Este documento discute os desafios e estratégias para o ensino online durante a pandemia de COVID-19. Apresenta desafios como a dificuldade de adaptação dos alunos e professores, a alteração das expectativas e responsabilidades, e problemas técnicos. Fornece recomendações como manter as atividades simples, definir claramente as expectativas, usar anúncios semanais e desenhar atividades em vez de apenas compartilhar recursos. Defende uma abordagem centrada no aluno com avaliação como estratégia de
Projeto de Extensão - ENGENHARIA DE SOFTWARE - BACHARELADO.pdf
Aveiro presentation
1. Ensino, aprendizagem
e avaliação online -
desafios, práticas e
recomendações
Dr Diogo Casanova
Associate Professor in Online Learning
and Quality
2. • Mestrado e Doutoramento na Universidade de Aveiro
• Experiência no desenho e direção de cursos online
• Coordenador de projetos de e-Learning em duas universidades
inglesas
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3. Numa palavra, como tem sido a sua experiência na transição
do presencial para o online?
4. Conheça-se a si próprio
• Que ambiente de trabalho tem
em casa?
• Qual o seu nível de conforto
com as TC?
• ´Roma e Pavia não se fizeram
num dia´;
• O que funciona em Psicologia
pode não funcionar em
Engenharia Civil.
5. e, como tem sido a experiência dos seus alunos?
6. Conheça os seus
alunos
• Produção
• Comunicação imediata
• Centrado no estudante-personalizável
• Multi-tasking
• Partilha e agência
7. Num cenário de
pandemia
• Trouxe tudo do gabinete?
• Tenho Internet em casa? Tenho computadores suficientes?
• E os meus alunos, têm computadores? Acesso à Internet?
Webcams/Mic/Auscultadores?
• Conseguimos aceder remotamente aos serviços da
Universidade, quais são as limitações e quais as alternativas?
• E se a Internet falha?
8. Introdução – o que
não fazer
Replicamos nos nossos quadros concetuais a
forma como aprendemos (Englund, Olofsson &
Price, 2017);
Copiar e colar;
Olhar para a minha UC como algo isolado;
Criámos uma cultura do PowerPoint
(direcionada e influenciada por ele) (James,
Burke & Hutchins; 2006);
Na aprendizagem online, nem tudo é online!
11. Desafios do ensino online,
sobretudo neste contexto
• O aluno sente-se perdido: o que fazer, quando fazer e qual é a relevância?
• Perde-se a presença espacial, sobretudo quando não há horário específico
(quando não há aulas);
• Dificuldade de adaptação a um novo ambiente de aprendizagem apresentado
no decorrer da UC, num contexto muito particular;
• Alteração de expetativas e das responsabilidades nem sempre comunicadas
aos alunos;
• Alteração de procedimentos institucionais que pode colocar uma pressão extra
no professor
12. Perguntas de partida
Velocidade (autónomo, dirigido ou misto);
Ratio aluno/docente (35 para 1; 36–99 para 1 ou 100-
500 para 1);
Pedagogia (Exposição, Prática,
Exploração/Questionamento ou Colaboração)
Papel do professor (omnipresente, pouco presente ou
ausente)
Papel do aluno (ler, ver ou ouvir; responder a
problemas e questões; simular ou questionar; colaborar
com pares)
Comunicação (Síncrona, Assíncrona ou Mista)
Feedback (Automatizado, Professor, Pares ou
Individual)
Qual o papel da avaliação (Diagnóstica, Formativa,
Sumativa – identificar o que queremos promover -
Assessment of Learning/Assessment for Learning
Hodges, et al. (2020) Educause, 2020
14. Desafios do ensino
online – desenho de
atividades
Converter o presencial para o
online? As minhas aulas, o
conteúdo que tinha preparado,
as saídas de campo,
desenvolvimento de projetos,
aulas laboratoriais, supervisão
pós-graduada.
IMPOSSÍVEL!
15. • Não é possível replicar a experiência do
presencial mas existem alternativas: Khan
Academy; Linkedin Learning; MIT Open
CourseWare; iTunes U; FutureLearn; EDX;
OpenMD Medical Video Directory; YouTube
Learning … ou produzir novos conteúdos.
• Pensar no conceito de atividade em vez de
recursos.
16. Como é que os estudantes
aprendem? O que diz a
literatura?
• Atividades autênticas promovem relevância na aprendizagem (Kim &
Hannafin, 2011);
• A aprendizagem é feita através da interconexão entre
as conceções individuais do aluno, com as do professor e com as
dos pares;
• Interconexão entre conceitos adquiridos/vivenciados anteriormente e
novos conceitos (1+1=3 Threshold concepts) (Meyer & Land 2003);
• Aprendizagem através da aquisição, questionamento, discussão,
prática, colaboração e produção (Laurillard, 2012). Aprendizagem
potenciada pelo ensino online é menos dirigido pelo professor.
17. Jogar pelo seguro
• Ênfase no que é mesmo relevante. Duas ou
três atividades por semana são suficientes;
• Fazer ligações constantes com a avaliação e
com os resultados de aprendizagem;
• Nem todas as atividades são feitas online.
19. Desafios do ensino online – avaliação das
aprendizagens
• Converter a avaliação para online ou procurar uma alternativa?
• Para que serve a avaliação e que limitações existem no
redesenho da avaliação (experiência no RU)?;
• O desafio dos testes (Moodle Tests; LockDown Browser® ou
ProcorU): qualidade da ligação, problemas técnicos;
• Conduta imprópria (plágio, essay mills, ghostwriting, edubirdie ...).
20. Desafios do ensino online – avaliação das
aprendizagens
• Qual o papel do feedback? (Potenciar o entendimento da
classificação final e permitir ao estudante melhorar trabalhos
futuros)
• Estratégias direcionadas ao docente, aos pares ou ao próprio
estudante;
• Como dar feedback: tipologia (comentário, notas, rubricas, som,
vídeo); durante ou no fim do processo; individual ou em grupo.
21. Estratégias para o ensino online – avaliação das
aprendizagens
• Substituição de exames por outros testes online (teste de livro aberto, teste de
perguntas abertas, MCQ, questionário gerado pelo aluno);
• Apresentações de trabalho ou entrevistas (orais) por videoconferência;
• Submissão de ensaios, relatórios, projetos, artefactos;
• Submissão de portfólios, podcasts, vídeos, posters, páginas web (promoção
da criatividade na avaliação).
• Trabalhos de grupo
The Hitch-hiker's Guide to Alternative Assessment (Gordon, 2020 http://www.damiantgordon.com/Guide.pdf)
23. Desafios do ensino online – na gestão da
comunicação
• Monitorizar a assistência;
• Promover a participação do estudante;
• Garantir a comunicação do essencial, aquilo que
anteriormente era feito em modo presencial;
• Discutir a avaliação;
• Garantir que a comunicação chega ao estudante e que não
há ruído.
24. Estratégias para o ensino online – na gestão da
comunicação
• Definir expetativas em relação à participação em atividades e ao
acesso à plataforma;
• Definir estratégias de comunicação: período de atendimento;
duração da resposta; meio de comunicação (fórum, chat, anúncio,
email, FB); forma de comunicar (netiquette) ;
• Definir o papel das aulas em
videoconferência/gravação/PowerPoint narrado;
• Manter a participação do estudante (moderação da UC online
feita por alunos).
26. Desafios
• Avaliação alternativa e papel dado aos exames (PSRBs);
• Monitorizar a participação/assistência;
• Propinas e Visas;
• Tornar o acessório no essencial;
• Tecnologia (qualidade da rede, robustez do software, acesso a
computadores, webcam, etc.);
• Competência digital dos professores.
27. Estratégias
• Utilização de templates para ajudar os professores a incluir
conteúdo (consistência, usabilidade, familiaridade);
• 80% da avaliação já era feita online;
• A Universidade tem as ferramentas necessárias, mas nem todas
eram utilizadas (BB Collaborate; BB Ally; Panopto; app);
• Webinars durante a semana para formar todos os docentes
(n=380); disponibilização de recursos e diretivas para os docentes
no Teaching Hub.
28. Estratégias
• Manter o conceito de ´horário de aula´ (anúncio, videoconferência,
chat, tarefa);
• Enviar um anúncio, por semana, com as atividades de
aprendizagem;
• Enquadrar as atividades e assinalar a relevância para a avaliação
e para a aquisição dos resultados de aprendizagem;
• Criar pastas para cada semana de trabalho com o tópico.
29. Por exemplo, converter um conjunto de aulas
numa semana de aprendizagem
Casanova & Pessoa, 2020
Numa atividade
Resultado de aprendizagem
Materiais de aprendizagem
Narrativa (o quê, como, quando,
aonde, porquê e por quem?)
34. 10 recomendações
1. Keep it simple! Less is more!
2. Ensino remoto não é o mesmo
que Ensino a distância (estamos
todos a aprender);
3. Definir expetativas sobre
comunicação, participação e
avaliação;
4. Criar um fórum de discussão
para permitir questões e gerar
sensação de comunidade.
35. 10 recomendações
5. Enviar um anúncio semanal
com um sumário sobre os tópicos
que serão lecionados;
6. Desenhar atividades/tarefas
(não necessariamente online) em
vez de apenas partilhar recursos;
7. Desenhar uma estratégia de
feedback;
36. 10 recomendações
8. Professor como maestro
(desenha, define, monitoriza,
orienta e avalia);
9. Avaliação como estratégia de
aprendizagem;
10. Recorrer a recursos de
outros (e pedir ajuda aos alunos).
37. Referências bibliográficas
Englund, C., Olofsson, A. D., & Price, L. (2017). Teaching with technology in higher education: understanding
conceptual change and development in practice. Higher Education Research & Development, 36(1), 73-87.
Gordon (2020). The Hitch-hiker's Guide to Alternative Assessment. Gordon, 2020
http://www.damiantgordon.com/Guide.pdf
Hodges, et. al (2020). The Difference Between Emergency Remote Teaching and Online Learning.
https://er.educause.edu/articles/2020/3/the-difference-between-emergency-remote-teaching-and-online-
learning?fbclid=IwAR0Jg7e_qbau7h2mU3VCKnRfecnfp9YLDVfxH12tNTWxRg-tcNoUY8iXLlA
Kim, M. C., & Hannafin, M. J. (2011). Scaffolding problem solving in technology-enhanced learning
environments (TELEs): Bridging research and theory with practice. Computers & Education, 56(2), 403-417.
Laurillard, D. (2013). Teaching as a design science: Building pedagogical patterns for learning and technology.
Routledge.
Meyer, J., & Land, R. (2003). Threshold concepts and troublesome knowledge: Linkages to ways of thinking
and practising within the disciplines. Edinburgh: University of Edinburgh.