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Sessão Clínica
Hospital São Geraldo HC-UFMG
Setor de Retina
Apresentação de Caso Clínico
Dados gerais
 M.S.C.
 Sexo feminino
 47 anos
 Natural de Ituneram/SP
 Procedente de Varjão de Minas/MG
Queixa principal
 Baixa acuidade visual em olho direito com sete dias
de evolução
História da moléstia atual
 Paciente relata baixa acuidade visual em olho direito
de longa data (sem definição precisa), mas com
piora nos últimos sete dias.
 Nega outros sinais ou sintomas associados
Antecedentes oftalmológicos
 Glaucoma primário de ângulo aberto em
acompanhamento na sua cidade em clínica privada
 Em uso de:
 Travatan® 24/24 horas AO
 Azorga® 12/12 horas AO
Antecedentes gerais
 Hipertensão arterial sistêmica
 Tempo desde diagnóstico: 2 anos
 Medicações em uso: Enalapril 20 mg/dia
 Relata controle adequado dos níveis da PAS
 Hipercolesterolemia
 Medicação em uso: Sinvastatina 20 mg/dia
 Relata controle inadequado dos níveis de colesterol
 Hipotireoidismo
 Medicação em uso: Levotiroxina 50 mcg/dia
 Osteoartrose de coluna vertebral
 Nega diabetes mellito ou outra comorbidade
sistêmica
Exame clínico
 Acuidade visual
 OD: 20/200 sc 20/80 cc (+ 1,00 – 0,50 x 80)
 OE: 20/80 sc 20/30 cc (+ 1,25 – 1,25 x
100)
 Pressão intraocular
 OD:14 mmHg (8h)
 OE: 14 mmHg (8h)
 Pupilas
 Simétricas, regulares, isocóricas e reativas em AO
 Reflexo pupilar direto e indireto preservados em AO
 Biomicroscopia
 OD: Pálpebras sem alterações. Conjuntiva calma. Córnea
transparente e sem deseptelização. Câmara anterior
formada, sem reação.Íris com área de atrofia em às 6 horas.
Cristalino transparente. Vítreo anterior transparente.
 OE: Sem alterações significativas.
Exame clínico
 Biomicroscopia de OD
Exame clínico
 Gonioscopia:
 OD:
 OE:
 Mapeamento de retina
 OD: Imagem a seguir
 OE: DO róseo. Relação E/D 0,8. Mácula com brilho típico
para a idade. Vasos com discreta tortuosidade arteriolar.
Retina aplicada. Vítreo posterior transparente.
Exame clínico
 Exame OD
Exame clínico
 Exame OD
Hipóteses Diagnósticas
Avaliação Complementar
Discussão
Resultado de avaliação complementar
 Hemograma – Hb: 12,2 mg/dl / GL: 6.700/mm³
 VDRL – Não reagente
 FAN – Não reagente
Resultado de avaliação complementar
 Campo visual manual
OD O
E
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia aneritra
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia fluresceínica
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia fluresceínica
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia fluresceínica
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia fluresceínica
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia fluresceínica
Resultado de avaliação complementar
 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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 Retinografia fluresceínica
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Resultado de avaliação complementar
 Tomografia de coerência óptica
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 Tomografia de coerência óptica
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 Tomografia de coerência óptica
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 Tomografia de coerência óptica
Resultado de avaliação complementar
 Tomografia de coerência óptica
Exames Complementares Prévios
Exames complementares prévios
 Em nova consulta, paciente retorna com exames
prévios
OD
Exames complementares prévios
 Em nova consulta, paciente retorna com exames
prévios
OD O
E
Conduta
Discussão
Doença Obstrutiva Venosa da Retina
Obstrução de ramo da veia central da retina
Introdução
 Definição
 Obstrução de uma ramificação da veia central da retina
 Fisiopatologia
 Causa determinante: doença arteriolar
 Obstrução de ramo venoso no local de cruzamento artério-venoso (CAV)
 Local onde artéria e veia compartilham bainha adventícia comum
 Artéria rígida e aterosclerótica causa compressão venosa
 Fluxo sanguíneo venoso turbulento e dano endotelial
 Trombose venosa e obstrução
 Localização
 Região temporal superior
 Maior concentração de CAV
Epidemiologia
 Homens e mulheres igualmente afetados
 Idade usual de início entre 60 e 70 anos
 Tipicamente unilateral – 9% dos casos são bilaterais
 Associações sistêmicas
 Risco aumentado
 HAS
 Doença cardiovascular
 IMC aumentado
 Glaucoma
 Níveis séricos aumentados de α₂-globulina
 Risco diminuido
 Consumo de álcool
 Níveis séricos aumentados de HDL
Manifestações Oculares
 Queixa – BAV súbita ou defeito no campo visual
 Hemorragias retinianas em área da veia afetada
 Obstrução moderada – raros pontos de hemorragia
 Obstrução completa
 Extensas áreas de hemorragia intrarretiniana
 Exsudatos algodonosos
 Não perfusão capilar difusa
 Envolvimento macular
 Edema macular / isquema / hemorragia
 Neovascularização retiniana
 Incidência: 20% dos casos
 Incidência proporcional à área de não perfusão retiniana
 Evolução: primeiros 6-12 meses do evento
Manifestações Oculares
 Evolução
 Desaparecimento dos pontos hemorrágicos
 Desenvolvimento de vasos colaterais e anormalidades
microvasculares
 Vasos colaterais tipicamente cruzam rafe horizontal
 Veia retiniana da zona afetada – esclerose
 Artéria retiniana da zona afetada
 Estreitamento e embainhamento
 Microaneurismas
 Exsudação lipídica
 Não perfusão capilar a AFG (evento tardio)
 Membrana epirretiniana
Propedêutica
 Angiografia com fluresceína
 Diagnóstico e guia para tratamento
 Fase aguda
 Lentificação preenchimento arteriolar (ORVR severa)
 Retardo enchimento venoso de vaso afetado
 Hipofluorescência
 Hemorragia
 Não perfusão capilar
 Capilares dilatados e tortuosos
 Vasos colaterais cruzam rafe horizontal
 Retenção parietal de fluresceína
 Tufos neovasculares – extravasamento profuso de fluresceína
 Contrasta com o não extravasamento dos vasos colaterais
 Edema macular
Propedêutica
 Tomografia de coerência óptica
 Edema macular
 Sensibilidade maior que exame clínico ou AFG
 Descolamento macular seroso
 Hemorragia retiniana
 Exsudatos lipídicos
 Membrana epirretiniana
Diagnóstico Diferencial
 Retinopatia hipertensiva
 Retinopatia diabética
 Síndrome isquêmica ocular
 Telangiectasia retiniana justafoveal
 Oclusão combinada de ramo venoso e arterial da
retina
 Retinopatia por radiação
Complicações
 Edema macular
 Neovascularização
Tratamento
 Rotina para a oclusão venosa de ramo e edema
macular
 Para edema macular e AV de 20/40 ou pior
 Esperar absorção da hemorragia retiniana para permitir
adequada AFG
 Determinar se BAV é causada pelo edema macular ou não
perfusão macular
 Se edema macular explicar a BAV e nenhuma melhora
espotânea tiver ocorrido por 3 meses, a fotocoagulação
macular é recomendada
 Se a não perfusão capilar explicar a BAV, o tratamento a laser
não é recomendado
 Vanguarda: Injeção intra-vítrea de corticosteróide
Tratamento
 Rotina para a oclusão venosa de ramo e
neovascularização
 AFG de boa qualidade deve ser obtida depois de
absorvia a hemorragia
 Se mais de 5 discos de diâmetro de não perfusão
estiverem presentes realizar avaliações a cada 4 meses
para observação de desenvolvimento de
neovascularização
 Se neovascularização se desenvolver deve-se realizar
fotocoagulação pan-retiniana em setor envolvido da
retina (laser de argônio)
 Vanguarda: Injeção intravítrea de antiangiogênicos

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Doença obstrutiva venosa da retina

  • 1. Sessão Clínica Hospital São Geraldo HC-UFMG Setor de Retina
  • 3. Dados gerais  M.S.C.  Sexo feminino  47 anos  Natural de Ituneram/SP  Procedente de Varjão de Minas/MG
  • 4. Queixa principal  Baixa acuidade visual em olho direito com sete dias de evolução
  • 5. História da moléstia atual  Paciente relata baixa acuidade visual em olho direito de longa data (sem definição precisa), mas com piora nos últimos sete dias.  Nega outros sinais ou sintomas associados
  • 6. Antecedentes oftalmológicos  Glaucoma primário de ângulo aberto em acompanhamento na sua cidade em clínica privada  Em uso de:  Travatan® 24/24 horas AO  Azorga® 12/12 horas AO
  • 7. Antecedentes gerais  Hipertensão arterial sistêmica  Tempo desde diagnóstico: 2 anos  Medicações em uso: Enalapril 20 mg/dia  Relata controle adequado dos níveis da PAS  Hipercolesterolemia  Medicação em uso: Sinvastatina 20 mg/dia  Relata controle inadequado dos níveis de colesterol  Hipotireoidismo  Medicação em uso: Levotiroxina 50 mcg/dia  Osteoartrose de coluna vertebral  Nega diabetes mellito ou outra comorbidade sistêmica
  • 8. Exame clínico  Acuidade visual  OD: 20/200 sc 20/80 cc (+ 1,00 – 0,50 x 80)  OE: 20/80 sc 20/30 cc (+ 1,25 – 1,25 x 100)  Pressão intraocular  OD:14 mmHg (8h)  OE: 14 mmHg (8h)  Pupilas  Simétricas, regulares, isocóricas e reativas em AO  Reflexo pupilar direto e indireto preservados em AO  Biomicroscopia  OD: Pálpebras sem alterações. Conjuntiva calma. Córnea transparente e sem deseptelização. Câmara anterior formada, sem reação.Íris com área de atrofia em às 6 horas. Cristalino transparente. Vítreo anterior transparente.  OE: Sem alterações significativas.
  • 10. Exame clínico  Gonioscopia:  OD:  OE:  Mapeamento de retina  OD: Imagem a seguir  OE: DO róseo. Relação E/D 0,8. Mácula com brilho típico para a idade. Vasos com discreta tortuosidade arteriolar. Retina aplicada. Vítreo posterior transparente.
  • 14. Resultado de avaliação complementar  Hemograma – Hb: 12,2 mg/dl / GL: 6.700/mm³  VDRL – Não reagente  FAN – Não reagente
  • 15. Resultado de avaliação complementar  Campo visual manual OD O E
  • 16. Resultado de avaliação complementar  Retinografia aneritra
  • 17. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 18. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 19. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 20. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 21. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 22. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 23. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 24. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 25. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 26. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 27. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 28. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 29. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 30. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 31. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 32. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 33. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 34. Resultado de avaliação complementar  Retinografia fluresceínica
  • 35. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 36. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 37. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 38. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 39. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 40. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 41. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 42. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 43. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 44. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 45. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 46. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 47. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 48. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 49. Resultado de avaliação complementar  Tomografia de coerência óptica
  • 51. Exames complementares prévios  Em nova consulta, paciente retorna com exames prévios OD
  • 52. Exames complementares prévios  Em nova consulta, paciente retorna com exames prévios OD O E
  • 54. Doença Obstrutiva Venosa da Retina Obstrução de ramo da veia central da retina
  • 55. Introdução  Definição  Obstrução de uma ramificação da veia central da retina  Fisiopatologia  Causa determinante: doença arteriolar  Obstrução de ramo venoso no local de cruzamento artério-venoso (CAV)  Local onde artéria e veia compartilham bainha adventícia comum  Artéria rígida e aterosclerótica causa compressão venosa  Fluxo sanguíneo venoso turbulento e dano endotelial  Trombose venosa e obstrução  Localização  Região temporal superior  Maior concentração de CAV
  • 56. Epidemiologia  Homens e mulheres igualmente afetados  Idade usual de início entre 60 e 70 anos  Tipicamente unilateral – 9% dos casos são bilaterais  Associações sistêmicas  Risco aumentado  HAS  Doença cardiovascular  IMC aumentado  Glaucoma  Níveis séricos aumentados de α₂-globulina  Risco diminuido  Consumo de álcool  Níveis séricos aumentados de HDL
  • 57. Manifestações Oculares  Queixa – BAV súbita ou defeito no campo visual  Hemorragias retinianas em área da veia afetada  Obstrução moderada – raros pontos de hemorragia  Obstrução completa  Extensas áreas de hemorragia intrarretiniana  Exsudatos algodonosos  Não perfusão capilar difusa  Envolvimento macular  Edema macular / isquema / hemorragia  Neovascularização retiniana  Incidência: 20% dos casos  Incidência proporcional à área de não perfusão retiniana  Evolução: primeiros 6-12 meses do evento
  • 58. Manifestações Oculares  Evolução  Desaparecimento dos pontos hemorrágicos  Desenvolvimento de vasos colaterais e anormalidades microvasculares  Vasos colaterais tipicamente cruzam rafe horizontal  Veia retiniana da zona afetada – esclerose  Artéria retiniana da zona afetada  Estreitamento e embainhamento  Microaneurismas  Exsudação lipídica  Não perfusão capilar a AFG (evento tardio)  Membrana epirretiniana
  • 59. Propedêutica  Angiografia com fluresceína  Diagnóstico e guia para tratamento  Fase aguda  Lentificação preenchimento arteriolar (ORVR severa)  Retardo enchimento venoso de vaso afetado  Hipofluorescência  Hemorragia  Não perfusão capilar  Capilares dilatados e tortuosos  Vasos colaterais cruzam rafe horizontal  Retenção parietal de fluresceína  Tufos neovasculares – extravasamento profuso de fluresceína  Contrasta com o não extravasamento dos vasos colaterais  Edema macular
  • 60. Propedêutica  Tomografia de coerência óptica  Edema macular  Sensibilidade maior que exame clínico ou AFG  Descolamento macular seroso  Hemorragia retiniana  Exsudatos lipídicos  Membrana epirretiniana
  • 61. Diagnóstico Diferencial  Retinopatia hipertensiva  Retinopatia diabética  Síndrome isquêmica ocular  Telangiectasia retiniana justafoveal  Oclusão combinada de ramo venoso e arterial da retina  Retinopatia por radiação
  • 63. Tratamento  Rotina para a oclusão venosa de ramo e edema macular  Para edema macular e AV de 20/40 ou pior  Esperar absorção da hemorragia retiniana para permitir adequada AFG  Determinar se BAV é causada pelo edema macular ou não perfusão macular  Se edema macular explicar a BAV e nenhuma melhora espotânea tiver ocorrido por 3 meses, a fotocoagulação macular é recomendada  Se a não perfusão capilar explicar a BAV, o tratamento a laser não é recomendado  Vanguarda: Injeção intra-vítrea de corticosteróide
  • 64. Tratamento  Rotina para a oclusão venosa de ramo e neovascularização  AFG de boa qualidade deve ser obtida depois de absorvia a hemorragia  Se mais de 5 discos de diâmetro de não perfusão estiverem presentes realizar avaliações a cada 4 meses para observação de desenvolvimento de neovascularização  Se neovascularização se desenvolver deve-se realizar fotocoagulação pan-retiniana em setor envolvido da retina (laser de argônio)  Vanguarda: Injeção intravítrea de antiangiogênicos