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A digitalização dos meios de
comunicação de massa implica
efeitos mais profundos do que a
simples mudança de suporte
tecnológico ou mesmo uma melhora
sensível na qualidade plástica do
conteúdo.
São muitos os estudos que apontam
os impactos da digitalização em
diferentes etapas da elaboração de
um conteúdo, da produção à
recepção.

A evolução tecnológica afeta a
forma como nos comunicamos, pois
cada inovação ou descoberta
elimina um obstáculo à realização
plena da comunicação, atividade
fundamental do ser humano.
Na lógica mecânica da tecnologia de informação
analógica, a eficiência estava baseada na
centralização da produção e transmissão dos
conteúdos.
No ambiente digital, a lógica da eficiência está na
descentralização, na possibilidade de cada
indivíduo conectar-se com indivíduos com os
mesmos interesses e objetivos, independentemente
da territorialidade e da temporalidade.
O ambiente digital de comunicação é marcado
pela convergência de meios e de conteúdos
concebidos em ambientes autônomos e
divergentes e que, por força de uma mudança
de suporte tecnológico, agora compartilham o
mesmo espaço.
A forma de consumo dos conteúdos é uma livre
escolha do receptor: qual o aparelho, qual o
horário, qual a situação e até mesmo qual o uso
que o receptor fará destes conteúdos são
opções dele
Existe, ainda, mais uma escolha que
está nas mãos do receptor: qual será o
seu fornecedor de conteúdo. E
esta, talvez, seja a que mais pode
atingir o atual modelo de negócios do
principal meio de comunicação de
massa da atualidade, a televisão.
A transmissão de conteúdo em vídeo
não é mais uma exclusividade das
emissoras de TV. Um monopólio, que no
Brasil já persiste por 57 anos, está
ameaçado. Não se trata de um
monopólio de uma só emissora, mas das
emissoras de televisão.
O ambiente digital de
comunicação
A maneira como nos comunicamos depende
diretamente dos meios que utilizamos para nos
comunicar.
As restrições ao uso de símbolos e linguagens
impostas por uma mídia afetam a forma e o
conteúdo da mensagem.
A expressão tem sido usada indiscriminadamente
há quase 50 anos, mas recuperou o significado
justamente com o avanço das mídias digitais.
A digitalização derrubou as barreiras
físicas, literalmente, entre meios e conteúdos
acelerando os impactos de uns sobre os outros:
meios sobre os meios, meios sobre os
conteúdos, conteúdos sobre
conteúdos, conteúdos sobre os meios.
A tecnologia digital mudou a
forma como o homem se
relaciona com os meios de
comunicação e como estes
meios se relacionam entre
eles e as mensagens.

O receptor recupera a
capacidade de interpretar e
viver o contexto da
mensagem sem as limitações
de tempo e espaço das
técnicas
A concorrência no ambiente
digital de comunicação
No ambiente digital de comunicação, a oferta
de conteúdos.
Os papéis de receptor e emissor se fundem e a
mensagem é apropriada e reelaborada por
um e outro.

O consumidor de conteúdos no ambiente
digital tem um perfil diferente do receptor de
conteúdos criado e educado no ambiente
analógico.
O emprego do termo receptor parece
inadequado para tratar do usuário do
ambiente digital, um indivíduo que procura o
que precisa e não espera pela oferta, ou pela
seleção de conteúdos feita por profissionais.
A mudança mais significativa
introduzida pela economia digital
no relacionamento entre produtor e
consumidor pode ser definida como
a distribuição do poder de
filtragem, antes concentrado em
poucas mãos.
Qualquer produto, antes de ser
ofertado ao público, passava por
um rigoroso processo de seleção ao
qual apenas um grupo restrito tinha
acesso, por diferentes razões.

Os filtros são aplicáveis a qualquer
situação em que a eliminação da
dispersão é um desafio.
A televisão e o sistema broadcast
de transmissão de conteúdo
A televisão foi concebida sob o modelo
broadcast. Apesar de o rádio como meio
de comunicação interpessoal, a televisão
já nasceu como meio de comunicação
de massa.
O primeiro país a implantar um sistema de
televisão foi a Inglaterra e, depois, Estados
Unidos e França. Nos três casos, o modelo
seguido foi o do rádio, já então um meio
popular e que transmitia o conteúdo no
sistema broadcast.
A televisão praticamente copiou o
sistema de transmissão e os modelos de
negócios que o rádio já adotava em seus
territórios: a Inglaterra implantou o modelo
público de financiamento; os Estados
Unidos, o comercial; e a França, o estatal.
A TV pública é mantida pelos espectadores
ou por entidades representativas da
sociedade sem fins lucrativos.
A TV comercial mantém-se com a venda de
espaços publicitários.
A TV estatal depende de verbas do estado.
Em qualquer modelo de negócio, a razão de
ser da televisão é o fornecimento de vídeo
em larga escala e para um grande público.
No Brasil, a TV foi implantada em 1950 sem
discussão alguma quanto ao modelo de
negócio a ser adotado.
Hoje, mais de 90% dos domicílios brasileiros
possuem pelo menos um aparelho de
televisão.
O sucesso da televisão está baseado no
monopólio da distribuição de vídeo em
grande escala.
O primeiro impacto no modelo de negócio
da televisão ocorreu na década de 1990.
A chegada da TV por assinatura no Brasil
aumentou a oferta de conteúdo em vídeo
para uma parcela pequena da população
que poderia pagar por isso.
A TV paga atraiu a camada da população
brasileira com maior poder
aquisitivo, justamente o público alvo dos
anunciantes.
Antes de a TV paga chegar ao Brasil, o
grande público era disputado por apenas
quatro grandes redes nacionais.
A produção de conteúdo era pensada a
partir de um modelo de público alvo bem
abrangente, que incluía as classes A, B, C e
D.
Com a TV por assinatura, o público que podia
pagar para ter outra alternativa de
programação mais de acordo com o seu
gosto abandonou a TV aberta e levou
consigo boa parte dos anunciantes que, por
sua vez, não precisavam mais comprar
espaços com grande audiência para atingir
um público restrito.
O aumento da oferta de conteúdo em vídeo
por assinatura, mesmo tendo como suporte
tecnológico um sistema de televisão
analógico, foi suficiente para provocar uma
queda significativa de audiência na TV
aberta.
Na internet, a oferta de vídeos, seja para
download ou streaming, é inúmeras vezes
maior do que a dos produzidos para a
televisão ou cinema. O ambiente digital já
tornou impossível manter o monopólio de
distribuição de vídeo, como será mostrado na
próxima seção.
TV Digital ou televisão com
tecnologia digital?
As possibilidades que a nova tecnologia
pode oferecer para renovar a televisão
e tornar esta mídia mais compatível com
o ambiente de convergência digital em
que estará inserida merecem estudos
mais profundos.

Os sistemas de TV Digital já implantados
e o sistema brasileiro em implantação
oferecem possibilidades de
interatividade e controle da
programação, mas os recursos são
limitados se comparados com o que está
em oferta na internet.
O internauta brasileiro é o que navega mais
tempo em casa.
No Reino Unido, segundo país a implantar um
sistema de TV Digital, os vídeos assistidos em
tempo real ou capturados na internet já
roubam a audiência da televisão.
Uma pesquisa do ICM Research constatou
que 43% dos britânicos que assistem vídeos na
internet ou no celular pelo menos uma vez
por semana passam menos tempo em frente
ao aparelho de TV.

De fevereiro de 2006 a maio de 2007, as
maiores redes norteamericanas, ABC, CBS, NBC e Fox, perderam
2,5 milhões de telespectadores para a
internet e serviços de vídeo sob demanda.
Com a tecnologia digital, o espectador
pode escolher o programa que mais lhe
agrada para ocupar o seu tempo livre.
O espectador não espera mais:
o fim do monopólio
Os modelos de negócio onde a TV Digital já foi
implantada permitem que o telespectador escolha
quando, como e onde assistirá seus programas, mas as
emissoras mantém o controle sobre o conteúdo.
No ambiente digital, é impossível manter este
controle, pois o usuário da internet não é um
telespectador passivo. Ele se enquadra melhor ao perfil
do tele participador.
O modelo de negócio baseado no monopólio de
oferta de vídeo e na transmissão broadcast não é
compatível com este novo ambiente.
Não é possível restringir o debate sobre a implantação
do sistema de TV Digital no Brasil a questões
tecnológicas, legais e de produção de conteúdo.
Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Discente (s):

Denise Alves
Emanuelle Ribeiro
Keyla Regina
Letícia Almeida
Wellída Karla

Comunicação em TV

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Slide comunicação em tv

  • 1.
  • 2. A digitalização dos meios de comunicação de massa implica efeitos mais profundos do que a simples mudança de suporte tecnológico ou mesmo uma melhora sensível na qualidade plástica do conteúdo. São muitos os estudos que apontam os impactos da digitalização em diferentes etapas da elaboração de um conteúdo, da produção à recepção. A evolução tecnológica afeta a forma como nos comunicamos, pois cada inovação ou descoberta elimina um obstáculo à realização plena da comunicação, atividade fundamental do ser humano.
  • 3. Na lógica mecânica da tecnologia de informação analógica, a eficiência estava baseada na centralização da produção e transmissão dos conteúdos. No ambiente digital, a lógica da eficiência está na descentralização, na possibilidade de cada indivíduo conectar-se com indivíduos com os mesmos interesses e objetivos, independentemente da territorialidade e da temporalidade. O ambiente digital de comunicação é marcado pela convergência de meios e de conteúdos concebidos em ambientes autônomos e divergentes e que, por força de uma mudança de suporte tecnológico, agora compartilham o mesmo espaço. A forma de consumo dos conteúdos é uma livre escolha do receptor: qual o aparelho, qual o horário, qual a situação e até mesmo qual o uso que o receptor fará destes conteúdos são opções dele
  • 4. Existe, ainda, mais uma escolha que está nas mãos do receptor: qual será o seu fornecedor de conteúdo. E esta, talvez, seja a que mais pode atingir o atual modelo de negócios do principal meio de comunicação de massa da atualidade, a televisão. A transmissão de conteúdo em vídeo não é mais uma exclusividade das emissoras de TV. Um monopólio, que no Brasil já persiste por 57 anos, está ameaçado. Não se trata de um monopólio de uma só emissora, mas das emissoras de televisão.
  • 5. O ambiente digital de comunicação A maneira como nos comunicamos depende diretamente dos meios que utilizamos para nos comunicar. As restrições ao uso de símbolos e linguagens impostas por uma mídia afetam a forma e o conteúdo da mensagem. A expressão tem sido usada indiscriminadamente há quase 50 anos, mas recuperou o significado justamente com o avanço das mídias digitais. A digitalização derrubou as barreiras físicas, literalmente, entre meios e conteúdos acelerando os impactos de uns sobre os outros: meios sobre os meios, meios sobre os conteúdos, conteúdos sobre conteúdos, conteúdos sobre os meios.
  • 6. A tecnologia digital mudou a forma como o homem se relaciona com os meios de comunicação e como estes meios se relacionam entre eles e as mensagens. O receptor recupera a capacidade de interpretar e viver o contexto da mensagem sem as limitações de tempo e espaço das técnicas
  • 7. A concorrência no ambiente digital de comunicação No ambiente digital de comunicação, a oferta de conteúdos. Os papéis de receptor e emissor se fundem e a mensagem é apropriada e reelaborada por um e outro. O consumidor de conteúdos no ambiente digital tem um perfil diferente do receptor de conteúdos criado e educado no ambiente analógico. O emprego do termo receptor parece inadequado para tratar do usuário do ambiente digital, um indivíduo que procura o que precisa e não espera pela oferta, ou pela seleção de conteúdos feita por profissionais.
  • 8. A mudança mais significativa introduzida pela economia digital no relacionamento entre produtor e consumidor pode ser definida como a distribuição do poder de filtragem, antes concentrado em poucas mãos. Qualquer produto, antes de ser ofertado ao público, passava por um rigoroso processo de seleção ao qual apenas um grupo restrito tinha acesso, por diferentes razões. Os filtros são aplicáveis a qualquer situação em que a eliminação da dispersão é um desafio.
  • 9. A televisão e o sistema broadcast de transmissão de conteúdo A televisão foi concebida sob o modelo broadcast. Apesar de o rádio como meio de comunicação interpessoal, a televisão já nasceu como meio de comunicação de massa. O primeiro país a implantar um sistema de televisão foi a Inglaterra e, depois, Estados Unidos e França. Nos três casos, o modelo seguido foi o do rádio, já então um meio popular e que transmitia o conteúdo no sistema broadcast. A televisão praticamente copiou o sistema de transmissão e os modelos de negócios que o rádio já adotava em seus territórios: a Inglaterra implantou o modelo público de financiamento; os Estados Unidos, o comercial; e a França, o estatal.
  • 10. A TV pública é mantida pelos espectadores ou por entidades representativas da sociedade sem fins lucrativos. A TV comercial mantém-se com a venda de espaços publicitários. A TV estatal depende de verbas do estado. Em qualquer modelo de negócio, a razão de ser da televisão é o fornecimento de vídeo em larga escala e para um grande público. No Brasil, a TV foi implantada em 1950 sem discussão alguma quanto ao modelo de negócio a ser adotado. Hoje, mais de 90% dos domicílios brasileiros possuem pelo menos um aparelho de televisão.
  • 11. O sucesso da televisão está baseado no monopólio da distribuição de vídeo em grande escala. O primeiro impacto no modelo de negócio da televisão ocorreu na década de 1990. A chegada da TV por assinatura no Brasil aumentou a oferta de conteúdo em vídeo para uma parcela pequena da população que poderia pagar por isso. A TV paga atraiu a camada da população brasileira com maior poder aquisitivo, justamente o público alvo dos anunciantes. Antes de a TV paga chegar ao Brasil, o grande público era disputado por apenas quatro grandes redes nacionais. A produção de conteúdo era pensada a partir de um modelo de público alvo bem abrangente, que incluía as classes A, B, C e D.
  • 12. Com a TV por assinatura, o público que podia pagar para ter outra alternativa de programação mais de acordo com o seu gosto abandonou a TV aberta e levou consigo boa parte dos anunciantes que, por sua vez, não precisavam mais comprar espaços com grande audiência para atingir um público restrito. O aumento da oferta de conteúdo em vídeo por assinatura, mesmo tendo como suporte tecnológico um sistema de televisão analógico, foi suficiente para provocar uma queda significativa de audiência na TV aberta. Na internet, a oferta de vídeos, seja para download ou streaming, é inúmeras vezes maior do que a dos produzidos para a televisão ou cinema. O ambiente digital já tornou impossível manter o monopólio de distribuição de vídeo, como será mostrado na próxima seção.
  • 13. TV Digital ou televisão com tecnologia digital? As possibilidades que a nova tecnologia pode oferecer para renovar a televisão e tornar esta mídia mais compatível com o ambiente de convergência digital em que estará inserida merecem estudos mais profundos. Os sistemas de TV Digital já implantados e o sistema brasileiro em implantação oferecem possibilidades de interatividade e controle da programação, mas os recursos são limitados se comparados com o que está em oferta na internet. O internauta brasileiro é o que navega mais tempo em casa.
  • 14. No Reino Unido, segundo país a implantar um sistema de TV Digital, os vídeos assistidos em tempo real ou capturados na internet já roubam a audiência da televisão. Uma pesquisa do ICM Research constatou que 43% dos britânicos que assistem vídeos na internet ou no celular pelo menos uma vez por semana passam menos tempo em frente ao aparelho de TV. De fevereiro de 2006 a maio de 2007, as maiores redes norteamericanas, ABC, CBS, NBC e Fox, perderam 2,5 milhões de telespectadores para a internet e serviços de vídeo sob demanda. Com a tecnologia digital, o espectador pode escolher o programa que mais lhe agrada para ocupar o seu tempo livre.
  • 15. O espectador não espera mais: o fim do monopólio Os modelos de negócio onde a TV Digital já foi implantada permitem que o telespectador escolha quando, como e onde assistirá seus programas, mas as emissoras mantém o controle sobre o conteúdo. No ambiente digital, é impossível manter este controle, pois o usuário da internet não é um telespectador passivo. Ele se enquadra melhor ao perfil do tele participador. O modelo de negócio baseado no monopólio de oferta de vídeo e na transmissão broadcast não é compatível com este novo ambiente. Não é possível restringir o debate sobre a implantação do sistema de TV Digital no Brasil a questões tecnológicas, legais e de produção de conteúdo.
  • 16. Pontifícia Universidade Católica de Goiás Discente (s): Denise Alves Emanuelle Ribeiro Keyla Regina Letícia Almeida Wellída Karla Comunicação em TV