2. ESTRUTURAS INDEVIDAS NA REDAÇÃO
Formas reduzidas ou contraídas: pra (para); tô
(estou); tá (está); né (não é); peraí (espere aí);
cê (você); taí (está aí).
Palavras de articulação entre ideias
(repetidas em excesso) que substituem
conjunções mais exatas: então, daí; aí; e; que.
Sinais utilizados na fala para orientar a
atenção do ouvinte: bem, bom, veja bem,
certo? viu? entendeu? de acordo? não sabe?
Sabe?
3. Verbos de sentido muito geral (dar,
ficar, dizer, ter, fazer, achar, ser, colocar)
no lugar de verbos de sentido mais exato.
Gírias e coloquialismos: papo, enche,
velho, tipo assim, pega leve, beleza, se
toca, rolando um papo, sem essa.
Inconsistência no uso de pronomes: a
gente, nós.
4. MECANISMOS LINGUÍSTICOS DE ARTICULAÇÃO
ENTRE AS
IDEIAS (COESÃO)
Recursos coesivos (elos coesivos)
- A manutenção do tema
- A ordem das palavras no período
- As marcas de gênero e de número
- As preposições
- Os pronomes pessoais
- Os tempos verbais
- Os conectivos
5. ESTRATÉGIAS DE COESÃO
Coesão referencial: se constrói pela menção de
elementos que já apareceram, ou vão aparecer, no
próprio texto.
Para a efetivação dessas remissões, são
empregados: pronomes pessoais, possessivos,
demonstrativos ou expressões adverbiais que indicam
localização (a seguir, acima, abaixo, anteriormente, aqui,
onde etc.).
Ex: A explosão da informação é uma das causas do
estresse do homem moderno. Ela pode provocar
diversas formas de ansiedade.
6. Coesão lexical – é a manutenção da unidade
temática do texto.
Pode-se estabelecer uma corrente de
significados através do uso de sinônimos, ou,
ainda, pelo emprego de expressões
equivalentes para substituir termos já usados,
Ex: O Doutor Carlos concedeu entrevista no
intervalo do congresso. O cientista
entrevistado reconhece que, a partir do
emprego dos conhecimentos científicos, é
possível racionalizar os sistemas de produção.
Agora esse estudioso quer contribuir para a
democratização do saber.
7. Coesão por elipse – é a omissão de
elementos facilmente identificáveis ou que já
tenham sido citados anteriormente.
Algumas vezes, essa omissão é marcada por
uma vírgula. Pronomes, verbos, nomes e
frases inteiras podem estar implícitos.
Exemplo de omissão de sujeito da oração:
A metodologia científica é um conjunto de
atividades sistematizadas, racionais, que, com
segurança e economia, permite que os
objetivos sejam atingidos. Implica a
concepção das ideias quanto à delimitação do
problema dentro do assunto.
8. Coesão por substituição - substantivos,
verbos, períodos ou largas parcelas de
texto são substituídos por conectivos ou
expressões que resumem e retomam o
que já foi dito, assegurando a sua
sequenciação.
Exemplo: diante do que foi exposto; a
partir dessas considerações; diante
desse quadro; em vista disso; tudo o que
foi dito etc.
9. REFERÊNCIA PARA A REDAÇÃO DO
ENEM: COMPETÊNCIAS
Competência I – demonstrar domínio da
modalidade escrita formal da língua
portuguesa;
Competência II – compreender a proposta de
redação e aplicar conceitos das várias áreas
do conhecimento para desenvolver o tema,
dentro dos limites estruturais do texto
dissertativo-argumentativo;
Competência III – selecionar, organizar e
interpretar informações, fatos, opiniões e
argumentos em defesa de um ponto de vista;
10. Competência IV – demonstrar
conhecimento dos mecanismos linguísticos
necessários para a construção da
argumentação;
Competência V – elaborar proposta de
intervenção para o problema abordado,
respeitando os direitos humanos.
11. EXEMPLO DA COMPETÊNCIA V
(...) Diante do exposto, a sociedade civil, os
políticos e os cidadãos comuns têm que unir
esforços para que o processo imigratório brasileiro
inclua os estrangeiros e não os exclua. Para isso
se concretizar, faz-se necessário que ONG’s
distribuam cartazes e ministrem palestras que
conscientizem a população. Os políticos podem
fazer uma campanha para legalizar os imigrantes
ilegais e os cidadãos podem incluí-los socialmente.
Assim maximizar-se-iam os benefícios e minimizar-
seiam os malefícios dessa imigração no Brasil.
12. SITUAÇÕES QUE LEVAM A NOTA ZERO
Dirigir-se ao avaliador ou escrever em língua
estrangeira, por exemplo (anulada);
Fuga ao tema
Não atendimento ao tipo textual.
Texto com impropérios, desenhos e outras
formas propositais de anulação.
Desrespeito aos direitos humanos.
Parte deliberadamente desconectada com o
tema proposto
13. ESQUEMA ESTRUTURAL I
1º parágrafo (Introdução)
Tese + três argumentos
2º parágrafo
Desenvolvimento do 1º argumento
3º parágrafo
Desenvolvimento do 2º argumento
4º parágrafo
Desenvolvimento do 3º argumento
5º parágrafo (Conclusão)
Retomada da tese + proposta de intervenção
que respeite os diretos humanos
14. ESQUEMA ESTRUTURAL II
1º parágrafo – Introdução
Tese + encaminhamento por causa e
consequência
2º parágrafo
Apresentação de uma possível causa e seu
desenvolvimento
3º parágrafo
Apresentação de uma possível consequência
e seu desenvolvimento
4º parágrafo
Retomada da tese e apresentação das
expectativas + proposta de intervenção
15. REFLEXÕES A PARTIR DO
ENCAMINHAMENTO CAUSA E
CONSEQUÊNCIA
O que causou essa situação/esse
problema?
O que motivou essa atitude?
O que pode acontecer a partir desse
fato?
O que esse acontecimento pode gerar
de bom ou ruim para a sociedade?
16. ESQUEMA ESTRUTURAL III
1º parágrafo (Introdução)
Apresentação do tema através de uma tese
+
Posição genérica
2º parágrafo (Desenvolvimento)
Discussão dos aspectos favoráveis
3º parágrafo (Desenvolvimento)
Discussão dos aspectos contrários
4º parágrafo (Conclusão)
Retomada da tese + proposta de intervenção
que respeite os direitos humanos
17. EXEMPLO
A IMPLANTAÇÃO DA PENA DE MORTE NO BRASIL
Não é de hoje que, no Brasil, vem-se discutindo
acaloradamente sobre a implantação da pena de morte,
sem que se tenha posição firmada, já que se trata de
questão bastante polêmica.
Os que defendem a pena de morte argumentam a partir
do fato de ser o nosso país detentor de um alto índice de
criminalidade de diversas naturezas. Essa legislação viria
intimidar os assassinos perigosos, impedindo-os de
cometer os crimes denominados hediondos. Acrescentam,
ainda, a certeza de, com ela, vermos resolvido o problema
da superlotação dos presídios.
Outros, no entanto, não aceitam a ideia de um ser
humano tirar a vida de um semelhante, por mais tenebroso
que seja o delito cometido. Argumentam
18. que injustiças seriam cometidas nos julgamentos de
cidadãos inocentes, em um país onde o sistema
judiciário é falho. Apóiam-se, além disso, em
princípios religiosos que desdenham a ideia e ainda
citam que em algumas partes do mundo onde a
pena de morte foi implantada crimes bárbaros não
deixam de acontecer.
Diante do exposto, percebemos o quanto é difícil
estabelecer uma posição definitiva sobre o assunto,
mas o que todos nós gostaríamos de ver acontecer
é que o país passasse por uma profunda
reformulação, atingindo o combate às causas de
tantos crimes violentos que fazem parte do nosso
dia-a-dia.