Os métodos de datação científica funcionam medindo fatores que mudam com o tempo, como a taxa de pingos de água. No entanto, os cientistas precisam fazer suposições sobre o passado para calcular idades. Se os resultados não concordarem, eles mudarão suas suposições para que concordem com outras evidências.
2. Como funcionam os métodos de datação
Certa vez, em uma aula, usei uma proveta
graduada para ilustrar aos meus alunos
como funcionam os métodos de datação
científica. Meu esquema mostrava uma
torneira que pingava diretamente na
proveta. Estava bem marcada, por isso meu
público podia ver que a proveta tinha
exatamente 300 ml de água. O diagrama
também mostrava que a água pingava a uma
taxa de 50 ml por hora. Perguntei:
3. Como funcionam os métodos de datação
– Há quanto tempo a água está pingando na proveta?
– Seis horas – responderam imediatamente alguns
deles.
– Muito bom. Como vocês descobriram?
– Dividindo a quantidade de água na proveta (300 ml)
pela taxa (50 ml/h).
– Excelente! – disse eu. Vocês veem como é fácil calcular
cientificamente a idade de alguma coisa? Todos os
métodos de datação que os cientistas usam funcionam
exatamente do mesmo modo. Consistem em medir
algum fator que está mudando com o passar do tempo.
4. Como funcionam os métodos de datação
Os alunos começaram a relaxar quando entenderam que
a datação científica não é tão difícil. Então eu os
surpreendi:
– O problema é que seis horas é a resposta errada.
Eles me olharam perplexos
e desconfiados.
– Eu montei esse experimento e posso lhes dizer que a
água está pingando há apenas uma hora. Vocês
podem me dizer o que aconteceu?
5. Como funcionam os métodos de datação
Depois de se recuperarem do choque, alguém perguntou:
– A torneira estava gotejando mais rápido antes?
– Pode ser – respondi.
– A proveta estava quase cheia quando você começou o
experimento?
– Talvez. Mas vocês percebem o que estão fazendo? –
perguntei – A fim de calcular uma idade vocês fizeram
suposições sobre o passado. Vocês assumiram que a
taxa sempre foi 50 ml/h e que a proveta estava vazia
quando o experimento começou. Baseados nessas
suposições vocês calcularam o tempo de 6 horas.
6. Como funcionam os métodos de datação
(Balançaram as cabeças afirmativamente.)
– Vocês ficaram perfeitamente satisfeitos com
aquela resposta. Ninguém a desafiou.
(E eles concordaram.)
– Então, quando eu lhes contei a resposta certa,
perceberam o que fizeram? Vocês rapidamente
mudaram suas suposições sobre o passado a fim de
que concordassem com a idade que eu disse a vocês.
7. Como funcionam os métodos de datação
Cada cientista deve primeiro fazer suposições sobre o
passado antes que possa calcular uma idade. Se o
resultado parece concordar com as suposições, ele o
aceita alegremente. Mas se não concordar com outra
informação, ele mudará suas suposições para que
sua resposta seja coerente.
Não importa se a idade calculada é muito velha ou
muito jovem. Sempre há muitas suposições que um
cientista pode fazer para obter uma resposta
consistente.
8. Como funcionam os métodos de datação
Subitamente, luzes se acenderam sobre a cabeça de
meus ouvintes. Meu público viu, em poucas palavras,
como funcionam os métodos de datação1. A datação
científica não é uma forma de medir, mas uma forma
de pensar.
9. Como os métodos funcionam na prática
Replica of skull KNM-ER
1470
Uma camada de cinzas
vulcânicas na África
Oriental, chamada de
tufo KBS, ficou famosa
por causa dos fósseis
humanos encontrados
nas suas proximidades1.
10. Como os métodos funcionam na prática
Usando o método potássio-argônio (K-Ar), Fitch e
Miller foram os primeiros a medir a idade do tufo.
Mas seu resultado, de 212–230 milhões de anos, não
concordou com a idade dos fósseis (elefante, porco,
símios e ferramentas), por isso rejeitaram a data.
Disseram que a amostra fora contaminada com
argônio em excesso2.
Usando novas amostras de feldspato e pedra-pomes
eles dataram “com segurança” o tufo em 2,61
milhões de anos – o que resolveu maravilhosamente
bem o problema.
11. Como os métodos funcionam na prática
Mais tarde, essa data foi confirmada por outros dois
métodos [paleomagnetismo e traços de fissão (fission-
track)], e foi amplamente aceito.
Então Richard Leakey encontrou um crânio (chamado
KNM-ER 1470) abaixo do tufo KBS, um crânio que
pareceu muitíssimo moderno para ter 3 milhões de anos
de idade.
Assim, Curtis e outros re-dataram o tufo KBS usando
amostras selecionadas de pedras-pomes e feldspato, e
obtiveram uma idade de 1,82 milhões de anos. Essa nova
data estava de acordo com a aparência do novo crânio3.
Testes de outros cientistas que usaram paleomagnetismo
e fission-tracksconfirmaram a idade menor.
12. Como os métodos funcionam na prática
Então, nos anos 80, apareceu uma nova data, em
notável acordo com o tufo KBS, e esta se tornou a
mais amplamente aceita.
Tudo isso ilustra que, contrariamente ao senso
comum, os métodos de datação não são o meio
principal de se determinar as idades. Os métodos de
datação não levam a, eles seguem. Seus resultados
são sempre “interpretados” para concordar com
outros fatores, tais como a interpretação
evolucionista da geologia e fósseis.
13. Referências e notas
Para mais informações veja Lubenow, M.L., The pigs
took it all, Creation 17(3):36–38, 1995;
<creation.com/pigstook>.
Fitch, F.J. e Miller, J.A., Radioisotopic age
determiniations of Lake Rudolf artifact
site, Nature 226(5242):226–228, 1970.
Curtis, G.H., et al., Age of KBS Tuff in Koobi Fora
Formation, East Rudolf, Kenya, Nature 258:395–
398, 4 Dezembro 1975.
14. Referências
Para mais informações, veja: Sarfati, J., Diamonds: a
creationist´s Best friend, Creation 28(4):26–27,
2006 e Walker, T., The way it really is: little-known
facts about radiometric dating, Creation 24(4):20–
23, 2002. Regresar al texto