O documento resume os principais pontos do trabalho realizado pelo grupo sobre o romance "Os Maias" de Eça de Queirós. O trabalho aborda a ação da obra, o título e subtítulo, a estrutura narrativa e as categorias da narrativa presentes, como a delimitação da ação, a organização das sequências narrativas e a estrutura da própria ação.
1. Ana Rita Oliveira | Ana Sofia Sousa | Andreia Rodriguez | Daniela Sousa
“Os Maias” de Eça de Queirós
» Título e Subtítulo
» A Ação
Escola Secundária de Santa Maria da Feira
Português – 11º Ano
Abril 2013
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Índice
Introdução;
Arquitetura do Romance;
Título – Intriga (Principal e Secundária);
Subtítulo – Crónica de Costumes;
Recorda – Categorias da Narrativa;
Relevo;
Delimitação;
Estrutura da Ação;
Organização das Sequência Narrativas;
Palavras Cruzadas;
Conclusão;
Bibliografia e Webgrafia.
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Introdução
Com a realização deste trabalho proposto no âmbito da disciplina de
Português, o grupo pretende dar a conhecer aos restantes elementos da
turma, os temas A Ação e o Título e Subtítulo da obra “Os Maias” de Eça
de Queirós.
A obra -prima de Eça de Queirós, publicada em 1888, e uma das
mais importantes de toda a literatura narrativa portuguesa. É um romance
realista (e naturalista) onde não faltam o fatalismo, a análise social, as
peripécias e a catástrofe próprias do enredo passional.
A obra ocupa-se da história de uma família (Maia) ao longo de três
gerações, centrando-se depois na última geração e dando relevo aos
amores incestuosos de Carlos da Maia e Maria Eduarda. Mas a história é
também um pretexto para o autor fazer uma crítica à situação decadente
do país a nível político e cultural e á alta burguesia lisboeta oitocentista,
por onde perpassa um humor (ora fino, ora satírico) que configura a
derrota e o desengano de todas as personagens.
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Arquitetura do
Romance
Chave :
1- Introdução : marco inicial da ação ; O Ramalhete ; Afonso.
2- Preparação :
a) Juventude de Afonso;
b) Infância de Pedro ;
c) Juventude, amores e suicidio de Pedro;
d) Infância e educação de Carlos;
e) Carlos estudante em Coimbra;
f) Primeira viagem de Carlos.
3- Ação.
4- Epílogo:
a) Viagem de Carlos e de Ega (1877-1878 )
b) Cenas da estada de Carlos em Lisboa, oito anos depois (1887)
Setas verticais ascendentes: indicam a cronologia do narrado.
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Curvas a tracejado: indicam analepses completivas e repetitivas.
Segundo Gérar Genette analepses completivas e repetitivas significam,
respetivamente, «segmentos retrospetivos que vêm preencher lacunas
anteriores da narrativa» e « alusões da narrativa ao seu próprio passado»
. Nas últimas, ou seja, nas repetitivas, evocam-se figuras ou situações já
conhecidas não só pelas personagens como também pelos leitores.
A ação inicia-se com a alteração do ritmo narrativo, sendo que as
páginas anteriores são uma simples preparação e introdução à história,
em flashback, centrada em Afonso da Maia . Esta ação não abrange meio
século mas sim, e apenas, catorze meses, ou seja, do Outono de 1875 a
fins de 1876. De 1820 a 1875 são ocupadas poucas páginas, comparadas
com as da ação, que ocupa uma vastidão de páginas e quase quatro
quintos da obra.
Na introdução, que começa no Outono de 1875, é descrito o
Ramalhete e é retratada também a mudança de Carlos e Afonso para este
mesmo, após a formação de Carlos em medicina. Segue-se da analalepse,
isto é, de um recuo no tempo. Esta pertence à preparação e nela estão
contidas as narrações da juventude de Afonso da Maia, a infância de
Pedro, a juventude e amores de Pedro, o casamento de Pedro com Maria
Monforte e o seu suicidio, a infância e educação de Carlos, a formação de
Carlos em medicina e a sua primeira viagem.
Depois da ação, onde é referida a vida boémia de Carlos e os seus
amores incestuosos por Maria Eduarda, sua irmã, há um epílogo reflexivo
cujas primeiras páginas se referem a consequentes do desfecho, ou seja,
da separação definitiva de Carlos e Maria Eduarda e as outras retratam a
Viagem de Carlos pelo mundo com Ega e a chegada dos dois a Portugal
oito anos depois, em 1887.
O romance está organizado em três dimensões, sendo estas os
antecedentes e evolução da família Maia, a relação incestuosa de Carlos e
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Maria Eduarda e a visão dos costumes da sociedade lisboeta e portuguesa
nos finais do século XIX, que estão em torno da ação, que é a parte
central.
O Romantismo está presente enquanto forma, estilo de vida e até como
retórica, prolongando-se pelo último quartel do século XIX, referindo-se
ao sarau a favor de todas as vítimas das inundações do Ribatejo, onde o
próprio Alencar declamou. Nesse sarau, como Ega teria previsto, estariam
« todo o pessoal canoro e sentimental do constitucionalismo». Em Carlos,
assim como em vários companheiros da mesma geração, o romantismo
manifesta-se intensamente. Neste verifica-se o amor incestuoso por Maria
Eduarda, não passando este amor por «uma paixão absurda do
romântico» que lhe pusera uma névoa diante dos olhos, para que mais
nada pudesse ver. Verifica-se em Carlos, não só pelos traços fisionómicos,
o filho de Pedro da Maia e de Maria Monforte, apesar de ter tido uma
educação diferente, à moda inglesa e não à tradicional. Ao contrário do
seu pai, quando entrou na desgraça não se suicidou como este tinha feito,
mas levou uma «vida larga de um príncipe artista da Renascença».
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Título e
subtítulo
Se o título e o subtítulo já fazem parte da obra deve articular-se com
ela e contribuir para um efeito global. Trata-se de dois plurais “Os Maias”
e “Episódios da vida romântica”. Representam duas esferas, dois espaços
mentais. Já se disse que nelas se conjugam dois climas muito diferentes, o
da tragédia e o da comédia lisboeta. Conseguiu Eça de facto conciliar
estruturalmente essas duas grandes isotopias, por outras palavras o
transcendente e o terreno, o insólito e o quotidiano, o romeno e o trivial.
Eça de Queirós quis contar a história de uma família, “ Os Maias” através
de várias gerações. O subtítulo indica uma segunda intenção, descrever
certo estilo de vida, o romântico, através de episódios, mas admite duas
hipóteses, que tais episódios pertencem, à história dos Maias, ou que
decorram marginalmente numa sociedade em que a família Maia se
insere, Justifica-se o título “ Os Maias”, na medida em que Carlos, o herói,
mais precisamente, o amante e herói aparece integrado numa família.
Também se justifica o subtítulo “ Episódios de vida romântica”, porque a
personagem oferece-nos múltiplos caso, cenas, atitudes, considerados
típicos dos Romantismos que continua vivaz em 1875/1876. O que não
ficou incluído no título nem no subtítulo foi o elemento de coesão que
reside no facto de tanto “ Os Maias” como esses episódios representarem
uma personagem coberta, Portugal, a grande personagem latente na obra
de Eça, sua obsidente preocupação.
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Título – Intriga
O Título – Os Maias
O título Os Maias reporta-se à história da família Maia ao longo de
três gerações.
Primeira geração: a de Afonso da Maia, representante dos
valores antigos, assinalada pela reação contra o absolutismo.
Segunda geração: a de Pedro da Maia, representante da fase
de instauração do Liberalismo.
Terceira geração: a de Carlos da Maia, representante da
decadência dos ideais liberais.
1ª Geração – Afonso da Maria
(Maria Eduarda Runa)
Vítima de Portugal absolutista
2ª Geração – Pedro da Maria
(Maria Monforte)
Representante da fase de instauração
do Liberalismo
3 ª Geração – Carlos da Maria
(Maria Eduarda)
Representante da queda dos ideiais
liberais
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» Intriga Principal e Intriga Secundária
Vida de Pedro da Maia (intriga
secundária; amores infelizes)
Vida dissoluta
Encontro ocasional com Maria
Monforte
Procura de Mª Monforte
Encontro através de Alencar
Oposição real de Afonso à
“Negreira”
Encontros e casamento
Elemento desencadeador do
drama – o napolitano
Infedilidade de Maria
Monforte – reações de Pedro
Encontro de Pedro com
Afonso e suícidio de Pedro
Vida de Carlos da Maia (intriga
principal; amores incestuosos)
Vida dissoluta
Encontro ocasional com Maria
Eduarda
Procura de Mª Eduarda
Encontro através de Dâmaso
Oposição potencial de Afonso
à “Amante”
Encontros e relações
Elemento desencadeador do
drama – Guimarães
Descoberta do Incesto –
reações de Carlos
Encontro de Carlos com
Afonso e morte de Afonso
O romance d' Os Maias, título que remete para o estudo desta
família fidalga, apresenta duas intrigas.
A intriga principal narra os amores incestuosos entre Carlos da
Maia e Maria Eduarda (a história da terceira geração dos Maias).
A intriga secundária que, organizada em torno da relação amorosa
de Pedro da Maia e Maria Monforte, narra a história da segunda geração
dos Maias.
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Subtítulo –
Crónica de Costumes
Em alternância com esta história, nomeadamente com a intriga
principal, desenrolam-se múltiplos episódios a que se costuma chamar a
Crónica de Costumes da vida de Lisboa, aliás sugerida no subtítulo
Episódios da Vida Romântica.
Existe uma relação entre a intriga e a crónica de costumes, por
exemplo, é no Hotel Central que Carlos vê Maria Eduarda. No entanto, a
crónica de costumes como tem autonomia em relação à intriga trata-se de
uma ação aberta, ao passo que a intriga, porque pressupõe desenlace,
constitui uma ação fechada.
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Categorias da
Narrativa – Ação
Uma das Categorias da Narrativa é a Ação, e como tal, neste trabalho, o
grupo decidiu recordar com os colegas o conteúdo.
A Ação está dividida em quatro características essênciais, as quais: o
relevo, a delimitação, a estrutura da ação ou sequências da narrativa/ação
e a organização destas.
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Relevo
Em “Os Maias”, a narrativa pressupõe duas ações fundamentais: a ação
secundária e a ação principal ou central.
A ação secundária envolve as seguintes personagens consideradas
relevantes: Pedro da Maia, Maria Monforte , Afonso da Maia e Tancredo.
É aqui que Pedro cai em amores por Maria Monforte, a “negreira”.
Namoram e, apesar de Afonso da Maia não autorizar, casam-se e fogem
para o estrangeiro. Mais tarde regressam a Portugal onde se instalam em
Arroios e continuam a sua vida na sociedade. Do casamento de Pedro e
Maria Monforte nascem dois filhos, Carlos e Maria Eduarda.
Apesar de já terem dois filhos, Maria Monforte adia prolongamente o
encontro com o sogro, Afonso da Maia, não tendo com ele qualquer tipo
de relação. Pedro, acidentalmente, fere Tancredo (um amigo italiano) e
este instala-se na sua casa até recuperar.
Durante esse período, Maria Monforte e Tancredo apaixonam-se e fogem,
levando consido apenas a sua filha, Maria Eduarda. Pedro volta para perto
do pai, Afonso, com o seu filho, Carlos da Maia, e conta o sucedido. Nesse
mesmo dia Pedro escreveu uma carta de despedida e suicidou-se,
deixando o seu filho Carlos com o avô, Afonso.
Na ação principal intervêm principalmente as seguintes personagens:
Carlos, Maria Eduarda, Guimarães, Ega e Afonso.
Esta inicia-se quando Carlos vê Maria Eduarda pela primeira vez no Hotel
Central, acompanhada pelo Castro Gomes.
Mais tarde este visita-a, com o objetivo de analisar Rosa e porventura
Sara, e apaixona-se, declarando-lhe assim o seu amor. Os dois viveram
intensamente o amor que sentiam um pelo outro até que Guimarães tem
conhecimento da identidade de Maria Eduarda, quando se encontra com
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ela. Este informa Ega do sucedido, ou seja, que Maria Eduarda e Carlos
eram irmãos. Por sua vez Ega revelou a Carlos e Carlos a Afonso, que
acaba por morrer no jardim da sua própria casa.
Quando Maria Eduarda descobriu do incesto incosciente que cometera
partiu, nomeadamente para Paris, acabando por se apaixonar e casar lá,
enquanto que Ega e Carlos partiram sem destino fixo e apenas voltaram
para Portugal dez anos depois.
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Estrutura da
Ação
N“Os Maias”, a narrativa pressupõe uma estrutura da ação constituída
pela introdução, desenvolvimento e conclusão. Quanto à introdução,
podemos incluir a descrição do Ramalhete e a vida de Afonso da Maia
enquanto jovem. Quanto ao desenvolvimento podemos englobar a
preparação, em que nos é dado a conhecer a infância de Pedro e a sua
vida e a vida de Carlos até ao momento em que este realiza a sua primeira
viagem, e a ação, quem que nos é apresentada a vida adulta de Carlos.
Quanto à conclusão, faz parte desta a viagem de Carlos e Ega e o regresso
a Lisboa de Carlos após 10 de anos de ausência.
O esquema representa de uma forma sucinta a estrutura:
Introdução
Marco inicial da ação ;
O Ramalhete
Juventude de Afonso
da Maia
Desenvolvimento
Preparação: Infância
de Pedro , juventude
de Pedro; Infância e
juventude de Carlos
Ação: Vida adulta de
Carlos
Conclusão
Viagem de Carlos e
Ega (1877/1878)
Regresso a Lisboa de
Carlos , dez anos
depois.
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Delimitação
Como já vimos, a ação em “Os Maias” pressupõe dois níveis: a Intriga e a
Crónica de Costumes. Quanto à delimitação da narrativa, na Intriga a
narrativa é fechada e na Crónica de Costumes é aberta. Isto deve-se ao
facto de, na Intriga o desfecho ser conhecido pelo leitor, e em
contrapartida, na Crónica de Costumes este ser desconhecido.
A intriga, quer principal ou secundária, foca os amores de Carlos e Maria
Eduarda, assim como todo o desenrolar das gerações da família Maia,
onde é possível reconhecer o final das personagens. Os eventos sucedem-
se por uma relação de causalidade, existindo um acontecimento final, o
desenlace, que inviabiliza a sua continuação. Afonso da Maia, morre
fisicamente, e Carlos e Maria Eduarda morrem moralmente devido à
descoberta do incesto, sendo por isso designado de ao desfecho trágico.
Sabe-se também que Maria Eduarda se casa e que Carlos se adapta a uma
situação inócua de uma vida de qualidade e bem estar.
Por sua vez, na crónica de costumes a narrativa é considerada aberta
porque nenhum dos episódios impõe um desenlace inultrapassável. A
sociedade do século XIX é criticada por Eça de Queirós onde este, através
de personagens tipo que representam grupos, classes sociais ou
mentalidades, mostra aos leitores o estado de corrupção,
providencialismo e parasitismo da sociedade lisboeta, bem como os seus
costumes e vícios.
Atualmente, os costumes da sociedade continuam a poder ser retratados
e criticados e na crónica de costumes tem autonomia em relação à Intriga,
daí a crónica de costumes ser uma narrativa aberta.
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Estrutura da
Narrativa
Na obra que estamos a analisar podemos distinguir a estrutura narrativa
em dois níveis diferentes: o primeiro nível e o segundo nível.
O primeiro nível é a Intriga romanesca. Nesta está inserida a intriga
principal (relação amorosa e incestuosa de Carlos com Maria Eduarda que
levam à desagregação da família, ou seja, à morte de Afonso e à separação
do casal) e a intriga secundária (vida de Pedro da Maia e a sua relação com
Maria Monforte; história de Afonso da Maia ; história da infância e
juventude de Carlos da Maia). Como já foi visto anteriormente são estas
duas ações que constituem a intriga e que justificam o título “Os Maias”.
O segundo nível é a crónica de costumes . Esta crónica, que justifica o
subtítulo « Episódios da vida Romântica», visa criticar a sociedade
Lisboeta (Portugal) nos finais do século XIX e nela constituem cinco
episódios, sendo estes o Jantar no Hotel Central , as Corridas de cavalos
no Hipódromo,o Jantar dos Gouvarinho, a Imprensa e o Sarau na
Trindade.
A ação principal d’ “Os Maias” desenvolve-se segundo os padrões da
tragédia clássica, isto é, contêm uma peripécia, um reconhecimento e uma
catástrofe. A peripécia verificou-se no casual encontro de Maria Eduarda
com Guimarães, com as revelações de Guimarães a Ega sobre a verdadeira
identidade de Maria Eduarda e com as revelações a Carlos e Afonso da
Maia àcerca também da identidade de Maria Eduarda. O reconhecimento,
que foi provocado pelas revelações de Guimarães, tornou a relação de
Carlos e Maria Eduarda incestuosa, levando à catástrofe consumada pela
morte do avô de Carlos, Afonso da Maia , a separação definitiva do casal e
as reflexões de Carlos da Maia e Ega.
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Sequência da
Narrativa
Na obra “Os Maias” de Eça de Queirós podemos observar as diversas
sequências narrativas: o encadeamento, o encaixe e a alternância das
ações.
O encadeamento é-nos visível no desenrolar dos amores entre Carlos e
Maria Eduarda, onde as sequências narrativas seguem uma ordem
cronológica, em que cada uma é o ponto de partida da
seguinte.
Um exemplo do encaixe verifica-se através da
narração a Carlos da vida passada de Maria
Eduarda pela própria. Logo uma história (a da
vida de Maria Eduarda) é introduzida no interior
da que estava a ser narrada, a qual é, por isso,
interrompida e prosseguida mais tarde. (Fig. 1)
Quando a ação principal, ou seja, a história dos amores incestuosos de
Maria Eduarda e Carlos da Maia, é interrompida para dar lugar à crónica
de costumes, aos episódios da vida romântica como crítica à sociedade,
estamos perante a alternância, uma vez que as ações são narradas
alternadamente, ou seja, uma é interrompida para dar lugar a outra(s) de
origem diversa, que por sua vez, ficam em suspenso. (Fig. 2)
Fig 1 - Encaixe
Fig. 2 - Alternância
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Excertos de Exemplos das Sequências
Narrativas
» Encadeamento:
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Nestes excertos podemos observar o encadeamento, de ordem
temporal cronológica, da Intriga Principal ao longo de toda a
história.
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» Encaixe:
Nestes dois excertos verifica-se que a narração de Maria Eduarda
a Carlos acerca do seu passado e da sua infância, é introduzida
no interior de outra ação, neste caso, pelo diálogo de Carlos e
Maria Eduarda acerca da relação entre esta e o Castro Gomes.
Verifica-se assim um encaixe.
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» Alternância:
É vísivel que a Intriga Principal, ou seja, os amores de Carlos com
Maria Eduarda, é alternada com um episódio da Crónica de
Costumes, neste caso, “As Corridas no Hipódromo”, onde o autor
critica a sociedade lisboeta.
Neste episódio o autor pretende críticar a forma exuberante das
pessoas, pelo facto de estas importarem comportamentos que
não sabem seguir.
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Conclusão
Este trabalho permitiu-nos analisar de uma forma mais aprofundada a
obra e adquirir um conhecimento mais abrangente d’ Os Maias. Foram
diversos os aspetos que analisamos, tais como a arquitetura do romance,
a estrutura da obra, as categorias da narrativa, o relevo, a delimitação e
sequência narrativa.
Recorremos a uma apresentação mais sucinta do nosso trabalho para a
transmissão dos conhecimentos adquiridos à turma. Além deste, criamos
umas palavras cruzadas para a consolidação dos mesmos.
Fazemos um balanço muito positivo da realização do trabalho escrito
sobre Os Maias.
Bibliografia
COSTA, Fernanda; CASTRO, Rogério. Novos Horizontes 12º -
Português A:O Realismo. Porto: Porto Editora.
MARTINS, Filomena; MOURA, Graça. Página Seguinte - Português
11º ano. Texto Editores.
Webgrafia
http://danielaemarta.no.sapo.pt/
http://www.slideshare.net/PiresdeLima/categorias-narrativa-
9760379
http://faroldasletras.no.sapo.pt/os_maias_seq_narrat_intr_princ.ht
ml
http://www.slideshare.net/sebentadigital/narrativa-e-estilo-n-os-
maias