1) O documento discute as repercussões da morte e como lidar com quem fica, incluindo como dar más notícias sobre morte, as fases do luto e a importância do acompanhamento profissional no processo de luto.
2) É descrito que não há uma maneira perfeita de informar sobre uma morte, mas deve ser feito com respeito e honestidade. As reações comuns incluem choro e desespero.
3) As cinco fases do luto segundo Kübler-Ross são discutidas: negação, raiva, bargan
1. AS REPERCUSSÕES DA MORTE
LIDANDO COM QUEM FICA
DOROTEIA MURCIA SOUZA PSICÓLOGA
- 2016
2. A MORTE
A morte faz parte do desenvolvimento humano
desde a sua mais tenra idade e acompanha o
ser humano no seu ciclo vital, deixando suas
marcas. A experiência da perda é considerada
principalmente quando se refere à morte, um
dos eventos mais estressantes que se pode
vivenciar.
3. A NOTÍCIA
Em meio a toda essa situação, uma das tarefas
mais difíceis - e também desagradável - é dar a
notícia a outra pessoa sobre a morte de alguém
próximo.
Então surge a dúvida: qual a melhor maneira de
dizer que alguém morreu?
Não há uma maneira perfeita de passar essa
notícia, mas a sua abordagem deve ser
construída com uma base de respeito e
honestidade para a transmissão apropriada da
mensagem.
4. A NOTÍCIA
Não demore ou pause ao contar a notícia
isso pode criar dor e tensão desnecessárias
Por exemplo, você poderia dizer: "Eu sinto
muito, mas trago uma notícia ruim...
Prepare-se para conter uma possível
explosão emocional.
Choro e desespero: as reações mais
freqüentes
5. A NOTÍCIA
Dar acolhimento, deixar a pessoa falar,
desabafar, chorar etc. O importante é
estabelecer uma escuta que auxilie na
contenção da emoção do impacto da perda e
possibilite minimizar a dor psicológica.
Conduzir para um diálogo buscando instalar
o autocontrole e orientando para as tomadas
de decisões que o momento exige.
6. AS REPERCUSSÕES DA MORTE LIDANDO COM QUEM FICA
As circunstâncias em que a morte ocorreu
influenciam bastante as reações, pois não se pode
negar que a notícia chega de um jeito, no caso de
pessoas enfermas cujo diagnóstico deixa claro a
possibilidade de um falecimento, e de outro
completamente diferente no caso das mortes
repentinas.
7. AS REPERCUSSÕES DA MORTE LIDANDO COM QUEM FICA
E quando a notícia da morte não vem
acompanhada de um corpo?
O colapso emocional e a incredulidade em volta
da morte podem resultar um processo de luto
turbulento e marcar uma família, com danos
físicos e psicológicos.
Não saber como o familiar enfrentou os últimos
momentos de vida e ainda não ter acesso aos
restos mortais podem gerar confusão e até a
fantasia de que aquilo não aconteceu.
8. TIPOS DE MORTE
morte vil retira toda a dignidade
morte majestosa que exalta toda sua vida
passada
morte alegre que não é enxergada como o
fim de tudo
morte triste que é enxergada como o fim de
tudo
a morte estúpida Falta de significado
a morte humana com dignidade
9. MORTE HUMANA
Weisman e Hackett (Cassem, 2001) listam as próprias
diretrizes para ajudar um paciente a enfrentar a morte
de forma digna:
Estar relativamente livre de dor;
Ter suas funções corporais funcionando o melhor
possível, dentro dos limites de sua possibilidade;
Reconhecer e resolver os conflitos interpessoais
passíveis de serem manejados;
Realizar os desejos restantes que sejam compatíveis
com seu ideal de ego;
Passar o controle das coisas práticas para outros em
que tenha confiança.
10. A PERDA
A perda de um ente querido é uma das
dores mais intensas à qual o ser
humano está sujeito e promove
mudanças substanciais na vida.A dor
da ausência de alguém com quem
havia o hábito de uma convivência,
uma rotina, uma relação prazerosa,
desencadeia sentimentos intensos e
perturbadores e muitas vezes difíceis
de serem nomeados.
11. A PERDA
A intensidade da dor da perda,depende,
além do vínculo, de como ela ocorre.
Quanto mais repentina e violenta, mais
difícil vai ser a superação da morte.
Se está lidando com uma pessoa doente,
acompanhar e cuidar dela já é uma
despedida.
Na morte violenta e inesperada, você tem
que colocar na cabeça que aquilo é definitivo
12. AS SENSAÇÕES DA PERDA
Impotência,
frustração,
Dor,
Angustia da separação,
Choro,
Sentimento de fracasso,
Se perde a esperança,
Perde-se o chão,
A vida parece não ter mais sentido.
13. LUTO
“O luto é o lento processo de redefinição do
nosso mundo sem a presença de alguém que
amamos”.
Essa definição de Guedes (2012) para esse
período tão perturbador explica de forma
simples um dos momentos mais difíceis que
uma pessoa enfrenta na vida.
É um momento onde muitas coisas precisam
ser restabelecidas. Existe um desajustamento
da vida,da rotina, dos costumes e, dependendo
do vínculo com a pessoa que morreu, aquele
que fica vivencia períodos de profunda dor,
angústia e sofrimento e muita dificuldade de se
reestruturar numa nova rotina.
14. PROCESSO DE LUTO
Quando se perde alguém violentamente, de modo
repentino ou inesperado, quem fica permanece
nesse limbo por um tempo indeterminado.
É comum pessoas em processo de luto por morte
abrupta serem tomadas por um estado de catatonia,
semelhante a um morto-vivo, ou a um robô, que
passa a agir no "piloto-automático", sem domínio ou
vontade de controlar suas ações.
Uma parte continua vivendo, pois entende ser
necessário, mas a outra não está lá. A alma fica
dividida e constantemente, o enlutado sente que
morreu também e que sua história nunca mais será a
mesma.
15. AS 5 FASES DO LUTO DE ELISABETH KUBLER-ROSS
Fase 1) Negação:
Seria uma defesa psíquica que faz com que o indivíduo acaba negando o
problema, tenta encontrar algum jeito de não entrar em contato com a
realidade seja da morte de um ente querido ou da perda de emprego. É
comum a pessoa também não querer falar sobre o assunto.
Fase 2) Raiva
Nessa fase o indivíduo se revolta com o mundo, se sente injustiçada e
não se conforma por estar passando por isso.
Fase 3) Barganha
Essa é fase que o indivíduo começa a negociar, começando com si
mesmo, acaba querendo dizer que será uma pessoa melhor se sair
daquela situação, faz promessas a Deus. É como o discurso “Vou ser
uma pessoa melhor, serei mais gentil e simpático com as pessoas, irei
ter uma vida saudável.”
16. AS 5 FASES DO LUTO DE ELISABETH KUBLER-ROSS
Fase 4) Depressão
Já nessa fase a pessoa se retira para seu mundo interno, se
isolando, melancólica e se sentindo impotente diante da
situação.
Fase 5) Aceitação
É o estágio em que o indivíduo não tem desespero e consegue
enxergar a realidade como realmente é, ficando pronto pra
enfrentar a perda ou a morte.
Conclusão
É importante esclarecer que não existe uma seqüência dos
estágios de luto, mas é comum que as pessoas que passam por
esse processo apresentem pelo menos dois desses estágios. E
não necessariamente as pessoas conseguem passar por esse
processo completo algumas ficam estagnadas em uma das
fases
17. TEM SENTIDO A MORTE?
Mas como aceitar algo que não faz sentido? Algo
que não vem com avisos, que não parece ter um
por quê dentro da lógica do merecimento?
Como aceitar a morte de alguém bom, que tinha
uma vida enorme pela frente?
E que o destino levou em segundos, sem nos ter
orientado para aquele momento?
Como continuar sem ter mais vontade de viver,
sem ter um sentido que nos norteie?
18. TEM SENTIDO A MORTE?
Segundo Frankln (2005, p.106):
[...] a transitoriedade da nossa existência de forma alguma lhe
tira o sentido. No entanto, ela constitui a nossa responsabilidade,
porque tudo depende de nos conscientizarmos das
possibilidades essencialmente transitórias. O ser humano está
constantemente fazendo uma opção diante da massa de
potencialidades presentes; quais delas serão condenadas ao não
ser, e quais serão concretizadas? Qual opção se tornará
realidade uma vez para sempre, imortal “pegada nas areias do
tempo”? A todo e qualquer momento a pessoa precisa decidir,
para o bem ou para o mal, qual será o monumento de sua
existência. Se Deus, o céu e o inferno para você não existem, se
viemos e iremos para o nada, o propósito da sua vida única, a
sua sorte de estar vivo num universo tão vasto, de sermos um
acidente fantasticamente improvável, dotado de consciência, não
seria o fazer o certo, comemorarmos, e deixar isso com as
pessoas que permanecerão e que fizeram parte de sua curta
vida?
19. A IMPORTÂNCIA DO ACOMPANHAMENTO
PROFISSIONAL NA ELABORAÇÃO DO LUTO
Nesse processo a presença da uma ajuda psicológica realizada pela equipe dos
profissionais da saúde conjuntamente com o psicólogo hospitalar minimiza a dor e
propicia a elaboração do luto evitando adoecimento da família. A intervenção psicológica
possibilita a aqueles que ficaram:
1-Falar sobre sua perda e sua dor
2-Enfrentar o sentimento de culpa
3-Trabalhar os sentimentos de raiva e revolta
4-Idealização da pessoa que foi
5- Compartilhar o sofrimento
6-Repensar seus valores,
7-Reavaliar seus objetivos de vida
8- Acreditar na superação
9-Prever dias e datas difíceis
10-Desenvolver o lado espiritual
11- Reajustar a vida e ao trabalho
20. SUPERAR NÃO É ESQUECER. SIGNIFICA ACEITAR E CONTINUAR A VIVER
Finalmente, a aceitação é o processo que nos
torna capazes de ver, tocar, falar sobre a morte
e ao mesmo tempo, deixá-la ir para onde tiver
que ir, longe de nossos domínios, de nosso
controle racional.
Deixar ir não significa esquecer, tampouco não
sofrer nunca mais. Deixar ir é fazer as pazes
com o tempo, com novas chances para quem
ficou, com a única certeza de que
absolutamente tudo muda e que é preciso se
transformar junto com a vida e com a morte.
21. REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS
FRANKL, Victor E. Em busca de sentido: um psicólogo no campo de concentração. 21ª edição. Petrópolis:
Editora Vozes, 2005. Disponível em: http://www.manualmerck.net. Acesso em;28 abr.2008.
KUBLER-ROSS, E. Sobre a morte e o morrer. São Paulo: Martins Fontes, 2001
JARAMILLO, I. F. Aprender a viver com a ausência do outro. In: ______. Morrer bem. São Paulo: Planeta do Brasil,
2006, p.191-198.
HENNEZEL, M., LELOUP, J. Y. A arte de morrer. Petrópolis: Editora Vozes, 2009.