Este slide procura seduzir os leitores a uma compreensão menos radical do pensamento hobbesiano. Ele demonstra o quanto o ambiente social pode contribuir para a formulação de ideias de carácter extremo. O mesmo teve a colaboração de João Naiene, Lucrecia Mate e Marisa Macamo.
2. Introdução
• Neste trabalho iremos abordar a temática
da Magnum Opus de Thomas Hobbes, o
“Leviatã”. Como, a partir da teoria política
do filósofo inglês Thomas Hobbes (1588 –
1679), engendra-se a necessidade da
instauração do Estado, isto é, do Leviatã.
Iremos também relacionar as ideias de
Hobbes com a teoria realista das Relações
Internacionais, onde este toma um grande
papel, sendo o principal autor utilizado
para a sua fundamentação.
3. Analise Textual
Vida e obra
• Thomas Hobbes, de nacionalidade inglesa,
nasceu em Westport, Malmesbury, em
1588, e morreu em 1679, em Hardwick,
com 91 anos de idade. Frequentou a partir
dos 15 anos, a Universidade de Oxford.
Tendo publicado escritos em favor de
Carlos I (Stuart), começa a sentir-se
ameaçado pela contestação crescente a
monarquia absoluta, e resolve exilar-se em
Paris, onde permanece durante onze anos
(1640-1651).
4. É precisamente em Paris, com mais de 50
anos de idade, que Hobbes redige uma
vasta bibliografia cientifica, histórica e
filosófica, da qual se destacam, o “De
Cive” ( Do Cidadão, 1642) e a sua obra
prima, “O Leviatã”(1651). Convém
mencionar que a notícia da decapitação
de Carlos I (1649) reforçou o horror que
Hobbes nutria em relação a desordem, a
anarquia, a guerra civil, e também a sua
firme determinação de construir uma
teoria política capaz de dar uma base
racional a um Estado forte.
5. Vocabulário
Estado de natureza - é qualquer situação em que
não há um governo que estabeleça a ordem.
(Fonte:www.portaleducacao.com.br › Direito ›
Artigos › Sociedade).
Direito natural - é o direito de cada um usar o seu
poder para se auto preservar e satisfazer os seus
desejos.(Fonte:http://www.scielo.br).
Leviatã –denominação bíblica de vários monstros
marinhos. No Antigo Testamento, a imagem do
'Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de
Job. Foi considerado pela Igreja Católica durante a
Idade Média, como o demónio representante do
quinto pecado capital, a Inveja, também sendo
tratado com um dos sete príncipes
infernais.(www.dicio.com.br/leviata).
6. Doutrinas
• Hobbes criou uma doutrina
contratualista do positivismo jurídico,
baseando-a em algo com o que todos
os indivíduos concordam:
o que eles buscam (a felicidade) pode
ser um tema polémico, mas o que eles
temem (a morte violenta nas mãos de
outrem) pode ser objecto de um amplo
consenso.
7. Esquematização do Texto
O livro vem estruturado em quatro
partes com os seus respectivos
capítulos:
• Primeira parte, do Cap. I ao Cap. XVI -
Hobbes fala da importância do estudo
do homem;
• Segunda parte, Do Cap. XVII ao Cap.
XXXI - Hobbes começa tratando sobre
"as causas, geração e definição de um
Estado”;
8. • Terceira parte, do Cap. XXXII ao Cap.
XLIII - nesta parte Hobbes aborda
questões de fé e doutrina e;
• Quarta parte, do Cap. XLIV ao Cap.
XLVII - a relação entre as religiões e o
Estado bem como a sua influência
ganham grande ênfase nos textos que
compõem esta parte.
9. Analise Temática
É importante notar que, o contrato social e, por
conseguinte, o Estado Civil, é necessário e
desejável porque o homem, em algum
momento e por alguma razão, não pode mais
viver somente segundo suas paixões(desejos
individualistas), conforme seria no estado de
natureza.
O problema do homem no estado de natureza
esta em não permitir o homem desenvolver-se.
A falta de uma comunidade, associação,
orientação, regras, leis e outras convenções
impedem o homem de viver mais plenamente
sua condição de animal racional.
O desejo de sair daquela miséria condição de
guerra…é a “consequência necessária”, isto é,
o Contracto Social.
10. Assim, o Estado hobbesiano é aquele
erigido a partir do conchavo dos cidadãos
que o faz existente, que o compõe a fim de
estabelecer o ordenamento mais racional
para o grupo dos pactuantes, isto é, a
sociedade. Vale também lembrar que o
Estado está isento de qualquer
condicionamento ético e moral. O Estado
é titular de todos os poderes e age tendo
em vista a garantia da paz e dos direitos
básicos dos cidadãos, sem levar em
consideração qualquer base ética e moral.
Hobbes observa que o contrato social é a
solução para a superação tanto da
violência como da insegurança colectiva
existentes no Estado de Natureza e,
assim, o Estado é a solução à
sobrevivência do homem em Sociedade.
11. Esquematização das ideias do texto
Hobbes começa tratando, na segunda parte
do Leviatã, sobre "as causas, geração e
definição de um Estado", resumindo o que
havia explicitado na primeira parte de sua
obra. Afirma que os fatos de os homens
sentirem a necessidade de sair daquelas
condições precárias em que viviam em
consequência do estado da natureza, fugindo
da guerra em busca da paz (primeira lei
natural) é o que daria origem ao Estado.
A necessidade da compreensão do homem
por quem detém o poder é de vital
importância, posto que somente desta forma
poderão ser manejadas acções com o intuito
da consecução do fim para o qual o Estado
foi criado, que, como adiante se verá, é a
garantia de paz e segurança aos indivíduos.
12. Analise Interpretativa
Interpretação
Em o “Leviatã” Hobbes, apresenta o ser
humano totalmente submerso e
comandado pelas paixões, quando este
está no estado natural.
Nessas condições de igualdade, os
homens vivem numa constante
discórdia. Conflitos, intrigas e guerras
são causadas pela ambição do lucro e
pelos desejos de segurança, glória e
poder.
13. Disso decorre que os homens, em tal
estado, vivem numa condição de
guerra de todos contra todos, não luta
real, não luta de fato, mas em potêncial.
Em tais condições, não há no entanto,
nem paz nem segurança. Sendo assim,
o homem apercebesse do pavor e do
medo e deseja sair dessa condição,
submetendo-se, para isso, a um poder
soberano que limita suas liberdades e
dá regras do que pode ou não fazer. Tal
poder é o Estado, que em suas
melhores condições é governado por
um só homem.
14. Pressupostos filosóficos
Para a teoria política de Hobbes questões
de carácter objectivo em relação aos
pressupostos filosóficos não fazem
sentido, pois para o autor a sua teoria
contratualista prescinde a história na
medida em que ela expressa a realidade
não específica mas geral da humanidade.
Hobbes levanta uma hipótese lógica
futurista. Hobbes faz uso também da
bíblia, onde a passagem que deve ter
inspirado Hobbes é a do Job, onde o
“Leviatã” é identificado como um
crocodilo em termos tais que consentem
uma certa equiparação ao Estado
preconizado pelo filósofo.
15. Associação de ideias
A teoria do estado de natureza,
desenvolvida por Thomas Hobbes, no
século XVII, tem estado presente nas
teorias das Relações Internacionais, em
específico, na teoria realista.
Inspirada principalmente em Hobbes, com
seu estado de natureza de “guerra de
todos contra todos” esta defende, que o
sistema internacional é anárquico uma vez
que, é impossível estabelecer um poder
soberano que esteja acima de todos
Estados.
16. Argumentação crítica positiva
Hobbes em sua obra da os primeiros
passos para uma teoria liberal
defendendo:
“…o direito de natureza, a que os
autores geralmente chamam jus
naturale, é a liberdade que cada homem
possui de usar seu próprio poder, da
maneira que quiser, para a preservação
de sua própria natureza, ou seja, de sua
vida...”.
17. Argumentação crítica negativa
Apesar da teoria hobbesiana dar os primeiros
passos para uma perspectiva liberal de uma
sociedade, o contexto histórico da Inglaterra
do século XVII levou este filósofo a
desenvolver uma postura conservadora que,
colocou-o a favor da monarquia absoluta
desconfiando veementemente dos ideais
liberais que se destacavam e ganhavam cada
vez mais espaço na conjuntura social da
época. Hobbes diz que “…os pactos sem a
espada não passam de palavras, sem força
para dar qualquer segurança a ninguém…”.
Para Hobbes o soberano deve ser forte
exercendo o poder como património pessoal
e da família.
18. Problematização
Tendo em conta os pressupostos
filosóficos (descritos no curso da sua
obra) e o contexto histórico em que
Hobbes se encontrava, podemos afirmar
que a efectivação da sua teoria é viável?
Sim, podemos pois esta traz uma
solução para a Inglaterra que se
encontrava num momento critico com
factos como a decapitação de Carlos I
(1649) o que reforça o sentimento de
horror que Hobbes nutria em relação a
desordem, a anarquia, a guerra civil e a
sua firme determinação por meio da
abstracção de instituir um “Leviatã” capaz
de garantir paz e segurança aos cidadãos.
19. Será que a posição tomada por Hobbes
na sua obra, em relação aos princípios
bíblicos, pode ser considerada anti-
bíblica?
Não. Não podemos considerar anti-
bíblica pois, Hobbes traz uma vertente
diferente do “Leviatã” enunciado pelas
escrituras bíblicas. O “Leviatã” de
Hobbes não é um monstro que tem
como objectivo último o mal, pois este
surgiu com propósito de trazer a paz e
a segurança dos cidadãos que se
encontram no Estado Natural.
20. Síntese
Em síntese, podemos dizer que para Hobbes há
um objectivo a atingir, um instrumento a
organizar para o efeito e uma explicação teórica
a dar para justificar um e outro; o objectivo é
garantir a paz e a segurança dos cidadãos; o
instrumento é o Estado, entendido como a
máxima concentração de autoridade capaz de
proporcionar a máxima segurança. E também
mostrasse relevante no campo das Relações
Internacionais onde os realistas interpretam o
Sistema Internacional como anárquico. Este
filósofo vem com uma visão nova e realista do
homem e de suas consequentes acções dando
contribuições relevantes para o
desenvolvimento teórico das ideias políticas.
Ele é hoje em dia, um dos filósofos mais
publicados e comentados em todo o mundo.
21. Bibliografia
Hobbes, Thomas. Leviatã ou Matéria, Forma e Poder
de um Estado Eclesiástico e Civil. Tradução de João
Paulo Monteiro e Maria Beatriz Nizza da Silva. (1979).
2ª edição. São Paulo: Abril Cultural.
LOPES, Jecson Girão. (2012. p. 170-187). Thomas
Hobbes: A Necessidade da Criação do Estado.
Ceará – Brasil.
ALMEIDA, Monique Kaanade de Sousa. (20--. p. 78-
91). O Perfil do Soberano em Thomas Hobbes.
AMARAL. Diogo Freitas do. (1998). História das
Ideias Políticas. Livraria Almedina Coimbra.
LACERDA, Gustavo Biscaia de. (2006). Algumas
Teorias das Relações Internacionais: Realismo,
Idealismo e Grocianismo.
TELES, Idete. (2012). O Contrato Social de Thomas
Hobbes: Alcances e Limites.
22. “Covenants, without the sword, are but words and of
no strength to secure a man at all.” Thomas Hobbes,
Leviathan