1) O rio voador traz umidade da Amazônia para o Sudeste do Brasil, mas o desmatamento reduz essa importância fonte de chuva;
2) A estiagem afeta a hidrovia Tietê-Paraná, paralisando o transporte de grãos;
3) É necessária uma reflexão sobre os hábitos de consumo e a preservação dos recursos naturais para reverter esse cenário.
1. “AS LEIS DA NATUREZA FUNCIONAM!”
Informativo Mensal - Volume 8
NADA SE CRIA, NADA SE PERDE, TUDO...
Nos últimos meses, a media em geral, vem divulgando a estiagem no sudeste do país e principalmente a preocupante situação de São Paulo, da 5º maior metrópole do planeta.
Dentre diversas informações contempladas, duas que se destacaram:
Na última semana de agosto/14, o “Fantástico” apresentou uma matéria sobre os rios voadores.
Você sabe o que são os rios voadores?
“São imensas massas de vapor d’água que, levadas por correntes de ar, viajam pelo céu e respondem por grande parte da chuva que rola em várias partes do mundo.”
O principal rio voador do Brasil nasce no oceano Atlântico, bomba de volume ao incorporar a evaporação da floresta Amazônica, bate nos Andes e escapa rumo ao sul do país. “O vapor d’água que faz esse trajeto é importantíssimo para as chuvas de quase todo o Brasil”, Veja a seguir os meandros impressionantes dessa gigantesca corredeira voadora.
CORREDEIRA VOADORA
Volume de água que circula pelo céu é similar à vazão do rio Amazonas!
1- O rio voador nasce no oceano Atlântico. A água evapora no mar, perto da linha do Equador, e chega à floresta Amazônica empurrada pelos ventos alísios. Esse blocão de vapor passa rasante: 80% dele voa a, no máximo, 3 quilômetros de altura;
2- A vazão desse aguaceiro aéreo é da ordem de 200 milhões de litros por segundo (similar à do rio Amazonas), fazendo da Amazônia uma das regiões mais úmidas do planeta, além de provocar as chuvas que desabam diariamente por toda a região;
3- Enquanto passa sobre a floresta, o rio voador praticamente dobra de volume. Isso ocorre porque, ao absorver mais radiação do Sol do que o próprio oceano, a mata funciona como uma gigantesca chaleira, liberando vapor com a transpiração das árvores e a evaporação dos afluentes que correm no solo;
4- No oeste da Amazônia, a massa de umidade encontra uma barreira de montanhas de 4 quilômetros de altura, a cordilheira dos Andes, que funciona como uma represa no céu, contendo a correnteza aérea do lado de cá; A VOZ DO TIETÊ Desde 2005 o Instituto Navega São Paulo tem o objetivo de atrair a atenção da população para o rio Tietê a partir do seu trecho mais degradado que é a região metropolitana de São Paulo. Conseguimos atingir nosso proposito por meio das navegações monitoradas na embarcação Almirante do Lago, entre as pontes dos Remédios e das Bandeiras. Agora nossa proposta com este informativo mensal é atrair sua atenção, levando até você informações sobre o nosso Tietê para que juntos identifiquemos o que fazer para revitalizar tão precioso patrimônio ambiental.
DIA DO TIETÊ 22.09.2011 – PTE. DAS BANDEIRAS
2. 5A- Boa parte do vapor fica acumulada nos próprios Andes, sob a forma de neve. Ao derreter, essa água desce as montanhas, dando origem a córregos que, por sua vez, formarão os principais rios da bacia Amazônica, como o Amazonas;
5B- Nem todo vapor que encontra os Andes fica por ali. Cerca de 40% dessa cachoeira celeste segue rumo ao sul. A umidade passa por Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e São Paulo, terminando a viagem no norte do Paraná, cerca de seis dias depois;
6A - Enquanto flui em caudalosos veios rumo ao mar, muito da água proveniente dos rios voadores é absorvido pela floresta. Quando transpiram, as árvores então liberando esse líquido em forma de vapor, fechando o ciclo que novamente alimentará a corrente no céu;
6B- Por fim, o rio voador cai em forma de chuva. Mais da metade da precipitação das Regiões Centro-Oeste e Sudeste vem dos rios aéreos da Amazônia. Além desse veio principal, outras 20 correntezas cruzam o céu do país, carregando um volume de água equivalente a 4 trilhões de caixas-d’água de 1 000 litros.
Pois bem, como sabemos o desmatamento da Amazônia, que em sua maior parte deve-se a posses e destruições ilegais de enormes áreas de florestas, transformam-se em latifúndios onde principalmente a exploração da madeira e do gado prevalecem.
E para onde vai a maior parte desta produção? Para as regiões Sul e Sudeste que estão sendo castigadas com as estiagens. Resumindo, fomentamos um ciclo econômico que secam nossos preciosos reservatórios e rios que nos abastecem, geram energia e mobilizam as respectivas cadeias produtivas.
ALGUMAS DAS CONSEQUÊNCIAS:
Seca paralisa transporte pela Hidrovia Tietê-Paraná!
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, disse na última quinta-feira (21) esperar que as chuvas de outubro possam ser suficientes para liberar a hidrovia Tietê-Paraná, em São Paulo.
A operação de parte da hidrovia -a segunda mais movimentada do país - está paralisada desde junho por falta de água nos rios da região.
A interrupção vem causando problemas para produtores de milho e soja, pois a hidrovia é usada para escoar parte da produção da região Centro-Oeste até o porto de Santos (SP).
3. De janeiro a julho de 2013, foi embarcado 1,4 milhão de toneladas de grão pela Tietê-Paraná. Neste ano, no mesmo período, foram escoadas cerca de 500 mil toneladas.
De todos os produtos transportados por hidrovias no país no ano passado, 22% foram pela Tietê-Paraná.
O ministro afirmou que as autoridades de São Paulo e da ANA (Agência Nacional de Águas) estão trabalhando para conseguir aumentar a vazão do rio e tentar restabelecer o transporte de barcaças, usado para carregar produtos agrícolas.
“Gostaríamos de ver essa situação restabelecida, mas isso vai depender das chuvas na região”, disse.
De acordo com ele, por enquanto, a alternativa será usar caminhões e trens (maior emissão de GEEs – Gases do Efeito Estuda) para o transporte que era levado pela hidrovia.
“Há uma expectativa de que a partir de outubro já comecem a voltar as chuvas.”
Em junho, o governo paulista solicitou ao ONS -órgão que administra o setor elétrico brasileiro- e à ANA o remanejamento de parte do volume de água que está sendo represado em hidrelétricas ao norte do Estado, mas teve o pedido negado.
O ONS argumentou que a medida “não é cabível”, pois contraria a “estratégia de operação definida para a garantia do atendimento energético do país”.
Por meio destas constatações podemos propor uma reflexão sobre nossos hábitos de consumo e a importância dos nossos recursos naturais onde nada se cria, nada se perde, tudo se transforma.
“Vamos transformar o nosso rio Tietê?”
Carta da Terra – Princípios
“Aceitar que, com o direito de possuir, administrar e usar os recursos naturais, vem o dever de prevenir os danos ao meio ambiente e de proteger os direitos das pessoas.”