo de vida. Mas outros pensam que o
nome “Noé” significa “aquele que traz a paz”, porquanto
através dele veio o juízo divino que conferiu paz mediante
a eliminação do mal. No novo mundo (após o dilúvio), foi
Noé quem começou de novo essa profissão. Ele já tinha
exercido a profissão no mundo antigo.
Antigos escritores judeus creditaram a Noé a
invenção de novos instrumentos agrícolas (Zohar, apud
Hottinger, Smegma Oriental, par. 253), mas quanto a isso
não há informações precisas. Esses autores também
deram detalhes igualmente incertos, como a ideia de que
suas videiras não ficavam longe do monte Ararate, pois ali
mesmo ele começara a cultivar o solo. Estrabão informa-
nos de que na Arménia não se cultivava a vinha. No
entanto, no século XIX e hoje em dia há grandes áreas
cobertas de videiras na Arménia. Contudo, é impossível
[ 17 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
localizarmos que área poderia estar em foco, e nem a
questão reveste-se de importância.
9.21 Embriagou-se.
Noé era um homem justo e perfeito, e que andava
com Deus, mas caiu em um estúpido lapso. O lance tem
múltiplas aplicações: a vida de agricultor e viticultor, talvez
uma vida tediosa, provê um terreno fértil para tentações
que busquem aliviar o tédio. Somos assim ensinados que
até mesmo o mais piedoso dos homens pode cair, de
súbito, em alguma desgraça. Os aspectos do alcoolismo,
da possível perversão sexual e da impiedade filial são
aqui enfatizados. Aqueles que subjugaram o solo, com
grande esforço, não conseguiram subjugar
completamente a si mesmos, sendo essa, afinal, a
batalha mais árdua de todas. O viticultor participou
livremente demais do resultado do labor de suas próprias
mãos. Essa é a mais comum tentação dos abastados. A
ganância apossa-se do coração de um homem que
prospera, e ele acaba esquecendo-se de seus ideais
originais. E assim acaba servindo mais a si mesmo do
que a Deus e ao próximo. O missionário que se atirara ao
campo, com grande dedicação, acaba por construir uma
mansão para si mesmo, em vez de usar seu dinheiro na
obra do evangelho. O pastor termina por interessar-se
mais em construir para si mesmo uma bela residência do
que em cumprir o seu dever.
[ 18 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
“O mesmo indivíduo que se mostra magnificente
quanto as suas atividades públicas, pode cair em
ignomínia, em sua vida particular. Sansão era invencível
contra os filisteus, mas não tinha defesas contra Dalila.
António tinha um império nas mãos, mas perdeu-o devido
aos ardis de Cleópatra’ (Cuthbert A. Simpson, inloc.). O
homem que era poderoso na obra do Senhor, sempre
obediente, justo e perfeito, agora jazia sobre seu leito,
embriagado e desnudo. Ele havia podido controlar todas
as suas situações, mas havia uma falha em seu domínio
próprio. Ademais, o sucesso não serve de garantia contra
as falhas e as quedas pessoais. (1)
VINHO ALEGRA O HOMEM
15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite
que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do
homem. (Salmos 104.15)
O vinho era usado para animar o coração (Juízes
9.13; Sal. 104.15). O consumo responsável do vinho não
traz transtorno, mas alegria. O texto acima fala de três
alimentos que Deus providenciou para os homens: Vinho,
azeite e pão. Os versículos anteriores falam que Deus
tem providenciado várias bênçãos para os seres vivos da
terra, mas aos homens Deus especificamente deu estes
alimentos. Portanto, proibir o cristão de beber, é suprimi-lo
[ 19 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
de uma das bênçãos divina. Beber moderadamente traz
alegria, embriaguez traz maldição, briga e tristeza.
BEBIDA ANESTESIA O SOFRIMENTO
6 Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho
aos amargurados de espírito. 7 Que beba, e esqueça da sua
pobreza, e da sua miséria não se lembre mais. (Provérbios 31.6)
A Bíblia recomenda a ingestão de vinho e de
bebida com alto teor de álcool para os que sofrem. Muitos
condenados a morte era permitido ingerir bebida alcoólica
para diminuir a tensão e sofrimento antes da execução.
Muitos alcoólatras reconhecem mesmo que passaram a
ingerir álcool com frequência como um remédio para
suportar a depressão. Muitos mendigos no mundo inteiro
são alcoólatras, e passaram mesmo a viver em função da
bebida. O consumo moderado da bebida pode mesmo ser
um alívio. Só não pode servir de muleta, como fazem os
alcoólatras, que não conseguem viver sem o álcool. A
bebida alivia a dor das maldições (Pro. 31.6), mas em
todos os períodos da história os homens têm perdido o
controle no uso do vinho. Mediante os estudos científicos
modernos, sabemos que um copo de vinho por dia reduz
a taxa de colesterol no sangue, agindo isso como um
tranquilizante suave, pelo que pode prolongar a vida por
diversos anos. O próprio Paulo recomendou a Timóteo
que tomasse um pouco de vinho, e isso com um propósito
[ 20 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
específico (I Tim. 5.23). Aos anciãos das igrejas
recomendou-se que fossem moderados no uso do vinho,
e não que fossem totais abstêmios (Tito 2.3). (1) Não
podemos deixar de advertir que este conselho é bom,
mas extremamente perigoso. Se toda vez que a pessoa
estiver triste ou com problemas ela resolver beber,
facilmente se tornará um alcoólatra.
MELQUISEDEQUE – PÃO E VINHO
18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e
era este sacerdote do Deus Altíssimo. 19 E abençoou-o, e disse:
Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da
terra; 20 E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus
inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. (Gênesis
14. 18-20)
[ 21 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
14:17-18 Enquanto Abrão retomava para casa,
saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma. Contudo,
Melquisedeque, rei de Salem e sacerdote do Deus
Altíssimo, esperava Abrão com pão e vinho a fim de
fortalecer o patriarca. É impossível ler essa primeira
menção de pão e vinho sem relacionar tais símbolos à
obra de nosso Salvador. Ao meditarmos no preço que
Jesus pagou para nos libertar do pecado, somos
fortalecidos para resistir a toda tentação pecaminosa.
(Comentário Bíblico Popular de Willian MacDonald). Este
Melquisedeque é uma figura de Cristo, e Cristo nos deu o
seu corpo e sangue, figurados na Ceia/Eucaristia com pão
e vinho. Abraão representando a Igreja é abençoado por
Melquisedeque a quem Abraão deu o dízimo. O vinho era
substância sagrada antes da Lei, na Lei e depois da Lei
de Moisés.
EMBRIAGUEZ DE LÓ
31 Então a primogênita disse à menor: Nosso pai já é
velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume
de toda a terra; 32 Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e
deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência
de nosso pai. 33 E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e
veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando
ela se deitou, nem quando se levantou. 34 E sucedeu, no outro dia,
que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me
deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e
então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a
descendência de nosso pai. 35 E deram de beber vinho a seu pai
[ 22 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e
não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. 36 E
conceberam as duas filhas de Ló de seu pai.
Para os que defendem que o vinho da Bíblia era
suco e não bebida fermentada, fica a evidência dos
efeitos negativos da ingestão do vinho em grande
quantidade, pois deixou Ló altamente embriagado, e no
embalo da bebida, Ló manteve relação sexual com suas
duas filhas. A Bíblia diz que o plano de embriagar Ló foi
das filhas, pois como todo mundo sabe, o álcool na
cabeça favorece e instiga a pessoa a tomar atitudes que
ela em seu pleno juízo não faria.
É difícil ver por que as pessoas pensam estar
desculpadas de seus erros, somente por estes serem
praticados estando elas sob o efeito (propositado) de
bebidas alcoólicas. Universalmente, as pessoas
conhecem o poder do álcool para perverter a conduta de
[ 23 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
uma pessoa. Portanto, ficar embriagado por si mesmo já
consiste em um erro sério; e assim, como isso poderia
servir de justificativa para a prática de outros males
consequentes?
19.32 Álcool e Sexo. Quantas vezes essas duas
coisas andam juntas, neste mundo ímpio. Dessa vez,
porém, a situação era desesperadora. Duas filhas fazem
seu idoso pai embebedar-se a fim de terem filhos por
meio dele. Ló, sobrinho de Abraão, livrado, fazia ainda
pouco tempo, de um temível julgamento pela misericórdia
de Deus, agora cooperou para ficar embriagado!
Presume-se que isso reflita um hábito, e não um mero
acidente. Sodoma continuava pulsando no coração de Ló
e de suas duas filhas.
Elas tentaram justificar o ato com vistas a uma
suposta boa finalidade. Era considerado, na antiguidade,
uma grande calamidade quando um homem não deixava
posteridade. Era bom ter posteridade, pelo que um meio
escuso foi sancionado para produzir um “bom” resultado.
Trata-se da velha história que diz: “Façamos males para
que venham bens”, que sempre será um princípio
maligno. Não somos informados de onde veio o vinho.
Não é provável que o tenham trazido de Sodoma. Mas
podemos supor que Ló começara a praticar alguma forma
de atividade agrícola. (1)
[ 24 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Willian MacDonald comenta assim esta
passagem: 19:30-38 Depois disso, Ló deixou Zoar e foi
habitar numa caverna da montanha. Ah, suas duas filhas
o embriagaram e o incitaram a cometer incesto. Ambas
engravidaram. A primogênita deu à luz um filho que
chamou de Moabe, e a mais nova, um filho em quem
colocou o nome de Ben-Ami. Assim surgiram os moabitas
e os amonitas, povos que atormentaram a vida de Israel:
as mulheres moabitas seduziram os homens de Israel à
imoralidade (Nm 25:1-3), e os amonitas ensinaram o povo
a adorar o deus Moloque, inclusive com a prática do
sacrifício de crianças (l Rs 11:33; Jr 32:35). Em 2Pedro
2:7-8, lemos que Ló era um homem justo, mas o estilo de
vida mundano que levava acabou enfraquecendo seu
testemunho (v. 14) e causou a perda de sua esposa (v.
26), seus genros, seus amigos, sua comunhão espiritual
(não havia congregação em Sodoma), seus bens (Ló
chegou rico, mas partiu pobre), seu caráter (v. 35) e
quase a vida (v. 22). O comportamento depravado de
suas filhas mostra a influência dos padrões imorais de
Sodoma. Não há escapatória (Hb 2:3). (2)
VINHO NA ÉPOCA DE AMÓS
Vós que dormis em leitos de marfim, e vos entregais ao
conforto dos vossos leitos; que comeis os melhores cordeiros do
rebanho, e os mais escolhidos novilhos da manada; que cantais ao
som do saltério; e julgais imitar a Davi, usando instrumentos musicais;
[ 25 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
que bebeis vinho por copos, que vos perfumais com óleos preciosos...
(Amós 6.4 a 6).
O texto fala de abundancia de vinho na época de
Amós. Warner Weller comenta o seguinte sobre a
abundancia de vinho nos dias de Amós: Os relatórios
arqueológicos e as áridas notícias das expedições lançam
uma luz que aclara as advertências do profeta. Em Israel,
no monte de ruínas da velha Samaria e ao redor, nas
camadas de solo correspondentes às décadas posteriores
a 800 a.C., sob o reinado de Jeroboão II, repousavam os
testemunhos de sua opulência material. O palácio real de
Samaria continha ainda uma grande quantidade de
delicadas tabuinhas de barro escritas a tinta e pincel. Em
sessenta e três cartas referentes a importantes remessas
de vinho e azeite para o palácio real assinam como
remetentes os administradores das fazendas reais de
Jeroboão II, lavradores e empregados que já dispunham
de uma escritura notável. (3)
ESAÚ E ISAQUE
Carne e Vinho (Gênesis 27.25). Eles (Esaú e
Isaque) tinham feito um acordo: primeiro Esaú ofereceria
uma refeição a seu pai; e então Isaque abençoaria Esaú.
Ver os vss. 3 e 4. Presumivelmente, Esaú tinha cumprido
a sua parte, mas era um falso Esaú que agora aguardava
ansiosamente pela bênção. O cego e enfermo Isaque
[ 26 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
sentou-se à mesa servida com a “caça”. Seu coração
estava apertado. Mas isso em nada importava a Jacó. (1)
LIBAÇÃO COM VINHO
14 E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele,
uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação, e deitou
sobre ela azeite. Gênesis 35.14
As libações eram algo comum em muitos países.
As libações originais eram feitas com água, mas depois
passou-se a usar o vinho. Ver Lev. 7.1. Gratidão e
devoção eram expressas por meio desses atos. Ademais,
sem dúvida, essas oferendas serviam de pedidos quanto
à continuação do suprimento e do poder divinos junto ao
adorador, por estar sendo reconhecida, por este, a
presença divina. As libações, acima de tudo, eram atos de
adoração que reconheciam a providência de Deus. O
costume de oferecer bebidas aos deuses nas diversas
religiões é uma forma corrompida do culto com libação. A
origem deste costume deve remontar desde o período
adâmico e que foi passado de geração à geração.
[ 27 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
LIBAÇÃO NA LEI DE MOISÉS
29 Também farás os seus pratos, e as suas colheres, e as
suas cobertas, e as suas tigelas com que se hão de oferecer libações;
de ouro puro os farás. ÊXODO 25.29
40 Com um cordeiro a décima parte de flor de farinha,
misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para
libação a quarta parte de um him de vinho, Êxodo 29.40
A Wikipédia no artigo sobre libação fala desta
prática no judaísmo, nas religiões antigas e nas religiões
afro-brasileiras:
Libação é o ato de derramar água, vinho, sangue ou outros
líquidos com finalidade religiosa ou ritual, em honra a um deus ou
divindade. Podemos observar essa prática da libação na antiga Roma
ou na antiga Grécia, quando os descendentes ofereciam aos seus
[ 28 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
deuses, que eram os familiares mortos, a libação do vinho, do leite e
do mel para que estes pudessem sorver o alimento de que
precisavam, ainda que debaixo da terra.
É uma prática comum em muitas religiões da antiguidade,
incluindo o judaísmo, e continuam a ser oferecidas em várias culturas
atuais. Também, nas religiões afro-brasileiras, existe o costume de
derramar o primeiro gole para uma entidade, o famoso "gole do
santo". (6)
SUCO DE UVA
11 E o copo de Faraó estava na minha mão, e eu tomava
as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de
Faraó. GENESIS 40.11
O suco de uva era feito no momento do consumo
porque se demorasse algumas horas, começava a
fermentar. É como o suco de laranja e outras frutas. Os
conservantes químicos dos tempos modernos é que
conseguiram estabilizar o suco por mais tempo.
A utilização de conservantes químicos é uma prática
bastante difundida no país, sendo o ácido benzóico, o ácido sórbico e
o dióxido de enxofre os mais comumente utilizados pela indústria.
Geralmente, um conservante químico atua somente sobre um
determinado grupo de microorganismos, fazendo com que a indústria
lance mão de vários compostos químicos para atuar no maior número
possível de microorganismos.
A finalidade do processo de conservação é manter a
qualidade do produto por um maior período de tempo aumentando a
vida útil. Segundo Pfeiffer et al. (1999), a qualidade dos alimentos é
[ 29 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
definida por parâmetros fisiológicos, valores nutricionais e atributos
sensoriais como flavor, textura ou consistência. A diminuição da
qualidade e a redução da vida útil podem ser conseqüências do efeito
de uma ou mais destas propriedades.
Existem varias alternativas de processos que podem ser
utilizados na elaboração e preservação da polpa tais como
pasteurização, conservação por aditivos químicos e congelamento.
Em alguns casos, a polpa é conservada exclusivamente por
congelamento. Essa prática, entretanto, envolve problemas
relacionados especialmente à quebra da cadeia de frio durante a
distribuição.
A adição de conservantes químicos é feita, geralmente,
após o resfriamento do suco pasteurizado até a temperatura
ambiente. Os conservantes mais comuns são o ácido sórbico, o ácido
benzóico ou seus derivados de sais de sódio e potássio. O teor
máximo desses compostos, legalmente permitido para produtos de
consumo direto, é de 0,1% em peso. Empregando-se conservantes, o
suco de fruta pode ser mantido em perfeitas condições por,
aproximadamente, seis meses.
Polpa de fruta é o produto não fermentado, não
concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos através de
processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos
totais, proveniente da parte comestível do fruto. O teor mínimo de
sólidos totais será estabelecido para cada polpa de fruta específica.
Das definições supra, deduz-se a existência de duas classes de
polpa, quanto à sua destinação. (4)
O copo de Faraó. O veículo do trabalho do
homem, no sonho, estava em sua mão. Ele estava
cumprindo a sua função, ou seja, espremendo as uvas
para extrair-lhe o suco; e então servia a Faraó, tal como
[ 30 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
fizera antes. O vs. 13 nos dá uma interpretação desses
símbolos literais. Alguns símbolos eram figurados (como
os ramos); mas outros eram literais, projetando
exatamente o que o copeiro-chefe estaria fazendo.
Plutarco (Is. et Osir, par. 6) afirmou que antes do
tempo de Psamético (que inclui a época de José) os
egípcios não bebiam vinho nem faziam libações de vinho;
mas a arqueologia tem mostrado que ele se enganou
nessa apreciação. Também há estudiosos que insistem
em que os egípcios faziam vinho de cevada, e não de
uvas. Porém, mesmo que os egípcios não cultivassem a
videira (nos dias de José), ainda assim havia um intenso
comércio com o estrangeiro, e a uva, sem dúvida, era um
dos artigos importados pelo Egito. Além disso, é provável
que a videira fosse cultivada, mesmo que em pequena
escala.
Visto que o suco da uva não teria tempo de
fermentar para tornar-se vinho, devemos pensar aqui em
suco de uva; mas ainda assim não devemos pensar que
os egípcios nunca permitiam a fermentação do suco da
uva. Fermentado, o vinho teria um conteúdo de cerca de
oito por cento de álcool, o que sucede a toda fermentação
natural.
Heródoto (Euterpe sive, 1.2. c. 37) referiu-se a
como os sacerdotes egípcios costumavam consumir vinho
[ 31 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
de uvas, para cujo fabrico as uvas eram espremidas de
vários modos. (1)
SANGUE DE UVA É SUCO
11 Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua
jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a
sua capa em sangue de uvas. GENESIS 49.11
Fertilidade e Abundância.
Isso deveria caracterizar a carreira do Messias, do
que a vinha e a uva são símbolos. O suco da uva seria
tão abundante que suas vestes seriam lavadas nele. Um
viajor, que estivesse chegando, cansado e sujo, poderia
amarrar seu jumento a uma videira a fim de lavar suas
vestes sujas no suco da uva, tão abundante ele seria.
Grande prosperidade, pois, foi prometida a Judá,
culminando no bem-estar que o Messias traria.
Sangue de uvas. Devemos entender aqui
“sangue” como o suco da uva, pois no Oriente a uva
vermelha é mais apreciada do que a uva branca.
Portanto, essa abundância seria acompanhada por
classe, estilo, excelência. “Certas regiões do território de
Judá eram famosas por seus vinhos primorosos.”
OLHOS VERMELHOS DE VINHO
[ 32 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
12 Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos
de leite. GENESIS 49.12
A primeira impressão que temos ao ler o texto
acima é que no reino de Cristo o vinho será uma bebida
tão abundante que as pessoas terão até os olhos
vermelhos de tanto beber vinho. Por certo que esta
passagem é uma hipérbole. Uma forma exagerada para
dizer que as pessoa vão ter muito vinho para beber, bem
como tanto leite que os dentes das pessoas ficarão
brancos.
Os olhos dos membros da tribo de Judá seriam
avermelhados de vinho: abundância, mas enfatizada de
uma forma diferente, a mensagem do versículo anterior.
Por igual modo, o outro alimento básico, o leite, também
seria abundante, de tal modo que os dentes dos judaítas
seriam brancos de tanto tomarem leite. A Vulgata diz
“brilhante” em vez de vermelho, e isso é uma
interpretação, ou mesmo uma tradução direta. Alguns
estudiosos pensam que a interpretação verdadeira é a
seguinte: “Seus olhos serão mais resplendentes do que o
vinho; seus dentes mais brancos do que o leite”. Tal
opulência é predita no que concerne ao Milênio (Isa.
61.6,7; 65.21-25; Zac. 3.10). Todavia, alguns pensam que
esse versículo não chega a envolver o milênio em seu
alcance e qualquer modo, as bênçãos em Cristo são
riquíssimas, e essas bênçãos vêm através de Judá a Sua
tribo. (1)
[ 33 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Mario Moreno discorre assim seu pensamento
sobre o vinho:
VINHO – IAIN - A palavra “vinho” vem de um termo hebraico
que é “iain” e que significa o vinho em seu estado de maturação
completo, ou seja, pronto para ser consumido. Neste estado o
processo de fermentação já ocorreu e existe um grau de álcool
natural da fermentação das uvas. Esta palavra ocorre em 55
versículos na Tanach. Existe outra palavra que é traduzida por
“vinho”, mas que vem do termo hebraico “tirosh” que significa “vinho
fresco” ou “vinho novo” e que aparece somente sete vezes na
Tanach. Isso não implica na ausência de teor alcoólico, mas sim a
sua recente produção no processo de espremer as uvas e prepará-las
para a continuidade do processo de amadurecimento e
envelhecimento do vinho.
Vejamos o que nos diz a tradição judaica sobre o “vinho”: “O
vinho, mais do que qualquer outra bebida, representam a santidade
do povo judeu. São usados para a santificação do Shabat e Festas
Judaicas.
No Templo Sagrado o vinho era derramado sobre o Altar,
juntamente com o sacrifício. Entretanto, uma vez que o vinho era e
ainda é usado em muitas formas de culto idólatra, ele ocupa uma
posição única na Lei Judaica, que impõe restrições especiais a sua
produção e manipulação.
Na bênção de Ia´acov a seu filho Iehuda, ele abençoa os
olhos para que se tornem vermelhos por causa do vinho bom. Disso
entendemos que o vinho - que em si é vermelho e até chamado na
Torah de "sangue das uvas" - provoca vermelhidão nos olhos. O
vermelho nos olhos reflete o “hei” do Nome Havaya, e corresponde ao
poder do entendimento (o poder intelectual esquerdo) - a capacidade
da alma de meditar sobre o Divino (o serviço espiritual mencionado
[ 34 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
na Torah, metaforicamente, como "beber vinho") - e seu derivado
emotivo, a força do poder (junto com sua propriedade intrínseca, o
poder da reverência). Estes são os atributos espirituais de nosso
segundo antepassado, Itschac”. Quando alguns dizem que o vinho
das Escrituras é somente um “suco de uvas” estas pessoas
certamente desconhecem o que dizem, pois a enciclopédia diz: “A
videira produz as uvas, fruto de cujo o suco se produz o vinho”. Então
o suco das uvas é a primeira fase da produção do vinho! Obviamente
então ele também carrega consigo os elementos que ocasionarão a
fermentação e que produzirão o álcool natural do vinho! Neste caso
percebemos que há uma “lenda” propagada por líderes que dizem
isso com o intuito de se protegerem e de proibirem seus seguidores a
consumirem o vinho.
Nas Escrituras o vinho não é proibido por um motivo: os
judeus eram ensinados a consumirem vinho no Shabat e fazem isso
com moderação. Ninguém usa o Shabat como uma “válvula de
escape” para beber. No judaísmo o vinho significa a santificação e é
isso que norteia a vida do judeu religioso. É claro que existem as
“exceções” e é aí que as Escrituras aconselham a moderação para
estes. Quem é equilibrado não tem necessidade de se exceder no
vinho; porém existem aqueles que precisam ter o “fruto do Espírito”
para exercitarem seu domínio próprio. Somos ensinados a consumir o
vinho de forma a santificarmos nossas vidas através dele – conforme
escrito acima. O próprio Ieshua bebeu vinho e transformou água em
vinho! Isso é suficiente para dizermos que precisamos entender que o
vinho é permitido nas Escrituras dentro dos padrões aceitáveis. Se
alguém não pode beber nem mesmo uma taça de vinho que se
abstenha. Porém proibir a ingestão do vinho deforma moderada e
usar as Escrituras para “provar” isso chega às raias do ridículo! Não
existe qualquer verso nas Escrituras que proíba a ingestão do vinho!
(5)
[ 35 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
FOGO ESTRANHO – EMBRIAGADOS
1 E OS filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o
seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele,
e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes
ordenara. (Levíticos 10.1)
Tradições judaicas acusam-nos de beberem muito
vinho e de prestarem embriagados o seu serviço
desvairado e desautorizado. Em horário de folga, os
sacerdotes podiam beber, só não podiam beber quando
estivessem no serviço sagrado.
9 Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus
filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para
que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas
gerações; LEVITICO 10.9
[ 36 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Vinho nem bebida forte. Israel era uma nação de
vinho e de cânticos; mas os sacerdotes não podiam tocar
em bebidas alcoólicas quando estivessem em serviço.
Isso equivalia a outra ameaça de morte, a terceira deste
capítulo (vss. 6,7,9). A condenação caracterizava a
dispensação da lei, ao passo que a vida é a grande
bênção da missão de Cristo. O capítulo 44 do livro de
Ezequiel baixa uma série de normas para o sacerdote,
entre as quais temos aquela que vedava o uso de bebidas
alcoólicas (vs. 21). Mas essa proibição dizia respeito aos
sacerdotes em serviço, e não quando estivessem de
folga.
Os capítulos 11 a 15 de Levítico expandem a
distinção entre o santo e o profano, o limpo e o imundo.
Em sua primeira aplicação, o vs. 10 increpa o uso de
bebidas alcoólicas por parte dos sacerdotes oficiantes.
Em estado de intoxicação alcoólica, como poderia ele
cumprir direito os seus deveres no tabernáculo, dando
bom exemplo à congregação de Israel? Um sacerdote
precisa ter pensamentos claros para poder agir e ensinar
(vs. 11). Era o sacerdote quem ensinava ao povo a
diferença entre o santo e o profano, e o sistema mosaico
era complicado e exigente. Antes de tudo, o sacerdote
precisava de conhecimento. Yahweh falava. E o
sacerdote precisava saber o que tinha sido dito. E, então,
precisava de toda a sua habilidade para transmitir a
mensagem e para dar bom exemplo. (1)
[ 37 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
NAZIREU
1 E FALOU Javé a Moisés, dizendo: 2 Fala aos filhos de
Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado,
fazendo voto de nazireu, para se separar ao Javé, 3 De vinho e de
bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida
forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas
frescas nem secas comerá. 4 Todos os dias do seu nazireado não
comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até
às cascas. NUMEROS 6.1-4
Nem comerá uvas frescas nem secas. Certas
uvas eram diretamente transformadas em vinho, e outras
viravam passas e eram misturadas nas massas para
bolos. Ver II Sam. 6.19. Esses bolos eram feitos
especialmente para as festas religiosas, associadas às
festividades idólatras. Ver Oséias. 3.1.
Todos os dias do seu nazireado. A proibição era
absoluta. A uva era totalmente banida. Essa era a
primeira proibição. A própria uva não podia ser usada
como alimento ou bebida, nem mesmo as cascas e as
sementes. A cultura cananéia contava com muitos
intoxicantes. Se as sementes de uva não intoxicavam,
pelo menos sugeriam intoxicação. E se as cascas de uva
eram capazes de provocar dores de barriga, dificilmente
eram usadas no fabrico de vinho. Mas sementes e cascas
sugeriam a fabricação e o uso de bebidas fortes, e até
mesmo a aparência do mal era proibida para os nazireus.
O homem espiritual devia evitar até a aparência do mal,
[ 38 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
quanto mais o próprio mal. Algumas traduções, em lugar
de “sementes e cascas’’ dizem “uvas verdes e gavinhas”,
conforme se lê na American Translation. Os eruditos no
hebraico não concordam quanto ao sentido exato das
palavras do texto. O vocábulo hebraico harsannim,
traduzido por “sementes”, pode representar qualquer
produto insignificante da videira; e o termo zag pode
significar pele ou casca. Visto que essa palavra hebraica
significa “fechar”, pode estar em pauta uma pele ou uma
casca. O nazirenado era a mais alta consagração a Deus,
por isso, a estes as regras de vida eram mais rígidas,
excluindo da sua dieta não somente a bebida alcoolica
como a uva e seus derivados.
[ 39 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
OFERTA DE VINHO PARA DEUS
5 E de vinho para libação prepararás a quarta parte de um
him, para holocausto, ou para sacrifício para cada cordeiro; 6 E para
cada carneiro prepararás uma oferta de alimentos de duas décimas
de flor de farinha, misturada com a terça parte de um him de azeite. 7
E de vinho para a libação oferecerás a terça parte de um him a Javé,
em cheiro suave. 8 E, quando preparares novilho para holocausto ou
sacrifício, para cumprir um voto, ou um sacrifício pacífico a Javé, 9
Com o novilho apresentarás uma oferta de alimentos de três décimas
de flor de farinha misturada com a metade de um him de azeite. 10 E
de vinho para a libação oferecerás a metade de um him, oferta
queimada em cheiro suave a Javé. NUMEROS 15. 5 E 10
O vinho era derramado sobre o topo do altar e
escorria até os lados de sua base. Talvez,
simbolicamente, isso indique o derramamento do sangue
de Cristo. Derivava-se do produto do campo, e talvez
tivesse o mesmo simbolismo que as ofertas de cereal.
Falava em provisão, em frutificação da terra, nas bênçãos
de Yahweh.
[ 40 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Diferenças culturais
Em 2005, Camilo de Portugal escreveu um bom
artigo que explica porque os evangélicos do Brasil
repudiam o vinho como bebida que pode ser consumida:
Quando um evangélico português vai ao Brasil, ou
quando um brasileiro vem a Portugal, um dos pormenores
mais chocantes é o problema das bebidas alcoólicas e do
vinho em particular. No Brasil o crente não pode tocar
num copo de vinho, enquanto em Portugal o vinho é visto
com naturalidade e está presente nas festas das igrejas
evangélicas, embora certamente que se condena o abuso
do vinho assim como se condena o abuso da comida.
Esta diferença de atitudes tem uma origem histórica, pois
o Brasil foi evangelizado principalmente por missionários
americanos, cuja tradição os proibia de beber vinho. Por
um lado, temos de ser compreensivos para com a sua
atitude, pois vinham duma cultura sem tradição vinícola,
enviados por igrejas que não sabiam diferenciar o
verdadeiro vinho, do whisky, cachaça ou outras bebidas
destiladas com elevado teor alcoólico e ao chegar ao
Brasil, onde a igreja mãe nos USA esperava que
fundassem uma igreja que fosse uma cópia fiel da igreja
mãe, encontraram um povo em que o alcoolismo era um
dos principais problemas. A sua reação foi certamente a
continuidade da tradição americana, que tinham
aprendido desde crianças, que o crente não pode beber.
O Evangelho divulgou-se em todo o Brasil principalmente
[ 41 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
entre a classe mais humilde, que nunca questionou tais
ensinos em face das Escrituras. No entanto,
presentemente a situação está a mudar. Os evangélicos
cresceram em número em maturidade e já questionam as
tradições que receberam. Nos países africanos que falam
a nossa língua, em especial Moçambique, Angola etc. a
situação é semelhante ao que se passa no Brasil, por
vezes reforçada pela tradição islâmica (norte de
Moçambique) e suponho que também na Guiné, visto que
o islão proíbe as bebidas alcoólicas. (7)
BEBIA FORTE TAMBÉM PODE
E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma,
por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o
que te pedir a tua alma; come-o ali perante Javé teu Deus, e alegra-
te, tu e a tua casa; (Deuteronômio 14.26)
[ 42 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Este culto determinado na Lei de Moisés incluía a
ingestão não somente de vinho, como também de bebida
forte, ou seja, bebida com alto teor de álcool. Portanto,
não somente é lícito beber vinho, como cerveja, cachaça
e whisky. Não podemos nos embriagar. Qual o limite?
Cada um que é sincero e guiado pelo Espírito Santo sabe
qual é este limite. Cada organismo tem seus limites. Não
adianta padronizarmos como um copo, uma garrafa no
máximo.
Esse dinheiro dá-lo-ás. Por ocasião da chegada
no santuário central, o templo de Jerusalém, o homem
podia comprar os animais e vegetais apropriados,
cumprindo assim a lei do dízimo. A refeição comunal
envolvia festividades, que incluíam a ingestão de vinho. É
inútil pensar que esse vinho era apenas suco de uva, não
fermentado, e, portanto, não-alcoólico, pois ainda não
havia tal coisa naqueles tempos. Os hebreus eram um
povo de cânticos e danças. Naturalmente, vinhos aos
quais não se adicionava álcool nunca chegavam a mais
de oito por cento da fermentação natural, embora essa
taxa alcoólica fosse capaz de deixar uma pessoa
embriagada. A palavra hebraica aqui chamada “vinho”, ou
seja, shekkar, era usada para indicar bebida intoxicante.
Pesquisas também demonstram que o vinho, em
quantidades moderadas, pode prolongar a vida por
diversos anos. Portanto, a palavra que cabe aqui é
moderação. (1)
[ 43 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
De novo Camilo de Portugal diz: Não posso dizer
que a Bíblia proíbe a cachaça ou o whisky, pois em
Números 28:7 a “bebida forte” faz parte das ofertas no
Templo, e em Deuteronômio 14:26, o judeu que
oferecesse o holocausto, era convidado a comer da sua
própria oferta, incluindo “bebida forte”, no próprio Templo.
Mas como já vimos, não é recomendável o uso de
“bebidas fortes” (aguardente, cachaça. whisky etc.), a não
ser com muita moderação, pelos motivos que a medicina
nos apresenta. E no caso do genuíno vinho de uva, há
que ter em atenção os pormenores para que nos alertam
os dois especialistas no assunto, pois os efeitos benéficos
para o nosso organismo, só são válidos se soubermos
beber tendo em atenção todos os pormenores já
apresentados. (7)
INDENIZAÇÃO PAGA COM VINHO
13 E, quando o deixares ir livre, não o despedirás vazio. 14
Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu
lagar; daquilo com que Javé teu Deus te tiver abençoado lhe darás.
(Deuteronômio 15.13-14)
Quando de ti o despedires. O homem liberado da
escravidão tinha de ser liberado com um suprimento
suficiente para possibilitar-lhe um novo começo, sem as
agruras da necessidade. O seu senhor era um homem
abastado, e isso porque Yahweh assim lhe permitira ser.
Logo, cumpria-lhe dividir generosamente com o ex-
[ 44 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
escravo, por ser Yahweh a fonte de todas as coisas boas.
Esse suprimento incluía animais, cereal e vinho, coisas
básicas em uma sociedade agrícola. O ex-escravo já tinha
sofrido o bastante. Agora tinha o direito de tentar um novo
começo, mais razoável. O paralelo, em Êxo. 21.2 ss.,
menciona outras provisões relativas à família do homem,
que o tivesse acompanhado em seu período de servidão.
(1)
Vinho é usado como moeda até os dias de hoje,
veja o exemplo ocorrido em 2009, pelo governo italiano:
Em época de crise, vinho vira dinheiro. No auge da turbulência econômica
mundial, bancos italianos passaram a aceitar como garantia dos créditos cedidos
garrafas de vinhos finos e pernis de presunto dos clientes com problemas. Apoiada
pelo governo, a ideia partiu de Gianni Zonin, CEO do Banco Popular di Vicenza. A
medida possibilitou, por exemplo, ampliar o crédito e amenizar os juros para o setor,
bastante atingido pela crise. "Se já o fazemos com queijos, por que não o fazer
também com o jamón e os bons vinhos como o Brunello di Montalcino e o Chianti
Classico?", questionou Zonin. "Além de cobrir as necessidades de liquidez das
empresas, esta proposta também reconhece que as verdadeiras reservas de ouro são
os excelentes produtos que fabricamos na Itália", completou. (8)
BEBER NA FESTA
13 A festa dos tabernáculos celebrarás sete dias, quando
tiveres colhido da tua eira e do teu lagar. 14 E, na tua festa, alegrar-
te-ás, tu, e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita,
e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas.
(Deuteronômio 16.13-14)
[ 45 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Judeus no Vaticano tomando vinho com o Papa Francisco.
Perceba-se que a festa demorava sete dias e que
era regada com o produto do lagar, isto é, vinho. O servo
de Deus pode ingerir bebida alcoólica, mas deve-se
sempre priorizar para não dá mau testemunho, nem
cometer excessos. Ingerir álcool deve ser feito
discretamente. Alegrar-te-ás. Essa nota é repetida. Ver
Deu. 12.7 e 16.11. Essas festividades eram ocasiões
alegres, e não meras realizações de dever, de mistura
com sacrifícios. Os hebreus eram um povo de vinho e de
canção. O Targum de Jonathan alude aos instrumentos
musicais empregados. As festas religiosas dos hebreus
era com comida e bebida, bebida alcoólica, sempre de
forma moderada. As festas ágapes dos primórdios do
cristianismo também incluía comida e bebida. Na epístola
[ 46 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
de Judas, versículo 12 há uma repreensão para os que
abusavam nestas festas de amor.
DEUS TE ABENÇOARÁ COM VINHO
9 Honra a Javé com os teus bens, e com a primeira parte
de todos os teus ganhos; 10 E se encherão os teus celeiros, e
transbordarão de vinho os teus lagares. PROV 3.9-10
A produção de vinho no sistema primitivo em
lagares é feita com o pisotear das uvas para extrair o
sumo. Esta é a primeira etapa na produção do vinho.
Logo que o suco entra em contato com o oxigênio, ele
começa a fermentar.
[ 47 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
OS HEBREUS NÃO BEBERAM VINHO NO DESERTO
5 E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se
envelheceram sobre vós as vossas vestes, e nem se envelheceu o
vosso sapato no vosso pé. 6 Pão não comestes, e vinho e bebida
forte não bebestes; para que soubésseis que eu sou Javé vosso
Deus. (Deuteronômio 29.5-6)
Pão não comestes... não bebestes...” Se não
tinham pão comum para comer, receberam o miraculoso
maná. Os filhos de Israel também não tiveram vinho nem
bebidas alcoólicas, mas receberam uma bebida
miraculosa, a água saída da rocha. O fato dos israelitas
não beberem vinho e bebida forte durante a peregrinação
não prefigura que os cristãos não devam ingerir álcool, se
assim fosse, também deveria prefigurar que cristão não
deveria comer pão. Os hebreus no deserto não comeram
[ 48 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
pão e vinho no deserto, mas nós cristãos comemos pão e
bebemos vinho em nossa peregrinação na terra, em
nossas celebrações da Ceia do Senhor.
VINHO SIMBOLIZANDO ATITUDES
32 Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos
de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, cachos amargos
têm. 33 O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel
de víboras. (DEUT 32.32-33)
O texto acima é uma metáfora, pois uvas e vinho
são usados como símbolos das práticas religiosas
idolátricas. Porque a sua vinha. Está em pauta a vinha
dos filhos de Israel. Para os antigos povos do Oriente
Próximo e Médio, a vinha era um símbolo de prosperidade
material e de alegria. Assim, em Israel, o vinho, fabricado
a partir das uvas, fazia parte integrante da vida diária dos
hebreus, pelo que em todas as terras de plantio a vinha
se fazia presente. No entanto, a vinha cultivada pelos
hebreus era como a vinha dos sodomitas, que os levara à
completa destruição. Mas logo em seguida o profeta
indica que a grande produtividade da vida de Israel
consistia na multiplicação dos objetos de idolatria. O vinho
de Israel era azedo e venenoso, e seus frutos eram
mortíferos. A maioria dos intérpretes pensa, contudo, que
a vinha representa os inimigos de Israel, e que Yahweh
fez Israel sorver de seu vinho, produzido à base de suas
uvas venenosas. Israel entrou em uma terra que manava
[ 49 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
leite e mel, mas acabou bebendo o vinho estonteador da
idolatria de seus inimigos, um vinho venenoso, que levou
à destruição da antiga nação hebreia.
VINHO ALEGRA DEUS
12 Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina
sobre nós. 13 Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto,
que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores?
(Juízes 9.12-13)
A videira foi a próxima candidata a tornar-se
monarca entre as árvores. Sem uvas, Israel quase não
conseguiria sobreviver. O ideal dos israelitas era que cada
homem tivesse sua própria videira e sua própria figueira
(ver Miq. 4.4). Sem a videira, Israel não poderia ser o
povo dos cânticos e das danças que sempre foi. Na
videira há animação. O ser humano precisa de prazer e
alegria, e a uva é um símbolo disso. O vinho também era
usado devido às suas propriedades medicinais (ver I Tim.
5.23). O vinho alegrava a Deus, e não apenas aos
homens, pois era usado nas libações, da mesma forma
que o azeite. A mitologia pagã retratava os seus deuses a
sorver os melhores vinhos, e até mesmo a embriagar-se
com eles. O vinho era servido liberalmente em todas as
celebrações, tanto divinas quanto pagãs. Cf. Êxo. 29.40 e
Núm. 15.7,10. O autor sacro chegou a exagerar em sua
ilustração antropomórfica, mas a fábula lhe dava licença
para tanto. (1)
[ 50 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Jarchi aplicou a vinha a Gideão; mas outros
preferiram apontar para um de seus filhos honrados, ou
mesmo para qualquer pessoa digna, atarefada em alguma
ocupação útil. A fim de aliviar este versículo de seu forte
antropomorfismo, alguns pensam que devemos entender
o Elohim que nele aparece como elohim, ou seja,
governantes e indivíduos importantes; mas é
desnecessário fazer tal depuração naquilo que é apenas
uma fábula. O autor sagrado quis dar a entender que a
vinha presta serviço tanto a Deus quanto aos homens. A
vinha, pois, não podia abandonar essa sua serventia para
fazer algo para o qual ela não havia sido criada, ou seja,
tornar-se monarca. Não há como desassociar Deus, Israel
e o vinho. Se o vinho alegra Deus, como consumi-lo pode
ser taxado de pecado?
[ 51 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
EMBRIAGUEZ FAVORECE A CONTENDA
27 E saíram ao campo, e vindimaram as suas vinhas, e
pisaram as uvas, e fizeram festas; e foram à casa de seu deus, e
comeram, e beberam, e amaldiçoaram a Abimeleque. (Juízes 9.27)
O texto bíblico acima nos revela que Gaal
aproveitou o momento que o povo estava cheio de vinho
para incita-los a amaldiçoar Abimeleque. Quando as
pessoas ingerem bebida alcoólica além da medida, suas
barreiras psíquicas ficam frouxas e elas ficam mais
destemidas do que o usual. Por isso é melhor não beber
do que beber e perder o controle. Os siquemitas tinham
cometido um grave erro ao eliminar a influência de Gideão
e preferir o governo de ferro de Abimeleque. Agora, Gaal
propunha uma nova mudança, a saber, ele mesmo tornar-
se-ia o novo rei! O homem obteve a confiança dos
siquemitas, participando dos ritos pagãos em honra ao
deus Baal-Berite. Sucedeu, pois, conforme diz certo
ditado popular: “Aqueles que adoram juntos, permanecem
juntos”.
Quando todos os convivas tinham bebido
bastante vinho, e estavam de espírito alegre, Gaal
aproveitou a oportunidade para fazer seu apelo rebelde
de que deveriam derrubar Abimeleque e fazer, Gaal, rei,
em lugar daquele. O tempo da vindima era o período mais
jubiloso do ano. Havia festas que celebravam a saúde e
[ 52 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
prestavam tributo ao deus (ou deuses) que, segundo
presumiam, teria(m) cooperado com eles. Ver Isa.
16.9,10; Jer. 25.30. A palavra hebraica aqui traduzida por
“fizeram festas” tem sido variavelmente traduzida em
diferentes versões. Pode significar “louvar” (ver Lev.
19.24); “dançar” (versão caldaica); ou “cantar em coro"
(Vulgata). (1)
BEBERAM E FORAM RAPTADAS
19 Então disseram: Eis que de ano em ano há solenidade
de Javé em Siló, que se celebra para o norte de Betel do lado do
nascente do sol, pelo caminho alto que sobe de Betel a Siquém, e
para o sul de Lebona. 20 E mandaram aos filhos de Benjamim,
dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas. 21 E olhai, e eis aí as filhas
de Siló a dançar em rodas, saí vós das vinhas, e arrebatai cada um
sua mulher das filhas de Siló, e ide-vos à terra de Benjamim. 22 E
será que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a litigar conosco,
nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão deles, pois
nesta guerra não tomamos mulheres para cada um deles; por que
não lhas destes vós, para que agora ficásseis culpados. 23 E os
filhos de Benjamim o fizeram assim, e levaram mulheres conforme ao
número deles, das que arrebataram das rodas que dançavam; e
foram-se, e voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e
habitaram nelas. (Juízes 21;19-23)
Houve casos semelhantes na história humana,
como exemplo temos a história da famosa apreensão das
mulheres sabinas na Consuália, descrita por Livio (1.9).
Jerônimo descreveu outro ataque paralelo, em Adv. Jovin,
i. par. 41, recontando a história de Aristomanes de
[ 53 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Messênia, que tomou quinze moças espartanas que
estavam dançando em Hiacíntia. Danças sempre foram
boas ocasiões para os homens aproximarem-se e
seduzirem mulheres, mas o sequestro ia longe demais. A
negociação das escravas brancas tinha como uma de
suas fontes principais o sequestro de mulheres, por
ocasião das danças. Uma noite, elas estavam dançando.
No dia seguinte, estavam em algum bordel, em alguma
cidade distante. A Igreja Evangélica tem feito oposição
tradicional à dança devido às suas corrupções
moralmente potenciais. E com isso quero dar a entender a
dança social. A dança é uma expressão de alegria. Pode
ser uma dança sensual ou espiritual. John Gill mostrou-
se generoso, e viu algum valor religioso na questão,
apontando para Êxodo 15.20. Se Miriã, irmã de Moisés,
foi capaz de dançar de alegria, então qualquer outra
mulher também poderia fazê-lo. Os hebreus sempre
foram um povo de cântico e de danças. Homens e
mulheres não dançavam juntos. As mulheres não eram
obrigadas a participar dessas festas, mas muitas assim
faziam. E então havia danças, cânticos, vinho e todas as
formas de festejos. Podemos estar certos de que aquele
grupo de mulheres ficou sem proteção. Ninguém
esperaria que algum malefício ocorresse em uma festa
religiosa. Ademais, havia muitas mulheres. Os números
pareciam protegê-las. Mas a excitação do vinho, das
canções e das danças tornava as mulheres presas fáceis.
Um homem, pois, tomaria conta de uma mulher. Dele
[ 54 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
dependia a responsabilidade de escolher bem. Aquela
que ele conseguisse capturar seria sua esposa por longo
período de tempo. Ninguém podia tomar conta de duas
mulheres. A poligamia foi temporariamente proibida no
território de Benjamim. Tinham todos sorte de ter ao
menos uma mulher, e foram necessárias grandes
contorções para prover ao menos esse número. Aquilo
serviria de grande apelo para reparar uma grande
injustiça. Se um levita tivesse merecido ser vingado, por
causa do que acontecera à sua concubina, no território de
Benjamim (capítulo 19), o restante de Israel não deveria
ter exterminado virtualmente uma tribo inteira por causa
da questão. Mas, visto que assim tinham feito, o reparo do
dano era necessário. Sem dúvida, seria apontado que
Yahweh tinha estabelecido doze tribos, e que esse
número precisava ser preservado. Temos aí, pois, um
apelo divino. As três linhas de defesa, pois, eram estas: 1.
Expressar amor fraternal; 2. reparar um ultraje moral; 3.
preservar aquilo que Yahweh tinha ordenado.
Juízes 21.23. Assim fizeram os filhos de
Benjamim. Visto que o autor sagrado não procedeu a fim
de relatar ainda outra matança, ficamos livres para
presumir que a defesa oferecida aos irados pais e amigos
foi aceita, ainda que de forma relutante. Assim aconteceu
que aqueles homens selvagens retornaram ao território de
Benjamim, cada um com sua jovem debaixo do braço. E
os seiscentos homens, com suas novas esposas,
[ 55 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
formaram assim um novo Benjamim. Eles imediatamente
lançaram-se a edificar as cidades e a cultivar as terras.
Foi um novo dia para Benjamim, mas aquela tribo nunca
mais foi a mesma. Dependeu pesadamente de seu forte
vizinho, Judá e, em essência, tornou-se uma subdivisão
dessa tribo. Podemos inferir ao examinar as Escrituras
que o consumo de bebia alcoólica sem moderação
sempre implicou em uma consequência desagradável. A
Bíblia não proíbe o servo de Deus de beber, mas adverte
com austeridade contra o exagero.
BEBIDA ALCOÓLICA NA DIETA DOS HEBREUS
14 E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz:
Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no
vinho azedo (vinagre). E ela se assentou ao lado dos
segadores, e ele lhe deu do trigo tostado, e comeu, e se
fartou, e ainda lhe sobejou. (Rute 2.14)
[ 56 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
À hora de comer Boaz lhe disse. A história
apresenta um interesse cada vez mais intenso de Boaz
por Rute. A hora era a refeição do meio-dia, no campo a
ser colhido, e não uma refeição formal em uma casa. “O
vinho azedo (vinagre), os grãos tosados (grãos maduros
tostados sobre uma pequena fogueira, esfregados para
perder a casca e comidos imediatamente" (Louise P.
Smith, in loc.). Boaz ofereceu a sua própria refeição à
respigadora, e Rute era a convidada especial. Todos os
olhos devem ter estado fixados nela, e rumores e
maledicências já se estavam espalhando. “Boaz está
favorecendo essa moabita. Até onde irá essa questão?”
Molha no vinho o teu bocado. Esse vinho era
levemente azedado, e tinha adquirido certo teor alcoólico.
A fermentação natural só é capaz de dar ao vinho um
conteúdo de oito por cento. Se houvesse mais álcool do
que isso, é que teria sido adicionado. Os hebreus eram
um povo que gostava de vinho, danças e canções, e de
nada adianta tentar transformá-los em cristãos totalmente
abstêmios. Os estudos modernos demonstram duas
coisas; o vinho, usado com moderação, aumenta a
expectativa de anos de vida, talvez porque o vinho atue
como um suave tranquilizante, e também porque diminui
um pouco a taxa de colesterol. Assim sendo, o uso
moderado de vinho talvez faça você viver um pouco mais;
A palavra-chave dessa situação é moderação. A
moderação não é uma escolha pecaminosa, mas uma
[ 57 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
preferência que abre o caminho para todos os excessos
associados ao alcoolismo. Usualmente, os antigos
misturavam vinho com água, e isso, naturalmente, criava
um menor conteúdo alcoólico. O vinho era usado como
substância na qual o pão era ensopado. Todavia, ao vinho
eram adicionados certos elementos. Talvez algum azeite
fosse posto no vinho. Havia diversas misturas; mas o
vinho e a água eram os ingredientes principais.
Os romanos também tinham uma embamma, uma
espécie de molho preparado com vinho e água como
principais ingredientes. Vinho com pedacinhos de frutas é
uma mistura usada no Oriente, hoje em dia. Plínio (Hist.
Natural 1.23. cap. 1) atribuía toda espécie de benefício ao
uso do vinho e de molhos com vinho.
Bebida alcoólica ou fermentada fazia parte da
dieta dos hebreus. Desmentir isso é dá um atestado de
idiota a si mesmo.
VINHO E O EFEITO PSÍQUICO
7 Havendo, pois, Boaz comido e bebido, e estando já o seu
coração alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de grãos; então
veio ela de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou. 8 E
sucedeu que, pela meia noite, o homem estremeceu, e se voltou; e
eis que uma mulher jazia a seus pés. (RUTE 3.7-8)
[ 58 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Quem bebe suco de uva não sofre nenhuma
alteração psíquica, mas a bebida alcoólica e fermentada
afeta o sistema nervoso podendo provocar euforia ou
depressão. No caso bíblico em tela vemos que Boaz ficou
“alegre”. Portanto isso é mais uma evidencia que o vinho
bíblico é alcoólico, sendo ridículos aqueles teólogos que
insistem em defender o indefensável que o vinho bíblico
era mero suco de uva.
E se deitou. Uma vez mais, a mente cristã sente-
se chocada. Tinha havido uma grande festividade. Boaz
estava ligeiramente estonteado. A colheita já estava
chegando ao fim. Havia grandes quantidades de grãos já
padejados na eira. Assim sendo, por que não celebrar?
Havia grande abundância de alimentos, vinho e muitas
mulheres que dançavam. Os homens também poderiam
dançar, se quisessem. Pelo menos, meio embriagado,
Boaz ajeitou-se perto de um montão de grãos, a fim de
descansar e dormir. Os olhos de Rute seguiram-no. Ela
estava ansiosa para levar adiante aquele plano agradável.
Devemos lembrar, uma vez mais, que a cultura
dos hebreus caracterizava-se pelas canções, pelas
danças e pelo vinho. “Ele tinha comido e bebido”. Um
pouco de conhecimento acerca da natureza humana.
Ester também esperou que o rei tivesse festejado e
bebido (ver Ester 7.2). E Neemias adiou a apresentação
de sua petição até depois que o rei já tivesse bebido o
seu vinho (ver Neemias 2.1)” (Louise P. Smith, in loc.).
[ 59 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Por conseguinte, ali estava Boaz, a guardar seu
montão de grãos, sua mente ainda balançando por causa
da música, enquanto o vinho lhe alegrava o cérebro.
Poderia ele resistir à bela Rute, que se aproximava do
lugar onde ele jazia a dormir? John Gill fala sobre “a
alegria inocente” que era permitida na eira, naquele
tempo. Mas dificilmente isso amortiza aquilo que sabemos
sobre a história, especialmente, aquilo que sabemos a
respeito do tempo dos juízes de Israel e da grande
liberalidade que predominava no tempo da colheita do
cereal.
3.8 Sucedeu que... “O plano de Noemi é tão
estranho aos nossos costumes sexuais que seria mais
sábio rejeitar todo o incidente com propósitos homiléticos"
(Louise P. Smith, in loc.). Naturalmente, os pregadores e
os mestres sempre usaram esta passagem (e o livro
inteiro de Rute) para apresentarem sermões e lições
intermináveis. Por outra parte, muitas passagens de moral
duvidosa (como aquelas repletas de matanças) sempre
foram usadas como base de sermões e lições.
Pela meia-noite. Quando os efeitos do vinho já
haviam passado um pouco, de súbito Boaz tomou
consciência de uma presença. Grande deve ter sido a sua
surpresa ao descobrir uma bela mulher deitada ao seu
lado! Os Targuns apresentam aqui um breve mas
excelente comentário. A carne de Boaz “ficou fraca como
um nabo”, tão intenso foi o medo que o invadiu de súbito.
[ 60 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Jarchi asseverou que ele ficou com medo por ter pensado
que algum espirito ou demônio teria vindo deitar-se a seu
lado. Ele referia àqueles demônios que, segundo algumas
crenças, se aproximam das pessoas à noite! Mas era
apenas Rute, a bela moabita. Em algumas ocasiões,
todavia, não há grande diferença entre uma bela mulher e
um demônio.
E como foi que Boaz descobriu o que ou quem
estava deitado ao seu lado? Aben Ezra explicou que a lua
estaria clara o bastante para revelar o fato. E Jarchi
experimenta que Boaz estendeu a mão e tateou os longos
cabelos daquela pessoa, reconhecendo assim que se
tratava de uma mulher. (1)
ANA BEBEU MAIS NÃO EMBRIAGOU-SE
9 Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam
em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um
pilar do templo de Javé. 12 E sucedeu que, perseverando ela em
orar perante Javé, Eli observou a sua boca. 13 Porquanto Ana no
seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia
a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. 14 E disse-lhe Eli: Até
quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. 15 Porém
Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de
espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho
derramado a minha alma perante Javé. (I Samuel 1.9-15)
[ 61 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Eli recrimina a Ana por achar que ela estava
embriagada. Em todas as festas religiosas ou civis de
Israel o povo consumia bebida alcoólica, seja vinho ou
outras bebidas fortes. A recriminação que se fazia era a
embriaguez. Outro detalhe é que o povo de Deus
costumava orar em voz alta, e o fato de Ana orar só
mexendo os lábios, causou estranheza e chamou a
atenção do sacerdote Eli.
Após terem comido e bebido em Silo. Tinha
terminado a festa, que consistia em comidas e bebidas.
Todos estavam em atitude jubilosa, exceto Ana, que não
participava da alegria reinante. O comportamento de Ana
atraiu a atenção de Eli, o sumo sacerdote. Ele estava
sentado perto de um dos pilares do tabernáculo, o qual,
de maneira anacrónica, é chamado aqui de “templo”. John
Gill salientou que o tabernáculo chegou a ser chamado de
“templo”, conforme se vê, por exemplo, em Jer. 10.20,
mas essa também é uma observação anacrónica.
[ 62 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Os Targuns dizem que Eli estava sentado perto
de uma das colunas da porta de entrada do átrio exterior.
Presumivelmente ele tinha mandado construir um assento
que fora colocado ali e era usado ocasionalmente. Dali
punha-se a observar o povo que entrava e saía. E
também aconselhava qualquer pessoa que precisasse
receber alguma decisão judicial. Ele combinava, em si
mesmo, os ofícios de sumo sacerdote e juiz. Para Eli, Ana
parecia embriagada. Na verdade, porém, ela estava
vencida pela tristeza, e não pelo vinho.
Ana só no coração falava. Ela falava consigo
mesma, sem pronunciar nenhum som. Eli pensou que por
certo Ana estava embriagada. Ele tinha visto muitas
pessoas chegar ao tabernáculo, orar em voz alta e fazer
votos. Já tinha presenciado toda forma de atos de
devoção, mas o que aquela mulher estava fazendo sem
dúvida era diferente. Ou ela estava tonta de vinho ou
estava enlouquecida; porém, mais provavelmente, estava
tonta, porque tinha acabado de participar das festividades
em que se servia vinho como parte integral das
celebrações.
Eli estava revoltado diante dos atos de Ana, em
sua silenciosa e intensa oração, porquanto interpretava
erroneamente o que estava sucedendo. De fato, algo de
grande importância espiritual se passava: Samuel estava
sendo chamado à cena terrestre, a fim de cumprir a
missão que revolucionaria a história. Mas Como Eli
[ 63 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
poderia saber disso? Era costume dos hebreus orar em
voz alta. E, de fato, esse tipo de oração, de alguma
maneira, parece mais eficaz. É possível que, quando
oramos em voz alta, atinjamos maior concentração.
Ademais, orar em voz alta não permite que nossa mente
divague ou fique sonolenta.
Até quando estarás tu embriagada? Eli não
suportava mais aquela cena. Assim sendo, aproximou-se
de Ana e repreendeu-a diretamente por causa de sua
suposta embriaguez. Eli estava preocupado com a honra
do tabernáculo, mas mostrou-se precipitado em seu
julgamento e em sua fala com Ana. A Septuaginta tenta
suavizar o equívoco dele, fazendo-o enviar um servo para
dizer aquelas palavras. Os Targuns dizem, muito
pitorescamente:
“Por quanto tempo continuarás a te conduzir
como uma tola ou uma louca?” Eli, pois, exigiu que ela
interrompesse o seu vício de alcoolismo, que a estava
tornando uma mulher insensata. Na realidade, poucas
coisas são tão estúpidas neste mundo como o vício do
alcoolismo.
Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial.
Ter uma mulher viciada no álcool, dentro do tabernáculo,
seria realmente uma desgraça. Uma mulher assim só
poderia ser considerada filha de Belial; pois somente
pessoas impulsionadas pelo Diabo haveriam de agir
[ 64 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
daquela maneira no interior do Lugar Santo. O caso de
Ana, contudo, era diferente. Longe de ser uma filha de
Belial, ela estava fazendo um voto muito intenso a
Yahweh, derramando diante Dele a sua alma, o seu
coração frustrado.
Todavia, Belial realmente agia no tabernáculo,
conforme vemos em I Sam. 2.22. Os filhos de Eli estavam
cometendo prostituição com mulheres que ali chegavam
ou trabalhavam no átrio exterior. Ana, entretanto, não
cometera nenhum erro.
“Os romanos proibiam as mulheres de tomar
vinho, e o alcoolismo era, no caso de mulheres, um crime
capital, tão grave quanto o adultério... e, de fato, uma
mulher alcoólatra inclina-se a toda forma de pecados”
(John Gill, in Ioc., fazendo referência a Plínio, em sua
obra História A/afura/1.14, cap. 13).
O termo hebraico beiiyya’a l (Belial) é usado aqui
como tradução de um nome próprio, que significa
“Satanás”. No entanto, é provável que, nos dias de Ana, o
termo tivesse a força de um adjetivo, “uma mulher vil”.
Nos livros do período intermediário (que foram escritos
entre o Antigo e o Novo Testamento), o termo já se tinha
tornado um nome próprio, usado como sinónimo para
Satanás. (1)
OFERTA DE VINHO A DEUS
[ 65 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
24 E, havendo-o desmamado, tomou-o consigo, com três
bezerros, e um efa de farinha, e um odre de vinho, e levou-o à casa
do SENHOR, em Siló, e era o menino ainda muito criança. (I
SAMUEL 1.24)
O povo de Israel era instruído pela Lei a oferecer
perante o sacerdote animais para o sacrifício e vinho. O
vinho era bebido pelos participantes do culto. O culto a
Deus na Antiga Aliança era regado com ingestão de
vinho. Na igreja primitiva o vinho é sagrado na Santa
Ceia, e outra festividade cristã, que não prosperou era a
festa Ágape, onde o culto era celebrado com uma refeição
e com o consumo de vinho. "Estes são manchas em
vossas festas de amor (Ágape), banqueteando-se
convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor;
são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para
outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas
vezes mortas, desarraigadas;" (Judas 1: 12)
[ 66 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
OFERTA PACÍFICA ERA CHURRASCO COM VINHO
3 E quando dali passares mais adiante, e chegares ao
carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a
Deus a Betel; um levando três cabritos, o outro três bolos de pão e o
outro um odre de vinho. (I SAMUEL 10.3)
Em linguagem popular esta oferta pacífica era um
verdadeiro “churrasco” entre amigos, regado a carne e
vinho. Esses três homens estariam carregando três
cabritos, três pães e também vinho, provavelmente
ingredientes para uma oferta pacífica e uma libação. Mas,
visto que somente o holocausto requeria que toda a carne
fosse oferecida a Yahweh, haveria alimento suficiente
para todos. Isso posto, outra bênção de Yahweh a Saul foi
essa refeição.
[ 67 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
PRESENTEAR COM VINHO
20 Então tomou Jessé um jumento carregado de pão, e um
odre de vinho, e um cabrito, e enviou-os a Saul pela mão de Davi, seu
filho. I SAMUEL 16.20
Sem dúvida surpreendido pelos eventos, Jessé
enviou seu filho, Davi, à corte do rei. É admirável quando
nossos filhos nos surpreendem e fazem mais do que
esperamos deles. Geralmente acontece o oposto.
Poderíamos imaginar que as coisas que Davi levou (o
vinho, o cabrito e o pão) lhe serviriam de provisão na
viagem. Antes, porém, eram presentes para o rei. Isso
demonstra a simplicidade da questão. Jessé não tinha
grandes pretensões nem estava interessado em
ostentação, mesmo que fosse para impressionar o rei.
Talvez ele tenha enviado o que de melhor possuía. (1)
VINHO EM EXCESSO EMBRIAGA
36 E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um
banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre
nele, e ele já muito embriagado, pelo que ela não lhe deu a entender
coisa alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã. 37
Sucedeu, pois, que pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua
mulher lhe deu a entender aquelas coisas; e se amorteceu o seu
coração, e ficou ele como pedra. 38 E aconteceu que, passados
quase dez dias, feriu Javé a Nabal, e este morreu. I SAMUEL 25.36-
38
[ 68 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Voltou Abigail a Nabal. Ao retornar, Abigail
encontrou a festa em plena atividade; o vinho fluía como o
rio Amazonas. Nabal estava “bêbado como uma pessoa
vil”, conforme dizemos em certa expressão inglesa, e
assim também estavam todos os seus auxiliares. Eles
ganhariam muitas riquezas com a tosquia das ovelhas.
Estavam todos com boa saúde; prosperavam e, naquele
dia, divertiam-se. Abigail observou todos os folguedos e
resolveu nada dizer sobre a entrevista com Davi. O dia
seguinte seria o momento certo para contar a Nabal que
ele quase se tornara um homem morto. O dia seguinte
seria um bom tempo para dizer-lhe que sua arrogante
insensatez quase lhe custara a vida, bem como a vida de
seus familiares e de seus amigos.
“Ao que tudo indica, beber pesadamente era
bastante usual durante a tosquia das ovelhas, tal como
em outros festivais (cf. I Sam. 1.13). Após uma orgia de
bebedeira, Nabal foi apanhado por um ataque de
apoplexia, e, dez dias depois, por outro ataque fatal.
Esses ataques foram atribuídos à agência direta de Deus”
(George B. Caird, in ioc.). A cultura dos hebreus
caracterizava-se por cânticos e danças, o que é
confirmado por várias referências bíblicas.
Nabal, em terríveis condições por causa de seus
excessos, foi atingido tão fortemente pela notícia que teve
uma hemorragia cerebral ali mesmo e “ficou ele como
[ 69 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
pedra”, o que provavelmente significa que ficou paralisado
pelo derrame.
A Bíblia considera uma benção beber
moderadamente, mas dá exemplos de sobra que o
excesso de ingestão de bebida causa desajuste social e
problemas a saúde, com se vê no caso de Nabal.
COMEMORAÇÕES COM VINHO E COMIDA
16 E, descendo, o guiou e eis que estavam espalhados
sobre a face de toda a terra, comendo, e bebendo, e dançando, por
todo aquele grande despojo que tomaram da terra dos filisteus e da
terra de Judá. I SAMUEL 30.16
Logo após Davi e os seus homens conquistarem
as terra dos filisteus, ele comemoraram com danças
populares, bebida e comida. Fica patente que esta bebida
não era água ou suco, mas vinho. Quem conhece a
cultura judaica sabe como o vinho faz parte das suas
festividades. Os evangélicos que defendem a abstinência
total distorcem a Bíblia dizendo que o vinho não
embriagava. Outros, vendo que não tem como negar,
fazem um malabarismo hermenêutico alegando que toda
vez que a citação de vinho na Bíblia tem tom negativo, se
trata de vinho fermentado e com álcool, e quando fala de
vinho positivamente, se trata de suco de uva.
[ 70 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
PASSAS E NÃO VINHO
19 E repartiu a todo o povo, e a toda a multidão de Israel,
desde os homens até às mulheres, a cada um, um bolo de pão, e um
bom pedaço de carne, e um frasco de vinho; então retirou-se todo o
povo, cada um para sua casa, II SAMUEL 6.19
Passas. Não uma “garrafa de vinho”, conforme
dizem algumas versões. Outras versões dizem um “cacho
de uvas”. A palavra “vinho” não está no hebraico original.
O ÁLCOOL DO VINHO ALTERA O ANIMO
28 E Absalão deu ordem aos seus servos, dizendo: Tomai
sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu
vos disser: Feri a Amnom, então o matareis; não temais: porque
porventura não sou eu quem vo-lo ordenei? Esforçai-vos, e sedes
valentes. II SAMUEL 13.28
A Oportunidade. Absalão nunca esqueceu o
ultraje; nunca desistiu de seu plano de matar Amnom;
planejava e esperava uma boa oportunidade. Dois anos
depois do estupro de Tamar, no tempo da tosquia das
ovelhas, uma ocasião favorável para o assassinato
chegou. Uma boa parte dos membros da família real se
reuniu para comemorar a tosquia que era um
acontecimento muito celebrado. De fato, era um
acontecimento social de grande importância, e os
hebreus, um povo de dança, música e vinho,
aproveitavam tais acontecimentos para beber, e
eventualmente alguns ficavam bêbedos. Amnom estaria à
[ 71 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
procura de outras virgens, continuando seu deboche.
Como uma aranha, Absalão continuava olhando para o
malandro, pronto para atacar e matar. Sua teia estava
preparada, e logo, Amnom seria sua presa para ser
devorada na celebração da tosquia. Amnom, cheio de
vinho, logo estaria coberto de seu próprio sangue.
Mais uma prova indubitável que o vinho era uma
bebia alcóolica devido o processo natural de fermentação
se encontra neste texto, pois o consumo de algumas
taças de vinho é o suficiente para alterar o estado de
animo do consumidor. Absalão esperava Amnon ficar
“alegre” ao tomar vinho para mata-lo. Por isso o vinho
citado na Bíblia é alcóolico, e é este produto que Jesus
fez ao transformar agua em vinho, e é este produto que
deve ser servido na ceia do Senhor, nada de suco de uva.
GOSTO DO VINHO
35 Da idade de oitenta anos sou eu hoje; poderia eu
discernir entre o bom e o mau? Poderia o teu servo ter gosto no que
comer e beber? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras?
E por que será o teu servo ainda pesado ao rei meu senhor? II
SAMUEL 19.35
Barzilai demonstra que sua capacidade intelectual
tinha diminuído por causa da idade avençada. Ele não
teria uso para Davi, em sua idade avançada. Ficaria ali
apenas recebendo, sem nada dar, e isso não o agradava.
Davi proveria bom alimento e bebida, mas, em sua idade,
[ 72 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
a percepção dos sentidos tinha diminuído tanto que ele
deixaria de apreciar tais manjares. De fato, os alimentos
provavelmente deixariam seu estômago enjoado.
Portanto, ele não estava interessado em coisas para
provar e beber. Na corte de Davi haveria vinho, e comidas
saborosas, mas que faria um octogenário com tudo isso?
Seus dias tinham passado. Ele preferia descansar em seu
leito e esperar que o anjo de Deus viesse buscá-lo para a
terra gloriosa. No palácio de Davi com certeza havia uma
das melhores adegas do reino. O consumo de bebida
alcóolica não é proibida pela Bíblia, exigindo-se
moderação. As festas religiosas eram regadas com vinho
e bebida forte, somente se repudiava a embriaguez.
Tentar encontrar na Bíblia defenda para a abstinência
total do álcool é uma busca vã, somente defendida por
pessoas que querem distorcer o sentido bíblico para
apoiar suas ideias do que seja santidade.
MUITO VINHO NA COROAÇÃO DE DAVI
38 Todos estes homens de guerra, postos em ordem de
batalha, vieram a Hebrom, com corações decididos, para constituírem
a Davi rei sobre todo o Israel; e também todo o restante de Israel
tinha o mesmo coração para constituir a Davi rei. 39 E estiveram ali
com Davi três dias, comendo e bebendo; porque seus irmãos lhes
tinham preparado as provisões.40 E também seus vizinhos de mais
perto, até Issacar, e Zebulom, e Naftali, trouxeram, sobre jumentos, e
sobre camelos, e sobre mulos, e sobre bois, pão, provisões de
[ 73 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
farinha, pastas de figos e cachos de passas, e vinho, e azeite, e bois,
gado miúdo em abundância; porque havia alegria em Israel. (I
Crônicas 12.38-40)
Nenhuma festa nacional ou religiosa em Israel era
celebrada sem vinho. Não é atoa que Jesus instituiu a
celebração da Ceia/Comunhão/Eucaristia com o pão e
vinho. A festa de coroação de Davi durou três dias e foi
regada com muito churrasco e vinho. Quase sem exceção
todos os reis de Israel, todos os profetas, todos os
patriarcas tomavam vinho, vinho natural, alcóolico e
fermentado pelo processo natural. Combatemos o
alcoolismo, mas sem combater o consumo de bebida.
Combatemos a gula, sem contudo combater a proibição
de alimentar-se.
MOSTO É VINHO NOVO
5 E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel
trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o
produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em
abundância. II Crônicas 31.5
O povo de Israel estava sofrendo um avivamento
espiritual na época do rei Ezequias, e como manifestação
desta transformação vemos o povo trazendo os dízimos
aos sacerdotes e primícias dos principais produtos
agrícolas de Israel que eram o trigo, mosto, azeite e mel.
O mosto era o extrato da uva que nas primeiras horas
ainda era um suco, mas que em pouco tempo os
[ 74 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
açucares do suco sofriam a fermentação natural e podia
causar embriaguez, sendo que ainda era um vinho muito
doce, devido a quantidade de açúcar ainda em reação
química. Em Atos 2.13, o povo que ouvia os cristãos
falando em línguas estranhas acha que os crentes
estavam cheios de mosto, ou seja, de bebida
embriagante.
RECONSTRUINDO JERUSALÉM COM VINHO
21 E por mim mesmo, o rei Artaxerxes, se decreta a todos
os tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quanto vos pedir o
sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus dos céus, prontamente se
faça. 22 Até cem talentos de prata, e até cem coros de trigo, e até
cem batos de vinho, e até cem batos de azeite; e sal à
vontade.Esdras 7.22
Quando o rei Artaxerxes autorizou Esdras a
reconstruir o templo de Jerusalém, o rei ofereceu cem
batos de vinho, o que equivale a 18.900 litros de vinho.
Um melhor conhecimento da cultura judaica evitaria que
pastores e teólogos não passassem a vergonha de negar
o vinho e a bebida alcóolica como parte da vida cotidiana
dos israelitas. Estes ficam fazendo contorcionismos
hermenêuticos para defenderem seus pensamentos em
vez de buscar o conhecimento puro, sem má-fé. O vinho
era para Israel o que o arroz com feijão é para os
brasileiros e o sanduiche e o refrigerante são para os
americanos.
[ 75 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
MOSTO RESTITUÍDO AO POVO
11 Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas
vinhas, os seus olivais e as suas casas; como também a centésima
parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles.
Neemias 5.11
Após o exílio na Babilônia, o povo judeu voltou a
terra santa e Neemias pediu aos banqueiros judeus que
não usassem de usura com seus irmão mais pobres, e
que restituíssem tudo o que estava penhorado e
hipotecado, entre estes bens, as adegas de mosto. O
vinho e o azeite eram tão importantes na cultura judaica
como o café e a cana-de-açúcar foram importantes na
constituição na nação brasileira. É preciso entender que
não havia tecnologia de conservantes químicos para
impedir a fermentação do suco de uva, e nem os judeus
tinham a menor intenção de impedir a reação química de
fermentação.
CARDÁPIO DE VINHOS EM ISRAEL
18 E o que se preparava para cada dia era um boi e seis
ovelhas escolhidas; também aves se me preparavam e, de dez em
dez dias, muito vinho de todas as espécies; e nem por isso exigi o
pão do governador, porquanto a servidão deste povo era grande.
Neemias 5.18
Vários tipos de vinho eram produzidos no mundo
antigo, vinhos doces, secos, vinhos novos e envelhecidos,
[ 76 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
vinhos baratos e caros. Vinhos tinto e claro. Os cristãos
dos primeiros séculos costumavam ter em suas casas
uma adega de vinho e durante a história da igreja o vinho
sempre esteve presente no culto com a celebração da
Ceia do Senhor/Eucaristia/Comunhão e com o hábito de
beber durante as refeições. Os mosteiros produziam
monges e vinho, foi em um mosteiro que se criou outra
bebida famosa, a champanhe. Foram as igrejas da
América que passaram a proibir o consumo de bebida
alcoólica e do vinho, como algo pecaminoso. Para
sustentar esta doutrina, passaram a inventar a história
que o vinho da Bíblia também se referia a suco de uva.
Mentindo, dizendo que o vinho da Ceia era suco. Mentira
facilmente desmentida pela Bíblia, quando em I Coríntios
11.20-21 diz: “De sorte que, quando vos ajuntais num
lugar, não é para comer a ceia do Senhor. 21 Porque,
comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria
ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.”
O estoque de vinho nos dias de Neemias era
renovado a cada 10 dias.
VINHO COM MEL
Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as
doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si;
porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos
entristeçais; porque a alegria de Javé é a vossa força. Neemias 8.10
[ 77 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Bebei as doçuras era uma referência ao hábito de
beber vinho com mel.
O vinho é produto das uvas e as bebidas fortes
eram produzidas dos grãos. O vinho era muito consumido
acompanhado com pão, carne ou peixe. Assim como os
brasileiros consomem café com pão.
DÍZIMO DO VINHO
E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas
alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos
sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da
nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em
todas as cidades, da nossa lavoura. Neemias 10.37
O vinho era uma riqueza nacional, de maneira
que boa parte do povo tinha acesso ao vinho, tendo pelo
menos uma pequena produção de vinho no lagar da casa.
Podia até faltar dinheiro, mas vinho, azeite e trigo eram
essenciais. Não raro, o dízimo era pago aos levitas em
odres de vinho.
LEI DO VINHO
7 E dava-se de beber em copos de ouro, e os copos eram
diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo a
generosidade do rei. 8 E o beber era por lei, sem constrangimento;
porque assim tinha ordenado o rei expressamente a todos os oficiais
da sua casa, que fizessem conforme a vontade de cada um. Ester 1.7
e 10
[ 78 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Não somente em Israel, mas em todos os povos
do Oriente Médio se produzia e se consumia vinho com
abundancia. Bebiam sem constrangimento, como estava
prescrito. Temos aqui uma curiosa nota histórica. Havia
na Pérsia uma “lei do vinho", uma regra que governava os
festins persas. Ninguém era forçado a beber mais do que
queria.
BANQUETE DE VINHO
6 Disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua
petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará ainda
até metade do reino. Ester 5.6
Talvez a festa tivesse começado com a ingestão
de ótimos alimentos, mas, quando o rei aproximou-se de
Ester, fazendo sua indagação, o banquete já se
transformara em uma competição de ingestão de bebidas
alcoólicas. “Os persas, em seus banquetes, atendiam a
duas fases: a primeira consistia em carnes e outros
alimentos finos, quando tomavam água. E a segunda
consistia na ingestão do vinho. Aelinus (Var Hist. 1.2 cap.
1) disse que, depois de empanturrados de bons
alimentos, eles começavam a beber” (John Gill, in loc.).
Nas festas de vinho, apenas alguns poucos
convidados bebiam vinho na presença do rei. Entre eles
estavam Hamã e Ester. Mas ninguém bebia os mesmos
vinhos finos que eram ingeridos pelo rei. Seja como for,
os vinhos servidos eram de excelente qualidade, pois
[ 79 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
todos os participantes formavam um grupo seleto. “O
monarca reclinava-se sobre um divã de pés dourados e
degustava o rico vinho de Helbom. A rainha, quando
presente, sentava-se em uma cadeira ao lado, enquanto
os convivas bebiam de um vinho inferior, sentados ao
redor, no assoalho” (Athenaeus, Deipno, iv, par. 145). A
passagem de Est. 7.8, entretanto, mostra que Ester se
mantinha recostada em um divã. Parece que o único
homem especialmente convidado a beber vinho com o rei
e a rainha era Hamã, o que o enchia de orgulho, na
expectação de grandes honras futuras. (1)
A RAINHA ESTER BEBIA
VINDO, pois, o rei com Hamã, para beber com a
rainha Ester. (Ester 7.1)
Veio, pois, o rei com Hamã. O único convidado
especial era o abominável Hamã. Após toda a glutonaria
do banquete, houve ingestão de vinho. Então um grupo
seleto de pessoas, o rei e a rainha, além de alguns
poucos convidados, reuniram-se para tomar vinho. Isso
era considerado uma grande honra, mas as coisas tinham
azedado e Hamã sabia, em seu coração, que era um
homem morto.
[ 80 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
Se o banquete que ora começamos a considerar
foi o segundo banquete de Ester, então houve cinco
banquetes mencionados até este ponto do livro de Ester:
dois do rei (Est. 1.3,5); um de Vasti (Est. 1.9) e dois de
Ester (Est. 5.4,8). Mas pode ser a continuação do único
banquete de Ester, que naturalmente perdurou por vários
dias. Seja como for, os persas eram conhecidos por seus
banquetes fabulosos. Eles foram os inventores campeões
dos banquetes. (1) Um poema de Horácio dizia sobre as
festas dos persas:
Eu te digo, menino, Detesto a grandiosidade de
uma festa persa. (Horácio)
PROCESSO DE FERMENTAÇÃO
19 Eis que dentro de mim sou como o mosto, sem
respiradouro, prestes a arrebentar, como odres novos. (Jó 32.19)
Eliú era o homem de ventre explosivo e é dele a
fala acima. Estava cheio de gases de vinho, produzidos
pela fermentação. Seu estômago e seus intestinos eram
como velhos odres de vinho, prontos a estourar. Cf. Mat.
9.17. O vs. 19, pois, repete o vs. 18, dizendo a mesma
coisa com a metáfora dos odres de vinho. É um perigo
guardar vinho novo em odres previamente esticados; esse
fato, os fermentadores de vinho novo sempre
observavam. Portanto, eles sempre usavam odres novos,
que podiam suportar a fermentação do vinho novo, pois o
[ 81 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
couro era novo e forte. Eliú teve de falar, a fim de aliviar a
pressão causada pelos gases (vs. 20). Caso contrário, ele
explodiria num ataque de nervosismo. Na verdade, ele era
um jovem precipitado e impulsivo!
DEUS NOS DÁ ALEGRIA COMO VINHO
6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Javé, exalta
sobre nós a luz do teu rosto. 7 Puseste alegria no meu coração, mais
do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. 8
Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Javé, me fazes
habitar em segurança. (Salmos 4.6-8)
A Bíblia diz que Deus sustenta o seu povo com
trigo e vinho, mas também vem de Deus a alegria no
coração do seu povo. O vinho é quase divinizado na
concepção bíblica. O vinho é símbolo do sangue de Jesus
que nos purifica de todo pecado. O vinho representa e
simboliza o que há de mais sagrado no cristianismo.
LIBAÇÕES DOS PAGÃOS
As dores se multiplicarão àqueles que fazem oferendas a
outro deus; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem
tomarei os seus nomes nos meus lábios. Salmos 16.4
As suas libações de sangue. Entre os pagãos, as
libações incluíam até sacrifícios humanos, uma das
características mais repelentes do paganismo. A Yahweh
eram oferecidas, com exclusividade, libações de vinho
[ 82 ]
Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir
(ver Núm.28.7,8 e Êxo. 29.40), embora obviamente
houvesse sacrifícios cruentos.
CÁLICE TRANSBORDA
5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus
inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda.
Salmos 23.5
Cálice transborda, era assim que enchiam o cálice
dos hóspedes. O salmista compara a graça e a proteção
de Deus com um cálice de vinho transbordando. Um sinal
de fartura e benção divina.
DEUS COM UM CÁLICE DE VINHO
Porque na mão de Javé há um cálice cujo vinho é tinto; está
cheio de mistura; e dá a beber dele; mas as escórias dele todos os
ímpios da terra as sorverão e beberão. Salmos 75.8
Porque na mão do Senhor há um cálice. O
salmista ilustrou sua declaração do versículo anterior com
uma metáfora que envolve a ideia de beber vinho. O
divino Farmacêutico misturou uma bebida poderosa, que
tinha o vinho como base. Trata-se de um vinho
espumante, mais fermentado do que o usual. Diz o
hebraico, literalmente, “vinho que fermenta”, e não “vinho
vermelho", conforme fazem algumas traduções. Ademais,
esse vinho é misturado com algo temível, que não é
mencionado, pelo que a bebida se torna extremamente
[ 83 ]
BEBIDA ALCOÓLICA NÃO É PECADO
BEBIDA ALCOÓLICA NÃO É PECADO
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BEBIDA ALCOÓLICA NÃO É PECADO

  • 1.
  • 2. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir FINALIDADE DESTA OBRA Os materiais literários do autor não têm fins lucrativos, nem lhe gera quaisquer tipo de receita. Os custos do livro são unicamente para cobrir despesas com produção, transporte, impostos e revendedores. Sua satisfação consiste em contribuir para o bem da educação, uma melhor qualidade de vida para todos os homens e seres vivos, e para glorificar o único Deus Todo-Poderoso. AUTORIZAÇÃO O livro pode ser reproduzido e distribuído por quaisquer meios, usado por qualquer entidade religiosa, educacional ou cultural sem prévia autorização do autor. [ 2 ]
  • 3. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir AUTOR: Valdemir Mota de Menezes é licenciado em Ciências Biológicas e História pela Universidade Metropolitana de Santos; possui curso superior em Gestão de Empresas pela UNIMONTE de Santos; é Bacharel em Teologia pela Faculdade das Assembleias de Deus de Santos; tem formação Técnica em Polícia Judiciária pela USP e dois diplomas de Harvard University dos EUA sobre Epístolas Paulinas e Manuscritos da Idade Média. Radialista profissional pelo Senac de Santos, reconhecido pelo Ministério do Trabalho. Nasceu em Itabaiana/SE, em 1969. Em 1990 fundou o Centro de Evangelismo Universal; hoje se dedica a escrever livros e ao ministério de intercessão. Não tendo interesse em dar palestras ou participar de eventos, evitando convívio social. (AO ENCONTRAR ERROS GRAMATICAIS NESTE LIVRO, FAVOR AVISAR AO AUTOR PARA CORREIÇÃO – GRATO) CONTATOS: https://www.facebook.com/centrodeevangelismouniversal/ [ 3 ]
  • 4. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Dados Internacionais da Catalogação na Publicação (CIP) CENTRO DE EVANGELISMO UNIVERSAL -CGC 66.504.093/0001-08 LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR: CIÊNCIAS Biologia, O mito da Evolução Sexologia cristã [ 4 ] M543 Menezes, Valdemir, 1969 Bebida alcoólica não é pecado /Valdemir Mota de Menezes, Itabaiana/SE, Amazon.com Clubedesautores.com.br, 2016 221 p. ; 21 cm ISBN-13: 978-1533237873 ISBN-10: 1533237875 1. Bebida alcoólica 2. Vinho 3. Bíblia 4. Ética cristã I - Titulo CDD 170 / 220 / 241 CDU 17 / 22 / 24
  • 5. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir TEOLOGIA Juízo Final - Parapsicologia Bíblica O Fim do Mundo Compêndio teológico sobre o véu Guia de Estudo Bíblico Dogmatologia Apocalipse comentado Entenda a CCB – Volume I Entenda a CCB – Volume II Javé, o Deus da Bíblia Como fundar uma Igreja O Diabo está ao seu lado Os quatro livros biográficos de Jesus HISTÓRIA Introdução a Arqueologia História do Universo comentada O que é Igreja Católica Romana? [ 5 ]
  • 6. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir O anjo de quatro patas Vida de Antão com comentários POLÍTICA Memorial criminoso do PT – Volume I Memorial criminoso do PT – Volume II PT X Cristianismo Todos os telefones do presidente Lula DIREITO Escrivão de Polícia é cargo técnico científico ÉTICA Bebida alcoólica não é pecado EM OUTROS IDIOMAS Archéologie Biblique (Francês) Juicio Final (Espanhol) Biology, the myth of Evolution (Inglês) Indossare il velo (Italiano) 生物学 – 進化の神話 (Japonês) [ 6 ]
  • 7. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir SUMÁRIO INTRODUÇÃO I – BEBIDA ALCOÓLICA NA BÍBLIA A embriaguez de Noé. Vinho alegra o homem. Bebida anestesia o sofrimento Melquisedeque – Pão e vinho A embriaguez de Ló. Vinho na época de Amós. Esaú e Isaque Libação com vinho Libação na Lei de Moisés. Suco de uva. Sangue de uva é suco. Olhos vermelhos de vinho. Fogo estranho – Embriagados. Nazireu. [ 7 ]
  • 8. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Oferta de vinho para Deus. Bebida forte também pode. Indenização paga com vinho. Beber na festa. Deus te abençoará com vinho. Os hebreus não beberam vinho no deserto. Vinho simbolizando atitudes. Vinho alegra a Deus. Embriaguez favorece a contenda. Beberam e foram raptadas. Bebida alcoólica na dieta dos hebreus Vinho e o efeito psíquico. Ana bebeu mais não embriagou-se. Oferta de vinho a Deus. Oferta pacífica era churrasco com vinho. Presentear com vinho. Vinho em excesso embriaga. [ 8 ]
  • 9. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Comemorações com vinho e comida. Passas e não vinho. O álcool do vinho altera o animo. Gosto do vinho. Muito vinho na coroação de Davi. Mosto é vinho novo. Reconstruindo Jerusalém com vinho. Mosto restituído ao povo. Cardápio de vinhos em Israel. Vinho com mel. Dízimo do vinho. Lei do vinho. Banquete de vinho. A rainha Ester bebia. Processo de fermentação. Deus nos dá alegria como vinho. Libações dos pagãos. [ 9 ]
  • 10. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Cálice transborda. Deus com um cálice de vinho. Deus bêbado? Vinho misturado com água. O vinho é divino. Cálice da salvação. Esquentar vinho para faze-lo suave. Dai o dízimo e terás muito vinho. Pão e vinho dieta dos judeus. Pode tomar, não pode errar. Administrar sóbrio. O bêbado perde o respeito pela lei. Beber alivia sofrimento. Beber com moderação é prazer lícito. Vinho alegra a vida. Paixão tem sabor de vinho. Casa do vinho. [ 10 ]
  • 11. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Vinho, base alimentar. Sensualismo e vinho. Novo Testamento. Processo de fermentação do vinho. Jesus o beberrão. Vendiam vinho no templo. Coar o vinho. Bebiam vinho antes do diluvio. Páscoa sem vinho é impossível. Vinho na páscoa e na ceia do Senhor. Vinagre era vinho azedo. João batista – nazireu. Vinho é melhor do que suco de uva. Vinho como antisséptico. Jesus transforma água em vinho. 10 argumentos falsos sobre este milagre. Mosto é gleucos – vinho doce. [ 11 ]
  • 12. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Voto de não beber vinho por 30 dias. Ceia do Senhor e o vinho. Pecados do paladar. Evite beber diante dos fracos. Embriagados na ceia. Ministros bebam moderadamente. Idosas bebam moderadamente. Borrachices é embriaguez com vinho. Festa do amor. Sacrifícios da idolatria. Vinho sem mistura é forte. Vinho com motivação sexual. II – BEBIDA ALCOÓLICA NA HISTÓRIA DA IGREJA III - HISTÓRIA DO VINHO [ 12 ]
  • 13. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir INTRODUÇÃO Este livro não foi escrito para combater o alcoolismo. Mas a pregação mentirosa de líderes cristãos que dizem que ingerir vinho, cerveja, ou outras bebidas alcoólicas é pecado. Nada mais mentiroso. Somente mentes doentias podem pensar desta forma, após ler a Bíblia. A Bíblia glorifica o vinho como bebida abençoada. O vinho representa o sangue de Jesus. O vinho foi o primeiro produto da terra após o novo mundo pós- diluviano. Transformar água em vinho foi o primeiro milagre de Jesus. Mas não é só vinho que a Bíblia abençoa. No culto veterotestamentário se oferecia a Deus oblações que consistia em derrama bebida alcoólica no altar, em sacrifício a Deus. O vinho era para os judeus, o que o café é para os brasileiros e o que o sanduiche é para os americanos. Quando vejo teólogos e pastores defendendo a abstinência obrigatória da bebida alcoólica, só entendo por dois vieses: A suprema ignorância da Bíblia, pois este povo anda com a Bíblia debaixo do braço, mas nem sabe o que está escrito nela... E em segundo lugar a desonestidade intelectual que caracteriza os seres humanos, que em vez de buscarem a verdade, preferem defender suas posições ideológicas, usando de má fé, criando versões para os fatos e verdades. Quanto ao pecado e a gravidade do alcoolismo, tratarei disso em outro volume. [ 13 ]
  • 14. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir I – BEBIDA ALCOÓLICA NA BÍBLIA A primeira parte desta obra visa analisar as principais passagens bíblicas sobre bebida alcoólica e vinho. A bebida alcoólica esta presente na Bíblia de Gênesis ao Apocalipse. A Bíblia descreve os efeitos do vinho, mostrando que se tratava de uma substância alcoólica por provocar alegria, euforia, sonolência, alteração no estado de humor, embriaguez, não prosperando a farsa dos defensores da abstenção total que alegam que criaram uma regra hermenêutica em que dizem: Toda vez que a Bíblia fala mal do vinho, deve se entender que é o vinho fermentado, e toda vez que a Bíblia elogia ou cita positivamente o vinho, deve-se entender que é o suco de uva. Todavia a experiência mostra que a fermentação da uva era quase imediata após ser pisada no lagar, e que o processo de conservação do extrato da uva impedindo a fermentação era raro, inviável e pouco praticado. A história mostra que os israelitas preferiam conservar o vinho e quando iam beber, podiam diminuir o teor alcoólico fazendo misturas com água, mirra ou outras substâncias. Passemos a estudar estas passagens bíblicas. A EMBRIAGUEZ DE NOÉ [ 14 ]
  • 15. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir 20 E começou Noé a ser lavrador da terra, e plantou uma vinha. 21 E bebeu do vinho, e embebedou-se; e descobriu-se no meio de sua tenda. 22 E viu Cão, o pai de Canaã, a nudez do seu pai, e fê-lo saber a ambos seus irmãos no lado de fora. 23 Então tomaram Sem e Jafé uma capa, e puseram-na sobre ambos os seus ombros, e indo virados para trás, cobriram a nudez do seu pai, e os seus rostos estavam virados, de maneira que não viram a nudez do seu pai. 24 E despertou Noé do seu vinho, e soube o que seu filho menor lhe fizera. 25 E disse: Maldito seja Canaã; servo dos servos seja aos seus irmãos. (Gênesis 9.20-25) Terminado o dilúvio, Noé plantou uma vinha; e, colhendo a uva e tomando o vinho, ficou alcoolizado. Cão, o filho mais jovem de Noé, quebrou uma rígida lei moral da época, que proibia um filho de ver a nudez de seu pai. Em seu estupor de alcoolizado, Noé jazia nu em seu leito, e Cão observou a cena, se divertindo e [ 15 ]
  • 16. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir desrespeitosamente. Ao que parece, ele contou o acontecido a seus dois irmãos; e eles, horrorizados diante da infração, entraram de costas onde jazia Noé, e cobriram-no com alguma coisa (Gên. 9.20-27). Quando Noé despertou e ficou sabendo do ato de Cão, lançou sobre ele uma maldição (que, na verdade, recaiu sobre seu neto, Canaã, filho de Cuxe); mas abençoou Sem e Jafé, que haviam respeitado a sua nudez. Os descendentes de Sem e Jafé haveriam de prosperar; mas os descendentes de Cão, através de Canaã, haveriam de ser escravos dos descendentes daqueles. Noé passou a plantar uma vinha. Noé tornou-se agricultor, mas principalmente viticultor. Algumas traduções dizem aqui “lavrador do solo”. Foi por causa desse trabalho que acabou ocorrendo sua grande queda, ou seja, ele abusou de seu mister, embora tal ocupação, por si mesma, fosse legítima. O texto parece indicar que [ 16 ]
  • 17. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Noé foi o primeiro homem a cultivar a vinha. Jesus usou essa profissão a fim de ilustrar a comunidade divina, em contraste com os que estão fora dessa comunidade. Ver o décimo quinto capítulo de João. Naquela metáfora, o próprio Jesus aparece como a vinha, ao passo que o Pai é o viticultor (a mesma profissão de Noé). Noé, ao escolher esse trabalho, cumpriu a profecia de Lameque que supunha que, em seu filho, Noé, eles haveriam de estabelecer-se, revertendo assim o nomadismo prevalente na época. Lameque é retratado como o originador desse tipo de vida. Mas outros pensam que o nome “Noé” significa “aquele que traz a paz”, porquanto através dele veio o juízo divino que conferiu paz mediante a eliminação do mal. No novo mundo (após o dilúvio), foi Noé quem começou de novo essa profissão. Ele já tinha exercido a profissão no mundo antigo. Antigos escritores judeus creditaram a Noé a invenção de novos instrumentos agrícolas (Zohar, apud Hottinger, Smegma Oriental, par. 253), mas quanto a isso não há informações precisas. Esses autores também deram detalhes igualmente incertos, como a ideia de que suas videiras não ficavam longe do monte Ararate, pois ali mesmo ele começara a cultivar o solo. Estrabão informa- nos de que na Arménia não se cultivava a vinha. No entanto, no século XIX e hoje em dia há grandes áreas cobertas de videiras na Arménia. Contudo, é impossível [ 17 ]
  • 18. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir localizarmos que área poderia estar em foco, e nem a questão reveste-se de importância. 9.21 Embriagou-se. Noé era um homem justo e perfeito, e que andava com Deus, mas caiu em um estúpido lapso. O lance tem múltiplas aplicações: a vida de agricultor e viticultor, talvez uma vida tediosa, provê um terreno fértil para tentações que busquem aliviar o tédio. Somos assim ensinados que até mesmo o mais piedoso dos homens pode cair, de súbito, em alguma desgraça. Os aspectos do alcoolismo, da possível perversão sexual e da impiedade filial são aqui enfatizados. Aqueles que subjugaram o solo, com grande esforço, não conseguiram subjugar completamente a si mesmos, sendo essa, afinal, a batalha mais árdua de todas. O viticultor participou livremente demais do resultado do labor de suas próprias mãos. Essa é a mais comum tentação dos abastados. A ganância apossa-se do coração de um homem que prospera, e ele acaba esquecendo-se de seus ideais originais. E assim acaba servindo mais a si mesmo do que a Deus e ao próximo. O missionário que se atirara ao campo, com grande dedicação, acaba por construir uma mansão para si mesmo, em vez de usar seu dinheiro na obra do evangelho. O pastor termina por interessar-se mais em construir para si mesmo uma bela residência do que em cumprir o seu dever. [ 18 ]
  • 19. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir “O mesmo indivíduo que se mostra magnificente quanto as suas atividades públicas, pode cair em ignomínia, em sua vida particular. Sansão era invencível contra os filisteus, mas não tinha defesas contra Dalila. António tinha um império nas mãos, mas perdeu-o devido aos ardis de Cleópatra’ (Cuthbert A. Simpson, inloc.). O homem que era poderoso na obra do Senhor, sempre obediente, justo e perfeito, agora jazia sobre seu leito, embriagado e desnudo. Ele havia podido controlar todas as suas situações, mas havia uma falha em seu domínio próprio. Ademais, o sucesso não serve de garantia contra as falhas e as quedas pessoais. (1) VINHO ALEGRA O HOMEM 15 E o vinho que alegra o coração do homem, e o azeite que faz reluzir o seu rosto, e o pão que fortalece o coração do homem. (Salmos 104.15) O vinho era usado para animar o coração (Juízes 9.13; Sal. 104.15). O consumo responsável do vinho não traz transtorno, mas alegria. O texto acima fala de três alimentos que Deus providenciou para os homens: Vinho, azeite e pão. Os versículos anteriores falam que Deus tem providenciado várias bênçãos para os seres vivos da terra, mas aos homens Deus especificamente deu estes alimentos. Portanto, proibir o cristão de beber, é suprimi-lo [ 19 ]
  • 20. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir de uma das bênçãos divina. Beber moderadamente traz alegria, embriaguez traz maldição, briga e tristeza. BEBIDA ANESTESIA O SOFRIMENTO 6 Dai bebida forte ao que está prestes a perecer, e o vinho aos amargurados de espírito. 7 Que beba, e esqueça da sua pobreza, e da sua miséria não se lembre mais. (Provérbios 31.6) A Bíblia recomenda a ingestão de vinho e de bebida com alto teor de álcool para os que sofrem. Muitos condenados a morte era permitido ingerir bebida alcoólica para diminuir a tensão e sofrimento antes da execução. Muitos alcoólatras reconhecem mesmo que passaram a ingerir álcool com frequência como um remédio para suportar a depressão. Muitos mendigos no mundo inteiro são alcoólatras, e passaram mesmo a viver em função da bebida. O consumo moderado da bebida pode mesmo ser um alívio. Só não pode servir de muleta, como fazem os alcoólatras, que não conseguem viver sem o álcool. A bebida alivia a dor das maldições (Pro. 31.6), mas em todos os períodos da história os homens têm perdido o controle no uso do vinho. Mediante os estudos científicos modernos, sabemos que um copo de vinho por dia reduz a taxa de colesterol no sangue, agindo isso como um tranquilizante suave, pelo que pode prolongar a vida por diversos anos. O próprio Paulo recomendou a Timóteo que tomasse um pouco de vinho, e isso com um propósito [ 20 ]
  • 21. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir específico (I Tim. 5.23). Aos anciãos das igrejas recomendou-se que fossem moderados no uso do vinho, e não que fossem totais abstêmios (Tito 2.3). (1) Não podemos deixar de advertir que este conselho é bom, mas extremamente perigoso. Se toda vez que a pessoa estiver triste ou com problemas ela resolver beber, facilmente se tornará um alcoólatra. MELQUISEDEQUE – PÃO E VINHO 18 E Melquisedeque, rei de Salém, trouxe pão e vinho; e era este sacerdote do Deus Altíssimo. 19 E abençoou-o, e disse: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra; 20 E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou os teus inimigos nas tuas mãos. E Abrão deu-lhe o dízimo de tudo. (Gênesis 14. 18-20) [ 21 ]
  • 22. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir 14:17-18 Enquanto Abrão retomava para casa, saiu-lhe ao encontro o rei de Sodoma. Contudo, Melquisedeque, rei de Salem e sacerdote do Deus Altíssimo, esperava Abrão com pão e vinho a fim de fortalecer o patriarca. É impossível ler essa primeira menção de pão e vinho sem relacionar tais símbolos à obra de nosso Salvador. Ao meditarmos no preço que Jesus pagou para nos libertar do pecado, somos fortalecidos para resistir a toda tentação pecaminosa. (Comentário Bíblico Popular de Willian MacDonald). Este Melquisedeque é uma figura de Cristo, e Cristo nos deu o seu corpo e sangue, figurados na Ceia/Eucaristia com pão e vinho. Abraão representando a Igreja é abençoado por Melquisedeque a quem Abraão deu o dízimo. O vinho era substância sagrada antes da Lei, na Lei e depois da Lei de Moisés. EMBRIAGUEZ DE LÓ 31 Então a primogênita disse à menor: Nosso pai já é velho, e não há homem na terra que entre a nós, segundo o costume de toda a terra; 32 Vem, demos de beber vinho a nosso pai, e deitemo-nos com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. 33 E deram de beber vinho a seu pai naquela noite; e veio a primogênita e deitou-se com seu pai, e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. 34 E sucedeu, no outro dia, que a primogênita disse à menor: Vês aqui, eu já ontem à noite me deitei com meu pai; demos-lhe de beber vinho também esta noite, e então entra tu, deita-te com ele, para que em vida conservemos a descendência de nosso pai. 35 E deram de beber vinho a seu pai [ 22 ]
  • 23. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir também naquela noite; e levantou-se a menor, e deitou-se com ele; e não sentiu ele quando ela se deitou, nem quando se levantou. 36 E conceberam as duas filhas de Ló de seu pai. Para os que defendem que o vinho da Bíblia era suco e não bebida fermentada, fica a evidência dos efeitos negativos da ingestão do vinho em grande quantidade, pois deixou Ló altamente embriagado, e no embalo da bebida, Ló manteve relação sexual com suas duas filhas. A Bíblia diz que o plano de embriagar Ló foi das filhas, pois como todo mundo sabe, o álcool na cabeça favorece e instiga a pessoa a tomar atitudes que ela em seu pleno juízo não faria. É difícil ver por que as pessoas pensam estar desculpadas de seus erros, somente por estes serem praticados estando elas sob o efeito (propositado) de bebidas alcoólicas. Universalmente, as pessoas conhecem o poder do álcool para perverter a conduta de [ 23 ]
  • 24. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir uma pessoa. Portanto, ficar embriagado por si mesmo já consiste em um erro sério; e assim, como isso poderia servir de justificativa para a prática de outros males consequentes? 19.32 Álcool e Sexo. Quantas vezes essas duas coisas andam juntas, neste mundo ímpio. Dessa vez, porém, a situação era desesperadora. Duas filhas fazem seu idoso pai embebedar-se a fim de terem filhos por meio dele. Ló, sobrinho de Abraão, livrado, fazia ainda pouco tempo, de um temível julgamento pela misericórdia de Deus, agora cooperou para ficar embriagado! Presume-se que isso reflita um hábito, e não um mero acidente. Sodoma continuava pulsando no coração de Ló e de suas duas filhas. Elas tentaram justificar o ato com vistas a uma suposta boa finalidade. Era considerado, na antiguidade, uma grande calamidade quando um homem não deixava posteridade. Era bom ter posteridade, pelo que um meio escuso foi sancionado para produzir um “bom” resultado. Trata-se da velha história que diz: “Façamos males para que venham bens”, que sempre será um princípio maligno. Não somos informados de onde veio o vinho. Não é provável que o tenham trazido de Sodoma. Mas podemos supor que Ló começara a praticar alguma forma de atividade agrícola. (1) [ 24 ]
  • 25. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Willian MacDonald comenta assim esta passagem: 19:30-38 Depois disso, Ló deixou Zoar e foi habitar numa caverna da montanha. Ah, suas duas filhas o embriagaram e o incitaram a cometer incesto. Ambas engravidaram. A primogênita deu à luz um filho que chamou de Moabe, e a mais nova, um filho em quem colocou o nome de Ben-Ami. Assim surgiram os moabitas e os amonitas, povos que atormentaram a vida de Israel: as mulheres moabitas seduziram os homens de Israel à imoralidade (Nm 25:1-3), e os amonitas ensinaram o povo a adorar o deus Moloque, inclusive com a prática do sacrifício de crianças (l Rs 11:33; Jr 32:35). Em 2Pedro 2:7-8, lemos que Ló era um homem justo, mas o estilo de vida mundano que levava acabou enfraquecendo seu testemunho (v. 14) e causou a perda de sua esposa (v. 26), seus genros, seus amigos, sua comunhão espiritual (não havia congregação em Sodoma), seus bens (Ló chegou rico, mas partiu pobre), seu caráter (v. 35) e quase a vida (v. 22). O comportamento depravado de suas filhas mostra a influência dos padrões imorais de Sodoma. Não há escapatória (Hb 2:3). (2) VINHO NA ÉPOCA DE AMÓS Vós que dormis em leitos de marfim, e vos entregais ao conforto dos vossos leitos; que comeis os melhores cordeiros do rebanho, e os mais escolhidos novilhos da manada; que cantais ao som do saltério; e julgais imitar a Davi, usando instrumentos musicais; [ 25 ]
  • 26. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir que bebeis vinho por copos, que vos perfumais com óleos preciosos... (Amós 6.4 a 6). O texto fala de abundancia de vinho na época de Amós. Warner Weller comenta o seguinte sobre a abundancia de vinho nos dias de Amós: Os relatórios arqueológicos e as áridas notícias das expedições lançam uma luz que aclara as advertências do profeta. Em Israel, no monte de ruínas da velha Samaria e ao redor, nas camadas de solo correspondentes às décadas posteriores a 800 a.C., sob o reinado de Jeroboão II, repousavam os testemunhos de sua opulência material. O palácio real de Samaria continha ainda uma grande quantidade de delicadas tabuinhas de barro escritas a tinta e pincel. Em sessenta e três cartas referentes a importantes remessas de vinho e azeite para o palácio real assinam como remetentes os administradores das fazendas reais de Jeroboão II, lavradores e empregados que já dispunham de uma escritura notável. (3) ESAÚ E ISAQUE Carne e Vinho (Gênesis 27.25). Eles (Esaú e Isaque) tinham feito um acordo: primeiro Esaú ofereceria uma refeição a seu pai; e então Isaque abençoaria Esaú. Ver os vss. 3 e 4. Presumivelmente, Esaú tinha cumprido a sua parte, mas era um falso Esaú que agora aguardava ansiosamente pela bênção. O cego e enfermo Isaque [ 26 ]
  • 27. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir sentou-se à mesa servida com a “caça”. Seu coração estava apertado. Mas isso em nada importava a Jacó. (1) LIBAÇÃO COM VINHO 14 E Jacó pôs uma coluna no lugar onde falara com ele, uma coluna de pedra; e derramou sobre ela uma libação, e deitou sobre ela azeite. Gênesis 35.14 As libações eram algo comum em muitos países. As libações originais eram feitas com água, mas depois passou-se a usar o vinho. Ver Lev. 7.1. Gratidão e devoção eram expressas por meio desses atos. Ademais, sem dúvida, essas oferendas serviam de pedidos quanto à continuação do suprimento e do poder divinos junto ao adorador, por estar sendo reconhecida, por este, a presença divina. As libações, acima de tudo, eram atos de adoração que reconheciam a providência de Deus. O costume de oferecer bebidas aos deuses nas diversas religiões é uma forma corrompida do culto com libação. A origem deste costume deve remontar desde o período adâmico e que foi passado de geração à geração. [ 27 ]
  • 28. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir LIBAÇÃO NA LEI DE MOISÉS 29 Também farás os seus pratos, e as suas colheres, e as suas cobertas, e as suas tigelas com que se hão de oferecer libações; de ouro puro os farás. ÊXODO 25.29 40 Com um cordeiro a décima parte de flor de farinha, misturada com a quarta parte de um him de azeite batido, e para libação a quarta parte de um him de vinho, Êxodo 29.40 A Wikipédia no artigo sobre libação fala desta prática no judaísmo, nas religiões antigas e nas religiões afro-brasileiras: Libação é o ato de derramar água, vinho, sangue ou outros líquidos com finalidade religiosa ou ritual, em honra a um deus ou divindade. Podemos observar essa prática da libação na antiga Roma ou na antiga Grécia, quando os descendentes ofereciam aos seus [ 28 ]
  • 29. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir deuses, que eram os familiares mortos, a libação do vinho, do leite e do mel para que estes pudessem sorver o alimento de que precisavam, ainda que debaixo da terra. É uma prática comum em muitas religiões da antiguidade, incluindo o judaísmo, e continuam a ser oferecidas em várias culturas atuais. Também, nas religiões afro-brasileiras, existe o costume de derramar o primeiro gole para uma entidade, o famoso "gole do santo". (6) SUCO DE UVA 11 E o copo de Faraó estava na minha mão, e eu tomava as uvas, e as espremia no copo de Faraó, e dava o copo na mão de Faraó. GENESIS 40.11 O suco de uva era feito no momento do consumo porque se demorasse algumas horas, começava a fermentar. É como o suco de laranja e outras frutas. Os conservantes químicos dos tempos modernos é que conseguiram estabilizar o suco por mais tempo. A utilização de conservantes químicos é uma prática bastante difundida no país, sendo o ácido benzóico, o ácido sórbico e o dióxido de enxofre os mais comumente utilizados pela indústria. Geralmente, um conservante químico atua somente sobre um determinado grupo de microorganismos, fazendo com que a indústria lance mão de vários compostos químicos para atuar no maior número possível de microorganismos. A finalidade do processo de conservação é manter a qualidade do produto por um maior período de tempo aumentando a vida útil. Segundo Pfeiffer et al. (1999), a qualidade dos alimentos é [ 29 ]
  • 30. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir definida por parâmetros fisiológicos, valores nutricionais e atributos sensoriais como flavor, textura ou consistência. A diminuição da qualidade e a redução da vida útil podem ser conseqüências do efeito de uma ou mais destas propriedades. Existem varias alternativas de processos que podem ser utilizados na elaboração e preservação da polpa tais como pasteurização, conservação por aditivos químicos e congelamento. Em alguns casos, a polpa é conservada exclusivamente por congelamento. Essa prática, entretanto, envolve problemas relacionados especialmente à quebra da cadeia de frio durante a distribuição. A adição de conservantes químicos é feita, geralmente, após o resfriamento do suco pasteurizado até a temperatura ambiente. Os conservantes mais comuns são o ácido sórbico, o ácido benzóico ou seus derivados de sais de sódio e potássio. O teor máximo desses compostos, legalmente permitido para produtos de consumo direto, é de 0,1% em peso. Empregando-se conservantes, o suco de fruta pode ser mantido em perfeitas condições por, aproximadamente, seis meses. Polpa de fruta é o produto não fermentado, não concentrado, não diluído, obtido de frutos polposos através de processo tecnológico adequado, com um teor mínimo de sólidos totais, proveniente da parte comestível do fruto. O teor mínimo de sólidos totais será estabelecido para cada polpa de fruta específica. Das definições supra, deduz-se a existência de duas classes de polpa, quanto à sua destinação. (4) O copo de Faraó. O veículo do trabalho do homem, no sonho, estava em sua mão. Ele estava cumprindo a sua função, ou seja, espremendo as uvas para extrair-lhe o suco; e então servia a Faraó, tal como [ 30 ]
  • 31. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir fizera antes. O vs. 13 nos dá uma interpretação desses símbolos literais. Alguns símbolos eram figurados (como os ramos); mas outros eram literais, projetando exatamente o que o copeiro-chefe estaria fazendo. Plutarco (Is. et Osir, par. 6) afirmou que antes do tempo de Psamético (que inclui a época de José) os egípcios não bebiam vinho nem faziam libações de vinho; mas a arqueologia tem mostrado que ele se enganou nessa apreciação. Também há estudiosos que insistem em que os egípcios faziam vinho de cevada, e não de uvas. Porém, mesmo que os egípcios não cultivassem a videira (nos dias de José), ainda assim havia um intenso comércio com o estrangeiro, e a uva, sem dúvida, era um dos artigos importados pelo Egito. Além disso, é provável que a videira fosse cultivada, mesmo que em pequena escala. Visto que o suco da uva não teria tempo de fermentar para tornar-se vinho, devemos pensar aqui em suco de uva; mas ainda assim não devemos pensar que os egípcios nunca permitiam a fermentação do suco da uva. Fermentado, o vinho teria um conteúdo de cerca de oito por cento de álcool, o que sucede a toda fermentação natural. Heródoto (Euterpe sive, 1.2. c. 37) referiu-se a como os sacerdotes egípcios costumavam consumir vinho [ 31 ]
  • 32. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir de uvas, para cujo fabrico as uvas eram espremidas de vários modos. (1) SANGUE DE UVA É SUCO 11 Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. GENESIS 49.11 Fertilidade e Abundância. Isso deveria caracterizar a carreira do Messias, do que a vinha e a uva são símbolos. O suco da uva seria tão abundante que suas vestes seriam lavadas nele. Um viajor, que estivesse chegando, cansado e sujo, poderia amarrar seu jumento a uma videira a fim de lavar suas vestes sujas no suco da uva, tão abundante ele seria. Grande prosperidade, pois, foi prometida a Judá, culminando no bem-estar que o Messias traria. Sangue de uvas. Devemos entender aqui “sangue” como o suco da uva, pois no Oriente a uva vermelha é mais apreciada do que a uva branca. Portanto, essa abundância seria acompanhada por classe, estilo, excelência. “Certas regiões do território de Judá eram famosas por seus vinhos primorosos.” OLHOS VERMELHOS DE VINHO [ 32 ]
  • 33. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir 12 Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite. GENESIS 49.12 A primeira impressão que temos ao ler o texto acima é que no reino de Cristo o vinho será uma bebida tão abundante que as pessoas terão até os olhos vermelhos de tanto beber vinho. Por certo que esta passagem é uma hipérbole. Uma forma exagerada para dizer que as pessoa vão ter muito vinho para beber, bem como tanto leite que os dentes das pessoas ficarão brancos. Os olhos dos membros da tribo de Judá seriam avermelhados de vinho: abundância, mas enfatizada de uma forma diferente, a mensagem do versículo anterior. Por igual modo, o outro alimento básico, o leite, também seria abundante, de tal modo que os dentes dos judaítas seriam brancos de tanto tomarem leite. A Vulgata diz “brilhante” em vez de vermelho, e isso é uma interpretação, ou mesmo uma tradução direta. Alguns estudiosos pensam que a interpretação verdadeira é a seguinte: “Seus olhos serão mais resplendentes do que o vinho; seus dentes mais brancos do que o leite”. Tal opulência é predita no que concerne ao Milênio (Isa. 61.6,7; 65.21-25; Zac. 3.10). Todavia, alguns pensam que esse versículo não chega a envolver o milênio em seu alcance e qualquer modo, as bênçãos em Cristo são riquíssimas, e essas bênçãos vêm através de Judá a Sua tribo. (1) [ 33 ]
  • 34. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Mario Moreno discorre assim seu pensamento sobre o vinho: VINHO – IAIN - A palavra “vinho” vem de um termo hebraico que é “iain” e que significa o vinho em seu estado de maturação completo, ou seja, pronto para ser consumido. Neste estado o processo de fermentação já ocorreu e existe um grau de álcool natural da fermentação das uvas. Esta palavra ocorre em 55 versículos na Tanach. Existe outra palavra que é traduzida por “vinho”, mas que vem do termo hebraico “tirosh” que significa “vinho fresco” ou “vinho novo” e que aparece somente sete vezes na Tanach. Isso não implica na ausência de teor alcoólico, mas sim a sua recente produção no processo de espremer as uvas e prepará-las para a continuidade do processo de amadurecimento e envelhecimento do vinho. Vejamos o que nos diz a tradição judaica sobre o “vinho”: “O vinho, mais do que qualquer outra bebida, representam a santidade do povo judeu. São usados para a santificação do Shabat e Festas Judaicas. No Templo Sagrado o vinho era derramado sobre o Altar, juntamente com o sacrifício. Entretanto, uma vez que o vinho era e ainda é usado em muitas formas de culto idólatra, ele ocupa uma posição única na Lei Judaica, que impõe restrições especiais a sua produção e manipulação. Na bênção de Ia´acov a seu filho Iehuda, ele abençoa os olhos para que se tornem vermelhos por causa do vinho bom. Disso entendemos que o vinho - que em si é vermelho e até chamado na Torah de "sangue das uvas" - provoca vermelhidão nos olhos. O vermelho nos olhos reflete o “hei” do Nome Havaya, e corresponde ao poder do entendimento (o poder intelectual esquerdo) - a capacidade da alma de meditar sobre o Divino (o serviço espiritual mencionado [ 34 ]
  • 35. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir na Torah, metaforicamente, como "beber vinho") - e seu derivado emotivo, a força do poder (junto com sua propriedade intrínseca, o poder da reverência). Estes são os atributos espirituais de nosso segundo antepassado, Itschac”. Quando alguns dizem que o vinho das Escrituras é somente um “suco de uvas” estas pessoas certamente desconhecem o que dizem, pois a enciclopédia diz: “A videira produz as uvas, fruto de cujo o suco se produz o vinho”. Então o suco das uvas é a primeira fase da produção do vinho! Obviamente então ele também carrega consigo os elementos que ocasionarão a fermentação e que produzirão o álcool natural do vinho! Neste caso percebemos que há uma “lenda” propagada por líderes que dizem isso com o intuito de se protegerem e de proibirem seus seguidores a consumirem o vinho. Nas Escrituras o vinho não é proibido por um motivo: os judeus eram ensinados a consumirem vinho no Shabat e fazem isso com moderação. Ninguém usa o Shabat como uma “válvula de escape” para beber. No judaísmo o vinho significa a santificação e é isso que norteia a vida do judeu religioso. É claro que existem as “exceções” e é aí que as Escrituras aconselham a moderação para estes. Quem é equilibrado não tem necessidade de se exceder no vinho; porém existem aqueles que precisam ter o “fruto do Espírito” para exercitarem seu domínio próprio. Somos ensinados a consumir o vinho de forma a santificarmos nossas vidas através dele – conforme escrito acima. O próprio Ieshua bebeu vinho e transformou água em vinho! Isso é suficiente para dizermos que precisamos entender que o vinho é permitido nas Escrituras dentro dos padrões aceitáveis. Se alguém não pode beber nem mesmo uma taça de vinho que se abstenha. Porém proibir a ingestão do vinho deforma moderada e usar as Escrituras para “provar” isso chega às raias do ridículo! Não existe qualquer verso nas Escrituras que proíba a ingestão do vinho! (5) [ 35 ]
  • 36. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir FOGO ESTRANHO – EMBRIAGADOS 1 E OS filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara. (Levíticos 10.1) Tradições judaicas acusam-nos de beberem muito vinho e de prestarem embriagados o seu serviço desvairado e desautorizado. Em horário de folga, os sacerdotes podiam beber, só não podiam beber quando estivessem no serviço sagrado. 9 Não bebereis vinho nem bebida forte, nem tu nem teus filhos contigo, quando entrardes na tenda da congregação, para que não morrais; estatuto perpétuo será isso entre as vossas gerações; LEVITICO 10.9 [ 36 ]
  • 37. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Vinho nem bebida forte. Israel era uma nação de vinho e de cânticos; mas os sacerdotes não podiam tocar em bebidas alcoólicas quando estivessem em serviço. Isso equivalia a outra ameaça de morte, a terceira deste capítulo (vss. 6,7,9). A condenação caracterizava a dispensação da lei, ao passo que a vida é a grande bênção da missão de Cristo. O capítulo 44 do livro de Ezequiel baixa uma série de normas para o sacerdote, entre as quais temos aquela que vedava o uso de bebidas alcoólicas (vs. 21). Mas essa proibição dizia respeito aos sacerdotes em serviço, e não quando estivessem de folga. Os capítulos 11 a 15 de Levítico expandem a distinção entre o santo e o profano, o limpo e o imundo. Em sua primeira aplicação, o vs. 10 increpa o uso de bebidas alcoólicas por parte dos sacerdotes oficiantes. Em estado de intoxicação alcoólica, como poderia ele cumprir direito os seus deveres no tabernáculo, dando bom exemplo à congregação de Israel? Um sacerdote precisa ter pensamentos claros para poder agir e ensinar (vs. 11). Era o sacerdote quem ensinava ao povo a diferença entre o santo e o profano, e o sistema mosaico era complicado e exigente. Antes de tudo, o sacerdote precisava de conhecimento. Yahweh falava. E o sacerdote precisava saber o que tinha sido dito. E, então, precisava de toda a sua habilidade para transmitir a mensagem e para dar bom exemplo. (1) [ 37 ]
  • 38. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir NAZIREU 1 E FALOU Javé a Moisés, dizendo: 2 Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Quando um homem ou mulher se tiver separado, fazendo voto de nazireu, para se separar ao Javé, 3 De vinho e de bebida forte se apartará; vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte não beberá; nem beberá alguma beberagem de uvas; nem uvas frescas nem secas comerá. 4 Todos os dias do seu nazireado não comerá de coisa alguma, que se faz da vinha, desde os caroços até às cascas. NUMEROS 6.1-4 Nem comerá uvas frescas nem secas. Certas uvas eram diretamente transformadas em vinho, e outras viravam passas e eram misturadas nas massas para bolos. Ver II Sam. 6.19. Esses bolos eram feitos especialmente para as festas religiosas, associadas às festividades idólatras. Ver Oséias. 3.1. Todos os dias do seu nazireado. A proibição era absoluta. A uva era totalmente banida. Essa era a primeira proibição. A própria uva não podia ser usada como alimento ou bebida, nem mesmo as cascas e as sementes. A cultura cananéia contava com muitos intoxicantes. Se as sementes de uva não intoxicavam, pelo menos sugeriam intoxicação. E se as cascas de uva eram capazes de provocar dores de barriga, dificilmente eram usadas no fabrico de vinho. Mas sementes e cascas sugeriam a fabricação e o uso de bebidas fortes, e até mesmo a aparência do mal era proibida para os nazireus. O homem espiritual devia evitar até a aparência do mal, [ 38 ]
  • 39. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir quanto mais o próprio mal. Algumas traduções, em lugar de “sementes e cascas’’ dizem “uvas verdes e gavinhas”, conforme se lê na American Translation. Os eruditos no hebraico não concordam quanto ao sentido exato das palavras do texto. O vocábulo hebraico harsannim, traduzido por “sementes”, pode representar qualquer produto insignificante da videira; e o termo zag pode significar pele ou casca. Visto que essa palavra hebraica significa “fechar”, pode estar em pauta uma pele ou uma casca. O nazirenado era a mais alta consagração a Deus, por isso, a estes as regras de vida eram mais rígidas, excluindo da sua dieta não somente a bebida alcoolica como a uva e seus derivados. [ 39 ]
  • 40. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir OFERTA DE VINHO PARA DEUS 5 E de vinho para libação prepararás a quarta parte de um him, para holocausto, ou para sacrifício para cada cordeiro; 6 E para cada carneiro prepararás uma oferta de alimentos de duas décimas de flor de farinha, misturada com a terça parte de um him de azeite. 7 E de vinho para a libação oferecerás a terça parte de um him a Javé, em cheiro suave. 8 E, quando preparares novilho para holocausto ou sacrifício, para cumprir um voto, ou um sacrifício pacífico a Javé, 9 Com o novilho apresentarás uma oferta de alimentos de três décimas de flor de farinha misturada com a metade de um him de azeite. 10 E de vinho para a libação oferecerás a metade de um him, oferta queimada em cheiro suave a Javé. NUMEROS 15. 5 E 10 O vinho era derramado sobre o topo do altar e escorria até os lados de sua base. Talvez, simbolicamente, isso indique o derramamento do sangue de Cristo. Derivava-se do produto do campo, e talvez tivesse o mesmo simbolismo que as ofertas de cereal. Falava em provisão, em frutificação da terra, nas bênçãos de Yahweh. [ 40 ]
  • 41. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Diferenças culturais Em 2005, Camilo de Portugal escreveu um bom artigo que explica porque os evangélicos do Brasil repudiam o vinho como bebida que pode ser consumida: Quando um evangélico português vai ao Brasil, ou quando um brasileiro vem a Portugal, um dos pormenores mais chocantes é o problema das bebidas alcoólicas e do vinho em particular. No Brasil o crente não pode tocar num copo de vinho, enquanto em Portugal o vinho é visto com naturalidade e está presente nas festas das igrejas evangélicas, embora certamente que se condena o abuso do vinho assim como se condena o abuso da comida. Esta diferença de atitudes tem uma origem histórica, pois o Brasil foi evangelizado principalmente por missionários americanos, cuja tradição os proibia de beber vinho. Por um lado, temos de ser compreensivos para com a sua atitude, pois vinham duma cultura sem tradição vinícola, enviados por igrejas que não sabiam diferenciar o verdadeiro vinho, do whisky, cachaça ou outras bebidas destiladas com elevado teor alcoólico e ao chegar ao Brasil, onde a igreja mãe nos USA esperava que fundassem uma igreja que fosse uma cópia fiel da igreja mãe, encontraram um povo em que o alcoolismo era um dos principais problemas. A sua reação foi certamente a continuidade da tradição americana, que tinham aprendido desde crianças, que o crente não pode beber. O Evangelho divulgou-se em todo o Brasil principalmente [ 41 ]
  • 42. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir entre a classe mais humilde, que nunca questionou tais ensinos em face das Escrituras. No entanto, presentemente a situação está a mudar. Os evangélicos cresceram em número em maturidade e já questionam as tradições que receberam. Nos países africanos que falam a nossa língua, em especial Moçambique, Angola etc. a situação é semelhante ao que se passa no Brasil, por vezes reforçada pela tradição islâmica (norte de Moçambique) e suponho que também na Guiné, visto que o islão proíbe as bebidas alcoólicas. (7) BEBIA FORTE TAMBÉM PODE E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante Javé teu Deus, e alegra- te, tu e a tua casa; (Deuteronômio 14.26) [ 42 ]
  • 43. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Este culto determinado na Lei de Moisés incluía a ingestão não somente de vinho, como também de bebida forte, ou seja, bebida com alto teor de álcool. Portanto, não somente é lícito beber vinho, como cerveja, cachaça e whisky. Não podemos nos embriagar. Qual o limite? Cada um que é sincero e guiado pelo Espírito Santo sabe qual é este limite. Cada organismo tem seus limites. Não adianta padronizarmos como um copo, uma garrafa no máximo. Esse dinheiro dá-lo-ás. Por ocasião da chegada no santuário central, o templo de Jerusalém, o homem podia comprar os animais e vegetais apropriados, cumprindo assim a lei do dízimo. A refeição comunal envolvia festividades, que incluíam a ingestão de vinho. É inútil pensar que esse vinho era apenas suco de uva, não fermentado, e, portanto, não-alcoólico, pois ainda não havia tal coisa naqueles tempos. Os hebreus eram um povo de cânticos e danças. Naturalmente, vinhos aos quais não se adicionava álcool nunca chegavam a mais de oito por cento da fermentação natural, embora essa taxa alcoólica fosse capaz de deixar uma pessoa embriagada. A palavra hebraica aqui chamada “vinho”, ou seja, shekkar, era usada para indicar bebida intoxicante. Pesquisas também demonstram que o vinho, em quantidades moderadas, pode prolongar a vida por diversos anos. Portanto, a palavra que cabe aqui é moderação. (1) [ 43 ]
  • 44. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir De novo Camilo de Portugal diz: Não posso dizer que a Bíblia proíbe a cachaça ou o whisky, pois em Números 28:7 a “bebida forte” faz parte das ofertas no Templo, e em Deuteronômio 14:26, o judeu que oferecesse o holocausto, era convidado a comer da sua própria oferta, incluindo “bebida forte”, no próprio Templo. Mas como já vimos, não é recomendável o uso de “bebidas fortes” (aguardente, cachaça. whisky etc.), a não ser com muita moderação, pelos motivos que a medicina nos apresenta. E no caso do genuíno vinho de uva, há que ter em atenção os pormenores para que nos alertam os dois especialistas no assunto, pois os efeitos benéficos para o nosso organismo, só são válidos se soubermos beber tendo em atenção todos os pormenores já apresentados. (7) INDENIZAÇÃO PAGA COM VINHO 13 E, quando o deixares ir livre, não o despedirás vazio. 14 Liberalmente o fornecerás do teu rebanho, e da tua eira, e do teu lagar; daquilo com que Javé teu Deus te tiver abençoado lhe darás. (Deuteronômio 15.13-14) Quando de ti o despedires. O homem liberado da escravidão tinha de ser liberado com um suprimento suficiente para possibilitar-lhe um novo começo, sem as agruras da necessidade. O seu senhor era um homem abastado, e isso porque Yahweh assim lhe permitira ser. Logo, cumpria-lhe dividir generosamente com o ex- [ 44 ]
  • 45. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir escravo, por ser Yahweh a fonte de todas as coisas boas. Esse suprimento incluía animais, cereal e vinho, coisas básicas em uma sociedade agrícola. O ex-escravo já tinha sofrido o bastante. Agora tinha o direito de tentar um novo começo, mais razoável. O paralelo, em Êxo. 21.2 ss., menciona outras provisões relativas à família do homem, que o tivesse acompanhado em seu período de servidão. (1) Vinho é usado como moeda até os dias de hoje, veja o exemplo ocorrido em 2009, pelo governo italiano: Em época de crise, vinho vira dinheiro. No auge da turbulência econômica mundial, bancos italianos passaram a aceitar como garantia dos créditos cedidos garrafas de vinhos finos e pernis de presunto dos clientes com problemas. Apoiada pelo governo, a ideia partiu de Gianni Zonin, CEO do Banco Popular di Vicenza. A medida possibilitou, por exemplo, ampliar o crédito e amenizar os juros para o setor, bastante atingido pela crise. "Se já o fazemos com queijos, por que não o fazer também com o jamón e os bons vinhos como o Brunello di Montalcino e o Chianti Classico?", questionou Zonin. "Além de cobrir as necessidades de liquidez das empresas, esta proposta também reconhece que as verdadeiras reservas de ouro são os excelentes produtos que fabricamos na Itália", completou. (8) BEBER NA FESTA 13 A festa dos tabernáculos celebrarás sete dias, quando tiveres colhido da tua eira e do teu lagar. 14 E, na tua festa, alegrar- te-ás, tu, e teu filho, e tua filha, e o teu servo, e a tua serva, e o levita, e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas portas. (Deuteronômio 16.13-14) [ 45 ]
  • 46. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Judeus no Vaticano tomando vinho com o Papa Francisco. Perceba-se que a festa demorava sete dias e que era regada com o produto do lagar, isto é, vinho. O servo de Deus pode ingerir bebida alcoólica, mas deve-se sempre priorizar para não dá mau testemunho, nem cometer excessos. Ingerir álcool deve ser feito discretamente. Alegrar-te-ás. Essa nota é repetida. Ver Deu. 12.7 e 16.11. Essas festividades eram ocasiões alegres, e não meras realizações de dever, de mistura com sacrifícios. Os hebreus eram um povo de vinho e de canção. O Targum de Jonathan alude aos instrumentos musicais empregados. As festas religiosas dos hebreus era com comida e bebida, bebida alcoólica, sempre de forma moderada. As festas ágapes dos primórdios do cristianismo também incluía comida e bebida. Na epístola [ 46 ]
  • 47. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir de Judas, versículo 12 há uma repreensão para os que abusavam nestas festas de amor. DEUS TE ABENÇOARÁ COM VINHO 9 Honra a Javé com os teus bens, e com a primeira parte de todos os teus ganhos; 10 E se encherão os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares. PROV 3.9-10 A produção de vinho no sistema primitivo em lagares é feita com o pisotear das uvas para extrair o sumo. Esta é a primeira etapa na produção do vinho. Logo que o suco entra em contato com o oxigênio, ele começa a fermentar. [ 47 ]
  • 48. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir OS HEBREUS NÃO BEBERAM VINHO NO DESERTO 5 E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós as vossas vestes, e nem se envelheceu o vosso sapato no vosso pé. 6 Pão não comestes, e vinho e bebida forte não bebestes; para que soubésseis que eu sou Javé vosso Deus. (Deuteronômio 29.5-6) Pão não comestes... não bebestes...” Se não tinham pão comum para comer, receberam o miraculoso maná. Os filhos de Israel também não tiveram vinho nem bebidas alcoólicas, mas receberam uma bebida miraculosa, a água saída da rocha. O fato dos israelitas não beberem vinho e bebida forte durante a peregrinação não prefigura que os cristãos não devam ingerir álcool, se assim fosse, também deveria prefigurar que cristão não deveria comer pão. Os hebreus no deserto não comeram [ 48 ]
  • 49. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir pão e vinho no deserto, mas nós cristãos comemos pão e bebemos vinho em nossa peregrinação na terra, em nossas celebrações da Ceia do Senhor. VINHO SIMBOLIZANDO ATITUDES 32 Porque a sua vinha é a vinha de Sodoma e dos campos de Gomorra; as suas uvas são uvas venenosas, cachos amargos têm. 33 O seu vinho é ardente veneno de serpentes, e peçonha cruel de víboras. (DEUT 32.32-33) O texto acima é uma metáfora, pois uvas e vinho são usados como símbolos das práticas religiosas idolátricas. Porque a sua vinha. Está em pauta a vinha dos filhos de Israel. Para os antigos povos do Oriente Próximo e Médio, a vinha era um símbolo de prosperidade material e de alegria. Assim, em Israel, o vinho, fabricado a partir das uvas, fazia parte integrante da vida diária dos hebreus, pelo que em todas as terras de plantio a vinha se fazia presente. No entanto, a vinha cultivada pelos hebreus era como a vinha dos sodomitas, que os levara à completa destruição. Mas logo em seguida o profeta indica que a grande produtividade da vida de Israel consistia na multiplicação dos objetos de idolatria. O vinho de Israel era azedo e venenoso, e seus frutos eram mortíferos. A maioria dos intérpretes pensa, contudo, que a vinha representa os inimigos de Israel, e que Yahweh fez Israel sorver de seu vinho, produzido à base de suas uvas venenosas. Israel entrou em uma terra que manava [ 49 ]
  • 50. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir leite e mel, mas acabou bebendo o vinho estonteador da idolatria de seus inimigos, um vinho venenoso, que levou à destruição da antiga nação hebreia. VINHO ALEGRA DEUS 12 Então disseram as árvores à videira: Vem tu, e reina sobre nós. 13 Porém a videira lhes disse: Deixaria eu o meu mosto, que alegra a Deus e aos homens, e iria pairar sobre as árvores? (Juízes 9.12-13) A videira foi a próxima candidata a tornar-se monarca entre as árvores. Sem uvas, Israel quase não conseguiria sobreviver. O ideal dos israelitas era que cada homem tivesse sua própria videira e sua própria figueira (ver Miq. 4.4). Sem a videira, Israel não poderia ser o povo dos cânticos e das danças que sempre foi. Na videira há animação. O ser humano precisa de prazer e alegria, e a uva é um símbolo disso. O vinho também era usado devido às suas propriedades medicinais (ver I Tim. 5.23). O vinho alegrava a Deus, e não apenas aos homens, pois era usado nas libações, da mesma forma que o azeite. A mitologia pagã retratava os seus deuses a sorver os melhores vinhos, e até mesmo a embriagar-se com eles. O vinho era servido liberalmente em todas as celebrações, tanto divinas quanto pagãs. Cf. Êxo. 29.40 e Núm. 15.7,10. O autor sacro chegou a exagerar em sua ilustração antropomórfica, mas a fábula lhe dava licença para tanto. (1) [ 50 ]
  • 51. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Jarchi aplicou a vinha a Gideão; mas outros preferiram apontar para um de seus filhos honrados, ou mesmo para qualquer pessoa digna, atarefada em alguma ocupação útil. A fim de aliviar este versículo de seu forte antropomorfismo, alguns pensam que devemos entender o Elohim que nele aparece como elohim, ou seja, governantes e indivíduos importantes; mas é desnecessário fazer tal depuração naquilo que é apenas uma fábula. O autor sagrado quis dar a entender que a vinha presta serviço tanto a Deus quanto aos homens. A vinha, pois, não podia abandonar essa sua serventia para fazer algo para o qual ela não havia sido criada, ou seja, tornar-se monarca. Não há como desassociar Deus, Israel e o vinho. Se o vinho alegra Deus, como consumi-lo pode ser taxado de pecado? [ 51 ]
  • 52. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir EMBRIAGUEZ FAVORECE A CONTENDA 27 E saíram ao campo, e vindimaram as suas vinhas, e pisaram as uvas, e fizeram festas; e foram à casa de seu deus, e comeram, e beberam, e amaldiçoaram a Abimeleque. (Juízes 9.27) O texto bíblico acima nos revela que Gaal aproveitou o momento que o povo estava cheio de vinho para incita-los a amaldiçoar Abimeleque. Quando as pessoas ingerem bebida alcoólica além da medida, suas barreiras psíquicas ficam frouxas e elas ficam mais destemidas do que o usual. Por isso é melhor não beber do que beber e perder o controle. Os siquemitas tinham cometido um grave erro ao eliminar a influência de Gideão e preferir o governo de ferro de Abimeleque. Agora, Gaal propunha uma nova mudança, a saber, ele mesmo tornar- se-ia o novo rei! O homem obteve a confiança dos siquemitas, participando dos ritos pagãos em honra ao deus Baal-Berite. Sucedeu, pois, conforme diz certo ditado popular: “Aqueles que adoram juntos, permanecem juntos”. Quando todos os convivas tinham bebido bastante vinho, e estavam de espírito alegre, Gaal aproveitou a oportunidade para fazer seu apelo rebelde de que deveriam derrubar Abimeleque e fazer, Gaal, rei, em lugar daquele. O tempo da vindima era o período mais jubiloso do ano. Havia festas que celebravam a saúde e [ 52 ]
  • 53. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir prestavam tributo ao deus (ou deuses) que, segundo presumiam, teria(m) cooperado com eles. Ver Isa. 16.9,10; Jer. 25.30. A palavra hebraica aqui traduzida por “fizeram festas” tem sido variavelmente traduzida em diferentes versões. Pode significar “louvar” (ver Lev. 19.24); “dançar” (versão caldaica); ou “cantar em coro" (Vulgata). (1) BEBERAM E FORAM RAPTADAS 19 Então disseram: Eis que de ano em ano há solenidade de Javé em Siló, que se celebra para o norte de Betel do lado do nascente do sol, pelo caminho alto que sobe de Betel a Siquém, e para o sul de Lebona. 20 E mandaram aos filhos de Benjamim, dizendo: Ide, e emboscai-vos nas vinhas. 21 E olhai, e eis aí as filhas de Siló a dançar em rodas, saí vós das vinhas, e arrebatai cada um sua mulher das filhas de Siló, e ide-vos à terra de Benjamim. 22 E será que, quando seus pais ou seus irmãos vierem a litigar conosco, nós lhes diremos: Por amor de nós, tende compaixão deles, pois nesta guerra não tomamos mulheres para cada um deles; por que não lhas destes vós, para que agora ficásseis culpados. 23 E os filhos de Benjamim o fizeram assim, e levaram mulheres conforme ao número deles, das que arrebataram das rodas que dançavam; e foram-se, e voltaram à sua herança, e reedificaram as cidades, e habitaram nelas. (Juízes 21;19-23) Houve casos semelhantes na história humana, como exemplo temos a história da famosa apreensão das mulheres sabinas na Consuália, descrita por Livio (1.9). Jerônimo descreveu outro ataque paralelo, em Adv. Jovin, i. par. 41, recontando a história de Aristomanes de [ 53 ]
  • 54. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Messênia, que tomou quinze moças espartanas que estavam dançando em Hiacíntia. Danças sempre foram boas ocasiões para os homens aproximarem-se e seduzirem mulheres, mas o sequestro ia longe demais. A negociação das escravas brancas tinha como uma de suas fontes principais o sequestro de mulheres, por ocasião das danças. Uma noite, elas estavam dançando. No dia seguinte, estavam em algum bordel, em alguma cidade distante. A Igreja Evangélica tem feito oposição tradicional à dança devido às suas corrupções moralmente potenciais. E com isso quero dar a entender a dança social. A dança é uma expressão de alegria. Pode ser uma dança sensual ou espiritual. John Gill mostrou- se generoso, e viu algum valor religioso na questão, apontando para Êxodo 15.20. Se Miriã, irmã de Moisés, foi capaz de dançar de alegria, então qualquer outra mulher também poderia fazê-lo. Os hebreus sempre foram um povo de cântico e de danças. Homens e mulheres não dançavam juntos. As mulheres não eram obrigadas a participar dessas festas, mas muitas assim faziam. E então havia danças, cânticos, vinho e todas as formas de festejos. Podemos estar certos de que aquele grupo de mulheres ficou sem proteção. Ninguém esperaria que algum malefício ocorresse em uma festa religiosa. Ademais, havia muitas mulheres. Os números pareciam protegê-las. Mas a excitação do vinho, das canções e das danças tornava as mulheres presas fáceis. Um homem, pois, tomaria conta de uma mulher. Dele [ 54 ]
  • 55. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir dependia a responsabilidade de escolher bem. Aquela que ele conseguisse capturar seria sua esposa por longo período de tempo. Ninguém podia tomar conta de duas mulheres. A poligamia foi temporariamente proibida no território de Benjamim. Tinham todos sorte de ter ao menos uma mulher, e foram necessárias grandes contorções para prover ao menos esse número. Aquilo serviria de grande apelo para reparar uma grande injustiça. Se um levita tivesse merecido ser vingado, por causa do que acontecera à sua concubina, no território de Benjamim (capítulo 19), o restante de Israel não deveria ter exterminado virtualmente uma tribo inteira por causa da questão. Mas, visto que assim tinham feito, o reparo do dano era necessário. Sem dúvida, seria apontado que Yahweh tinha estabelecido doze tribos, e que esse número precisava ser preservado. Temos aí, pois, um apelo divino. As três linhas de defesa, pois, eram estas: 1. Expressar amor fraternal; 2. reparar um ultraje moral; 3. preservar aquilo que Yahweh tinha ordenado. Juízes 21.23. Assim fizeram os filhos de Benjamim. Visto que o autor sagrado não procedeu a fim de relatar ainda outra matança, ficamos livres para presumir que a defesa oferecida aos irados pais e amigos foi aceita, ainda que de forma relutante. Assim aconteceu que aqueles homens selvagens retornaram ao território de Benjamim, cada um com sua jovem debaixo do braço. E os seiscentos homens, com suas novas esposas, [ 55 ]
  • 56. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir formaram assim um novo Benjamim. Eles imediatamente lançaram-se a edificar as cidades e a cultivar as terras. Foi um novo dia para Benjamim, mas aquela tribo nunca mais foi a mesma. Dependeu pesadamente de seu forte vizinho, Judá e, em essência, tornou-se uma subdivisão dessa tribo. Podemos inferir ao examinar as Escrituras que o consumo de bebia alcoólica sem moderação sempre implicou em uma consequência desagradável. A Bíblia não proíbe o servo de Deus de beber, mas adverte com austeridade contra o exagero. BEBIDA ALCOÓLICA NA DIETA DOS HEBREUS 14 E, sendo já hora de comer, disse-lhe Boaz: Achega-te aqui, e come do pão, e molha o teu bocado no vinho azedo (vinagre). E ela se assentou ao lado dos segadores, e ele lhe deu do trigo tostado, e comeu, e se fartou, e ainda lhe sobejou. (Rute 2.14) [ 56 ]
  • 57. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir À hora de comer Boaz lhe disse. A história apresenta um interesse cada vez mais intenso de Boaz por Rute. A hora era a refeição do meio-dia, no campo a ser colhido, e não uma refeição formal em uma casa. “O vinho azedo (vinagre), os grãos tosados (grãos maduros tostados sobre uma pequena fogueira, esfregados para perder a casca e comidos imediatamente" (Louise P. Smith, in loc.). Boaz ofereceu a sua própria refeição à respigadora, e Rute era a convidada especial. Todos os olhos devem ter estado fixados nela, e rumores e maledicências já se estavam espalhando. “Boaz está favorecendo essa moabita. Até onde irá essa questão?” Molha no vinho o teu bocado. Esse vinho era levemente azedado, e tinha adquirido certo teor alcoólico. A fermentação natural só é capaz de dar ao vinho um conteúdo de oito por cento. Se houvesse mais álcool do que isso, é que teria sido adicionado. Os hebreus eram um povo que gostava de vinho, danças e canções, e de nada adianta tentar transformá-los em cristãos totalmente abstêmios. Os estudos modernos demonstram duas coisas; o vinho, usado com moderação, aumenta a expectativa de anos de vida, talvez porque o vinho atue como um suave tranquilizante, e também porque diminui um pouco a taxa de colesterol. Assim sendo, o uso moderado de vinho talvez faça você viver um pouco mais; A palavra-chave dessa situação é moderação. A moderação não é uma escolha pecaminosa, mas uma [ 57 ]
  • 58. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir preferência que abre o caminho para todos os excessos associados ao alcoolismo. Usualmente, os antigos misturavam vinho com água, e isso, naturalmente, criava um menor conteúdo alcoólico. O vinho era usado como substância na qual o pão era ensopado. Todavia, ao vinho eram adicionados certos elementos. Talvez algum azeite fosse posto no vinho. Havia diversas misturas; mas o vinho e a água eram os ingredientes principais. Os romanos também tinham uma embamma, uma espécie de molho preparado com vinho e água como principais ingredientes. Vinho com pedacinhos de frutas é uma mistura usada no Oriente, hoje em dia. Plínio (Hist. Natural 1.23. cap. 1) atribuía toda espécie de benefício ao uso do vinho e de molhos com vinho. Bebida alcoólica ou fermentada fazia parte da dieta dos hebreus. Desmentir isso é dá um atestado de idiota a si mesmo. VINHO E O EFEITO PSÍQUICO 7 Havendo, pois, Boaz comido e bebido, e estando já o seu coração alegre, veio deitar-se ao pé de um monte de grãos; então veio ela de mansinho, e lhe descobriu os pés, e se deitou. 8 E sucedeu que, pela meia noite, o homem estremeceu, e se voltou; e eis que uma mulher jazia a seus pés. (RUTE 3.7-8) [ 58 ]
  • 59. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Quem bebe suco de uva não sofre nenhuma alteração psíquica, mas a bebida alcoólica e fermentada afeta o sistema nervoso podendo provocar euforia ou depressão. No caso bíblico em tela vemos que Boaz ficou “alegre”. Portanto isso é mais uma evidencia que o vinho bíblico é alcoólico, sendo ridículos aqueles teólogos que insistem em defender o indefensável que o vinho bíblico era mero suco de uva. E se deitou. Uma vez mais, a mente cristã sente- se chocada. Tinha havido uma grande festividade. Boaz estava ligeiramente estonteado. A colheita já estava chegando ao fim. Havia grandes quantidades de grãos já padejados na eira. Assim sendo, por que não celebrar? Havia grande abundância de alimentos, vinho e muitas mulheres que dançavam. Os homens também poderiam dançar, se quisessem. Pelo menos, meio embriagado, Boaz ajeitou-se perto de um montão de grãos, a fim de descansar e dormir. Os olhos de Rute seguiram-no. Ela estava ansiosa para levar adiante aquele plano agradável. Devemos lembrar, uma vez mais, que a cultura dos hebreus caracterizava-se pelas canções, pelas danças e pelo vinho. “Ele tinha comido e bebido”. Um pouco de conhecimento acerca da natureza humana. Ester também esperou que o rei tivesse festejado e bebido (ver Ester 7.2). E Neemias adiou a apresentação de sua petição até depois que o rei já tivesse bebido o seu vinho (ver Neemias 2.1)” (Louise P. Smith, in loc.). [ 59 ]
  • 60. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Por conseguinte, ali estava Boaz, a guardar seu montão de grãos, sua mente ainda balançando por causa da música, enquanto o vinho lhe alegrava o cérebro. Poderia ele resistir à bela Rute, que se aproximava do lugar onde ele jazia a dormir? John Gill fala sobre “a alegria inocente” que era permitida na eira, naquele tempo. Mas dificilmente isso amortiza aquilo que sabemos sobre a história, especialmente, aquilo que sabemos a respeito do tempo dos juízes de Israel e da grande liberalidade que predominava no tempo da colheita do cereal. 3.8 Sucedeu que... “O plano de Noemi é tão estranho aos nossos costumes sexuais que seria mais sábio rejeitar todo o incidente com propósitos homiléticos" (Louise P. Smith, in loc.). Naturalmente, os pregadores e os mestres sempre usaram esta passagem (e o livro inteiro de Rute) para apresentarem sermões e lições intermináveis. Por outra parte, muitas passagens de moral duvidosa (como aquelas repletas de matanças) sempre foram usadas como base de sermões e lições. Pela meia-noite. Quando os efeitos do vinho já haviam passado um pouco, de súbito Boaz tomou consciência de uma presença. Grande deve ter sido a sua surpresa ao descobrir uma bela mulher deitada ao seu lado! Os Targuns apresentam aqui um breve mas excelente comentário. A carne de Boaz “ficou fraca como um nabo”, tão intenso foi o medo que o invadiu de súbito. [ 60 ]
  • 61. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Jarchi asseverou que ele ficou com medo por ter pensado que algum espirito ou demônio teria vindo deitar-se a seu lado. Ele referia àqueles demônios que, segundo algumas crenças, se aproximam das pessoas à noite! Mas era apenas Rute, a bela moabita. Em algumas ocasiões, todavia, não há grande diferença entre uma bela mulher e um demônio. E como foi que Boaz descobriu o que ou quem estava deitado ao seu lado? Aben Ezra explicou que a lua estaria clara o bastante para revelar o fato. E Jarchi experimenta que Boaz estendeu a mão e tateou os longos cabelos daquela pessoa, reconhecendo assim que se tratava de uma mulher. (1) ANA BEBEU MAIS NÃO EMBRIAGOU-SE 9 Então Ana se levantou, depois que comeram e beberam em Siló; e Eli, sacerdote, estava assentado numa cadeira, junto a um pilar do templo de Javé. 12 E sucedeu que, perseverando ela em orar perante Javé, Eli observou a sua boca. 13 Porquanto Ana no seu coração falava; só se moviam os seus lábios, porém não se ouvia a sua voz; pelo que Eli a teve por embriagada. 14 E disse-lhe Eli: Até quando estarás tu embriagada? Aparta de ti o teu vinho. 15 Porém Ana respondeu: Não, senhor meu, eu sou uma mulher atribulada de espírito; nem vinho nem bebida forte tenho bebido; porém tenho derramado a minha alma perante Javé. (I Samuel 1.9-15) [ 61 ]
  • 62. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Eli recrimina a Ana por achar que ela estava embriagada. Em todas as festas religiosas ou civis de Israel o povo consumia bebida alcoólica, seja vinho ou outras bebidas fortes. A recriminação que se fazia era a embriaguez. Outro detalhe é que o povo de Deus costumava orar em voz alta, e o fato de Ana orar só mexendo os lábios, causou estranheza e chamou a atenção do sacerdote Eli. Após terem comido e bebido em Silo. Tinha terminado a festa, que consistia em comidas e bebidas. Todos estavam em atitude jubilosa, exceto Ana, que não participava da alegria reinante. O comportamento de Ana atraiu a atenção de Eli, o sumo sacerdote. Ele estava sentado perto de um dos pilares do tabernáculo, o qual, de maneira anacrónica, é chamado aqui de “templo”. John Gill salientou que o tabernáculo chegou a ser chamado de “templo”, conforme se vê, por exemplo, em Jer. 10.20, mas essa também é uma observação anacrónica. [ 62 ]
  • 63. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Os Targuns dizem que Eli estava sentado perto de uma das colunas da porta de entrada do átrio exterior. Presumivelmente ele tinha mandado construir um assento que fora colocado ali e era usado ocasionalmente. Dali punha-se a observar o povo que entrava e saía. E também aconselhava qualquer pessoa que precisasse receber alguma decisão judicial. Ele combinava, em si mesmo, os ofícios de sumo sacerdote e juiz. Para Eli, Ana parecia embriagada. Na verdade, porém, ela estava vencida pela tristeza, e não pelo vinho. Ana só no coração falava. Ela falava consigo mesma, sem pronunciar nenhum som. Eli pensou que por certo Ana estava embriagada. Ele tinha visto muitas pessoas chegar ao tabernáculo, orar em voz alta e fazer votos. Já tinha presenciado toda forma de atos de devoção, mas o que aquela mulher estava fazendo sem dúvida era diferente. Ou ela estava tonta de vinho ou estava enlouquecida; porém, mais provavelmente, estava tonta, porque tinha acabado de participar das festividades em que se servia vinho como parte integral das celebrações. Eli estava revoltado diante dos atos de Ana, em sua silenciosa e intensa oração, porquanto interpretava erroneamente o que estava sucedendo. De fato, algo de grande importância espiritual se passava: Samuel estava sendo chamado à cena terrestre, a fim de cumprir a missão que revolucionaria a história. Mas Como Eli [ 63 ]
  • 64. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir poderia saber disso? Era costume dos hebreus orar em voz alta. E, de fato, esse tipo de oração, de alguma maneira, parece mais eficaz. É possível que, quando oramos em voz alta, atinjamos maior concentração. Ademais, orar em voz alta não permite que nossa mente divague ou fique sonolenta. Até quando estarás tu embriagada? Eli não suportava mais aquela cena. Assim sendo, aproximou-se de Ana e repreendeu-a diretamente por causa de sua suposta embriaguez. Eli estava preocupado com a honra do tabernáculo, mas mostrou-se precipitado em seu julgamento e em sua fala com Ana. A Septuaginta tenta suavizar o equívoco dele, fazendo-o enviar um servo para dizer aquelas palavras. Os Targuns dizem, muito pitorescamente: “Por quanto tempo continuarás a te conduzir como uma tola ou uma louca?” Eli, pois, exigiu que ela interrompesse o seu vício de alcoolismo, que a estava tornando uma mulher insensata. Na realidade, poucas coisas são tão estúpidas neste mundo como o vício do alcoolismo. Não tenhas, pois, a tua serva por filha de Belial. Ter uma mulher viciada no álcool, dentro do tabernáculo, seria realmente uma desgraça. Uma mulher assim só poderia ser considerada filha de Belial; pois somente pessoas impulsionadas pelo Diabo haveriam de agir [ 64 ]
  • 65. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir daquela maneira no interior do Lugar Santo. O caso de Ana, contudo, era diferente. Longe de ser uma filha de Belial, ela estava fazendo um voto muito intenso a Yahweh, derramando diante Dele a sua alma, o seu coração frustrado. Todavia, Belial realmente agia no tabernáculo, conforme vemos em I Sam. 2.22. Os filhos de Eli estavam cometendo prostituição com mulheres que ali chegavam ou trabalhavam no átrio exterior. Ana, entretanto, não cometera nenhum erro. “Os romanos proibiam as mulheres de tomar vinho, e o alcoolismo era, no caso de mulheres, um crime capital, tão grave quanto o adultério... e, de fato, uma mulher alcoólatra inclina-se a toda forma de pecados” (John Gill, in Ioc., fazendo referência a Plínio, em sua obra História A/afura/1.14, cap. 13). O termo hebraico beiiyya’a l (Belial) é usado aqui como tradução de um nome próprio, que significa “Satanás”. No entanto, é provável que, nos dias de Ana, o termo tivesse a força de um adjetivo, “uma mulher vil”. Nos livros do período intermediário (que foram escritos entre o Antigo e o Novo Testamento), o termo já se tinha tornado um nome próprio, usado como sinónimo para Satanás. (1) OFERTA DE VINHO A DEUS [ 65 ]
  • 66. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir 24 E, havendo-o desmamado, tomou-o consigo, com três bezerros, e um efa de farinha, e um odre de vinho, e levou-o à casa do SENHOR, em Siló, e era o menino ainda muito criança. (I SAMUEL 1.24) O povo de Israel era instruído pela Lei a oferecer perante o sacerdote animais para o sacrifício e vinho. O vinho era bebido pelos participantes do culto. O culto a Deus na Antiga Aliança era regado com ingestão de vinho. Na igreja primitiva o vinho é sagrado na Santa Ceia, e outra festividade cristã, que não prosperou era a festa Ágape, onde o culto era celebrado com uma refeição e com o consumo de vinho. "Estes são manchas em vossas festas de amor (Ágape), banqueteando-se convosco, e apascentando-se a si mesmos sem temor; são nuvens sem água, levadas pelos ventos de uma para outra parte; são como árvores murchas, infrutíferas, duas vezes mortas, desarraigadas;" (Judas 1: 12) [ 66 ]
  • 67. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir OFERTA PACÍFICA ERA CHURRASCO COM VINHO 3 E quando dali passares mais adiante, e chegares ao carvalho de Tabor, ali te encontrarão três homens, que vão subindo a Deus a Betel; um levando três cabritos, o outro três bolos de pão e o outro um odre de vinho. (I SAMUEL 10.3) Em linguagem popular esta oferta pacífica era um verdadeiro “churrasco” entre amigos, regado a carne e vinho. Esses três homens estariam carregando três cabritos, três pães e também vinho, provavelmente ingredientes para uma oferta pacífica e uma libação. Mas, visto que somente o holocausto requeria que toda a carne fosse oferecida a Yahweh, haveria alimento suficiente para todos. Isso posto, outra bênção de Yahweh a Saul foi essa refeição. [ 67 ]
  • 68. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir PRESENTEAR COM VINHO 20 Então tomou Jessé um jumento carregado de pão, e um odre de vinho, e um cabrito, e enviou-os a Saul pela mão de Davi, seu filho. I SAMUEL 16.20 Sem dúvida surpreendido pelos eventos, Jessé enviou seu filho, Davi, à corte do rei. É admirável quando nossos filhos nos surpreendem e fazem mais do que esperamos deles. Geralmente acontece o oposto. Poderíamos imaginar que as coisas que Davi levou (o vinho, o cabrito e o pão) lhe serviriam de provisão na viagem. Antes, porém, eram presentes para o rei. Isso demonstra a simplicidade da questão. Jessé não tinha grandes pretensões nem estava interessado em ostentação, mesmo que fosse para impressionar o rei. Talvez ele tenha enviado o que de melhor possuía. (1) VINHO EM EXCESSO EMBRIAGA 36 E, vindo Abigail a Nabal, eis que tinha em sua casa um banquete, como banquete de rei; e o coração de Nabal estava alegre nele, e ele já muito embriagado, pelo que ela não lhe deu a entender coisa alguma, pequena nem grande, até à luz da manhã. 37 Sucedeu, pois, que pela manhã, estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas coisas; e se amorteceu o seu coração, e ficou ele como pedra. 38 E aconteceu que, passados quase dez dias, feriu Javé a Nabal, e este morreu. I SAMUEL 25.36- 38 [ 68 ]
  • 69. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Voltou Abigail a Nabal. Ao retornar, Abigail encontrou a festa em plena atividade; o vinho fluía como o rio Amazonas. Nabal estava “bêbado como uma pessoa vil”, conforme dizemos em certa expressão inglesa, e assim também estavam todos os seus auxiliares. Eles ganhariam muitas riquezas com a tosquia das ovelhas. Estavam todos com boa saúde; prosperavam e, naquele dia, divertiam-se. Abigail observou todos os folguedos e resolveu nada dizer sobre a entrevista com Davi. O dia seguinte seria o momento certo para contar a Nabal que ele quase se tornara um homem morto. O dia seguinte seria um bom tempo para dizer-lhe que sua arrogante insensatez quase lhe custara a vida, bem como a vida de seus familiares e de seus amigos. “Ao que tudo indica, beber pesadamente era bastante usual durante a tosquia das ovelhas, tal como em outros festivais (cf. I Sam. 1.13). Após uma orgia de bebedeira, Nabal foi apanhado por um ataque de apoplexia, e, dez dias depois, por outro ataque fatal. Esses ataques foram atribuídos à agência direta de Deus” (George B. Caird, in ioc.). A cultura dos hebreus caracterizava-se por cânticos e danças, o que é confirmado por várias referências bíblicas. Nabal, em terríveis condições por causa de seus excessos, foi atingido tão fortemente pela notícia que teve uma hemorragia cerebral ali mesmo e “ficou ele como [ 69 ]
  • 70. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir pedra”, o que provavelmente significa que ficou paralisado pelo derrame. A Bíblia considera uma benção beber moderadamente, mas dá exemplos de sobra que o excesso de ingestão de bebida causa desajuste social e problemas a saúde, com se vê no caso de Nabal. COMEMORAÇÕES COM VINHO E COMIDA 16 E, descendo, o guiou e eis que estavam espalhados sobre a face de toda a terra, comendo, e bebendo, e dançando, por todo aquele grande despojo que tomaram da terra dos filisteus e da terra de Judá. I SAMUEL 30.16 Logo após Davi e os seus homens conquistarem as terra dos filisteus, ele comemoraram com danças populares, bebida e comida. Fica patente que esta bebida não era água ou suco, mas vinho. Quem conhece a cultura judaica sabe como o vinho faz parte das suas festividades. Os evangélicos que defendem a abstinência total distorcem a Bíblia dizendo que o vinho não embriagava. Outros, vendo que não tem como negar, fazem um malabarismo hermenêutico alegando que toda vez que a citação de vinho na Bíblia tem tom negativo, se trata de vinho fermentado e com álcool, e quando fala de vinho positivamente, se trata de suco de uva. [ 70 ]
  • 71. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir PASSAS E NÃO VINHO 19 E repartiu a todo o povo, e a toda a multidão de Israel, desde os homens até às mulheres, a cada um, um bolo de pão, e um bom pedaço de carne, e um frasco de vinho; então retirou-se todo o povo, cada um para sua casa, II SAMUEL 6.19 Passas. Não uma “garrafa de vinho”, conforme dizem algumas versões. Outras versões dizem um “cacho de uvas”. A palavra “vinho” não está no hebraico original. O ÁLCOOL DO VINHO ALTERA O ANIMO 28 E Absalão deu ordem aos seus servos, dizendo: Tomai sentido; quando o coração de Amnom estiver alegre do vinho, e eu vos disser: Feri a Amnom, então o matareis; não temais: porque porventura não sou eu quem vo-lo ordenei? Esforçai-vos, e sedes valentes. II SAMUEL 13.28 A Oportunidade. Absalão nunca esqueceu o ultraje; nunca desistiu de seu plano de matar Amnom; planejava e esperava uma boa oportunidade. Dois anos depois do estupro de Tamar, no tempo da tosquia das ovelhas, uma ocasião favorável para o assassinato chegou. Uma boa parte dos membros da família real se reuniu para comemorar a tosquia que era um acontecimento muito celebrado. De fato, era um acontecimento social de grande importância, e os hebreus, um povo de dança, música e vinho, aproveitavam tais acontecimentos para beber, e eventualmente alguns ficavam bêbedos. Amnom estaria à [ 71 ]
  • 72. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir procura de outras virgens, continuando seu deboche. Como uma aranha, Absalão continuava olhando para o malandro, pronto para atacar e matar. Sua teia estava preparada, e logo, Amnom seria sua presa para ser devorada na celebração da tosquia. Amnom, cheio de vinho, logo estaria coberto de seu próprio sangue. Mais uma prova indubitável que o vinho era uma bebia alcóolica devido o processo natural de fermentação se encontra neste texto, pois o consumo de algumas taças de vinho é o suficiente para alterar o estado de animo do consumidor. Absalão esperava Amnon ficar “alegre” ao tomar vinho para mata-lo. Por isso o vinho citado na Bíblia é alcóolico, e é este produto que Jesus fez ao transformar agua em vinho, e é este produto que deve ser servido na ceia do Senhor, nada de suco de uva. GOSTO DO VINHO 35 Da idade de oitenta anos sou eu hoje; poderia eu discernir entre o bom e o mau? Poderia o teu servo ter gosto no que comer e beber? Poderia eu mais ouvir a voz dos cantores e cantoras? E por que será o teu servo ainda pesado ao rei meu senhor? II SAMUEL 19.35 Barzilai demonstra que sua capacidade intelectual tinha diminuído por causa da idade avençada. Ele não teria uso para Davi, em sua idade avançada. Ficaria ali apenas recebendo, sem nada dar, e isso não o agradava. Davi proveria bom alimento e bebida, mas, em sua idade, [ 72 ]
  • 73. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir a percepção dos sentidos tinha diminuído tanto que ele deixaria de apreciar tais manjares. De fato, os alimentos provavelmente deixariam seu estômago enjoado. Portanto, ele não estava interessado em coisas para provar e beber. Na corte de Davi haveria vinho, e comidas saborosas, mas que faria um octogenário com tudo isso? Seus dias tinham passado. Ele preferia descansar em seu leito e esperar que o anjo de Deus viesse buscá-lo para a terra gloriosa. No palácio de Davi com certeza havia uma das melhores adegas do reino. O consumo de bebida alcóolica não é proibida pela Bíblia, exigindo-se moderação. As festas religiosas eram regadas com vinho e bebida forte, somente se repudiava a embriaguez. Tentar encontrar na Bíblia defenda para a abstinência total do álcool é uma busca vã, somente defendida por pessoas que querem distorcer o sentido bíblico para apoiar suas ideias do que seja santidade. MUITO VINHO NA COROAÇÃO DE DAVI 38 Todos estes homens de guerra, postos em ordem de batalha, vieram a Hebrom, com corações decididos, para constituírem a Davi rei sobre todo o Israel; e também todo o restante de Israel tinha o mesmo coração para constituir a Davi rei. 39 E estiveram ali com Davi três dias, comendo e bebendo; porque seus irmãos lhes tinham preparado as provisões.40 E também seus vizinhos de mais perto, até Issacar, e Zebulom, e Naftali, trouxeram, sobre jumentos, e sobre camelos, e sobre mulos, e sobre bois, pão, provisões de [ 73 ]
  • 74. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir farinha, pastas de figos e cachos de passas, e vinho, e azeite, e bois, gado miúdo em abundância; porque havia alegria em Israel. (I Crônicas 12.38-40) Nenhuma festa nacional ou religiosa em Israel era celebrada sem vinho. Não é atoa que Jesus instituiu a celebração da Ceia/Comunhão/Eucaristia com o pão e vinho. A festa de coroação de Davi durou três dias e foi regada com muito churrasco e vinho. Quase sem exceção todos os reis de Israel, todos os profetas, todos os patriarcas tomavam vinho, vinho natural, alcóolico e fermentado pelo processo natural. Combatemos o alcoolismo, mas sem combater o consumo de bebida. Combatemos a gula, sem contudo combater a proibição de alimentar-se. MOSTO É VINHO NOVO 5 E, depois que se divulgou esta ordem, os filhos de Israel trouxeram muitas primícias de trigo, mosto, azeite, mel, e de todo o produto do campo; também os dízimos de tudo trouxeram em abundância. II Crônicas 31.5 O povo de Israel estava sofrendo um avivamento espiritual na época do rei Ezequias, e como manifestação desta transformação vemos o povo trazendo os dízimos aos sacerdotes e primícias dos principais produtos agrícolas de Israel que eram o trigo, mosto, azeite e mel. O mosto era o extrato da uva que nas primeiras horas ainda era um suco, mas que em pouco tempo os [ 74 ]
  • 75. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir açucares do suco sofriam a fermentação natural e podia causar embriaguez, sendo que ainda era um vinho muito doce, devido a quantidade de açúcar ainda em reação química. Em Atos 2.13, o povo que ouvia os cristãos falando em línguas estranhas acha que os crentes estavam cheios de mosto, ou seja, de bebida embriagante. RECONSTRUINDO JERUSALÉM COM VINHO 21 E por mim mesmo, o rei Artaxerxes, se decreta a todos os tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quanto vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da lei do Deus dos céus, prontamente se faça. 22 Até cem talentos de prata, e até cem coros de trigo, e até cem batos de vinho, e até cem batos de azeite; e sal à vontade.Esdras 7.22 Quando o rei Artaxerxes autorizou Esdras a reconstruir o templo de Jerusalém, o rei ofereceu cem batos de vinho, o que equivale a 18.900 litros de vinho. Um melhor conhecimento da cultura judaica evitaria que pastores e teólogos não passassem a vergonha de negar o vinho e a bebida alcóolica como parte da vida cotidiana dos israelitas. Estes ficam fazendo contorcionismos hermenêuticos para defenderem seus pensamentos em vez de buscar o conhecimento puro, sem má-fé. O vinho era para Israel o que o arroz com feijão é para os brasileiros e o sanduiche e o refrigerante são para os americanos. [ 75 ]
  • 76. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir MOSTO RESTITUÍDO AO POVO 11 Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais e as suas casas; como também a centésima parte do dinheiro, do trigo, do mosto e do azeite, que vós exigis deles. Neemias 5.11 Após o exílio na Babilônia, o povo judeu voltou a terra santa e Neemias pediu aos banqueiros judeus que não usassem de usura com seus irmão mais pobres, e que restituíssem tudo o que estava penhorado e hipotecado, entre estes bens, as adegas de mosto. O vinho e o azeite eram tão importantes na cultura judaica como o café e a cana-de-açúcar foram importantes na constituição na nação brasileira. É preciso entender que não havia tecnologia de conservantes químicos para impedir a fermentação do suco de uva, e nem os judeus tinham a menor intenção de impedir a reação química de fermentação. CARDÁPIO DE VINHOS EM ISRAEL 18 E o que se preparava para cada dia era um boi e seis ovelhas escolhidas; também aves se me preparavam e, de dez em dez dias, muito vinho de todas as espécies; e nem por isso exigi o pão do governador, porquanto a servidão deste povo era grande. Neemias 5.18 Vários tipos de vinho eram produzidos no mundo antigo, vinhos doces, secos, vinhos novos e envelhecidos, [ 76 ]
  • 77. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir vinhos baratos e caros. Vinhos tinto e claro. Os cristãos dos primeiros séculos costumavam ter em suas casas uma adega de vinho e durante a história da igreja o vinho sempre esteve presente no culto com a celebração da Ceia do Senhor/Eucaristia/Comunhão e com o hábito de beber durante as refeições. Os mosteiros produziam monges e vinho, foi em um mosteiro que se criou outra bebida famosa, a champanhe. Foram as igrejas da América que passaram a proibir o consumo de bebida alcoólica e do vinho, como algo pecaminoso. Para sustentar esta doutrina, passaram a inventar a história que o vinho da Bíblia também se referia a suco de uva. Mentindo, dizendo que o vinho da Ceia era suco. Mentira facilmente desmentida pela Bíblia, quando em I Coríntios 11.20-21 diz: “De sorte que, quando vos ajuntais num lugar, não é para comer a ceia do Senhor. 21 Porque, comendo, cada um toma antecipadamente a sua própria ceia; e assim um tem fome e outro embriaga-se.” O estoque de vinho nos dias de Neemias era renovado a cada 10 dias. VINHO COM MEL Disse-lhes mais: Ide, comei as gorduras, e bebei as doçuras, e enviai porções aos que não têm nada preparado para si; porque este dia é consagrado ao nosso Senhor; portanto não vos entristeçais; porque a alegria de Javé é a vossa força. Neemias 8.10 [ 77 ]
  • 78. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Bebei as doçuras era uma referência ao hábito de beber vinho com mel. O vinho é produto das uvas e as bebidas fortes eram produzidas dos grãos. O vinho era muito consumido acompanhado com pão, carne ou peixe. Assim como os brasileiros consomem café com pão. DÍZIMO DO VINHO E que as primícias da nossa massa, as nossas ofertas alçadas, o fruto de toda a árvore, o mosto e o azeite, traríamos aos sacerdotes, às câmaras da casa do nosso Deus; e os dízimos da nossa terra aos levitas; e que os levitas receberiam os dízimos em todas as cidades, da nossa lavoura. Neemias 10.37 O vinho era uma riqueza nacional, de maneira que boa parte do povo tinha acesso ao vinho, tendo pelo menos uma pequena produção de vinho no lagar da casa. Podia até faltar dinheiro, mas vinho, azeite e trigo eram essenciais. Não raro, o dízimo era pago aos levitas em odres de vinho. LEI DO VINHO 7 E dava-se de beber em copos de ouro, e os copos eram diferentes uns dos outros; e havia muito vinho real, segundo a generosidade do rei. 8 E o beber era por lei, sem constrangimento; porque assim tinha ordenado o rei expressamente a todos os oficiais da sua casa, que fizessem conforme a vontade de cada um. Ester 1.7 e 10 [ 78 ]
  • 79. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Não somente em Israel, mas em todos os povos do Oriente Médio se produzia e se consumia vinho com abundancia. Bebiam sem constrangimento, como estava prescrito. Temos aqui uma curiosa nota histórica. Havia na Pérsia uma “lei do vinho", uma regra que governava os festins persas. Ninguém era forçado a beber mais do que queria. BANQUETE DE VINHO 6 Disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E ser-te-á concedida, e qual é o teu desejo? E se fará ainda até metade do reino. Ester 5.6 Talvez a festa tivesse começado com a ingestão de ótimos alimentos, mas, quando o rei aproximou-se de Ester, fazendo sua indagação, o banquete já se transformara em uma competição de ingestão de bebidas alcoólicas. “Os persas, em seus banquetes, atendiam a duas fases: a primeira consistia em carnes e outros alimentos finos, quando tomavam água. E a segunda consistia na ingestão do vinho. Aelinus (Var Hist. 1.2 cap. 1) disse que, depois de empanturrados de bons alimentos, eles começavam a beber” (John Gill, in loc.). Nas festas de vinho, apenas alguns poucos convidados bebiam vinho na presença do rei. Entre eles estavam Hamã e Ester. Mas ninguém bebia os mesmos vinhos finos que eram ingeridos pelo rei. Seja como for, os vinhos servidos eram de excelente qualidade, pois [ 79 ]
  • 80. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir todos os participantes formavam um grupo seleto. “O monarca reclinava-se sobre um divã de pés dourados e degustava o rico vinho de Helbom. A rainha, quando presente, sentava-se em uma cadeira ao lado, enquanto os convivas bebiam de um vinho inferior, sentados ao redor, no assoalho” (Athenaeus, Deipno, iv, par. 145). A passagem de Est. 7.8, entretanto, mostra que Ester se mantinha recostada em um divã. Parece que o único homem especialmente convidado a beber vinho com o rei e a rainha era Hamã, o que o enchia de orgulho, na expectação de grandes honras futuras. (1) A RAINHA ESTER BEBIA VINDO, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester. (Ester 7.1) Veio, pois, o rei com Hamã. O único convidado especial era o abominável Hamã. Após toda a glutonaria do banquete, houve ingestão de vinho. Então um grupo seleto de pessoas, o rei e a rainha, além de alguns poucos convidados, reuniram-se para tomar vinho. Isso era considerado uma grande honra, mas as coisas tinham azedado e Hamã sabia, em seu coração, que era um homem morto. [ 80 ]
  • 81. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir Se o banquete que ora começamos a considerar foi o segundo banquete de Ester, então houve cinco banquetes mencionados até este ponto do livro de Ester: dois do rei (Est. 1.3,5); um de Vasti (Est. 1.9) e dois de Ester (Est. 5.4,8). Mas pode ser a continuação do único banquete de Ester, que naturalmente perdurou por vários dias. Seja como for, os persas eram conhecidos por seus banquetes fabulosos. Eles foram os inventores campeões dos banquetes. (1) Um poema de Horácio dizia sobre as festas dos persas: Eu te digo, menino, Detesto a grandiosidade de uma festa persa. (Horácio) PROCESSO DE FERMENTAÇÃO 19 Eis que dentro de mim sou como o mosto, sem respiradouro, prestes a arrebentar, como odres novos. (Jó 32.19) Eliú era o homem de ventre explosivo e é dele a fala acima. Estava cheio de gases de vinho, produzidos pela fermentação. Seu estômago e seus intestinos eram como velhos odres de vinho, prontos a estourar. Cf. Mat. 9.17. O vs. 19, pois, repete o vs. 18, dizendo a mesma coisa com a metáfora dos odres de vinho. É um perigo guardar vinho novo em odres previamente esticados; esse fato, os fermentadores de vinho novo sempre observavam. Portanto, eles sempre usavam odres novos, que podiam suportar a fermentação do vinho novo, pois o [ 81 ]
  • 82. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir couro era novo e forte. Eliú teve de falar, a fim de aliviar a pressão causada pelos gases (vs. 20). Caso contrário, ele explodiria num ataque de nervosismo. Na verdade, ele era um jovem precipitado e impulsivo! DEUS NOS DÁ ALEGRIA COMO VINHO 6 Muitos dizem: Quem nos mostrará o bem? Javé, exalta sobre nós a luz do teu rosto. 7 Puseste alegria no meu coração, mais do que no tempo em que se lhes multiplicaram o trigo e o vinho. 8 Em paz também me deitarei e dormirei, porque só tu, Javé, me fazes habitar em segurança. (Salmos 4.6-8) A Bíblia diz que Deus sustenta o seu povo com trigo e vinho, mas também vem de Deus a alegria no coração do seu povo. O vinho é quase divinizado na concepção bíblica. O vinho é símbolo do sangue de Jesus que nos purifica de todo pecado. O vinho representa e simboliza o que há de mais sagrado no cristianismo. LIBAÇÕES DOS PAGÃOS As dores se multiplicarão àqueles que fazem oferendas a outro deus; eu não oferecerei as suas libações de sangue, nem tomarei os seus nomes nos meus lábios. Salmos 16.4 As suas libações de sangue. Entre os pagãos, as libações incluíam até sacrifícios humanos, uma das características mais repelentes do paganismo. A Yahweh eram oferecidas, com exclusividade, libações de vinho [ 82 ]
  • 83. Bebida alcoólica não é pecado, por: Escriba Valdemir (ver Núm.28.7,8 e Êxo. 29.40), embora obviamente houvesse sacrifícios cruentos. CÁLICE TRANSBORDA 5 Preparas uma mesa perante mim na presença dos meus inimigos, unges a minha cabeça com óleo, o meu cálice transborda. Salmos 23.5 Cálice transborda, era assim que enchiam o cálice dos hóspedes. O salmista compara a graça e a proteção de Deus com um cálice de vinho transbordando. Um sinal de fartura e benção divina. DEUS COM UM CÁLICE DE VINHO Porque na mão de Javé há um cálice cujo vinho é tinto; está cheio de mistura; e dá a beber dele; mas as escórias dele todos os ímpios da terra as sorverão e beberão. Salmos 75.8 Porque na mão do Senhor há um cálice. O salmista ilustrou sua declaração do versículo anterior com uma metáfora que envolve a ideia de beber vinho. O divino Farmacêutico misturou uma bebida poderosa, que tinha o vinho como base. Trata-se de um vinho espumante, mais fermentado do que o usual. Diz o hebraico, literalmente, “vinho que fermenta”, e não “vinho vermelho", conforme fazem algumas traduções. Ademais, esse vinho é misturado com algo temível, que não é mencionado, pelo que a bebida se torna extremamente [ 83 ]