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Daniela Capri
ERGONOMIA:
Um estudo de caso realizado em uma biblioteca universitária de
Florianópolis
Florianópolis, 2011.
,
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
DANIELA CAPRI
ERGONOMIA:
Um estudo de caso realizado em uma biblioteca universitária de
Florianópolis
Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em
Biblioteconomia do Centro de Ciências da Educação
da Universidade Federal de Santa Catarina, como
requisito parcial para obtenção do título de Bacharel
em Biblioteconomia. Orientação de Profª. Eliana
Maria dos Santos Bahia Jacintho, Msc.
Florianópolis, 2011
Ficha Catalográfica elaborada por Daniela Capri, graduanda em Biblioteconomia da
Universidade Federal de Santa Catarina.
Esta obra é licenciada por uma licença Creative Commons de atribuição, de uso não comercial
e de compartilhamento pela mesma licença 2.5
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- copiar, distribuir, exibir e executar a obra;
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nesta, somente poderá distribuir a obra resultante com uma licença idêntica a esta.
C253e
Capri, Daniela, 1990
Ergonomia: um estudo de caso em uma biblioteca
universitária de Florianópolis / Daniela Capri. Florianópolis, 2011.
56 f. ; il. color.
Orientador: Profª. Eliana Maria dos Santos Bahia, Msc.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) Universidade
Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação,
Curso de Biblioteconomia, Florianópolis, 2011.
1. Ergonomia. 2. Ergonomia bibliotecas. 3.Bibliotecas
Universitárias. I.Jacintho, Eliana Maria dos Santos Bahia. II.
Título.
CDU - 65.015.11
AGRADECIMENTOS
Aos meus pais Rosane e Alberto e minha irmã Andresa que mesmo
distantes me deram força, motivação e amor não só nesta fase, mas em todas as
dificuldades, saudades e momentos de solidão pelos quais passei.
À toda minha família que apesar da distância sempre me acolheu nos
momentos que precisei e por estarem torcendo por mim. Em especial minha dinda
Ana.
Aos amigos da faculdade que me acompanharam nesta trajetória. Em
especial a Marchelly, Morena, Renata, Guilherme e Juliana Gulka pelas
gargalhadas, choros, batatas e viagens que jamais esquecerei.
À Isadora pelos quatro anos de amizade, por me agüentar esse tempo
todo.
Aos amigos de encontros aos quais devo alguns dos melhores momentos
destes quatro anos.
Àqueles amigos de infância que não puderam se fazer presente e aos
presentes que sempre que possível estavam ali, Carol, Luíza, Laura, Luiz Henrique
(Moranga) e Renato.
A todos os locais em que fiz estágio que agregaram os conhecimentos
necessários para minha formação. Agradeço pela paciência e companheirismo de
todos os colegas de trabalho, especialmente aos atuais, Tatiane, Taro, Guilherme,
Aline e Léo com os quais estou em constante aprendizado.
À Juliana que além da amizade me auxiliou durante a etapa final deste
trabalho.
A minha orientadora professora Eliana Bahia, amiga e segunda mãe que
me acompanhou do início da faculdade até o fim, e me fez acreditar que era
possível.
Finalmente a esse ser superior que me faz levantar e acreditar no meu
potencial. Este que me faz seguir em frente e enfrentar todos os desafios.
Há um tempo em que é preciso abandonar as
roupas usadas, que já tem a forma do nosso
corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos
levam sempre aos mesmos lugares . É o tempo
da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós
mesmos" (Fernando Pessoa)
RESUMO
CAPRI. Daniela. Ergonomia: um estudo de caso realizado em uma biblioteca
universitária de Florianópolis. 2011. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso.
(Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2011.
Buscou-se neste trabalho analisar a ergonomia real de uma biblioteca universitária
de Florianópolis e confrontá-la com a ergonomia percebida pelo usuário para
realização de um diagnóstico ergonômico. Com o intuito de atender este objetivo
foram estabelecidos dois objetivos específicos, tais quais: descrever os aspectos
físico-ambientais da Biblioteca vinculados a ergonomia real e verificar a percepção
dos usuários em relação à biblioteca. Como aporte teórico contextualizou-se
aspectos sobre ergonomia, ergonomia ambiental vinculando-os a biblioteca e
biblioteca universitária. Já referente à metodologia, a Avaliação Ergonômica do
Ambiente Construído de Villarouco (2002) foi utilizada como referência. Os sujeitos
pesquisados compreenderam uma amostra de 15, entre alunos da biblioteca e
funcionários do local. No que confere aos resultados obtidos, quando relacionados à
análise físico-ambiental da biblioteca constataram-se que existem alguns aspectos
que divergem do estabelecido pelas normas regulamentadoras e que também
deixam a desejar em relação à opinião dos usuários. Aspectos estes como
iluminação e ruído foram citados como insatisfatórios, porém o fator temperatura foi
analisado como satisfatório.
Palavras-chave: Ergonomia. Ergonomia ambiental. Biblioteca. Biblioteca
universitária.
ABSTRACT
This final paper aimed to analyze the real ergonomics of a university library from
Florianópolis and compare it with the ergonomics perceived by the user to perform
an ergonomic diagnosis. In order to meet this goal two specific goals were
established such as: describe the physical and environmental aspects of the library
related to the real ergonomics and verify the actual perception of users about the
library. As a theoretical approach, aspects of ergonomics and environmental
ergonomics were contextualized and linked to the library and the university library.
Referring to the methodology, the Ergonomical Assessment of the Built Environment
by Villarouco (2002) was used as a reference. The study subjects comprised a
sample of 15, among students and library staff. In the results obtained, when related
to the physical-environmental analysis of the library, it was found that there are some
aspects that differ from the regulatory standards and that also fall short in relation to
feedback from users. Aspects such as lighting and noise were cited as
unsatisfactory, but the temperature factor was analyzed as satisfactory.
Keywords: Ergonomics. Environmental Ergonomics. University Library.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Layout da Biblioteca....................................................................................27
Figura 2: Pontos de medição da biblioteca ...............................................................38
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 Gráficos da análise físico ambiental ..........................................................30
Gráfico 2 Percepção bibliotecas no geral..................................................................33
Gráfico 3: Percepção da biblioteca analisada ...........................................................34
Gráfico 4 Qual o período do dia costuma frequentar a biblioteca/Quantas horas em
média costuma ficar na biblioteca .............................................................................36
Gráfico 5: Como classifica a iluminação do local ......................................................37
Gráfico 6: Satisfação em relação ao visual/layout da biblioteca................................40
Gráfico 7:Em relação ao barulho você considera a biblioteca...................................40
Gráfico 8: Em relação à temperatura do ambiente....................................................42
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 Metodologia...............................................................................................24
Quadro 2: Pontos de medição de iluminação.............. Error! Bookmark not defined.
Quadro 3: Nível de ruído da biblioteca......................................................................41
Quadro 4: Temperatura da biblioteca........................................................................43
LISTA DE SIGLAS
ABERGO Associação Brasileira de Ergonomia
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ANSI American National Standards Institute
BSI British Standards Institution
CEN Comité Européen de Normalisation
CIPA Comitê Interno de Prevenção de Acidentes
EN Normas Européias
EUA Estados Unidos
IEA Associação Internacional de Ergonomia
IES Instituição de Ensino Superior
ISO International Standardization Organization
NR Norma Regulamentadora
SEPAT Semana de Prevenção de Acidentes
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
2 OBJETIVOS...........................................................................................................15
2.1 Objetivo Geral....................................................................................................15
2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................15
3 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................16
3.1 Histórico da Ergonomia....................................................................................16
3.2 Ergonomia: definições e aplicações ...............................................................17
3.4. Bibliotecas ........................................................................................................20
3.5 Bibliotecas Universitárias.................................................................................21
4 METODOLOGIA ....................................................................................................22
4.1 Coleta e análise dos dados ..............................................................................22
4.1.1 Universo e amostra de pesquisa ......................................................................22
4.1.2 Coleta de dados ...............................................................................................23
4.1.3 Análise de dados..............................................................................................24
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................26
5.1 Análise Físico Ambiental..................................................................................26
5.2 Análise da Percepção e Diagnóstico Ergonômico .........................................32
6 CONCLUSÃO ........................................................................................................44
REFERÊNCIAS.........................................................................................................45
APÊNDICE A QUESTIONÁRIO 1.............................................................................48
APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 2.............................................................................49
APÊNDICE C QUESTIONÁRIO 3.............................................................................52
APÊNDICE D CARTA DE CONSENTIMENTO ........................................................54
13
1 INTRODUÇÃO
Para atender a demanda de seus usuários, as organizações precisam se
ajustar às exigências e às mudanças que ocorrem a todo o momento. Para isto é
necessário conhecer, com antecedência razoável, qual o sentido destas mudanças.
Cada vez mais a exigência dos clientes aumenta. Assim também deve crescer a
preocupação dos proprietários com o atendimento para que sua organização não se
torne obsoleta e ultrapassada.
Na contemporaneidade as ciências surgem para ampliar a sociedade, e
dentro delas está inserida a Ergonomia que é uma ciência multidisciplinar que surgiu
no final da Segunda Guerra Mundial com o objetivo de compreender conflitos que
vinham ocorrendo entre homens e máquinas. Nesta época pós-guerra as indústrias
dão um salto de produtividade. Porém, não há capacitação nem familiarização com
os novos meios de produção e assim a eficiência e a eficácia não correspondem à
expectativa industrial. Percebe-se então, que nenhuma máquina opera por si só,
precisando de trabalhadores com qualificação e mão de obra especializada, exigindo
no cotidiano algumas mudanças de mentalidade das indústrias e dos empresários.
No ano de 2000 a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) definiu
ergonomia como sendo
uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre
os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias,
princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar
humano e o desempenho global do sistema.
Nas bibliotecas, independente do tipo a ser analisada (infantil, escolar,
universitária, especializada, especial, nacional ou pública), existe sempre uma
preocupação com a satisfação do usuário, no sentido dos serviços disponibilizados e
do encontro da informação requerida. Aspectos ambientais da biblioteca, que
envolvem iluminação, temperatura, ruídos e sinalização geralmente são deixados
em segundo plano.
Podemos perceber estas preocupações em pesquisas como as realizadas
por Blattmann e Borges (1998) que analisaram aspectos ergonômicos em uma
biblioteca setorial da Universidade Federal de Santa Catarina. Mais recentemente,
os autores Andrade, Alves e Galvão (2009) na monografia de especialização em
ergonomia, realizaram uma avaliação ergonômica de três bibliotecas setoriais do
Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco.
14
O presente Trabalho de Conclusão de Curso mostrou a importância
destas mudanças. Ao desenvolver o tema Ergonomia: um estudo de caso em uma
biblioteca universitária em Florianópolis pretende realizar uma avaliação ergonômica
do ambiente utilizado pelos usuários na biblioteca e verificar a satisfação dos
mesmos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e utiliza a norma NR17 (que
regulamenta a ergonomia nos postos de trabalho) como instrumento base para fazer
uma análise do ambiente da biblioteca como um todo (salas de estudo, mobiliário,
iluminação, ruídos, disposição dos móveis, layout).
A partir dos resultados obtidos a pretensão é comparar a avaliação dada
ao ambiente pelos usuários e o que é estabelecido pelas normas regulamentadoras.
Também serão propostas diretrizes para que a Diretoria da Instituição na qual a
biblioteca está inserida ofereça um ambiente de estudo mais confortável.
15
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo Geral
Analisar a ergonomia real e confronta-la com a ergonomia percebida pelo
usuário para realização de diagnóstico ergonômico.
2.2 Objetivos Específicos
a) descrever aspectos físico-ambientais da biblioteca, vinculados a
ergonomia real;
b) verificar a percepção dos usuários em relação aos aspectos ambientais
da biblioteca.
16
3 REFERENCIAL TEÓRICO
3.1 Histórico da Ergonomia
Desde os primórdios o homem preocupa-se em aprimorar os utensílios
utilizados em seu cotidiano para que estes se adaptem melhor às suas
necessidades e ao seu corpo. Diversos exemplos ilustram essa inquietação: as
empunhaduras de foices desenvolvidas para melhor adaptar-se à mão humana, os
pedaços de pedra lascada que tinham, supostamente, o objetivo de melhorar o
conforto e o desempenho na caça e na preparação dos alimentos, são alguns deles.
(MORAES;
No desenvolvimento técnico, científico e cultural, durante a segunda
Guerra mundial a ergonomia tem sua origem. Neste contexto as grandes mudanças
tecnológicas ais velozes e radares para detectar aviões
inimigos, submarinos e sonares colocam o homem em situação de extrema
pressão a (MORAES; , p. 7-8).
Para amenizar estes conflitos e otimizar o trabalho, que estava sendo prejudicado
pela falta de capacitação
engenheiros juntaram-se aos psicólogos e fisiólogos para adequar
operacionalmente equipamentos, ambiente e tarefas aos aspectos neuro-
psicológicos da percepção sensorial (visão, audição e tato), aos limites
psicológicos de memória, atenção e processamento de informações.
(MORAES , 2000, p. 9).
Diferentemente de outras disciplinas que não possuem data inicial, a
foi empregada pela primeira vez como campo do saber específico, em 8
de julho de 1949 pelo psicólogo inglês K. F. Hywell Muffel. Nesta ocasião foi formada
a Ergonomic Reserch Society a qual reuniu pesquisadores para realizar estudos
sobre os seres humanos no seu ambiente de trabalho. (PHEASANT 1997 apud
MORAES; , 2000).
Segundo Iida (2005) após a Segunda Guerra foram organizadas reuniões
na Inglaterra que marcaram o início da ergonomia. Nos Estados Unidos (EUA) a
área não tinha muita credibilidade, esta visão só foi modificada quando o
Departamento de Defesa dos EUA começou a apoiar pesquisas na área. A autora
ainda menciona que somente com o passar de muitos anos, a ergonomia começa a
ser aplicada fora da indústria bélica e do ramo de aeronaves.
17
3.2 Ergonomia: definições e aplicações
Organizações responsáveis preocupam-se com o bem estar e com a
saúde de seus trabalhadores e clientes. Uma das formas de demonstrar esta
preocupação é a aplicação da ergonomia em seu ambiente de atuação. Podemos
definir ergonomia segundo diversos autores:
Para Vasconcelos, Villarouco, Soares (2009) a ergonomia busca estudar
a adequação do homem ao ambiente em que trabalha. Para isso analisa a interação
das pessoas com os equipamentos, aplicando conhecimentos que vão desde os
fatores psicológicos, abordando diversos aspectos do comportamento, até a
anatomia humana.
Pode-se ainda obter uma definição concisa de ergonomia estabelecida
pela Ergonomic Research Society (apud IIDA, 2005 o estudo do
relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e
particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia
na solução dos problemas surgidos desse relacionamento .
Segundo Dul e Weerdmeester (2004, p.2) ergonomia:
[...] é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas
e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e
eficiência no trabalho [...]. No projeto do trabalho e nas situações cotidianas,
a ergonomia focaliza o homem. As condições de insegurança,
insalubridade, desconforto e ineficiência são eliminadas quando adequadas
às capacidades e limitações físicas e psicológicas do homem.
Para que ocorra uma adequação das máquinas, do ambiente e a melhora
de condições de conforto e de segurança para o ser humano são estudados pela
ergonomia aspectos como: movimentos corporais, postura, fatores ambientais
(vibrações, ruídos, iluminação, clima, agentes químicos), relações e controles entre
mostradores, e também cargos e tarefas. Utilizando-se destes fatores, é possível
projetar um ambiente seguro, confortável, e eficiente no trabalho, ou mesmo na vida
cotidiana. (DUL; WEERDMEESTER 2004, p. 2).
Para facilitar o trabalho dos ergonomistas (profissionais que trabalham na
área da ergonomia) alguns destes aspectos foram convertidos em normas, assim
estimulando com que estes fossem aplicados. São exemplos destas normas a ISO
(International Standardization Organization), as normas européias EN da CEN
(Comité Européen de Normalisation), bem como nas normas nacionais, a exemplo
18
da norma ANSI (American National Standards Institute) (Estados Unidos) e BSI
(British Standards Institution) (Inglaterra). (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p. 3).
No Brasil a Norma Regulamentadora (NR) de Ergonomia é a NR17 -
Ergonomia, publicada pelo Ministério do Trabalho sob a Portaria GM n.º 3.214, de 08
de junho de 1978, modificada pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de
1990 e atualizada pela última vez pela Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007.
(BRASIL, 1990)
Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a disciplina
divide-se em três áreas de estudo:
Ergonomia física: está relacionada com às características da anatomia
humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade
física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho,
manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo-
esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho,
segurança e saúde.
Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como
percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as
interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os
tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de
decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress
e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres
humanos e sistemas.
Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas
sóciotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de
processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de
recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho,
organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo,
novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional,
organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade. (ABERGO,
2011)
O foco deste trabalho esta no ramo da ergonomia cognitiva, diretamente
ligada às interações entre os homens, o ambiente, seus elementos e também a
percepção dos usuários em relação a sua utilização. Com relação a participação dos
[...] que
para o sistema ser efetivo ele deve ser projetado a partir do ponto de vista do
operador e não da perspectiva de uma simbiose operador/máquin
grande importância conhecer a percepção que o usuário possui do ambiente para
assim projetar um local confortável e agradável não apenas no ambiente de trabalho
mas em qualquer outro local.
A aplicação da ergonomia que era restrita a fábricas, e ambientes de
trabalho, ao longo dos anos modificou-se, a partir da década de 90 estudos
19
ergonômicos vêm sendo realizados para melhorar residências, circulação de
pedestres em locais públicos, acessibilidade de deficientes físicos e também outros
locais se beneficiam com a ergonomia (IIDA, 2005, p.19-24). O autor afirma ainda
projeto de uma máquina, ambiente ou local de traba , p. 19). Surge
então, seg [...]
ergonomia do ambiente construído ou ergonomia ambiental, que preocupa-se em
estudar a adaptabilidade do homem ao ambiente físico, utilizando-se de elementos
como a acústica, iluminação, cromática e temperatura.
Para Bins Ely (2003 apud VILLAROUCO, ANDRETO, 2008)
Toda atividade humana exige um determinado ambiente físico para sua
realização. Portanto se considerarmos tanto a diversidade de atividades
quanto a diversidade humana diferenças nas habilidades, por exemplo
podemos entender que as características do ambiente podem dificultar ou
facilitar a realização das atividades [...] Quando um ambiente físico
responde as necessidades dos usuários tanto em termos funcionais
(físicos/cognitivos) quanto formais (psicológicos), certamente terá um
impacto positivo na realização das atividades.
O impacto positivo gerado pelo ambiente deve atingir todos os usuários,
para auxiliar neste impacto utilizam-se as normas regulamentadoras (de conforto
térmico, acústico, lumínico), porém estas devem ser tomadas como norteadoras,
porém sempre respeitando o contexto em que estão sendo aplicadas. Estas normas
não devem ser descumpridas, deve, no entanto haver congruência entre o que elas
estabelecem e o sentimento de conforto identificado pelos usuários. (VILLAROUCO,
ANDRETO, 2008).
Com o advento dos novos ramos da ergonomia voltados para o usuário,
percebe-se uma crescente aplicação dos serviços de ergonomia fora dos postos de
trabalho. Inicia-se uma nova preocupação que alia a saúde com o conforto de quem
utilizará os estabelecimentos e/os produtos. Percebe-se a ergonomia sendo aplicada
no setor têxtil, em estabelecimentos comerciais, setor moveleiro, apartamentos, e
diversos outros que visem bem atender o público. Para atingir o objetivo proposto
por esta pesquisa será utilizado o estudo da ergonomia no ambiente de bibliotecas.
O estudo da ergonomia em bibliotecas no Brasil pode ser percebido,
através de publicações como a de Blattmann e Borges (1998), que realizaram uma
pesquisa sobre ergonomia em uma das bibliotecas setoriais da Universidade Federal
de Santa Catarina. As pesquisadoras buscaram avaliar alguns aspectos
ergonômicos ambientais como ruído, iluminação, temperatura, abordando também,
20
aspectos da ergonomia física. Outra pesquisa mais recente na qual este trabalho
fundamentou-se é a de Vasconcelos, Villarouco e Soares (2009). As autoras
realizam uma análise do ambiente construído de uma biblioteca da Universidade
Federal de Pernambuco, avaliando todo o ambiente da biblioteca, e também a
percepção dos usuários sobre a mesma.
3.4. Bibliotecas
Biblioteca é uma palavra de origem grega bibliothéke, do latim bibliotheca,
tendo como raiz (biblion) e (théke), sendo que a primeira significa livro, enquanto
théke, é qualquer estrutura que forma um invólucro protetor: cofre, estojo, caixa,
estante, edifício. (FONSECA, 2007, p. 49). Ao observar as raízes da palavra é
possível identificar a idéia de biblioteca como lugar para a guarda de livros.
Na definição da Biblioteca Nacional (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA
NACIONAL, 1995, p.15) a biblioteca é uma coleção de livros, organizada de modo a
conservá-los e guardá-los para serem consultados e lidos com facilidade. Com o
passar dos anos, as bibliotecas incorporaram aos seus acervos, diversos outros
tipos de documentos, tais como: periódicos (hemeroteca), estampas (iconografia),
mapas (mapoteca), fitas de vídeo (videoteca), discos (discoteca), slides,
manuscritos, etc.
Porém, o conceito de edifício onde livros ficam depositados não é o mais
uma assembléia de usuários da informação. (FONSECA, 1988 apud FONSECA
2007, p. 50).
Juntamente com o conceito de biblioteca os materiais foram aumentando
e se especializando e também o público das bibliotecas foi se tornando mais
específico. Observando esta necessidade do público foram criados diversos tipos de
bibliotecas para atender às demandas dos públicos particulares. De acordo com a
Biblioteca Nacional (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL,1995, p. 15) os tipos de
bibliotecas existentes são: biblioteca infantil, biblioteca escolar, biblioteca
universitária, biblioteca especializada, biblioteca especial, biblioteca nacional e
biblioteca pública.
Fonseca (2007, p. 49) afirma que:
21
Podemos dizer que não há, concretamente, biblioteca no singular e sim
bibliotecas, na pluralidade que se impõem em nossos dias. A biblioteca
pública e tão diferente da biblioteca nacional quanto a biblioteca escolar da
biblioteca especializada. Essas diferentes categorias não existiam na
antiguidade, sendo uma exigência da nossa época: uma época em que o
planejamento se impôs como condição sine qua non do desenvolvimento.
Portanto, levando em conta a diferença entre os tipos de biblioteca, é
necessário que exista uma atenção especial no momento de criar as bibliotecas para
as regulamentações existentes. Somente desta maneira será possível atender de
forma mais eficiente o público a que a biblioteca se destina, tanto tratando do
acervo, quanto no espaço físico.
3.5 Bibliotecas Universitárias
As Bibliotecas Universitárias estão sempre ligadas a uma Instituição de
nder a estudos, consultas
e pesquisas de alunos e professores universitários. Deve funcionar como um
(FUNDAÇÃO
BIBLIOTECA NACIONAL, 1995, p. 15).
A Biblioteca Universitária deve estar incluída dentro da infra-estrutura da
universidade e oferecer apoio bibliográfico e documental para todos os cursos e
pesquisas mantidos pela instituição. Observa-se que o ambiente que cerca está
biblioteca deve ser de laboratórios e salas de aula, para que esta não fique isolada e
possa ser efetiva em seu papel. (FONSECA, 2007, p. 53). Para Dorigon (2006, p.
uma função importante que justifique sua estrutura e os investimentos por parte da
Com relação ao papel que a biblioteca representa dentro das IES, Santo e
Raposo (2006, p. 90) afirmam que:
a qualidade dos serviços oferecidos na biblioteca universitária pode ser um
fator de determinação da qualidade dos serviços oferecidos na universidade
como um todo. Assim, para fazer jus ao seu papel de espelho da
universidade, a biblioteca deve estar sempre atenta para responder com
qualidade as demandas informacionais de seus clientes além de, muitas
vezes, se adiantar e prover essa demanda.
Observando a função de espelho que a biblioteca desempenha em
relação ao restante da universidade, é interessante propor inovações. Assim, todos
os outros setores perceberão as melhoras e se sentirão motivados a praticá-las.
22
4 METODOLOGIA
Para realização do presente trabalho foi utilizada a metodologia com
abordagem quali-qualitativa, pois utilizaram-se técnicas das duas formas de
abordagem. Sobre a abordagem qualitativa Silva e Menezes (2005) mencionam que
existe uma relação dinâmica entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. A
interpretação e atribuição de significados é indispensável para a pesquisa
qualitativa, onde o ambiente é fonte direta da coleta de dados e o pesquisador tem
grande importância, analisando os dados de forma indutiva. O processo e o
significado são os principais focos deste tipo de pesquisa. Sobre a abordagem
traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá-
isso utilizam-se métodos estatísticos, como no caso desta pesquisa, gráficos,
medições e quadros.
De acordo com os objetivos a pesquisa pode ser caracterizada como
primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o
geral que é verificar a comparação entre a ergonomia real e a ergonomia percebida
pelos usuários da biblioteca.
Quanto ao procedimento técnico utilizou-se o estudo de caso por melhor
atender as necessidades da pesquisa. De acordo com Gil (2008, p. 57-58), o estudo
objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa
Nesta pesquisa o objeto analisado foi uma biblioteca universitária localizada na
cidade de Florianópolis, Santa Catarina.
4.1 Coleta e análise dos dados
4.1.1 Universo e amostra de pesquisa
O universo da pesquisa, que de acordo com Silva e Menezes (2005, p.32)
duos que possuem as mesmas características definidas
23
para um deter os usuários (alunos e
funcionários), da biblioteca analisada. A amostra de que por sua vez segundo as
autoras é uma parte do universo, selecionada de acordo com uma regra ou
aleatoriamente. Na pesquisa a amostra utilizada é não probabilística e intencional,
compreende 15 alunos da graduação que frequentaram o local em um dos três
turnos em que a biblioteca funciona, levando em consideração um único critério, que
os mesmos freqüentassem a biblioteca, no mínimo duas vezes na semana. Além
desses, mais 6 funcionários completam essa amostra.
O contexto de pesquisa é uma biblioteca universitária localizada em
Florianópolis o qual será detalhado na etapa de análise global do ambiente disposto
na análise de dados.
4.1.2 Coleta de dados
Foi utilizado como instrumento de coleta de dados o questionário, um
conjunto de questões submetidas à um determinado grupo de pessoas com o
propósito de obter informações sobre determinado assunto para realização de uma
pesquisa em específico. (GIL, 2008, p.121). Foram utilizados nesta pesquisa três
questionários, intercalando questões abertas (onde o respondente pode responder
com suas próprias palavras) e fechadas (onde são estabelecidas as respostas e
deve ser selecionada uma alternativa) (GIL, 2008, p.122), para melhor atender os
objetivos geral e específicos.
O primeiro questionário é composto por duas questões abertas com a
finalidade de descobrir a imagem que os usuários possuem de biblioteca e da
biblioteca estudada, ver apêndice A. O segundo questionário é constituído por
questões abertas e questões fechadas e foi aplicado com o intuito de verificar o
conhecimento que os alunos possuem em ergonomia e a percepção dos mesmos
sobre aspectos de ergonomia da biblioteca analisada, ver apêndice B. O terceiro
questionário, por sua vez, foi aplicado aos funcionários também composto por
questões abertas e fechadas, verifica qual o conhecimento destes em relação à
ergonomia, sua percepção da ergonomia do ambiente dentro da instituição, ver
apêndice C.
24
4.1.3 Análise de dados
Para a coleta de dados, baseou-se no método de Avaliação Ergonômica
do Ambiente de Villarouco (2008 apud VASCONCELOS; VILLAROUCO; SOARES
2009), que compreende a avaliação do espaço e percepção do mesmo por parte de
uma amostra de usuários. Segundo Vasconcelos; Villarouco; Soares (2009, p. 9)
Quadro 1 Metodologia
Análise físico-ambiental Análise da percepção Diagnóstico ergonômico
Descrição da localização física,
da configuração ambiental e do
layout da biblioteca através de
plantas arquitetônicas e
observação do ambiente.
Análise dos questionários com
usuários para identificação de
imagem de biblioteca
Evidenciar os aspectos que
condizem à análise física-
ambiental em relação à análise
da percepção do usuário.
Medição dos aspectos
ergonômicos (iluminação,
ruído, temperatura, umidade)
da biblioteca através de
aparelhagem adequada.
Análise dos questionários
aplicados para identificação da
percepção da ergonomia da
biblioteca analisada.
Verificar se a medição dos
aspectos ergonômicos
(iluminação, ruído,
temperatura, umidade)
condizem com os indicados
com as Normas de Ergonomia.
Aplicação do questionário com
os funcionários para coletar
dados sobre conforto
ambiental.
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
Nesse sentido, conforme o quadro disposto acima, a primeira etapa é a
análise físico-ambiental, onde realiza-se a descrição do ambiente da biblioteca,
utilizando plantas arquitetônicas, observação do ambiente, medição dos níveis
ergonômicos a partir de instrumentos adequados. Vasconcelos; Villarouco e Soares
global do ambiente, identificação da configuração ambiental e avaliação do ambiente
em
Na etapa da análise global do ambiente será apresentada a biblioteca a
ser analisada, os serviços oferecidos, o público atendido e as preferências do
público. Será realizada uma contextualização do ambiente da biblioteca. Na etapa
de configuração ambiental verificaram-se as plantas arquitetônicas e estudado o
ambiente da biblioteca, utilizando-se dos aparelhos de medição ergonômicos, de
conforto térmico, lumínico e acústico. Na etapa de avaliação do ambiente em uso
no desempenho das atividades que segundo Vasconcelos, Villarouco e Soares
25
sta terceira etapa cuida de observar o ambiente em uso, identificando
o quanto o mesmo funciona como elemento facilitador ou dificultador quanto ao
desenvolvimento das atividades que abriga . Será utilizado nesta etapa o
questionário aplicado aos funcionários do local, pois são as pessoas que mais
interagem com o ambiente.
A segunda etapa da pesquisa é a análise da percepção do usuário.
Considerada indispensável, pois:
[...] não se pode conceber o estudo do ambiente construído sem a busca
do entendimento da percepção do usuário acerca desse espaço. É ele, de
fato, o elemento que sofre mais de perto o impacto das sensações que o
lugar pode transmitir. (VILLAROUCO 2008, apud VASCONCELOS;
VILLAROUCO; SOARES 2009, p. 18).
Para realização desta etapa foram aplicados dois questionários, um para
uma amostra de 10 pessoas, incluindo alunos e funcionários e um para uma amostra
de 15 alunos. O primeiro questionário foi aplicado com o intuito de verificar, a partir
de duas questões abertas, se existia relação entre a visão que o usuário tem de
biblioteca (tanto no geral, quanto da biblioteca analisada) e ergonomia. No segundo
questionário buscou-se a percepção físico-ambiental dos alunos no que conferem
análise global do ambiente e configuração ambiental.
Importante salientar que as etapas descritas acima serão analisadas de
maneira articulada a ponto de se conseguir vislumbrar o objetivo geral desse
trabalho, pontuado como uma terceira etapa na tabela acima, sendo esta o
diagnostico ergonômico.
26
5 RESULTADOS E DISCUSSÕES
5.1 Análise Físico Ambiental
Com o intuito de atender o objetivo geral aqui proposto que é o de
comparar a ergonomia real com a ergonomia percebida pelo usuário, iniciou-se a
analise de dados articulando questões da etapa de análise física-ambiental com a
percepção dos usuários mediante a isso.
Nesse sentido, conforme pontuado no método na análise global do
ambiente a biblioteca universitária analisada está localizada na cidade de
Florianópolis, no bairro de Santo Antonio de Lisboa. Possui como público principal
os estudantes de três cursos de Ensino Superior (Administração, Direito, Psicologia)
e do Técnico em Design de Interiores, também os alunos de pós-graduação
oferecidos pela Faculdade, e os alunos de Ensino Fundamental e médio do Colégio
que funciona paralelamente a Faculdade. Além deste público, a biblioteca também
atende os funcionários e professores de toda a instituição, os moradores dos Bairros
de Sambaqui, Santo Antonio de Lisboa e Cacupé, e a sociedade em geral, porém
estes últimos podem utilizar biblioteca somente para consulta local.
A equipe é composta por 1 Bibliotecária e 7 auxiliares de biblioteca, sendo
os auxiliares, 3 estudantes de Biblioteconomia, 1 formado em Biblioteconomia, 1
auxiliar formado em psicologia e 2 auxiliares de nível médio
O horário de funcionamento da Biblioteca é das 07h30min às 22h30min,
de segunda a sexta-feira e das 09h às 13h aos sábados. Os serviços oferecidos aos
usuários são: consulta on-line ao acervo; empréstimo domiciliar; reserva e
renovação on-line; levantamento bibliográfico; comutação bibliográfica; catalogação
na fonte; capacitação do usuário (programas de orientação para pesquisa,
normalização de documentação e informação de acordo com as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), disponibiliza-se um manual de
normalização de trabalhos acadêmicos para auxiliar os alunos, além da utilização
dos recursos disponíveis no sistema da Biblioteca e sugestão de aquisição via
Internet).
O acervo da Biblioteca inclui livros, periódicos, teses, dissertações,
monografias, CD-
27
seu site para bases de dados, periódicos com acesso aberto. Quanto ao layout da
biblioteca, cada tipo de material encontra-se em ambientes distintos (Figura 1).
Já no que refere-se à configuração ambiental, sentiu-se a necessidade
de, inicialmente, através da observação da planta baixa da biblioteca, especificar a
organização de seu espaço construído. Assim, conforme figura 1, no hall de entrada
localizam-se o guarda-volumes e uma mesa para que os usuários retirem seus
materiais. À direita da porta de entrada está localizado o balcão de empréstimo e
uma divisão onde se localiza o setor de tratamento técnico. À frente do balcão de
empréstimos ficam as mesas de estudo. À esquerda das mesas de estudo localiza-
se o acervo da biblioteca, dividido em setor de referência, acervo geral, literatura e
feminino. Deste lado também está localizado o setor de periódicos e uma mesa de
xadrez. As duas salas de estudos coletivos estão localizadas em frente ao setor de
periódicos e a de estudos individuais ao fundo da biblioteca. Pode-se melhor
entender a dinâmica do local observando o mapa com o layout abaixo.
Figura 1 Layout da Biblioteca
Fonte: Site da Instituição
Em relação à disposição da biblioteca dentro da arquitetura do prédio da
instituição essa encontra-se disposta no segundo andar, com acesso por escadas,
ou elevador externos. De acordo com Lemos e Paixão (1999) a localização de uma
biblioteca deve ser muito bem pensada, pois além de facilitar o acesso, o peso
28
1 2
, portanto, as estruturas precisam ser bem construídas e
planejadas. As recomendações são que bibliotecas preferencialmente sejam
construídas em andares térreos, para facilitar o acesso e em função de seu peso, no
entanto, se a fundação do edifício suportar e existir acessibilidade podem ser
instaladas em andares superiores.
Ao avaliar o ambiente físico interno da biblioteca, verifica-se que as
paredes e o teto são pintados de branco, o que dá sensação de claridade. Também
para auxiliar na claridade duas das paredes são revestidas de janelas o que ajuda
na iluminação durante o dia. A escolha da cor apresentada pode ser justificada no
texto de Souto, Marx e Pedreira (1999) que afirmam que neste tipo de ambiente a
pintura deve ser em cor clara, pois estas transmitem sensação de tranqüilidade,
concentração e refletem melhor a luz. Não devem ser usadas cores escuras nem
nas paredes, nem no mobiliário porque estas agitam e cansam os usuários. Apenas
o piso e alguma decoração devem ser de cor escura. Porém, como afirmam
Azevedo, Santos e Oliveira (2000) as cores devem ser dosadas, pois, se utilizadas
cores frias demais podem deixar o ambiente com aspecto depressivo. Neste aspecto
na biblioteca analisada as cores denominadas frias estão predominantemente
presentes em todo o ambiente, pois possui piso, paredes, mesas, e teto brancos. As
cores em tons mais escuros se apresentam nos estofados das cadeiras e nas portas
dos guarda-volumes, o que possibilita que o local fique monótono.
Em relação ao ambiente de uma biblioteca Costa, Ziegler e Rollo (1999)
abordam os seguintes pontos:
adaptar cabines de estudo individual;
criar áreas de silêncio com devido isolamento acústico;
uso de carpete e/ou pisos sintéticos para abafar o barulho dos
passos; [...]
[...] posicionamento das mesas/balcões de trabalho distantes das
áreas de silêncio; [...]
colocar cartazes convidando ao silêncio.
No entanto, a estrutura da biblioteca analisada não comporta espaços
específicos para a distribuição das estantes de acervo, o hall de entrada, o balcão
de atendimento e as mesas de estudo, as únicas salas separadas são as de estudos
1
2
29
coletivos, individuais e o setor de tratamento técnico (este último sem isolamento
acústico).
Em relação ao isolamento acústico, as janelas de toda a biblioteca não
são vedadas, o que aumenta o ruído em momentos de intervalo e almoço, pois a
biblioteca localiza-se sobre a praça de alimentação e corredores que são utilizados
como áreas de lazer. O piso de toda a biblioteca é de cerâmica e não abafa o
barulho dos passos e do arrastar das cadeiras o que pode atrapalhar a concentração
dos alunos que estão estudando. Segundo Silvestre (1992, apud PEREIRA; SILVA;
SALES s ruídos chegam a provocar uma redução de até 60% da
produtividade, por dificultar a concentração, propiciando erros, desperdícios ou
. No entanto, de acordo com Costa, Ziegler e Rollo (1999) existem dois
tipos de usuários, os que são sensíveis ao ruído e os que dependem dele. Como
solução para esta divergência entre usuários existem as salas de estudos individuais
citadas acima que possuem um isolamento acústico.
Iniciando a análise da etapa de avaliação do ambiente em uso no
desempenho das atividades foram selecionados como amostra os funcionários da
biblioteca, pois, os mesmos passam mais tempo no local. As perguntas desta etapa
pretendem avaliar o ambiente em que estes trabalham, avaliando não somente a
parte física da biblioteca, mas também todos os serviços voltados para aspectos de
ergonomia que poderiam ser proporcionados pela instituição e a qualidade de vida
disponibilizada, pois ambos tem relação direta um com o outro.
Assim, iniciou-se questionando se a instituição possui algum programa de
Qualidade de vida para os funcionários, um usuário respondeu que anteriormente já
foi oferecido yoga, porém agora já não existe mais nenhum programa. Quatro
respondentes afirmaram não existirem programas de qualidade de vida, e um
respondeu que não possui conhecimento. Seria interessante que fosse implantado
algum tipo de atividade, pois de acordo com pesquisas realizadas pelo British
Journal of Sports Medicine funcionários que praticam atividades físicas, melhoram
sua qualidade de vida, produzem melhor e ficam menos doentes. (VAN, et al, 2005
apud SOUZA; CERSOSIMO; VIEBIG, 2008). Sobre o Comitê Interno de Prevenção
de Acidentes (CIPA) três funcionários responderam que a empresa não possui e três
responderam que não sabem se a CIPA existe.
Analisando o que foi pontuado pelos respondentes percebe-se que não
existem programas de qualidade de vida dentro da Instituição, e nem de prevenção
30
de acidentes, e se existem estes não são divulgados de maneira adequada. No
entanto, segundo More (1997) a CIPA possui grande importância não só na
prevenção de acidentes e na segurança do trabalho, mas quando está em atuação
melhora a qualidade de vida dos funcionários elaborando projetos como Semana de
Prevenção de Acidentes (SEPAT), e outros eventos que são de competência dessa
comissão.
Após, foi questionado se a instituição possui um médico do trabalho, três
responderam que não, duas que não sabem, e uma respondeu que possui, porém
se trata do médico que faz o teste de admissão, portanto teve apenas um contato
com ele. Em relação ao convênio médico todos os questionados responderam que a
empresa possui convênio. Percebe-se que a empresa possui interesse em facilitar o
acesso a saúde aos seus funcionários, possibilitando um plano para o caso de
necessidades, pois o médico disponível é apenas o de admissão e demissão.
Abaixo seguem os gráficos para melhor visualização do que foi
apresentado acima:
Gráfico 1 Gráficos da análise físico ambiental
Fonte: Elaborada pela autora (2011)
Quando questionados sobre se a instituição oferece serviços de
ergonomia três usuários (50%) responderam que não oferece e três (50%) que não
31
sabem desse serviço. Ao questionar se os funcionários gostariam de conhecer
melhor o processo de organização do trabalho duas pessoas responderam que não
lhes interessa conhecer e quatro pessoas responderam que gostariam de conhecer
melhor o processo. Analisando os dados percebe-se que provavelmente a instituição
não possua serviços de ergonomia e se os possui não os divulga da forma que
deveria, pois 100% dos funcionários desconhece tais serviços. Porém, seria
importante a aplicação de serviços de ergonomia no ambiente pois segundo Falzon
& Lapeyrière (1998, apud FERREIRA, 2000) estudos de ergonomia
focalizam essencialmente o trabalho dos funcionários, a hipótese de base
(freqüentemente implícita) é que a melhoria das condições de trabalho dos
funcionários levaria 'automaticamente' ao aprimoramento do serviço
prestado e, por conseqüência, à satisfação do usuário
Portanto, oferecendo serviços de cunho ergonômico para os que
trabalham na instituição, possibilitaria, como possível conseqüência um melhor
atendimento para quem recebe estes serviços.
Ainda sob essa problemática, pode-se acompanhar quando perguntado
respostam obtidas foram: a) aspectos ergonômicos, em relação a altura dos móveis
que não são adaptados para pessoas com estatura baixa; b) cadeiras, altura das
estantes e iluminação durante o período noturno; c) desconforto nas cadeiras que
ficam abaixando sem controle prévio do usuário; d) equipamentos de informática mal
instalados, mal adaptados e obsoletos; e) balcão de empréstimo ser junto com o
ambiente de estudo; f) sistema de busca e indexação desatualizado, falta de
qualidade das ferramentas tecnológicas utilizadas por funcionários e usuários.
Analisando as respostas dadas pelos funcionários verificam-se
novamente várias características ergonômicas incluídas nos aspectos que
prejudicam o bom rendimento do trabalho. Segundo I [...] a ergonomia
estuda os diversos fatores que influenciam no desempenho do sistema produtivo e
procura reduzir as suas conseqüências . Podendo ainda
traçar uma linha desta deficiência ergonômica com a não existência de serviços de
ergonomia apontados na questão anterior.
Na questão seguinte mbiente da
as respostas vêm de encontro com os aspectos que prejudicam o
trabalho. Foram elas: a) modificaria a mobília do balcão de atendimento e melhoraria
a iluminação deste local; b) modificaria as cadeiras e a iluminação; d) modificaria os
32
equipamentos de informática; e) modificaria o local do balcão de atendimento; f)
modificaria os terminais de consulta e o sistema de busca. Mediante a isso, aspectos
importantes a serem observados referem-se a mobília da biblioteca, principalmente
as cadeiras e o de balcão de atendimento, juntamente com a obsolescência dos
equipamentos tecnológicos e a iluminação do local, características essas que
apresentam certa insatisfação por parte da amostra e que deveriam ser repensadas
no ambiente de trabalho. Apenas uma pessoa pontuou que não modificaria nada.
A última questão está relacionada com o que os funcionários acreditam
referente a mudanças que poderiam implicar em uma melhoria no desempenho
profissional. As respostas foram: a) ajudaria a ter uma melhor postura corporal e a
iluminação no trabalho com computador e leitura; b) melhoraria a qualidade de vida
no trabalho; c) não sugestionou mudanças; d) melhoraria o rendimento profissional;
e) melhoraria a concentração na hora de trabalhar; f) agilizaria o processo de
atendimento e garantiria a aproximação do usuário com o sistema. Novamente
apenas uma pessoa não sugestionou mudanças.
Ao analisar as sugestões de mudanças e as possíveis melhorias
sugeridas pelos funcionários pode-se perceber que além de um ambiente mais
agradável para o trabalho, também os usuários seriam beneficiados. De acordo com
Ferreira (2000, p. 5-6) [...] diferentes lógicas que
se inscrevem, por sua vez, dentro de determinadas condições físico-ambientais
(espaço,
estes estiverem bem estruturados e bem organizados tanto o usuário quanto o
funcionário poderão usufruir de melhores serviços.
5.2 Análise da Percepção e Diagnóstico Ergonômico
Vinculado aos aspectos físicos ambientais até então pontuados e que
atendem aspectos da ergonomia real da biblioteca analisada, no sentido de articular
a percepção dos usuários, inicialmente buscou-se averiguar o que lhes vinha em
mente ao pensarem em biblioteca, para em seguida verificar a percepção dos
mesmos sobre aspectos ergonômicos.
Assim, o primeiro questionário foi aplicado com a finalidade de verificar a
imagem que a amostra pesquisada possui de biblioteca e da biblioteca estudada. As
respostas induziram fatores ergonômicos. A primeira pergunta do questionário foi:
33
questão aberta as respostas obtidas foram bem diversificadas, foram apresentados
como primeira imagem de biblioteca os seguintes itens: estantes, livros, mesas e
cadeiras, guarda-volumes, balcão de atendimento, local para estudo, para ler, local
de lazer, ambiente que contém conhecimento, concentração, silêncio e local
iluminado.
No gráfico a seguir podem-se observar estes dados organizados. Os
pontos mais distantes do centro obtiveram maior número de respostas, os mais
próximos menor número de resposta.
Gráfico 2 Percepção bibliotecas no geral
Fonte: Elaborado pela autora (2011).
Para traçar um paralelo entre a idéia geral de biblioteca e a imagem da
biblioteca desta
de respostas, sendo elas: atendentes, mesas, cadeiras, estantes, conforto,
claridade, livros, guarda-volumes, salas de estudo, silêncio, estudo, concentração,
organização, variedade do acervo, local amplo, banheiros, bebedouros, xadrez,
usuári podem-se observar estes resultados no gráfico abaixo:
34
Gráfico 3: Percepção da biblioteca analisada
Fonte: Elaborado pela autora (2011).
Realizando a comparação entre os dois gráficos, percebe-se que a
gráficos, tendo uma pontuação de 7 respostas no primeiro e 5 no segundo. Os
termos estantes, livros, mesas/ cadeiras, guarda-volumes, atendentes/atendimento,
estudo/concentração, silêncio e claridade/iluminação aparecem em ambos os
gráficos, com isso percebe-se que a percepção que os usuários possuem de
biblioteca e da biblioteca estudada não difere muito.
Com o intuito de reforçar o que confere a fatores ergonômicos, entende-
se [...] compreende a aplicação de tecnologia da
interface homem-sistema a projeto ou modificações de sistemas para aumentar a
segurança, conforto e eficiência do si MORAES;
2000). E também segundo a NR 17 o mobiliário do ambiente, a
iluminação, os ruídos, a ventilação, a temperatura, são identificados como fatores
ergonômicos.
Tendo como parâmetro os conceitos acima, consideram-se fatores que
envolvem a área da ergonomia: silêncio (que na ergonomia é tratado como ruído),
iluminação e mesas/cadeiras, pontuados nos gráficos 1 e 2.
35
No segundo gráfico ainda são identificadas algumas palavras que podem
ser relacionadas à ergonomia que não são citadas no primeiro como: salas de
estudo, banheiro, bebedouro, organização, conforto e local amplo.
Mediante estes dados identifica-se que os usuários percebem a presença
de aspectos ergonômicos dentro da biblioteca. Foi perguntado ainda:
As respostas obtidas foram bastante amplas, porém nenhuma pessoa
deixou a questão em branco e apenas duas responderam que não tinham nenhum
conhecimento sobre o tema. As características que mais apareceram nas respostas
foram que a ergonomia está relacionada ao estudo do mobiliário para melhor
adaptação e conforto do trabalhador durante o expediente. Além disso, a maioria
dos usuários apontou a ergonomia relacionada ao ambiente de trabalho, outros
apresentaram a ergonomia como normas. A relação que os usuários fizeram entre
ergonomia e ambiente de trabalho, conforto, mobiliário adequado, está diretamente
relacionado com o que prescreve a Norma Regulamentadora de ergonomia a NR 17
[...] visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das
condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de
modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficie
Apenas uma pessoa citou ergonomia em residências, fora do âmbito profissional.
Pode-se verificar que todos os usuários entrevistados possuem alguma
noção do que poderia ser ergonomia. Entretanto, vale ressaltar que parte desses
usuários possuem conhecimentos mais específicos de ergonomia, pois cursam
Tecnólogo em design de interiores.Neste sentido Pheasant (1997, apud MORAES,
2000) comenta sobre o princípio do design centrado no usuário,
onde se o objeto, ambiente ou sistema é projetado para uso humano, então suas
características e design devem adaptar-se às características físicas e mentais de
quem vier a utilizá-lo. Portanto a ergonomia para ele é uma ciência que tem como
objetivo adaptar não só o trabalho ao homem, mas o produto ao usuário,
independente do ambiente em que está inserida.
Para verificar qual a percepção que os usuários tem do ambiente aplicou-
se um questionário para observar como estes classificavam alguns aspectos
ergonômicos como iluminação, temperatura e ruído. Foi questionado também qual o
período do dia os usuários freqüentavam a biblioteca e quanto tempo costumavam
36
permanecer no local. Com o intuito de averiguar uma possível confiabilidade dos
dados.
Referente ao turno em que freqüentam a biblioteca, oito entre os quinze
usuários freqüentavam a biblioteca durante a tarde, dois na parte da manhã e cinco
no período da noite. Quando questionados quanto tempo costumavam ficar dentro
da biblioteca seis responderam até uma hora, sete responderam de uma a três
horas e dois mais de três horas. Os gráficos abaixo ilustram esses resultados.
Gráfico 4 Qual o período do dia costuma frequentar a biblioteca/Quantas horas em média costuma
ficar na biblioteca
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
Percebe-se que a amostra freqüenta a biblioteca em maior proporção no
período da tarde, possivelmente por ser um dos períodos mais silenciosos, pois
apenas o Colégio possui aula e o movimento concentra-se apenas no horário de
intervalo.
Após, foi questionado como estes usuários classificam a iluminação do
local, cinco pessoas classificam como bem iluminado, oito iluminado e dois
classificaram como mau-iluminado, ninguém classificou a biblioteca como escura ou
muito escura. Questionou-se também qual o local considera a iluminação mais falha
e como respostas apontaram: salas de estudo coletivo, mesas de leitura do salão
principal da biblioteca e o setor dos periódicos. Obteve-se então o seguinte gráfico:
37
Gráfico 5: Como classifica a iluminação do local
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
Vinculado ainda aos aspectos de análise físico-ambientais, mais
especificamente à configuração ambiental, buscou-se verificar se a percepção dos
usuários condiz com a realidade do ambiente da biblioteca representada por meio de
uma medição com aparelhos específicos e com acompanhamento de um
profissional da área, Doutorando em Engenharia Civil, realizada no dia 29 de
outubro de 2011 no horário entre 19 horas e 15 minutos e 19 horas e 30 minutos
(horário brasileiro de verão).
A medição da iluminação foi realizada com um luxímetro3
, a cerca de 80
cm de altura do piso quando a medição foi realizada onde não existiam mesas e
sobre as mesas de estudo quando existiam, seguindo o estabelecido pela Norma
NBR 5382. As medições foram feitas em 13 pontos da biblioteca, sendo eles: P1, P2
e P3 localizados no hall de entrada; P4, P5 e P6 localizados na sala de estudos
individuais, P7 na sala de estudos coletivos; P8 nas mesas do setor de periódicos,
nestes pontos o aparelho de medição foi posicionado cima das mesas de estudo; P9
no sofá de leitura, P10 no setor de referência, P11, P12 nas estantes, nestes pontos
o aparelho foi posicionado a 80 cm do piso, onde foi mantido sobre a mão da pessoa
que estava realizando a medição, e P13 no Balcão de atendimento, onde o aparelho
foi posicionado para realizar a medição sobre a parte mais baixa do balcão. Os
pontos onde foram realizadas as medições são apresentados na figura abaixo
(Figura 3):
3
Instrumento para medir a intensidade de iluminação em lux.
38
Figura 3: Pontos de medição da biblioteca
Fonte: Site da Instituição (2011)
No quadro abaixo são apresentados os resultados obtidos das medições.
Quadro 2: Pontos de medição de iluminação
Pontos da Biblioteca
Medição (lux-unidade de medida))
Recomendação
NBR5413 Norma de
Iluminação
Horário entre 19:15 a 19:30 (lux)
P1 274 500
P2 248 500
P3 136 500
P4 374 500
P5 180 500
P6 600 500
P7 260 500
P8 180 500
P9 290 500
P10 570 500
P11 334 300
P12 195 300
P13 410 500
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
Nos três pontos P1, P2 e P3 verifica-se que a iluminação da biblioteca
está abaixo do indicado pela norma, que recomenda uma iluminação de 500 lux para
atividades de leitura. Foram obtidas medidas de 274, 248 e 136 lux, sendo
importante destacar que este ambiente foi um dos apontados pelos usuários como
39
um dos locais com baixa iluminação em seu questionário. Os pontos P4 e P5 na sala
de estudos individuais obtiveram indices menores que os recomendados pela
Norma, apenas a medição no P6 localizado embaixo de uma lâmpada obteve um
índice de iluminância de 600 lux que se enquadraria acima dos níveis
recomendados.
O local marcado como P7 obteve medição 260 lux, valor que corresponde
a metade do que está estabelecido na NBR5413, dificultando assim a atividade de
leitura, o que justifica este sua presença nos locais citados pelos usuários como
tendo baixa iluminação. Outro local citado pelos alunos como possuindo baixa
iluminação, foi o setor de periódicos, que no mapa apresenta-se como P8, na
medição foi obtida a iluminação de 180 lux, muito abaixo do que é estabelecido pela
norma. No P9, a medição obteve um valor de 290 lux. Na parte da biblioteca onde
localizam-se os pontos 10, 11 e 12, o teto é mais baixo, portanto as lâmpada
iluminam mais, com isso a distribuição da iluminação é mais uniforme, desta forma
obteve-se uma medida de 570 lux no P10. No P11 e P12 obtiveram-se
respectivamente 334 e 195, levando em consideração que a norma estabelece que
entre o acervo a iluminação deve ser de 300 lux apenas em um ponto houve
desacordo na parte mais baixa da biblioteca. O último ponto medido P13 obteve
medição de 410 lux onde a norma estabelece 500 lux, fazendo um paralelo com
questionário dos funcionários onde houveram apontamentos de que a iluminação
noturna era insuficiente.
Após a iluminação foi questionado sobre o visual e o layout da biblioteca,
ambas as respostas obtiveram os mesmos índices. Tanto em relação ao visual
quanto ao layout 13% dos usuários estão muito satisfeito, 87% estão satisfeito, o
item insatisfação não foi assinalado. Ainda referente a essas perguntas foi deixado
uma questão aberta para sugestões de o que deveria ser melhorado para que o
ambiente e layout ficassem mais agradáveis, as duas sugestões foram mais salas
de estudos em grupo, e alguns puffs na área das revistas para melhor acomodar os
usuários.
40
Gráfico 6: Satisfação em relação ao visual/layout da biblioteca
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
Ao serem questionados sobre o barulho da biblioteca, nenhum dos
usuáros assinalou a opção muito barulhenta, no entanto seis pessoas assinalaram
barulhenta e seis pouco barulhenta, apenas três usuários consideram a biblioteca
silenciosa (gráfico 7). Para conhecer quais barulhos poderiam estar atrapalhando foi
questionado quais os barulhos mais incomodavam dentro do ambiente, as respostas
obtidas foram: conversas muito altas na área de estudos em grupo; utilização dos
alunos do colégio; conversas nas salas de estudos coletivo; ruídos externos; o
barulho dos sapatos no piso e o barulho ao abrir e fechar a porta. Pode-se melhor
observar no gráfico abaixo:
Gráfico 7:Em relação ao barulho você considera a biblioteca
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
41
Observando o gráfico acima percebe-se que pela opinião da amostra o
ambiente não pode ser considerado silencioso, pois a maioria das pessoas
assinalaram os itens pouco barulhento e barulhento, porém, estas são opiniões
individuais, o que pode não ser silencioso para uns pode ser para outros. Iida (2005)
tolerância aos ruídos [...] entre 70 e 90 dB dificultam a conversação e a
concentração em ambiente de trabalho, o ideal é conservar o nível de ruído
para manter um ambiente agradável. No entanto dentro
de bibliotecas a NBR10152, (Níveis de ruídos para conforto acústico) recomenda
que o nível de ruído esteja ente 35 e 45 dB, o que estaria apropriado para ambientes
de estudo.
Para observar se o nível de ruído da biblioteca estava de acordo com os
padrões estabelecidos pela norma foi realizada a medição com um decibelímetro
digital4
em dois pontos da biblioteca, (P1 e P2). Assim pode-se realizar uma
comparação com o que foi dito pelos alunos.Obteve-se como resultado o seguinte
quadro.
Quadro 3: Nível de ruído da biblioteca
Pontos da Biblioteca Medição acústica Recomendação
P1 62 dB 35-45dB
P2 52 a 74 dB 35-45dB
Fonte: Dados primários (2011)
Observa-se no quadro que em P1 onde estão localizadas as mesas de
estudo e o balcão de empréstimo, o nível de ruído foi de 62 dB, sendo que o
recomendado pela norma estabelece no máximo 45dB, mostrando assim que os
alunos estão corretos quando apontam o ambiente como barulhento, pois como já
citado acima a partir de 70 dB o ruído atrapalha na concentração.
Na medição realizada no P2, verificou-se uma baixa de 10 dB indicando o
nível de ruído em 52dB. Neste ambiente durante a mediçao houve uma variação, de
52dB enquanto todos estavam em silêncio a 74dB quando um aluno saiu da sala
mexeu cadeiras e bateu a porta, após o silêncio se restabelecer o nível voltou a
52dB. Porém, ainda acima dos valores estabelecidos pela norma.
4
Aparelho utilizado para medir o nível de ruído de um ambiente cuja escala de leitura se processa
em decibéis.
42
Referente aos barulhos que mais incomodam os usuários, são eles:
conversas causadas pelos próprios usuários, som do salto dos sapatos, ruídos
externos e barulho ao abrir e fechar a porta de entrada. Estes fatores estão
diretamente ligados a primeira etapa do trabalho a análise físico ambiental, onde foi
verificado que o piso não favorecia o silêncio, a localização do balcão de empréstimo
e as mesas de estudo no mesmo ambiente prejudicavam a questão do silêncio e
também por estar em cima da praça de alimentação e do local de integração dos
alunos, o nível de ruídos é muito elevado.
Também considerando o local onde a biblioteca localiza-se (sobre a praça
de alimentação da universidade) alguns odores podem ser sentidos ao longo do dia.
Questionou-se então se esses odores atrapalham os estudos dos alunos. Apenas
um aluno assinalou a resposta incomodam, o restante da amostra assinalou a
alternativa não incomodam, as alternativas incomodam pouco e incomodam muito
não foram assinaladas. Segundo Triska assim como nossas
impressões digitais, nossa identidade odorífera é única
trata-se de ruído o que pode ser incomodo para uns não necessariamente incomoda
outros.
Ao serem questionados sobre a temperatura da biblioteca, dois usuários
responderam que estão muito satisfeitos e 13 que estão satisfeitas, nenhum se
mostrou insatisfeito. O gráfico abaixo ilustra estes resultados:
Gráfico 8: Em relação à temperatura do ambiente
Fonte: Dados primários (2011)
43
Para verificar se a percepção dos usuários em relação à temperatura da
biblioteca vem de encontro com a temperatura real, foi realizada a medição em dois
pontos: P1(onde estão as mesas e o balcão de empréstimo) e P2. O quadro a
abaixo apresenta o resultado obtido:
Quadro 4: Temperatura da biblioteca
Pontos da Biblioteca Temperatura Recomendação
P1 24,5°C 20-23°C
P2 24,6°C 20-23°C
Fonte: Elaborado pela autora (2011)
A medição foi realizada no final do mês de outubro, aproximadamente um
mês após a aplicação dos questionários, percebece-se que não há grande oscilação
de temperatura pois o ambiente é climatizado com aparelhos de ar condicionado nas
salas de estudos coletivos e individual e também no e salão geral. Ressalta-se que
os usuários possuem liberdade de solicitar aos que funcionários liguem e desliguem
os aparelhos de ar condicionado, tanto nas salas de estudos, quanto no hall.
As temperaturas obtidas na medição, tanto no P1 quanto no P2 estão em
torno de 24°C. A recomendação da NR17 é que o ambiente mantenha-se entre 20°C
e 23°C para que o ambiente proporcione conforto para quem está utilizando a
biblioteca.Logo, 24°C estaria dentro da faixa de temperatura agradável para o
conforto dos usuários, principalmente se for considerado o questionário, onde
ninguém está insatisfeito com a temperatura.
44
6 CONCLUSÃO
Este Trabalho de Conclusão de Curso descreveu os aspectos físico-
ambientais da biblioteca, confrontando a ergonomia real, com a ergonomia
percebida pelo usuário em um estudo de caso. A partir dos resultados obtidos,
podemos observar ao realizar o diagnóstico ergonômico, que alguns dos fatores
analisados como iluminação e ruído estão parcialmente de acordo com as normas
estabelecidas pelos agentes regulamentadores. Em relação aos usuários, 5 pessoas
de 15 consideram a iluminação suficiente, e 6 de 15 consideram que o ruído deveria
ser melhor controlado.
Referente à divisão dos ambientes dentro da biblioteca, percebe-se que
não existe uma separação entre o local do acervo, balcão de empréstimo e mesas
de estudo. Esta ambientação deveria ser repensada, uma vez que o único local
onde os usuários podem obter um maior aproveitamento de seus estudos resume-se
às salas de estudos individuais e salas de estudos coletivos. No que se refere à
ambientação da biblioteca dentro da faculdade, esta se encontra em um local
centralizado, o que facilita o acesso dos alunos.
No entanto, a questão do ruído que constou como muito importante
nesta pesquisa é importante em relação a toda a comunidade de estudantes-
usuários da biblioteca, sendo que 6 de 15 consideram que o ruído deveria ser
melhor controlado, principalmente no que concerne a horários de intervalo, o que foi
confirmado ao ser realizada a medição quando foram obtidas medidas bem acima
das estabelecidas pela Norma regulamentadora. A maioria dos usuários e
funcionários considerou a temperatura adequada ao ambiente analisado, indo ao
encontro do que foi verificado na medição realizada no local. Sobre a iluminação,
embora a maioria da amostra de usuários tenha se mostrado satisfeita, apenas 3
lugares apresentaram medição superior ao indicado pela norma.
Compreende-se que os estudos de ergonomia podem auxiliar tanto aos
funcionários quanto os usuários da biblioteca, pois estes estando satisfeitos com o
ambiente podem tanto produzir, quanto trabalhar de forma mais adequada às suas
necessidades. Neste caso, os resultados obtidos através deste estudo, podem servir
no auxílio da criação de diretrizes que possam modificar o atual estado em que a
biblioteca analisada se encontra, com a criação de uma política ergonômica
exclusiva para o local.
45
REFERÊNCIAS
ABERGO. O que é ergonomia. Disponível em:
<http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 15
nov 2011.
ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo:
Blucher, 2009. 240 p.
ANDRADE, D.; ALVES, E.; GALVÃO, R. Avaliação ergonômica de três
bibliotecas setoriais do Campus Recife da Universidade Federal de
Pernambuco. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização),
Universidade Federal de Pernambuco, 2009.
AZEVEDO, M. de F. M. de; SANTOS, M. S. dos; OLIVEIRA, R. de. A cor no
ambiente de trabalho: ergonomia da percepção. Ensaios de Ergonomia.
Florianópolis, Jun, 2000. Disponível
em:<http://www.eps.ufsc.br/ergon/revista/artigos/rubia.PDF>. Acesso em: 13 nov
2011.
BLATTMANN, U; BORGES, I. Ergonomia em biblioteca: avaliação prática. Revista
da ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.3, n.3, p. 45-62,
1998 Disponível em: <http://www.ergonomianotrabalho.com.br/analise-ergonomica-
biblioteca.pdf>. Acesso em: 19 jun 2011.
BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5413: Iluminância de
interiores. 1992.
BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5382: Verificação de
Iluminância de Interiores. 1992.
BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Nível de ruído
para conforto acústico. 1987.
BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 Ergonomia. Portaria MTPS
n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990. Disponível em:
<http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.p
df>. Acesso em: 5 jun 2011.
COSTA, A; ZIEGLER, A; ROLLO, F. Acústica. 1999. Disponível em:
<http://campus.fortunecity.com/mcat/102/acustica.htm>. Acesso em: 14 nov 2011.
DORIGON, D. S. Gestão de operações e qualidade dos serviços nas Unidades
de Informação. Florianópolis, 2006, 203f. Dissertação (Mestrado em Ciências da
Informação). Programa de Pós-Graduação do Centro de Ciências da Educação,
Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006.
DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. 2. ed. São Paulo: Edgard
Blucher, 2004. 137 p.
46
FERREIRA, Mário César. Serviço de Atendimento ao Público: O que é? Como
analisá-lo? Esboço de uma Abordagem Teórico-Metodológica em Ergonomia.
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15 nov 2011.
FONSECA, E. N. da. Introdução à biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos, 2007.
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FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL (BRASIL). A Biblioteca pública:
administração, organização, serviços. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional,
Departamento Nacional do Livro, 1995. 121p.
GIL, Antonio Carlos.Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo:
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IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Blucher,
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Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/peso.htm>. Acesso em 15
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MORAES, A. de; MONT'ALVÃO, C. . Ergonomia: conceitos e aplicações. 2. ed.
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MORE, L. F. A CIPA analisada sob a ótica da ergonomia e da organização do
trabalho: proposta de criação da comissão de estudos do trabalho CET. 1997.
Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa
Catarina, 1997. Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta97/more/>. Acesso
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PEREIRA C. A. S; SILVA L. C. S.; SALES F. H. S. Análise do nível de conforto
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<http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/621/476>. Acesso em:
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SANTO, C. E.; RAPOUSO, M. F. P. Biblioteca universitária proativa. Revista Digital
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47
SILVA, E. L. da; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de
dissertação. 4. ed. rev. atual. Florianópolis: UFSC, 2005. 138 p. Disponível em:
<HTTP://tccbiblio.paginas.ufsc.br/files/2010/09/024_Metodologia_de_pesquisa_e_el
aboracao_de_teses_e_dissertacoes1.pdf>. Acesso em: 15 nov 2011.
SOUTO, G; MARX,R.; PEDREIRA, Z. Cores para bibliotecas. 1999. Disponível em:
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SOUZA, G. M.; CERSOSIMO, P.; VIEBIG, R. F. A importância de programas de
qualidade de vida em instituições corporativas. Revistadigital Efdeportes.com.
Buenos Aires, ano 13 n. 124, set, 2008. Disponível em:
<http://www.efdeportes.com/efd124/a-importancia-de-programas-de-qualidade-de-
vida-em-instituicoes-corporativas.htm>. Acesso em: 15 nov 2011.
TRISKA, L. N. S. Prazer e bem estar no ambiente de trabalho: a importância do
olfato na ergonomia. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). 2003,
Universidade Federal de Santa Catarina, 2003.
VASCONCELOS, C. S. F e; VILLAROUCO, V.; SOARES, M. M. Avaliação
ergonômica do ambiente construído: estudo de caso em uma biblioteca universitária.
Ação ergonômica: revista brasileira de ergonomia, v.4, n.1, 2009. Disponível em:
<http://www.abergo.org.br/revista/index.php/ae/article/view/69 >. Acesso em: 15 nov
2011.
VILLAROUCO, Vilma. Avaliação ergonômica do projeto arquitetônico.In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIA. 12.,Recife, 2002. Anais...Recife:
ABERGO, 2002.
VILLAROUCO, V; ANDRETO, L. F. M. Avaliando desempenho de espaços de
trabalho sob o enfoque da ergonomia do ambiente construído. Produção, v. 18, n. 3,
set/dez, p.523-539. 2008. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-
65132008000300009&script=sci_arttext>. Acesso em: 15 nov 2011.
48
APÊNDICE A QUESTIONÁRIO 1
QUANDO VOCÊ PENSA EM BIBLIOTECAS NO GERAL, QUAL A IMAGEM QUE LHE
VEM A MENTE?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
QUANDO VOCÊ PENSA NA BIBLIOTECA DESTA INSTITUIÇÃO QUAIS SÃO AS
IMAGENS QUE LHE VEM A CABEÇA?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
49
APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 2
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAR A ERGONOMIA DA BIBLIOTECA NA
PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS
Você está convidado(a) a responder este questionário anônimo que faz
A: Um estudo de caso realizado
ergonomia e da usabilidade da unidade de informação, de acordo com a percepção
de seus usuários Ergonomia.
Este questionário está sob responsabilidade da aluna Daniela Capri e sob
orientação da Professora Eliana Maria dos Santos Bahia. Objetiva realização do
Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Biblioteconomia na Universidade
Federal de Santa Catarina.
1 O que você entende por Ergonomia?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
2 Qual o período costuma frequentar a biblioteca?
( )manhã
( )tarde
( )noite
3 Quantas horas em média costuma ficar no local?
( ) até 1 hora
( )de 1 a 3 horas
( ) mais de 3 horas
4 Como você classifica a iluminação da biblioteca?
(...)Bem iluminado
(...)Iluminado
50
(...)Mau iluminado
(...)Escuro
(...)Muito escuro
4 a Caso opte pelas opções mau iluminado, escuro ou muito escuro, qual o local
da biblioteca que considera a iluminação mais falha?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
5 Você está satisfeito com o visual do ambiente?
(...)Muito satisfeito
(...)Satisfeito
(...)Insatisfeito
5a- Você está satisfeito com layout da Biblioteca?
(...)Muito satisfeito
(...)Satisfeito
(...)Insatisfeito
5b - Caso esteja insatisfeito com visual/layout quais os aspectos mais lhe fazem
sentir assim?
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
6 Com relação ao barulho o ambiente a biblioteca é:
( )muito barulhento
(...)barulhento
( )pouco barulhento
( )silencioso
6a Quais ruídos mais lhe deixam insatisfeito no ambiente?
51
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
7 - Em relação a temperatura?
( )muito satisfeito
( )satisfeito
( )insatisfeito
8 - Em relação aos odores da biblioteca.
( )incomodam muito
( )incomodam
( )incomoda pouco
( )não incomoda
52
APÊNDICE C QUESTIONÁRIO 3
QUESTIONÁRIO PARA AVALIAR A ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA
DOS FUNCIONÁRIOS
Você está convidado(a) a responder este questionário anônimo que faz parte da
A: Um estudo de caso realizado em uma
usabilidade da unidade de informação, de acordo com a percepção de seus usuários
Ergonomia.
Este questionário está sob responsabilidade da aluna Daniela Capri e sob
orientação da Professora Eliana Maria dos Santos Bahia. Objetiva realização do Trabalho de
Conclusão de Curso, do curso de Biblioteconomia na Universidade Federal de Santa
Catarina.
1 -O que é Ergonomia para você?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
2. Você sabe se a empresa oferecer algum programa para melhorar a Qualidade de Vida
dos funcionários? Se sim qual?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
3. A empresa possui Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CIPA)?
....................................................................................................................................................
...............................................................................................................
4. A empresa possui médico do trabalho? Se sim, você já teve algum contato com esse
profissional?
53
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
5. É oferecido convênio médico aos funcionários?
....................................................................................................................................................
..................................................................................................................................................
6. Você sabe se a empresa possui serviços de Ergonomia? Se não possui sabe se ela tem
interesse em contratar esses serviços?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
...................................................................................................................................................
7. Você gostaria de conhecer melhor como ocorre o processo de organização do trabalho
dentro da empresa?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
.................................................................................................................................................
8. Quais os aspectos do ambiente da biblioteca mais prejudicam seu trabalho?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
9. Você mudaria alguma coisa no ambienteda Biblioteca? Quais?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
10. Em sua opinião, em que isso te ajudaria enquanto profissional?
....................................................................................................................................................
....................................................................................................................................................
54
APÊNDICE D CARTA DE CONSENTIMENTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
CURSO DE BIBLIOTECONOMIA
SOLICITAÇÃO DE PESQUISA ACADÊMICA
Florianópolis, junho de 2011.
Prezados Senhores (as),
As disciplinas Trabalho de Conclusão de Curso I e II, do curso de
Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina, tem como objetivo propiciar
aos acadêmicos o domínio da elaboração de projeto de pesquisa em todas as suas etapas.
Para isso, são realizadas atividades de pesquisa durante a disciplina.
Eu, Daniela Capri (RG8096755734) venho por meio deste solicitar a permissão
para utilizar o ambiente da biblioteca do Complexo de Ensino Superior Cruz e Souza
(CESUSC) para realização de pesquisa acadêmica. A pesquisa tem como objetivos realizar
uma análise ergonômica da biblioteca fazendo um comparativo com a visão que os usuários
tem do ambiente. Acredita-se que essa pesquisa poderá trazer contribuições para a
biblioteca, em relação ao seu ambiente físico e também um maior conhecimento da visão
que os usuários têm da biblioteca. Ao final o trabalho será apresentado como requisito para
a conclusão do curso de Biblioteconomia.
A pesquisa tem a orientação da professora Msc. Eliana Maria dos Santos Bahia
e todas as etapas terão a supervisão da bibliotecária da instituição Juliana Frainer.
Contamos com vossa colaboração Para maiores esclarecimentos, entrar em contato pelos
telefones (48) 3204-7890; (48) 9632-4740 ou pelo email: dccapri@gmail.com.
Desde já, agradecemos pela participação.
Atenciosamente,
_______________________________________
Prof. Msc. Eliana Maria dos Santos Bahia Jacintho

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TCC Daniela Capri

  • 1. Daniela Capri ERGONOMIA: Um estudo de caso realizado em uma biblioteca universitária de Florianópolis Florianópolis, 2011. , UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM BIBLIOTECONOMIA
  • 2. DANIELA CAPRI ERGONOMIA: Um estudo de caso realizado em uma biblioteca universitária de Florianópolis Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Biblioteconomia do Centro de Ciências da Educação da Universidade Federal de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Bacharel em Biblioteconomia. Orientação de Profª. Eliana Maria dos Santos Bahia Jacintho, Msc. Florianópolis, 2011
  • 3.
  • 4. Ficha Catalográfica elaborada por Daniela Capri, graduanda em Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina. Esta obra é licenciada por uma licença Creative Commons de atribuição, de uso não comercial e de compartilhamento pela mesma licença 2.5 Você pode: - copiar, distribuir, exibir e executar a obra; - criar obras derivadas. Sob as seguintes condições: - Atribuição. Você deve dar crédito ao autor original. - Uso não-comercial. Você não pode utilizar esta obra com finalidades comerciais. - Compartilhamento pela mesma licença. Se você alterar, transformar ou criar outra obra com base nesta, somente poderá distribuir a obra resultante com uma licença idêntica a esta. C253e Capri, Daniela, 1990 Ergonomia: um estudo de caso em uma biblioteca universitária de Florianópolis / Daniela Capri. Florianópolis, 2011. 56 f. ; il. color. Orientador: Profª. Eliana Maria dos Santos Bahia, Msc. Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências da Educação, Curso de Biblioteconomia, Florianópolis, 2011. 1. Ergonomia. 2. Ergonomia bibliotecas. 3.Bibliotecas Universitárias. I.Jacintho, Eliana Maria dos Santos Bahia. II. Título. CDU - 65.015.11
  • 5. AGRADECIMENTOS Aos meus pais Rosane e Alberto e minha irmã Andresa que mesmo distantes me deram força, motivação e amor não só nesta fase, mas em todas as dificuldades, saudades e momentos de solidão pelos quais passei. À toda minha família que apesar da distância sempre me acolheu nos momentos que precisei e por estarem torcendo por mim. Em especial minha dinda Ana. Aos amigos da faculdade que me acompanharam nesta trajetória. Em especial a Marchelly, Morena, Renata, Guilherme e Juliana Gulka pelas gargalhadas, choros, batatas e viagens que jamais esquecerei. À Isadora pelos quatro anos de amizade, por me agüentar esse tempo todo. Aos amigos de encontros aos quais devo alguns dos melhores momentos destes quatro anos. Àqueles amigos de infância que não puderam se fazer presente e aos presentes que sempre que possível estavam ali, Carol, Luíza, Laura, Luiz Henrique (Moranga) e Renato. A todos os locais em que fiz estágio que agregaram os conhecimentos necessários para minha formação. Agradeço pela paciência e companheirismo de todos os colegas de trabalho, especialmente aos atuais, Tatiane, Taro, Guilherme, Aline e Léo com os quais estou em constante aprendizado. À Juliana que além da amizade me auxiliou durante a etapa final deste trabalho. A minha orientadora professora Eliana Bahia, amiga e segunda mãe que me acompanhou do início da faculdade até o fim, e me fez acreditar que era possível. Finalmente a esse ser superior que me faz levantar e acreditar no meu potencial. Este que me faz seguir em frente e enfrentar todos os desafios.
  • 6. Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares . É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos" (Fernando Pessoa)
  • 7. RESUMO CAPRI. Daniela. Ergonomia: um estudo de caso realizado em uma biblioteca universitária de Florianópolis. 2011. 80 f. Trabalho de Conclusão de Curso. (Graduação em Biblioteconomia) - Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2011. Buscou-se neste trabalho analisar a ergonomia real de uma biblioteca universitária de Florianópolis e confrontá-la com a ergonomia percebida pelo usuário para realização de um diagnóstico ergonômico. Com o intuito de atender este objetivo foram estabelecidos dois objetivos específicos, tais quais: descrever os aspectos físico-ambientais da Biblioteca vinculados a ergonomia real e verificar a percepção dos usuários em relação à biblioteca. Como aporte teórico contextualizou-se aspectos sobre ergonomia, ergonomia ambiental vinculando-os a biblioteca e biblioteca universitária. Já referente à metodologia, a Avaliação Ergonômica do Ambiente Construído de Villarouco (2002) foi utilizada como referência. Os sujeitos pesquisados compreenderam uma amostra de 15, entre alunos da biblioteca e funcionários do local. No que confere aos resultados obtidos, quando relacionados à análise físico-ambiental da biblioteca constataram-se que existem alguns aspectos que divergem do estabelecido pelas normas regulamentadoras e que também deixam a desejar em relação à opinião dos usuários. Aspectos estes como iluminação e ruído foram citados como insatisfatórios, porém o fator temperatura foi analisado como satisfatório. Palavras-chave: Ergonomia. Ergonomia ambiental. Biblioteca. Biblioteca universitária.
  • 8. ABSTRACT This final paper aimed to analyze the real ergonomics of a university library from Florianópolis and compare it with the ergonomics perceived by the user to perform an ergonomic diagnosis. In order to meet this goal two specific goals were established such as: describe the physical and environmental aspects of the library related to the real ergonomics and verify the actual perception of users about the library. As a theoretical approach, aspects of ergonomics and environmental ergonomics were contextualized and linked to the library and the university library. Referring to the methodology, the Ergonomical Assessment of the Built Environment by Villarouco (2002) was used as a reference. The study subjects comprised a sample of 15, among students and library staff. In the results obtained, when related to the physical-environmental analysis of the library, it was found that there are some aspects that differ from the regulatory standards and that also fall short in relation to feedback from users. Aspects such as lighting and noise were cited as unsatisfactory, but the temperature factor was analyzed as satisfactory. Keywords: Ergonomics. Environmental Ergonomics. University Library.
  • 9. LISTA DE FIGURAS Figura 1 Layout da Biblioteca....................................................................................27 Figura 2: Pontos de medição da biblioteca ...............................................................38
  • 10. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 Gráficos da análise físico ambiental ..........................................................30 Gráfico 2 Percepção bibliotecas no geral..................................................................33 Gráfico 3: Percepção da biblioteca analisada ...........................................................34 Gráfico 4 Qual o período do dia costuma frequentar a biblioteca/Quantas horas em média costuma ficar na biblioteca .............................................................................36 Gráfico 5: Como classifica a iluminação do local ......................................................37 Gráfico 6: Satisfação em relação ao visual/layout da biblioteca................................40 Gráfico 7:Em relação ao barulho você considera a biblioteca...................................40 Gráfico 8: Em relação à temperatura do ambiente....................................................42
  • 11. LISTA DE QUADROS Quadro 1 Metodologia...............................................................................................24 Quadro 2: Pontos de medição de iluminação.............. Error! Bookmark not defined. Quadro 3: Nível de ruído da biblioteca......................................................................41 Quadro 4: Temperatura da biblioteca........................................................................43
  • 12. LISTA DE SIGLAS ABERGO Associação Brasileira de Ergonomia ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas ANSI American National Standards Institute BSI British Standards Institution CEN Comité Européen de Normalisation CIPA Comitê Interno de Prevenção de Acidentes EN Normas Européias EUA Estados Unidos IEA Associação Internacional de Ergonomia IES Instituição de Ensino Superior ISO International Standardization Organization NR Norma Regulamentadora SEPAT Semana de Prevenção de Acidentes
  • 13. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13 2 OBJETIVOS...........................................................................................................15 2.1 Objetivo Geral....................................................................................................15 2.2 Objetivos Específicos .......................................................................................15 3 REFERENCIAL TEÓRICO.....................................................................................16 3.1 Histórico da Ergonomia....................................................................................16 3.2 Ergonomia: definições e aplicações ...............................................................17 3.4. Bibliotecas ........................................................................................................20 3.5 Bibliotecas Universitárias.................................................................................21 4 METODOLOGIA ....................................................................................................22 4.1 Coleta e análise dos dados ..............................................................................22 4.1.1 Universo e amostra de pesquisa ......................................................................22 4.1.2 Coleta de dados ...............................................................................................23 4.1.3 Análise de dados..............................................................................................24 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES...........................................................................26 5.1 Análise Físico Ambiental..................................................................................26 5.2 Análise da Percepção e Diagnóstico Ergonômico .........................................32 6 CONCLUSÃO ........................................................................................................44 REFERÊNCIAS.........................................................................................................45 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO 1.............................................................................48 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 2.............................................................................49 APÊNDICE C QUESTIONÁRIO 3.............................................................................52 APÊNDICE D CARTA DE CONSENTIMENTO ........................................................54
  • 14. 13 1 INTRODUÇÃO Para atender a demanda de seus usuários, as organizações precisam se ajustar às exigências e às mudanças que ocorrem a todo o momento. Para isto é necessário conhecer, com antecedência razoável, qual o sentido destas mudanças. Cada vez mais a exigência dos clientes aumenta. Assim também deve crescer a preocupação dos proprietários com o atendimento para que sua organização não se torne obsoleta e ultrapassada. Na contemporaneidade as ciências surgem para ampliar a sociedade, e dentro delas está inserida a Ergonomia que é uma ciência multidisciplinar que surgiu no final da Segunda Guerra Mundial com o objetivo de compreender conflitos que vinham ocorrendo entre homens e máquinas. Nesta época pós-guerra as indústrias dão um salto de produtividade. Porém, não há capacitação nem familiarização com os novos meios de produção e assim a eficiência e a eficácia não correspondem à expectativa industrial. Percebe-se então, que nenhuma máquina opera por si só, precisando de trabalhadores com qualificação e mão de obra especializada, exigindo no cotidiano algumas mudanças de mentalidade das indústrias e dos empresários. No ano de 2000 a Associação Internacional de Ergonomia (IEA) definiu ergonomia como sendo uma disciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos a projetos a fim de otimizar o bem estar humano e o desempenho global do sistema. Nas bibliotecas, independente do tipo a ser analisada (infantil, escolar, universitária, especializada, especial, nacional ou pública), existe sempre uma preocupação com a satisfação do usuário, no sentido dos serviços disponibilizados e do encontro da informação requerida. Aspectos ambientais da biblioteca, que envolvem iluminação, temperatura, ruídos e sinalização geralmente são deixados em segundo plano. Podemos perceber estas preocupações em pesquisas como as realizadas por Blattmann e Borges (1998) que analisaram aspectos ergonômicos em uma biblioteca setorial da Universidade Federal de Santa Catarina. Mais recentemente, os autores Andrade, Alves e Galvão (2009) na monografia de especialização em ergonomia, realizaram uma avaliação ergonômica de três bibliotecas setoriais do Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco.
  • 15. 14 O presente Trabalho de Conclusão de Curso mostrou a importância destas mudanças. Ao desenvolver o tema Ergonomia: um estudo de caso em uma biblioteca universitária em Florianópolis pretende realizar uma avaliação ergonômica do ambiente utilizado pelos usuários na biblioteca e verificar a satisfação dos mesmos. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e utiliza a norma NR17 (que regulamenta a ergonomia nos postos de trabalho) como instrumento base para fazer uma análise do ambiente da biblioteca como um todo (salas de estudo, mobiliário, iluminação, ruídos, disposição dos móveis, layout). A partir dos resultados obtidos a pretensão é comparar a avaliação dada ao ambiente pelos usuários e o que é estabelecido pelas normas regulamentadoras. Também serão propostas diretrizes para que a Diretoria da Instituição na qual a biblioteca está inserida ofereça um ambiente de estudo mais confortável.
  • 16. 15 2 OBJETIVOS 2.1 Objetivo Geral Analisar a ergonomia real e confronta-la com a ergonomia percebida pelo usuário para realização de diagnóstico ergonômico. 2.2 Objetivos Específicos a) descrever aspectos físico-ambientais da biblioteca, vinculados a ergonomia real; b) verificar a percepção dos usuários em relação aos aspectos ambientais da biblioteca.
  • 17. 16 3 REFERENCIAL TEÓRICO 3.1 Histórico da Ergonomia Desde os primórdios o homem preocupa-se em aprimorar os utensílios utilizados em seu cotidiano para que estes se adaptem melhor às suas necessidades e ao seu corpo. Diversos exemplos ilustram essa inquietação: as empunhaduras de foices desenvolvidas para melhor adaptar-se à mão humana, os pedaços de pedra lascada que tinham, supostamente, o objetivo de melhorar o conforto e o desempenho na caça e na preparação dos alimentos, são alguns deles. (MORAES; No desenvolvimento técnico, científico e cultural, durante a segunda Guerra mundial a ergonomia tem sua origem. Neste contexto as grandes mudanças tecnológicas ais velozes e radares para detectar aviões inimigos, submarinos e sonares colocam o homem em situação de extrema pressão a (MORAES; , p. 7-8). Para amenizar estes conflitos e otimizar o trabalho, que estava sendo prejudicado pela falta de capacitação engenheiros juntaram-se aos psicólogos e fisiólogos para adequar operacionalmente equipamentos, ambiente e tarefas aos aspectos neuro- psicológicos da percepção sensorial (visão, audição e tato), aos limites psicológicos de memória, atenção e processamento de informações. (MORAES , 2000, p. 9). Diferentemente de outras disciplinas que não possuem data inicial, a foi empregada pela primeira vez como campo do saber específico, em 8 de julho de 1949 pelo psicólogo inglês K. F. Hywell Muffel. Nesta ocasião foi formada a Ergonomic Reserch Society a qual reuniu pesquisadores para realizar estudos sobre os seres humanos no seu ambiente de trabalho. (PHEASANT 1997 apud MORAES; , 2000). Segundo Iida (2005) após a Segunda Guerra foram organizadas reuniões na Inglaterra que marcaram o início da ergonomia. Nos Estados Unidos (EUA) a área não tinha muita credibilidade, esta visão só foi modificada quando o Departamento de Defesa dos EUA começou a apoiar pesquisas na área. A autora ainda menciona que somente com o passar de muitos anos, a ergonomia começa a ser aplicada fora da indústria bélica e do ramo de aeronaves.
  • 18. 17 3.2 Ergonomia: definições e aplicações Organizações responsáveis preocupam-se com o bem estar e com a saúde de seus trabalhadores e clientes. Uma das formas de demonstrar esta preocupação é a aplicação da ergonomia em seu ambiente de atuação. Podemos definir ergonomia segundo diversos autores: Para Vasconcelos, Villarouco, Soares (2009) a ergonomia busca estudar a adequação do homem ao ambiente em que trabalha. Para isso analisa a interação das pessoas com os equipamentos, aplicando conhecimentos que vão desde os fatores psicológicos, abordando diversos aspectos do comportamento, até a anatomia humana. Pode-se ainda obter uma definição concisa de ergonomia estabelecida pela Ergonomic Research Society (apud IIDA, 2005 o estudo do relacionamento entre o homem e o seu trabalho, equipamento e ambiente, e particularmente a aplicação dos conhecimentos de anatomia, fisiologia e psicologia na solução dos problemas surgidos desse relacionamento . Segundo Dul e Weerdmeester (2004, p.2) ergonomia: [...] é uma ciência aplicada ao projeto de máquinas, equipamentos, sistemas e tarefas, com o objetivo de melhorar a segurança, saúde, conforto e eficiência no trabalho [...]. No projeto do trabalho e nas situações cotidianas, a ergonomia focaliza o homem. As condições de insegurança, insalubridade, desconforto e ineficiência são eliminadas quando adequadas às capacidades e limitações físicas e psicológicas do homem. Para que ocorra uma adequação das máquinas, do ambiente e a melhora de condições de conforto e de segurança para o ser humano são estudados pela ergonomia aspectos como: movimentos corporais, postura, fatores ambientais (vibrações, ruídos, iluminação, clima, agentes químicos), relações e controles entre mostradores, e também cargos e tarefas. Utilizando-se destes fatores, é possível projetar um ambiente seguro, confortável, e eficiente no trabalho, ou mesmo na vida cotidiana. (DUL; WEERDMEESTER 2004, p. 2). Para facilitar o trabalho dos ergonomistas (profissionais que trabalham na área da ergonomia) alguns destes aspectos foram convertidos em normas, assim estimulando com que estes fossem aplicados. São exemplos destas normas a ISO (International Standardization Organization), as normas européias EN da CEN (Comité Européen de Normalisation), bem como nas normas nacionais, a exemplo
  • 19. 18 da norma ANSI (American National Standards Institute) (Estados Unidos) e BSI (British Standards Institution) (Inglaterra). (DUL; WEERDMEESTER, 2004, p. 3). No Brasil a Norma Regulamentadora (NR) de Ergonomia é a NR17 - Ergonomia, publicada pelo Ministério do Trabalho sob a Portaria GM n.º 3.214, de 08 de junho de 1978, modificada pela Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990 e atualizada pela última vez pela Portaria SIT n.º 13, de 21 de junho de 2007. (BRASIL, 1990) Segundo a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO), a disciplina divide-se em três áreas de estudo: Ergonomia física: está relacionada com às características da anatomia humana, antropometria, fisiologia e biomecânica em sua relação a atividade física. Os tópicos relevantes incluem o estudo da postura no trabalho, manuseio de materiais, movimentos repetitivos, distúrbios músculo- esqueletais relacionados ao trabalho, projeto de posto de trabalho, segurança e saúde. Ergonomia cognitiva: refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros elementos de um sistema. Os tópicos relevantes incluem o estudo da carga mental de trabalho, tomada de decisão, desempenho especializado, interação homem computador, stress e treinamento conforme esses se relacionem a projetos envolvendo seres humanos e sistemas. Ergonomia organizacional: concerne à otimização dos sistemas sóciotécnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas e de processos. Os tópicos relevantes incluem comunicações, gerenciamento de recursos de tripulações (CRM - domínio aeronáutico), projeto de trabalho, organização temporal do trabalho, trabalho em grupo, projeto participativo, novos paradigmas do trabalho, trabalho cooperativo, cultura organizacional, organizações em rede, tele-trabalho e gestão da qualidade. (ABERGO, 2011) O foco deste trabalho esta no ramo da ergonomia cognitiva, diretamente ligada às interações entre os homens, o ambiente, seus elementos e também a percepção dos usuários em relação a sua utilização. Com relação a participação dos [...] que para o sistema ser efetivo ele deve ser projetado a partir do ponto de vista do operador e não da perspectiva de uma simbiose operador/máquin grande importância conhecer a percepção que o usuário possui do ambiente para assim projetar um local confortável e agradável não apenas no ambiente de trabalho mas em qualquer outro local. A aplicação da ergonomia que era restrita a fábricas, e ambientes de trabalho, ao longo dos anos modificou-se, a partir da década de 90 estudos
  • 20. 19 ergonômicos vêm sendo realizados para melhorar residências, circulação de pedestres em locais públicos, acessibilidade de deficientes físicos e também outros locais se beneficiam com a ergonomia (IIDA, 2005, p.19-24). O autor afirma ainda projeto de uma máquina, ambiente ou local de traba , p. 19). Surge então, seg [...] ergonomia do ambiente construído ou ergonomia ambiental, que preocupa-se em estudar a adaptabilidade do homem ao ambiente físico, utilizando-se de elementos como a acústica, iluminação, cromática e temperatura. Para Bins Ely (2003 apud VILLAROUCO, ANDRETO, 2008) Toda atividade humana exige um determinado ambiente físico para sua realização. Portanto se considerarmos tanto a diversidade de atividades quanto a diversidade humana diferenças nas habilidades, por exemplo podemos entender que as características do ambiente podem dificultar ou facilitar a realização das atividades [...] Quando um ambiente físico responde as necessidades dos usuários tanto em termos funcionais (físicos/cognitivos) quanto formais (psicológicos), certamente terá um impacto positivo na realização das atividades. O impacto positivo gerado pelo ambiente deve atingir todos os usuários, para auxiliar neste impacto utilizam-se as normas regulamentadoras (de conforto térmico, acústico, lumínico), porém estas devem ser tomadas como norteadoras, porém sempre respeitando o contexto em que estão sendo aplicadas. Estas normas não devem ser descumpridas, deve, no entanto haver congruência entre o que elas estabelecem e o sentimento de conforto identificado pelos usuários. (VILLAROUCO, ANDRETO, 2008). Com o advento dos novos ramos da ergonomia voltados para o usuário, percebe-se uma crescente aplicação dos serviços de ergonomia fora dos postos de trabalho. Inicia-se uma nova preocupação que alia a saúde com o conforto de quem utilizará os estabelecimentos e/os produtos. Percebe-se a ergonomia sendo aplicada no setor têxtil, em estabelecimentos comerciais, setor moveleiro, apartamentos, e diversos outros que visem bem atender o público. Para atingir o objetivo proposto por esta pesquisa será utilizado o estudo da ergonomia no ambiente de bibliotecas. O estudo da ergonomia em bibliotecas no Brasil pode ser percebido, através de publicações como a de Blattmann e Borges (1998), que realizaram uma pesquisa sobre ergonomia em uma das bibliotecas setoriais da Universidade Federal de Santa Catarina. As pesquisadoras buscaram avaliar alguns aspectos ergonômicos ambientais como ruído, iluminação, temperatura, abordando também,
  • 21. 20 aspectos da ergonomia física. Outra pesquisa mais recente na qual este trabalho fundamentou-se é a de Vasconcelos, Villarouco e Soares (2009). As autoras realizam uma análise do ambiente construído de uma biblioteca da Universidade Federal de Pernambuco, avaliando todo o ambiente da biblioteca, e também a percepção dos usuários sobre a mesma. 3.4. Bibliotecas Biblioteca é uma palavra de origem grega bibliothéke, do latim bibliotheca, tendo como raiz (biblion) e (théke), sendo que a primeira significa livro, enquanto théke, é qualquer estrutura que forma um invólucro protetor: cofre, estojo, caixa, estante, edifício. (FONSECA, 2007, p. 49). Ao observar as raízes da palavra é possível identificar a idéia de biblioteca como lugar para a guarda de livros. Na definição da Biblioteca Nacional (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 1995, p.15) a biblioteca é uma coleção de livros, organizada de modo a conservá-los e guardá-los para serem consultados e lidos com facilidade. Com o passar dos anos, as bibliotecas incorporaram aos seus acervos, diversos outros tipos de documentos, tais como: periódicos (hemeroteca), estampas (iconografia), mapas (mapoteca), fitas de vídeo (videoteca), discos (discoteca), slides, manuscritos, etc. Porém, o conceito de edifício onde livros ficam depositados não é o mais uma assembléia de usuários da informação. (FONSECA, 1988 apud FONSECA 2007, p. 50). Juntamente com o conceito de biblioteca os materiais foram aumentando e se especializando e também o público das bibliotecas foi se tornando mais específico. Observando esta necessidade do público foram criados diversos tipos de bibliotecas para atender às demandas dos públicos particulares. De acordo com a Biblioteca Nacional (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL,1995, p. 15) os tipos de bibliotecas existentes são: biblioteca infantil, biblioteca escolar, biblioteca universitária, biblioteca especializada, biblioteca especial, biblioteca nacional e biblioteca pública. Fonseca (2007, p. 49) afirma que:
  • 22. 21 Podemos dizer que não há, concretamente, biblioteca no singular e sim bibliotecas, na pluralidade que se impõem em nossos dias. A biblioteca pública e tão diferente da biblioteca nacional quanto a biblioteca escolar da biblioteca especializada. Essas diferentes categorias não existiam na antiguidade, sendo uma exigência da nossa época: uma época em que o planejamento se impôs como condição sine qua non do desenvolvimento. Portanto, levando em conta a diferença entre os tipos de biblioteca, é necessário que exista uma atenção especial no momento de criar as bibliotecas para as regulamentações existentes. Somente desta maneira será possível atender de forma mais eficiente o público a que a biblioteca se destina, tanto tratando do acervo, quanto no espaço físico. 3.5 Bibliotecas Universitárias As Bibliotecas Universitárias estão sempre ligadas a uma Instituição de nder a estudos, consultas e pesquisas de alunos e professores universitários. Deve funcionar como um (FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL, 1995, p. 15). A Biblioteca Universitária deve estar incluída dentro da infra-estrutura da universidade e oferecer apoio bibliográfico e documental para todos os cursos e pesquisas mantidos pela instituição. Observa-se que o ambiente que cerca está biblioteca deve ser de laboratórios e salas de aula, para que esta não fique isolada e possa ser efetiva em seu papel. (FONSECA, 2007, p. 53). Para Dorigon (2006, p. uma função importante que justifique sua estrutura e os investimentos por parte da Com relação ao papel que a biblioteca representa dentro das IES, Santo e Raposo (2006, p. 90) afirmam que: a qualidade dos serviços oferecidos na biblioteca universitária pode ser um fator de determinação da qualidade dos serviços oferecidos na universidade como um todo. Assim, para fazer jus ao seu papel de espelho da universidade, a biblioteca deve estar sempre atenta para responder com qualidade as demandas informacionais de seus clientes além de, muitas vezes, se adiantar e prover essa demanda. Observando a função de espelho que a biblioteca desempenha em relação ao restante da universidade, é interessante propor inovações. Assim, todos os outros setores perceberão as melhoras e se sentirão motivados a praticá-las.
  • 23. 22 4 METODOLOGIA Para realização do presente trabalho foi utilizada a metodologia com abordagem quali-qualitativa, pois utilizaram-se técnicas das duas formas de abordagem. Sobre a abordagem qualitativa Silva e Menezes (2005) mencionam que existe uma relação dinâmica entre o mundo objetivo e a subjetividade do sujeito. A interpretação e atribuição de significados é indispensável para a pesquisa qualitativa, onde o ambiente é fonte direta da coleta de dados e o pesquisador tem grande importância, analisando os dados de forma indutiva. O processo e o significado são os principais focos deste tipo de pesquisa. Sobre a abordagem traduzir em números opiniões e informações para classificá-las e analisá- isso utilizam-se métodos estatísticos, como no caso desta pesquisa, gráficos, medições e quadros. De acordo com os objetivos a pesquisa pode ser caracterizada como primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o geral que é verificar a comparação entre a ergonomia real e a ergonomia percebida pelos usuários da biblioteca. Quanto ao procedimento técnico utilizou-se o estudo de caso por melhor atender as necessidades da pesquisa. De acordo com Gil (2008, p. 57-58), o estudo objetos, de maneira a permitir o seu conhecimento amplo e detalhado, tarefa Nesta pesquisa o objeto analisado foi uma biblioteca universitária localizada na cidade de Florianópolis, Santa Catarina. 4.1 Coleta e análise dos dados 4.1.1 Universo e amostra de pesquisa O universo da pesquisa, que de acordo com Silva e Menezes (2005, p.32) duos que possuem as mesmas características definidas
  • 24. 23 para um deter os usuários (alunos e funcionários), da biblioteca analisada. A amostra de que por sua vez segundo as autoras é uma parte do universo, selecionada de acordo com uma regra ou aleatoriamente. Na pesquisa a amostra utilizada é não probabilística e intencional, compreende 15 alunos da graduação que frequentaram o local em um dos três turnos em que a biblioteca funciona, levando em consideração um único critério, que os mesmos freqüentassem a biblioteca, no mínimo duas vezes na semana. Além desses, mais 6 funcionários completam essa amostra. O contexto de pesquisa é uma biblioteca universitária localizada em Florianópolis o qual será detalhado na etapa de análise global do ambiente disposto na análise de dados. 4.1.2 Coleta de dados Foi utilizado como instrumento de coleta de dados o questionário, um conjunto de questões submetidas à um determinado grupo de pessoas com o propósito de obter informações sobre determinado assunto para realização de uma pesquisa em específico. (GIL, 2008, p.121). Foram utilizados nesta pesquisa três questionários, intercalando questões abertas (onde o respondente pode responder com suas próprias palavras) e fechadas (onde são estabelecidas as respostas e deve ser selecionada uma alternativa) (GIL, 2008, p.122), para melhor atender os objetivos geral e específicos. O primeiro questionário é composto por duas questões abertas com a finalidade de descobrir a imagem que os usuários possuem de biblioteca e da biblioteca estudada, ver apêndice A. O segundo questionário é constituído por questões abertas e questões fechadas e foi aplicado com o intuito de verificar o conhecimento que os alunos possuem em ergonomia e a percepção dos mesmos sobre aspectos de ergonomia da biblioteca analisada, ver apêndice B. O terceiro questionário, por sua vez, foi aplicado aos funcionários também composto por questões abertas e fechadas, verifica qual o conhecimento destes em relação à ergonomia, sua percepção da ergonomia do ambiente dentro da instituição, ver apêndice C.
  • 25. 24 4.1.3 Análise de dados Para a coleta de dados, baseou-se no método de Avaliação Ergonômica do Ambiente de Villarouco (2008 apud VASCONCELOS; VILLAROUCO; SOARES 2009), que compreende a avaliação do espaço e percepção do mesmo por parte de uma amostra de usuários. Segundo Vasconcelos; Villarouco; Soares (2009, p. 9) Quadro 1 Metodologia Análise físico-ambiental Análise da percepção Diagnóstico ergonômico Descrição da localização física, da configuração ambiental e do layout da biblioteca através de plantas arquitetônicas e observação do ambiente. Análise dos questionários com usuários para identificação de imagem de biblioteca Evidenciar os aspectos que condizem à análise física- ambiental em relação à análise da percepção do usuário. Medição dos aspectos ergonômicos (iluminação, ruído, temperatura, umidade) da biblioteca através de aparelhagem adequada. Análise dos questionários aplicados para identificação da percepção da ergonomia da biblioteca analisada. Verificar se a medição dos aspectos ergonômicos (iluminação, ruído, temperatura, umidade) condizem com os indicados com as Normas de Ergonomia. Aplicação do questionário com os funcionários para coletar dados sobre conforto ambiental. Fonte: Elaborado pela autora (2011) Nesse sentido, conforme o quadro disposto acima, a primeira etapa é a análise físico-ambiental, onde realiza-se a descrição do ambiente da biblioteca, utilizando plantas arquitetônicas, observação do ambiente, medição dos níveis ergonômicos a partir de instrumentos adequados. Vasconcelos; Villarouco e Soares global do ambiente, identificação da configuração ambiental e avaliação do ambiente em Na etapa da análise global do ambiente será apresentada a biblioteca a ser analisada, os serviços oferecidos, o público atendido e as preferências do público. Será realizada uma contextualização do ambiente da biblioteca. Na etapa de configuração ambiental verificaram-se as plantas arquitetônicas e estudado o ambiente da biblioteca, utilizando-se dos aparelhos de medição ergonômicos, de conforto térmico, lumínico e acústico. Na etapa de avaliação do ambiente em uso no desempenho das atividades que segundo Vasconcelos, Villarouco e Soares
  • 26. 25 sta terceira etapa cuida de observar o ambiente em uso, identificando o quanto o mesmo funciona como elemento facilitador ou dificultador quanto ao desenvolvimento das atividades que abriga . Será utilizado nesta etapa o questionário aplicado aos funcionários do local, pois são as pessoas que mais interagem com o ambiente. A segunda etapa da pesquisa é a análise da percepção do usuário. Considerada indispensável, pois: [...] não se pode conceber o estudo do ambiente construído sem a busca do entendimento da percepção do usuário acerca desse espaço. É ele, de fato, o elemento que sofre mais de perto o impacto das sensações que o lugar pode transmitir. (VILLAROUCO 2008, apud VASCONCELOS; VILLAROUCO; SOARES 2009, p. 18). Para realização desta etapa foram aplicados dois questionários, um para uma amostra de 10 pessoas, incluindo alunos e funcionários e um para uma amostra de 15 alunos. O primeiro questionário foi aplicado com o intuito de verificar, a partir de duas questões abertas, se existia relação entre a visão que o usuário tem de biblioteca (tanto no geral, quanto da biblioteca analisada) e ergonomia. No segundo questionário buscou-se a percepção físico-ambiental dos alunos no que conferem análise global do ambiente e configuração ambiental. Importante salientar que as etapas descritas acima serão analisadas de maneira articulada a ponto de se conseguir vislumbrar o objetivo geral desse trabalho, pontuado como uma terceira etapa na tabela acima, sendo esta o diagnostico ergonômico.
  • 27. 26 5 RESULTADOS E DISCUSSÕES 5.1 Análise Físico Ambiental Com o intuito de atender o objetivo geral aqui proposto que é o de comparar a ergonomia real com a ergonomia percebida pelo usuário, iniciou-se a analise de dados articulando questões da etapa de análise física-ambiental com a percepção dos usuários mediante a isso. Nesse sentido, conforme pontuado no método na análise global do ambiente a biblioteca universitária analisada está localizada na cidade de Florianópolis, no bairro de Santo Antonio de Lisboa. Possui como público principal os estudantes de três cursos de Ensino Superior (Administração, Direito, Psicologia) e do Técnico em Design de Interiores, também os alunos de pós-graduação oferecidos pela Faculdade, e os alunos de Ensino Fundamental e médio do Colégio que funciona paralelamente a Faculdade. Além deste público, a biblioteca também atende os funcionários e professores de toda a instituição, os moradores dos Bairros de Sambaqui, Santo Antonio de Lisboa e Cacupé, e a sociedade em geral, porém estes últimos podem utilizar biblioteca somente para consulta local. A equipe é composta por 1 Bibliotecária e 7 auxiliares de biblioteca, sendo os auxiliares, 3 estudantes de Biblioteconomia, 1 formado em Biblioteconomia, 1 auxiliar formado em psicologia e 2 auxiliares de nível médio O horário de funcionamento da Biblioteca é das 07h30min às 22h30min, de segunda a sexta-feira e das 09h às 13h aos sábados. Os serviços oferecidos aos usuários são: consulta on-line ao acervo; empréstimo domiciliar; reserva e renovação on-line; levantamento bibliográfico; comutação bibliográfica; catalogação na fonte; capacitação do usuário (programas de orientação para pesquisa, normalização de documentação e informação de acordo com as normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), disponibiliza-se um manual de normalização de trabalhos acadêmicos para auxiliar os alunos, além da utilização dos recursos disponíveis no sistema da Biblioteca e sugestão de aquisição via Internet). O acervo da Biblioteca inclui livros, periódicos, teses, dissertações, monografias, CD-
  • 28. 27 seu site para bases de dados, periódicos com acesso aberto. Quanto ao layout da biblioteca, cada tipo de material encontra-se em ambientes distintos (Figura 1). Já no que refere-se à configuração ambiental, sentiu-se a necessidade de, inicialmente, através da observação da planta baixa da biblioteca, especificar a organização de seu espaço construído. Assim, conforme figura 1, no hall de entrada localizam-se o guarda-volumes e uma mesa para que os usuários retirem seus materiais. À direita da porta de entrada está localizado o balcão de empréstimo e uma divisão onde se localiza o setor de tratamento técnico. À frente do balcão de empréstimos ficam as mesas de estudo. À esquerda das mesas de estudo localiza- se o acervo da biblioteca, dividido em setor de referência, acervo geral, literatura e feminino. Deste lado também está localizado o setor de periódicos e uma mesa de xadrez. As duas salas de estudos coletivos estão localizadas em frente ao setor de periódicos e a de estudos individuais ao fundo da biblioteca. Pode-se melhor entender a dinâmica do local observando o mapa com o layout abaixo. Figura 1 Layout da Biblioteca Fonte: Site da Instituição Em relação à disposição da biblioteca dentro da arquitetura do prédio da instituição essa encontra-se disposta no segundo andar, com acesso por escadas, ou elevador externos. De acordo com Lemos e Paixão (1999) a localização de uma biblioteca deve ser muito bem pensada, pois além de facilitar o acesso, o peso
  • 29. 28 1 2 , portanto, as estruturas precisam ser bem construídas e planejadas. As recomendações são que bibliotecas preferencialmente sejam construídas em andares térreos, para facilitar o acesso e em função de seu peso, no entanto, se a fundação do edifício suportar e existir acessibilidade podem ser instaladas em andares superiores. Ao avaliar o ambiente físico interno da biblioteca, verifica-se que as paredes e o teto são pintados de branco, o que dá sensação de claridade. Também para auxiliar na claridade duas das paredes são revestidas de janelas o que ajuda na iluminação durante o dia. A escolha da cor apresentada pode ser justificada no texto de Souto, Marx e Pedreira (1999) que afirmam que neste tipo de ambiente a pintura deve ser em cor clara, pois estas transmitem sensação de tranqüilidade, concentração e refletem melhor a luz. Não devem ser usadas cores escuras nem nas paredes, nem no mobiliário porque estas agitam e cansam os usuários. Apenas o piso e alguma decoração devem ser de cor escura. Porém, como afirmam Azevedo, Santos e Oliveira (2000) as cores devem ser dosadas, pois, se utilizadas cores frias demais podem deixar o ambiente com aspecto depressivo. Neste aspecto na biblioteca analisada as cores denominadas frias estão predominantemente presentes em todo o ambiente, pois possui piso, paredes, mesas, e teto brancos. As cores em tons mais escuros se apresentam nos estofados das cadeiras e nas portas dos guarda-volumes, o que possibilita que o local fique monótono. Em relação ao ambiente de uma biblioteca Costa, Ziegler e Rollo (1999) abordam os seguintes pontos: adaptar cabines de estudo individual; criar áreas de silêncio com devido isolamento acústico; uso de carpete e/ou pisos sintéticos para abafar o barulho dos passos; [...] [...] posicionamento das mesas/balcões de trabalho distantes das áreas de silêncio; [...] colocar cartazes convidando ao silêncio. No entanto, a estrutura da biblioteca analisada não comporta espaços específicos para a distribuição das estantes de acervo, o hall de entrada, o balcão de atendimento e as mesas de estudo, as únicas salas separadas são as de estudos 1 2
  • 30. 29 coletivos, individuais e o setor de tratamento técnico (este último sem isolamento acústico). Em relação ao isolamento acústico, as janelas de toda a biblioteca não são vedadas, o que aumenta o ruído em momentos de intervalo e almoço, pois a biblioteca localiza-se sobre a praça de alimentação e corredores que são utilizados como áreas de lazer. O piso de toda a biblioteca é de cerâmica e não abafa o barulho dos passos e do arrastar das cadeiras o que pode atrapalhar a concentração dos alunos que estão estudando. Segundo Silvestre (1992, apud PEREIRA; SILVA; SALES s ruídos chegam a provocar uma redução de até 60% da produtividade, por dificultar a concentração, propiciando erros, desperdícios ou . No entanto, de acordo com Costa, Ziegler e Rollo (1999) existem dois tipos de usuários, os que são sensíveis ao ruído e os que dependem dele. Como solução para esta divergência entre usuários existem as salas de estudos individuais citadas acima que possuem um isolamento acústico. Iniciando a análise da etapa de avaliação do ambiente em uso no desempenho das atividades foram selecionados como amostra os funcionários da biblioteca, pois, os mesmos passam mais tempo no local. As perguntas desta etapa pretendem avaliar o ambiente em que estes trabalham, avaliando não somente a parte física da biblioteca, mas também todos os serviços voltados para aspectos de ergonomia que poderiam ser proporcionados pela instituição e a qualidade de vida disponibilizada, pois ambos tem relação direta um com o outro. Assim, iniciou-se questionando se a instituição possui algum programa de Qualidade de vida para os funcionários, um usuário respondeu que anteriormente já foi oferecido yoga, porém agora já não existe mais nenhum programa. Quatro respondentes afirmaram não existirem programas de qualidade de vida, e um respondeu que não possui conhecimento. Seria interessante que fosse implantado algum tipo de atividade, pois de acordo com pesquisas realizadas pelo British Journal of Sports Medicine funcionários que praticam atividades físicas, melhoram sua qualidade de vida, produzem melhor e ficam menos doentes. (VAN, et al, 2005 apud SOUZA; CERSOSIMO; VIEBIG, 2008). Sobre o Comitê Interno de Prevenção de Acidentes (CIPA) três funcionários responderam que a empresa não possui e três responderam que não sabem se a CIPA existe. Analisando o que foi pontuado pelos respondentes percebe-se que não existem programas de qualidade de vida dentro da Instituição, e nem de prevenção
  • 31. 30 de acidentes, e se existem estes não são divulgados de maneira adequada. No entanto, segundo More (1997) a CIPA possui grande importância não só na prevenção de acidentes e na segurança do trabalho, mas quando está em atuação melhora a qualidade de vida dos funcionários elaborando projetos como Semana de Prevenção de Acidentes (SEPAT), e outros eventos que são de competência dessa comissão. Após, foi questionado se a instituição possui um médico do trabalho, três responderam que não, duas que não sabem, e uma respondeu que possui, porém se trata do médico que faz o teste de admissão, portanto teve apenas um contato com ele. Em relação ao convênio médico todos os questionados responderam que a empresa possui convênio. Percebe-se que a empresa possui interesse em facilitar o acesso a saúde aos seus funcionários, possibilitando um plano para o caso de necessidades, pois o médico disponível é apenas o de admissão e demissão. Abaixo seguem os gráficos para melhor visualização do que foi apresentado acima: Gráfico 1 Gráficos da análise físico ambiental Fonte: Elaborada pela autora (2011) Quando questionados sobre se a instituição oferece serviços de ergonomia três usuários (50%) responderam que não oferece e três (50%) que não
  • 32. 31 sabem desse serviço. Ao questionar se os funcionários gostariam de conhecer melhor o processo de organização do trabalho duas pessoas responderam que não lhes interessa conhecer e quatro pessoas responderam que gostariam de conhecer melhor o processo. Analisando os dados percebe-se que provavelmente a instituição não possua serviços de ergonomia e se os possui não os divulga da forma que deveria, pois 100% dos funcionários desconhece tais serviços. Porém, seria importante a aplicação de serviços de ergonomia no ambiente pois segundo Falzon & Lapeyrière (1998, apud FERREIRA, 2000) estudos de ergonomia focalizam essencialmente o trabalho dos funcionários, a hipótese de base (freqüentemente implícita) é que a melhoria das condições de trabalho dos funcionários levaria 'automaticamente' ao aprimoramento do serviço prestado e, por conseqüência, à satisfação do usuário Portanto, oferecendo serviços de cunho ergonômico para os que trabalham na instituição, possibilitaria, como possível conseqüência um melhor atendimento para quem recebe estes serviços. Ainda sob essa problemática, pode-se acompanhar quando perguntado respostam obtidas foram: a) aspectos ergonômicos, em relação a altura dos móveis que não são adaptados para pessoas com estatura baixa; b) cadeiras, altura das estantes e iluminação durante o período noturno; c) desconforto nas cadeiras que ficam abaixando sem controle prévio do usuário; d) equipamentos de informática mal instalados, mal adaptados e obsoletos; e) balcão de empréstimo ser junto com o ambiente de estudo; f) sistema de busca e indexação desatualizado, falta de qualidade das ferramentas tecnológicas utilizadas por funcionários e usuários. Analisando as respostas dadas pelos funcionários verificam-se novamente várias características ergonômicas incluídas nos aspectos que prejudicam o bom rendimento do trabalho. Segundo I [...] a ergonomia estuda os diversos fatores que influenciam no desempenho do sistema produtivo e procura reduzir as suas conseqüências . Podendo ainda traçar uma linha desta deficiência ergonômica com a não existência de serviços de ergonomia apontados na questão anterior. Na questão seguinte mbiente da as respostas vêm de encontro com os aspectos que prejudicam o trabalho. Foram elas: a) modificaria a mobília do balcão de atendimento e melhoraria a iluminação deste local; b) modificaria as cadeiras e a iluminação; d) modificaria os
  • 33. 32 equipamentos de informática; e) modificaria o local do balcão de atendimento; f) modificaria os terminais de consulta e o sistema de busca. Mediante a isso, aspectos importantes a serem observados referem-se a mobília da biblioteca, principalmente as cadeiras e o de balcão de atendimento, juntamente com a obsolescência dos equipamentos tecnológicos e a iluminação do local, características essas que apresentam certa insatisfação por parte da amostra e que deveriam ser repensadas no ambiente de trabalho. Apenas uma pessoa pontuou que não modificaria nada. A última questão está relacionada com o que os funcionários acreditam referente a mudanças que poderiam implicar em uma melhoria no desempenho profissional. As respostas foram: a) ajudaria a ter uma melhor postura corporal e a iluminação no trabalho com computador e leitura; b) melhoraria a qualidade de vida no trabalho; c) não sugestionou mudanças; d) melhoraria o rendimento profissional; e) melhoraria a concentração na hora de trabalhar; f) agilizaria o processo de atendimento e garantiria a aproximação do usuário com o sistema. Novamente apenas uma pessoa não sugestionou mudanças. Ao analisar as sugestões de mudanças e as possíveis melhorias sugeridas pelos funcionários pode-se perceber que além de um ambiente mais agradável para o trabalho, também os usuários seriam beneficiados. De acordo com Ferreira (2000, p. 5-6) [...] diferentes lógicas que se inscrevem, por sua vez, dentro de determinadas condições físico-ambientais (espaço, estes estiverem bem estruturados e bem organizados tanto o usuário quanto o funcionário poderão usufruir de melhores serviços. 5.2 Análise da Percepção e Diagnóstico Ergonômico Vinculado aos aspectos físicos ambientais até então pontuados e que atendem aspectos da ergonomia real da biblioteca analisada, no sentido de articular a percepção dos usuários, inicialmente buscou-se averiguar o que lhes vinha em mente ao pensarem em biblioteca, para em seguida verificar a percepção dos mesmos sobre aspectos ergonômicos. Assim, o primeiro questionário foi aplicado com a finalidade de verificar a imagem que a amostra pesquisada possui de biblioteca e da biblioteca estudada. As respostas induziram fatores ergonômicos. A primeira pergunta do questionário foi:
  • 34. 33 questão aberta as respostas obtidas foram bem diversificadas, foram apresentados como primeira imagem de biblioteca os seguintes itens: estantes, livros, mesas e cadeiras, guarda-volumes, balcão de atendimento, local para estudo, para ler, local de lazer, ambiente que contém conhecimento, concentração, silêncio e local iluminado. No gráfico a seguir podem-se observar estes dados organizados. Os pontos mais distantes do centro obtiveram maior número de respostas, os mais próximos menor número de resposta. Gráfico 2 Percepção bibliotecas no geral Fonte: Elaborado pela autora (2011). Para traçar um paralelo entre a idéia geral de biblioteca e a imagem da biblioteca desta de respostas, sendo elas: atendentes, mesas, cadeiras, estantes, conforto, claridade, livros, guarda-volumes, salas de estudo, silêncio, estudo, concentração, organização, variedade do acervo, local amplo, banheiros, bebedouros, xadrez, usuári podem-se observar estes resultados no gráfico abaixo:
  • 35. 34 Gráfico 3: Percepção da biblioteca analisada Fonte: Elaborado pela autora (2011). Realizando a comparação entre os dois gráficos, percebe-se que a gráficos, tendo uma pontuação de 7 respostas no primeiro e 5 no segundo. Os termos estantes, livros, mesas/ cadeiras, guarda-volumes, atendentes/atendimento, estudo/concentração, silêncio e claridade/iluminação aparecem em ambos os gráficos, com isso percebe-se que a percepção que os usuários possuem de biblioteca e da biblioteca estudada não difere muito. Com o intuito de reforçar o que confere a fatores ergonômicos, entende- se [...] compreende a aplicação de tecnologia da interface homem-sistema a projeto ou modificações de sistemas para aumentar a segurança, conforto e eficiência do si MORAES; 2000). E também segundo a NR 17 o mobiliário do ambiente, a iluminação, os ruídos, a ventilação, a temperatura, são identificados como fatores ergonômicos. Tendo como parâmetro os conceitos acima, consideram-se fatores que envolvem a área da ergonomia: silêncio (que na ergonomia é tratado como ruído), iluminação e mesas/cadeiras, pontuados nos gráficos 1 e 2.
  • 36. 35 No segundo gráfico ainda são identificadas algumas palavras que podem ser relacionadas à ergonomia que não são citadas no primeiro como: salas de estudo, banheiro, bebedouro, organização, conforto e local amplo. Mediante estes dados identifica-se que os usuários percebem a presença de aspectos ergonômicos dentro da biblioteca. Foi perguntado ainda: As respostas obtidas foram bastante amplas, porém nenhuma pessoa deixou a questão em branco e apenas duas responderam que não tinham nenhum conhecimento sobre o tema. As características que mais apareceram nas respostas foram que a ergonomia está relacionada ao estudo do mobiliário para melhor adaptação e conforto do trabalhador durante o expediente. Além disso, a maioria dos usuários apontou a ergonomia relacionada ao ambiente de trabalho, outros apresentaram a ergonomia como normas. A relação que os usuários fizeram entre ergonomia e ambiente de trabalho, conforto, mobiliário adequado, está diretamente relacionado com o que prescreve a Norma Regulamentadora de ergonomia a NR 17 [...] visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficie Apenas uma pessoa citou ergonomia em residências, fora do âmbito profissional. Pode-se verificar que todos os usuários entrevistados possuem alguma noção do que poderia ser ergonomia. Entretanto, vale ressaltar que parte desses usuários possuem conhecimentos mais específicos de ergonomia, pois cursam Tecnólogo em design de interiores.Neste sentido Pheasant (1997, apud MORAES, 2000) comenta sobre o princípio do design centrado no usuário, onde se o objeto, ambiente ou sistema é projetado para uso humano, então suas características e design devem adaptar-se às características físicas e mentais de quem vier a utilizá-lo. Portanto a ergonomia para ele é uma ciência que tem como objetivo adaptar não só o trabalho ao homem, mas o produto ao usuário, independente do ambiente em que está inserida. Para verificar qual a percepção que os usuários tem do ambiente aplicou- se um questionário para observar como estes classificavam alguns aspectos ergonômicos como iluminação, temperatura e ruído. Foi questionado também qual o período do dia os usuários freqüentavam a biblioteca e quanto tempo costumavam
  • 37. 36 permanecer no local. Com o intuito de averiguar uma possível confiabilidade dos dados. Referente ao turno em que freqüentam a biblioteca, oito entre os quinze usuários freqüentavam a biblioteca durante a tarde, dois na parte da manhã e cinco no período da noite. Quando questionados quanto tempo costumavam ficar dentro da biblioteca seis responderam até uma hora, sete responderam de uma a três horas e dois mais de três horas. Os gráficos abaixo ilustram esses resultados. Gráfico 4 Qual o período do dia costuma frequentar a biblioteca/Quantas horas em média costuma ficar na biblioteca Fonte: Elaborado pela autora (2011) Percebe-se que a amostra freqüenta a biblioteca em maior proporção no período da tarde, possivelmente por ser um dos períodos mais silenciosos, pois apenas o Colégio possui aula e o movimento concentra-se apenas no horário de intervalo. Após, foi questionado como estes usuários classificam a iluminação do local, cinco pessoas classificam como bem iluminado, oito iluminado e dois classificaram como mau-iluminado, ninguém classificou a biblioteca como escura ou muito escura. Questionou-se também qual o local considera a iluminação mais falha e como respostas apontaram: salas de estudo coletivo, mesas de leitura do salão principal da biblioteca e o setor dos periódicos. Obteve-se então o seguinte gráfico:
  • 38. 37 Gráfico 5: Como classifica a iluminação do local Fonte: Elaborado pela autora (2011) Vinculado ainda aos aspectos de análise físico-ambientais, mais especificamente à configuração ambiental, buscou-se verificar se a percepção dos usuários condiz com a realidade do ambiente da biblioteca representada por meio de uma medição com aparelhos específicos e com acompanhamento de um profissional da área, Doutorando em Engenharia Civil, realizada no dia 29 de outubro de 2011 no horário entre 19 horas e 15 minutos e 19 horas e 30 minutos (horário brasileiro de verão). A medição da iluminação foi realizada com um luxímetro3 , a cerca de 80 cm de altura do piso quando a medição foi realizada onde não existiam mesas e sobre as mesas de estudo quando existiam, seguindo o estabelecido pela Norma NBR 5382. As medições foram feitas em 13 pontos da biblioteca, sendo eles: P1, P2 e P3 localizados no hall de entrada; P4, P5 e P6 localizados na sala de estudos individuais, P7 na sala de estudos coletivos; P8 nas mesas do setor de periódicos, nestes pontos o aparelho de medição foi posicionado cima das mesas de estudo; P9 no sofá de leitura, P10 no setor de referência, P11, P12 nas estantes, nestes pontos o aparelho foi posicionado a 80 cm do piso, onde foi mantido sobre a mão da pessoa que estava realizando a medição, e P13 no Balcão de atendimento, onde o aparelho foi posicionado para realizar a medição sobre a parte mais baixa do balcão. Os pontos onde foram realizadas as medições são apresentados na figura abaixo (Figura 3): 3 Instrumento para medir a intensidade de iluminação em lux.
  • 39. 38 Figura 3: Pontos de medição da biblioteca Fonte: Site da Instituição (2011) No quadro abaixo são apresentados os resultados obtidos das medições. Quadro 2: Pontos de medição de iluminação Pontos da Biblioteca Medição (lux-unidade de medida)) Recomendação NBR5413 Norma de Iluminação Horário entre 19:15 a 19:30 (lux) P1 274 500 P2 248 500 P3 136 500 P4 374 500 P5 180 500 P6 600 500 P7 260 500 P8 180 500 P9 290 500 P10 570 500 P11 334 300 P12 195 300 P13 410 500 Fonte: Elaborado pela autora (2011) Nos três pontos P1, P2 e P3 verifica-se que a iluminação da biblioteca está abaixo do indicado pela norma, que recomenda uma iluminação de 500 lux para atividades de leitura. Foram obtidas medidas de 274, 248 e 136 lux, sendo importante destacar que este ambiente foi um dos apontados pelos usuários como
  • 40. 39 um dos locais com baixa iluminação em seu questionário. Os pontos P4 e P5 na sala de estudos individuais obtiveram indices menores que os recomendados pela Norma, apenas a medição no P6 localizado embaixo de uma lâmpada obteve um índice de iluminância de 600 lux que se enquadraria acima dos níveis recomendados. O local marcado como P7 obteve medição 260 lux, valor que corresponde a metade do que está estabelecido na NBR5413, dificultando assim a atividade de leitura, o que justifica este sua presença nos locais citados pelos usuários como tendo baixa iluminação. Outro local citado pelos alunos como possuindo baixa iluminação, foi o setor de periódicos, que no mapa apresenta-se como P8, na medição foi obtida a iluminação de 180 lux, muito abaixo do que é estabelecido pela norma. No P9, a medição obteve um valor de 290 lux. Na parte da biblioteca onde localizam-se os pontos 10, 11 e 12, o teto é mais baixo, portanto as lâmpada iluminam mais, com isso a distribuição da iluminação é mais uniforme, desta forma obteve-se uma medida de 570 lux no P10. No P11 e P12 obtiveram-se respectivamente 334 e 195, levando em consideração que a norma estabelece que entre o acervo a iluminação deve ser de 300 lux apenas em um ponto houve desacordo na parte mais baixa da biblioteca. O último ponto medido P13 obteve medição de 410 lux onde a norma estabelece 500 lux, fazendo um paralelo com questionário dos funcionários onde houveram apontamentos de que a iluminação noturna era insuficiente. Após a iluminação foi questionado sobre o visual e o layout da biblioteca, ambas as respostas obtiveram os mesmos índices. Tanto em relação ao visual quanto ao layout 13% dos usuários estão muito satisfeito, 87% estão satisfeito, o item insatisfação não foi assinalado. Ainda referente a essas perguntas foi deixado uma questão aberta para sugestões de o que deveria ser melhorado para que o ambiente e layout ficassem mais agradáveis, as duas sugestões foram mais salas de estudos em grupo, e alguns puffs na área das revistas para melhor acomodar os usuários.
  • 41. 40 Gráfico 6: Satisfação em relação ao visual/layout da biblioteca Fonte: Elaborado pela autora (2011) Ao serem questionados sobre o barulho da biblioteca, nenhum dos usuáros assinalou a opção muito barulhenta, no entanto seis pessoas assinalaram barulhenta e seis pouco barulhenta, apenas três usuários consideram a biblioteca silenciosa (gráfico 7). Para conhecer quais barulhos poderiam estar atrapalhando foi questionado quais os barulhos mais incomodavam dentro do ambiente, as respostas obtidas foram: conversas muito altas na área de estudos em grupo; utilização dos alunos do colégio; conversas nas salas de estudos coletivo; ruídos externos; o barulho dos sapatos no piso e o barulho ao abrir e fechar a porta. Pode-se melhor observar no gráfico abaixo: Gráfico 7:Em relação ao barulho você considera a biblioteca Fonte: Elaborado pela autora (2011)
  • 42. 41 Observando o gráfico acima percebe-se que pela opinião da amostra o ambiente não pode ser considerado silencioso, pois a maioria das pessoas assinalaram os itens pouco barulhento e barulhento, porém, estas são opiniões individuais, o que pode não ser silencioso para uns pode ser para outros. Iida (2005) tolerância aos ruídos [...] entre 70 e 90 dB dificultam a conversação e a concentração em ambiente de trabalho, o ideal é conservar o nível de ruído para manter um ambiente agradável. No entanto dentro de bibliotecas a NBR10152, (Níveis de ruídos para conforto acústico) recomenda que o nível de ruído esteja ente 35 e 45 dB, o que estaria apropriado para ambientes de estudo. Para observar se o nível de ruído da biblioteca estava de acordo com os padrões estabelecidos pela norma foi realizada a medição com um decibelímetro digital4 em dois pontos da biblioteca, (P1 e P2). Assim pode-se realizar uma comparação com o que foi dito pelos alunos.Obteve-se como resultado o seguinte quadro. Quadro 3: Nível de ruído da biblioteca Pontos da Biblioteca Medição acústica Recomendação P1 62 dB 35-45dB P2 52 a 74 dB 35-45dB Fonte: Dados primários (2011) Observa-se no quadro que em P1 onde estão localizadas as mesas de estudo e o balcão de empréstimo, o nível de ruído foi de 62 dB, sendo que o recomendado pela norma estabelece no máximo 45dB, mostrando assim que os alunos estão corretos quando apontam o ambiente como barulhento, pois como já citado acima a partir de 70 dB o ruído atrapalha na concentração. Na medição realizada no P2, verificou-se uma baixa de 10 dB indicando o nível de ruído em 52dB. Neste ambiente durante a mediçao houve uma variação, de 52dB enquanto todos estavam em silêncio a 74dB quando um aluno saiu da sala mexeu cadeiras e bateu a porta, após o silêncio se restabelecer o nível voltou a 52dB. Porém, ainda acima dos valores estabelecidos pela norma. 4 Aparelho utilizado para medir o nível de ruído de um ambiente cuja escala de leitura se processa em decibéis.
  • 43. 42 Referente aos barulhos que mais incomodam os usuários, são eles: conversas causadas pelos próprios usuários, som do salto dos sapatos, ruídos externos e barulho ao abrir e fechar a porta de entrada. Estes fatores estão diretamente ligados a primeira etapa do trabalho a análise físico ambiental, onde foi verificado que o piso não favorecia o silêncio, a localização do balcão de empréstimo e as mesas de estudo no mesmo ambiente prejudicavam a questão do silêncio e também por estar em cima da praça de alimentação e do local de integração dos alunos, o nível de ruídos é muito elevado. Também considerando o local onde a biblioteca localiza-se (sobre a praça de alimentação da universidade) alguns odores podem ser sentidos ao longo do dia. Questionou-se então se esses odores atrapalham os estudos dos alunos. Apenas um aluno assinalou a resposta incomodam, o restante da amostra assinalou a alternativa não incomodam, as alternativas incomodam pouco e incomodam muito não foram assinaladas. Segundo Triska assim como nossas impressões digitais, nossa identidade odorífera é única trata-se de ruído o que pode ser incomodo para uns não necessariamente incomoda outros. Ao serem questionados sobre a temperatura da biblioteca, dois usuários responderam que estão muito satisfeitos e 13 que estão satisfeitas, nenhum se mostrou insatisfeito. O gráfico abaixo ilustra estes resultados: Gráfico 8: Em relação à temperatura do ambiente Fonte: Dados primários (2011)
  • 44. 43 Para verificar se a percepção dos usuários em relação à temperatura da biblioteca vem de encontro com a temperatura real, foi realizada a medição em dois pontos: P1(onde estão as mesas e o balcão de empréstimo) e P2. O quadro a abaixo apresenta o resultado obtido: Quadro 4: Temperatura da biblioteca Pontos da Biblioteca Temperatura Recomendação P1 24,5°C 20-23°C P2 24,6°C 20-23°C Fonte: Elaborado pela autora (2011) A medição foi realizada no final do mês de outubro, aproximadamente um mês após a aplicação dos questionários, percebece-se que não há grande oscilação de temperatura pois o ambiente é climatizado com aparelhos de ar condicionado nas salas de estudos coletivos e individual e também no e salão geral. Ressalta-se que os usuários possuem liberdade de solicitar aos que funcionários liguem e desliguem os aparelhos de ar condicionado, tanto nas salas de estudos, quanto no hall. As temperaturas obtidas na medição, tanto no P1 quanto no P2 estão em torno de 24°C. A recomendação da NR17 é que o ambiente mantenha-se entre 20°C e 23°C para que o ambiente proporcione conforto para quem está utilizando a biblioteca.Logo, 24°C estaria dentro da faixa de temperatura agradável para o conforto dos usuários, principalmente se for considerado o questionário, onde ninguém está insatisfeito com a temperatura.
  • 45. 44 6 CONCLUSÃO Este Trabalho de Conclusão de Curso descreveu os aspectos físico- ambientais da biblioteca, confrontando a ergonomia real, com a ergonomia percebida pelo usuário em um estudo de caso. A partir dos resultados obtidos, podemos observar ao realizar o diagnóstico ergonômico, que alguns dos fatores analisados como iluminação e ruído estão parcialmente de acordo com as normas estabelecidas pelos agentes regulamentadores. Em relação aos usuários, 5 pessoas de 15 consideram a iluminação suficiente, e 6 de 15 consideram que o ruído deveria ser melhor controlado. Referente à divisão dos ambientes dentro da biblioteca, percebe-se que não existe uma separação entre o local do acervo, balcão de empréstimo e mesas de estudo. Esta ambientação deveria ser repensada, uma vez que o único local onde os usuários podem obter um maior aproveitamento de seus estudos resume-se às salas de estudos individuais e salas de estudos coletivos. No que se refere à ambientação da biblioteca dentro da faculdade, esta se encontra em um local centralizado, o que facilita o acesso dos alunos. No entanto, a questão do ruído que constou como muito importante nesta pesquisa é importante em relação a toda a comunidade de estudantes- usuários da biblioteca, sendo que 6 de 15 consideram que o ruído deveria ser melhor controlado, principalmente no que concerne a horários de intervalo, o que foi confirmado ao ser realizada a medição quando foram obtidas medidas bem acima das estabelecidas pela Norma regulamentadora. A maioria dos usuários e funcionários considerou a temperatura adequada ao ambiente analisado, indo ao encontro do que foi verificado na medição realizada no local. Sobre a iluminação, embora a maioria da amostra de usuários tenha se mostrado satisfeita, apenas 3 lugares apresentaram medição superior ao indicado pela norma. Compreende-se que os estudos de ergonomia podem auxiliar tanto aos funcionários quanto os usuários da biblioteca, pois estes estando satisfeitos com o ambiente podem tanto produzir, quanto trabalhar de forma mais adequada às suas necessidades. Neste caso, os resultados obtidos através deste estudo, podem servir no auxílio da criação de diretrizes que possam modificar o atual estado em que a biblioteca analisada se encontra, com a criação de uma política ergonômica exclusiva para o local.
  • 46. 45 REFERÊNCIAS ABERGO. O que é ergonomia. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/internas.php?pg=o_que_e_ergonomia>. Acesso em: 15 nov 2011. ABRAHÃO, J. et al. Introdução à ergonomia: da prática à teoria. São Paulo: Blucher, 2009. 240 p. ANDRADE, D.; ALVES, E.; GALVÃO, R. Avaliação ergonômica de três bibliotecas setoriais do Campus Recife da Universidade Federal de Pernambuco. 2009. Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização), Universidade Federal de Pernambuco, 2009. AZEVEDO, M. de F. M. de; SANTOS, M. S. dos; OLIVEIRA, R. de. A cor no ambiente de trabalho: ergonomia da percepção. Ensaios de Ergonomia. Florianópolis, Jun, 2000. Disponível em:<http://www.eps.ufsc.br/ergon/revista/artigos/rubia.PDF>. Acesso em: 13 nov 2011. BLATTMANN, U; BORGES, I. Ergonomia em biblioteca: avaliação prática. Revista da ACB: Biblioteconomia em Santa Catarina, Florianópolis, v.3, n.3, p. 45-62, 1998 Disponível em: <http://www.ergonomianotrabalho.com.br/analise-ergonomica- biblioteca.pdf>. Acesso em: 19 jun 2011. BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5413: Iluminância de interiores. 1992. BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5382: Verificação de Iluminância de Interiores. 1992. BRASIL. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10152: Nível de ruído para conforto acústico. 1987. BRASIL. Ministério do Trabalho e Emprego. NR 17 Ergonomia. Portaria MTPS n.º 3.751, de 23 de novembro de 1990. Disponível em: <http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BE914E6012BEFBAD7064803/nr_17.p df>. Acesso em: 5 jun 2011. COSTA, A; ZIEGLER, A; ROLLO, F. Acústica. 1999. Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/acustica.htm>. Acesso em: 14 nov 2011. DORIGON, D. S. Gestão de operações e qualidade dos serviços nas Unidades de Informação. Florianópolis, 2006, 203f. Dissertação (Mestrado em Ciências da Informação). Programa de Pós-Graduação do Centro de Ciências da Educação, Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 2006. DUL, J.; WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. 2. ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2004. 137 p.
  • 47. 46 FERREIRA, Mário César. Serviço de Atendimento ao Público: O que é? Como analisá-lo? Esboço de uma Abordagem Teórico-Metodológica em Ergonomia. Revista Multitemas, n. 16, mai, 2000. Disponível em: <http://www.ergopublic.com.br/arquivos/1252861836.07-arquivo.pdf>. Acesso em: 15 nov 2011. FONSECA, E. N. da. Introdução à biblioteconomia. Brasília: Briquet de Lemos, 2007. 152p. FUNDAÇÃO BIBLIOTECA NACIONAL (BRASIL). A Biblioteca pública: administração, organização, serviços. Rio de Janeiro: Fundação Biblioteca Nacional, Departamento Nacional do Livro, 1995. 121p. GIL, Antonio Carlos.Métodos e técnicas de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008. 200 p. IEA. Definition of ergonomics. 2000. Disponível em: <http://www.iea.cc/01_what/What%20is%20Ergonomics.html>. Acesso em: 15 nov 2011.l IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2. ed. rev. e ampl. São Paulo: Blucher, 2005. LEMOS, A. PAIXÃO, R. Planejamento de bibliotecas em relação ao peso. 1999. Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/peso.htm>. Acesso em 15 nov 2011. MORAES, A. de; MONT'ALVÃO, C. . Ergonomia: conceitos e aplicações. 2. ed. amp. Rio de Janeiro: 2AB, 2000. 132p. MORE, L. F. A CIPA analisada sob a ótica da ergonomia e da organização do trabalho: proposta de criação da comissão de estudos do trabalho CET. 1997. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção), Universidade Federal de Santa Catarina, 1997. Disponível em: <http://www.eps.ufsc.br/disserta97/more/>. Acesso em: 15 nov 2011. PEREIRA C. A. S; SILVA L. C. S.; SALES F. H. S. Análise do nível de conforto acústico na biblioteca de uma escola pública. Holos, ano 27, v. 4, set. 2011. Disponível em: <http://www2.ifrn.edu.br/ojs/index.php/HOLOS/article/viewFile/621/476>. Acesso em: 16 nov 2011. SANTO, C. E.; RAPOUSO, M. F. P. Biblioteca universitária proativa. Revista Digital de Biblioteconomia e Ciência da Informação, Campinas, v.4, n.1, p. 87-101, 2006. Disponível em: <http://www.sbu.unicamp.br/seer/ojs/index.php/sbu_rci/article/view/350/232> Acesso em: 19 jun 2011.
  • 48. 47 SILVA, E. L. da; MENEZES, E. M. Metodologia da pesquisa e elaboração de dissertação. 4. ed. rev. atual. Florianópolis: UFSC, 2005. 138 p. Disponível em: <HTTP://tccbiblio.paginas.ufsc.br/files/2010/09/024_Metodologia_de_pesquisa_e_el aboracao_de_teses_e_dissertacoes1.pdf>. Acesso em: 15 nov 2011. SOUTO, G; MARX,R.; PEDREIRA, Z. Cores para bibliotecas. 1999. Disponível em: <http://campus.fortunecity.com/mcat/102/cores.htm>. Acesso em: 15 nov 2011. SOUZA, G. M.; CERSOSIMO, P.; VIEBIG, R. F. A importância de programas de qualidade de vida em instituições corporativas. Revistadigital Efdeportes.com. Buenos Aires, ano 13 n. 124, set, 2008. Disponível em: <http://www.efdeportes.com/efd124/a-importancia-de-programas-de-qualidade-de- vida-em-instituicoes-corporativas.htm>. Acesso em: 15 nov 2011. TRISKA, L. N. S. Prazer e bem estar no ambiente de trabalho: a importância do olfato na ergonomia. Dissertação (Mestrado em Engenharia de Produção). 2003, Universidade Federal de Santa Catarina, 2003. VASCONCELOS, C. S. F e; VILLAROUCO, V.; SOARES, M. M. Avaliação ergonômica do ambiente construído: estudo de caso em uma biblioteca universitária. Ação ergonômica: revista brasileira de ergonomia, v.4, n.1, 2009. Disponível em: <http://www.abergo.org.br/revista/index.php/ae/article/view/69 >. Acesso em: 15 nov 2011. VILLAROUCO, Vilma. Avaliação ergonômica do projeto arquitetônico.In: CONGRESSO BRASILEIRO DE ERGONOMIA. 12.,Recife, 2002. Anais...Recife: ABERGO, 2002. VILLAROUCO, V; ANDRETO, L. F. M. Avaliando desempenho de espaços de trabalho sob o enfoque da ergonomia do ambiente construído. Produção, v. 18, n. 3, set/dez, p.523-539. 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103- 65132008000300009&script=sci_arttext>. Acesso em: 15 nov 2011.
  • 49. 48 APÊNDICE A QUESTIONÁRIO 1 QUANDO VOCÊ PENSA EM BIBLIOTECAS NO GERAL, QUAL A IMAGEM QUE LHE VEM A MENTE? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... QUANDO VOCÊ PENSA NA BIBLIOTECA DESTA INSTITUIÇÃO QUAIS SÃO AS IMAGENS QUE LHE VEM A CABEÇA? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................
  • 50. 49 APÊNDICE B QUESTIONÁRIO 2 QUESTIONÁRIO PARA AVALIAR A ERGONOMIA DA BIBLIOTECA NA PERCEPÇÃO DOS USUÁRIOS Você está convidado(a) a responder este questionário anônimo que faz A: Um estudo de caso realizado ergonomia e da usabilidade da unidade de informação, de acordo com a percepção de seus usuários Ergonomia. Este questionário está sob responsabilidade da aluna Daniela Capri e sob orientação da Professora Eliana Maria dos Santos Bahia. Objetiva realização do Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Biblioteconomia na Universidade Federal de Santa Catarina. 1 O que você entende por Ergonomia? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 2 Qual o período costuma frequentar a biblioteca? ( )manhã ( )tarde ( )noite 3 Quantas horas em média costuma ficar no local? ( ) até 1 hora ( )de 1 a 3 horas ( ) mais de 3 horas 4 Como você classifica a iluminação da biblioteca? (...)Bem iluminado (...)Iluminado
  • 51. 50 (...)Mau iluminado (...)Escuro (...)Muito escuro 4 a Caso opte pelas opções mau iluminado, escuro ou muito escuro, qual o local da biblioteca que considera a iluminação mais falha? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 5 Você está satisfeito com o visual do ambiente? (...)Muito satisfeito (...)Satisfeito (...)Insatisfeito 5a- Você está satisfeito com layout da Biblioteca? (...)Muito satisfeito (...)Satisfeito (...)Insatisfeito 5b - Caso esteja insatisfeito com visual/layout quais os aspectos mais lhe fazem sentir assim? ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ ........................................................................................................................................ 6 Com relação ao barulho o ambiente a biblioteca é: ( )muito barulhento (...)barulhento ( )pouco barulhento ( )silencioso 6a Quais ruídos mais lhe deixam insatisfeito no ambiente?
  • 53. 52 APÊNDICE C QUESTIONÁRIO 3 QUESTIONÁRIO PARA AVALIAR A ERGONOMIA E QUALIDADE DE VIDA DOS FUNCIONÁRIOS Você está convidado(a) a responder este questionário anônimo que faz parte da A: Um estudo de caso realizado em uma usabilidade da unidade de informação, de acordo com a percepção de seus usuários Ergonomia. Este questionário está sob responsabilidade da aluna Daniela Capri e sob orientação da Professora Eliana Maria dos Santos Bahia. Objetiva realização do Trabalho de Conclusão de Curso, do curso de Biblioteconomia na Universidade Federal de Santa Catarina. 1 -O que é Ergonomia para você? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 2. Você sabe se a empresa oferecer algum programa para melhorar a Qualidade de Vida dos funcionários? Se sim qual? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 3. A empresa possui Comissão Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CIPA)? .................................................................................................................................................... ............................................................................................................... 4. A empresa possui médico do trabalho? Se sim, você já teve algum contato com esse profissional?
  • 54. 53 .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 5. É oferecido convênio médico aos funcionários? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................. 6. Você sabe se a empresa possui serviços de Ergonomia? Se não possui sabe se ela tem interesse em contratar esses serviços? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................... 7. Você gostaria de conhecer melhor como ocorre o processo de organização do trabalho dentro da empresa? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... ................................................................................................................................................. 8. Quais os aspectos do ambiente da biblioteca mais prejudicam seu trabalho? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 9. Você mudaria alguma coisa no ambienteda Biblioteca? Quais? .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... .................................................................................................................................................... 10. Em sua opinião, em que isso te ajudaria enquanto profissional? .................................................................................................................................................... ....................................................................................................................................................
  • 55. 54 APÊNDICE D CARTA DE CONSENTIMENTO UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO CURSO DE BIBLIOTECONOMIA SOLICITAÇÃO DE PESQUISA ACADÊMICA Florianópolis, junho de 2011. Prezados Senhores (as), As disciplinas Trabalho de Conclusão de Curso I e II, do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Santa Catarina, tem como objetivo propiciar aos acadêmicos o domínio da elaboração de projeto de pesquisa em todas as suas etapas. Para isso, são realizadas atividades de pesquisa durante a disciplina. Eu, Daniela Capri (RG8096755734) venho por meio deste solicitar a permissão para utilizar o ambiente da biblioteca do Complexo de Ensino Superior Cruz e Souza (CESUSC) para realização de pesquisa acadêmica. A pesquisa tem como objetivos realizar uma análise ergonômica da biblioteca fazendo um comparativo com a visão que os usuários tem do ambiente. Acredita-se que essa pesquisa poderá trazer contribuições para a biblioteca, em relação ao seu ambiente físico e também um maior conhecimento da visão que os usuários têm da biblioteca. Ao final o trabalho será apresentado como requisito para a conclusão do curso de Biblioteconomia. A pesquisa tem a orientação da professora Msc. Eliana Maria dos Santos Bahia e todas as etapas terão a supervisão da bibliotecária da instituição Juliana Frainer. Contamos com vossa colaboração Para maiores esclarecimentos, entrar em contato pelos telefones (48) 3204-7890; (48) 9632-4740 ou pelo email: dccapri@gmail.com. Desde já, agradecemos pela participação. Atenciosamente, _______________________________________ Prof. Msc. Eliana Maria dos Santos Bahia Jacintho