SlideShare ist ein Scribd-Unternehmen logo
1 von 80
Downloaden Sie, um offline zu lesen
CGCFN-31.1 OSTENSIVO
MANUAL DE OPERAÇÕES MILITARES
EM AMBIENTE URBANO DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE
FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
OSTENSIVO CGCFN-31.1
MANUAL DE OPERAÇÕES MILITARES EM AMBIENTE URBANO DOS
GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS
MARINHA DO BRASIL
COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS
2008
FINALIDADE: BÁSICA
1ª Edição
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - II - ORIGINAL
ATO DE APROVAÇÃO
APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-31.1 - MANUAL DE
OPERAÇÕES MILITARES EM AMBIENTE URBANO DOS GRUPAMENTOS
OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS.
RIO DE JANEIRO, RJ.
Em 12 de novembro de 2008.
ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO
Almirante-de-Esquadra (FN)
Comandante-Geral
ASSINADO DIGITALMENTE
AUTENTICADO
PELO ORC
RUBRICA
Em_____/_____/_____ CARIMBO
OSTENSIVO CGCFN -31.1
OSTENSIVO ORIGINAL
- III -
ÍNDICE
PÁGINAS
Folha de Rosto............................................................................................... I
Ato de Aprovação.......................................................................................... II
Índice.............................................................................................................. III
Introdução....................................................................................................... V
CAPÍTULO 1 - GENERALIDADES
1.1 - Introdução.............................................................................................. 1-1
1.2 – Histórico............................................................................................... 1-3
CAPÍTULO 2 - COMANDO E CONTROLE
2.1 - Introdução ............................................................................................. 2-1
2.2 - Comando............................................................................................... 2-1
2.3 - Controle ................................................................................................ 2-2
2.4 - Comunicações e Guerra Eletrônica....................................................... 2-2
2.5 - Inteligência............................................................................................ 2-4
2.6 - Informática............................................................................................ 2-4
CAPÍTULO 3 - ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA
3.1 - Introdução ............................................................................................ 3-1
3.2 - Necessidades Básicas de Conhecimento .............................................. 3-1
3.3 - Estudo de Inteligência .......................................................................... 3-2
3.4 - Classificação das Áreas Urbanas Quanto às Características................. 3-3
3.5 - Contra-Inteligência ............................................................................... 3-4
CAPÍTULO 4 - PLANEJAMENTO
4.1 - Introdução ............................................................................................. 4-1
4.2 - Considerações ....................................................................................... 4-1
4.3 - Planejamento Ofensivo ......................................................................... 4-3
4.4 - Planejamento Defensivo ...................................................................... 4-8
CAPÍTULO 5 - AÇÕES EM ÁREAS URBANAS
5.1 - Introdução ............................................................................................ 5-1
5.2 - Considerações Relativas aos Níveis de Condução Estratégico e Ope-
racional................................................................................................. 5-2
5.3 - Tarefas Essenciais a Serem Desenvolvidas em Relação a uma Área
Urbana.................................................................................................. 5-3
OSTENSIVO CGCFN -31.1
OSTENSIVO ORIGINAL
- IV -
5.4 - Ações a Empreender para o Cumprimento das Tarefas Essenciais...... 5-4
5.5 - Ações Ofensivas em Área Urbana........................................................ 5-5
5.6 - Ações Defensivas em Área Urbana...................................................... 5-14
5.7 - Técnicas e Procedimento Especiais...................................................... 5-18
CAPÍTULO 6 - APOIO AO COMBATE
6.1 - Introdução ............................................................................................ 6-1
6.2 - Apoio de Fogo....................................................................................... 6-1
6.3 - Blindados............................................................................................... 6-10
6.4 - Engenharia............................................................................................. 6-13
CAPÍTULO 7 - APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE
7.1 - Introdução ............................................................................................. 7-1
7.2 - Aspectos Logísticos .............................................................................. 7-1
7.3 - Funções Logísticas ............................................................................... 7-2
CAPÍTULO 8 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES
8.1 - Ensinamentos Adquiridos...................................................................... 8-1
8.2 - Regras de Comportamento e Engajamento........................................... 8-2
8.3 – Conclusão............................................................................................ 8-4
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - V - ORIGINAL
INTRODUÇÃO
Esta publicação tem como propósito apresentar os aspectos doutrinários básicos das
operações militares em área urbana.
Está dividida em oito capítulos assim distribuídos: o capítulo 1 apresenta uma
introdução e um histórico; o capítulo 2 descreve as atividades de Comando e Controle; o
capítulo 3 aborda as Atividades de Inteligência; o capítulo 4 descreve considerações sobre
Planejamento; o capítulo 5 relata as Ações em Área Urbana, os capítulos 6 e 7 abordam o
Apoio ao Combate e o Apoio de Serviços ao Combate e o capítulo 8 apresenta outras
considerações sobre este tipo de operação e as peculiaridades para as regras de
comportamento e engajamento.
Esta manual deverá ser utilizado para instrução e planejamento das operações militares
em área urbana.
Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da
Marinha como: PMB, não controlada, ostensiva, básica e manual.
Esta publicação substitui a CGCFN-3100 - Manual de Operações em Área Urbana, 1ª
edição, aprovada em 14 de novembro de 2002, preservando seu conteúdo, que será adequado
ao previsto no Plano de Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008), quando de sua
próxima revisão.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 1
GENERALIDADES
1.1 - INTRODUÇÃO
Devido ao crescente processo de urbanização, será cada vez mais freqüente o emprego
de forças militares em epicentros político, econômico, social e cultural em todo o
mundo. A realidade é que muitas das operações militares, se não todas, serão
conduzidas em arredores ou no interior de áreas urbanas. O controle de grandes áreas
urbanas será crítico, nos futuros conflitos, para a consecução dos objetivos táticos,
operacionais e estratégicos.
Tornam-se cada vez mais constantes as interferências políticas e sociais nesse tipo de
confronto, havendo assim necessidade de considerar os efeitos junto à população.
Atualmente conflitos internacionais são acompanhados de perto pela imprensa. Isso faz
com que seja necessário levarmos em conta a necessidade da criação de equipes
específicas para trabalharem junto à mídia em busca de resultados positivos. Estas
equipes deverão ser multidisciplinares formadas por analistas de informações,
especialistas em propaganda, especialistas em marketing, especialistas em jornalismo,
em mídia eletrônica, em redes, em digitalização de imagens, em internet, relações
públicas, etc., agindo desta forma será possível explorar ao máximo os efeitos do
conflito junto à opinião publica internacional.
Dentre às principais dificuldades encontradas nesse ambiente operacional, está a
possibilidade de um grande número de baixas junto à população civil, significativa
destruição da estrutura urbana, participação de considerável efetivo de militares
empenhados, isto tudo aliado às dificuldades de coordenação e controle, pois o terreno
extremamente compartimentado dificulta a observação da tropa como um todo e as
grandes estruturas dificultam as comunicações rádio tornando muito difícil à
intervenção no combate por parte do escalão superior.
Desta forma, sempre que possível o combate em área urbana deve ser evitado, tendo em
vista o grande impacto na mídia e o grau de dificuldade de quem ataca. Para tal, as
localidades podem ser desbordadas, isoladas ou cercadas para se evitar a insurgência
dos centros urbanos. Porém, por vezes torna-se necessário entrar na localidade, a fim de
conquistar objetivo específico (siderúrgicas, indústrias, hidroelétricas, refinarias, usinas
nucleares, aeroportos, portos, eclusas, etc.) ou pela necessidade de liberar as forças de
contenção, ou até mesmo para abater o moral do inimigo.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-2 - ORIGINAL
Com o crescente processo de urbanização nas faixas litorâneas cresce a possibilidade da
ocorrência do combate urbano. Diante desta realidade, torna-se necessário o
desenvolvimento de uma doutrina para os GptOpFN, bem como o aprimoramento da
instrução e adestramento específico para esse tipo de combate.
O combate em área urbanizada apregoa o planejamento centralizado e execução
descentralizada, isto implica num treinamento voltado para desenvolver a iniciativa
individual e o trabalho em pequenas frações, rapidez, agressividade, coordenação e
controle das ações, além de cuidados de sincronização no uso dos meios disponíveis. As
técnicas e táticas individuais de combate aliado ao uso correto da iniciativa influenciam
sobremaneira no desenvolvimento do combate. Nenhum tipo de confronto depende
tanto do desempenho individual do combatente quanto o combate em área urbanizada.
Enquanto o atacante deve buscar rapidez, agressividade, eficiência nas comunicações,
apoio de fogo, coordenação e controle; o defensor deve buscar uma excelente
preparação da posição (auxiliada pelos meios de engenharia disponíveis), muita
mobilidade para dificultar a concentração dos fogos inimigos, o conhecimento da área,
a localização dos comandantes de fração da tropa oponente e sua anulação por parte dos
peritos atiradores.
Para conseguir-se êxito será necessária a conscientização do valor insuperável das
informações, pois o conhecimento cada vez mais será fator de decisão. A aceleração das
mudanças e a velocidade dos eventos, premidos pela exigüidade dos prazos de decisão e
ao conseqüente redução dos níveis decisórios nos obrigará a uma maior qualificação dos
comandantes nos níveis mais baixos. Deve ser levada em conta cada vez mais a
necessidade de um sistema de vigilância e informações sobre o inimigo em tempo real,
os movimentos migratórios da população local, a situação da infra-estrutura urbana, as
restrições à manobra impostas pelo ambiente operacional, o risco no emprego dos
blindados, a necessidade de mobilidade tática de alta velocidade, às restrições ao apoio
de fogo e a necessidade do uso de munição inteligente. Desta forma, com o
desenvolvimento de dispositivos cada vez mais sofisticados, a necessidade de
informações mais rápidas e precisas nos leva a adotar uma estrutura organizacional mais
flexível, onde as decisões sejam tomadas de forma tempestiva na origem do problema.
Para tal descentraliza-se o poder decisório. Surge então a valorização do elemento
humano na condução do combate.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-3 - ORIGINAL
As características do ambiente operacional urbano fazem com que ele imponha algumas
restrições na utilização de determinados equipamentos, restringindo assim algumas
vantagens táticas advindas de um nível tecnológico superior por parte de um dos
contendores. A assimetria do combate urbano, aliada à pequena distância entre as tropas
restringe o apoio de fogo, não só por parte da artilharia como também do apoio aéreo.
Ficam restritas as comunicações terrestres, devido às estruturas das edificações, os
blindados têm seus movimentos restringidos em face da canalização gerada pelas ruas,
obstáculos, escombros, etc. e os helicópteros ficam vulneráveis, em virtude da
existência de armas terra-ar portáteis nos andares superiores e terraços das edificações.
Fica evidenciado neste tipo de ação militar o valor dos sistemas de inteligência e
informação sendo extremamente necessário a valorização do sistema: comando e
controle (C2). O sistema de combate urbano deve considerar ao máximo o uso do C2 de
forma integrada, com a robótica, de veículos aéreos não-tripulados, de sensores, de
sistemas que apresentem grande mobilidade tática, de apoio médico especializado para
fazer face à ameaça QBN (químicos, biológicos e nucleares), de munição inteligente e
sobretudo da valorização do elemento humano.
O adestramento deve ser redirecionado de forma a dar maior enfoque às operações
combinadas de grande vulto, à reprodução do terreno urbano para treinamento, à
construção de centros de treinamento virtuais e, sobretudo, ao aperfeiçoamento do
sistema C2 para este tipo de operação.
1.2 - HISTÓRICO
Dizer que os combates em área urbana nasceram nas grandes guerras deste século seria
uma heresia.
Desde os primórdios da civilização existem guerras e cidades. Essas, porém, eram em
pequeno número e pouco povoadas. A maioria da população vivia no campo.
Com o passar dos séculos, a arquitetura começou a se desenvolver e surgiram as
primeiras muralhas, capazes de resistir a um cerco por um longo período de tempo.
Contam as linhas da Ilíada de Homero que Tróia resistiu por volta de uma década.
Antigamente, quando caía uma Cidade Estado e sua muralha, ruía junto o Império. Isso
ficou bem caracterizado pela queda de Atenas, Cartago e Roma.
As muralhas se desenvolveram e se transformaram em fortalezas e os fortes. Essas
construções abrigavam os combatentes que, assim apoiados, resistiam a longos cercos.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-4 - ORIGINAL
As muralhas tornaram-se quase intransponíveis até o advento do canhão, que passou a
dominar os campos de batalha.
Com o decorrer dos tempos e com o aumento do comércio, as vilas começaram a se
expandir e, já no início da Era Moderna, muitas detinham uma respeitável área urbana e
população considerável.
1.2.1 - Combates em áreas urbanas ocorridos no Brasil
Acontecimento histórico de grande importância, a derrota dos invasores franceses de
Du Clerc na cidade do Rio de Janeiro, em 1710, onde os combates ocorreram no
interior da cidade, tendo como palco várias ruas e praças da cidade.
Durante quase dez dias de conflito, os invasores foram atacados por tropas regulares,
pela população local e até por grupos de estudantes. Os defensores da cidade se
aproveitaram dos morros, das construções e do conhecimento do terreno para
sobrepujar os franceses. Neste combate aparece o trinômio habitante-localidade-
relevo em destaque.
Na última década do século XIX, o Coronel Gomes Carneiro comandou na cidade de
Lapa, uma heróica resistência apoiada nas elevações e nas construções da pequena
cidade, detendo os rebeldes por 26 dias e possibilitando, ao Exército Brasileiro,
tempo para se posicionar e salvar a República, por ocasião da Revolução Federalista
de 1893.
1.2.2 - Combate em áreas urbanas em outros teatros
Ao analisar os combates ocorridos no século XIX, concluímos pelo receio dos
atacantes em se aventurarem por ruelas escuras e edificações sombrias ou na
estagnação peculiar dos combates em áreas urbanas. A Batalha de Gênova, ocorrida
durante as campanhas napoleônicas, em uma cidade que contava com 160.000
habitantes, pode ser tomada como exemplo.
No final da Guerra Franco-Prussiana, Paris se transformou em uma única barricada,
com homens e mulheres dispostos a defendê-la a qualquer custo, quase evitando,
tamanha sua coragem e energia, que nela fosse hasteado o pavilhão prussiano.
Na 1ª GM poucos foram os combates em localidades, apesar de várias cidades terem
sofrido severamente sob fogos de artilharia. Muitas foram às lutas desenvolvidas em
torno dos fortes da cidade francesa de Verdun, assim como em Reims.
Na Guerra Civil Espanhola, uma das lutas mais importantes do século XX, conheceu
a brutalidade de uma “guerra sem quartel”. O acirramento de ânimos, o excessivo
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-5 - ORIGINAL
número de combatentes civis, cheios de ódio e radicalização política, tornou a luta de
casa em casa uma constante em toda a campanha, culminando com a longa
resistência de Madri. A Guerra Civil Espanhola serviu de “laboratório” para a 2ª GM.
1.2.3 - Combates urbanos ocorridos na 2ª Guerra Mundial
A campanha da Polônia apesar de vitoriosa teve como óbices o emprego de
considerável número de combatentes e o maior número de baixas alemãs. A
eficiência das tropas alemãs nas ruas de Varsóvia foi inferior à demonstrada nos
campos. A baixa operacionalidade dos blindados em áreas urbanas tornou-se
evidente, principalmente sem o apoio da infantaria.
Na Noruega, as operações militares em área urbana foram marcadas pelo emprego
das operações aeromóveis, visando à conquista de aeródromos, e pelo emprego de
fogo naval na conquista de cidades, destacando-se os assaltos a Oslo e Narvik.
Embora as estatísticas alemãs registrem altos índices de baixas nos conflitos em vilas
e cidades holandesas e belgas, poucos combates em áreas urbanas, na campanha
ocidental de 1940, são dignos de destaque.
Na França, utilizando divisões blindadas como pontas de lança e um constante apoio
aéreo, as forças germânicas subjugaram, rapidamente, cidades e vilarejos, enquanto a
população, em retirada, impedia o emprego das reservas aliadas, congestionando,
assim as vias de acesso, contribuindo para aumentar a desorganização entre as forças
aliadas. A inexistência de uma doutrina própria para combate em ambiente urbano
contribuiu para agravar a situação dos aliados.
Ao analisar as ações que seriam tomadas contra Dunquerque, os alemães concluíram
que poderiam vir a perder efetivos indispensáveis à conquista do restante da França,
e diante da necessidade de cerrar meios logísticos e de apoio de fogo, o Comando
Alemão optou pelo cerco terrestre usando forças já engajadas, bombardeando a
cidade com artilharia e aviação. Condições adversas de tempo, no entanto,
dificultaram as operações germânicas, beneficiando os aliados, que executaram uma
retirada anfíbia, surpreendendo os alemães.
Na frente Oriental o Exército Alemão perdeu 70% de seu efetivo. A magnitude
atingida pelos combates veio possibilitar um grande desenvolvimento nas técnicas e
táticas para as operações em áreas urbanas, a inovação de emprego de armas, a
exemplo dos canhões montados em vagões ferroviários, os foguetes, o fuzil de
assalto e o uso de blindados com explosivos.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-6 - ORIGINAL
Após essas grandes derrotas e com base nos ensinamentos colhidos em Brest-Litovsk
e Odessa, o Alto Comando Soviético passou a adotar a tática de combate em
localidade, nas médias e grandes cidades, a técnica da “terra arrasada” e da guerrilha
nas aldeias e campos deixados ao invasor.
No inverno de 1941, uma bem preparada defesa de área deteve o Exército Alemão
nos subúrbios de Moscou, contando com o emprego maciço de mão-de-obra civil,
permitindo liberar os soldados para combaterem na frente. Em Leningrado não foi
diferente, durando o cerco de aproximadamente três anos.
Findo o primeiro inverno e estabilizadas as frentes em Moscou e Leningrado, Hitler
dirigiu-se para o sul, onde, em 1942, foram travados os principais combates em
localidades urbanas.
Após o inverno foram iniciados os bombardeios sobre Sebastopol, cidade muito bem
fortificada que demonstrou ser um objetivo difícil de ser conquistado. Esta batalha
foi marcada por extrema selvageria dos alemães, tornando a guerra na frente russa
uma “luta sem quartel”.
Em outubro de 1942, teve início a Batalha de Stalingrado que marcou o ponto de
inflexão da campanha russa.
Na época o Alto Comando Soviético criou a “Frente de Stalingrado”, mobilizou a
população, deslocou as poucas reservas disponíveis e entregou o comando ao
General Chuykov. Sabendo da eficácia dos alemães no emprego do binômio
blindados-aviação, Chuykov trouxe o combate para dentro da cidade, buscando
neutralizá-la.
A tática de Chuykov consistia em ocupar e defender fábricas, casas, estações e
prédios, transformando qualquer construção capaz de resistir aos ataques nazistas em
pontos fortes.
Os blindados alemães, atraídos para locais preparados pelos soviéticos, eram
emboscados e destruídos por armas anticarro ou canalizados para áreas batidas por
fogos de artilharia (saturação). Assim, a Infantaria de proteção ficava à mercê dos
fogos das armas portáteis.
Outras operações urbanas ocorreram na frente oriental após Stalingrado, sendo que
três delas destacaram-se das demais. Duas tiveram como palco à cidade de Varsóvia
e a terceira a cidade de Berlim.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-7 - ORIGINAL
Os aliados, por considerarem a cidade de Monte Cassino como a chave das defesas
alemãs, executaram um ataque maciço à mesma. As defesas alemãs, apoiadas em
obstáculos artificiais, nas elevações e a própria cidade, rechaçaram os ataques. O
crescente fracasso das investidas ensejou a intervenção da aviação, reduzindo a
cidade a ruínas.
Apesar dos ataques aéreos terem causado significativas baixas nas defesas alemãs,
contribuíram, de forma indireta, para a melhoria do sistema de defesa da cidade,
tendo os escombros e crateras abertos sido transformados em pontos fortes, postos de
vigilância, de observação e abrigos, sendo neles instaladas casamatas e posições de
metralhadoras. Os escombros retardavam os deslocamentos e dissociavam o
binômio carro-infantaria, tornando-o vulnerável às ações dos alemães, em particular,
às emboscadas.
Foi em Montese, localidade italiana, em abril de 1945, que o Exército Brasileiro teve
seu maior número de baixas na 2ª GM, investindo contra uma posição defensiva
alemã muito bem organizada, apoiada no binômio localidade-relevo.
O maior número de baixas aliadas e a progressão mais lenta em toda a guerra
ocorreram na conquista da Itália. As forças do eixo demoraram quase dois anos para
se render nesse teatro de operações. A eficiência e a eficácia das defesas alemãs
demonstraram a importância do uso judicioso do terreno, da área urbana e do relevo.
1.2.4 - Combates em áreas urbanas após a 2ª Guerra Mundial
Após a 2ª GM, inúmeros conflitos travados em áreas urbanas tiveram como palco o
Oriente Médio e a região dos Balcãs. Foram verificados conflitos de longa duração,
como os de Beirute (Líbano) e Sarajevo (Bósnia), nos quais utilizou-se todos os
conhecimentos das guerras anteriores, especialmente o emprego da população civil
como mão-de-obra ou na qualidade de combatentes e conflitos de curta duração,
como os combates pela posse de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias (1967).
Recentemente, como verificado na Chechenia, o mundo pode assistir à violência dos
combates ocorridos em Grozny e constatar a ineficácia do Exército Russo que não
conseguiu, numa 1ª fase da guerra, ocupar a cidade. O conhecimento da cidade e o
envolvimento da população na resistência infligiram tantas baixas ao inimigo que os
líderes políticos russos foram pressionados a sustar a ofensiva. A eficácia decorrente
do emprego da população civil, do uso judicioso do terreno e da área urbana foi mais
uma vez comprovada.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 1-8 - ORIGINAL
Na segunda ofensiva, apesar de uma tenaz resistência, os russos conseguiram tomar a
cidade. Aprenderam boas lições com os chechenos, dentre as quais o aproveitamento
dos abrigos subterrâneos, o emprego do apoio de fogo de maneira eficaz, a melhor
explorar o comando e controle, dando maior liberdade para as pequenas frações e a
importância de um cuidadoso adestramento prévio. O preço da vitória, além das
baixas, foi a completa destruição da cidade.
Apesar do desenvolvimento tecnológico atual, podemos afirmar que nestas últimas
décadas este tipo de combate pouco evoluiu. O valor e a astúcia do combatente neste
tipo de ação ainda é o fato mais importante.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 2-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 2
COMANDO E CONTROLE
2.1 - INTRODUÇÃO
Uma das maiores dificuldades das operações militares em área urbana se apresenta na
efetiva execução do comando e controle. As particularidades desse tipo de ambiente,
como a infra-estrutura da cidade e seus habitantes, fazem com que tais conflitos sejam
classificados entre os mais complexos tipos de combate.
No desenvolvimento das ações do combate urbano, caberá ao comandante evitar danos
colaterais excessivos e limitar o número de baixas entre os não-combatentes, identificar
a localização dos pontos-chave e as posições inimigas dentro da cidade, isolar a área
urbana tanto externa como internamente e, finalmente, conduzir operações decisivas
para destruir ou remover forças inimigas do complexo urbano.
As operações de combate urbano que contribuem para tal consistem de uma série de
engajamentos limitados e dispersos, obrigando as forças urbanas a uma adaptação
específica para esse tipo de engajamento. Todo esse conjunto impõe ao comando uma
descentralização inevitável, requerendo maior quantidade de conhecimento possíveis,
que serão de grande valia para o planejamento dessas operações.
Essas operações demandam níveis maiores de conhecimento da situação do que uma
operação em ambiente convencional. Em face à necessidade de estabelecer e manter
contato em tempo real das posições do inimigo, obter informação precisa e
constantemente atualizada sobre a condição de estruturas físicas críticas dentro do
perímetro da cidade, acompanhar o êxodo de não-combatentes, além de obter
informação precisa e em tempo real sobre a posição e a condição das forças amigas
amplamente dispersas. Faz com que os aspectos, comando, controle, comunicações,
inteligência e informática devam ter especial atenção, fazendo com que o
reconhecimento e a vigilância tornem-se cruciais.
É importante ressaltar que, apesar da existência desses aspectos, que são objeto de
estudo do Comando e Controle, na Marinha do Brasil é adotado em termos de
nomenclatura, o C2 (Comando e Controle). Analisaremos, a seguir, cada um desses
aspectos.
2.2 - COMANDO
Em razão da descentralização que emana desse tipo de operação, o comando é exercido
através da atribuição de tarefas e estabelecimento de padrões específicos para as frações
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 2-2 - ORIGINAL
da força urbana. A iniciativa e a auto-confiança devem ser estimuladas em todos os
níveis, propiciando a máxima flexibilidade.
2.3 - CONTROLE
A dinâmica das ações desenvolvidas pelas frações, normalmente atuando
descentralizadas, no combate urbano faz com que o controle seja um fator fundamental
para o exercício do comando.
2.3.1 – Posto de observação
O comandante de uma fração tem necessidade de ocupar um ponto dominante na
área urbana, que lhe permita acompanhar as ações de sua fração, bem como as ações
do inimigo. Os telhados dos prédios permitem boa observação e campo de tiro.
2.3.2 – Posto de comando
Normalmente, face à dinâmica das ações da operação, não é observado o
estabelecimento de Posto de Comando (PC), à exceção de um combate prolongado.
Na maioria das vezes o comandante irá ocupar o PC tático. Podendo utilizar até uma
aeronave para tal função.
2.3.2 - Ligações
As ligações limitar-se-ão aos métodos de comunicações que assegurem o
estabelecimento do contato entre o escalão considerado, seu escalão superior,
escalões subordinados e elementos em apoio.
A responsabilidade pelo estabelecimento destas ligações é definida pelo capítulo 2 do
CGCFN - 1201 - MANUAL PARA INSTRUÇÃO DE FUNDAMENTOS DE
OPERAÇÕES TERRESTRES DE FUZILEIROS NAVAIS.
2.3.3 - Medidas de coordenação e controle
As medidas de coordenação e controle asseguram a unidade de esforços necessária,
estabelecem as responsabilidades e possibilitam o controle da manobra, bem como a
coordenação do apoio de fogo durante as ações. Nos combates urbanos são
extremamente necessárias, porém devem ser utilizadas o mínimo possível, de modo a
não restringir o movimento das frações, de não reduzir a sua impulsão para o ataque,
nem tampouco inibir a iniciativa e a liberdade de ação dos comandantes de cada
fração, devendo-se, sempre, buscar aquelas que são menos restritivas.
2.4 - COMUNICAÇÕES E GUERRA ELETRÔNICA
Nos exercícios de comando e controle das forças nas operações militares em área
urbana, a utilização do espectro eletromagnético se faz de maneira intensa, devendo os
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 2-3 - ORIGINAL
efeitos degradantes da área urbana sobre as comunicações, sejam elas eletrônicas ou
visuais, particularmente nas faixas de freqüências de HF e VHF, ser considerados. As
edificações e os escombros interferem, sobremaneira, nas linhas de visada, tornando a
comunicação visual quase impraticável. Faz-se necessário o posicionamento de
elementos de comunicações nas coberturas e topos dos edifícios, utilizando
equipamentos rádio de pequeno porte, bem como a instalação de postos de
retransmissão, inclusive com o emprego de helicópteros também como PRetrans ou PC,
para que as redes táticas e as ligações com os escalões superiores e com as unidades
vizinhas sejam mantidas em pleno funcionamento.
A flexibilidade e rapidez nas ações de comando e controle necessárias nas operações
militares em área urbana, devem ser alcançadas por um sistema de comunicações que
assegure confiança, segurança e rapidez no estabelecimento das ligações, além da
capacidade de duplicação e desdobramento dos meios.
Os meios a empregar, pessoal e material, variarão de acordo com o tamanho da força
empregada. Porém, o grande fluxo de mensagens gerado pela dispersão das forças e
rapidez das ações nas áreas urbanizadas, em conjunto com a necessidade de se proteger
das intervenções da Guerra Eletrônica inimiga, exigirá rígida disciplina de
comunicações e estabelecimento de prioridades para o tráfego.
As comunicações fio são utilizadas com grande sucesso em áreas urbanas, porém são
vulneráveis as ações inimigas e sensíveis as interferências das redes elétricas.
Normalmente, mensagens codificadas não são utilizadas nas comunicações em
pequenos efetivos. Todavia o emprego deste tipo de mensagem, aumenta
consideravelmente a segurança das comunicações.
Com o objetivo de diminuir os problemas de comunicações, permitindo um maior
controle, face à descentralização imposta pelo ambiente urbano, as pequenas frações,
desde que adestradas quanto ao procedimento fonia, podem utilizar-se de equipamentos
de pequeno porte. Tais equipamentos, embora limitados em alcance, contribuem de
maneira significativa para o exercício do comando das ações, podendo apresentar
excelente desempenho, permitindo que a comunicação não seja depreciada por
obstáculos, paredes, muros e escombros.
O uso de alguns tipos de equipamentos eletrônicos tais como o GPS, o “Sistema de
transmissão de localização e posição” tipo (Tacter-31) e de outros sistemas de
transmissão de dados, se empregados a partir do topo das construções, nas ruas e em
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 2-4 - ORIGINAL
áreas abertas, agiliza em muito, facilitando as comunicações e livrando-se das
interferências mais comuns nas áreas urbanas.
2.5 - INTELIGÊNCIA
Nas operações militares em área urbana, qualquer conhecimento sobre o inimigo
assume vital importância, bem como informações sobre a região urbanizada
propriamente dita. Informações como valor do inimigo, ações desenvolvidas pelo
mesmo, posicionamento, condições do terreno, fatores psicossociais da população local,
entre outros, são capazes de desequilibrar o combate urbano, favorecendo aquele que
possuí-las.
A necessidade de obtenção de dados precisos e detalhados, nos combates urbanos, faz
crescer de importância a existência de um reconhecimento minucioso, porém de nada
valerá tal reconhecimento se o inimigo não esteja sob vigilância constante.
O reconhecimento tem como finalidade não só a ratificação ou retificação das
informações já existentes, o levantamento de novos dados que possam vir a contribuir
para o cumprimento da missão.
Já a vigilância é a responsável pela atualização dessas informações, ou seja, através da
atuação de postos de vigilância as informações são mantidas mais atualizadas possível.
O capítulo 3 deste manual apresenta maiores detalhes sobre a inteligência nas operações
militares em área urbana, ou ainda, para aprofundar os estudos de inteligência de um
modo geral, consultar o capítulo 7 do CGCFN - 1305 - MANUAL PARA
INSTRUÇÃO DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NA FORÇA DE
DESEMBARQUE.
2.6 - INFORMÁTICA
A tecnologia necessária às operações militares em área urbana vai além da informática.
A utilização de Veículos Aéreos não Tripulados (VANT), tanto como objeto de
observação quanto como arma de ataque, bem como o uso de robôs para desarmar
minas e armadilhas já é plenamente utilizado em alguns países e vem reduzindo muito o
risco de baixas, tão peculiar das ações nesse tipo de ambiente.
Os sistemas informatizados como transmissor de dados via rádio ou satélite, com
avançados sistemas de posicionamento e localização contribuem, de sobremaneira para
as ações nesse tipo de ambiente, permitindo uma atualização de informações quase que
constante das peças de manobra.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 3-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 3
ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA
3.1 - INTRODUÇÃO
O estudo para realizar operações militares em área urbana não pode ser limitado às
características do terreno, às condições climáticas e meteorológicas e a situação do
inimigo.
Há necessidade de informações detalhadas a respeito da população quanto a
possibilidade de apoio ou resistência, bem como não pode ser desprezada a forte
influência da mídia na opinião pública, a atuação de Organizações Não-Governamentais
(ONG) e das Organizações internacionais.
Na realidade a ausência de informações detalhadas e oportunas, pode impedir a
execução de operações militares em área urbana, tornar tropas militares vulneráveis e
não-combatentes vítimas. Especial atenção devemos ter, também, na aplicação de
medidas de Contra-Inteligência que é fundamental para se obter surpresa e manter
segurança.
3.2 - NECESSIDADES BÁSICAS DE CONHECIMENTO
Os conhecimentos necessários ao planejamento e à execução de operações militares em
área urbana devem preliminarmente estar fundamentados na visualização do campo de
batalha e na situação do inimigo, onde em particular existe a necessidade de interação e
atualização desses fundamentos pó meio de estudos de inteligência.
3.2.1 - Visualização do campo de batalha
A visualização do campo de batalha não pode ser somente expressa em termos de
características da área de operações porque na realidade, além de representar o
ambiente físico tridimensional (terreno, construção e subsolo) representa também a
consciência urbana onde fatores culturais e o ambiente externo traçam o perfil do
comportamento da população local diante da intervenção militar no cenário urbano.
3.2.2 - Situação do Inimigo
Pela possibilidade de o inimigo utilizar a população local como escudo para o
desenvolvimento de suas ações, ressalta de importância a determinação, com
razoável grau de precisão e confiança, essa possibilidade. Desta forma a busca de
conhecimentos necessários sobre as possíveis ações a serem desenvolvidas pelo
inimigo em área urbana deverá ser maior que nas operações militares em outros tipos
de ambiente.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 3-2 - ORIGINAL
3.3 - ESTUDO DE INTELIGÊNCIA
O processamento dos dados para a produção do estudo de inteligência das operações
militares em área urbana, baseia-se nas seguintes fontes de dados:
- mapas, cartas e modelos reduzidos do terreno;
- fotografias aéreas;
- reconhecimento aéreo e terrestre;
- dados meteorológicos e hidrográficos;
- população civil residente;
- refugiados;
- prisioneiros;
- material e documentos capturados;
- emissões eletromagnéticas interceptadas;
- estudos preparados por empresas comercias e industriais sobre a área urbana; e
- levantamento realizado por órgãos internacionais e organizações não governamentais
(ONG).
Os conhecimentos operacionais que orientam o estudo de inteligência relativo as
operações militares em área urbana, além da situação militar do inimigo, são orientados
pelos seguintes aspectos: cultural, ameaças urbanas potenciais (exceto do inimigo) e
infra-estrutura.
3.3.1 - Aspecto cultural
Inclui todos os aspectos da população como densidade demográfica, estrutura étnica,
racial, política, religiosa, de origem nacional; também inclui a interação entre estas
estruturas e a atitude provável em relação a intervenções militares nas áreas urbanas.
3.3.2 – Aspecto ameaça urbana potencial
Inclui todo o aspecto de ameaças urbanas: convencional, paramilitar, guerrilhas,
terroristas, organizações criminosas, insurgentes e oportunistas, também, incluída as
influências do terreno e possibilidades do inimigo nas citadas ameaças.
3.3.3 - Aspecto de infra-estrutura
Inclui serviços urbanos críticos, recursos e produção material, portos, aeroportos,
zonas de pouso e decolagem de helicópteros, estradas de ferro, malha rodoviária,
pontes, plantas/cartas subterrâneas, redes de água/esgoto, redes de distribuição de
petróleo e gás natural, comunicações, instalações médicas, serviços e projetos de
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL
construção civil. É responsável por exploração e análise tridimensional do ambiente
urbano.
3.3.4 – Outros aspectos
A ligação e manutenção dos contatos com as agências externas relacionadas com a
pesquisa e produção de análise urbana, como Organizações Internacionais e
Organizações Não-Governamentais (ONG) é de suma importância para facilitar a
utilização dessas agências e seus conhecimentos.
3.4 - CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS URBANAS QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS
As áreas urbanas podem ser classificadas, quanto às suas características, de acordo com
o seu tamanho e com a sua estrutura.
3.4.1 - De acordo com o tamanho
Quando levamos em consideração o seu tamanho, sua concentração de estruturas,
instalações, e a população, há quatro categorias:
a) Cidades grandes (superior a 100.000 habitantes)
Cidades grandes, freqüentemente, formam o centro de um complexo urbano
maior, densamente povoado que consiste na cidade, suas áreas suburbanas e
cidades pequenas. Tais complexos têm o aspecto de uma única, grande e contínua
cidade. Estes centros urbanos estão entre os principais objetivos de interesse das
operações militares em área urbana.
b) Cidades pequenas (entre 3.000 e 100.000 habitantes)
Em muitos casos estas cidades ficam situadas ao longo das linhas principais de
comunicações ou situadas em vales de rios. Estas tendem a se desenvolver e,
eventualmente, formar novas urbanizações ou se fundir com alguma outra já
existente, criando as grandes cidades.
c) Vilas e aldeias (inferior a 3.000 habitantes)
Na maioria dos casos estas aldeias são voltadas para a atividade agrícola e
normalmente são distribuídas entre as áreas cultivadas mais abertas. Estão aí
localizadas grandes fazendas e sítios.
d) Área marginal
Estas áreas geralmente se formam ligando aldeias a cidades. Elas também são
encontradas ao longo das linhas de comunicações, estradas que conduzem a
complexos maiores. Embora o tamanho e a população das áreas marginais variem,
elas regularmente assumem um padrão estreito e alinhado com essas ligações.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL
3.4.2 - De acordo com a sua estrutura
Por ocasião do desenvolvimento de uma ação em áreas urbanas é fundamental o
conhecimento do tipo de estrutura e construções encontradas na região, pois tais
conhecimentos terão grande importância tática para as operações. Quanto às
estruturas, as áreas urbanas podem ser divididas em cinco tipos:
a) Tipo A - áreas de construções densas, aleatórias e antigas
Estas áreas apresentam ruas sinuosas e estreitas, irradiando-se de uma forma
irregular, a partir de uma área central. Encontradas dentro de cidades grandes,
pequenas e de vilas. Seus prédios e edifícios são construídos justapostos e,
normalmente, ao longo das avenidas e ruas.
b) Tipo B - áreas de blocos fechados e ordenados
Normalmente encontrados em cidades grandes e pequenas, suas ruas formam
amplas quadras, geralmente, retangulares, onde seus edifícios perfilam uma frente
contínua ao longo de um bloco. Não raro, são encontrados muitos desses blocos
com pátios internos.
c) Tipo C - áreas residenciais dispersas
Geralmente encontradas como continuação das áreas do tipo b, são normalmente
de condomínios ou bairros residenciais com ruas de padrão retangular ou com
curvas sinuosas.
d) Tipo D - áreas de edifícios altos
Típica de construção moderna em qualquer tipo de cidade. Consiste em vários
prédios ou edifícios, separados por grandes áreas abertas, com amplas ruas dentro
de seus limites, são os condomínios residenciais de edifícios.
e) Tipo E - áreas de complexos industriais e de transportes
Podem ser encontradas nas áreas do tipo a e b. Construções novas, normalmente
constituídas por prédios baixos, com telhas planas, similares a grandes depósitos e
armazéns. Geralmente são localizadas ao longo das principais rodovias que
demandam os grandes complexos urbanos.
3.5 - CONTRA-INTELIGÊNCIA
As medidas de contra-inteligência assumem papel de relevância para a manutenção da
segurança e obtenção da surpresa, desta forma devem ser implementadas no
planejamento e execução de operações militares em ambiente urbano.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 3-5 - ORIGINAL
3.5.1 - Fase de planejamento
É imprescindível o rígido controle sobre todos os dados relativos a ação em área
urbana, principalmente na classificação dos documentos, disseminação dos
conhecimentos e atividades comprometedoras. Esse controle deve ser exercido por
todos os escalões de comando envolvidos no planejamento.
3.5.2 - Durante a execução
Nesta fase, pode-se considerar possibilidade de apoio da população local às nossas
operações proporcionando vantagem à nossa atividade de inteligência. Entretanto
sempre deverá haver a preocupação com o comprometimento da segurança, desta
forma a contra-inteligência na execução das operações urbanas deve estar voltada
também, para a cuidadosa investigação dos habitantes da região. Principalmente
daqueles que irão exercer atividades em proveito de nossas tropas e estabelecimento
de segurança das instalações civis cujo funcionamento seja proveitoso no
desenvolvimento de nossas ações.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 4
PLANEJAMENTO
4.1 - INTRODUÇÃO
O principal óbice dos combates urbanos reside na necessidade de “limpeza” total das
cidades, casa por casa, rua por rua. A presença de grande número de não-combatentes
requer o estabelecimento de Regras de Comportamento Operativo, para qualquer tipo de
operação a ser realizada. Não serão politicamente aceitas a destruição da infra-estrutura
urbana, conseqüentemente impondo limites ao uso do apoio de fogo.
Tendo em vista que o Processo de Planejamento Militar (PPM) é tratado em manuais
específicos do Sistema de Publicações da Marinha (SPM), aqui serão abordados apenas
os principais parâmetros em que se baseará(ao) o(s) comandante(s) e estado(s)-maior
(es) para conduzirem o planejamento de operações militares em área urbana.
4.2 - CONSIDERAÇÕES
Raramente uma região urbana poderá ser subjugada, sempre existirão focos de
resistência à ocupação. Interesses na obtenção de ganhos políticos poderão sustentar o
combate nos ambientes urbanos onde a dissimulação dos oponentes no seio da
população lhes trará sensíveis vantagens na condução de suas ações. As características
intrínsecas e a presença de grande número de não-combatentes no ambiente urbano
conferem um maior grau de dificuldades para exploração do terreno e condução das
operações militares.
A título de comparação, no quadro abaixo são apresentadas as características de
diversos ambientes operacionais:
CARACTERÍSTICAS URBANO DESERTO SELVA MONTANHA
Número de não-combatentes ALTO BAIXO BAIXO BAIXO
Valor da infra-estrutura ALTA BAIXA BAIXA BAIXA
Campo de batalha multidimensional SIM NÃO ALGUM SIM
Regras de comportamento operativo
restritivas
SIM NÃO NÃO NÃO
Detecção, observação e engajamento
de alvo
CURTO LONGO CURTO MÉDIO
Vias de acesso MUITAS MUITAS POUCAS POUCAS
Liberdade de movimento e manobra
(Forças mecanizadas)
BAIXA ALTA BAIXA MÉDIA
Desempenho das comunicações DEGRADADAS NORMAIS
POUCO
DEGRADADAS
DEGRADADAS
Necessidades logísticas ALTA ALTA MÉDIA MÉDIA
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-2 - ORIGINAL
No combate urbano, as distâncias verticais são tão relevantes quanto as horizontais.
Nem sempre os espaços são proporcionais ao tempo necessário para vencê-los. O tempo
gasto para a “limpeza” de edifícios pode ser superior ao necessário para a progressão
horizontal do terreno.
Nas operações militares em área urbana bolsões de resistência podem ser desbordados,
caracterizando a descontinuidade do terreno urbano. Por fim a manobra planejada deve
considerar as cobertas e abrigos que as construções locais podem proporcionar.
A par de todas essas peculiaridades, as cidades ou zonas urbanas não podem ser
ignoradas nas campanhas militares. São elas os centros político-econômicos vitais,
contendo alvos estratégicos essenciais, dentre os quais as instalações militares, quartéis-
generais, portos marítimos e fluviais, aeródromos, entroncamentos rodoviários,
ferroviários, indústrias, etc.
4.2.1 - Aspecto comuns ao planejamento ofensivo e defensivo
- Embora nesses combates predomine um confronto direto entre as forças oponentes,
o que no caso do emprego de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais levaria
à predominância de emprego do Componente de Combate Terrestre (CCT), é
fundamental a ampla participação do Componente de Combate Aéreo (CCA) e do
Componente de Apoio de Serviço ao Combate (CASC) para o êxito das operações;
- O estudo dos aspectos militares do terreno, observação e campo de tiro, cobertas e
abrigos, obstáculos, acidentes capitais e vias de acesso, é bastante complexo e
dinâmico;
- O princípio do apoio mútuo entre as frações é particularmente importante;
- Deve-se planejar também a utilização de armamento/equipamento para cada tipo de
ação em área urbana (operações de polícia, incursões e combate urbano
prolongado);
- Os moradores das áreas urbanas poderão ter participação ativa nos combates,
passando de meros espectadores a elementos ativos. A participação da população
civil é fundamental. O controle da população deve ser rígido, em particular se for
ela inimiga, a fim de evitar atos de sabotagem ou a eclosão de distúrbios civis;
- Deve ser considerado, também, o desenvolvimento do combate em áreas urbanas
paralelamente com atividades rotineiras da população; e
- O conjunto de normas do Direito Internacional para os Conflitos Armados (DICA)
é permeado por alguns princípios fundamentais. Estes princípios, se bem
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-3 - ORIGINAL
observados, têm como propósito permitir o cumprimento da missão atribuída a um
comandante militar, com mais eficiência e eficácia, sem utilização excessiva de
recursos e sem resultar em destruição ou baixas desnecessárias:
- princípio da distinção – prevê que as partes em conflito devem sempre, durante a
condução das operações militares, fazer a distinção entre população civil e
combatentes, assim como entre bens de caráter civil e objetivos militares,
devendo, portanto dirigir suas operações unicamente contra objetivos militares;
- princípio da limitação – restringe o direito das partes em conflito em escolher
livremente, os meios e os métodos de guerra que serão empregados. Estabelece,
ainda, que é proibido utilizar armas, projéteis e materiais, assim como métodos de
guerra que causem males supérfluos ou sofrimentos desnecessários, ou que
causem danos extensos, duradouros e graves ao meio ambiente. Portanto, os
beligerantes não possuem um direito ilimitado na escolha de meios para prejudicar
o inimigo e devem pautar sua ação, de forma a evitar males supérfluos e
sofrimentos desnecessários;
- princípio da proporcionalidade – prevê que se deve utilizar a força não mais que
necessária, para atingir os objetivos militares designados. Ou seja, o uso da força
não deve ser desproporcional em relação à vantagem militar que se deseja
alcançar, não ocasionando vítimas ou danos civis excessivos, face ao resultado
global esperado. Portanto, deve ser evitada toda forma de violência, que não seja
necessária ao cumprimento da missão;
- princípio da humanidade – busca preservar a pessoa humana e garantir os seus
direitos, protegendo-a das arbitrariedades durante o conflito armado. Tal princípio
constitui as razão de ser da existência do DICA; e
- princípio da necessidade – refere-se ao cumprimento da missão em conflito
armado, um comandante, baseado neste princípio, poderá reduzir, modificar ou
flexibilizar, em casos excepcionais, as normas estabelecidas no DICA, a fim de
poder cumprir a sua missão.
4.3 - PLANEJAMENTO OFENSIVO
O planejamento, independentemente dos riscos inerentes ao emprego de forças militares
em ambiente urbano, deve sempre considerar a importância dos objetivos políticos e
militares que estão em jogo, os interesses nacionais e as possíveis alternativas para
obtenção dos efeitos desejados.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-4 - ORIGINAL
Nem sempre as operações militares serão as melhores opções. A celebração de acordos
políticos que envolvam a liberação de reféns, a permissão para evacuação de
embaixadas ou a restrição/proibição da disponibilidade/emprego de certas armas
estratégicas e a adoção de medidas visando assistir à população em suas necessidades,
por vezes, possibilitará atingir os mesmos efeitos desejados, minorando o número de
baixas, os danos materiais e o ônus do combate.
Contudo, o inimigo, até mesmo com um pequeno efetivo, poderá tirar vantagens do
cenário urbano para ampliar seu poder de combate e, inclusive, usar a população civil
como cobertura para desenvolvimento de suas ações. Desta forma, deveremos estar em
condições de realizar operações militares em área urbana principalmente quando:
- permitir a obtenção futura de vantagens táticas, operacionais ou estratégicas;
- representar para o inimigo um comprometimento psicológico decisivo;
- implicar necessidade de ruptura do sistema defensivo inimigo (área urbana
considerada como ponto forte); e
- houver necessidade de conquista de um objetivo qualificado como: ponto vital,
instalações estratégicas, industriais, comunicações e transporte.
4.3.1 - Fundamentos da ofensiva
Permanecem válidas todas as considerações dos fundamentos da ofensiva tratado no
capítulo 4 do CGCFN-1-5 - MANUAL DE OPERAÇÕES TERRESTRES DE
CARATÉR NAVAL, contudo algumas características inerentes as operações
militares em área urbana devem ser observadas:
- em terreno adjacente à área edificada a observação, raramente, estende-se além de
1200. No interior de áreas edificadas a observação pode ser limitada a um
quarteirão, edifício ou bloco de construções;
- o conhecimento de como o inimigo regularmente defende-se em terreno urbanizado
e os efeitos que o terreno condiciona ao combate são guia de esforço contínuo para
os comandantes. Desta forma cresce a importância dos elementos de
reconhecimento, operando no interior dessas áreas, realizando levantamento da
situação do inimigo e provendo valioso tempo de reação para a manobra;
- a restrição de mobilidade imposta por terreno urbanizado torna difícil a rápida
concentração de forças terrestres. Esse fator deve ser explorado pelos comandantes;
- o terreno urbano oferece ao atacante variedade de cobertas durante o
desenvolvimento das ações;
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-5 - ORIGINAL
- onde a condução dos fogos indiretos não for possível e as medidas eletrônicas
adotadas para localização do inimigo não forem eficientes, devem ser planejados
ataques com visibilidade reduzida ou noturno para reduzir as vantagens do
defensor;
- elementos de primeiro escalão têm que possuir poder de combate suficiente para
atacar o quanto antes uma fraqueza inimiga identificada ou criada. Durante a fase
inicial, após minimizada a vulnerabilidade e obtida a impulsão do ataque, os
comandantes devem manter o ímpeto das ações até a perda da coesão por parte do
inimigo; e
- maior ênfase deve ser dada às ações ofensivas na retaguarda do inimigo, com o
intuito de reconhecer e destruir instalações de controle, apoio ao combate e apoio
de serviços ao combate.
4.3.2 - Medidas de Controle
O controle efetivo de tropas e a coordenação do apoio de fogo são complexos em
face da natureza restritiva do ambiente urbano. No entanto, pode ser realizado com
eficiência se tiver um planejamento detalhado de emprego nos escalões mais baixos,
que atuam de forma descentralizada e observando-se as medidas de controle a seguir
listadas:
a) Objetivos
Objetivos iniciais estão normalmente situados nas extremidades anteriores de
áreas edificadas, e quando ocupados proporcionam cobertas e abrigos para a força
atacante.
Podem ser marcados objetivos intermediários quando sua conquista e manutenção
for essencial ao cumprimento da missão, provendo observação ou controle físico
sobre vias de acesso em áreas urbanas. Na realidade, sua dimensão é determinada
pela natureza da área urbana e valor da tropa considerada.
O controle de vias de comunicação ou proteção física de áreas urbanas,
normalmente, justifica a marcação de objetivos finais, situado na orla ou
extremidade posterior da área urbana.
b) Linhas de controle
No ambiente urbano a necessidade de estabelecer uma maior número de linhas de
controle, normalmente para regular avanços da força atacante, cresce devido a
maior descentralização das ações e a grande dificuldade de comunicação.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-6 - ORIGINAL
Devem ser caracterizadas pela fácil identificação e podem substituir a marcação
de objetivos intermediários em situações particulares.
c) Limites
Os limites delimitam área de responsabilidade, controlam fogos e estabelecem
frentes. Normalmente são coincidentes com ruas e abrangem blocos de edifícios,
devendo-se sempre incluir ambos os lados de uma rua na zona de ação de uma
unidade.
As frentes são definidas em função do valor do inimigo, do tamanho da
construção e da resistência esperada. Atualmente, a frente atribuída a um
PelFuzNav é da ordem de um quarteirão.
Frentes estreitas não devem motivar a condução, exclusivamente de ataques
frontais. As frentes atribuídas e as restrições naturais inerentes às áreas urbanas
tendem a induzir, principalmente nos pequenos escalões, o raciocínio do combate
frontal e o combate linear. Na maioria das vezes, no entanto, a manobra deve
explorar os flancos e a retaguarda inimiga.
d) Pontos de controle
Cruzamentos de ruas, pontes, entroncamentos ferroviários, esquinas e edifícios
podem ser designados como pontos de controle. Estes pontos proporcionam
facilidades no estabelecimento de coordenações, principalmente pela
característica de fácil identificação no terreno.
4.3.3 - Fases da ofensiva
A facilidade na identificação de tarefas específicas a serem realizadas, a alocação de
recursos e a preparação de planos, caracterizam a ofensiva em três fases distintas não
totalmente interdependentes, são elas: Isolamento, Avanço e Limpeza.
a) Isolamento
Esta fase tem a finalidade de isolar a área urbana, controlando além das vias de
comunicações, as vias de acesso à localidade. O isolamento normalmente não
engloba o combate urbano, embora algumas unidades possam ser empregadas na
neutralização de posições defensivas. Na realidade o terreno taticamente utilizado
para execução do isolamento está baseado nos acidentes capitais externos a área
edificada.
No planejamento de fogos de artilharia e do apoio aéreo, devem ser priorizadas
áreas onde o terreno ou a possibilidade do inimigo impeça o desenvolvimento de
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-7 - ORIGINAL
ações em áreas adjacente a localidade.
Antes de decidir-se pelo isolamento da área deve ser verificado se a ação é
aceitável.
O impacto psicológico causado pelo isolamento poderá obrigar o inimigo a decidir
se empregará recursos para reforçar sua defensiva, ou se implementará uma
retirada.
b) Avanço
Consiste na ruptura do sistema defensivo inimigo, por meio de avanço dos
elementos de assalto e conquista de objetivos iniciais na orla anterior da
localidade. A grande contribuição tática que o avanço deve proporcionar está
baseada na diminuição ou impedimento da observação terrestre inimiga e na
supressão de fogos diretos sobre o atacante que se aproxima.
Especial atenção deve ser dada à seleção de vias de acesso que proporcionem
cobertas e abrigos para o deslocamento no interior da área urbana.
c) Limpeza
Esta fase é caracterizada pela atuação de pequenas frações em ações
descentralizadas, onde as dificuldades de controle são compensadas por meio de
um planejamento detalhado.
Consiste no avanço sistemático casa a casa, bloco a bloco, através do interior da
região edificada. Nesta fase, especial atenção deve ser dada ao controle das
unidades, à distribuição adequada dos meios de comunicação, aos suprimentos e
ao correto emprego da reserva, que deve estar em condições de reagir
imediatamente a várias contingências.
A interdependência na seqüência de execução das fases e o desenvolvimento de
ações peculiares de cada fase devem estar diretamente relacionadas ao poder de
combate ofensivo, às características defensivas do inimigo e ao grau de surpresa
das ações. O quadro a seguir simplifica as supracitadas considerações:
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-8 - ORIGINAL
ASPECTOS A CONSIDERAR
EXECUÇÃO
Poder de combate
do atacante
Características defensivas
do inimigo
Grau de surpresa das
ações
Desenvolvimento
simultâneo das
fases
Maior capacidade
relativa
• Inimigo pouco
expressivo ou
desorganizado
• Poucos obstáculos ou
de pequenas
dimensões
Surpresa do atacante
Desenvolvimento
sucessivo das fases
Menor capacidade
relativa
• Defesa inimiga
preparada
• Obstáculos de maior
porte ou em
quantidade elevada
Perda da surpresa
4.4 - PLANEJAMENTO DEFENSIVO
O estabelecimento de uma postura defensiva em áreas urbanas depende de certos
fatores, tais como suas dimensões, localização em relação à posição defensiva geral e
possibilidade de proporcionar maior proteção.
Cidades e vilas construídas com material suscetível de inflamar proporcionam pouca
proteção e podem transformar-se em ameaças para o defensor, enquanto que os edifícios
de alvenaria podem ser utilizados como boas posições defensivas ou centros de
resistência. Cada edifício ou bloco de uma cidade construída de alvenaria é uma
fortificação em potencial e proporciona uma cobertura que o atacante fica
impossibilitado de diferenciar quais os fortemente defendidos dos fracamente
defendidos. Isto leva a dispersar seus tiros e desperdiçar munição. Os escombros e
entulhos existentes dificultam a progressão do atacante pela localidade e proporciona
maior proteção para o defensor. Os porões, as tubulações, os esgotos, as galerias
subterrâneas, as grossas paredes de alvenaria e os pavimentos de telhado de concreto
reforçado servem de abrigo para o defensor durante os ataques aéreos e fogos de
artilharia inimigos. Quando estes cessarem, ele ficará em condições de emergir
prontamente e fazer face ao ataque inimigo.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-9 - ORIGINAL
A organização de uma região urbana é caracterizada por:
- observação limitada, tanto para o atacante como para o defensor;
- campos de tiros limitados;
- grande número de abrigos e cobertas para tropa e para armamento de emprego
coletivo;
- limitada mobilidade e possibilidade de manobra para a tropa e carro de combate;
- comunicações difíceis; e
- maior dificuldade para exercer o controle centralizado.
A defesa de uma região urbana é semelhante à defesa de qualquer outra posição. O
plano de defesa prevê a cobertura da frente e dos flancos pelo fogo, proporciona,
também, em toda profundidade da posição, apoio mútuo, defesa circular e emprego de
armas de apoio adequadas.
Na realidade o sucesso do planejamento defensivo em áreas urbanas é fundamentado na
capacidade do planejador colocar-se na posição do inimigo, em relação à visualização
do campo de batalha e na percepção de formações e utilizações prováveis de apoios.
Esta estimativa permite ao defensor estreitar a lista de opções táticas disponíveis para o
atacante e identificar as mais prováveis ações a serem adotadas.
4.4.1 - Fundamentos da defensiva
Permanecem válidas todas as considerações dos fundamentos da defensiva tratado no
capítulo 10 do CGCFN-1-5 - MANUAL DE OPERAÇÕES TERRESTRES DE
CARATÉR NAVAL, contudo algumas especificações referentes a operações
defensivas em áreas urbanas devem ser observadas:
- a utilização de uma área urbana na organização de uma defesa depende de sua total
ou parcial localização em relação à posição defensiva geral, de sua dimensão e da
proteção oferecida pelas construções;
- sobrepujar os princípios do apoio mútuo, defesa em profundidade e defesa em todas
as direções;
- explorar a dificuldade de uso pelo atacante, da concentração do poder de combate e
emprego pouco eficaz das armas de apoio;
- o campo de batalha urbano proporciona ao defensor encobrimento para sistema de
armas de todos níveis, contudo é negado ao defensor observação de longo alcance e
campos de tiro em profundidade; e
- cada prédio ou grupo de edificações deve ser encarado como um ponto forte em
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-10 - ORIGINAL
potencial.
4.4.2 - Medidas de controle
A capacidade de comando e controle diante das dificuldades de terreno restritivo,
capacidade de comunicações, reduzidos e numerosos engajamentos com
possibilidades de serem desencadeados simultaneamente, avulta de importância, a
necessidade de serem estabelecidas medidas de controle adicionais como:
a) Linha principal de resistência (LPR)
A linha principal de resistência (LPR) de uma região urbanizada é localizada,
geralmente, próxima da orla anterior da cidade ou vilas, para evitar que o atacante
infiltre-se e concentre sua tropa e armas de tiro direto valendo-se dos abrigos
proporcionados pelos edifícios. A LPR não deve ser identificada pelo atacante
para evitar que ele concentre seus fogos de apoio sobre ela. Quando a LPR é
localizada mais para o interior da localidade, todas as vias de acesso para a região
urbanizada e para a própria orla anterior devem ser cobertas por elementos de
segurança. Estes asseguram a observação, alertam sobre a aproximação do
inimigo, ajustam os fogos de apoio e marcam a verdadeira localização da posição
principal de resistência.
b) Linhas e pontos limites
As linhas e pontos limites designam as zonas de defesa, para as unidades que
ocupam uma posição de resistência. As unidades são dispostas em largura e
profundidade. As posições organizadas são localizadas de modo que o fogo possa
ser executado flanqueando o inimigo. A frente e a profundidade atribuídas a uma
unidade na defesa de uma região urbanizada são geralmente menores que em
terreno convencional. As linhas limites coincidem, normalmente, com as ruas e os
pontos limites são localizados em cruzamentos.
4.4.3 - Emprego de obstáculos
As prováveis vias de acesso do inimigo para a zona defendida são bloqueadas e
batidas por fogos. A quantidade e tipos de obstáculos empregados são limitados
apenas pelo tempo disponível, material, equipamento, trabalho estimado e
engenhosidade do defensor. Os obstáculos mal planejados ou lançados podem
interferir na manobra, no suprimento e na evacuação das tropas amigas e podem
revelar ao inimigo detalhes da posição. Barreiras anticarro podem ser improvisadas
com crateras abertas por explosivos, demolição de paredes, escombros de edifícios,
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 4-11 - ORIGINAL
etc. Essas barreiras podem ser reforçadas por minas anticarro, arame farpado e tiro de
armas portáteis e de carros de combate. Esses reforços têm dupla finalidade, proteção
contra ataques mecanizados e de elementos a pé.
4.4.4 - Considerações especiais
Todas as localidades que possuírem, pelo menos, uma via ligando-a a sua base
logística, são passíveis de se sustentar. Essa ligação pode ser terrestre ou aquática,
contanto que possibilite um fluxo de suprimentos e recompletamentos. Caso essa
ligação seja rompida e obrigue o reabastecimento aéreo, oneroso dependente das
condições climáticas e de grande risco, o apoio logístico se tornará vulnerável.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-1 - ORIGINAL
CAPÍTULO 5
AÇÕES EM ÁREAS URBANAS
5.1 - INTRODUÇÃO
Muitas são as chances de que um GptOpFuzNav venha a ter uma área urbana como
parte de seu problema militar. Assim, visualizamos as ações a serem desenvolvidas na
referida área pelo GptOpFuzNav como um todo, ou parcela deste, em três situações
distintas, a saber:
- A área de atuação do GptOpFuzNav é basicamente campo apresentando uma ou mais
localidades que possuem as dimensões que possibilita ao elemento considerado o seu
controle efetivo;
- A área de atuação do GptOpFuzNav é basicamente campo apresentando uma ou mais
localidades cuja dimensão não permite a totalidade de seu controle efetivo; e
- A área de atuação do GptOpFuzNav é inteiramente caracterizada como área urbana
também não sendo possível o seu controle efetivo pelo GptOpFuzNav.
Observe-se que, estando o cerne do enquadramento nas situações anteriormente
apresentadas relacionados com a capacidade do elemento organizacional obter ou não o
controle da área urbana, devem ser, em especial, considerados os aspectos de tamanho
da localidade, tipos de construções, atitude da população, possibilidades do inimigo,
comparando com a capacidade do elemento considerado. O quadro a seguir orienta
quanto à comparação mencionada.
Nível de controle
Alto Baixo
Tamanho da localidade Pequena Grande
Tipo de construções Baixas e espaçadas Altas e concentradas
Atitude da população Amiga ou favorável Hostil
Possibilidade do inimigo Atuar Atacar, defender ou retardar
O ataque para a conquista de objetivo, em uma localidade, é conduzido
semelhantemente ao ataque a uma posição organizada em terreno normal. Exploram-se
as vias de acesso favoráveis. As armas de apoio são empregadas para neutralizar o
inimigo que ocupa o objetivo e isolá-lo do apoio e reforço provindo de outras partes da
região edificada. A artilharia e os morteiros, além do apoio de fogo aproximado às
tropas em 1º escalão podem ser empregados, também, para abrir brechas através dos
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL
obstáculos de arame, quando não for possível dispor de outros meios mais eficazes, e
lançar granadas fumígenas para cegar os observatórios das regiões adjacentes e
posteriormente dificultar a observação pelo inimigo da região conquistada. Quando as
tropas atingem a posição de onde será lançado o assalto, o apoio de fogo é suspenso ou
transportado, conforme seja necessário, e os elementos avançados se deslocam em
direção as primeiras edificações que deverão ser conquistadas, capturam ou eliminam
seus ocupantes, rapidamente, e então se inicia o deslocamento dos elementos e armas de
apoio para a região conquistada.
Os fatores principais que conduzem ao sucesso de uma defensiva em área urbana são:
- Preparação da posição - a preparação por meio do lançamento de obstáculos e
armadilhas diminui o ímpeto do ataque, bem como causam baixas e desorganiza a
formação do dispositivo inimigo;
- Mobilidade - a mobilidade dificulta a concentração de fogos, altera os focos de
resistência, impossibilita o uso do princípio da massa por parte do inimigo e
descoordena a ação de comando do oponente;
- Conhecimento da área – possibilita um melhor emprego de meios, rotas de fugas e
controle de pontos chaves.
Desta forma, enquanto o atacante deve buscar rapidez, agressividade, coordenação e
controle, eficiência nas comunicações e apoio de fogo; o defensor deve buscar uma
excelente preparação da posição empregando os meios de engenharia disponíveis,
mobilidade para dificultar a concentração dos fogos inimigos e o conhecimento da área.
5.2 - CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AOS NÍVEIS DE CONDUÇÃO
ESTRATÉGICO E OPERACIONAL
Os principais aspectos a serem considerados pelo planejador envolverão considerações
relativas a valor que a área urbana representa no quadro estratégico-operacional para a
consecução dos objetivos maiores da campanha em curso. Assim, os efeitos das ações
nos aspectos políticos sociais e econômicos em termos de vantagens e desvantagens
decorrentes serão de significativa importância. Como exemplos pode-se mencionar:
- efeitos colaterais das ações sobre a propriedade e segurança física da população;
- posse da localidade com importância política e ou cultural como fator psicológico ou
de influência na direção superior do conflito;
- ingerências econômicas e de infra-estrutura do controle da área urbana para a sua
população;
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-3 - ORIGINAL
- vantagens logísticas a serem obtidas para nossas forças ou negadas ao inimigo;
- utilização da área urbana como “base” para a projeção de poder para nossas forças ou
do inimigo; e
- repercussões negativas perante a comunidade internacional.
A análise dos aspectos anteriormente mencionados permitirá ao planejador decidir sobre
a necessidade ou possibilidade de investir-se sobre, ou manter, uma área urbana para
nela obter ou garantir o controle efetivo de sua totalidade ou de partes desta, visando à
consecução dos efeitos desejados maiores da ação militar.
Em síntese, o decisor que tem uma área urbana em sua zona de responsabilidade deverá
escolher entre entrar ou não na referida área, conseqüentemente aceitando os riscos
inerentes.
Observe-se que em se tratando de uma população hostil, o nível de aceitabilidade para a
execução de operações militares em área urbana decresce significativamente.
5.3 - TAREFAS ESSENCIAIS A SEREM DESENVOLVIDAS EM RELAÇÃO A UMA
ÁREA URBANA
Tendo sido tomada a decisão de operar em área urbana para obtenção de determinados
efeitos desejados, as seguintes tarefas essenciais, em termos de ação a empreender,
podem ser atribuídas a um elemento organizacional para a obtenção dos efeitos
desejados:
Conquistar e/ou defender – ação de mais elevado grau de controle que infere alto grau
de liberdade de ação para nossas forças, normalmente envolvendo a aceitação de
combates intensos e prolongados, esta tarefa é normalmente atribuída quando a área
urbana é um objetivo como um todo;
Destruir – ação que visa impedir o uso da área urbana pelo inimigo como fonte logística
ou base de operação; usualmente atribuída quando esta não apresenta utilidade para
nossas forças mas pode servir ao inimigo, particularmente quando não houver força
disponível para a sua manutenção;
Controlar – grau de controle menor do que o obtido pela conquista, o qual admite uma
seletividade de locais ou áreas e temporariedade de atuação, representando uma relativa
liberdade de ação para nossas forças e um significativo grau de negação de atuação para
o inimigo; tarefa que visa obter um grau mínimo de segurança para a utilização de
determinadas vias ou instalações por nossas tropas ou negação ao uso pelo oponente;
Isolar – ação que busca impedir a entrada e saída na área urbana de meios de toda
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-4 - ORIGINAL
ordem visando evitar que a área urbana interfira nas operações realizadas fora desta; e
Resgatar – ação de retirar do interior da área urbana pessoal ou material de importância
para as ações militares.
O planejador selecionará, dentre as citadas tarefas essenciais, a combinação necessária à
obtenção dos efeitos desejados previstos, complementando-as e integrando-as com
outras tarefas específicas para a situação vivenciada.
5.4 - AÇÕES A EMPREENDER PARA O CUMPRIMENTO DAS TAREFAS
ESSENCIAIS
Para o desenvolvimento das tarefas essenciais o comandante realizará uma série de
ações componentes cuja sincronia resultará no cumprimento da tarefa a ele atribuída,
conforme a seguir apresentado:
- Conquistar e/ou defender – tratando-se da mais intensa interação em área urbana, este
tipo de tarefa envolve basicamente as ações militares detalhadas nos artigos 5.5 -
Ações Ofensivas em Área Urbana e 5.6 - Ações Defensivas em Área Urbana, deste
capítulo;
- Destruir - este tipo de tarefa envolve ações de combate mínimas necessárias para
possibilitar a destruição, não importando na ação de manutenção posterior; e
- Controlar - tipo de tarefa que um comandante receberá normalmente, e que deverá ser
executada por meio das ações componentes ou da adoção de medidas de segurança a
seguir listadas, em parte da localidade e corredores selecionados com maior ênfase, e
em menor grau no restante da localidade:
- conquista e manutenção de instalações específicas selecionadas;
- controle de “corredores de segurança”;
- execução de patrulhas na superfície;
- inspeções aleatórias de prédios e “vias subterrâneas”;
- controle de pontos de passagem obrigatórios;
- controle de “pontos elevados” selecionados;
- bloqueio de vias de superfície e subterrâneas;
- uso de escoltas para os comboios mais importantes;
- patrulhamento aéreo com emprego de helicóptero;
- controle de trânsito e circulação da população;
- controle dos acessos principais da localidade; e
- ataque a posições inimigas que controlem setores de nosso interesse.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-5 - ORIGINAL
Importante mencionar-se que normalmente, não será desenvolvida a progressão casa a
casa no interior da área urbana, salvo nos locais onde a presença inimiga comprometa
as nossas ações;
- Isolar - tarefa desenvolvida pela ocupação de posições de bloqueio que tanto impeçam
a saída quanto à entrada de meios inimigos, não significando necessariamente a
interrupção do trânsito cotidiano da localidade; tarefa que normalmente exigirá o
emprego simultâneo de posições defensivas convencionais e Postos de Controle de
Trânsito, localizados nos eixos de acesso, patrulhamento e posicionamento de postos
de vigilância na periferia, ligando as posições de bloqueio, e manutenção de uma
reserva; e
- Resgatar - as ações a serem empreendidas serão similares às empregadas na incursão
terrestre conforme descrito no capítulo 16 do CGCFN - 1201 - MANUAL PARA
INSTRUÇÃO DE FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES TERRESTRES DE
FUZILEIROS NAVAIS, considerando-se as peculiaridades do ambiente urbano.
As ações ligadas ao campo de assuntos civis serão de suma importância para o
cumprimento das tarefas de conquista e/ou defesa ou para o controle de uma área
urbana. Este assunto será detalhado em publicação específica. O comandante deverá
rapidamente reativar a estrutura do governo e de serviços essenciais existentes na área
sob sua responsabilidade (abastecimento, segurança pública, defesa civil, saúde, etc.),
tais providências resultarão em significativa redução das possíveis exigências logísticas
sobre nossas forças de apoio a população civil, na menor interferência e efeitos
colaterais das ações militares, na ampliação marcante das fontes de conhecimento
representadas pela população local e na redução da liberdade de ação e movimento das
forças oponentes pela ação dos órgãos de segurança locais. Considerando que a
população apóia as nossas ações.
5.5 - AÇÕES OFENSIVAS EM ÁREA URBANA
O combate urbano prolongado é o mais complexo dos tipos de combate em área urbana.
As ações podem ser empreendidas contra forças com níveis de adestramento que variam
de forças de exército regulares a grupos de civis sem treinamento.
O grau de aceitabilidade para desencadeamento das ações deve ser cuidadosamente
avaliado, pelo fato de até mesmo forças irregulares serem capazes de infligir perdas
significativas em uma força atacante.
As tarefas do combate urbano prolongado são:
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-6 - ORIGINAL
- conquistar uma cidade;
- manter uma cidade após sua conquista; e
- destruir forças inimigas que estejam utilizando uma cidade como abrigo.
5.5.1 - Fases
As ações em áreas urbanas dividem-se em três fases: isolamento, avanço e limpeza.
Devem ser respeitadas suas peculiaridades, principalmente, em relação ao poder de
combate, apoios e conduta específica no desenvolvimento das ações.
a) Isolamento
Consiste em isolar a localidade e apoiar pelo fogo a progressão até a orla da
localidade.
Seu desenvolvimento caracteriza-se pelo controle do perímetro externo da área
urbana, por meio de combinação da conquista e manutenção de acidentes capitais
externos a localidade; pelo desencadeamento de fogos de interdição, visando
impedir que o inimigo concretize o reforço com novos meios ou suprimentos
logísticos; pela ocupação de postos de observação (PO); pelo emprego de
patrulhas; emboscadas e pela utilização de lançamentos de obstáculos interferindo
diretamente na mobilidade inimiga.
Quando bem sucedido o isolamento, impede ou dificulta o movimento do inimigo
para o exterior ou interior da área de interesse, contribui para a segurança evitando
mudanças súbitas e desfavoráveis do poder relativo de combate possibilitando que
o inimigo possa ser destruído por partes.
A escolha da linha de ação a ser adotada como decisão deve atentar para os
seguintes aspectos:
- seleção dos objetivos adequados ao isolamento;
- definição da direção de ataque das peças de manobra; e
- concentração de meios para o ataque principal.
Desta forma, os acidentes capitais que dominam as vias terrestres ou fluviais,
quando marcados como objetivos, durante a fase do isolamento, devem ser
conquistados, consolidados e mantidos temporariamente, isolando a área de
interesse e garantindo a força atacante um poder relativo de combate
extremamente favorável, no momento e local onde vão executar ações decisivas.
Semelhante ao terreno em que se desenvolvem operações convencionais, a direção
de ataque deve ser escolhida levando-se em consideração à distância a ser
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-7 - ORIGINAL
percorrida e o terreno que facilita a progressão da tropa, bem como seus apoios.
O ataque principal deve sempre incidir sobre acidentes capitais que apóiam a
abordagem da localidade e o prosseguimento para o interior em melhores
condições. Seu poder de combate traz as mesmas considerações das operações
ofensivas convencionais. Nesta fase, poderão ser desencadeados fogos indiretos
sobre alvos selecionados, a fim de apoiar a conquista de objetivos isolados. As
armas automáticas e armas anticarro também apoiarão a conquista desses
objetivos. Os blindados proverão apoio e proteção às peças de manobra
encarregadas do isolamento.
As ações realizadas na fase do isolamento, quando atender ao princípio da
surpresa e convenientemente sincronizada com as outras fases, representará para o
inimigo a quebra de seu planejamento dificultando a condução de suas ações
subseqüentes.
No isolamento, raramente as frações dispõem de tempo, mão-de-obra, material,
transporte ou equipamento em quantidade suficiente para construir os obstáculos
necessários. Por isto uma ordem de prioridade deverá ser estabelecida,
geralmente, em função da contribuição que um determinado obstáculo pode dar ao
cumprimento da missão da força atacante, com os esforços iniciais dirigidos para
os obstáculos destinados à proteção de um flanco vulnerável e ao bloqueio de
prováveis vias de acesso, ou para impedir que o inimigo tenha acesso aos
acidentes capitais do terreno.
b) Avanço
A fase do avanço caracteriza-se pela eliminação ou redução da observação
terrestre e dos tiros diretos do defensor sobre as vias de acesso que chegam à
localidade. Nessa fase, também as armas de apoio e a reserva cerram à frente
ocupando posições, que possibilitem a futura progressão no interior da localidade,
a ser conduzida na fase seguinte.
Para o desenvolvimento das ações devem ser considerados os seguintes fatores:
- conquista da orla anterior;
- surpresa;
- simplicidade;
- segurança;
- posições para armas de tiro direto fora da área edificada;
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-8 - ORIGINAL
- frentes das unidades de primeiro escalão; e
- constituição da reserva.
A segurança está relacionada, principalmente, à conquista de objetivos iniciais
situados na orla da área edificada, que possuem comandamento das vias de
acesso. Sua conquista proporciona segurança às peças de manobra.
Além da conquista desses objetivos podemos citar, também, como tarefas
específicas a serem realizadas na fase do avanço:
- segurança de vias de acesso, que pode ser feita por meio de patrulhas, postos de
controle ou postos de vigilância; e
- estabelecimento de perímetro defensivo, que pode ser feito por meio de
lançamentos de obstáculos, lançamentos de campos de minas, agravamento de
obstáculos, pontos de vigilância, patrulhas e preparo de pontos de resistência.
Quanto à coordenação, a marcação de objetivos diz respeito às regiões que
imponham mudança de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como às
necessidades do comandante em coordenar as posições das peças de manobra com
as possibilidades e necessidade do apoio de fogo (segurança da tropa no ataque),
reservas e apoio logístico. Os objetivos, exclusivamente de coordenação, podem
ser substituídos por linhas de controle (redução do tempo de parada e da
concentração de tropa). Desta forma, o escalão superior assegura o controle das
operações. Esse procedimento evita a desorganização entre as tropas de primeiro
escalão o que poderia comprometer o apoio de fogo e também causar uma perda
de controle do escalão superior.
Apesar de não existir uma obrigatoriedade acerca do número e distância entre as
linhas de controle, alguns aspectos devem ser levados em conta para sua
marcação. A profundidade da zona de ação pode comprometer as comunicações e
a diferença de densidade de edificações entre as zonas de ação vizinhas que pode
influenciar diretamente na velocidade de progressão, bem como o desalinhamento
dos objetivos iniciais da orla anterior, também influenciam na coordenação e
controle.
Os limites entre as peças de manobra devem ser marcados até o escalão pelotão,
podendo passar por um dos lados das ruas longitudinais ou por dentro de
quarteirões e quintais. Ambos os lados da rua devem permanecer na zona de ação
de uma mesma peça de manobra.
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-9 - ORIGINAL
A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto a observação, campos de
tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade poderá ser realizada sob a
proteção de fogos de. Empregam-se fumígenos com freqüência, seja para cegar
observatórios, seja para encobrir movimentos em terreno descoberto.
Os blindados, na fase da conquista de uma área de apoio na orla da localidade,
devem bater pelo fogo os prédios ou posições na orla anterior da localidade, além
de apoiar a conquista de objetivos com baixa densidade de áreas construídas.
Devem realizar suas progressões somente após a tropa fazer a limpeza das
edificações e manter uma distância das mesmas, suficiente para se manterem fora
do alcance do armamento anticarro inimigo.
Nesta fase, os morteiros realizam concentrações sobre áreas edificadas e vias de
acesso, apoiando a conquista dos objetivos iniciais. Enquanto isto, as armas
automáticas auxiliam diretamente na conquista de objetivos como base de fogos,
juntamente com as armas anticarro. Os PO devem ser mantidos a fim de
propiciarem o alerta oportuno e condução de fogos.
A reserva receberá a missões de acordo com a evolução das ações.
Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de ataque deve ser
reorganizado de modo a permitir o reajustamento do dispositivo das pequenas
frações, particularmente no nível pelotão.
c) Limpeza
A fase da limpeza consiste na progressão no interior e conquista da localidade
propriamente dita por meio da progressão sistemática casa a casa, quarteirão a
quarteirão, através da área edificada. Para desenvolvimento das ações, esta fase,
requer características específicas, tais como: flexibilidade organizacional e dos
meios de comunicações; autonomia para as pequenas frações; rapidez e
agressividade; grande coordenação e controle das ações; e cuidados de
sincronização no uso dos meios disponíveis.
O uso de túneis, bueiros, sótãos, porões e lajes de grandes edificações, conferem a
este tipo de combate uma característica tridimensional, fazendo com que as tropas
não se preocupem somente com o inimigo que se encontra a sua frente, mas
também, com aquele ao seu redor ou em partes mais elevadas ou subterrâneas. Os
inúmeros combates de encontros geram inúmeras baixas de difícil evacuação.
Os objetivos na orla posterior servem para o reajustamento, remanejamento e
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-10 - ORIGINAL
reconhecimento para o prosseguimento das operações. No interior da localidade
três tipos de objetivos são marcados:
- segurança;
- coordenação; e
- limpeza.
Os objetivos de segurança são aqueles que possuem comandamento sobre as vias
de acesso ou que incidem sobre seu respectivo flanco. Já os objetivos de
coordenação possibilitam a sincronização das peças de manobra, podendo ser
substituídos por linhas de controle. Normalmente, os objetivos de limpeza são
instalações cuja manutenção torna-se importante para o sucesso das ações.
O ataque principal é realizado na região que melhor caracterize a limpeza da
localidade. Normalmente esta região apresenta quarteirões mais no interior da
localidade, maior densidade de construções e, também, as construções mais
dominantes. Além disso, é a região que possibilita as melhores condições de
prosseguimento nas operações, dominância das vias de acesso e proximidade dos
objetivos de limpeza.
A delimitação das frentes a serem distribuídas, é um fator importante na hora do
planejamento, particularmente, na distribuição dos meios e do poder de combate.
Deve-se levar em consideração o valor do inimigo, as dimensões das edificações,
a densidade da zona de ação e a resistência esperada. Geralmente, as amplitudes
das frentes normalmente distribuídas são as seguintes: três ou quatro quarteirões
por batalhão, dois quarteirões por Cia, e um quarteirão por pelotão. Estas frentes
são aplicáveis às localidades fortemente defendidas, em planejamentos baseados
em cartas e plantas ou quando se dispõe de poucas informações sobre a localidade
e o dispositivo inimigo.
Os limites entre as peças de manobra devem ser estabelecidos até o escalão
pelotão.
Numa região urbanizada, fortemente defendida, os elementos da vanguarda
procederão a limpeza à medida que avançam. Cada construção situada na zona
que lhes é designada deve ser completamente vasculhada. Esta ação protege os
elementos mais avançados de ataques surpresa contra sua retaguarda, assegura
suas linhas de comunicações e evita que as unidades de apoio e reserva sejam
empenhadas nessa operação de limpeza, o que restringiria o seu emprego imediato
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-11 - ORIGINAL
em outras missões.
Quando uma região urbanizada é fracamente defendida, é preferível que os
elementos da vanguarda avancem rapidamente para capturar as instalações vitais.
Nessa situação, as unidades de apoio e reserva tomam a seu cargo as missões de
limpeza das áreas que tenham sido ultrapassadas ou limpas sumariamente pelas
unidades da vanguarda. Há necessidade de uma estreita coordenação entre as
unidades da vanguarda e as unidades encarregadas da limpeza, para evitar que elas
entrem em confronto em conseqüência de enganos na identificação.
No interior da região devem ser usadas linhas de controle com a finalidade de
assegurar o controle das operações por parte do escalão superior, além de
proporcionar a este o conhecimento do posicionamento de suas forças. As linhas
de controle evitam que haja uma descoordenação da posição das tropas de
primeiro escalão, quebrando assim a linearidade e facilitando a intervenção do
escalão superior por meio da artilharia ou apoio aéreo.
As armas automáticas são empregadas na execução de fogos rasantes nas vias de
acesso prováveis, estabelecendo faixas de fogos ou zonas de matança, com a
finalidade de impedir sua utilização pelo inimigo que for expulso dos prédios. Os
lança-chamas podem ser empregados, tanto portáteis como conduzidos em carros,
por unidades em 1º escalão. São particularmente úteis na destruição do inimigo
abrigado em porões, esgotos, subterrâneos ou casamatas. Também serão
empregados na redução de barricadas nas ruas. O seu uso deve ser restrito ao
necessário, considerando a possibilidade da proliferação de incêndios.
As pequenas distâncias de combate requerem designações bem precisas dos alvos
e restringem o emprego da artilharia, acarretando um maior emprego de morteiros
para suprir esta necessidade; tendo em vista seu menor alcance, menor raio de
ação da granada e a maior mobilidade, em virtude do seu peso reduzido.
Os helicópteros encontram largo emprego, sendo tanto utilizado para evacuações
aeromóveis, como para desalojar franco-atirador por meio da realização de tiro
embarcado, ou para condução do apoio de fogo.
As frações de engenharia normalmente, são utilizadas em apoio ao conjunto. São
muito úteis na remoção de minas e armadilhas, destroços, lançamentos de
obstáculos, barreiras e demolições previamente planejadas.
Os blindados recebem uma zona de ação secundária onde o inimigo é fraco e
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-12 - ORIGINAL
possui baixa densidade de edificações, devido à diminuição de pessoal para ser
empregado fazendo limpeza nas edificações. Nesta fase, os blindados buscam
destruir os alvos que não foram batidos pela artilharia.
As comunicações, nesta fase, são fortemente influenciadas pelo ambiente
operacional em que as grandes construções interferem no rendimento do
equipamento rádio. Portanto, cresce assim de importância o uso de outros meios
de comunicações, tais como: visuais, acústicos, mensageiro e elétricos.
Deverá ser mantida uma reserva forte nas frações menores e uma reserva
relativamente fraca, com grande mobilidade, nos escalões maiores, tendo em vista
as dificuldades destes poderem intervir no combate, devido às dificuldades de
comunicações, coordenação, controle e do próprio ambiente operacional.
Considerando a grande disponibilidade de cobertas e abrigos em área urbana, as
reservas terão condições de deslocar-se imediatamente à retaguarda do primeiro
escalão, em condições de prontamente intervir no combate.
5.5.2 - Progressão casa a casa
As seguintes normas devem servir de guia para as frações empregadas numa
progressão casa a casa:
- atacar sistematicamente, quadra por quadra, a cidade, vila ou povoação, buscando
derrotar o inimigo por partes. A obediência a este princípio reduz a possibilidade
dos centros de resistência inimiga permanecerem ativos à retaguarda dos elementos
que os ultrapassarem;
- escolher um eixo de progressão que não prejudique os fogos de apoio. As ruas,
aldeias, terrenos baldios e descobertos oferecem os melhores campos de tiro para o
defensor e devem ser evitados. As regiões descobertas que não podem ser evitadas
deverão ser atravessadas rapidamente, podendo empregar-se fumígenos para
facilitar este movimento;
- escolher abrigos para a progressão. O atacante deve aproveitar-se da cobertura das
paredes e deslocar-se por lances de abrigo em abrigo. Deve rolar rapidamente sobre
os telhados e muros e não transpô-los ereto. Os homens devem ser treinados para
atirar pelo lado direito do abrigo com a arma apoiada no ombro direito, e pelo lado
esquerdo com a arma apoiada do lado esquerdo. Não devem atirar por sobre a parte
superior do abrigo, a menos que a silhueta do atirador se confunda com a paisagem
do fundo;
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-13 - ORIGINAL
- quando escolher posições para atirar ou observar do interior de um edifício, o
homem deve tomar precauções para não ser identificado, quando disparar sua arma
e manter-se na parte sombria do aposento, a fim de que sua silhueta não se projete
na janela;
- necessária estreita coordenação e apoio mútuo das armas de apoio e unidades
vizinhas. As armas automáticas em apoio executam fogo intenso sobre as ruas ou
zonas descobertas. Caso elementos isolados ou pequenas frações tiverem que cruzar
essas ruas ou zonas descobertas durante seu deslocamento, esse fogo é suspenso de
acordo com coordenação prévia;
- a luta casa a casa proporciona, por si só, situações imprevistas. O atacante deve:
evitar ser surpreendido pelo inimigo; manter segurança em todas as direções e ficar
atento não só aos flancos, como também contra ações provindas de outras
dimensões;
- o elemento em reserva segue de perto o escalão de ataque. Protegem os flancos e a
retaguarda dos elementos avançados e devem estar em condições de atuar como
elementos de assalto. O grande número de abrigos e cobertas disponíveis para o
atacante, e os reduzidos campos de tiro de que dispõe o defensor, permitem que os
elementos de apoio sejam localizados mais avançados do que normalmente é
possível em terrenos descobertos; e
- os edifícios que já tenham sido submetidos a uma operação de limpeza pelas tropas
amigas são identificados com giz, fitas ou pedaços de pano, ou outros processos, ou
postam-se guardas nos mesmos. Esta norma deve ser comum a todas as unidades
que combatem no interior de áreas edificadas.
5.5.3 - Ataque sob condições de visibilidade limitada ou noturno
Os movimentos no exterior dos edifícios durante o dia sofrem muitas restrições, por
isso a maioria dos combates em áreas urbanas deve ser desencadeada prevalecendo-
se da situação de visibilidade limitada ou noturna. Sob a cobertura da escuridão, as
ruas podem ser cruzadas com mais segurança, elementos podem infiltrar-se entre as
regiões ou casas defendidas com o uso ou não de equipamentos de visão noturna,
colocar cargas explosivas, obter informações sobre a localização dos elementos de
apoio e de reserva inimiga, atacar as patrulhas inimigas e ocupar ou destruir as casas
não defendidas. Podem ser desencadeados ataques restritos durante a noite para
apoderar-se de telhados ou para infiltrar-se através das posições inimigas, a fim de
OSTENSIVO CGCFN-31.1
OSTENSIVO - 5-14 - ORIGINAL
ficar em posição de lançar ou apoiar um ataque diurno. Bem como, o efeito
psicológico produzido pelo ruído dos tiros à noite não deve ser desprezado.
Pode ocorrer um certo grau de confusão no âmbito tático do emprego das unidades e
frações ou no que se refere ao desempenho individual. Para restringir esta confusão
há a necessidade de grande detalhamento no planejamento bem como, de atingir-se o
menor escalão com as medidas necessárias à manutenção da coordenação e controle
da tropa. Deve-se analisar a manobra buscando-se adotar uma distribuição de
equipamentos de visão noturna que possibilite um valor ideal mínimo ou desejável
em relação a operacionalidade da tropa. Devem, também, ser estabelecidas normas
gerais de ação para operações noturnas bem como, adestrar-se continuamente as
unidades em operações desta natureza. A liderança dos quadros e o moral da tropa
também são multiplicadores do poder de combate do atacante durante as operações
noturnas.
O combate noturno, apesar do advento dos meios optrônicos, geralmente caracteriza-
se por um decréscimo na eficiência dos tiros diretos. Os ataques noturnos exigem um
planejamento cuidadoso e pormenorizado bem como uma execução precisa e
coordenada. O sigilo e a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja
conduzido com mínimo de baixas. A simplicidade do plano facilita a surpresa. Na
eventualidade de perda da surpresa, o plano deverá proporcionar ação de choque
necessários à conquista do objetivo.
Se nossas tropas dispuserem, de meios optrônicos e os inimigos não dispuserem, em
princípio, deve ser empregado o ataque não iluminado. Se ocorrer o inverso, ou seja,
o inimigo dispuser de tais meios e nossas tropas não, em princípio, deve-se empregar
o ataque iluminado.
5.6 - AÇÕES DEFENSIVAS EM ÁREA URBANA
5.6.1 - Características do combate em área urbana
Do ponto de vista da defesa, são características do combate em área urbana:
- cada construção ou conjunto de construções é um ponto forte em potencial;
- máximo de abrigos e cobertas;
- grande número de obstáculos;
- observação e campos de tiro reduzidos, limitando-se principalmente às ruas;
- as ruas restringem e canalizam os movimentos de viaturas;
- aplicação limitada do princípio da massa pelo atacante;
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais

Weitere ähnliche Inhalte

Was ist angesagt?

ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3
ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3
ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3Falcão Brasil
 
PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...
PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...
PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...Falcão Brasil
 
CGCFN-1-1 - Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-1 -  Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros NavaisCGCFN-1-1 -  Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-1 - Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros NavaisFalcão Brasil
 
Guia do aluno comanf 2012
Guia do aluno comanf 2012Guia do aluno comanf 2012
Guia do aluno comanf 2012Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1
MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1
MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1Falcão Brasil
 
CGCFN-1004 - Manual do Combatente Anfíbio
CGCFN-1004 - Manual do Combatente AnfíbioCGCFN-1004 - Manual do Combatente Anfíbio
CGCFN-1004 - Manual do Combatente AnfíbioFalcão Brasil
 
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros NavaisCGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros NavaisFalcão Brasil
 
Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)
Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)
Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)Falcão Brasil
 
CGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro Naval
CGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro NavalCGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro Naval
CGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro NavalFalcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10
MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10
MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10Falcão Brasil
 
PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1
PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1
PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1Falcão Brasil
 
CGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter Naval
CGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter NavalCGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter Naval
CGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter NavalFalcão Brasil
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...Falcão Brasil
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1Falcão Brasil
 
CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...Falcão Brasil
 
Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...
Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...
Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...Falcão Brasil
 
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1Falcão Brasil
 
Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)
Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)
Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)Falcão Brasil
 
Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)
Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)
Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)Falcão Brasil
 
CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...
CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...
CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...Falcão Brasil
 

Was ist angesagt? (20)

ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3
ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3
ADESTRAMENTO BÁSICO NAS UNIDADES DE INFANTARIA PÁRA-QUEDISTA PPA INF/3
 
PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...
PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...
PROGRAMA-PADRÃO DE INSTRUÇÃO DE QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO-INSTRUÇÃO D...
 
CGCFN-1-1 - Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-1 -  Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros NavaisCGCFN-1-1 -  Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-1 - Manual de Operações Anfíbias dos Grupamentos de Fuzileiros Navais
 
Guia do aluno comanf 2012
Guia do aluno comanf 2012Guia do aluno comanf 2012
Guia do aluno comanf 2012
 
MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1
MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1
MANUAL DE CAMPANHA TIRO DAS ARMAS PORTÁTEIS 1ª PARTE - FUZIL C 23-1
 
CGCFN-1004 - Manual do Combatente Anfíbio
CGCFN-1004 - Manual do Combatente AnfíbioCGCFN-1004 - Manual do Combatente Anfíbio
CGCFN-1004 - Manual do Combatente Anfíbio
 
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros NavaisCGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
CGCFN-0-1 - Manual Básico dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais
 
Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)
Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)
Almanaque do Curso Expedito de Operações no Pantanal (C-Exp-OPant)
 
CGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro Naval
CGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro NavalCGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro Naval
CGCFN-1003 - Manual Básico do Fuzileiro Naval
 
MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10
MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10
MANUAL DE CAMPANHA COMPANHIA DE FUZILEIROS C 7-10
 
PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1
PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1
PROGRAMA-PADRÃO QUALIFICAÇÃO DO CABO E DO SOLDADO INSTRUÇÃO COMUM PPQ/1
 
CGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter Naval
CGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter NavalCGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter Naval
CGCFN-1-8.1 - Manual de Operações de Paz de Caráter Naval
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS EMPREGO DAS PEQUENAS FRAÇÕES DO BATALHÃO DE INFANTARIA...
 
CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1
CADERNO DE INSTRUÇÃO PELOTÃO DE EXPLORADORES CI 17-1/1
 
CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-31.3 - Manual de Controle de Distúrbios dos Grupamentos Operativos de F...
 
Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...
Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...
Orientação aos Candidatos do Curso Especial de Mergulhador de Combate (C-ESP-...
 
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1
ESTÁGIO DE INSTRUÇÃO E DE PREPARAÇÃO PARA OFICIAIS TEMPORÁRIOS (EIPOT) PPE 02/1
 
Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)
Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)
Caderno de Instrução Ginástica com Armas (EB60-CI-27.402)
 
Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)
Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)
Manual Técnico do Precursor Paraquedista (EB60-MT-34.403)
 
CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...
CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...
CGCFN-50 - Manual de Planejamento dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Na...
 

Ähnlich wie CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais

CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...Falcão Brasil
 
CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...
CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...
CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...Falcão Brasil
 
CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...
CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...
CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...Falcão Brasil
 
CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...
CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...
CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...Falcão Brasil
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20
MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20
MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20Falcão Brasil
 
CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...
CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...
CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...Falcão Brasil
 
CGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros NavaisCGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros NavaisFalcão Brasil
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10Falcão Brasil
 
CGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e Nuclear
CGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e NuclearCGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e Nuclear
CGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e NuclearFalcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31
MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31
MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7Falcão Brasil
 
CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...
CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...
CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...Falcão Brasil
 
CGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros Navais
CGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros NavaisCGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros Navais
CGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros NavaisFalcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30
MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30
MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1 MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1 Falcão Brasil
 
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20Falcão Brasil
 

Ähnlich wie CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais (20)

CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...
CGCFN-1-13 - Manual de Operações Humanitárias dos Grupamentos Operativos de F...
 
CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...
CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...
CGCFN-311 - Manual de Apoio de Fogo aos Grupamentos Operativos de Fuzileiros ...
 
CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...
CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...
CGCFN-311.3 - Manual de Apoio de Fogo Naval dos Grupamentos Operativos de Fuz...
 
CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...
CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...
CGCFN-311.1 - Manual de Coordenação de Apoio de Fogo dos Grupamentos Operativ...
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS BASES PARA A MODERNIZAÇÃO DA DOUTRINA DE EMPREGO DA FO...
 
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES DE TRANSPOSIÇÃO DE CURSOS DE ÁGUA C 31-60
 
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5
MANUAL DE CAMPANHA OPERAÇÕES C 100-5
 
MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20
MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20
MANUAL DE CAMPANHA GRUPO DE ARTILHARIA DE CAMPANHA C 6-20
 
CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...
CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...
CGCFN-1-8 - Manual de Operações de Paz dos Grupamentos Operativos de Fuzileir...
 
CGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros NavaisCGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros Navais
CGCFN-1-4 - Manual de Operações de Esclarecimento de Fuzileiros Navais
 
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10
INSTRUÇÕES PROVISÓRIAS OPERAÇÕES CONTRA DESEMBARQUE ANFÍBIO IP 31-10
 
CGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e Nuclear
CGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e NuclearCGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e Nuclear
CGCFN-338 - Manual de Defesa Química, Biológica e Nuclear
 
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DAS COMUNICAÇÕES C 11-1
 
MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31
MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31
MANUAL DE CAMPANHA A ENGENHARIA DIVISIONÁRIA C 5-31
 
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÃO DE ENGENHARIA DE COMBATE C 5-7
 
CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...
CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...
CGCFN-33 - Manual de Operações do Componente de. Apoio de Serviços ao Combate...
 
CGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros Navais
CGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros NavaisCGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros Navais
CGCFN-121 - Política de Manutenção de Material do Corpo de Fuzileiros Navais
 
MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30
MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30
MANUAL DE CAMPANHA BRIGADA DE CAVALARIA MECANIZADA C 2-30
 
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1 MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
MANUAL DE CAMPANHA EMPREGO DA CAVALARIA C 2-1
 
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20
MANUAL DE CAMPANHA BATALHÕES DE INFANTARIA C 7-20
 

Mehr von Falcão Brasil

Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...
Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...
Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...Falcão Brasil
 
Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)
Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)
Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)Falcão Brasil
 
Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)
Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)
Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)Falcão Brasil
 
Cursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANP
Cursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANPCursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANP
Cursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANPFalcão Brasil
 
Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)
Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)
Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)Falcão Brasil
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83Falcão Brasil
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82Falcão Brasil
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81Falcão Brasil
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80Falcão Brasil
 
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAMCentro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAMFalcão Brasil
 
Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF
Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRFNúcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF
Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRFFalcão Brasil
 
Manual de Mergulho Autonômo
Manual de Mergulho AutonômoManual de Mergulho Autonômo
Manual de Mergulho AutonômoFalcão Brasil
 
Atividades de Mergulho de Resgate
Atividades de Mergulho de ResgateAtividades de Mergulho de Resgate
Atividades de Mergulho de ResgateFalcão Brasil
 
Protocolo de Operações com Cilindro de Ar Comprimido
Protocolo de Operações com Cilindro de Ar ComprimidoProtocolo de Operações com Cilindro de Ar Comprimido
Protocolo de Operações com Cilindro de Ar ComprimidoFalcão Brasil
 
Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO
Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGOProtocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO
Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGOFalcão Brasil
 
Manual de Preenchimento de Relatório de Ocorrência
Manual de Preenchimento de Relatório de OcorrênciaManual de Preenchimento de Relatório de Ocorrência
Manual de Preenchimento de Relatório de OcorrênciaFalcão Brasil
 
Manual para Campanha de Arrecadação de Donativos
Manual para Campanha de Arrecadação de DonativosManual para Campanha de Arrecadação de Donativos
Manual para Campanha de Arrecadação de DonativosFalcão Brasil
 

Mehr von Falcão Brasil (20)

Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...
Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...
Centro de Instrução e Adestramento Aeronaval José Maria do Amaral Oliveira (C...
 
Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)
Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)
Guia do Aluno do Curso Expedito Enfermagem Operativa (C-Exp-EnfOp)
 
Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)
Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)
Orientação aos Candidatos do Curso de Busca e Salvamento (S.A.R.)
 
Cursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANP
Cursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANPCursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANP
Cursos dos Policias Federais na Academia Nacional de Polícia - ANP
 
Revista A Defesa 2021
Revista A Defesa 2021Revista A Defesa 2021
Revista A Defesa 2021
 
Revista A Defesa 2022
Revista A Defesa 2022Revista A Defesa 2022
Revista A Defesa 2022
 
Revista A Defesa 2023
Revista A Defesa 2023Revista A Defesa 2023
Revista A Defesa 2023
 
Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)
Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)
Grupo de Instrução Tática e Especializada (GITE)
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Julho 2023 Vol83
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Fevereiro 2023 Vol82
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Novembro 2021 Vol81
 
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80
Tabela de Remuneração dos Servidores Públicos Federais Janeiro 2020 Vol80
 
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAMCentro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM
Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia - CENSIPAM
 
Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF
Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRFNúcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF
Núcleo de Operações Especiais (NOE) da PRF
 
Manual de Mergulho Autonômo
Manual de Mergulho AutonômoManual de Mergulho Autonômo
Manual de Mergulho Autonômo
 
Atividades de Mergulho de Resgate
Atividades de Mergulho de ResgateAtividades de Mergulho de Resgate
Atividades de Mergulho de Resgate
 
Protocolo de Operações com Cilindro de Ar Comprimido
Protocolo de Operações com Cilindro de Ar ComprimidoProtocolo de Operações com Cilindro de Ar Comprimido
Protocolo de Operações com Cilindro de Ar Comprimido
 
Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO
Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGOProtocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO
Protocolo para o Suporte Básico de Vida do CBMGO
 
Manual de Preenchimento de Relatório de Ocorrência
Manual de Preenchimento de Relatório de OcorrênciaManual de Preenchimento de Relatório de Ocorrência
Manual de Preenchimento de Relatório de Ocorrência
 
Manual para Campanha de Arrecadação de Donativos
Manual para Campanha de Arrecadação de DonativosManual para Campanha de Arrecadação de Donativos
Manual para Campanha de Arrecadação de Donativos
 

Kürzlich hochgeladen

planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfmaurocesarpaesalmeid
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesFabianeMartins35
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSOLeloIurk1
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptssuser2b53fe
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfHELENO FAVACHO
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfLeloIurk1
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...IsabelPereira2010
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxTailsonSantos1
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxLuizHenriquedeAlmeid6
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfHELENO FAVACHO
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.Mary Alvarenga
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasSocorro Machado
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...HELENO FAVACHO
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...azulassessoria9
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Ilda Bicacro
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfcomercial400681
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfWagnerCamposCEA
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)ElliotFerreira
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdfLeloIurk1
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfFrancisco Márcio Bezerra Oliveira
 

Kürzlich hochgeladen (20)

planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdfplanejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
planejamento_estrategico_-_gestao_2021-2024_16015654.pdf
 
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividadesRevolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
Revolução russa e mexicana. Slides explicativos e atividades
 
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
2° ANO - ENSINO FUNDAMENTAL ENSINO RELIGIOSO
 
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.pptaula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
aula de bioquímica bioquímica dos carboidratos.ppt
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdfPROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO I - TERAPIAS INTEGRATIVAS E COMPLEMENTARES.pdf
 
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdfENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
ENSINO RELIGIOSO 7º ANO INOVE NA ESCOLA.pdf
 
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
DeClara n.º 75 Abril 2024 - O Jornal digital do Agrupamento de Escolas Clara ...
 
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptxOs editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
Os editoriais, reportagens e entrevistas.pptx
 
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptxSlides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
Slides Lição 05, Central Gospel, A Grande Tribulação, 1Tr24.pptx
 
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdfPROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
PROJETO DE EXTENSÃO - EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO.pdf
 
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.Atividade -  Letra da música Esperando na Janela.
Atividade - Letra da música Esperando na Janela.
 
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para criançasJogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
Jogo de Rimas - Para impressão em pdf a ser usado para crianças
 
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
PROJETO DE EXTENSÃO I - TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO Relatório Final de Atividade...
 
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
PROVA - ESTUDO CONTEMPORÂNEO E TRANSVERSAL: LEITURA DE IMAGENS, GRÁFICOS E MA...
 
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
Rota das Ribeiras Camp, Projeto Nós Propomos!
 
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdfApresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
Apresentação ISBET Jovem Aprendiz e Estágio 2023.pdf
 
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdfReta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
Reta Final - CNU - Gestão Governamental - Prof. Stefan Fantini.pdf
 
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)Análise poema país de abril (Mauel alegre)
Análise poema país de abril (Mauel alegre)
 
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
421243121-Apostila-Ensino-Religioso-Do-1-ao-5-ano.pdf
 
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdfRecomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
Recomposiçao em matematica 1 ano 2024 - ESTUDANTE 1ª série.pdf
 

CGCFN-31.1 - Manual de Operações Militares em Ambiente Urbano dos Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais

  • 1. CGCFN-31.1 OSTENSIVO MANUAL DE OPERAÇÕES MILITARES EM AMBIENTE URBANO DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS MARINHA DO BRASIL COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 2008
  • 2. OSTENSIVO CGCFN-31.1 MANUAL DE OPERAÇÕES MILITARES EM AMBIENTE URBANO DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS MARINHA DO BRASIL COMANDO-GERAL DO CORPO DE FUZILEIROS NAVAIS 2008 FINALIDADE: BÁSICA 1ª Edição
  • 3. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - II - ORIGINAL ATO DE APROVAÇÃO APROVO, para emprego na MB, a publicação CGCFN-31.1 - MANUAL DE OPERAÇÕES MILITARES EM AMBIENTE URBANO DOS GRUPAMENTOS OPERATIVOS DE FUZILEIROS NAVAIS. RIO DE JANEIRO, RJ. Em 12 de novembro de 2008. ALVARO AUGUSTO DIAS MONTEIRO Almirante-de-Esquadra (FN) Comandante-Geral ASSINADO DIGITALMENTE AUTENTICADO PELO ORC RUBRICA Em_____/_____/_____ CARIMBO
  • 4. OSTENSIVO CGCFN -31.1 OSTENSIVO ORIGINAL - III - ÍNDICE PÁGINAS Folha de Rosto............................................................................................... I Ato de Aprovação.......................................................................................... II Índice.............................................................................................................. III Introdução....................................................................................................... V CAPÍTULO 1 - GENERALIDADES 1.1 - Introdução.............................................................................................. 1-1 1.2 – Histórico............................................................................................... 1-3 CAPÍTULO 2 - COMANDO E CONTROLE 2.1 - Introdução ............................................................................................. 2-1 2.2 - Comando............................................................................................... 2-1 2.3 - Controle ................................................................................................ 2-2 2.4 - Comunicações e Guerra Eletrônica....................................................... 2-2 2.5 - Inteligência............................................................................................ 2-4 2.6 - Informática............................................................................................ 2-4 CAPÍTULO 3 - ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA 3.1 - Introdução ............................................................................................ 3-1 3.2 - Necessidades Básicas de Conhecimento .............................................. 3-1 3.3 - Estudo de Inteligência .......................................................................... 3-2 3.4 - Classificação das Áreas Urbanas Quanto às Características................. 3-3 3.5 - Contra-Inteligência ............................................................................... 3-4 CAPÍTULO 4 - PLANEJAMENTO 4.1 - Introdução ............................................................................................. 4-1 4.2 - Considerações ....................................................................................... 4-1 4.3 - Planejamento Ofensivo ......................................................................... 4-3 4.4 - Planejamento Defensivo ...................................................................... 4-8 CAPÍTULO 5 - AÇÕES EM ÁREAS URBANAS 5.1 - Introdução ............................................................................................ 5-1 5.2 - Considerações Relativas aos Níveis de Condução Estratégico e Ope- racional................................................................................................. 5-2 5.3 - Tarefas Essenciais a Serem Desenvolvidas em Relação a uma Área Urbana.................................................................................................. 5-3
  • 5. OSTENSIVO CGCFN -31.1 OSTENSIVO ORIGINAL - IV - 5.4 - Ações a Empreender para o Cumprimento das Tarefas Essenciais...... 5-4 5.5 - Ações Ofensivas em Área Urbana........................................................ 5-5 5.6 - Ações Defensivas em Área Urbana...................................................... 5-14 5.7 - Técnicas e Procedimento Especiais...................................................... 5-18 CAPÍTULO 6 - APOIO AO COMBATE 6.1 - Introdução ............................................................................................ 6-1 6.2 - Apoio de Fogo....................................................................................... 6-1 6.3 - Blindados............................................................................................... 6-10 6.4 - Engenharia............................................................................................. 6-13 CAPÍTULO 7 - APOIO DE SERVIÇOS AO COMBATE 7.1 - Introdução ............................................................................................. 7-1 7.2 - Aspectos Logísticos .............................................................................. 7-1 7.3 - Funções Logísticas ............................................................................... 7-2 CAPÍTULO 8 - OUTRAS CONSIDERAÇÕES 8.1 - Ensinamentos Adquiridos...................................................................... 8-1 8.2 - Regras de Comportamento e Engajamento........................................... 8-2 8.3 – Conclusão............................................................................................ 8-4
  • 6. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - V - ORIGINAL INTRODUÇÃO Esta publicação tem como propósito apresentar os aspectos doutrinários básicos das operações militares em área urbana. Está dividida em oito capítulos assim distribuídos: o capítulo 1 apresenta uma introdução e um histórico; o capítulo 2 descreve as atividades de Comando e Controle; o capítulo 3 aborda as Atividades de Inteligência; o capítulo 4 descreve considerações sobre Planejamento; o capítulo 5 relata as Ações em Área Urbana, os capítulos 6 e 7 abordam o Apoio ao Combate e o Apoio de Serviços ao Combate e o capítulo 8 apresenta outras considerações sobre este tipo de operação e as peculiaridades para as regras de comportamento e engajamento. Esta manual deverá ser utilizado para instrução e planejamento das operações militares em área urbana. Esta publicação é classificada, de acordo com o EMA-411 - Manual de Publicações da Marinha como: PMB, não controlada, ostensiva, básica e manual. Esta publicação substitui a CGCFN-3100 - Manual de Operações em Área Urbana, 1ª edição, aprovada em 14 de novembro de 2002, preservando seu conteúdo, que será adequado ao previsto no Plano de Desenvolvimento da Série CGCFN (PDS-2008), quando de sua próxima revisão.
  • 7. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 1 GENERALIDADES 1.1 - INTRODUÇÃO Devido ao crescente processo de urbanização, será cada vez mais freqüente o emprego de forças militares em epicentros político, econômico, social e cultural em todo o mundo. A realidade é que muitas das operações militares, se não todas, serão conduzidas em arredores ou no interior de áreas urbanas. O controle de grandes áreas urbanas será crítico, nos futuros conflitos, para a consecução dos objetivos táticos, operacionais e estratégicos. Tornam-se cada vez mais constantes as interferências políticas e sociais nesse tipo de confronto, havendo assim necessidade de considerar os efeitos junto à população. Atualmente conflitos internacionais são acompanhados de perto pela imprensa. Isso faz com que seja necessário levarmos em conta a necessidade da criação de equipes específicas para trabalharem junto à mídia em busca de resultados positivos. Estas equipes deverão ser multidisciplinares formadas por analistas de informações, especialistas em propaganda, especialistas em marketing, especialistas em jornalismo, em mídia eletrônica, em redes, em digitalização de imagens, em internet, relações públicas, etc., agindo desta forma será possível explorar ao máximo os efeitos do conflito junto à opinião publica internacional. Dentre às principais dificuldades encontradas nesse ambiente operacional, está a possibilidade de um grande número de baixas junto à população civil, significativa destruição da estrutura urbana, participação de considerável efetivo de militares empenhados, isto tudo aliado às dificuldades de coordenação e controle, pois o terreno extremamente compartimentado dificulta a observação da tropa como um todo e as grandes estruturas dificultam as comunicações rádio tornando muito difícil à intervenção no combate por parte do escalão superior. Desta forma, sempre que possível o combate em área urbana deve ser evitado, tendo em vista o grande impacto na mídia e o grau de dificuldade de quem ataca. Para tal, as localidades podem ser desbordadas, isoladas ou cercadas para se evitar a insurgência dos centros urbanos. Porém, por vezes torna-se necessário entrar na localidade, a fim de conquistar objetivo específico (siderúrgicas, indústrias, hidroelétricas, refinarias, usinas nucleares, aeroportos, portos, eclusas, etc.) ou pela necessidade de liberar as forças de contenção, ou até mesmo para abater o moral do inimigo.
  • 8. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-2 - ORIGINAL Com o crescente processo de urbanização nas faixas litorâneas cresce a possibilidade da ocorrência do combate urbano. Diante desta realidade, torna-se necessário o desenvolvimento de uma doutrina para os GptOpFN, bem como o aprimoramento da instrução e adestramento específico para esse tipo de combate. O combate em área urbanizada apregoa o planejamento centralizado e execução descentralizada, isto implica num treinamento voltado para desenvolver a iniciativa individual e o trabalho em pequenas frações, rapidez, agressividade, coordenação e controle das ações, além de cuidados de sincronização no uso dos meios disponíveis. As técnicas e táticas individuais de combate aliado ao uso correto da iniciativa influenciam sobremaneira no desenvolvimento do combate. Nenhum tipo de confronto depende tanto do desempenho individual do combatente quanto o combate em área urbanizada. Enquanto o atacante deve buscar rapidez, agressividade, eficiência nas comunicações, apoio de fogo, coordenação e controle; o defensor deve buscar uma excelente preparação da posição (auxiliada pelos meios de engenharia disponíveis), muita mobilidade para dificultar a concentração dos fogos inimigos, o conhecimento da área, a localização dos comandantes de fração da tropa oponente e sua anulação por parte dos peritos atiradores. Para conseguir-se êxito será necessária a conscientização do valor insuperável das informações, pois o conhecimento cada vez mais será fator de decisão. A aceleração das mudanças e a velocidade dos eventos, premidos pela exigüidade dos prazos de decisão e ao conseqüente redução dos níveis decisórios nos obrigará a uma maior qualificação dos comandantes nos níveis mais baixos. Deve ser levada em conta cada vez mais a necessidade de um sistema de vigilância e informações sobre o inimigo em tempo real, os movimentos migratórios da população local, a situação da infra-estrutura urbana, as restrições à manobra impostas pelo ambiente operacional, o risco no emprego dos blindados, a necessidade de mobilidade tática de alta velocidade, às restrições ao apoio de fogo e a necessidade do uso de munição inteligente. Desta forma, com o desenvolvimento de dispositivos cada vez mais sofisticados, a necessidade de informações mais rápidas e precisas nos leva a adotar uma estrutura organizacional mais flexível, onde as decisões sejam tomadas de forma tempestiva na origem do problema. Para tal descentraliza-se o poder decisório. Surge então a valorização do elemento humano na condução do combate.
  • 9. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-3 - ORIGINAL As características do ambiente operacional urbano fazem com que ele imponha algumas restrições na utilização de determinados equipamentos, restringindo assim algumas vantagens táticas advindas de um nível tecnológico superior por parte de um dos contendores. A assimetria do combate urbano, aliada à pequena distância entre as tropas restringe o apoio de fogo, não só por parte da artilharia como também do apoio aéreo. Ficam restritas as comunicações terrestres, devido às estruturas das edificações, os blindados têm seus movimentos restringidos em face da canalização gerada pelas ruas, obstáculos, escombros, etc. e os helicópteros ficam vulneráveis, em virtude da existência de armas terra-ar portáteis nos andares superiores e terraços das edificações. Fica evidenciado neste tipo de ação militar o valor dos sistemas de inteligência e informação sendo extremamente necessário a valorização do sistema: comando e controle (C2). O sistema de combate urbano deve considerar ao máximo o uso do C2 de forma integrada, com a robótica, de veículos aéreos não-tripulados, de sensores, de sistemas que apresentem grande mobilidade tática, de apoio médico especializado para fazer face à ameaça QBN (químicos, biológicos e nucleares), de munição inteligente e sobretudo da valorização do elemento humano. O adestramento deve ser redirecionado de forma a dar maior enfoque às operações combinadas de grande vulto, à reprodução do terreno urbano para treinamento, à construção de centros de treinamento virtuais e, sobretudo, ao aperfeiçoamento do sistema C2 para este tipo de operação. 1.2 - HISTÓRICO Dizer que os combates em área urbana nasceram nas grandes guerras deste século seria uma heresia. Desde os primórdios da civilização existem guerras e cidades. Essas, porém, eram em pequeno número e pouco povoadas. A maioria da população vivia no campo. Com o passar dos séculos, a arquitetura começou a se desenvolver e surgiram as primeiras muralhas, capazes de resistir a um cerco por um longo período de tempo. Contam as linhas da Ilíada de Homero que Tróia resistiu por volta de uma década. Antigamente, quando caía uma Cidade Estado e sua muralha, ruía junto o Império. Isso ficou bem caracterizado pela queda de Atenas, Cartago e Roma. As muralhas se desenvolveram e se transformaram em fortalezas e os fortes. Essas construções abrigavam os combatentes que, assim apoiados, resistiam a longos cercos.
  • 10. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-4 - ORIGINAL As muralhas tornaram-se quase intransponíveis até o advento do canhão, que passou a dominar os campos de batalha. Com o decorrer dos tempos e com o aumento do comércio, as vilas começaram a se expandir e, já no início da Era Moderna, muitas detinham uma respeitável área urbana e população considerável. 1.2.1 - Combates em áreas urbanas ocorridos no Brasil Acontecimento histórico de grande importância, a derrota dos invasores franceses de Du Clerc na cidade do Rio de Janeiro, em 1710, onde os combates ocorreram no interior da cidade, tendo como palco várias ruas e praças da cidade. Durante quase dez dias de conflito, os invasores foram atacados por tropas regulares, pela população local e até por grupos de estudantes. Os defensores da cidade se aproveitaram dos morros, das construções e do conhecimento do terreno para sobrepujar os franceses. Neste combate aparece o trinômio habitante-localidade- relevo em destaque. Na última década do século XIX, o Coronel Gomes Carneiro comandou na cidade de Lapa, uma heróica resistência apoiada nas elevações e nas construções da pequena cidade, detendo os rebeldes por 26 dias e possibilitando, ao Exército Brasileiro, tempo para se posicionar e salvar a República, por ocasião da Revolução Federalista de 1893. 1.2.2 - Combate em áreas urbanas em outros teatros Ao analisar os combates ocorridos no século XIX, concluímos pelo receio dos atacantes em se aventurarem por ruelas escuras e edificações sombrias ou na estagnação peculiar dos combates em áreas urbanas. A Batalha de Gênova, ocorrida durante as campanhas napoleônicas, em uma cidade que contava com 160.000 habitantes, pode ser tomada como exemplo. No final da Guerra Franco-Prussiana, Paris se transformou em uma única barricada, com homens e mulheres dispostos a defendê-la a qualquer custo, quase evitando, tamanha sua coragem e energia, que nela fosse hasteado o pavilhão prussiano. Na 1ª GM poucos foram os combates em localidades, apesar de várias cidades terem sofrido severamente sob fogos de artilharia. Muitas foram às lutas desenvolvidas em torno dos fortes da cidade francesa de Verdun, assim como em Reims. Na Guerra Civil Espanhola, uma das lutas mais importantes do século XX, conheceu a brutalidade de uma “guerra sem quartel”. O acirramento de ânimos, o excessivo
  • 11. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-5 - ORIGINAL número de combatentes civis, cheios de ódio e radicalização política, tornou a luta de casa em casa uma constante em toda a campanha, culminando com a longa resistência de Madri. A Guerra Civil Espanhola serviu de “laboratório” para a 2ª GM. 1.2.3 - Combates urbanos ocorridos na 2ª Guerra Mundial A campanha da Polônia apesar de vitoriosa teve como óbices o emprego de considerável número de combatentes e o maior número de baixas alemãs. A eficiência das tropas alemãs nas ruas de Varsóvia foi inferior à demonstrada nos campos. A baixa operacionalidade dos blindados em áreas urbanas tornou-se evidente, principalmente sem o apoio da infantaria. Na Noruega, as operações militares em área urbana foram marcadas pelo emprego das operações aeromóveis, visando à conquista de aeródromos, e pelo emprego de fogo naval na conquista de cidades, destacando-se os assaltos a Oslo e Narvik. Embora as estatísticas alemãs registrem altos índices de baixas nos conflitos em vilas e cidades holandesas e belgas, poucos combates em áreas urbanas, na campanha ocidental de 1940, são dignos de destaque. Na França, utilizando divisões blindadas como pontas de lança e um constante apoio aéreo, as forças germânicas subjugaram, rapidamente, cidades e vilarejos, enquanto a população, em retirada, impedia o emprego das reservas aliadas, congestionando, assim as vias de acesso, contribuindo para aumentar a desorganização entre as forças aliadas. A inexistência de uma doutrina própria para combate em ambiente urbano contribuiu para agravar a situação dos aliados. Ao analisar as ações que seriam tomadas contra Dunquerque, os alemães concluíram que poderiam vir a perder efetivos indispensáveis à conquista do restante da França, e diante da necessidade de cerrar meios logísticos e de apoio de fogo, o Comando Alemão optou pelo cerco terrestre usando forças já engajadas, bombardeando a cidade com artilharia e aviação. Condições adversas de tempo, no entanto, dificultaram as operações germânicas, beneficiando os aliados, que executaram uma retirada anfíbia, surpreendendo os alemães. Na frente Oriental o Exército Alemão perdeu 70% de seu efetivo. A magnitude atingida pelos combates veio possibilitar um grande desenvolvimento nas técnicas e táticas para as operações em áreas urbanas, a inovação de emprego de armas, a exemplo dos canhões montados em vagões ferroviários, os foguetes, o fuzil de assalto e o uso de blindados com explosivos.
  • 12. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-6 - ORIGINAL Após essas grandes derrotas e com base nos ensinamentos colhidos em Brest-Litovsk e Odessa, o Alto Comando Soviético passou a adotar a tática de combate em localidade, nas médias e grandes cidades, a técnica da “terra arrasada” e da guerrilha nas aldeias e campos deixados ao invasor. No inverno de 1941, uma bem preparada defesa de área deteve o Exército Alemão nos subúrbios de Moscou, contando com o emprego maciço de mão-de-obra civil, permitindo liberar os soldados para combaterem na frente. Em Leningrado não foi diferente, durando o cerco de aproximadamente três anos. Findo o primeiro inverno e estabilizadas as frentes em Moscou e Leningrado, Hitler dirigiu-se para o sul, onde, em 1942, foram travados os principais combates em localidades urbanas. Após o inverno foram iniciados os bombardeios sobre Sebastopol, cidade muito bem fortificada que demonstrou ser um objetivo difícil de ser conquistado. Esta batalha foi marcada por extrema selvageria dos alemães, tornando a guerra na frente russa uma “luta sem quartel”. Em outubro de 1942, teve início a Batalha de Stalingrado que marcou o ponto de inflexão da campanha russa. Na época o Alto Comando Soviético criou a “Frente de Stalingrado”, mobilizou a população, deslocou as poucas reservas disponíveis e entregou o comando ao General Chuykov. Sabendo da eficácia dos alemães no emprego do binômio blindados-aviação, Chuykov trouxe o combate para dentro da cidade, buscando neutralizá-la. A tática de Chuykov consistia em ocupar e defender fábricas, casas, estações e prédios, transformando qualquer construção capaz de resistir aos ataques nazistas em pontos fortes. Os blindados alemães, atraídos para locais preparados pelos soviéticos, eram emboscados e destruídos por armas anticarro ou canalizados para áreas batidas por fogos de artilharia (saturação). Assim, a Infantaria de proteção ficava à mercê dos fogos das armas portáteis. Outras operações urbanas ocorreram na frente oriental após Stalingrado, sendo que três delas destacaram-se das demais. Duas tiveram como palco à cidade de Varsóvia e a terceira a cidade de Berlim.
  • 13. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-7 - ORIGINAL Os aliados, por considerarem a cidade de Monte Cassino como a chave das defesas alemãs, executaram um ataque maciço à mesma. As defesas alemãs, apoiadas em obstáculos artificiais, nas elevações e a própria cidade, rechaçaram os ataques. O crescente fracasso das investidas ensejou a intervenção da aviação, reduzindo a cidade a ruínas. Apesar dos ataques aéreos terem causado significativas baixas nas defesas alemãs, contribuíram, de forma indireta, para a melhoria do sistema de defesa da cidade, tendo os escombros e crateras abertos sido transformados em pontos fortes, postos de vigilância, de observação e abrigos, sendo neles instaladas casamatas e posições de metralhadoras. Os escombros retardavam os deslocamentos e dissociavam o binômio carro-infantaria, tornando-o vulnerável às ações dos alemães, em particular, às emboscadas. Foi em Montese, localidade italiana, em abril de 1945, que o Exército Brasileiro teve seu maior número de baixas na 2ª GM, investindo contra uma posição defensiva alemã muito bem organizada, apoiada no binômio localidade-relevo. O maior número de baixas aliadas e a progressão mais lenta em toda a guerra ocorreram na conquista da Itália. As forças do eixo demoraram quase dois anos para se render nesse teatro de operações. A eficiência e a eficácia das defesas alemãs demonstraram a importância do uso judicioso do terreno, da área urbana e do relevo. 1.2.4 - Combates em áreas urbanas após a 2ª Guerra Mundial Após a 2ª GM, inúmeros conflitos travados em áreas urbanas tiveram como palco o Oriente Médio e a região dos Balcãs. Foram verificados conflitos de longa duração, como os de Beirute (Líbano) e Sarajevo (Bósnia), nos quais utilizou-se todos os conhecimentos das guerras anteriores, especialmente o emprego da população civil como mão-de-obra ou na qualidade de combatentes e conflitos de curta duração, como os combates pela posse de Jerusalém na Guerra dos Seis Dias (1967). Recentemente, como verificado na Chechenia, o mundo pode assistir à violência dos combates ocorridos em Grozny e constatar a ineficácia do Exército Russo que não conseguiu, numa 1ª fase da guerra, ocupar a cidade. O conhecimento da cidade e o envolvimento da população na resistência infligiram tantas baixas ao inimigo que os líderes políticos russos foram pressionados a sustar a ofensiva. A eficácia decorrente do emprego da população civil, do uso judicioso do terreno e da área urbana foi mais uma vez comprovada.
  • 14. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 1-8 - ORIGINAL Na segunda ofensiva, apesar de uma tenaz resistência, os russos conseguiram tomar a cidade. Aprenderam boas lições com os chechenos, dentre as quais o aproveitamento dos abrigos subterrâneos, o emprego do apoio de fogo de maneira eficaz, a melhor explorar o comando e controle, dando maior liberdade para as pequenas frações e a importância de um cuidadoso adestramento prévio. O preço da vitória, além das baixas, foi a completa destruição da cidade. Apesar do desenvolvimento tecnológico atual, podemos afirmar que nestas últimas décadas este tipo de combate pouco evoluiu. O valor e a astúcia do combatente neste tipo de ação ainda é o fato mais importante.
  • 15. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 2-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 2 COMANDO E CONTROLE 2.1 - INTRODUÇÃO Uma das maiores dificuldades das operações militares em área urbana se apresenta na efetiva execução do comando e controle. As particularidades desse tipo de ambiente, como a infra-estrutura da cidade e seus habitantes, fazem com que tais conflitos sejam classificados entre os mais complexos tipos de combate. No desenvolvimento das ações do combate urbano, caberá ao comandante evitar danos colaterais excessivos e limitar o número de baixas entre os não-combatentes, identificar a localização dos pontos-chave e as posições inimigas dentro da cidade, isolar a área urbana tanto externa como internamente e, finalmente, conduzir operações decisivas para destruir ou remover forças inimigas do complexo urbano. As operações de combate urbano que contribuem para tal consistem de uma série de engajamentos limitados e dispersos, obrigando as forças urbanas a uma adaptação específica para esse tipo de engajamento. Todo esse conjunto impõe ao comando uma descentralização inevitável, requerendo maior quantidade de conhecimento possíveis, que serão de grande valia para o planejamento dessas operações. Essas operações demandam níveis maiores de conhecimento da situação do que uma operação em ambiente convencional. Em face à necessidade de estabelecer e manter contato em tempo real das posições do inimigo, obter informação precisa e constantemente atualizada sobre a condição de estruturas físicas críticas dentro do perímetro da cidade, acompanhar o êxodo de não-combatentes, além de obter informação precisa e em tempo real sobre a posição e a condição das forças amigas amplamente dispersas. Faz com que os aspectos, comando, controle, comunicações, inteligência e informática devam ter especial atenção, fazendo com que o reconhecimento e a vigilância tornem-se cruciais. É importante ressaltar que, apesar da existência desses aspectos, que são objeto de estudo do Comando e Controle, na Marinha do Brasil é adotado em termos de nomenclatura, o C2 (Comando e Controle). Analisaremos, a seguir, cada um desses aspectos. 2.2 - COMANDO Em razão da descentralização que emana desse tipo de operação, o comando é exercido através da atribuição de tarefas e estabelecimento de padrões específicos para as frações
  • 16. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 2-2 - ORIGINAL da força urbana. A iniciativa e a auto-confiança devem ser estimuladas em todos os níveis, propiciando a máxima flexibilidade. 2.3 - CONTROLE A dinâmica das ações desenvolvidas pelas frações, normalmente atuando descentralizadas, no combate urbano faz com que o controle seja um fator fundamental para o exercício do comando. 2.3.1 – Posto de observação O comandante de uma fração tem necessidade de ocupar um ponto dominante na área urbana, que lhe permita acompanhar as ações de sua fração, bem como as ações do inimigo. Os telhados dos prédios permitem boa observação e campo de tiro. 2.3.2 – Posto de comando Normalmente, face à dinâmica das ações da operação, não é observado o estabelecimento de Posto de Comando (PC), à exceção de um combate prolongado. Na maioria das vezes o comandante irá ocupar o PC tático. Podendo utilizar até uma aeronave para tal função. 2.3.2 - Ligações As ligações limitar-se-ão aos métodos de comunicações que assegurem o estabelecimento do contato entre o escalão considerado, seu escalão superior, escalões subordinados e elementos em apoio. A responsabilidade pelo estabelecimento destas ligações é definida pelo capítulo 2 do CGCFN - 1201 - MANUAL PARA INSTRUÇÃO DE FUNDAMENTOS DE OPERAÇÕES TERRESTRES DE FUZILEIROS NAVAIS. 2.3.3 - Medidas de coordenação e controle As medidas de coordenação e controle asseguram a unidade de esforços necessária, estabelecem as responsabilidades e possibilitam o controle da manobra, bem como a coordenação do apoio de fogo durante as ações. Nos combates urbanos são extremamente necessárias, porém devem ser utilizadas o mínimo possível, de modo a não restringir o movimento das frações, de não reduzir a sua impulsão para o ataque, nem tampouco inibir a iniciativa e a liberdade de ação dos comandantes de cada fração, devendo-se, sempre, buscar aquelas que são menos restritivas. 2.4 - COMUNICAÇÕES E GUERRA ELETRÔNICA Nos exercícios de comando e controle das forças nas operações militares em área urbana, a utilização do espectro eletromagnético se faz de maneira intensa, devendo os
  • 17. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 2-3 - ORIGINAL efeitos degradantes da área urbana sobre as comunicações, sejam elas eletrônicas ou visuais, particularmente nas faixas de freqüências de HF e VHF, ser considerados. As edificações e os escombros interferem, sobremaneira, nas linhas de visada, tornando a comunicação visual quase impraticável. Faz-se necessário o posicionamento de elementos de comunicações nas coberturas e topos dos edifícios, utilizando equipamentos rádio de pequeno porte, bem como a instalação de postos de retransmissão, inclusive com o emprego de helicópteros também como PRetrans ou PC, para que as redes táticas e as ligações com os escalões superiores e com as unidades vizinhas sejam mantidas em pleno funcionamento. A flexibilidade e rapidez nas ações de comando e controle necessárias nas operações militares em área urbana, devem ser alcançadas por um sistema de comunicações que assegure confiança, segurança e rapidez no estabelecimento das ligações, além da capacidade de duplicação e desdobramento dos meios. Os meios a empregar, pessoal e material, variarão de acordo com o tamanho da força empregada. Porém, o grande fluxo de mensagens gerado pela dispersão das forças e rapidez das ações nas áreas urbanizadas, em conjunto com a necessidade de se proteger das intervenções da Guerra Eletrônica inimiga, exigirá rígida disciplina de comunicações e estabelecimento de prioridades para o tráfego. As comunicações fio são utilizadas com grande sucesso em áreas urbanas, porém são vulneráveis as ações inimigas e sensíveis as interferências das redes elétricas. Normalmente, mensagens codificadas não são utilizadas nas comunicações em pequenos efetivos. Todavia o emprego deste tipo de mensagem, aumenta consideravelmente a segurança das comunicações. Com o objetivo de diminuir os problemas de comunicações, permitindo um maior controle, face à descentralização imposta pelo ambiente urbano, as pequenas frações, desde que adestradas quanto ao procedimento fonia, podem utilizar-se de equipamentos de pequeno porte. Tais equipamentos, embora limitados em alcance, contribuem de maneira significativa para o exercício do comando das ações, podendo apresentar excelente desempenho, permitindo que a comunicação não seja depreciada por obstáculos, paredes, muros e escombros. O uso de alguns tipos de equipamentos eletrônicos tais como o GPS, o “Sistema de transmissão de localização e posição” tipo (Tacter-31) e de outros sistemas de transmissão de dados, se empregados a partir do topo das construções, nas ruas e em
  • 18. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 2-4 - ORIGINAL áreas abertas, agiliza em muito, facilitando as comunicações e livrando-se das interferências mais comuns nas áreas urbanas. 2.5 - INTELIGÊNCIA Nas operações militares em área urbana, qualquer conhecimento sobre o inimigo assume vital importância, bem como informações sobre a região urbanizada propriamente dita. Informações como valor do inimigo, ações desenvolvidas pelo mesmo, posicionamento, condições do terreno, fatores psicossociais da população local, entre outros, são capazes de desequilibrar o combate urbano, favorecendo aquele que possuí-las. A necessidade de obtenção de dados precisos e detalhados, nos combates urbanos, faz crescer de importância a existência de um reconhecimento minucioso, porém de nada valerá tal reconhecimento se o inimigo não esteja sob vigilância constante. O reconhecimento tem como finalidade não só a ratificação ou retificação das informações já existentes, o levantamento de novos dados que possam vir a contribuir para o cumprimento da missão. Já a vigilância é a responsável pela atualização dessas informações, ou seja, através da atuação de postos de vigilância as informações são mantidas mais atualizadas possível. O capítulo 3 deste manual apresenta maiores detalhes sobre a inteligência nas operações militares em área urbana, ou ainda, para aprofundar os estudos de inteligência de um modo geral, consultar o capítulo 7 do CGCFN - 1305 - MANUAL PARA INSTRUÇÃO DA ATIVIDADE DE INTELIGÊNCIA NA FORÇA DE DESEMBARQUE. 2.6 - INFORMÁTICA A tecnologia necessária às operações militares em área urbana vai além da informática. A utilização de Veículos Aéreos não Tripulados (VANT), tanto como objeto de observação quanto como arma de ataque, bem como o uso de robôs para desarmar minas e armadilhas já é plenamente utilizado em alguns países e vem reduzindo muito o risco de baixas, tão peculiar das ações nesse tipo de ambiente. Os sistemas informatizados como transmissor de dados via rádio ou satélite, com avançados sistemas de posicionamento e localização contribuem, de sobremaneira para as ações nesse tipo de ambiente, permitindo uma atualização de informações quase que constante das peças de manobra.
  • 19. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 3-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 3 ATIVIDADES DE INTELIGÊNCIA 3.1 - INTRODUÇÃO O estudo para realizar operações militares em área urbana não pode ser limitado às características do terreno, às condições climáticas e meteorológicas e a situação do inimigo. Há necessidade de informações detalhadas a respeito da população quanto a possibilidade de apoio ou resistência, bem como não pode ser desprezada a forte influência da mídia na opinião pública, a atuação de Organizações Não-Governamentais (ONG) e das Organizações internacionais. Na realidade a ausência de informações detalhadas e oportunas, pode impedir a execução de operações militares em área urbana, tornar tropas militares vulneráveis e não-combatentes vítimas. Especial atenção devemos ter, também, na aplicação de medidas de Contra-Inteligência que é fundamental para se obter surpresa e manter segurança. 3.2 - NECESSIDADES BÁSICAS DE CONHECIMENTO Os conhecimentos necessários ao planejamento e à execução de operações militares em área urbana devem preliminarmente estar fundamentados na visualização do campo de batalha e na situação do inimigo, onde em particular existe a necessidade de interação e atualização desses fundamentos pó meio de estudos de inteligência. 3.2.1 - Visualização do campo de batalha A visualização do campo de batalha não pode ser somente expressa em termos de características da área de operações porque na realidade, além de representar o ambiente físico tridimensional (terreno, construção e subsolo) representa também a consciência urbana onde fatores culturais e o ambiente externo traçam o perfil do comportamento da população local diante da intervenção militar no cenário urbano. 3.2.2 - Situação do Inimigo Pela possibilidade de o inimigo utilizar a população local como escudo para o desenvolvimento de suas ações, ressalta de importância a determinação, com razoável grau de precisão e confiança, essa possibilidade. Desta forma a busca de conhecimentos necessários sobre as possíveis ações a serem desenvolvidas pelo inimigo em área urbana deverá ser maior que nas operações militares em outros tipos de ambiente.
  • 20. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 3-2 - ORIGINAL 3.3 - ESTUDO DE INTELIGÊNCIA O processamento dos dados para a produção do estudo de inteligência das operações militares em área urbana, baseia-se nas seguintes fontes de dados: - mapas, cartas e modelos reduzidos do terreno; - fotografias aéreas; - reconhecimento aéreo e terrestre; - dados meteorológicos e hidrográficos; - população civil residente; - refugiados; - prisioneiros; - material e documentos capturados; - emissões eletromagnéticas interceptadas; - estudos preparados por empresas comercias e industriais sobre a área urbana; e - levantamento realizado por órgãos internacionais e organizações não governamentais (ONG). Os conhecimentos operacionais que orientam o estudo de inteligência relativo as operações militares em área urbana, além da situação militar do inimigo, são orientados pelos seguintes aspectos: cultural, ameaças urbanas potenciais (exceto do inimigo) e infra-estrutura. 3.3.1 - Aspecto cultural Inclui todos os aspectos da população como densidade demográfica, estrutura étnica, racial, política, religiosa, de origem nacional; também inclui a interação entre estas estruturas e a atitude provável em relação a intervenções militares nas áreas urbanas. 3.3.2 – Aspecto ameaça urbana potencial Inclui todo o aspecto de ameaças urbanas: convencional, paramilitar, guerrilhas, terroristas, organizações criminosas, insurgentes e oportunistas, também, incluída as influências do terreno e possibilidades do inimigo nas citadas ameaças. 3.3.3 - Aspecto de infra-estrutura Inclui serviços urbanos críticos, recursos e produção material, portos, aeroportos, zonas de pouso e decolagem de helicópteros, estradas de ferro, malha rodoviária, pontes, plantas/cartas subterrâneas, redes de água/esgoto, redes de distribuição de petróleo e gás natural, comunicações, instalações médicas, serviços e projetos de
  • 21. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 3-3 - ORIGINAL construção civil. É responsável por exploração e análise tridimensional do ambiente urbano. 3.3.4 – Outros aspectos A ligação e manutenção dos contatos com as agências externas relacionadas com a pesquisa e produção de análise urbana, como Organizações Internacionais e Organizações Não-Governamentais (ONG) é de suma importância para facilitar a utilização dessas agências e seus conhecimentos. 3.4 - CLASSIFICAÇÃO DAS ÁREAS URBANAS QUANTO ÀS CARACTERÍSTICAS As áreas urbanas podem ser classificadas, quanto às suas características, de acordo com o seu tamanho e com a sua estrutura. 3.4.1 - De acordo com o tamanho Quando levamos em consideração o seu tamanho, sua concentração de estruturas, instalações, e a população, há quatro categorias: a) Cidades grandes (superior a 100.000 habitantes) Cidades grandes, freqüentemente, formam o centro de um complexo urbano maior, densamente povoado que consiste na cidade, suas áreas suburbanas e cidades pequenas. Tais complexos têm o aspecto de uma única, grande e contínua cidade. Estes centros urbanos estão entre os principais objetivos de interesse das operações militares em área urbana. b) Cidades pequenas (entre 3.000 e 100.000 habitantes) Em muitos casos estas cidades ficam situadas ao longo das linhas principais de comunicações ou situadas em vales de rios. Estas tendem a se desenvolver e, eventualmente, formar novas urbanizações ou se fundir com alguma outra já existente, criando as grandes cidades. c) Vilas e aldeias (inferior a 3.000 habitantes) Na maioria dos casos estas aldeias são voltadas para a atividade agrícola e normalmente são distribuídas entre as áreas cultivadas mais abertas. Estão aí localizadas grandes fazendas e sítios. d) Área marginal Estas áreas geralmente se formam ligando aldeias a cidades. Elas também são encontradas ao longo das linhas de comunicações, estradas que conduzem a complexos maiores. Embora o tamanho e a população das áreas marginais variem, elas regularmente assumem um padrão estreito e alinhado com essas ligações.
  • 22. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 3-4 - ORIGINAL 3.4.2 - De acordo com a sua estrutura Por ocasião do desenvolvimento de uma ação em áreas urbanas é fundamental o conhecimento do tipo de estrutura e construções encontradas na região, pois tais conhecimentos terão grande importância tática para as operações. Quanto às estruturas, as áreas urbanas podem ser divididas em cinco tipos: a) Tipo A - áreas de construções densas, aleatórias e antigas Estas áreas apresentam ruas sinuosas e estreitas, irradiando-se de uma forma irregular, a partir de uma área central. Encontradas dentro de cidades grandes, pequenas e de vilas. Seus prédios e edifícios são construídos justapostos e, normalmente, ao longo das avenidas e ruas. b) Tipo B - áreas de blocos fechados e ordenados Normalmente encontrados em cidades grandes e pequenas, suas ruas formam amplas quadras, geralmente, retangulares, onde seus edifícios perfilam uma frente contínua ao longo de um bloco. Não raro, são encontrados muitos desses blocos com pátios internos. c) Tipo C - áreas residenciais dispersas Geralmente encontradas como continuação das áreas do tipo b, são normalmente de condomínios ou bairros residenciais com ruas de padrão retangular ou com curvas sinuosas. d) Tipo D - áreas de edifícios altos Típica de construção moderna em qualquer tipo de cidade. Consiste em vários prédios ou edifícios, separados por grandes áreas abertas, com amplas ruas dentro de seus limites, são os condomínios residenciais de edifícios. e) Tipo E - áreas de complexos industriais e de transportes Podem ser encontradas nas áreas do tipo a e b. Construções novas, normalmente constituídas por prédios baixos, com telhas planas, similares a grandes depósitos e armazéns. Geralmente são localizadas ao longo das principais rodovias que demandam os grandes complexos urbanos. 3.5 - CONTRA-INTELIGÊNCIA As medidas de contra-inteligência assumem papel de relevância para a manutenção da segurança e obtenção da surpresa, desta forma devem ser implementadas no planejamento e execução de operações militares em ambiente urbano.
  • 23. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 3-5 - ORIGINAL 3.5.1 - Fase de planejamento É imprescindível o rígido controle sobre todos os dados relativos a ação em área urbana, principalmente na classificação dos documentos, disseminação dos conhecimentos e atividades comprometedoras. Esse controle deve ser exercido por todos os escalões de comando envolvidos no planejamento. 3.5.2 - Durante a execução Nesta fase, pode-se considerar possibilidade de apoio da população local às nossas operações proporcionando vantagem à nossa atividade de inteligência. Entretanto sempre deverá haver a preocupação com o comprometimento da segurança, desta forma a contra-inteligência na execução das operações urbanas deve estar voltada também, para a cuidadosa investigação dos habitantes da região. Principalmente daqueles que irão exercer atividades em proveito de nossas tropas e estabelecimento de segurança das instalações civis cujo funcionamento seja proveitoso no desenvolvimento de nossas ações.
  • 24. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 4 PLANEJAMENTO 4.1 - INTRODUÇÃO O principal óbice dos combates urbanos reside na necessidade de “limpeza” total das cidades, casa por casa, rua por rua. A presença de grande número de não-combatentes requer o estabelecimento de Regras de Comportamento Operativo, para qualquer tipo de operação a ser realizada. Não serão politicamente aceitas a destruição da infra-estrutura urbana, conseqüentemente impondo limites ao uso do apoio de fogo. Tendo em vista que o Processo de Planejamento Militar (PPM) é tratado em manuais específicos do Sistema de Publicações da Marinha (SPM), aqui serão abordados apenas os principais parâmetros em que se baseará(ao) o(s) comandante(s) e estado(s)-maior (es) para conduzirem o planejamento de operações militares em área urbana. 4.2 - CONSIDERAÇÕES Raramente uma região urbana poderá ser subjugada, sempre existirão focos de resistência à ocupação. Interesses na obtenção de ganhos políticos poderão sustentar o combate nos ambientes urbanos onde a dissimulação dos oponentes no seio da população lhes trará sensíveis vantagens na condução de suas ações. As características intrínsecas e a presença de grande número de não-combatentes no ambiente urbano conferem um maior grau de dificuldades para exploração do terreno e condução das operações militares. A título de comparação, no quadro abaixo são apresentadas as características de diversos ambientes operacionais: CARACTERÍSTICAS URBANO DESERTO SELVA MONTANHA Número de não-combatentes ALTO BAIXO BAIXO BAIXO Valor da infra-estrutura ALTA BAIXA BAIXA BAIXA Campo de batalha multidimensional SIM NÃO ALGUM SIM Regras de comportamento operativo restritivas SIM NÃO NÃO NÃO Detecção, observação e engajamento de alvo CURTO LONGO CURTO MÉDIO Vias de acesso MUITAS MUITAS POUCAS POUCAS Liberdade de movimento e manobra (Forças mecanizadas) BAIXA ALTA BAIXA MÉDIA Desempenho das comunicações DEGRADADAS NORMAIS POUCO DEGRADADAS DEGRADADAS Necessidades logísticas ALTA ALTA MÉDIA MÉDIA
  • 25. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-2 - ORIGINAL No combate urbano, as distâncias verticais são tão relevantes quanto as horizontais. Nem sempre os espaços são proporcionais ao tempo necessário para vencê-los. O tempo gasto para a “limpeza” de edifícios pode ser superior ao necessário para a progressão horizontal do terreno. Nas operações militares em área urbana bolsões de resistência podem ser desbordados, caracterizando a descontinuidade do terreno urbano. Por fim a manobra planejada deve considerar as cobertas e abrigos que as construções locais podem proporcionar. A par de todas essas peculiaridades, as cidades ou zonas urbanas não podem ser ignoradas nas campanhas militares. São elas os centros político-econômicos vitais, contendo alvos estratégicos essenciais, dentre os quais as instalações militares, quartéis- generais, portos marítimos e fluviais, aeródromos, entroncamentos rodoviários, ferroviários, indústrias, etc. 4.2.1 - Aspecto comuns ao planejamento ofensivo e defensivo - Embora nesses combates predomine um confronto direto entre as forças oponentes, o que no caso do emprego de Grupamentos Operativos de Fuzileiros Navais levaria à predominância de emprego do Componente de Combate Terrestre (CCT), é fundamental a ampla participação do Componente de Combate Aéreo (CCA) e do Componente de Apoio de Serviço ao Combate (CASC) para o êxito das operações; - O estudo dos aspectos militares do terreno, observação e campo de tiro, cobertas e abrigos, obstáculos, acidentes capitais e vias de acesso, é bastante complexo e dinâmico; - O princípio do apoio mútuo entre as frações é particularmente importante; - Deve-se planejar também a utilização de armamento/equipamento para cada tipo de ação em área urbana (operações de polícia, incursões e combate urbano prolongado); - Os moradores das áreas urbanas poderão ter participação ativa nos combates, passando de meros espectadores a elementos ativos. A participação da população civil é fundamental. O controle da população deve ser rígido, em particular se for ela inimiga, a fim de evitar atos de sabotagem ou a eclosão de distúrbios civis; - Deve ser considerado, também, o desenvolvimento do combate em áreas urbanas paralelamente com atividades rotineiras da população; e - O conjunto de normas do Direito Internacional para os Conflitos Armados (DICA) é permeado por alguns princípios fundamentais. Estes princípios, se bem
  • 26. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-3 - ORIGINAL observados, têm como propósito permitir o cumprimento da missão atribuída a um comandante militar, com mais eficiência e eficácia, sem utilização excessiva de recursos e sem resultar em destruição ou baixas desnecessárias: - princípio da distinção – prevê que as partes em conflito devem sempre, durante a condução das operações militares, fazer a distinção entre população civil e combatentes, assim como entre bens de caráter civil e objetivos militares, devendo, portanto dirigir suas operações unicamente contra objetivos militares; - princípio da limitação – restringe o direito das partes em conflito em escolher livremente, os meios e os métodos de guerra que serão empregados. Estabelece, ainda, que é proibido utilizar armas, projéteis e materiais, assim como métodos de guerra que causem males supérfluos ou sofrimentos desnecessários, ou que causem danos extensos, duradouros e graves ao meio ambiente. Portanto, os beligerantes não possuem um direito ilimitado na escolha de meios para prejudicar o inimigo e devem pautar sua ação, de forma a evitar males supérfluos e sofrimentos desnecessários; - princípio da proporcionalidade – prevê que se deve utilizar a força não mais que necessária, para atingir os objetivos militares designados. Ou seja, o uso da força não deve ser desproporcional em relação à vantagem militar que se deseja alcançar, não ocasionando vítimas ou danos civis excessivos, face ao resultado global esperado. Portanto, deve ser evitada toda forma de violência, que não seja necessária ao cumprimento da missão; - princípio da humanidade – busca preservar a pessoa humana e garantir os seus direitos, protegendo-a das arbitrariedades durante o conflito armado. Tal princípio constitui as razão de ser da existência do DICA; e - princípio da necessidade – refere-se ao cumprimento da missão em conflito armado, um comandante, baseado neste princípio, poderá reduzir, modificar ou flexibilizar, em casos excepcionais, as normas estabelecidas no DICA, a fim de poder cumprir a sua missão. 4.3 - PLANEJAMENTO OFENSIVO O planejamento, independentemente dos riscos inerentes ao emprego de forças militares em ambiente urbano, deve sempre considerar a importância dos objetivos políticos e militares que estão em jogo, os interesses nacionais e as possíveis alternativas para obtenção dos efeitos desejados.
  • 27. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-4 - ORIGINAL Nem sempre as operações militares serão as melhores opções. A celebração de acordos políticos que envolvam a liberação de reféns, a permissão para evacuação de embaixadas ou a restrição/proibição da disponibilidade/emprego de certas armas estratégicas e a adoção de medidas visando assistir à população em suas necessidades, por vezes, possibilitará atingir os mesmos efeitos desejados, minorando o número de baixas, os danos materiais e o ônus do combate. Contudo, o inimigo, até mesmo com um pequeno efetivo, poderá tirar vantagens do cenário urbano para ampliar seu poder de combate e, inclusive, usar a população civil como cobertura para desenvolvimento de suas ações. Desta forma, deveremos estar em condições de realizar operações militares em área urbana principalmente quando: - permitir a obtenção futura de vantagens táticas, operacionais ou estratégicas; - representar para o inimigo um comprometimento psicológico decisivo; - implicar necessidade de ruptura do sistema defensivo inimigo (área urbana considerada como ponto forte); e - houver necessidade de conquista de um objetivo qualificado como: ponto vital, instalações estratégicas, industriais, comunicações e transporte. 4.3.1 - Fundamentos da ofensiva Permanecem válidas todas as considerações dos fundamentos da ofensiva tratado no capítulo 4 do CGCFN-1-5 - MANUAL DE OPERAÇÕES TERRESTRES DE CARATÉR NAVAL, contudo algumas características inerentes as operações militares em área urbana devem ser observadas: - em terreno adjacente à área edificada a observação, raramente, estende-se além de 1200. No interior de áreas edificadas a observação pode ser limitada a um quarteirão, edifício ou bloco de construções; - o conhecimento de como o inimigo regularmente defende-se em terreno urbanizado e os efeitos que o terreno condiciona ao combate são guia de esforço contínuo para os comandantes. Desta forma cresce a importância dos elementos de reconhecimento, operando no interior dessas áreas, realizando levantamento da situação do inimigo e provendo valioso tempo de reação para a manobra; - a restrição de mobilidade imposta por terreno urbanizado torna difícil a rápida concentração de forças terrestres. Esse fator deve ser explorado pelos comandantes; - o terreno urbano oferece ao atacante variedade de cobertas durante o desenvolvimento das ações;
  • 28. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-5 - ORIGINAL - onde a condução dos fogos indiretos não for possível e as medidas eletrônicas adotadas para localização do inimigo não forem eficientes, devem ser planejados ataques com visibilidade reduzida ou noturno para reduzir as vantagens do defensor; - elementos de primeiro escalão têm que possuir poder de combate suficiente para atacar o quanto antes uma fraqueza inimiga identificada ou criada. Durante a fase inicial, após minimizada a vulnerabilidade e obtida a impulsão do ataque, os comandantes devem manter o ímpeto das ações até a perda da coesão por parte do inimigo; e - maior ênfase deve ser dada às ações ofensivas na retaguarda do inimigo, com o intuito de reconhecer e destruir instalações de controle, apoio ao combate e apoio de serviços ao combate. 4.3.2 - Medidas de Controle O controle efetivo de tropas e a coordenação do apoio de fogo são complexos em face da natureza restritiva do ambiente urbano. No entanto, pode ser realizado com eficiência se tiver um planejamento detalhado de emprego nos escalões mais baixos, que atuam de forma descentralizada e observando-se as medidas de controle a seguir listadas: a) Objetivos Objetivos iniciais estão normalmente situados nas extremidades anteriores de áreas edificadas, e quando ocupados proporcionam cobertas e abrigos para a força atacante. Podem ser marcados objetivos intermediários quando sua conquista e manutenção for essencial ao cumprimento da missão, provendo observação ou controle físico sobre vias de acesso em áreas urbanas. Na realidade, sua dimensão é determinada pela natureza da área urbana e valor da tropa considerada. O controle de vias de comunicação ou proteção física de áreas urbanas, normalmente, justifica a marcação de objetivos finais, situado na orla ou extremidade posterior da área urbana. b) Linhas de controle No ambiente urbano a necessidade de estabelecer uma maior número de linhas de controle, normalmente para regular avanços da força atacante, cresce devido a maior descentralização das ações e a grande dificuldade de comunicação.
  • 29. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-6 - ORIGINAL Devem ser caracterizadas pela fácil identificação e podem substituir a marcação de objetivos intermediários em situações particulares. c) Limites Os limites delimitam área de responsabilidade, controlam fogos e estabelecem frentes. Normalmente são coincidentes com ruas e abrangem blocos de edifícios, devendo-se sempre incluir ambos os lados de uma rua na zona de ação de uma unidade. As frentes são definidas em função do valor do inimigo, do tamanho da construção e da resistência esperada. Atualmente, a frente atribuída a um PelFuzNav é da ordem de um quarteirão. Frentes estreitas não devem motivar a condução, exclusivamente de ataques frontais. As frentes atribuídas e as restrições naturais inerentes às áreas urbanas tendem a induzir, principalmente nos pequenos escalões, o raciocínio do combate frontal e o combate linear. Na maioria das vezes, no entanto, a manobra deve explorar os flancos e a retaguarda inimiga. d) Pontos de controle Cruzamentos de ruas, pontes, entroncamentos ferroviários, esquinas e edifícios podem ser designados como pontos de controle. Estes pontos proporcionam facilidades no estabelecimento de coordenações, principalmente pela característica de fácil identificação no terreno. 4.3.3 - Fases da ofensiva A facilidade na identificação de tarefas específicas a serem realizadas, a alocação de recursos e a preparação de planos, caracterizam a ofensiva em três fases distintas não totalmente interdependentes, são elas: Isolamento, Avanço e Limpeza. a) Isolamento Esta fase tem a finalidade de isolar a área urbana, controlando além das vias de comunicações, as vias de acesso à localidade. O isolamento normalmente não engloba o combate urbano, embora algumas unidades possam ser empregadas na neutralização de posições defensivas. Na realidade o terreno taticamente utilizado para execução do isolamento está baseado nos acidentes capitais externos a área edificada. No planejamento de fogos de artilharia e do apoio aéreo, devem ser priorizadas áreas onde o terreno ou a possibilidade do inimigo impeça o desenvolvimento de
  • 30. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-7 - ORIGINAL ações em áreas adjacente a localidade. Antes de decidir-se pelo isolamento da área deve ser verificado se a ação é aceitável. O impacto psicológico causado pelo isolamento poderá obrigar o inimigo a decidir se empregará recursos para reforçar sua defensiva, ou se implementará uma retirada. b) Avanço Consiste na ruptura do sistema defensivo inimigo, por meio de avanço dos elementos de assalto e conquista de objetivos iniciais na orla anterior da localidade. A grande contribuição tática que o avanço deve proporcionar está baseada na diminuição ou impedimento da observação terrestre inimiga e na supressão de fogos diretos sobre o atacante que se aproxima. Especial atenção deve ser dada à seleção de vias de acesso que proporcionem cobertas e abrigos para o deslocamento no interior da área urbana. c) Limpeza Esta fase é caracterizada pela atuação de pequenas frações em ações descentralizadas, onde as dificuldades de controle são compensadas por meio de um planejamento detalhado. Consiste no avanço sistemático casa a casa, bloco a bloco, através do interior da região edificada. Nesta fase, especial atenção deve ser dada ao controle das unidades, à distribuição adequada dos meios de comunicação, aos suprimentos e ao correto emprego da reserva, que deve estar em condições de reagir imediatamente a várias contingências. A interdependência na seqüência de execução das fases e o desenvolvimento de ações peculiares de cada fase devem estar diretamente relacionadas ao poder de combate ofensivo, às características defensivas do inimigo e ao grau de surpresa das ações. O quadro a seguir simplifica as supracitadas considerações:
  • 31. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-8 - ORIGINAL ASPECTOS A CONSIDERAR EXECUÇÃO Poder de combate do atacante Características defensivas do inimigo Grau de surpresa das ações Desenvolvimento simultâneo das fases Maior capacidade relativa • Inimigo pouco expressivo ou desorganizado • Poucos obstáculos ou de pequenas dimensões Surpresa do atacante Desenvolvimento sucessivo das fases Menor capacidade relativa • Defesa inimiga preparada • Obstáculos de maior porte ou em quantidade elevada Perda da surpresa 4.4 - PLANEJAMENTO DEFENSIVO O estabelecimento de uma postura defensiva em áreas urbanas depende de certos fatores, tais como suas dimensões, localização em relação à posição defensiva geral e possibilidade de proporcionar maior proteção. Cidades e vilas construídas com material suscetível de inflamar proporcionam pouca proteção e podem transformar-se em ameaças para o defensor, enquanto que os edifícios de alvenaria podem ser utilizados como boas posições defensivas ou centros de resistência. Cada edifício ou bloco de uma cidade construída de alvenaria é uma fortificação em potencial e proporciona uma cobertura que o atacante fica impossibilitado de diferenciar quais os fortemente defendidos dos fracamente defendidos. Isto leva a dispersar seus tiros e desperdiçar munição. Os escombros e entulhos existentes dificultam a progressão do atacante pela localidade e proporciona maior proteção para o defensor. Os porões, as tubulações, os esgotos, as galerias subterrâneas, as grossas paredes de alvenaria e os pavimentos de telhado de concreto reforçado servem de abrigo para o defensor durante os ataques aéreos e fogos de artilharia inimigos. Quando estes cessarem, ele ficará em condições de emergir prontamente e fazer face ao ataque inimigo.
  • 32. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-9 - ORIGINAL A organização de uma região urbana é caracterizada por: - observação limitada, tanto para o atacante como para o defensor; - campos de tiros limitados; - grande número de abrigos e cobertas para tropa e para armamento de emprego coletivo; - limitada mobilidade e possibilidade de manobra para a tropa e carro de combate; - comunicações difíceis; e - maior dificuldade para exercer o controle centralizado. A defesa de uma região urbana é semelhante à defesa de qualquer outra posição. O plano de defesa prevê a cobertura da frente e dos flancos pelo fogo, proporciona, também, em toda profundidade da posição, apoio mútuo, defesa circular e emprego de armas de apoio adequadas. Na realidade o sucesso do planejamento defensivo em áreas urbanas é fundamentado na capacidade do planejador colocar-se na posição do inimigo, em relação à visualização do campo de batalha e na percepção de formações e utilizações prováveis de apoios. Esta estimativa permite ao defensor estreitar a lista de opções táticas disponíveis para o atacante e identificar as mais prováveis ações a serem adotadas. 4.4.1 - Fundamentos da defensiva Permanecem válidas todas as considerações dos fundamentos da defensiva tratado no capítulo 10 do CGCFN-1-5 - MANUAL DE OPERAÇÕES TERRESTRES DE CARATÉR NAVAL, contudo algumas especificações referentes a operações defensivas em áreas urbanas devem ser observadas: - a utilização de uma área urbana na organização de uma defesa depende de sua total ou parcial localização em relação à posição defensiva geral, de sua dimensão e da proteção oferecida pelas construções; - sobrepujar os princípios do apoio mútuo, defesa em profundidade e defesa em todas as direções; - explorar a dificuldade de uso pelo atacante, da concentração do poder de combate e emprego pouco eficaz das armas de apoio; - o campo de batalha urbano proporciona ao defensor encobrimento para sistema de armas de todos níveis, contudo é negado ao defensor observação de longo alcance e campos de tiro em profundidade; e - cada prédio ou grupo de edificações deve ser encarado como um ponto forte em
  • 33. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-10 - ORIGINAL potencial. 4.4.2 - Medidas de controle A capacidade de comando e controle diante das dificuldades de terreno restritivo, capacidade de comunicações, reduzidos e numerosos engajamentos com possibilidades de serem desencadeados simultaneamente, avulta de importância, a necessidade de serem estabelecidas medidas de controle adicionais como: a) Linha principal de resistência (LPR) A linha principal de resistência (LPR) de uma região urbanizada é localizada, geralmente, próxima da orla anterior da cidade ou vilas, para evitar que o atacante infiltre-se e concentre sua tropa e armas de tiro direto valendo-se dos abrigos proporcionados pelos edifícios. A LPR não deve ser identificada pelo atacante para evitar que ele concentre seus fogos de apoio sobre ela. Quando a LPR é localizada mais para o interior da localidade, todas as vias de acesso para a região urbanizada e para a própria orla anterior devem ser cobertas por elementos de segurança. Estes asseguram a observação, alertam sobre a aproximação do inimigo, ajustam os fogos de apoio e marcam a verdadeira localização da posição principal de resistência. b) Linhas e pontos limites As linhas e pontos limites designam as zonas de defesa, para as unidades que ocupam uma posição de resistência. As unidades são dispostas em largura e profundidade. As posições organizadas são localizadas de modo que o fogo possa ser executado flanqueando o inimigo. A frente e a profundidade atribuídas a uma unidade na defesa de uma região urbanizada são geralmente menores que em terreno convencional. As linhas limites coincidem, normalmente, com as ruas e os pontos limites são localizados em cruzamentos. 4.4.3 - Emprego de obstáculos As prováveis vias de acesso do inimigo para a zona defendida são bloqueadas e batidas por fogos. A quantidade e tipos de obstáculos empregados são limitados apenas pelo tempo disponível, material, equipamento, trabalho estimado e engenhosidade do defensor. Os obstáculos mal planejados ou lançados podem interferir na manobra, no suprimento e na evacuação das tropas amigas e podem revelar ao inimigo detalhes da posição. Barreiras anticarro podem ser improvisadas com crateras abertas por explosivos, demolição de paredes, escombros de edifícios,
  • 34. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 4-11 - ORIGINAL etc. Essas barreiras podem ser reforçadas por minas anticarro, arame farpado e tiro de armas portáteis e de carros de combate. Esses reforços têm dupla finalidade, proteção contra ataques mecanizados e de elementos a pé. 4.4.4 - Considerações especiais Todas as localidades que possuírem, pelo menos, uma via ligando-a a sua base logística, são passíveis de se sustentar. Essa ligação pode ser terrestre ou aquática, contanto que possibilite um fluxo de suprimentos e recompletamentos. Caso essa ligação seja rompida e obrigue o reabastecimento aéreo, oneroso dependente das condições climáticas e de grande risco, o apoio logístico se tornará vulnerável.
  • 35. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-1 - ORIGINAL CAPÍTULO 5 AÇÕES EM ÁREAS URBANAS 5.1 - INTRODUÇÃO Muitas são as chances de que um GptOpFuzNav venha a ter uma área urbana como parte de seu problema militar. Assim, visualizamos as ações a serem desenvolvidas na referida área pelo GptOpFuzNav como um todo, ou parcela deste, em três situações distintas, a saber: - A área de atuação do GptOpFuzNav é basicamente campo apresentando uma ou mais localidades que possuem as dimensões que possibilita ao elemento considerado o seu controle efetivo; - A área de atuação do GptOpFuzNav é basicamente campo apresentando uma ou mais localidades cuja dimensão não permite a totalidade de seu controle efetivo; e - A área de atuação do GptOpFuzNav é inteiramente caracterizada como área urbana também não sendo possível o seu controle efetivo pelo GptOpFuzNav. Observe-se que, estando o cerne do enquadramento nas situações anteriormente apresentadas relacionados com a capacidade do elemento organizacional obter ou não o controle da área urbana, devem ser, em especial, considerados os aspectos de tamanho da localidade, tipos de construções, atitude da população, possibilidades do inimigo, comparando com a capacidade do elemento considerado. O quadro a seguir orienta quanto à comparação mencionada. Nível de controle Alto Baixo Tamanho da localidade Pequena Grande Tipo de construções Baixas e espaçadas Altas e concentradas Atitude da população Amiga ou favorável Hostil Possibilidade do inimigo Atuar Atacar, defender ou retardar O ataque para a conquista de objetivo, em uma localidade, é conduzido semelhantemente ao ataque a uma posição organizada em terreno normal. Exploram-se as vias de acesso favoráveis. As armas de apoio são empregadas para neutralizar o inimigo que ocupa o objetivo e isolá-lo do apoio e reforço provindo de outras partes da região edificada. A artilharia e os morteiros, além do apoio de fogo aproximado às tropas em 1º escalão podem ser empregados, também, para abrir brechas através dos
  • 36. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-2 - ORIGINAL obstáculos de arame, quando não for possível dispor de outros meios mais eficazes, e lançar granadas fumígenas para cegar os observatórios das regiões adjacentes e posteriormente dificultar a observação pelo inimigo da região conquistada. Quando as tropas atingem a posição de onde será lançado o assalto, o apoio de fogo é suspenso ou transportado, conforme seja necessário, e os elementos avançados se deslocam em direção as primeiras edificações que deverão ser conquistadas, capturam ou eliminam seus ocupantes, rapidamente, e então se inicia o deslocamento dos elementos e armas de apoio para a região conquistada. Os fatores principais que conduzem ao sucesso de uma defensiva em área urbana são: - Preparação da posição - a preparação por meio do lançamento de obstáculos e armadilhas diminui o ímpeto do ataque, bem como causam baixas e desorganiza a formação do dispositivo inimigo; - Mobilidade - a mobilidade dificulta a concentração de fogos, altera os focos de resistência, impossibilita o uso do princípio da massa por parte do inimigo e descoordena a ação de comando do oponente; - Conhecimento da área – possibilita um melhor emprego de meios, rotas de fugas e controle de pontos chaves. Desta forma, enquanto o atacante deve buscar rapidez, agressividade, coordenação e controle, eficiência nas comunicações e apoio de fogo; o defensor deve buscar uma excelente preparação da posição empregando os meios de engenharia disponíveis, mobilidade para dificultar a concentração dos fogos inimigos e o conhecimento da área. 5.2 - CONSIDERAÇÕES RELATIVAS AOS NÍVEIS DE CONDUÇÃO ESTRATÉGICO E OPERACIONAL Os principais aspectos a serem considerados pelo planejador envolverão considerações relativas a valor que a área urbana representa no quadro estratégico-operacional para a consecução dos objetivos maiores da campanha em curso. Assim, os efeitos das ações nos aspectos políticos sociais e econômicos em termos de vantagens e desvantagens decorrentes serão de significativa importância. Como exemplos pode-se mencionar: - efeitos colaterais das ações sobre a propriedade e segurança física da população; - posse da localidade com importância política e ou cultural como fator psicológico ou de influência na direção superior do conflito; - ingerências econômicas e de infra-estrutura do controle da área urbana para a sua população;
  • 37. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-3 - ORIGINAL - vantagens logísticas a serem obtidas para nossas forças ou negadas ao inimigo; - utilização da área urbana como “base” para a projeção de poder para nossas forças ou do inimigo; e - repercussões negativas perante a comunidade internacional. A análise dos aspectos anteriormente mencionados permitirá ao planejador decidir sobre a necessidade ou possibilidade de investir-se sobre, ou manter, uma área urbana para nela obter ou garantir o controle efetivo de sua totalidade ou de partes desta, visando à consecução dos efeitos desejados maiores da ação militar. Em síntese, o decisor que tem uma área urbana em sua zona de responsabilidade deverá escolher entre entrar ou não na referida área, conseqüentemente aceitando os riscos inerentes. Observe-se que em se tratando de uma população hostil, o nível de aceitabilidade para a execução de operações militares em área urbana decresce significativamente. 5.3 - TAREFAS ESSENCIAIS A SEREM DESENVOLVIDAS EM RELAÇÃO A UMA ÁREA URBANA Tendo sido tomada a decisão de operar em área urbana para obtenção de determinados efeitos desejados, as seguintes tarefas essenciais, em termos de ação a empreender, podem ser atribuídas a um elemento organizacional para a obtenção dos efeitos desejados: Conquistar e/ou defender – ação de mais elevado grau de controle que infere alto grau de liberdade de ação para nossas forças, normalmente envolvendo a aceitação de combates intensos e prolongados, esta tarefa é normalmente atribuída quando a área urbana é um objetivo como um todo; Destruir – ação que visa impedir o uso da área urbana pelo inimigo como fonte logística ou base de operação; usualmente atribuída quando esta não apresenta utilidade para nossas forças mas pode servir ao inimigo, particularmente quando não houver força disponível para a sua manutenção; Controlar – grau de controle menor do que o obtido pela conquista, o qual admite uma seletividade de locais ou áreas e temporariedade de atuação, representando uma relativa liberdade de ação para nossas forças e um significativo grau de negação de atuação para o inimigo; tarefa que visa obter um grau mínimo de segurança para a utilização de determinadas vias ou instalações por nossas tropas ou negação ao uso pelo oponente; Isolar – ação que busca impedir a entrada e saída na área urbana de meios de toda
  • 38. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-4 - ORIGINAL ordem visando evitar que a área urbana interfira nas operações realizadas fora desta; e Resgatar – ação de retirar do interior da área urbana pessoal ou material de importância para as ações militares. O planejador selecionará, dentre as citadas tarefas essenciais, a combinação necessária à obtenção dos efeitos desejados previstos, complementando-as e integrando-as com outras tarefas específicas para a situação vivenciada. 5.4 - AÇÕES A EMPREENDER PARA O CUMPRIMENTO DAS TAREFAS ESSENCIAIS Para o desenvolvimento das tarefas essenciais o comandante realizará uma série de ações componentes cuja sincronia resultará no cumprimento da tarefa a ele atribuída, conforme a seguir apresentado: - Conquistar e/ou defender – tratando-se da mais intensa interação em área urbana, este tipo de tarefa envolve basicamente as ações militares detalhadas nos artigos 5.5 - Ações Ofensivas em Área Urbana e 5.6 - Ações Defensivas em Área Urbana, deste capítulo; - Destruir - este tipo de tarefa envolve ações de combate mínimas necessárias para possibilitar a destruição, não importando na ação de manutenção posterior; e - Controlar - tipo de tarefa que um comandante receberá normalmente, e que deverá ser executada por meio das ações componentes ou da adoção de medidas de segurança a seguir listadas, em parte da localidade e corredores selecionados com maior ênfase, e em menor grau no restante da localidade: - conquista e manutenção de instalações específicas selecionadas; - controle de “corredores de segurança”; - execução de patrulhas na superfície; - inspeções aleatórias de prédios e “vias subterrâneas”; - controle de pontos de passagem obrigatórios; - controle de “pontos elevados” selecionados; - bloqueio de vias de superfície e subterrâneas; - uso de escoltas para os comboios mais importantes; - patrulhamento aéreo com emprego de helicóptero; - controle de trânsito e circulação da população; - controle dos acessos principais da localidade; e - ataque a posições inimigas que controlem setores de nosso interesse.
  • 39. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-5 - ORIGINAL Importante mencionar-se que normalmente, não será desenvolvida a progressão casa a casa no interior da área urbana, salvo nos locais onde a presença inimiga comprometa as nossas ações; - Isolar - tarefa desenvolvida pela ocupação de posições de bloqueio que tanto impeçam a saída quanto à entrada de meios inimigos, não significando necessariamente a interrupção do trânsito cotidiano da localidade; tarefa que normalmente exigirá o emprego simultâneo de posições defensivas convencionais e Postos de Controle de Trânsito, localizados nos eixos de acesso, patrulhamento e posicionamento de postos de vigilância na periferia, ligando as posições de bloqueio, e manutenção de uma reserva; e - Resgatar - as ações a serem empreendidas serão similares às empregadas na incursão terrestre conforme descrito no capítulo 16 do CGCFN - 1201 - MANUAL PARA INSTRUÇÃO DE FUNDAMENTOS DAS OPERAÇÕES TERRESTRES DE FUZILEIROS NAVAIS, considerando-se as peculiaridades do ambiente urbano. As ações ligadas ao campo de assuntos civis serão de suma importância para o cumprimento das tarefas de conquista e/ou defesa ou para o controle de uma área urbana. Este assunto será detalhado em publicação específica. O comandante deverá rapidamente reativar a estrutura do governo e de serviços essenciais existentes na área sob sua responsabilidade (abastecimento, segurança pública, defesa civil, saúde, etc.), tais providências resultarão em significativa redução das possíveis exigências logísticas sobre nossas forças de apoio a população civil, na menor interferência e efeitos colaterais das ações militares, na ampliação marcante das fontes de conhecimento representadas pela população local e na redução da liberdade de ação e movimento das forças oponentes pela ação dos órgãos de segurança locais. Considerando que a população apóia as nossas ações. 5.5 - AÇÕES OFENSIVAS EM ÁREA URBANA O combate urbano prolongado é o mais complexo dos tipos de combate em área urbana. As ações podem ser empreendidas contra forças com níveis de adestramento que variam de forças de exército regulares a grupos de civis sem treinamento. O grau de aceitabilidade para desencadeamento das ações deve ser cuidadosamente avaliado, pelo fato de até mesmo forças irregulares serem capazes de infligir perdas significativas em uma força atacante. As tarefas do combate urbano prolongado são:
  • 40. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-6 - ORIGINAL - conquistar uma cidade; - manter uma cidade após sua conquista; e - destruir forças inimigas que estejam utilizando uma cidade como abrigo. 5.5.1 - Fases As ações em áreas urbanas dividem-se em três fases: isolamento, avanço e limpeza. Devem ser respeitadas suas peculiaridades, principalmente, em relação ao poder de combate, apoios e conduta específica no desenvolvimento das ações. a) Isolamento Consiste em isolar a localidade e apoiar pelo fogo a progressão até a orla da localidade. Seu desenvolvimento caracteriza-se pelo controle do perímetro externo da área urbana, por meio de combinação da conquista e manutenção de acidentes capitais externos a localidade; pelo desencadeamento de fogos de interdição, visando impedir que o inimigo concretize o reforço com novos meios ou suprimentos logísticos; pela ocupação de postos de observação (PO); pelo emprego de patrulhas; emboscadas e pela utilização de lançamentos de obstáculos interferindo diretamente na mobilidade inimiga. Quando bem sucedido o isolamento, impede ou dificulta o movimento do inimigo para o exterior ou interior da área de interesse, contribui para a segurança evitando mudanças súbitas e desfavoráveis do poder relativo de combate possibilitando que o inimigo possa ser destruído por partes. A escolha da linha de ação a ser adotada como decisão deve atentar para os seguintes aspectos: - seleção dos objetivos adequados ao isolamento; - definição da direção de ataque das peças de manobra; e - concentração de meios para o ataque principal. Desta forma, os acidentes capitais que dominam as vias terrestres ou fluviais, quando marcados como objetivos, durante a fase do isolamento, devem ser conquistados, consolidados e mantidos temporariamente, isolando a área de interesse e garantindo a força atacante um poder relativo de combate extremamente favorável, no momento e local onde vão executar ações decisivas. Semelhante ao terreno em que se desenvolvem operações convencionais, a direção de ataque deve ser escolhida levando-se em consideração à distância a ser
  • 41. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-7 - ORIGINAL percorrida e o terreno que facilita a progressão da tropa, bem como seus apoios. O ataque principal deve sempre incidir sobre acidentes capitais que apóiam a abordagem da localidade e o prosseguimento para o interior em melhores condições. Seu poder de combate traz as mesmas considerações das operações ofensivas convencionais. Nesta fase, poderão ser desencadeados fogos indiretos sobre alvos selecionados, a fim de apoiar a conquista de objetivos isolados. As armas automáticas e armas anticarro também apoiarão a conquista desses objetivos. Os blindados proverão apoio e proteção às peças de manobra encarregadas do isolamento. As ações realizadas na fase do isolamento, quando atender ao princípio da surpresa e convenientemente sincronizada com as outras fases, representará para o inimigo a quebra de seu planejamento dificultando a condução de suas ações subseqüentes. No isolamento, raramente as frações dispõem de tempo, mão-de-obra, material, transporte ou equipamento em quantidade suficiente para construir os obstáculos necessários. Por isto uma ordem de prioridade deverá ser estabelecida, geralmente, em função da contribuição que um determinado obstáculo pode dar ao cumprimento da missão da força atacante, com os esforços iniciais dirigidos para os obstáculos destinados à proteção de um flanco vulnerável e ao bloqueio de prováveis vias de acesso, ou para impedir que o inimigo tenha acesso aos acidentes capitais do terreno. b) Avanço A fase do avanço caracteriza-se pela eliminação ou redução da observação terrestre e dos tiros diretos do defensor sobre as vias de acesso que chegam à localidade. Nessa fase, também as armas de apoio e a reserva cerram à frente ocupando posições, que possibilitem a futura progressão no interior da localidade, a ser conduzida na fase seguinte. Para o desenvolvimento das ações devem ser considerados os seguintes fatores: - conquista da orla anterior; - surpresa; - simplicidade; - segurança; - posições para armas de tiro direto fora da área edificada;
  • 42. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-8 - ORIGINAL - frentes das unidades de primeiro escalão; e - constituição da reserva. A segurança está relacionada, principalmente, à conquista de objetivos iniciais situados na orla da área edificada, que possuem comandamento das vias de acesso. Sua conquista proporciona segurança às peças de manobra. Além da conquista desses objetivos podemos citar, também, como tarefas específicas a serem realizadas na fase do avanço: - segurança de vias de acesso, que pode ser feita por meio de patrulhas, postos de controle ou postos de vigilância; e - estabelecimento de perímetro defensivo, que pode ser feito por meio de lançamentos de obstáculos, lançamentos de campos de minas, agravamento de obstáculos, pontos de vigilância, patrulhas e preparo de pontos de resistência. Quanto à coordenação, a marcação de objetivos diz respeito às regiões que imponham mudança de dispositivo, direção e ritmo da operação, bem como às necessidades do comandante em coordenar as posições das peças de manobra com as possibilidades e necessidade do apoio de fogo (segurança da tropa no ataque), reservas e apoio logístico. Os objetivos, exclusivamente de coordenação, podem ser substituídos por linhas de controle (redução do tempo de parada e da concentração de tropa). Desta forma, o escalão superior assegura o controle das operações. Esse procedimento evita a desorganização entre as tropas de primeiro escalão o que poderia comprometer o apoio de fogo e também causar uma perda de controle do escalão superior. Apesar de não existir uma obrigatoriedade acerca do número e distância entre as linhas de controle, alguns aspectos devem ser levados em conta para sua marcação. A profundidade da zona de ação pode comprometer as comunicações e a diferença de densidade de edificações entre as zonas de ação vizinhas que pode influenciar diretamente na velocidade de progressão, bem como o desalinhamento dos objetivos iniciais da orla anterior, também influenciam na coordenação e controle. Os limites entre as peças de manobra devem ser marcados até o escalão pelotão, podendo passar por um dos lados das ruas longitudinais ou por dentro de quarteirões e quintais. Ambos os lados da rua devem permanecer na zona de ação de uma mesma peça de manobra.
  • 43. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-9 - ORIGINAL A fim de neutralizar as vantagens do defensor quanto a observação, campos de tiro e abrigos, a progressão para a orla da cidade poderá ser realizada sob a proteção de fogos de. Empregam-se fumígenos com freqüência, seja para cegar observatórios, seja para encobrir movimentos em terreno descoberto. Os blindados, na fase da conquista de uma área de apoio na orla da localidade, devem bater pelo fogo os prédios ou posições na orla anterior da localidade, além de apoiar a conquista de objetivos com baixa densidade de áreas construídas. Devem realizar suas progressões somente após a tropa fazer a limpeza das edificações e manter uma distância das mesmas, suficiente para se manterem fora do alcance do armamento anticarro inimigo. Nesta fase, os morteiros realizam concentrações sobre áreas edificadas e vias de acesso, apoiando a conquista dos objetivos iniciais. Enquanto isto, as armas automáticas auxiliam diretamente na conquista de objetivos como base de fogos, juntamente com as armas anticarro. Os PO devem ser mantidos a fim de propiciarem o alerta oportuno e condução de fogos. A reserva receberá a missões de acordo com a evolução das ações. Após a conquista da área de apoio, na orla, o escalão de ataque deve ser reorganizado de modo a permitir o reajustamento do dispositivo das pequenas frações, particularmente no nível pelotão. c) Limpeza A fase da limpeza consiste na progressão no interior e conquista da localidade propriamente dita por meio da progressão sistemática casa a casa, quarteirão a quarteirão, através da área edificada. Para desenvolvimento das ações, esta fase, requer características específicas, tais como: flexibilidade organizacional e dos meios de comunicações; autonomia para as pequenas frações; rapidez e agressividade; grande coordenação e controle das ações; e cuidados de sincronização no uso dos meios disponíveis. O uso de túneis, bueiros, sótãos, porões e lajes de grandes edificações, conferem a este tipo de combate uma característica tridimensional, fazendo com que as tropas não se preocupem somente com o inimigo que se encontra a sua frente, mas também, com aquele ao seu redor ou em partes mais elevadas ou subterrâneas. Os inúmeros combates de encontros geram inúmeras baixas de difícil evacuação. Os objetivos na orla posterior servem para o reajustamento, remanejamento e
  • 44. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-10 - ORIGINAL reconhecimento para o prosseguimento das operações. No interior da localidade três tipos de objetivos são marcados: - segurança; - coordenação; e - limpeza. Os objetivos de segurança são aqueles que possuem comandamento sobre as vias de acesso ou que incidem sobre seu respectivo flanco. Já os objetivos de coordenação possibilitam a sincronização das peças de manobra, podendo ser substituídos por linhas de controle. Normalmente, os objetivos de limpeza são instalações cuja manutenção torna-se importante para o sucesso das ações. O ataque principal é realizado na região que melhor caracterize a limpeza da localidade. Normalmente esta região apresenta quarteirões mais no interior da localidade, maior densidade de construções e, também, as construções mais dominantes. Além disso, é a região que possibilita as melhores condições de prosseguimento nas operações, dominância das vias de acesso e proximidade dos objetivos de limpeza. A delimitação das frentes a serem distribuídas, é um fator importante na hora do planejamento, particularmente, na distribuição dos meios e do poder de combate. Deve-se levar em consideração o valor do inimigo, as dimensões das edificações, a densidade da zona de ação e a resistência esperada. Geralmente, as amplitudes das frentes normalmente distribuídas são as seguintes: três ou quatro quarteirões por batalhão, dois quarteirões por Cia, e um quarteirão por pelotão. Estas frentes são aplicáveis às localidades fortemente defendidas, em planejamentos baseados em cartas e plantas ou quando se dispõe de poucas informações sobre a localidade e o dispositivo inimigo. Os limites entre as peças de manobra devem ser estabelecidos até o escalão pelotão. Numa região urbanizada, fortemente defendida, os elementos da vanguarda procederão a limpeza à medida que avançam. Cada construção situada na zona que lhes é designada deve ser completamente vasculhada. Esta ação protege os elementos mais avançados de ataques surpresa contra sua retaguarda, assegura suas linhas de comunicações e evita que as unidades de apoio e reserva sejam empenhadas nessa operação de limpeza, o que restringiria o seu emprego imediato
  • 45. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-11 - ORIGINAL em outras missões. Quando uma região urbanizada é fracamente defendida, é preferível que os elementos da vanguarda avancem rapidamente para capturar as instalações vitais. Nessa situação, as unidades de apoio e reserva tomam a seu cargo as missões de limpeza das áreas que tenham sido ultrapassadas ou limpas sumariamente pelas unidades da vanguarda. Há necessidade de uma estreita coordenação entre as unidades da vanguarda e as unidades encarregadas da limpeza, para evitar que elas entrem em confronto em conseqüência de enganos na identificação. No interior da região devem ser usadas linhas de controle com a finalidade de assegurar o controle das operações por parte do escalão superior, além de proporcionar a este o conhecimento do posicionamento de suas forças. As linhas de controle evitam que haja uma descoordenação da posição das tropas de primeiro escalão, quebrando assim a linearidade e facilitando a intervenção do escalão superior por meio da artilharia ou apoio aéreo. As armas automáticas são empregadas na execução de fogos rasantes nas vias de acesso prováveis, estabelecendo faixas de fogos ou zonas de matança, com a finalidade de impedir sua utilização pelo inimigo que for expulso dos prédios. Os lança-chamas podem ser empregados, tanto portáteis como conduzidos em carros, por unidades em 1º escalão. São particularmente úteis na destruição do inimigo abrigado em porões, esgotos, subterrâneos ou casamatas. Também serão empregados na redução de barricadas nas ruas. O seu uso deve ser restrito ao necessário, considerando a possibilidade da proliferação de incêndios. As pequenas distâncias de combate requerem designações bem precisas dos alvos e restringem o emprego da artilharia, acarretando um maior emprego de morteiros para suprir esta necessidade; tendo em vista seu menor alcance, menor raio de ação da granada e a maior mobilidade, em virtude do seu peso reduzido. Os helicópteros encontram largo emprego, sendo tanto utilizado para evacuações aeromóveis, como para desalojar franco-atirador por meio da realização de tiro embarcado, ou para condução do apoio de fogo. As frações de engenharia normalmente, são utilizadas em apoio ao conjunto. São muito úteis na remoção de minas e armadilhas, destroços, lançamentos de obstáculos, barreiras e demolições previamente planejadas. Os blindados recebem uma zona de ação secundária onde o inimigo é fraco e
  • 46. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-12 - ORIGINAL possui baixa densidade de edificações, devido à diminuição de pessoal para ser empregado fazendo limpeza nas edificações. Nesta fase, os blindados buscam destruir os alvos que não foram batidos pela artilharia. As comunicações, nesta fase, são fortemente influenciadas pelo ambiente operacional em que as grandes construções interferem no rendimento do equipamento rádio. Portanto, cresce assim de importância o uso de outros meios de comunicações, tais como: visuais, acústicos, mensageiro e elétricos. Deverá ser mantida uma reserva forte nas frações menores e uma reserva relativamente fraca, com grande mobilidade, nos escalões maiores, tendo em vista as dificuldades destes poderem intervir no combate, devido às dificuldades de comunicações, coordenação, controle e do próprio ambiente operacional. Considerando a grande disponibilidade de cobertas e abrigos em área urbana, as reservas terão condições de deslocar-se imediatamente à retaguarda do primeiro escalão, em condições de prontamente intervir no combate. 5.5.2 - Progressão casa a casa As seguintes normas devem servir de guia para as frações empregadas numa progressão casa a casa: - atacar sistematicamente, quadra por quadra, a cidade, vila ou povoação, buscando derrotar o inimigo por partes. A obediência a este princípio reduz a possibilidade dos centros de resistência inimiga permanecerem ativos à retaguarda dos elementos que os ultrapassarem; - escolher um eixo de progressão que não prejudique os fogos de apoio. As ruas, aldeias, terrenos baldios e descobertos oferecem os melhores campos de tiro para o defensor e devem ser evitados. As regiões descobertas que não podem ser evitadas deverão ser atravessadas rapidamente, podendo empregar-se fumígenos para facilitar este movimento; - escolher abrigos para a progressão. O atacante deve aproveitar-se da cobertura das paredes e deslocar-se por lances de abrigo em abrigo. Deve rolar rapidamente sobre os telhados e muros e não transpô-los ereto. Os homens devem ser treinados para atirar pelo lado direito do abrigo com a arma apoiada no ombro direito, e pelo lado esquerdo com a arma apoiada do lado esquerdo. Não devem atirar por sobre a parte superior do abrigo, a menos que a silhueta do atirador se confunda com a paisagem do fundo;
  • 47. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-13 - ORIGINAL - quando escolher posições para atirar ou observar do interior de um edifício, o homem deve tomar precauções para não ser identificado, quando disparar sua arma e manter-se na parte sombria do aposento, a fim de que sua silhueta não se projete na janela; - necessária estreita coordenação e apoio mútuo das armas de apoio e unidades vizinhas. As armas automáticas em apoio executam fogo intenso sobre as ruas ou zonas descobertas. Caso elementos isolados ou pequenas frações tiverem que cruzar essas ruas ou zonas descobertas durante seu deslocamento, esse fogo é suspenso de acordo com coordenação prévia; - a luta casa a casa proporciona, por si só, situações imprevistas. O atacante deve: evitar ser surpreendido pelo inimigo; manter segurança em todas as direções e ficar atento não só aos flancos, como também contra ações provindas de outras dimensões; - o elemento em reserva segue de perto o escalão de ataque. Protegem os flancos e a retaguarda dos elementos avançados e devem estar em condições de atuar como elementos de assalto. O grande número de abrigos e cobertas disponíveis para o atacante, e os reduzidos campos de tiro de que dispõe o defensor, permitem que os elementos de apoio sejam localizados mais avançados do que normalmente é possível em terrenos descobertos; e - os edifícios que já tenham sido submetidos a uma operação de limpeza pelas tropas amigas são identificados com giz, fitas ou pedaços de pano, ou outros processos, ou postam-se guardas nos mesmos. Esta norma deve ser comum a todas as unidades que combatem no interior de áreas edificadas. 5.5.3 - Ataque sob condições de visibilidade limitada ou noturno Os movimentos no exterior dos edifícios durante o dia sofrem muitas restrições, por isso a maioria dos combates em áreas urbanas deve ser desencadeada prevalecendo- se da situação de visibilidade limitada ou noturna. Sob a cobertura da escuridão, as ruas podem ser cruzadas com mais segurança, elementos podem infiltrar-se entre as regiões ou casas defendidas com o uso ou não de equipamentos de visão noturna, colocar cargas explosivas, obter informações sobre a localização dos elementos de apoio e de reserva inimiga, atacar as patrulhas inimigas e ocupar ou destruir as casas não defendidas. Podem ser desencadeados ataques restritos durante a noite para apoderar-se de telhados ou para infiltrar-se através das posições inimigas, a fim de
  • 48. OSTENSIVO CGCFN-31.1 OSTENSIVO - 5-14 - ORIGINAL ficar em posição de lançar ou apoiar um ataque diurno. Bem como, o efeito psicológico produzido pelo ruído dos tiros à noite não deve ser desprezado. Pode ocorrer um certo grau de confusão no âmbito tático do emprego das unidades e frações ou no que se refere ao desempenho individual. Para restringir esta confusão há a necessidade de grande detalhamento no planejamento bem como, de atingir-se o menor escalão com as medidas necessárias à manutenção da coordenação e controle da tropa. Deve-se analisar a manobra buscando-se adotar uma distribuição de equipamentos de visão noturna que possibilite um valor ideal mínimo ou desejável em relação a operacionalidade da tropa. Devem, também, ser estabelecidas normas gerais de ação para operações noturnas bem como, adestrar-se continuamente as unidades em operações desta natureza. A liderança dos quadros e o moral da tropa também são multiplicadores do poder de combate do atacante durante as operações noturnas. O combate noturno, apesar do advento dos meios optrônicos, geralmente caracteriza- se por um decréscimo na eficiência dos tiros diretos. Os ataques noturnos exigem um planejamento cuidadoso e pormenorizado bem como uma execução precisa e coordenada. O sigilo e a surpresa são essenciais para que o ataque noturno seja conduzido com mínimo de baixas. A simplicidade do plano facilita a surpresa. Na eventualidade de perda da surpresa, o plano deverá proporcionar ação de choque necessários à conquista do objetivo. Se nossas tropas dispuserem, de meios optrônicos e os inimigos não dispuserem, em princípio, deve ser empregado o ataque não iluminado. Se ocorrer o inverso, ou seja, o inimigo dispuser de tais meios e nossas tropas não, em princípio, deve-se empregar o ataque iluminado. 5.6 - AÇÕES DEFENSIVAS EM ÁREA URBANA 5.6.1 - Características do combate em área urbana Do ponto de vista da defesa, são características do combate em área urbana: - cada construção ou conjunto de construções é um ponto forte em potencial; - máximo de abrigos e cobertas; - grande número de obstáculos; - observação e campos de tiro reduzidos, limitando-se principalmente às ruas; - as ruas restringem e canalizam os movimentos de viaturas; - aplicação limitada do princípio da massa pelo atacante;